Chegados ao final de mais um ano (é de mim ou os anos passam cada vez mais depressa?) é habitual fazerem-se balanços e recordarem-se algumas previsões que foram feitas no início do ano. Nesta linha, lembrei-me de pegar em seis das votações on-line que efectuamos no 'Reflexão Portista' e recordar qual era o sentimento/opinião dos frequentadores do blog na altura sobre cada um destes temas.
1. Que venda seria menos lamentável no fim da época?
(votação efectuada em finais de Março)
E Quaresma haveria mesmo de sair, não pelos 40 milhões menos um euro (que Pinto da Costa disse que punha do bolso dele), mas por cerca de metade e no último dia do mercado de transferências de Verão.
Fez-se a vontade ao jogador e a SAD portista encaixou uma boa maquia, que há-de ser fundamental para o equilibrio das contas do exercício 2008/09. Além disso, soube-se agora, Quaresma foi o jogador mais bem pago da época 2007/08. Segundo as declarações fiscais das SAD a que a agência Lusa teve acesso, entre salários e prémios Quaresma recebeu 2.135.225 euros (482 mil euros a mais do que Lucho e 754 mil a mais do que Lisandro).
Quaresma deixou saudades?
Não posso falar pela massa associativa do FC Porto, mas eu lembrei-me dele em muitos dos jogos já disputados esta época.
2. Por 3,2 M€, o Mariano é...
(votação efectuada em meados de Junho)
Na altura, 54% torceram o nariz ao negócio, entendendo que Mariano tinha sido "sobreavaliado e por isso caro" ou mesmo que a SAD tinha feito "um péssimo negócio". Passado meio ano, parece-me que tinham razão.
3. A duas semanas do 1º jogo oficial, que sectores precisam de ser reforçados?
(votação efectuada na 1ª quinzena de Agosto)
Apesar das contratações de Sapunaru e de Benitez para as laterais e das muitas indefinições que na altura existiam sobre a posição de médio defensivo, a duas semanas do 1º jogo oficial a maior parte das pessoas que votaram entendiam que o sector que mais precisava de ser reforçado era o de "Defesas laterais".
Vinte e dois jogos oficiais depois eu diria que esta percentagem seria agora muito maior...
4. Qual a melhor opção para defesa-esquerdo?
(votação efectuada na 1ª quinzena de Setembro)
O Lino ficou num "honroso" último lugar com 0,7% dos votos... (já toda a gente tinha percebido que este brasileiro não tem características para defesa-esquerdo e que, quanto muito, poderia ser um recurso como médio-esquerdo).
Quanto ao Benitez, na altura ainda havia 16% dos votantes com esperança...
5. Qual o melhor reforço da época 2008/09?
(votação efectuada em meados de Setembro)
Há três meses e meio atrás, Rodríguez foi considerado o melhor reforço desta época, com 44% dos votos. Nas posições imediatas surgiram Hulk (22%) e Rolando (20%), com os restantes jogadores a terem votações residuais.
Um dia destes vamos repetir esta votação. Estou convencido que o Fernando vai dar um salto na votação e que o Hulk e o Rodriguez são capazes de inverter as suas posições.
6. A meio da fase de grupos, prevê que no final o FC Porto irá ficar em...
(votação efectuada em finais de Outubro)
Pois é, após os três primeiros jogos 73% dos votantes previam que os dragões não se iam classificar para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões e, afinal, o FC Porto acabou por ficar em 1º lugar do grupo!
E esta heim?!
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Votações de 2008 no Reflexão Portista
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
O campo do 'Trio' está inclinado
Costuma dizer-se que um relvado está inclinado quando o árbitro do jogo, sem dar muito nas vistas, “gere” os tempos do jogo, as faltas a meio-campo, a mostragem dos cartões amarelos, etc. Muitas vezes, sem necessitar de assinalar penalties mais do que duvidosos ou foras-de-jogo escandalosos, uma “arbitragem inteligente” é suficiente para perturbar, enervar, atrapalhar e dificultar ao máximo a tarefa de uma equipa.
Passe a comparação e com as devidas distâncias foi isso que eu senti no Trio d´Ataque da semana passada, com o “árbitro” - Hugo Gilberto - a dificultar, e de que maneira, a acção de um dos “jogadores” - Rui Moreira.
Hugo Gilberto, um ex-aluno da licenciatura em Jornalismo da Faculdade de Letras de Coimbra, é jornalista da RTP há vários anos e há cerca de dois meses substituiu o Carlos Daniel como moderador deste programa das terças-feiras, em que durante cerca de hora e meia Rui Oliveira e Costa (Sporting), António Pedro de Vasconcelos (Benfica) e Rui Moreira (FC Porto) debatem sobre os principais acontecimentos futebolísticos da semana.
Já me tinha apercebido de uns sinais dados por Hugo Gilberto em programas anteriores, mas no Trio d´Ataque do dia 23 de Dezembro as coisas foram óbvias. Vejamos:
No SLB - Nacional quis-se dar a entender que tinha havido um roubo (quando, de facto, há um único lance discutível) e os lances polémicos do jogo parece terem sido escolhidos a dedo para que fosse essa a mensagem transmitida.
Por exemplo, é analisado um pseudo fora-de-jogo do ataque do Nacional (em que o árbitro auxiliar decidiu bem ao não marcar) e de seguida um fora-de-jogo evidente do ataque do SLB (que o outro árbitro auxiliar voltou a estar bem ao interromper a jogada).
Qual era a ideia ao analisar estes dois lances em sequência?
Dar a entender que para dois lances “parecidos” o trio de arbitragem teve duas decisões distintas?
Azar! Os três comentadores estiveram de acordo que nestes lances o árbitro Pedro Henriques esteve bem (as imagens televisivas não deixam dúvidas).
Ao falar do FC Porto - Marítimo, percebeu-se que antes de serem analisados casos em concreto, Rui Moreira pretendia fazer algumas considerações gerais sobre a arbitragem de Duarte Gomes. O adepto do FC Porto ainda conseguiu referir o ridículo cartão amarelo mostrado aos 92’ ao guarda-redes do Marítimo (quando este tinha começado a queimar tempo logo no início do jogo), mas já não pôde falar mais do critério na mostragem dos cartões e, principalmente, na forma como o árbitro lisboeta pactuou com todas as estratégias da equipa madeirense para fazer passar depressa os ponteiros do relógio, visto Hugo Gilberto tê-lo interrompido.
A seguir, quase não se percebeu que o árbitro internacional de Lisboa tinha perdoado duas expulsões a jogadores da equipa verde-rubra na altura decisiva do jogo, porque a preocupação do Hugo Gilberto pareceu ser destacar uma hipotética contradição de Rui Moreira, por este ter analisado os lances das mãos de Miguel Vítor (no SLB - Nacional) e de Bruno Alves (no FC Porto - Marítimo) de forma distinta. Não percebi a admiração, porque os lances, como o Rui Moreira muito bem explicou, são distintos, nomeadamente no que diz respeito ao movimento dos braços dos jogadores.
Um outro aspecto que me chamou à atenção foi o modo como o Hugo Gilberto adjectivou e destacou determinadas coisas.
Quando referiu o incidente havido no Túnel das Antas, não entre elementos participantes no jogo (como foi o caso no SLB – Nacional), mas entre indivíduos dos bastidores, Hugo Gilberto teve o cuidado de sublinhar que Duarte Gomes tinha anexado ao seu relatório um documento de quatro páginas sobre o incidente (4 páginas, ena pá, deve ter sido uma coisa gravíssima...).
Na mesma onda, ao introduzir o tema da posição tomada pelo Conselho de Justiça da FPF sobre as escutas, talvez pensando na forma como o Tribunal Arbitral do Desporto pôs em cheque tanto a Comissão Disciplinar da Liga como o Conselho de Justiça da FPF, Hugo Gilberto afirmou que o CJ da FPF tinha arrasado a decisão do Supremo Tribunal Administrativo (STA).
Uauh! Afinal a justiça desportiva é credível e acima de qualquer suspeita!
Como é sabido, em 3 de Novembro passado o STA considerou inconstitucional a utilização de escutas telefónicas no âmbito de processos disciplinares, como é o caso do 'Apito Final'.
Esta questão das escutas é polémica. Alguns dos maiores especialistas portugueses na matéria – José Faria Costa, Germano Marques da Silva, Manuel Costa Andrade e Damião da Cunha –, bem como, conhecidos juízes como Rui Rangel e Fátima Mata Mouros são taxativos e alinham na mesma tese do STA. Já o Tribunal Constitucional teve posições contraditórias sobre este assunto, a última das quais foi no sentido de considerar as escutas legais.
Em que ficamos?
Alguém se entende no meio das enumeras contradições da Justiça portuguesa?
Seja como for, os pobres juízes do Supremo Tribunal Administrativo devem estar a tremer com esta posição dos altamente isentos juristas escolhidos pelo inenarrável Gilberto Madail, para substituírem os comparsas da golpada de Julho…
Quem voltou a estar bem foi Rui Moreira, não reconhecendo idoneidade aos novos membros com velhos vícios do CJ da FPF, levando o representante do Sporting a mostrar toda a sua incomodidade, falando em pazadas...
Apesar do final do programa ter sido em contra-relógio, para além da “arrasante” decisão do CJ da FPF, houve ainda tempo para o Hugo Gilberto ler 5 ou 6 e-mails (nem um de adeptos do FC Porto!), incluindo um e-mail de um adepto do SLB, elencando jogos em que supostamente os encarnados teriam sido prejudicados (o hilariante é que até incluiu o Leixões – SLB para o campeonato).
Para falar na entrevista de Madail ao Porto Canal, em que o presidente da FPF abordou os critérios de Scolari nas convocatórias e, particularmente, o caso do Vítor Baía é que infelizmente não houve tempo…
Dizem-me que o Hugo Gilberto é portista.
Não sei se é portista, mas pelos vistos tem o estigma de o ser e já se sabe que neste país infestado pela inveja e mediocridade isso é pior, muito pior, do que ser incompetente. Talvez por isso, o Hugo Gilberto tem feito tudo para fugir a esse estigma, mas no último programa exagerou.
O Hugo Gilberto dá umas aulas no Curso de Pós-graduação em Comunicação e Desporto, na Escola de Jornalismo do Porto, em que juntamente com o seu colega Manuel Fernandes Silva é responsável pelos módulos/disciplinas de ‘Reportagem e Apresentação em Desporto’ e ‘Novos Desafios Éticos e Deontológicos’
Ora, é precisamente isso que eu espero dos bons jornalistas: ética e isenção no desempenho das suas funções.
Porque se é para ser mais papista que o papa, antes o benfiquista Carlos Daniel do que o “portista” Hugo Gilberto.
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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Bruno Alves vai sair no final da época?
«Newcastle United and Manchester City are reportedly tracking Porto defender Bruno Alves.
Alves has been in excellent form for the Portuguese Liga champions, and reports claim scouts from both United and City have been monitoring his progress. The 26-year-old's current contract runs until 2012, and it is claimed that Porto would not accept an offer of less than 30 million euros (£23.6 million).
The central-half's agent, and father, has confirmed that a number of clubs are interested in signing Alves.
"Porto is not interested in a sale right now, but anything is possible after Euro 2008", agent Washington Alves said. "Bruno is playing very well. A number of European clubs have asked about his contract situation."
The Porto defender added: "I am flattered by the reports but I have signed a deal with Porto, which complicates an exit. The club would only study an offer for me if the fee was of grand proportions."»
in Sky Sports, 06/05/2008
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«Giovani dos Santos pode ser o atractivo trunfo do Barcelona para convencer o FC Porto a negociar uma transferência do central Bruno Alves para Camp Nou. O avançado mexicano quer jogar com mais regularidade e já fez saber isso à direcção do Barça, que procura agora a melhor forma de rentabilizar a vontade do jovem craque de 19 anos. E ao que o DN sport apurou junto de fonte da direcção dos catalães, incluir Giovani (avaliado em oito milhões de euros) numa oferta por Bruno Alves, em quem o Barça e o novo treinador Guardiola estão realmente interessados, é uma possibilidade em aberto. Além do jogador mexicano, o gigante espanhol admite esticar a oferta até aos 18 milhões de euros. (...) Mas também é assente que os dirigentes do Barcelona não estão dispostos a abrir a bolsa até aos 30 milhões de euros fixados pelo FC Porto para a saída de Bruno Alves. (...)
A ofensiva por Bruno Alves está também algo dependente, ao que o DN sport apurou, do encaixe realizado com a venda do defesa mexicano Rafael Márquez, com quem o Barça espera encaixar cerca de 15 milhões de euros. Caso o consigam, os catalães devem fazer chegar à SAD portista a proposta concreta pelo central internacional português, que foi alvo de constantes observações dos olheiros do Barcelona ao longo da época.
Esta semana, em declarações a um jornal desportivo de Barcelona, o El Mundo Deportivo, o pai e recente empresário de Bruno Alves, Washington Alves, reconheceu conhecimento no interesse do Barça e remeteu para o FC Porto o sucesso de uma eventual transferência.
Mas o facto de Bruno Alves ter abandonado o seu antigo empresário Rui Neno, a favor do pai, foi visto nos círculos portistas como uma sinal de negócio em perspectiva para o jogador.»
in DN, 17/05/2008
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«El padre y representante del central del Oporto Bruno Alves, Washington Alves, aseguró ayer que el Barcelona se interesó por hacerse con los servicios de su hijo y afirmó que tiene también una oferta del Manchester City. Según Washington Alves estudiarán lo que más les convenga en el aspecto económico. El propio jugador ya dijo el otro día que se siente "orgulloso" de que un club como el Barcelona se fijara en él. El Oporto habría tasado al defensa en 20 millones de euros. El caso es que la llegada de Martín Cáceres aleja su fichaje.»
in El Mundo Deportivo, 06/06/2008
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Em 5 de Junho, perante as notícias sobre o interesse do Barcelona e do Manchester City em Bruno Alves, o pai/empresário afirmou em declarações à Renascença:
"É natural que haja interesse. O Bruno renovou recentemente com o FC Porto e, em princípio, é uma situação para manter. Se houver interesse de outros clubes, terão que contactar o FC Porto, que dará resposta à situação. Já chegaram propostas, mesmo antes da renovação. O interesse existia antes".
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"Existem cinco ou seis clubes – sobretudo ingleses – interessados no Bruno e dispostos a pagar muito dinheiro por ele. E José Mourinho já referiu também o nome dele", disse ao CM uma fonte próxima do jogador, de 27 anos.
"Ele tem interesse em sair, se surgir uma proposta financeiramente atraente, mas a última palavra é do FC Porto", frisou a mesma fonte. Bruno Alves está ‘preso’ por uma cláusula de rescisão de trinta milhões de euros, um valor proibitivo para a maioria dos clubes.
Em entrevista ao Correio Sport (19 de Julho), o jogador afirmou: "Gostava de jogar noutras ligas mais competitivas. Mereço uma oportunidade."
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No início de Novembro passado, no auge de mais uma campanha da comunicação social lisboeta contra o Bruno Alves, Washington Alves admitiu a saída do filho de Portugal, devido à saturação com tantas críticas relacionadas com a sua forma de jogar.
"O Bruno poderá mudar de país mas dificilmente a forma de jogar. [O Bruno] pode deixar um país onde algumas pessoas não o aprovam. Assim é difícil. Em Portugal é considerado violento, maldoso, faltoso, o que ele não é".
Washington Alves questionou as intenções do porta voz do Benfica quando este apelou a um sumaríssimo para o Bruno Alves, referindo que "por este andar da carruagem só falta o nariz vermelho e a lona para ser um circo".
No contexto e timing em que foi feito, compreendo este desabafo do pai do Bruno Alves. O defesa-central do FC Porto é um jogador forte fisicamente que, por vezes, comete alguns excessos, mas na maior parte dos jogos são mais as faltas que sofre do que aquelas que comete.
Bruno Alves, FC Porto x Celtic Glasgow
Cerca de um mês depois, em 11 de Dezembro, Washington Alves voltou a falar sobre o futuro do filho. Desta vez não foi para reagir a campanhas da comunicação social, mas sim para pedir (exigir?) mais dinheiro, na sequência de dois jogos (V. Setúbal - FC Porto e FC Porto - Arsenal) em que o Bruno Alves marcou os dois golos que abriram o caminho para as vitórias da equipa.
"A melhor forma para o Bruno ficar no Porto é o clube reconhecer o real valor do jogador. Sendo assim, claro que o Bruno não terá interesse em sair, se lhe derem o mesmo que os outros querem dar por ele, o Bruno não terá necessidade de sair do futebol português".
Começo a ficar um bocado farto com o protagonismo do pai e empresário do Bruno Alves, com declarações sempre no mesmo sentido (há clubes interessados, chegaram propostas, o Bruno Alves quer ficar, mas têm que lhe pagar mais, etc.).
Depois dos casos do Diego e do Bruno Moraes, temos agora um novo caso com o pai/empresário do Bruno Alves?
Convém recordar que o Bruno Alves tem contrato com o FC Porto até à época 2012, contrato esse que, se bem me lembro, foi revisto e renovado há menos de um ano.
Precisamente sobre este tipo de pressão, dos jogadores e dos seus empresários, no dia 13 de Dezembro o DN publicou um artigo de António Tadeia, onde este fala da crise e dos aumentos salariais pedidos (exigidos) por jogadores dos três grandes.
Escreveu António Tadeia: «Há menos gente nos estádios, as transferências vão começar a fazer-se por menos dinheiro, os investidores em sponsorização começam a fechar um bocadinho a carteira e o futebol vai naturalmente ressentir-se. (...) É por isso que se tornam mais espantosas as declarações dos empresários. Esta semana tocou aos três grandes. (...)
Ao tradicional interesse dos clubes de Leste juntaram-se desta vez emblemas ingleses, o que serviu na perfeição a Liedson para dizer, anteontem, que espera que o Sporting não o prejudique. Mas Liedson já está nos 110 mil euros mensais, o tecto salarial praticado pelo Sporting, do qual só se aproximam Rochemback e João Moutinho (100 mil cada um).
E a questão aqui é um pouco idêntica à de Bruno Alves, que com 100 mil euros mensais é o português mais bem pago do FC Porto, apenas atrás de Lucho González e Rodriguez e à frente de Lisandro Lopez, por exemplo, mas que mesmo assim pôde ler na imprensa de ontem palavras do pai e empresário, Washington Alves, a pedir um aumento para o filho. Em ambos os casos se trata de política desportiva e de gestão de expectativas.
Antes de aumentarem um tecto salarial que já tem alguns anos, os dirigentes do Sporting terão de pensar no que ainda esperam de Liedson. E o mesmo devem fazer os responsáveis do FC Porto antes de elevarem Bruno Alves a uma condição salarial equivalente ao estatuto de capitão de que goza em campo. Ora é aqui que os casos divergem. Liedson faz 31 anos para a semana e já não será alvo de nenhuma proposta louca, pelo que a decisão será entre renovar a pagar-lhe mais ou deixá-lo sair por muito menos do que custaria um substituto. Já Bruno Alves, de 27 anos acabados de fazer, é tido por muitos como a próxima grande transferência do FC Porto, um jogador que o clube terá dificuldades em segurar face às propostas que hão-de surgir, pelo que aumentá-lo poderia apenas servir para alimentar as reivindicações à esquerda e à direita e nem assim chegar para o segurar.»
António Tadeia, 13/12/2008
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O Bruno Alves irá mesmo sair do FC Porto no final da presente época?
Bem, em 18 de Outubro passado, na véspera de voltar a formar dupla com Pepe no eixo defensivo da Selecção Nacional, este último afirmou: "o Bruno Alves precisa de outros horizontes".
O jogador, que fez 27 anos recentemente (em 27 de Novembro), entende que merece uma oportunidade e o pai/empresário está nitidamente mortinho por ver o filho envolvido numa transferência milionária (ai as comissões...).
Falta saber se será possível fazer uma transferência milionária (acima da barreira dos 20 milhões de euros) nos tempos que correm e ainda por cima sem envolver o Jorge Mendes.
E como é que um portista olha para este caso?
Mais do que um esteio na defesa azul-e-branca, o Bruno Alves é o sucessor natural de capitães como João Pinto e Jorge Costa (não por acaso também usa a camisola 2). Além disso, é dos poucos jogadores portugueses do plantel e é mesmo o único, entre os titulares, que passou pelas camadas jovens do FC Porto.
Como se tudo isto não bastasse, tem vindo a aprimorar a marcação de livres e a sua capacidade de elevação faz dele um jogador decisivo nos lances de bola parada disputados nas alturas.
O que é que eu faria se estivesse na administração da SAD?
Proporia ao Bruno Alves a renovação do seu contrato até Junho de 2014 (nessa altura o Bruno terá 32 anos), com melhorias salariais em todas as épocas, até atingir os 150 mil euros/mês na época 2013/14.
Mas a SAD não precisa de vender pelo menos mais uma das “pérolas” esta época, para equilibrar as contas do exercício?
Sim, infelizmente precisa, mas ponderando todos os aspectos (idade, nacionalidade, ligação ao clube, alternativas existentes no plantel), entre os jogadores transferiveis que podem gerar mais-valias significativas, preferia que fosse o Lucho a sair.
"El comandante" é um grande jogador, dos melhores que passou pelo FC Porto na última década mas, tal como Deco em 2004 e Quaresma em 2008, sente-se que o problema já não é só dinheiro. Após quatro épocas no FC Porto, o jogador quer outros desafios, quer jogar noutros campeonatos e, deste modo, desde que o interesse de ambas as partes seja salvaguardado, entendo que a SAD o deve deixar sair.
O problema é que o Lucho desta época está uns bons furos abaixo do que mostrou nos últimos anos e pode dar-se o caso de surgirem propostas "irrecusáveis" para o Bruno Alves e não aparecerem para o Lucho.
E ainda há um cenário pior, que é sairem os dois, um no final desta época e o outro no início da próxima (reeditando o que tem acontecido nos últimos anos).
Nota: A selecção das fotos e os negritos são da minha responsabilidade.
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domingo, 28 de dezembro de 2008
Adeptos, um activo fundamental (II)
Adeptos, um activo fundamental (I)
II. Portismo: do Porto à conquista do País
De acordo com os Censos 2001, residiam em Portugal 10.355.824 indivíduos, dos quais 4.999.964 eram homens e 5.355.860 eram mulheres.
A densidade populacional era de 109,09 pessoas por quilómetro quadrado (semelhante à da Eslováquia, Hungria ou França), mas a distribuição geográfica da população não se apresentava homogénea, verificando-se as maiores densidades na faixa litoral, situada entre Viana do Castelo e a Península de Setúbal, com especial relevo para as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, cuja população residente em 2001 era 1.897.033 e 1.252.842 habitantes, respectivamente.
Em 2000, a taxa de natalidade era de 11,75 nados vivos/1000 habitantes, ocupando uma posição abaixo da média da União Europeia, de 10,69 nados vivos/1000 habitantes. Aliás, o forte envelhecimento da população portuguesa constitui um dos aspectos mais marcantes da evolução demográfica. Em 2001, a proporção de idosos – 65 ou mais anos – recenseados (16,4%) ultrapassou pela primeira vez a dos jovens – 0 aos 14 anos – (16,0%).
Três anos depois, em Dezembro de 2004, o INE estimou a população de Portugal, incluindo os Arquipélagos dos Açores e Madeira, em 10.529.255 pessoas.
As sondagens valem o que valem e cada um atribui-lhes a credibilidade que quiser. No entanto, há aspectos comuns à generalidade das sondagens que foram efectuadas nos últimos 15 anos, o que permite tirar algumas conclusões, nomeadamente:
1) Atendendo à população portuguesa (pouco mais de 10 milhões), benfiquistas haverá menos de quatro milhões, longe do mito dos seis milhões, que começou a ser propagandeado durante a presidência de Manuel Damásio e dura até hoje.
2) Todos os estudos mostram que é nas faixas etárias mais baixas que a percentagem de adeptos do FC Porto é maior. Aliás, esse facto já era visivel na sondagem da Universidade Católica feita em 1996. Passados 12 anos, e em função das muitas vitórias entretanto alcançadas – Penta campeonato, Taça UEFA, Liga dos Campeões, Tri actual –, é espectável e provável que em 2008 esse crescimento seja ainda mais significativo (por exemplo, a actual faixa etária entre os 18 e os 24 anos, não foi abrangida pela sondagem feita em 1996 porque, na altura, eram pessoas cuja idade estava entre os 6 e os 12 anos).
3) O Porto é um município pequeno com uma área de apenas 41,66 km², onde residem 227.790 habitantes (estimativas de 2006). Contudo, é o centro de uma grande área metropolitana, que actualmente abrange 16 concelhos e uma população de cerca de 1,8 milhões de habitantes.
Os estudos e sondagens que analisaram a distribuição regional dos adeptos, mostram que na Área Metropolitana do Porto a percentagem de adeptos do FC Porto é superior a 50%.
Nota: Inicialmente, apenas nove concelhos - Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia - integravam a Área Metropolitana do Porto (AMPorto).
Em Janeiro de 2005 juntaram-se a este grupo os municípios de Arouca, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira, Trofa e Santo Tirso.
Finalmente, em 1 de Setembro passado, aderiram à AMPorto também os municípios de Oliveira de Azeméis e de Vale de Cambra.
Estes 16 concelhos abrangem uma área de 1573 km² onde, de acordo com os censos de 2001, residiam 1.759.958 habitantes (densidade populacional próxima 1119 hab/km²).
«O Porto tem militantismo, mas nesse aspecto, tire-se o chapéu ao presidente Pinto da Costa, que conseguiu fazer do Porto uma bandeira do norte do país e da cidade do Porto. É um bocadinho parecido com o Barcelona com a Catalunha. Porque em todos os negócios, se não se souber segmentar e direccionar está-se provavelmente a errar a pontaria.»
Soares Franco
in DN, 10/10/2008
É verdade que o núcleo duro dos adeptos do FC Porto está concentrado na Área Metropolitana do Porto, mas há muito que o portismo se espandiu para outras regiões do país e, não por acaso, entre as casas/delegações mais dinâmicas estão as de Setúbal, Portimão e... Lisboa!
Casas e Delegações do FC Porto em Portugal:
Distrito de Aveiro
Casa do FC Porto da cidade de Lourosa (delegação nº75)
Casa do FC Porto da Mealhada (delegação nº58)
Casa do FC Porto de Argoncilhe (delegação nº98)
Casa do FC Porto de Castelo de Paiva (delegação nº86)
Casa do FC Porto de Cesar (delegação nº115)
Casa do FC Porto de Esmoriz (delegação nº95)
Casa do FC Porto de Espinho (delegação nº55)
Casa do FC Porto de Estarreja (delegação nº101)
Casa do FC Porto de Romariz (delegação nº110)
Casa do FC Porto de Santa Maria da Feira (delegação nº94)
Casa do FC Porto de Terras de Santa Maria (delegação nº41)
Casa do FC Porto de São João da Madeira (delegação nº122)
Casa do FC Porto de Vale de Cambra (delegação nº64)
Casa dos Dragões de Fiães (delegação nº50)
Casa dos Dragões de Sever do Vouga (delegação nº97)
Dragões da Murtosa (delegação nº18)
Dragões de Aveiro (delegação nº13)
Dragões de Mozelos (delegação nº15)
Dragões de Azeméis (delegação nº2)
Núcleo do FC Porto de Ovar (delegação nº16)
Os Dragões Amigos - FCP Milheirós de Poiares (delegação nº34)
Distrito de Braga
Casa do FC Porto da Póvoa de Lanhoso (delegação nº78)
Casa do FC Porto de Braga (delegação nº32)
Casa do FC Porto de Fafe (delegação nº27)
Casa do FC Porto de Vila Nova de Famalicão (delegação nº71)
Casa do FC Porto - Dragões do Vale de Vizela (delegação nº37)
Casa do FC Porto - Dragões do Vale do Ave - Delães (delegação nº56)
Dragões de Basto (delegação nº28)
Dragões de Vila Verde (delegação nº23)
Família Portista de Barcelos (delegação nº65)
Distrito de Beja
Delegação do FC Porto em Beja (delegação nº25)
Distrito de Bragança
Casa do FC Porto de Alfândega da Fé (delegação nº85)
Casa do FC Porto de Bragança (delegação nº44)
Casa do FC Porto de Mirandela (delegação nº99)
Casa do FC Porto de Macedo de Cavaleiros (delegação nº127)
Distrito de Coimbra
Casa do FC Porto de Mira (delegação nº109)
Casa do FC Porto do Concelho de Penacova (delegação nº74)
Casa do FC Porto do Concelho de Soure (delegação nº100)
Casa do FC Porto - Dragões de Coimbra (delegação nº17)
Casa do FC Porto da Lousã (delegação nº125)
Distrito de Castelo Branco
Núcleo do FC Porto da Covilhã - Dragões da Covilhã (delegação nº49)
Distrito de Faro
Casa do FC Porto do Barlavento Algarvio - Portimão (delegação nº69)
Casa do FC Porto do Sotavento Algarvio - Faro (delegação nº79)
Casa do FC Porto no Algarve - S. Bartolomeu de Messines (delegação nº21)
Casa do FC Porto da Quarteira (delegação nº121)
Distrito de Leiria
Casa do FC Porto - Dragões de Leiria (delegação nº106)
Dragões de Pombal (delegação nº22)
Dragões do Oeste - Delegação do FC Porto - Caldas da Rainha (delegação nº77)
Distrito de Lisboa
Casa do FC Porto de Sintra (delegação nº83)
Casa do FC Porto de Torres Vedras (delegação nº113)
Dragões de Lisboa (delegação nº1)
Dragões da TAP - Lisboa (delegação nº124)
Distrito do Porto
Bilhar Clube do Porto (delegação nº36)
Casa do Dragão da Póvoa de Varzim (delegação nº29)
Casa do FC Porto da Sobreira (delegação nº7)
Casa do FC Porto da Trofa (delegação nº42)
Casa do FC Porto de Felgueiras (delegação nº84)
Casa do FC Porto de Freamunde (delegação nº108)
Casa do FC Porto de Sandim (delegação nº72)
Casa do FC Porto de Santo Tirso (delegação nº73)
Casa do FC Porto de Valongo (delegação nº88)
Casa do FC Porto de Vila das Aves (delegação nº89)
Casa do FC Porto de Vila Meã (delegação nº87)
Casa do FC Porto - Dragões da Afurada (delegação nº76)
Casa do FC Porto - Dragões de Amarante (delegação nº60)
Casa do FC Porto - Dragões de Baião (delegação nº43)
Casa do FC Porto em Paços de Ferreira (delegação nº51)
Casa do FC Porto - Os Dragões de Rebordosa (delegação nº40)
Núcleo Azul e Branco de Penafiel (delegação nº26)
Distrito de Santarém
Dragões do Ribatejo - Benfica do Ribatejo (delegação nº105)
Casa do FC Porto de Torres Novas (delegação nº126)
Distrito de Setúbal
Casa do FC Porto - Dragões de Setúbal (delegação nº66)
Distrito de Viana do Castelo
Casa do FC Porto de Monção (delegação nº63)
Casa do FC Porto de Ponte de Lima (delegação nº102)
Delegação do FC Porto em Viana do Castelo (delegação nº19)
Núcleo dos Dragões de Paredes de Coura (delegação nº35)
Distrito de Vila Real
Casa do FC Porto de Alijó (delegação nº112)
Casa do FC Porto de Chaves (delegação nº104)
Casa do FC Porto de Vila Real (delegação nº114)
Casa do FC Porto - Dragões da Régua (delegação nº38)
Casa do Porto em Vila Pouca de Aguiar (delegação nº59)
Casa do FC Porto de Boticas (delegação nº121)
Distrito de Viseu
Casa do FC Porto de Cinfães (delegação nº96)
Casa do FC Porto de Lamego (delegação nº54)
Casa do FC Porto de Moimenta da Beira (delegação nº70)
Casa do FC Porto - Dragões de Resende (delegação nº52)
Delegação do FC Porto em Castro Daire (delegação nº53)
Casa do FC Porto de Tondela (delegação nº118)
Região Autónoma dos Açores
Casa do FC Porto de São Miguel e Santa Maria - Ponta Delgada (delegação nº39)
Casa do FC Porto - Dragões do Faial - Horta (delegação nº82)
Casa do FC Porto da Ilha Terceira (delegação nº119)
Região Autónoma da Madeira
Casa do FC Porto da Madeira - Funchal (delegação nº68)
4) Dos estudos/sondagens efectuados nos últimos 15 anos, o único conhecido em que o Sporting aparece com um número de adeptos significativamente superior ao FC Porto, foi na sondagem encomendada pela Direcção do José Roquette (se bem me lembro à empresa Eurosondagem – Estudos de Opinião, S.A., de Rui Oliveira e Costa).
A ideia propagandeada em alguma comunicação social de que o Sporting é o único clube de dimensão comparável ao SLB e que o FC Porto é um “clube menor” não passa disso mesmo, propaganda.
Fontes:
Censos 2001, Instituto Nacional de Estatística, Estatísticas Demográficas, 2001
“Os Concelhos Portugueses 1992-2002”
WHO, Health For All Database, 2000
(continua, ‘O portismo no Mundo’)
II. Portismo: do Porto à conquista do País
De acordo com os Censos 2001, residiam em Portugal 10.355.824 indivíduos, dos quais 4.999.964 eram homens e 5.355.860 eram mulheres.
A densidade populacional era de 109,09 pessoas por quilómetro quadrado (semelhante à da Eslováquia, Hungria ou França), mas a distribuição geográfica da população não se apresentava homogénea, verificando-se as maiores densidades na faixa litoral, situada entre Viana do Castelo e a Península de Setúbal, com especial relevo para as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, cuja população residente em 2001 era 1.897.033 e 1.252.842 habitantes, respectivamente.
Densidade populacional de Portugal, 2001
Em 2000, a taxa de natalidade era de 11,75 nados vivos/1000 habitantes, ocupando uma posição abaixo da média da União Europeia, de 10,69 nados vivos/1000 habitantes. Aliás, o forte envelhecimento da população portuguesa constitui um dos aspectos mais marcantes da evolução demográfica. Em 2001, a proporção de idosos – 65 ou mais anos – recenseados (16,4%) ultrapassou pela primeira vez a dos jovens – 0 aos 14 anos – (16,0%).
Três anos depois, em Dezembro de 2004, o INE estimou a população de Portugal, incluindo os Arquipélagos dos Açores e Madeira, em 10.529.255 pessoas.
As sondagens valem o que valem e cada um atribui-lhes a credibilidade que quiser. No entanto, há aspectos comuns à generalidade das sondagens que foram efectuadas nos últimos 15 anos, o que permite tirar algumas conclusões, nomeadamente:
1) Atendendo à população portuguesa (pouco mais de 10 milhões), benfiquistas haverá menos de quatro milhões, longe do mito dos seis milhões, que começou a ser propagandeado durante a presidência de Manuel Damásio e dura até hoje.
2) Todos os estudos mostram que é nas faixas etárias mais baixas que a percentagem de adeptos do FC Porto é maior. Aliás, esse facto já era visivel na sondagem da Universidade Católica feita em 1996. Passados 12 anos, e em função das muitas vitórias entretanto alcançadas – Penta campeonato, Taça UEFA, Liga dos Campeões, Tri actual –, é espectável e provável que em 2008 esse crescimento seja ainda mais significativo (por exemplo, a actual faixa etária entre os 18 e os 24 anos, não foi abrangida pela sondagem feita em 1996 porque, na altura, eram pessoas cuja idade estava entre os 6 e os 12 anos).
3) O Porto é um município pequeno com uma área de apenas 41,66 km², onde residem 227.790 habitantes (estimativas de 2006). Contudo, é o centro de uma grande área metropolitana, que actualmente abrange 16 concelhos e uma população de cerca de 1,8 milhões de habitantes.
Os estudos e sondagens que analisaram a distribuição regional dos adeptos, mostram que na Área Metropolitana do Porto a percentagem de adeptos do FC Porto é superior a 50%.
Nota: Inicialmente, apenas nove concelhos - Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia - integravam a Área Metropolitana do Porto (AMPorto).
Em Janeiro de 2005 juntaram-se a este grupo os municípios de Arouca, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira, Trofa e Santo Tirso.
Finalmente, em 1 de Setembro passado, aderiram à AMPorto também os municípios de Oliveira de Azeméis e de Vale de Cambra.
Estes 16 concelhos abrangem uma área de 1573 km² onde, de acordo com os censos de 2001, residiam 1.759.958 habitantes (densidade populacional próxima 1119 hab/km²).
«O Porto tem militantismo, mas nesse aspecto, tire-se o chapéu ao presidente Pinto da Costa, que conseguiu fazer do Porto uma bandeira do norte do país e da cidade do Porto. É um bocadinho parecido com o Barcelona com a Catalunha. Porque em todos os negócios, se não se souber segmentar e direccionar está-se provavelmente a errar a pontaria.»
Soares Franco
in DN, 10/10/2008
É verdade que o núcleo duro dos adeptos do FC Porto está concentrado na Área Metropolitana do Porto, mas há muito que o portismo se espandiu para outras regiões do país e, não por acaso, entre as casas/delegações mais dinâmicas estão as de Setúbal, Portimão e... Lisboa!
Casas e Delegações do FC Porto em Portugal:
Distrito de Aveiro
Casa do FC Porto da cidade de Lourosa (delegação nº75)
Casa do FC Porto da Mealhada (delegação nº58)
Casa do FC Porto de Argoncilhe (delegação nº98)
Casa do FC Porto de Castelo de Paiva (delegação nº86)
Casa do FC Porto de Cesar (delegação nº115)
Casa do FC Porto de Esmoriz (delegação nº95)
Casa do FC Porto de Espinho (delegação nº55)
Casa do FC Porto de Estarreja (delegação nº101)
Casa do FC Porto de Romariz (delegação nº110)
Casa do FC Porto de Santa Maria da Feira (delegação nº94)
Casa do FC Porto de Terras de Santa Maria (delegação nº41)
Casa do FC Porto de São João da Madeira (delegação nº122)
Casa do FC Porto de Vale de Cambra (delegação nº64)
Casa dos Dragões de Fiães (delegação nº50)
Casa dos Dragões de Sever do Vouga (delegação nº97)
Dragões da Murtosa (delegação nº18)
Dragões de Aveiro (delegação nº13)
Dragões de Mozelos (delegação nº15)
Dragões de Azeméis (delegação nº2)
Núcleo do FC Porto de Ovar (delegação nº16)
Os Dragões Amigos - FCP Milheirós de Poiares (delegação nº34)
29/06/2007, Jantar comemorativo do Bi-campeonato (fonte: Dragões de Ovar)
Distrito de Braga
Casa do FC Porto da Póvoa de Lanhoso (delegação nº78)
Casa do FC Porto de Braga (delegação nº32)
Casa do FC Porto de Fafe (delegação nº27)
Casa do FC Porto de Vila Nova de Famalicão (delegação nº71)
Casa do FC Porto - Dragões do Vale de Vizela (delegação nº37)
Casa do FC Porto - Dragões do Vale do Ave - Delães (delegação nº56)
Dragões de Basto (delegação nº28)
Dragões de Vila Verde (delegação nº23)
Família Portista de Barcelos (delegação nº65)
Homenagem ao Presidente Afonso Pinto de Magalhães da Família Portista de Barcelos
Distrito de Beja
Delegação do FC Porto em Beja (delegação nº25)
Distrito de Bragança
Casa do FC Porto de Alfândega da Fé (delegação nº85)
Casa do FC Porto de Bragança (delegação nº44)
Casa do FC Porto de Mirandela (delegação nº99)
Casa do FC Porto de Macedo de Cavaleiros (delegação nº127)
Distrito de Coimbra
Casa do FC Porto de Mira (delegação nº109)
Casa do FC Porto do Concelho de Penacova (delegação nº74)
Casa do FC Porto do Concelho de Soure (delegação nº100)
Casa do FC Porto - Dragões de Coimbra (delegação nº17)
Casa do FC Porto da Lousã (delegação nº125)
Distrito de Castelo Branco
Núcleo do FC Porto da Covilhã - Dragões da Covilhã (delegação nº49)
Distrito de Faro
Casa do FC Porto do Barlavento Algarvio - Portimão (delegação nº69)
Casa do FC Porto do Sotavento Algarvio - Faro (delegação nº79)
Casa do FC Porto no Algarve - S. Bartolomeu de Messines (delegação nº21)
Casa do FC Porto da Quarteira (delegação nº121)
Distrito de Leiria
Casa do FC Porto - Dragões de Leiria (delegação nº106)
Dragões de Pombal (delegação nº22)
Dragões do Oeste - Delegação do FC Porto - Caldas da Rainha (delegação nº77)
07/10/2007, Pinto da Costa e Fernando Gomes na Casa do FC Porto de Leiria (fonte: SD Leiria)
Distrito de Lisboa
Casa do FC Porto de Sintra (delegação nº83)
Casa do FC Porto de Torres Vedras (delegação nº113)
Dragões de Lisboa (delegação nº1)
Dragões da TAP - Lisboa (delegação nº124)
Distrito do Porto
Bilhar Clube do Porto (delegação nº36)
Casa do Dragão da Póvoa de Varzim (delegação nº29)
Casa do FC Porto da Sobreira (delegação nº7)
Casa do FC Porto da Trofa (delegação nº42)
Casa do FC Porto de Felgueiras (delegação nº84)
Casa do FC Porto de Freamunde (delegação nº108)
Casa do FC Porto de Sandim (delegação nº72)
Casa do FC Porto de Santo Tirso (delegação nº73)
Casa do FC Porto de Valongo (delegação nº88)
Casa do FC Porto de Vila das Aves (delegação nº89)
Casa do FC Porto de Vila Meã (delegação nº87)
Casa do FC Porto - Dragões da Afurada (delegação nº76)
Casa do FC Porto - Dragões de Amarante (delegação nº60)
Casa do FC Porto - Dragões de Baião (delegação nº43)
Casa do FC Porto em Paços de Ferreira (delegação nº51)
Casa do FC Porto - Os Dragões de Rebordosa (delegação nº40)
Núcleo Azul e Branco de Penafiel (delegação nº26)
Distrito de Santarém
Dragões do Ribatejo - Benfica do Ribatejo (delegação nº105)
Casa do FC Porto de Torres Novas (delegação nº126)
Distrito de Setúbal
Casa do FC Porto - Dragões de Setúbal (delegação nº66)
Distrito de Viana do Castelo
Casa do FC Porto de Monção (delegação nº63)
Casa do FC Porto de Ponte de Lima (delegação nº102)
Delegação do FC Porto em Viana do Castelo (delegação nº19)
Núcleo dos Dragões de Paredes de Coura (delegação nº35)
Distrito de Vila Real
Casa do FC Porto de Alijó (delegação nº112)
Casa do FC Porto de Chaves (delegação nº104)
Casa do FC Porto de Vila Real (delegação nº114)
Casa do FC Porto - Dragões da Régua (delegação nº38)
Casa do Porto em Vila Pouca de Aguiar (delegação nº59)
Casa do FC Porto de Boticas (delegação nº121)
02/05/2008, Inauguração da Casa do FC Porto de Vila Real (foto: Frederico Correia)
Distrito de Viseu
Casa do FC Porto de Cinfães (delegação nº96)
Casa do FC Porto de Lamego (delegação nº54)
Casa do FC Porto de Moimenta da Beira (delegação nº70)
Casa do FC Porto - Dragões de Resende (delegação nº52)
Delegação do FC Porto em Castro Daire (delegação nº53)
Casa do FC Porto de Tondela (delegação nº118)
Região Autónoma dos Açores
Casa do FC Porto de São Miguel e Santa Maria - Ponta Delgada (delegação nº39)
Casa do FC Porto - Dragões do Faial - Horta (delegação nº82)
Casa do FC Porto da Ilha Terceira (delegação nº119)
Região Autónoma da Madeira
Casa do FC Porto da Madeira - Funchal (delegação nº68)
4) Dos estudos/sondagens efectuados nos últimos 15 anos, o único conhecido em que o Sporting aparece com um número de adeptos significativamente superior ao FC Porto, foi na sondagem encomendada pela Direcção do José Roquette (se bem me lembro à empresa Eurosondagem – Estudos de Opinião, S.A., de Rui Oliveira e Costa).
A ideia propagandeada em alguma comunicação social de que o Sporting é o único clube de dimensão comparável ao SLB e que o FC Porto é um “clube menor” não passa disso mesmo, propaganda.
Fontes:
Censos 2001, Instituto Nacional de Estatística, Estatísticas Demográficas, 2001
“Os Concelhos Portugueses 1992-2002”
WHO, Health For All Database, 2000
(continua, ‘O portismo no Mundo’)
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sábado, 27 de dezembro de 2008
Leandro não quer voltar ao FC Porto
Em Julho passado, pouco tempo depois de renovar com o FC Porto até Junho de 2010 e voltar a ser emprestado ao Palmeiras, Leandro decidiu reagir com um misto de humor e gozo a um propalado interesse do Bordéus:
«Bordéus? Isso é pilha errada. Acabei de renovar agora aqui com o Palmeiras, como vocês sabem muito bem, por seis meses. Tive de assinar três contratos, senão os portugueses não assinam, vou fazer o quê? Agora já apareceu isso aí, é novidade. Vamos aguardar, vamos ver».
Vale a pena recordar que Leandro da Silva Wanderley tem 29 anos (nasceu a 19/04/1979), mede 1,76m e foi contratado pelo FC Porto ao Cruzeiro em Janeiro de 2005, tendo jogado de azul e branco a 2ª metade da época 2004/05.
Normalmente o FC Porto é um clube onde há paciência e é dado tempo para os jogadores mostrarem o que valem (principalmente os estrangeiros), mas Leandro teve o azar de chegar no ano horribilis, em que a instabilidade tomou conta do clube e, tal como muitos outros nessa época, não foi feliz o que conduziu a uma série de empréstimos.
Primeiro de regresso ao Cruzeiro, em 2006, onde atravessou uma longa paragem de oito meses por lesão, o que na altura motivou até acusações ao Departamento Médico do FC Porto. Efectuou apenas 17 jogos pelo clube de Belo Horizonte.
Posteriormente, em Janeiro de 2007, foi emprestado ao Palmeiras. No "verdão" as coisas também não começaram bem, mas com a chegada de Wanderlei Luxemburgo “renasceu” tendo sido titular indiscutível durante todo o Brasileirão 2008 e inclusivamente marcado cinco golos.
Palmeiras x Santos do Brasileirão 2008 (narração de Nilson Cesar da Rádio Jovem Pan)
Palmeiras x Atlético-MG do Brasileirão 2008 (narração de Nilson Cesar da Rádio Jovem Pan)
Com a camisola do Palmeiras, para além de ter sido considerado o melhor lateral-esquerdo do Paulistão, Leandro recebeu outros prémios.
No dia 8 de Dezembro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) premiou os destaques do Campeonato Brasileiro de 2008 e elegeu os melhores jogadores para cada posição.
Na escolha para melhor lateral esquerdo, Leandro (Palmeiras) ficou em 2º lugar apenas atrás de Juan (Flamengo).
Na eleição para melhor meia direita, Ibson (Flamengo) ficou em 3º lugar atrás de Diego Souza (Palmeiras) e de Tcheco (Grémio).
No dia seguinte, 9 de Dezembro, foi a vez de a TV Gazeta entregar os Troféus Mesa Redonda, tendo Leandro sido escolhido como o melhor lateral esquerdo do Brasileirão.
Sabendo-se que o contrato de empréstimo de Leandro ao Palmeiras termina no dia 31 de Dezembro e das dificuldades que Jesualdo Ferreira tem tido em conseguir que um dos jogadores do plantel actual se imponha como lateral esquerdo, a hipótese de Leandro regressar ao FC Porto já na reabertura do mercado começou a ser falada de forma insistente.
As declarações do director do departamento de futebol do Palmeiras, Gennaro Marino Neto, feitas no dia 12 de Dezembro à Rádio Record reforçaram esta convicção:
«O Leandro já está connosco há dois anos e sentimos que há uma necessidade natural de reciclagem. Optamos por abrir mão dele para que tenha outras possibilidades de seguir carreira no Brasil ou no Porto, que exigiu o retorno do Leandro por não ter um bom jogador para o sector».
Não sei se Jesualdo Ferreira contava com o jogador, mas o próprio encarregou-se de se auto-excluir. Primeiro, em declarações feitas no dia 2 de Dezembro ao jornal Globo:
«Tenho conversado com a direcção para renovar o meu contrato com o Palmeiras. O Palmeiras tem a preferência na minha contratação, ou na prolongação do empréstimo, mas falta existir uma negociação com o F.C. Porto.
Eu já afirmei que estou muito feliz no Palmeiras e quero continuar por aqui. O meu objectivo é disputar a Copa Libertadores em 2009».
Mais recentemente, e para que não ficassem dúvidas sobre as suas intenções Leandro, que nunca trabalhou com Jesualdo Ferreira, afirmou quando confrontado com a possibilidade de regressar ao Porto em Janeiro:
“É complicado jogar no FC Porto. O treinador não gosta de brasileiros e o Ibson sabe muito bem disso. Nem ele, que foi campeão lá, foi aproveitado, quanto mais um jogador que ele não conhece e tem de conquistar o seu espaço”.
Estas declarações revelam um misto de idiotice e de calculismo.
Idiotice porque no onze titular do FC Porto jogam três brasileiros – Helton, Fernando e Hulk – além de que um dos laterais esquerdos mais utilizado nesta primeira metade da época também é brasileiro – Lino.
Calculismo porque me parece que com estas declarações o Leandro visa um objectivo claro: eliminar qualquer hipótese de regressar ao FC Porto, algo que ele nitidamente não quer.
A Taça dos Libertadores 2009 é mais importante que a Liga dos Campeões 2008/09?
É óbvio que não.
Então qual a razão de não querer voltar ao FC Porto?
Sinceramente, a questão do treinador parece-me um pretexto ridículo.
Perante isto, fico com uma dúvida: perante o carácter deste jogador, que já deviam conhecer bem, porque razão é que a SAD do FC Porto "obrigou" o Leandro a prolongar o contrato até 2010 e em Julho passado emprestou-o por apenas seis meses até 31/12/2008?
Qual era (é) a ideia?
Nota: Os negritos no texto são da minha responsabilidade.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Adeptos, um activo fundamental (I)
I. Sondagens e Estudos de opinião
Em Portugal fazem-se muitas sondagens sobre os mais diversos temas mas, curiosamente, não é habitual efectuarem-se sondagens sobre as preferências clubísticas dos portugueses e algumas que surgiram nos últimos anos foram encomendadas pelos próprios clubes (por exemplo, José Roquette encomendou uma quando era presidente do Sporting).
Entre as sondagens de que me lembro, uma das mais credíveis foi encomendada pelo jornal PÚBLICO, RTP e ANTENA 1 à Universidade Católica. Tendo sido efectuada nos dias 14 e 15 de Setembro de 1996, consistiu em 1582 entrevistas em dezasseis pontos de amostragem escolhidos aleatoriamente.
De acordo com essa sondagem, o Benfica reunia 35,1% das simpatias clubísticas, o Sporting 22,3% e o FC Porto 17,1%.
No entanto, na faixa etária entre os 18 e os 24 anos, o FC Porto reunia 25,2% das preferências, tendo já nessa altura ultrapassado o Sporting (apenas 20,8%).
Um dado interessante, revelador das paixões e ódios que o fenómeno futebolístico gera, era o facto de 24,1% dos entrevistados afirmarem odiar o FC Porto (agora devem ser muitos mais...). Aliás o FC Porto era mais odiado que o Benfica e o Sporting juntos (10,7% e 5,3%, respectivamente).
Sete anos mais tarde, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional encomendou à Deloitte a elaboração de um Estudo global do Futebol Português, o qual foi divulgado em Julho de 2003. Este estudo abrangeu diversos aspectos e, no que diz respeito aos adeptos, os números apurados foram os seguintes:
Benfica - 4,1 milhões (38,8%)
FC Porto - 2,6 milhões (24,4%)
Sporting - 2,1 milhões (20,2%)
Foi baseado nos números desta sondagem que, no início deste ano, o Instituto Datafolha do Brasil publicou o número de adeptos dos três maiores clubes portugueses, fazendo o mesmo para outros 10 países.
BRASIL - Pesquisa Datafolha, 2007
1. Flamengo - 32,6 milhões (17%)
2. Corinthians - 23 milhões (13%)
3. São Paulo - 15,3 milhões (8%)
ARGENTINA - Equis Investigación Social, 2006
1. Boca Juniors - 16,4 milhões (40,4%)
2. River Plate - 13,2 milhões (32,6%)
3. Independiente - 2,2 milhões (5,5%)
MÉXICO - Grupo Reforma, 2007
1. Chivas - 30,8 milhões (28%)
2. América - 26,4 milhões (24%)
3. Cruz Azul e Pumas - 13,2 milhões (12%)
ESPANHA - Centro de Investigaciones Sociológicas, 2007
1. Real Madrid - 13,2 milhões (32,7%)
2. Barcelona - 10,4 milhões (25,7%)
3. Valencia - 2,1 milhões (5,3%)
FRANÇA - Institut National de la Statistique et des Études Économiques (Insee), 2006
1. Marselha - 10,2 milhões (16%)
2. Lyon - 9,6 milhões (15%)
3. Paris Saint-Germain - 3,2 milhões (5%)
ITÁLIA - Instituto Demos-Eurisko, 2007
1. Juventus - 16,3 milhões (28%)
2. Milan - 13,4 milhões (23%)
3. Internazionale - 9,3 milhões (16%)
ALEMANHA - Sportfive (Agência de Marketing Desportivo), 2007
1. Bayern de Munique - 10,5 milhões (12,8%)
2. Werder Bremen - 5,7 milhões (6,9%)
3. Schalke 04 - 4,3 milhões (5,2%)
HOLANDA - TNS-NIPO, 2007
1. Ajax - 4,3 milhões (26%)
2. Feyenoord - 3,8 milhões (23%)
3. PSV - 2,1 milhões (13%)
INGLATERRA - Roy Morgan International, 2006
1. Manchester United - 4,2 milhões (6,9%)
2. Liverpool - 3,1 milhões (5,1%)
3. Arsenal - 2,6 milhões (4,35%)
JAPÃO - Video Research Ltd., 2006
1. Kashima Antlers - 12,3 milhões (9,7%)
2. Gamba Osaka - 11,9 milhões (9,4%)
3. Jubilo Iwata - 11,7 milhões (9,2%)
PORTUGAL - Liga Portuguesa de Futebol Profissional, 2003
1. Benfica - 4,1 milhões (38,8%)
2. Porto - 2,6 milhões (24,4%)
3. Sporting - 2,1 milhões (20,2%)
Nota: Em nenhum destes estudos foi considerado o número de adeptos de cada clube fora do seu país de origem.
Com todas as sondagens a desmentirem de forma taxativa o mito dos 6 milhões, a alternativa seria demonstrar a “grandiosidade” do SLB em termos mundiais. Vai daí, em Outubro de 2007 foi divulgado um "estudo" segundo o qual haverá 14 milhões de benfiquistas espalhados pelo Mundo.
14 milhões?!!!
Sim, e o “estudo” feito pela Vox Pop, com a colaboração do Instituto Nacional de Estatística e da Secretaria de Estado das Comunidades, até traz a sua decomposição por países.
Neste "estudo" acho particularmente interessante os 116790 que vivem na Indochina e, já agora, os 699 da Índia...
(continua, ‘Portismo: do Porto à conquista do País’)
Em Portugal fazem-se muitas sondagens sobre os mais diversos temas mas, curiosamente, não é habitual efectuarem-se sondagens sobre as preferências clubísticas dos portugueses e algumas que surgiram nos últimos anos foram encomendadas pelos próprios clubes (por exemplo, José Roquette encomendou uma quando era presidente do Sporting).
Entre as sondagens de que me lembro, uma das mais credíveis foi encomendada pelo jornal PÚBLICO, RTP e ANTENA 1 à Universidade Católica. Tendo sido efectuada nos dias 14 e 15 de Setembro de 1996, consistiu em 1582 entrevistas em dezasseis pontos de amostragem escolhidos aleatoriamente.
De acordo com essa sondagem, o Benfica reunia 35,1% das simpatias clubísticas, o Sporting 22,3% e o FC Porto 17,1%.
No entanto, na faixa etária entre os 18 e os 24 anos, o FC Porto reunia 25,2% das preferências, tendo já nessa altura ultrapassado o Sporting (apenas 20,8%).
Um dado interessante, revelador das paixões e ódios que o fenómeno futebolístico gera, era o facto de 24,1% dos entrevistados afirmarem odiar o FC Porto (agora devem ser muitos mais...). Aliás o FC Porto era mais odiado que o Benfica e o Sporting juntos (10,7% e 5,3%, respectivamente).
Sete anos mais tarde, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional encomendou à Deloitte a elaboração de um Estudo global do Futebol Português, o qual foi divulgado em Julho de 2003. Este estudo abrangeu diversos aspectos e, no que diz respeito aos adeptos, os números apurados foram os seguintes:
Benfica - 4,1 milhões (38,8%)
FC Porto - 2,6 milhões (24,4%)
Sporting - 2,1 milhões (20,2%)
Foi baseado nos números desta sondagem que, no início deste ano, o Instituto Datafolha do Brasil publicou o número de adeptos dos três maiores clubes portugueses, fazendo o mesmo para outros 10 países.
BRASIL - Pesquisa Datafolha, 2007
1. Flamengo - 32,6 milhões (17%)
2. Corinthians - 23 milhões (13%)
3. São Paulo - 15,3 milhões (8%)
ARGENTINA - Equis Investigación Social, 2006
1. Boca Juniors - 16,4 milhões (40,4%)
2. River Plate - 13,2 milhões (32,6%)
3. Independiente - 2,2 milhões (5,5%)
MÉXICO - Grupo Reforma, 2007
1. Chivas - 30,8 milhões (28%)
2. América - 26,4 milhões (24%)
3. Cruz Azul e Pumas - 13,2 milhões (12%)
ESPANHA - Centro de Investigaciones Sociológicas, 2007
1. Real Madrid - 13,2 milhões (32,7%)
2. Barcelona - 10,4 milhões (25,7%)
3. Valencia - 2,1 milhões (5,3%)
FRANÇA - Institut National de la Statistique et des Études Économiques (Insee), 2006
1. Marselha - 10,2 milhões (16%)
2. Lyon - 9,6 milhões (15%)
3. Paris Saint-Germain - 3,2 milhões (5%)
ITÁLIA - Instituto Demos-Eurisko, 2007
1. Juventus - 16,3 milhões (28%)
2. Milan - 13,4 milhões (23%)
3. Internazionale - 9,3 milhões (16%)
ALEMANHA - Sportfive (Agência de Marketing Desportivo), 2007
1. Bayern de Munique - 10,5 milhões (12,8%)
2. Werder Bremen - 5,7 milhões (6,9%)
3. Schalke 04 - 4,3 milhões (5,2%)
HOLANDA - TNS-NIPO, 2007
1. Ajax - 4,3 milhões (26%)
2. Feyenoord - 3,8 milhões (23%)
3. PSV - 2,1 milhões (13%)
INGLATERRA - Roy Morgan International, 2006
1. Manchester United - 4,2 milhões (6,9%)
2. Liverpool - 3,1 milhões (5,1%)
3. Arsenal - 2,6 milhões (4,35%)
JAPÃO - Video Research Ltd., 2006
1. Kashima Antlers - 12,3 milhões (9,7%)
2. Gamba Osaka - 11,9 milhões (9,4%)
3. Jubilo Iwata - 11,7 milhões (9,2%)
PORTUGAL - Liga Portuguesa de Futebol Profissional, 2003
1. Benfica - 4,1 milhões (38,8%)
2. Porto - 2,6 milhões (24,4%)
3. Sporting - 2,1 milhões (20,2%)
Nota: Em nenhum destes estudos foi considerado o número de adeptos de cada clube fora do seu país de origem.
Com todas as sondagens a desmentirem de forma taxativa o mito dos 6 milhões, a alternativa seria demonstrar a “grandiosidade” do SLB em termos mundiais. Vai daí, em Outubro de 2007 foi divulgado um "estudo" segundo o qual haverá 14 milhões de benfiquistas espalhados pelo Mundo.
14 milhões?!!!
Sim, e o “estudo” feito pela Vox Pop, com a colaboração do Instituto Nacional de Estatística e da Secretaria de Estado das Comunidades, até traz a sua decomposição por países.
Neste "estudo" acho particularmente interessante os 116790 que vivem na Indochina e, já agora, os 699 da Índia...
(continua, ‘Portismo: do Porto à conquista do País’)
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Presentes de Natal...
Como um pouco de humor nunca fez mal a ninguém, aqui vão uns presentes de Natal para os frequentadores do 'Reflexão Portista'.
Vídeo 1: Luis Filipe Vieira, o Brasil e os abutres...
Coitado do "Gastar" Ramos! As saudades que nós temos dele...
Vídeo 2: 300 mil sócios ou vou-me embora...
... ias, ias, a gente sabe...
irão ter uma grande equipa para a Europa...
um Benfica imparável, não só em Portugal, mas pelo Mundo fora...
Vídeo 3: Kits para os pinguins
Uma sátira à obsessão de Luis Filipe Vieira de vender kits do SLB a tudo e todos.
Tão amigos que eles eram (o Vieira e o Valentim) e vejam lá como a coisa acabou...
Vídeo 4: Um benfiquista confuso...
Sem comentários...
Vídeo 5: Uma gaivota voava, voava...
Esta história (e comentários) pode ser recordada aqui.
Vídeo 6: SLB quase na Liga dos Campeões...
Uma sátira às tentativas desesperadas que o SLB fez durante meses, para entrar na Liga dos Campeões 2008/09 via secretaria.
A todos um Bom Natal!
Vídeo 1: Luis Filipe Vieira, o Brasil e os abutres...
Coitado do "Gastar" Ramos! As saudades que nós temos dele...
Vídeo 2: 300 mil sócios ou vou-me embora...
... ias, ias, a gente sabe...
irão ter uma grande equipa para a Europa...
um Benfica imparável, não só em Portugal, mas pelo Mundo fora...
Vídeo 3: Kits para os pinguins
Uma sátira à obsessão de Luis Filipe Vieira de vender kits do SLB a tudo e todos.
Tão amigos que eles eram (o Vieira e o Valentim) e vejam lá como a coisa acabou...
Vídeo 4: Um benfiquista confuso...
Sem comentários...
Vídeo 5: Uma gaivota voava, voava...
Esta história (e comentários) pode ser recordada aqui.
Vídeo 6: SLB quase na Liga dos Campeões...
Uma sátira às tentativas desesperadas que o SLB fez durante meses, para entrar na Liga dos Campeões 2008/09 via secretaria.
A todos um Bom Natal!
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Ontem, hoje e amanhã
Pré-Época: Independentemente de neste período os jogos não contarem para os pontos, não deixou de parecer estranho JF rodar muito a equipa, ensaiando vários jogadores para as posições que estávamos mais carenciados, em função das saídas do Paulo, do Zé e do Quaresma.
Normalmente colocava um onze numa parte e outro na segunda, fazendo combinações, porventura, experimentais para chegar à receita certa. Pareceu a quem não sabe da poda experiências a mais. Talvez não fosse, mas parecendo o treinador ter dúvidas é essa incerteza que transmite ao público, quer queira ou não. De facto, só passamos a ter um onze mais ou menos fixo, depois da 2º. Jornada, quando trocou Pedro por Rolando e encaixou Fernando como trinco.
Uma equipa em construção: O FCP integrou jogadores em todos os sectores e tenta jogar num 4x3x3 meio manco pois os homens que jogam nas alas não são extremos puros, e os defesas laterais não são propriamente especialistas no aproveitamento do corredor, ora pecando por excesso ora por diferença.
O lugar de defesa esquerdo parece um lugar maldito no nosso clube, pois não há quem aqueça no lugar.
A defesa tem oscilado e correu muito mal a substituição do Helton pelo Nuno. Uma coisa ganhou-se: deixou de haver dúvidas.
Sapu tem potencial, mas parece desconcentrar-se e não é uma certeza. Tendo transitado do centro da defesa para a faixa, tem sido a atacar que se tem mostrado mais. A defender dá muito as costas e é pouco agressivo. Vamos ver como vai evoluir. Rolando fixou-se e vai crescer. Bruno é uma máquina e Pedro é um defesa esquerdo que se defende em função da larga experiência que tem. Triste remedeio...
O meio campo com Fernando a trinco ainda não apresenta a mesma coordenação que tinha quando o Paulo Assunção era titular daquela posição mestra para o equilíbrio da equipa.
Fernando tem sido uma boa surpresa, mas falta-lhe experiência e um pouco mais de atrevimento. Ainda não advinha o lance e nem sempre parece ter o dom da ubiquidade. No futebol moderno, o trinco não se pode resguardar na zona central, a passar a bola para o defesa mais próximo. Tem de ser capaz de pisar outros terrenos e aparecer mais à frente, quer para pressionar o homem da bola, quer para criar vantagem numérica na zona de ataque.
Vi o Atlético de Madrid num dos últimos jogos e apercebi-me que o Paulo Assunção, sendo o homem de ligação, joga mais à frente que o fazia no FCP, toma mais iniciativas e até teve alguns passes de ruptura muito bons, dum dos quais saiu um golo do Atlético.
Fernando ainda não é esse homem, ainda treme bastante como aconteceu com o Arsenal, mas tem tudo para fazer um excelente campeonato e constituir uma bela surpresa. Para além disso, já deu para ver que pode ser deslocado para lateral direito - quando o treinador entender necessário – que dá conta do recado, e é portanto uma peça que se pode mexer para dar mais profundidade à equipa, sem a desequilibrar. Admirei-me com o facto do JF não o ter tentado no último jogo.
Meireles tem estado dentro da sua bitola. O problema tem sido Lucho. JF explicou que Lucho tem outro tipo de funções. É provável que tenha , mas o que surpreende é que quando joga com o registo anterior - o faz muito bem – só que dura muito pouco tempo.
Se calhar lembra-se que tem de jogar de outra maneira, engasga-se e a coisa não sai, com a fluência que fez dele o jogador mais valioso da época transacta.
Na frente o tridente ainda são apenas três dentes e nem sempre mordem como gostaríamos. Lisandro está abaixo do que valeu a época passada, embora continue a ser um elemento altamente valioso que parece perder protagonismo quando encostado há linha e fica sem espaço de manobra, uma vez que Hulk, com poder que tem, cobre e precisa de um largo espaço para fluir o seu tipo de jogo.
Rodriguez está melhor, mais metido no jogo, embora tenha alguma tendência para fugir para o centro e não seja forte a centrar.
Hulk uma revelação apesar de alguma irregularidade e alguma inexperiência táctica. Muito potente, merece ser egoísta, só se pede que não abuse. Com Lucho ao seu nível e a dividir melhor o jogo com este trio, acho que o rendimento do nosso ataque vai melhorar consideravelmente. É o nosso sector potencialmente mais forte. Há que o provar. Já.
Tomás Costa e Guarín podem ser a meu ver jogadores interessantes. A sua utilização tem sido irregular. Umas vezes parece que vão ter mais jogo e desaparecem; volta o Mariano e o Tarik, que desaparece de seguida. Deve ter a ver com o adversário e da forma como JF lê o jogo.
Pelé tem sido visto na Liga Intercalar. Não tem presença assegurada no banco. Ao que veio? Algumas destas perguntas terão a devida resposta nos próximos capítulos.
As estatísticas, não sendo tudo, dizem sempre qualquer coisa. Em 12 jornadas já esgotámos os 3 empates da época passada e apenas temos menos uma derrota que em toda a época anterior. Temos uma média de 1,66 golos marcados contra 2,00 de 2007/8, e uma média de 0,75 golos sofridos contra 0,43 em 2007/8. Estamos piores, as exibições tem sido dominadas pela intermitência. Em contra-partida estamos nas 4 provas, que ainda podemos ganhar.
E o futuro próximo: Em princípio a equipa só pode melhorar. A construção ainda não terá acabado, mas os jogadores conhecem-se melhor e provavelmente estarão mais aptos para desenvolver os trabalhos exigidos, pois já vamos com meio ano de rotinas. Os alicerces estão lançados, sustentados e, sendo assim (não se percebe que possa ser de outra maneira) , vamos crescer como equipa e ser mais competentes.
O recomeço será muito exigente: Nacional (f), Trofense (c), Braga (f), Belenenses (f) e SLB (c). Nos momentos mais difíceis temos sido mais capazes, e no Dragão já perdemos 5 pontos, num total de 12, com SLB (f), Rio Ave (f), Leixões (c), Naval (f) e Marítimo (c). Na CL depois de uma entrada muito tremida, conseguimos passar aos oitavos e ficar em 1º lugar na nossa série.
De qualquer forma e na minha opinião a equipa ainda não está coesa, nem suficientemente forte para estarmos muito optimistas. Além disso vamos atrás 2 pontos do SLB.
Mas, como o futuro próximo vai constituir uma empreitada complicada, e porque tem sido nessas circunstâncias que temos respondido melhor, temos bons motivos para confiar que se tivermos um bom recomeço, talvez as coisas se componham.
Normalmente colocava um onze numa parte e outro na segunda, fazendo combinações, porventura, experimentais para chegar à receita certa. Pareceu a quem não sabe da poda experiências a mais. Talvez não fosse, mas parecendo o treinador ter dúvidas é essa incerteza que transmite ao público, quer queira ou não. De facto, só passamos a ter um onze mais ou menos fixo, depois da 2º. Jornada, quando trocou Pedro por Rolando e encaixou Fernando como trinco.
Uma equipa em construção: O FCP integrou jogadores em todos os sectores e tenta jogar num 4x3x3 meio manco pois os homens que jogam nas alas não são extremos puros, e os defesas laterais não são propriamente especialistas no aproveitamento do corredor, ora pecando por excesso ora por diferença.
O lugar de defesa esquerdo parece um lugar maldito no nosso clube, pois não há quem aqueça no lugar.
A defesa tem oscilado e correu muito mal a substituição do Helton pelo Nuno. Uma coisa ganhou-se: deixou de haver dúvidas.
Sapu tem potencial, mas parece desconcentrar-se e não é uma certeza. Tendo transitado do centro da defesa para a faixa, tem sido a atacar que se tem mostrado mais. A defender dá muito as costas e é pouco agressivo. Vamos ver como vai evoluir. Rolando fixou-se e vai crescer. Bruno é uma máquina e Pedro é um defesa esquerdo que se defende em função da larga experiência que tem. Triste remedeio...
O meio campo com Fernando a trinco ainda não apresenta a mesma coordenação que tinha quando o Paulo Assunção era titular daquela posição mestra para o equilíbrio da equipa.
Fernando tem sido uma boa surpresa, mas falta-lhe experiência e um pouco mais de atrevimento. Ainda não advinha o lance e nem sempre parece ter o dom da ubiquidade. No futebol moderno, o trinco não se pode resguardar na zona central, a passar a bola para o defesa mais próximo. Tem de ser capaz de pisar outros terrenos e aparecer mais à frente, quer para pressionar o homem da bola, quer para criar vantagem numérica na zona de ataque.
Vi o Atlético de Madrid num dos últimos jogos e apercebi-me que o Paulo Assunção, sendo o homem de ligação, joga mais à frente que o fazia no FCP, toma mais iniciativas e até teve alguns passes de ruptura muito bons, dum dos quais saiu um golo do Atlético.
Fernando ainda não é esse homem, ainda treme bastante como aconteceu com o Arsenal, mas tem tudo para fazer um excelente campeonato e constituir uma bela surpresa. Para além disso, já deu para ver que pode ser deslocado para lateral direito - quando o treinador entender necessário – que dá conta do recado, e é portanto uma peça que se pode mexer para dar mais profundidade à equipa, sem a desequilibrar. Admirei-me com o facto do JF não o ter tentado no último jogo.
Meireles tem estado dentro da sua bitola. O problema tem sido Lucho. JF explicou que Lucho tem outro tipo de funções. É provável que tenha , mas o que surpreende é que quando joga com o registo anterior - o faz muito bem – só que dura muito pouco tempo.
Se calhar lembra-se que tem de jogar de outra maneira, engasga-se e a coisa não sai, com a fluência que fez dele o jogador mais valioso da época transacta.
Na frente o tridente ainda são apenas três dentes e nem sempre mordem como gostaríamos. Lisandro está abaixo do que valeu a época passada, embora continue a ser um elemento altamente valioso que parece perder protagonismo quando encostado há linha e fica sem espaço de manobra, uma vez que Hulk, com poder que tem, cobre e precisa de um largo espaço para fluir o seu tipo de jogo.
Rodriguez está melhor, mais metido no jogo, embora tenha alguma tendência para fugir para o centro e não seja forte a centrar.
Hulk uma revelação apesar de alguma irregularidade e alguma inexperiência táctica. Muito potente, merece ser egoísta, só se pede que não abuse. Com Lucho ao seu nível e a dividir melhor o jogo com este trio, acho que o rendimento do nosso ataque vai melhorar consideravelmente. É o nosso sector potencialmente mais forte. Há que o provar. Já.
Tomás Costa e Guarín podem ser a meu ver jogadores interessantes. A sua utilização tem sido irregular. Umas vezes parece que vão ter mais jogo e desaparecem; volta o Mariano e o Tarik, que desaparece de seguida. Deve ter a ver com o adversário e da forma como JF lê o jogo.
Pelé tem sido visto na Liga Intercalar. Não tem presença assegurada no banco. Ao que veio? Algumas destas perguntas terão a devida resposta nos próximos capítulos.
As estatísticas, não sendo tudo, dizem sempre qualquer coisa. Em 12 jornadas já esgotámos os 3 empates da época passada e apenas temos menos uma derrota que em toda a época anterior. Temos uma média de 1,66 golos marcados contra 2,00 de 2007/8, e uma média de 0,75 golos sofridos contra 0,43 em 2007/8. Estamos piores, as exibições tem sido dominadas pela intermitência. Em contra-partida estamos nas 4 provas, que ainda podemos ganhar.
E o futuro próximo: Em princípio a equipa só pode melhorar. A construção ainda não terá acabado, mas os jogadores conhecem-se melhor e provavelmente estarão mais aptos para desenvolver os trabalhos exigidos, pois já vamos com meio ano de rotinas. Os alicerces estão lançados, sustentados e, sendo assim (não se percebe que possa ser de outra maneira) , vamos crescer como equipa e ser mais competentes.
O recomeço será muito exigente: Nacional (f), Trofense (c), Braga (f), Belenenses (f) e SLB (c). Nos momentos mais difíceis temos sido mais capazes, e no Dragão já perdemos 5 pontos, num total de 12, com SLB (f), Rio Ave (f), Leixões (c), Naval (f) e Marítimo (c). Na CL depois de uma entrada muito tremida, conseguimos passar aos oitavos e ficar em 1º lugar na nossa série.
De qualquer forma e na minha opinião a equipa ainda não está coesa, nem suficientemente forte para estarmos muito optimistas. Além disso vamos atrás 2 pontos do SLB.
Mas, como o futuro próximo vai constituir uma empreitada complicada, e porque tem sido nessas circunstâncias que temos respondido melhor, temos bons motivos para confiar que se tivermos um bom recomeço, talvez as coisas se componham.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Equilíbrios
Desde o início da época que receio que hajam certos desequilíbrios neste plantel, e infelizmente a passagem do tempo não me tem sossegado nesse aspecto (já outros aspectos, como por exemplo a evolução da maturidade dos jogadores, tem-me agradado). Penso que alguns desses desequilíbrios ficaram evidentes no jogo contra o Marítimo.
Começo por dizer que penso que finalmente temos um médio de transição no banco que se pode considerar como minimamente à altura do desafio em caso de impedimento (ou baixa de forma) de R Meireles ou Lucho: refiro-me a Tomas Costa, que me parece ser um jogador à imagem daquilo que Jesualdo Ferreira pede de um médio de transição no FCP (e bem ao contrário de um Kaz ou Cech, olhando para a época passada). No entanto vejo alguns desequilíbrios na formação do plantel, ou dito de outra forma uma certa falta de flexibilidade...
1) Falta notória de qualidade nos defesas laterais, principalmente do lado esquerdo: quando temos dois laterais esquerdos de raíz no plantel aptos, e prefere-se mesmo assim adaptar um P Emanuel para um jogo em casa contra um Marítimo, penso que está tudo dito sobre a forma como (não) se investiu para esta posição, apesar de se ter investido no último defeso perto de 30 milhões no plantel. É urgente reforçarmo-nos nesta posição no Natal, não só para equilibrar a defesa como para paradoxalmente reforçar o ataque (precisamos de laterais que apoiem os extremos).
2) A ausência de criatividade: jogadores criativos com a bola nos pés é uma espécie em vias de extinção no FCP, e isso faz falta quando é preciso "furar" defesas bem organizadas. Penso que faz falta um verdadeiro médio ofensivo neste plantel, sendo Ibson a opção mais óbvia neste momento.
Neste momento os únicos jogadores q conseguem criar desequilíbrios individuais são Hulk (que ainda não tem bem a noção de quando deve passar a bola, embora a pouco e pouco vá melhorando) e Tarik (com muitos altos e baixos, infelizmente em baixo neste momento).
3) A insuficiência de extremos: falo aqui de verdadeiros extremos, i.e. jogadores que saibam alargar o jogo e ir à linha centrar (se for preciso). Rodriguez tem muita tendência para descair para o centro; Mariano não é certamente um verdadeiro extremo; Candeias faz a 1a época de senior, nunca tendo jogado anteriormente na I Liga, estando portanto demasiado verde para contar a sério; Tarik é entre os "adultos" o único verdadeiro extremo no plantel, mas infelizmente tem demasiados altos e baixos.
Ora sabendo-se que Jesualdo gosta acima de tudo de jogar em 4-3-3 (embora esteja agora a mudar um pouco de ideias, seja por convicção seja para remediar), isto deixa-me algo confuso.
Para além disso, não compreendo muito bem porque temos nas vagas para extremos (em forma lata) 3 para o lado direito (Candeias, Mariano e Tarik) e apenas um para o lado esquerdo.
4) A ausência de um verdadeiro ponta-de-lança no plantel: já agora, penso que temos a situação inédita neste momento de que todos os avançados que temos, medem menos de 1,80m. Suspeito que sejamos a única equipa do top100 europeu nessa situação, e não será por acaso. Dizem-me que Farías é um verdadeiro ponta-de-lança, mas infelizmente ainda não vi nada disso no ano e meio que ele cá está...
Penso que alguns destes desequilíbrios são corrigíveis ou mitigáveis a muito curto prazo, enquanto outros demorarão mais tempo; diga-se no entanto que nada disto abala a minha confiança de que temos equipa para conquistar o "tetra".
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
SMS do dia - XXVI
Qual é a lei do jogo que impõe que um guarda-redes que passe 90 minutos a perder tempo, só veja o amarelo ao minuto 91?
Tivemos o que merecemos
Desta vez começámos bem o jogo, mas só durou uns 15 minutos em que estivemos muito bem, que foi exactamente o tempo em que Lucho foi mesmo “El Comandante”, pautando todo o jogo do FCP, desta vez mais sobre a esquerda. Meireles postou-se, desta vez, do lado direito e creio que esse posicionamento teve mais a ver com as características do defesa de cada um dos lados. Pedro é um defesa esquerdo para fechar ao centro. Ora num jogo que era preciso construir e atacar, terá levado JF a colocar desse lado o nosso melhor play maker para equilibrar o flanco em termos qualitativos, apoiar as transições ofensivas de Rodriguez e colaborar nas missões defensivas junto do nosso defesa esquerdo, já que tacticamente é um jogador muito evoluído.
Lucho foi perdendo fulgor e a equipa rapidamente foi-se banalizando: não entrámos praticamente na grande área adversária, a não ser na sequência de bolas paradas. Aliás, nessa primeira parte todas as jogadas perigosas partiram de remates de meia distância e a melhor oportunidade saiu de um ressalto de bola, a partir da marcação de um canto, que sobrou para Bruno Alves que atirou por cima da barra.
Na 2ª parte entrámos bem, jogámos com mais intensidade, mas os lances de perigo raramente saíram de forma fluente. Mais uma vez fomos uma equipa muito intermitente. Não conseguimos desmontar o bom sistema do Marítimo, e assim torna-se muito difícil ganhar. Aliás, foi o Marítimo que nos colocou ainda mais problemas ao meter Djalma a jogar sobre o flanco direito do seu ataque.
Tivemos algumas oportunidades, mas tive sempre a convicção que só ganharíamos através de um golpe fortuito, pois nunca nos mostrámos suficientemente fortes para vencer os três centrais e raramente fomos capazes de atacar pelos flancos de forma a criar verdadeiro perigo.
A entrada de Mariano deu um safanão no jogo – entrou com vontade e tomou iniciativas – mas mais uma vez o FCP tentou de forma individualizada chegar à vitória. Colectivamente não fomos competentes e não me lembro de uma transição rápida capaz de colher o adversário em desvantagem.
Hulk não resolve sempre e pareceu-me menos possante (fadiga, talvez), Lisandro esteve longe do seu melhor e Rodriguez foi o mais perigoso, mas pelo bom aproveitamento nos lances aéreos.
Contra este tipo de equipa só jogando com alta intensidade e uma pressão permanente se pode desfazer a muralha.
Claro que um lance genial ou um lance feliz pode resolver um jogo, mas tal como nos desafios anteriores que vencemos, continuo a achar que o FCP está longe de ser uma equipa forte colectivamente, e hoje se tivemos oportunidades de golo poderia dizer que o adversário também as teve e não foram tão poucas.
Acho o empate justo, uma má arbitragem que não teve influência no resultado, mas que ajuda a este futebol empastelado, cheio de interrupções, repetições, admoestações e uma dualidade de critérios que acaba por beneficiar quem joga para não perder. Uma arbitragem antipática e conflituosa, num jogo difícil em que o árbitro quis ser o principal protagonista.
Como nota final, não entendo a entrada de Farías tão perto do fim do jogo, e mais uma vez lamento um Lucho tão ausente na fase de construção. Creio – a não ser que Meireles estivesse estourado – que talvez fosse mais acertada a saída de Lucho.
Pedro Emanuel a defesa esquerdo num jogo como este, diz bem do desequilíbrio do nosso plantel.
Este era um jogo para ganhar nesta viragem do ano. Mais uma vez não ganhámos um jogo tão importante, num momento decisivo. Os 40.000 adeptos mereciam um melhor espectáculo, um jogo mais entretido e um melhor resultado. Fica para a próxima.
E por favor, tenham um BOM NATAL!
Lucho foi perdendo fulgor e a equipa rapidamente foi-se banalizando: não entrámos praticamente na grande área adversária, a não ser na sequência de bolas paradas. Aliás, nessa primeira parte todas as jogadas perigosas partiram de remates de meia distância e a melhor oportunidade saiu de um ressalto de bola, a partir da marcação de um canto, que sobrou para Bruno Alves que atirou por cima da barra.
Na 2ª parte entrámos bem, jogámos com mais intensidade, mas os lances de perigo raramente saíram de forma fluente. Mais uma vez fomos uma equipa muito intermitente. Não conseguimos desmontar o bom sistema do Marítimo, e assim torna-se muito difícil ganhar. Aliás, foi o Marítimo que nos colocou ainda mais problemas ao meter Djalma a jogar sobre o flanco direito do seu ataque.
Tivemos algumas oportunidades, mas tive sempre a convicção que só ganharíamos através de um golpe fortuito, pois nunca nos mostrámos suficientemente fortes para vencer os três centrais e raramente fomos capazes de atacar pelos flancos de forma a criar verdadeiro perigo.
A entrada de Mariano deu um safanão no jogo – entrou com vontade e tomou iniciativas – mas mais uma vez o FCP tentou de forma individualizada chegar à vitória. Colectivamente não fomos competentes e não me lembro de uma transição rápida capaz de colher o adversário em desvantagem.
Hulk não resolve sempre e pareceu-me menos possante (fadiga, talvez), Lisandro esteve longe do seu melhor e Rodriguez foi o mais perigoso, mas pelo bom aproveitamento nos lances aéreos.
Contra este tipo de equipa só jogando com alta intensidade e uma pressão permanente se pode desfazer a muralha.
Claro que um lance genial ou um lance feliz pode resolver um jogo, mas tal como nos desafios anteriores que vencemos, continuo a achar que o FCP está longe de ser uma equipa forte colectivamente, e hoje se tivemos oportunidades de golo poderia dizer que o adversário também as teve e não foram tão poucas.
Acho o empate justo, uma má arbitragem que não teve influência no resultado, mas que ajuda a este futebol empastelado, cheio de interrupções, repetições, admoestações e uma dualidade de critérios que acaba por beneficiar quem joga para não perder. Uma arbitragem antipática e conflituosa, num jogo difícil em que o árbitro quis ser o principal protagonista.
Como nota final, não entendo a entrada de Farías tão perto do fim do jogo, e mais uma vez lamento um Lucho tão ausente na fase de construção. Creio – a não ser que Meireles estivesse estourado – que talvez fosse mais acertada a saída de Lucho.
Pedro Emanuel a defesa esquerdo num jogo como este, diz bem do desequilíbrio do nosso plantel.
Este era um jogo para ganhar nesta viragem do ano. Mais uma vez não ganhámos um jogo tão importante, num momento decisivo. Os 40.000 adeptos mereciam um melhor espectáculo, um jogo mais entretido e um melhor resultado. Fica para a próxima.
E por favor, tenham um BOM NATAL!
domingo, 21 de dezembro de 2008
O incrivel Hulk
Hulk na apresentação da equipa aos adeptos do FC Porto (foto: De Trivela)
Quatro meses depois de ter chegado ao FC Porto, começam a conhecer-se algumas histórias sobre o "incrível Hulk" e é interessante verificar como, entretanto, a generalidade das opiniões mudou (incluindo a minha, já agora...).
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«Hulk chegou ao FC Porto vindo do Japão por 5.5 milhões de euros, quantia que comprou apenas metade do passe que estava na posse do empresário Juan Figger ou de um clube ligado a ele. Mas o jogador brasileiro queria mesmo vir para o Dragão, onde chegou a treinar ainda com 16 anos, e por isso os portistas conseguiram o seu concurso - ele fez mesmo questão de voltar ignorando outras propostas mais vantajosas. E ele já tinha um grande contrato no Japão, note-se.
Mas há uma história sobre Hulk ainda não contada em Portugal, porque o Verdy Tokyo, que era o clube em que ele jogava, chegou a pagar uma soma importante por Hulk e, afinal, ficou sem nada. O FC Porto parece não ter nada a ver com isso mas o clube de Tóquio queixa-se amargamente de ter sido enganado, embora um dos seus directores tenha sido provavelmente conivente com a suposta marosca.
Mas Hulk, como me diz um amigo meu japonês, era mesmo um fenómeno e levou literalmente sozinho o Tokyo Verdy da II à I Divisão japonesa e era já uma grande estrela - tanto que nem conseguia sair à rua em certas partes da capital japonesa, porque era logo assediado pelos adeptos.
Por isso o clube se queixa tanto, mas até ver não conseguiu nada porque o velho uruguaio Juan Figger é um empresário de grandes meios e grandes poderes. Há mais de 20 anos, recordo, emprestou ele Casagrande ao FC Porto, por seis meses, na época em que o clube conquistou a sua primeira Taça dos Campeões Europeus (1987).
Hulk é um jogador singular, tanto que às vezes joga mesmo... sozinho. Era um pouco assim no Tokyo Verdy, onde os colegas lhe agradeciam que resolvesse as coisas. E ele resolvia.
No FC Porto é um pouco diferente, como se compreende, mas já conquistou o seu espaço. Falta conquistar um lugar, mas para quem tem 22 anos isso não é o mais importante. A certeza com que eu fico é que quando Jesualdo Ferreira acertar o 4-4-2 com Hulk e Lisandro a entenderem-se na frente, essa dupla é fortíssima em tudo - rapidez, força, disponibilidade física e, sobretudo, remate à baliza.»
Manuel Queiroz
in De Trivela, 16/12/2008
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«Embora de uma forma extremamente moderada nunca deixei de expressar algum cepticismo quanto ao valor que a SAD do FC do Porto tinha pago por um jogador brasileiro, Hulk, goleador emérito... no Japão(!).
Hoje, passados pouco mais de quatro meses, não tenho qualquer problema em reconhecer que as minhas reticências eram infundadas.
Numa rápida análise 'custo-benefício' às aquisições feitas esta época pelos principais emblemas, o avançado portista surge claramente destacado como o mais rentável.»
António Boronha (ex-vice-presidente da FPF)
in 'António Boronha', 18/12/2008
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«[Hulk] está a tornar-se um caso sério no futebol português, não só pelas qualidades que possui, mas por estar a corrigir os seus defeitos.
Nos últimos jogos, tem sido um jogador menos individualista e parece ter percebido que, pondo as suas potencialidades ao serviço do colectivo, se torna melhor jogador e mais reconhecido.»
João Vieira Pinto
in O JOGO, 18/12/2008
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«Hulk fez mais um golaço na Reboleira, daqueles só ao alcance de um predestinado. Merece aplausos Jesualdo Ferreira e quem decidiu pagar o (muito) que o FC Porto pagou por metade do passe do brasileiro, bem como pela forma como a equipa está neste momento a mexer-se, integrando Hulk, Lisandro e Rodríguez.
Mas daí a convencerem-me de que tanta insistência em Mariano era para adaptar Hulk ao colectivo vai um salto que já não dou.»
António Tadeia
in DN, 20/12/2008
Nota: A selecção das fotos e os negritos nos textos são da minha responsabilidade
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