sábado, 28 de fevereiro de 2009
O Indómito Cruzado
"É mais difícil ser portista em Lisboa que muçulmano na Bósnia-Herzegovina"
É uma espécie de homem dos sete ofícios: advogado de formação, jornalista, comentador político, escritor, agora até actor – segundo creio, no papel do seu bisavô o 4º Conde de Mafra, D. Tomás de Mello Breyner, na serialização televisiva do seu romance “Equador” – e comentador portista do fenómeno futebolístico, coisa distinta de comentador de futebol, área reservada para iniciados, especialmente daqueles que conseguem ver coisas num jogo de futebol das quais nem os próprios treinadores das equipas em liça suspeitam.
Mas se os seus comentários políticos, embora de grande independência, se não distinguem pela subtileza, e se os seus romances ficam aquém dos dotes literários de sua mãe – como actor ignoro as suas qualidades - já como “comentador portista” Miguel Andresen Sousa Tavares, que viu a luz do dia na Invicta a 25 de Junho de 1950, tem-se distinguido pela acutilância e pela combatividade dignos de um filho do destemido político, jornalista e polemista Francisco Sousa Tavares.
Instalado por trás das “linhas inimigas” e sempre com a mira bem assestada à ignomínia e à desvergonha adversárias, este autêntico guerrilheiro azul-branco é na actualidade o maior defensor do F.C.Porto junto da opinião pública. Quer se trate do Apito Dourado ou sua versão sucedânea o Apito Final, das lágrimas de crocodilo de adeptos ou dirigentes da dupla da capital, ou simplesmente da vulgar discussão semanal acerca de off-sides e penalties – labirinto em que se perde grande parte da discussão futebolística em Portugal – Miguel Sousa Tavares lá está, à 3ª feira, de dentro de um dos principais redutos inimigos, pronto a pôr os pontos nos “ii” e a desmascarar a vilania e a hipocrisia.
Como herdou do pai um extraordinário espírito de independência, Miguel Sousa Tavares junta à impiedosa crítica do adversário uns remoques àquilo de que discorda na condução dos destinos do F.C. Porto, o que já lhe tem valido incompreensão e censura. Infelizmente, para alguns portistas o adepto “perfeito” do FCP, além de se atirar devidamente a “mouros” e quejandos, deve enaltecer tudo o que provém do clube e nunca nada criticar, especialmente se essas críticas podem ser lidas ou ouvidas por ouvidos inimigos.
Só que Miguel Sousa Tavares vem por atacado e não a retalho: se queremos ouvir a sua voz, tanto mais respeitada quanto a sua independência é reconhecida, se queremos ver a nossa dignidade ferida ser defendida pela sua destemida pena, temos também de aceitar que critique aquilo que ele descreve como os “contentores” de jogadores sul-americanos ou que hoje ache que o Alan, que ontem considerava um nabo, é quase um Cristiano Ronaldo. Outros há que descontraidamente se prestam ou prestariam ao papel de cronistas oficiosos, mas Miguel Sousa Tavares é completamente desprovido de temor reverencial e tiques de bajulador perante o poder, seja ele qual for.
Por minha parte espero que a pena nunca se lhe esmoreça e a voz firme nunca lhe fraqueje.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
O choradinho habitual dos “calimeros”...
O jogo FC Porto x E. Amadora, referente à 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, estava inicialmente marcado para o dia 4 de Março. Partindo deste princípio, e baseado nos regulamentos, a administração da FCP SAD solicitou à Liga de Clubes a antecipação do FC Porto x Sporting para sábado, 28 de Fevereiro, às 21h30 (72 horas após a conclusão do Sporting x Bayern Munique).
Entretanto, e paralelamente, FC Porto e Estrela Amadora tinham interesse no adiamento do jogo que iam disputar entre si.
No caso do E. Amadora, o adiamento do encontro permitia-lhes ter mais tempo entre a deslocação à Trofa (dia 1 de Março) e a recepção ao Braga (dia 7 de Março). Além disso, evitaria que os jogadores do Estrela tivessem de fazer três jogos numa semana, algo a que não estão habituados.
Relativamente ao FC Porto, ficava com mais tempo para preparar o jogo da 21ª jornada em Matosinhos e a segunda-mão dos oitavos-de-final da Champions, que se realiza no dia 11 de Março.
Neste sentido, ambos os clubes solicitaram o adiamento da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, para o dia 22 de Março, aproveitando o facto de nesse fim-de-semana haver uma paragem no campeonato (joga-se a final da Taça da Liga no dia 21).
Para além dos argumentos acima referidos, o facto do dia 22 de Março ser um domingo e de nesse dia não haver mais jogos, certamente contribuirá para que o Estádio do Dragão tenha uma melhor assistência do que teria no dia 4 de Março, o que significa também uma melhor receita de bilheteira, que será de 35 por cento para cada clube e 30 por cento para a FPF.
Só na tarde do dia 20 de Fevereiro, após conversas com o vice-presidente da FPF, Amândio de Carvalho, é que o FC Porto foi informado que o adiamento do jogo com o Estrela da Amadora obtivera autorização federativa.
Ora, nessa altura, já era impossível aceder à pretensão do Sporting para que o clássico fosse disputado no domingo (dia 1 de Março) em vez de ser no sábado (dia 28 de Fevereiro).
E porquê?
Por dois motivos. Em primeiro lugar o FC Porto já tinha vendido 10 mil bilhetes para um jogo agendado para sábado à noite. Em segundo lugar, devido ao Regulamento de Competições da Liga. Segundo a alínea 7 do artigo 15.º, «os pedidos de alteração têm de dar entrada nos serviços da Liga até às 18 horas do décimo dia anterior ao da data fixada no programa inicial de jogos (...) sendo liminarmente indeferidos os pedidos que sejam recebidos fora do prazo».
Todos estes factos são claros e tudo isto é do domínio público e, obviamente, conhecido pelo Sporting. Contudo, isso não impediu um vice-presidente da SAD leonina, Miguel Ribeiro Teles, de vir a público com as queixinhas habituais, dizendo ter-se sentido enganado pelos responsáveis do FC Porto, quando, depois de confirmado o adiamento do encontro da Taça de Portugal, com o E. Amadora, os portistas não tentaram satisfazer o desejo dos leões de jogar apenas no domingo.
Em declarações ao site oficial do Sporting, afirmou:
“Ninguém do FC Porto nos disse que o jogo com o E. Amadora tinha sido objecto de um acordo de adiamento, ao que julgamos saber, formalizado num requerimento datado de dia 19, cinco dias antes do anúncio público da nova data. O FC Porto quis tirar o proveito desportivo do facto de poder jogar no sábado, tentando aproveitar a circunstância de poder gozar de mais um dia de descanso do que o Sporting, refugiando-se nos regulamentos, mesmo quando sabia que o argumento principal invocado para a antecipação do jogo já não era válido.
O Sporting viu-se na contingência regulamentar de ter de aceitar a antecipação do jogo para sábado, tendo preferido jogar às 20.30, uma vez que tinha de viajar para Lisboa”.
Pelos vistos, e para além de gostarem de fazer o papel de calimeros, os administradores do Sporting desconhecem o Regulamento de Competições da Liga. Registo.
Quanto ao facto dos jogadores portistas poderem gozar de mais um dia de descanso do que os sportinguistas, isso seria sempre incontornável, quer o jogo fosse no sábado ou no domingo, porque o FC Porto jogou com o Atlético de Madrid na 3ª feira passada, enquanto que o Sporting recebeu o Bayern 24 horas depois. O melhor é queixarem-se à UEFA...
Foto: Record
Entretanto, e paralelamente, FC Porto e Estrela Amadora tinham interesse no adiamento do jogo que iam disputar entre si.
No caso do E. Amadora, o adiamento do encontro permitia-lhes ter mais tempo entre a deslocação à Trofa (dia 1 de Março) e a recepção ao Braga (dia 7 de Março). Além disso, evitaria que os jogadores do Estrela tivessem de fazer três jogos numa semana, algo a que não estão habituados.
Relativamente ao FC Porto, ficava com mais tempo para preparar o jogo da 21ª jornada em Matosinhos e a segunda-mão dos oitavos-de-final da Champions, que se realiza no dia 11 de Março.
Neste sentido, ambos os clubes solicitaram o adiamento da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, para o dia 22 de Março, aproveitando o facto de nesse fim-de-semana haver uma paragem no campeonato (joga-se a final da Taça da Liga no dia 21).
Para além dos argumentos acima referidos, o facto do dia 22 de Março ser um domingo e de nesse dia não haver mais jogos, certamente contribuirá para que o Estádio do Dragão tenha uma melhor assistência do que teria no dia 4 de Março, o que significa também uma melhor receita de bilheteira, que será de 35 por cento para cada clube e 30 por cento para a FPF.
Só na tarde do dia 20 de Fevereiro, após conversas com o vice-presidente da FPF, Amândio de Carvalho, é que o FC Porto foi informado que o adiamento do jogo com o Estrela da Amadora obtivera autorização federativa.
Ora, nessa altura, já era impossível aceder à pretensão do Sporting para que o clássico fosse disputado no domingo (dia 1 de Março) em vez de ser no sábado (dia 28 de Fevereiro).
E porquê?
Por dois motivos. Em primeiro lugar o FC Porto já tinha vendido 10 mil bilhetes para um jogo agendado para sábado à noite. Em segundo lugar, devido ao Regulamento de Competições da Liga. Segundo a alínea 7 do artigo 15.º, «os pedidos de alteração têm de dar entrada nos serviços da Liga até às 18 horas do décimo dia anterior ao da data fixada no programa inicial de jogos (...) sendo liminarmente indeferidos os pedidos que sejam recebidos fora do prazo».
Todos estes factos são claros e tudo isto é do domínio público e, obviamente, conhecido pelo Sporting. Contudo, isso não impediu um vice-presidente da SAD leonina, Miguel Ribeiro Teles, de vir a público com as queixinhas habituais, dizendo ter-se sentido enganado pelos responsáveis do FC Porto, quando, depois de confirmado o adiamento do encontro da Taça de Portugal, com o E. Amadora, os portistas não tentaram satisfazer o desejo dos leões de jogar apenas no domingo.
Em declarações ao site oficial do Sporting, afirmou:
“Ninguém do FC Porto nos disse que o jogo com o E. Amadora tinha sido objecto de um acordo de adiamento, ao que julgamos saber, formalizado num requerimento datado de dia 19, cinco dias antes do anúncio público da nova data. O FC Porto quis tirar o proveito desportivo do facto de poder jogar no sábado, tentando aproveitar a circunstância de poder gozar de mais um dia de descanso do que o Sporting, refugiando-se nos regulamentos, mesmo quando sabia que o argumento principal invocado para a antecipação do jogo já não era válido.
O Sporting viu-se na contingência regulamentar de ter de aceitar a antecipação do jogo para sábado, tendo preferido jogar às 20.30, uma vez que tinha de viajar para Lisboa”.
Pelos vistos, e para além de gostarem de fazer o papel de calimeros, os administradores do Sporting desconhecem o Regulamento de Competições da Liga. Registo.
Quanto ao facto dos jogadores portistas poderem gozar de mais um dia de descanso do que os sportinguistas, isso seria sempre incontornável, quer o jogo fosse no sábado ou no domingo, porque o FC Porto jogou com o Atlético de Madrid na 3ª feira passada, enquanto que o Sporting recebeu o Bayern 24 horas depois. O melhor é queixarem-se à UEFA...
Foto: Record
Dragon Tour, um passeio a Madrid
Da Invicta a Madrid são cerca de 560 Km e praticamente todo o trajecto pode ser feito em auto-estrada (obviamente, para quem optar por ir de carro).
Esta situação, juntamente com o facto do Atlético Madrid x FC Porto se ter realizado no feriado de Carnaval, fez com que uma legião de portistas tivesse "invadido" Madrid.
Eu cheguei no domingo e dois dias antes do jogo era já notória a presença de centenas de portugueses na capital espanhola, principalmente nos locais mais turísticos. Viam-se (e ouviam-se) casais, famílias completas e grupos a falar português nos mais diversos locais, desde o Palácio Real ao Museu do Prado, passando pela Plaza Mayor ou pela Puerta del Sol. Para se ter uma ideia do entusiasmo, na manhã do dia do jogo cruzei-me com vários portistas que apreciavam os quadros fantásticos do Museu Thyssen-Bornemisza de cachecol do Fê-Cê-Pê ao pescoço.
Adeptos portistas na Plaza Mayor fazem a festa antes do jogo, 24/02/2009
Mas não era apenas o Atlético Madrid x FC Porto a despertar as atenções. No dia seguinte ia disputar-se o Real Madrid x Liverpool e, atendendo ao que é habitual, seria de esperar que fossem os ingleses a encher as ruas e praças madrilenas. Pois não foi isso que eu vi. Na terça-feira à tarde, ao passar pela Plaza Mayor viam-se, é verdade, grupos de supporters dos reds, mas a maioria dos adeptos, quer sentados nas esplanadas, quer animando o ambiente com cânticos, vestiam de azul-e-branco.
Ao fim da tarde, à ida para o estádio, encontramos no Metro um grupo de adeptos colchoneros, os quais, para além de perspectivarem uma derrota clara do FC Porto (devem ter lido as declarações do Paulo Assunção...), elegiam o Lucho como melhor jogador dos dragões. Desconheciam a capacidade do Hulk e fizeram alguns comentários jocosos quando eu lhes referi o nome do "super herói", mas logo nos primeiros segundos do jogo devem ter mudado de opinião...
Entramos no estádio - Fondo Norte, Porta 9 - por volta das 19h00, cerca de 1h45 antes de o jogo iniciar, sem ter havido qualquer problema. Ora, se por fora o Estádio Vicente Calderón já não impressiona (inclusivamente passa uma rua por baixo da bancada lateral do lado do rio Manzanares!), lá dentro é quase chocante a comparação com o Estádio do Dragão, tal a diferença nos acessos, bares de apoio (não existem!), limpeza, cadeiras, conforto e qualidade estrutural. Os espanhóis que vierem ao Dragão vão ficar de boca aberta.
Topo Norte do Estádio Vicente Calderón, local de entrada dos adeptos portistas
As equipas subiram ao relvado para o aquecimento, primeiro o Atlético e depois os dragões e apesar de os nossos terem feito o aquecimento no meio-campo oposto, ouviram-se bem as vozes dos cerca de 3 mil adeptos que foram de Portugal.
Quando os jogadores recolheram aos balneários, surge a primeira preocupação. As imagens nos ecrãs gigantes mostraram um Fucile em dificuldades e percebeu-se de imediato que não poderia jogar. Sabendo-se que as laterais são as posições onde a equipa é mais frágil, ficar sem o melhor defesa-lateral antes ainda do jogo começar não era um bom prenúncio.
Começa o jogo e logo no minuto inicial Hulk tem uma das suas arrancadas pela direita, passando por todos os adversários que lhe saíram ao caminho e centrando para Rodriguez, que à meia volta falha um golo fácil (pelo menos a nós, que estávamos atrás dessa baliza, pareceu-nos que era de fácil concretização...).
“Na Liga dos Campeões não se podem falhar golos destes”, comentei eu para o lado, longe de imaginar que haveríamos de falhar (ou o Léo Franco defender) cinco oportunidades ainda mais claras durante os restantes 89 minutos.
Lesão do Fucile no aquecimento; golo falhado no 1º minuto; golo sofrido ao minuto 3. Que balde de água fria! Bolas que é demais, os deuses não estão connosco esta noite, pensei eu com os meus botões.
Os deuses e o trio de arbitragem, que além de anular um golo limpinho aos 18’, mostrou um critério especial e pouco britânico na apreciação de várias jogadas de ataque do FC Porto, particularmente na forma, que chegou a ser ridícula, como interrompeu N (contra)ataques do FC Porto por supostas faltas cometidas por Hulk na disputa da bola.
Azar e arbitragem contra costuma ser uma mistura explosiva, mas a equipa soube dar a volta, obter o empate e continuar a pressionar os jogadores do Atlético no campo todo. Perante a exibição portista e a avalanche de oportunidades de golo criadas, os adeptos do Atlético, em silêncio, só queriam que o intervalo chegasse depressa, mas nos descontos da 1ª parte ainda iam ser premiados com um “regalo” do Helton.
Em vez de estar a ganhar confortavelmente por dois ou três golos de diferença, o FC Porto chegava ao intervalo a perder por 1-2.
Foram 15 minutos a carpir mágoas, em que a palavra INJUSTIÇA era a mais ouvida. Havia quem comparasse o Helton com o Baía (que raramente falhava nos grandes jogos), lamentasse o azar do Fucile ou a fragilidade dos dois laterais mas, principalmente, falava-se nos golos falhados, que ainda por cima tinham sido naquela baliza, mesmo ali à nossa frente.
Quanto aos ex-portistas, o Seitaridis não deu muito nas vistas e relativamente ao Paulo Assunção (os assobios que ouviu foram uma amostra do que o espera no Estádio do Dragão) a conclusão é que, afinal, não fazia falta nenhuma.
Começa a 2ª parte e o FC Porto entra novamente com o gás todo, apesar dos apanha bolas parecer terem recebido instruções ao intervalo para queimarem tempo.
Continuam as oportunidades de golo falhadas do lado azul-e-branco (que, neste jogo, foi mais azul bebé) e o treinador do Atlético, mais do que tentar ampliar a vantagem, começa a fazer substituições defensivas, para procurar preservar o milagroso resultado favorável de que os rojiblancos usufruíam.
O golo do empate acaba por surgir fixando o resultado num 2-2. O que antes da bola começar a rolar seria encarado como um bom resultado, no final do jogo soube a pouco, a muito pouco.
Jogadores do FC Porto agradecem aos adeptos... à distância (clique para ampliar)
Um apontamento final para o Cristian Rodriguez. Para além da atitude que demonstrou em campo (impressionantes os piques que fez quando o jogo já se aproximava do minuto 90), foi o único jogador que no final se aproximou dos adeptos. Outros houve que agradeceram, mas à distância, como se lhes custasse muito andarem 30 metros para irem junto à linha de fundo agradecer a quem fez mais de mil quilómetros para os apoiar.
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
A omissão ou a sanção
Que as relações entre a Federação de Basquetebol e o FC Porto não eram grande coisa, já se sabia.
Que o FC Porto entrou neste campeonato algo amuado, após a ameaça de abandonar a modalidade, já se sabia.
Que após entrar amuado, também não tem feito grande coisa dentro das 4 linhas, já se sabia.
Que o amuo após a taça de Portugal passou a zanga, também já se sabia e teve um primeiro epílogo nesta terça-feira de carnaval no jogo All Star (com a ausência dos jogadores do FCP). Não vou aqui discutir se os jogadores deviam ou não ter comparecido, o facto é que não compareceram.
Rematando:
Até aqui de acordo com o homem.
O problema é o que ele diz entre estas frases (in O Jogo):
Ora vamos lá ver se percebi, o regulamento é omisso, mas tem que ser aplicada uma sanção.
O facto de o conselho de disciplina ser independente da direcção, o facto de o regulamente ser omisso, pouco valem. A direcção ainda nem reuniu mas já está decidido: não se sabe qual é a sanção, mas tem de existir uma sanção.
Eu assim à primeira vista, preocupava-me em alterar os regulamentos, em assumir o meu erro ao fazer o regulamento e depois pensar em aplicá-lo aos próximos infractores.
Isto de "justiça" à peça e com rectroactivos, faz-me uma certa confusão. Livrámo-nos do Luís Santos no Andebol, mas parece que no Basquetebol ficou um belo aprendiz de feiticeiro.
Que o FC Porto entrou neste campeonato algo amuado, após a ameaça de abandonar a modalidade, já se sabia.
Que após entrar amuado, também não tem feito grande coisa dentro das 4 linhas, já se sabia.
Que o amuo após a taça de Portugal passou a zanga, também já se sabia e teve um primeiro epílogo nesta terça-feira de carnaval no jogo All Star (com a ausência dos jogadores do FCP). Não vou aqui discutir se os jogadores deviam ou não ter comparecido, o facto é que não compareceram.
Isto é a promoção da modalidade e os clubes não querendo estar aqui, não só se prejudicam, como prejudicam a imagem global do basquetebol.(...)Neste tipo de caso o regulamento é omisso
Rematando:
no futuro não poderá continuar a ser omisso
Até aqui de acordo com o homem.
O problema é o que ele diz entre estas frases (in O Jogo):
Isto é a promoção da modalidade e os clubes não querendo estar aqui, não só se prejudicam, como prejudicam a imagem global do basquetebol. À luz dos regulamentos, os clubes que participam no campeonato, têm de participar nas outras provas da federação. Amanhã [hoje], há reunião de direcção, a qual entregará o caso nas mãos do conselho de disiplina, de onde sairá uma sanção. Neste tipo de caso o regulamento é omisso e não sei qual será a sanção, mas no futuro não poderá continuar a ser omisso.
Ora vamos lá ver se percebi, o regulamento é omisso, mas tem que ser aplicada uma sanção.
O facto de o conselho de disciplina ser independente da direcção, o facto de o regulamente ser omisso, pouco valem. A direcção ainda nem reuniu mas já está decidido: não se sabe qual é a sanção, mas tem de existir uma sanção.
Eu assim à primeira vista, preocupava-me em alterar os regulamentos, em assumir o meu erro ao fazer o regulamento e depois pensar em aplicá-lo aos próximos infractores.
Isto de "justiça" à peça e com rectroactivos, faz-me uma certa confusão. Livrámo-nos do Luís Santos no Andebol, mas parece que no Basquetebol ficou um belo aprendiz de feiticeiro.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
SMS do dia - XXXIX
"O Atlético de Madrid é muito mais forte que o Futebol Clube do Porto", por P. Assunção (aka Judas).
Ahem... importa-se de repetir??
Ahem... importa-se de repetir??
Um Porto de Honra
Um bom resultado porque quem não marca sofre e quem dá brindes normalmente perde. Era uma tremenda “injustiça”, mas no futebol só ganha quem marca mais golos. Sempre atrás do prejuízo, aconteceu-nos de tudo numa exibição muito conseguida. Golos perdidos em série, um golo sofrido aos 3 minutos em que a defesa e Fernando concederam demasiado espaço e permitiram que o AM manobrasse sem a devida oposição, logo depois da primeira grande oportunidade desperdiçada por Rodriguez, um golo limpo invalidado, um frango a acabar a primeira parte, mais duas ocasiões de golo, uma delas quase escandalosa, no início da 2º. Parte, e finalmente o justo empate, numa excelente jogada de Cissokho que Lisandro, à matador, não desperdiçou desta vez.
Um bom resultado porque empatar fora 2-2, em provas a eliminar, é positivo. Bom resultado porque depois de tantas adversidades fomos capazes de ter aquela atitude que faz os campeões: solidariedade, espírito de equipa e luta pertinaz pelo melhor resultado. Depois, ainda tivemos a lesão de Sapu e a sua substituição por Pedro que manifestamente não serve para jogar naquele posto. É uma maldade que se lhe faz.
Grande jogo do FCP, apesar da ineficácia. O meio campo esteve melhor – Fernando deu bastante espaço na 1ª. parte e foi pouco agressivo nuns quantos lances – mas na segunda foi o esteio, quando as pilhas de Lucho e Meireles perderam alguma energia.
No ataque estivemos muito bem, com um Hulk entusiasmante, o melhor Rodriguez e Lisandro uns furos acima do que tem vindo a fazer na 1ª. Liga. Os centrais muito bem e até os laterais , acabaram em bom plano, bem acima do que têm produzido, depois de um início de jogo menos conseguido.
O FCP jogou como equipa e, desta vez, o colectivo foi superior à soma das partes, e quando assim é só temos que nos regozijar com o desempenho da equipa. Sinto muito que Helton nestes jogos decisivos falhe com alguma frequência, mas não tenho dúvidas que é o melhor guarda redes a actuar em Portugal.
A eliminatória está em jogo. A nós basta o zero a zero. Ao AM apenas marcar um golo. Uma eliminatória que creio vai continuar muito cerrada. Esperemos que a equipa continue no próximo sábado o excelente ensaio de hoje. Provámos este Porto e não queremos outro.
Uma palavra final para a equipa de arbitragem que foi demasiado caseira, quase sempre, e só não o foi numa jogada muita duvidosa de Sapu sobre Simão. Esperemos ter mais sorte no Dragão.
Força Porto!
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
A ditadura da Capital na comunicação social
«Pelo menos 181 jornalistas das redacções do Porto de vários órgãos de comunicação social perderam o emprego nos últimos cinco anos, 54 dos quais no despedimento colectivo anunciado quinta-feira pelo grupo Controlinveste, apurou esta sexta-feira a Lusa.
Justificado pelo grupo de Joaquim Oliveira com a «evolução acentuadamente negativa do mercado» e a «profunda quebra de receitas», o despedimento abrangeu um total de 75 jornalistas do «Jornal de Notícias» (JN), «Diário de Notícias» (DN), «O Jogo» e «24 Horas».
Destes, 54 (23 no JN, seis no DN, 15 no jornal «O Jogo» e 10 no «24 Horas») nas redacções do Porto destas publicações.
No caso do jornal «24 Horas» deixou mesmo de existir a delegação do Porto, com a saída de todos os jornalistas que a compunham.
Recentemente, foram também «convidados a sair» três jornalistas da Rádio Regional de Lisboa (Rádio Clube Português), do grupo Media Capital, no Porto.
O esvaziamento das redacções do Porto, de vários órgãos de comunicação social, já vem acontecendo há algum tempo, acompanhado do encerramento de publicações sedeadas na cidade, como «O Comércio do Porto».
Este jornal, que era o diário mais antigo do país, foi encerrado em Julho de 2005 pelo grupo que então o detinha, os espanhóis da Prensa Ibérica, que acabou também com «A Capital», um dos mais prestigiados títulos de Lisboa.
No caso d' «O Comércio do Porto» perderam o emprego 50 jornalistas.
Dois anos antes, em 2003, a estação televisiva NTV, um canal regional do Porto criado em 2001 através de uma parceria entre a PT Multimédia e a RTP, dispensou também 25 dos 37 jornalistas contratados a termo certo, tendo acabado por desaparecer para dar origem à actual RTPN, que absorveu os restantes profissionais.
Também em 2003 a Lusomundo Media/PT encerrou a redacção do Porto da revista Notícias Magazine, despedindo os quatro jornalistas que a compunham.
Em 2006 foi a vez de o jornal «Público» iniciar um processo de rescisões que resultou na saída de 11 jornalistas no Porto (incluindo os correspondentes de Aveiro, Famalicão, Braga e Vila Real), enquanto o semanário «Expresso» dispensou, em Junho de 2007, dois jornalistas na redacção da cidade.
A estes juntaram-se, em Agosto de 2008, mais 32 jornalistas de outros dos mais antigos diários portugueses, o portuense «O Primeiro de Janeiro», alvo de um processo de despedimento colectivo.»
Fonte: Agência Financeira
2009/01/16
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Nem faço comentários. Os factos falam por si.
Nota: A selecção das fotos e os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.
Justificado pelo grupo de Joaquim Oliveira com a «evolução acentuadamente negativa do mercado» e a «profunda quebra de receitas», o despedimento abrangeu um total de 75 jornalistas do «Jornal de Notícias» (JN), «Diário de Notícias» (DN), «O Jogo» e «24 Horas».
Destes, 54 (23 no JN, seis no DN, 15 no jornal «O Jogo» e 10 no «24 Horas») nas redacções do Porto destas publicações.
No caso do jornal «24 Horas» deixou mesmo de existir a delegação do Porto, com a saída de todos os jornalistas que a compunham.
Recentemente, foram também «convidados a sair» três jornalistas da Rádio Regional de Lisboa (Rádio Clube Português), do grupo Media Capital, no Porto.
O esvaziamento das redacções do Porto, de vários órgãos de comunicação social, já vem acontecendo há algum tempo, acompanhado do encerramento de publicações sedeadas na cidade, como «O Comércio do Porto».
Este jornal, que era o diário mais antigo do país, foi encerrado em Julho de 2005 pelo grupo que então o detinha, os espanhóis da Prensa Ibérica, que acabou também com «A Capital», um dos mais prestigiados títulos de Lisboa.
No caso d' «O Comércio do Porto» perderam o emprego 50 jornalistas.
Dois anos antes, em 2003, a estação televisiva NTV, um canal regional do Porto criado em 2001 através de uma parceria entre a PT Multimédia e a RTP, dispensou também 25 dos 37 jornalistas contratados a termo certo, tendo acabado por desaparecer para dar origem à actual RTPN, que absorveu os restantes profissionais.
Também em 2003 a Lusomundo Media/PT encerrou a redacção do Porto da revista Notícias Magazine, despedindo os quatro jornalistas que a compunham.
Em 2006 foi a vez de o jornal «Público» iniciar um processo de rescisões que resultou na saída de 11 jornalistas no Porto (incluindo os correspondentes de Aveiro, Famalicão, Braga e Vila Real), enquanto o semanário «Expresso» dispensou, em Junho de 2007, dois jornalistas na redacção da cidade.
A estes juntaram-se, em Agosto de 2008, mais 32 jornalistas de outros dos mais antigos diários portugueses, o portuense «O Primeiro de Janeiro», alvo de um processo de despedimento colectivo.»
Fonte: Agência Financeira
2009/01/16
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Nem faço comentários. Os factos falam por si.
Nota: A selecção das fotos e os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.
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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
SMS do dia - XXXVIII
Para as casas de apostas temos:
- 43% de probabilidade de nos qualificarmos
- 23% de ganharmos o jogo de amanhã
- 28% de empatarmos, mas 44% de estarmos empatados ao intervalo
- o resultado mais provável é 1-0 (marcado pelo Aguero), com 0-0 ao intervalo
- o Lisandro é o nosso marcador, senão temos o Farias para facturar
- 43% de probabilidade de nos qualificarmos
- 23% de ganharmos o jogo de amanhã
- 28% de empatarmos, mas 44% de estarmos empatados ao intervalo
- o resultado mais provável é 1-0 (marcado pelo Aguero), com 0-0 ao intervalo
- o Lisandro é o nosso marcador, senão temos o Farias para facturar
Tentativa de linchamento de Pinto da Costa
«Os processos vão sendo sucessivamente arquivados contra Pinto da Costa. Só avançará o "caso do envelope" ao árbitro Augusto Duarte, alegadamente recebido em casa do presidente do FC Porto na véspera de um jogo com o Beira-Mar, na época 2003/04.
Tudo isto significa pelo menos duas coisas: a primeira, e essencial, que convém o Ministério Público arranjar provas antes de acusar alguém;
segundo, que os julgamentos públicos são apenas uma parte da nova sociedade que construímos - e ainda bem que assim é. Mesmo quem, como eu, vê personificados no dirigente desportivo Pinto da Costa (e Valentim Loureiro, e Pimenta Machado) muitos dos males do futebol português não pode deixar de perceber que houve aqui uma tentativa de claro linchamento do ser humano.
Sejamos justos: a senhora Carolina Salgado, testemunha credível para acusar Pinto da Costa, o homem com quem viveu durante quase seis anos, não foi sequer processada quando no seu livro diz muito claramente que foi ela quem fez os contactos para mandar sovar um vereador de Gondomar, de seu nome Bexiga. O homem acabou, certamente por sorte, vivo, apesar de barbaramente agredido, mas a senhora ficou impune e tornou-se numa estrela do jornalismo-benfiquista militante. Diz agora um juiz que o testemunho não é credível. Ou seja, afinal a justiça tem lógica.»
João Marcelino, Director do DN, 14/02/2009
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Que o ex-director do Record e do 'Correio da Manhã' diga que "vê personificados no dirigente desportivo Pinto da Costa muitos dos males do futebol português" não surpreende.
Notável é que um jornalista com o passado de João Marcelino reconheça, em editorial, que houve uma tentativa de claro linchamento de Pinto da Costa.
E melhor ainda é o tom de indignação com que se refere ao facto de Carolina Salgado ter ficado impune (apesar de ter confessado um crime!) e de se ter transformado numa estrela do jornalismo-benfiquista militante.
"Jornalismo-benfiquista militante"? Isso existe?...
Já há cerca de um ano, em 5 de Abril de 2008, Marcelino tinha escrito coisas altamente incómodas, pondo em causa as verdades oficiais que muitos querem impingir:
«Pinto da Costa e Valentim Loureiro marcaram, para o bem e para o mal (na companhia de Pimenta Machado, ex-presidente do V. Guimarães), os últimos 25 anos do futebol português. Primeiro, retiraram-no de uma ditadura, a do Benfica dos anos 60 e 70, e devolveram-no à democracia alguns anos depois do 25 de Abril.
Pode agora parecer bizarro, mas eram os clubes de Lisboa, Benfica, Sporting e Belenenses, que em rotação escolhiam o presidente da FPF, e a partir daí todo o elenco. O Benfica chegou a ter o exclusivo dos bons jogadores (era vulgar serem chamados 13/14 futebolistas do clube aos jogos da selecção A!).
Mesmo as arbitragens, que na altura não tinham o escrutínio de uma comunicação plural, eram visivelmente tendenciosas.
E foi a partir do Norte, desse triângulo com o vértice maior nas Antas, que as coisas melhoraram.»
Sim, eu sei que nada disto é novidade, mas sabe melhor quando estas afirmações são feitas, são escritas (para memória futura), por alguém que nunca demonstrou qualquer simpatia pelo FC Porto (bem pelo contrário) e que fez toda a sua carreira em jornais da capital.
Nota: A selecção das fotos e os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.
Tudo isto significa pelo menos duas coisas: a primeira, e essencial, que convém o Ministério Público arranjar provas antes de acusar alguém;
segundo, que os julgamentos públicos são apenas uma parte da nova sociedade que construímos - e ainda bem que assim é. Mesmo quem, como eu, vê personificados no dirigente desportivo Pinto da Costa (e Valentim Loureiro, e Pimenta Machado) muitos dos males do futebol português não pode deixar de perceber que houve aqui uma tentativa de claro linchamento do ser humano.
Sejamos justos: a senhora Carolina Salgado, testemunha credível para acusar Pinto da Costa, o homem com quem viveu durante quase seis anos, não foi sequer processada quando no seu livro diz muito claramente que foi ela quem fez os contactos para mandar sovar um vereador de Gondomar, de seu nome Bexiga. O homem acabou, certamente por sorte, vivo, apesar de barbaramente agredido, mas a senhora ficou impune e tornou-se numa estrela do jornalismo-benfiquista militante. Diz agora um juiz que o testemunho não é credível. Ou seja, afinal a justiça tem lógica.»
João Marcelino, Director do DN, 14/02/2009
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Que o ex-director do Record e do 'Correio da Manhã' diga que "vê personificados no dirigente desportivo Pinto da Costa muitos dos males do futebol português" não surpreende.
Notável é que um jornalista com o passado de João Marcelino reconheça, em editorial, que houve uma tentativa de claro linchamento de Pinto da Costa.
E melhor ainda é o tom de indignação com que se refere ao facto de Carolina Salgado ter ficado impune (apesar de ter confessado um crime!) e de se ter transformado numa estrela do jornalismo-benfiquista militante.
"Jornalismo-benfiquista militante"? Isso existe?...
Já há cerca de um ano, em 5 de Abril de 2008, Marcelino tinha escrito coisas altamente incómodas, pondo em causa as verdades oficiais que muitos querem impingir:
«Pinto da Costa e Valentim Loureiro marcaram, para o bem e para o mal (na companhia de Pimenta Machado, ex-presidente do V. Guimarães), os últimos 25 anos do futebol português. Primeiro, retiraram-no de uma ditadura, a do Benfica dos anos 60 e 70, e devolveram-no à democracia alguns anos depois do 25 de Abril.
Pode agora parecer bizarro, mas eram os clubes de Lisboa, Benfica, Sporting e Belenenses, que em rotação escolhiam o presidente da FPF, e a partir daí todo o elenco. O Benfica chegou a ter o exclusivo dos bons jogadores (era vulgar serem chamados 13/14 futebolistas do clube aos jogos da selecção A!).
Três jogadores do célebre BSB - Benfica-Sporting-Belenenses - com Travaços (Sporting) ao meio, no dia em que Feliciano (Belenenses) e Rogério (Benfica) realizaram as suas festas de homenagem no Estádio Nacional (foto: Belenenses Ilustrado)
Mesmo as arbitragens, que na altura não tinham o escrutínio de uma comunicação plural, eram visivelmente tendenciosas.
E foi a partir do Norte, desse triângulo com o vértice maior nas Antas, que as coisas melhoraram.»
Sim, eu sei que nada disto é novidade, mas sabe melhor quando estas afirmações são feitas, são escritas (para memória futura), por alguém que nunca demonstrou qualquer simpatia pelo FC Porto (bem pelo contrário) e que fez toda a sua carreira em jornais da capital.
Nota: A selecção das fotos e os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.
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domingo, 22 de fevereiro de 2009
SMS do dia - XXXVII
F.C. Porto - Carvalhos 13-1
1º Lugar
F.C. Porto Ferpinta - Ovarense 59-80
8º Lugar
1º Lugar
F.C. Porto Ferpinta - Ovarense 59-80
8º Lugar
The absolute dominator in Portuguese football
Tal como já tinha sido referido no 'Reflexão Portista' em 3 de Janeiro passado, o FC Porto continua com o seu prestigio internacional intacto, como o atesta o convite (agora confirmado) para disputar a Peace Cup 2009, uma espécie de Mundialito de clubes e em que também já estão confirmadas as presenças do Olympique Lyonnais, Real Madrid, Sevilha, Liga de Quito (vencedor da última edição da Taça Libertadores) e Juventus.
A Peace Cup irá decorrer de 24 de Julho a 2 de Agosto e, para além dos prémios monetários de presença, em jogo estará o prestigio, dois milhões de euros para o vencedor, um milhão de euros para o finalista e 500 mil euros para os semi-finalistas vencidos.
Nada que se compare com o Torneio Guadiana...
No site oficial da Peace Cup e a propósito do FC Porto é dito o seguinte:
Ups! Isto é um resumo dos títulos ganhos pelo FC Porto em... Coreano.
Coreano?!
E eu que pensava que no extremo oriente só conheciam o SLB e o Eusébio...
The white and blue dragoes from Porto will add their name to the 2009 Peace Cup Andalucía. The Futebol Clube do Porto will be one of the twelve teams to take part in this competition with the clear goal of bringing the trophy to their already full cabinets.
We are talking about one of the historic clubs in the old continent, as their impressive list of titles shows: 27 national leagues, 17 Portuguese Cups, 2 UEFA Champions Leagues, 2 Intercontinental Cups, 1 UEFA Cup and 1 UEFA Super Cup. At the moment Porto is at the top of the “Liga Sagres” one point ahead of Benfica, whom they are facing this weekend at the “Estadio do Dragão”, in a duel vital for the title’s race.
Founded on the 28th of September 1983, their first president was Antonio Nicolau de Almeida. Given the close relationship between the city of Porto and wine, it’s not surprising that Nicolau de Almeida was a wine merchant who discovered football in a business trip to England.
F.C. Porto’s early years weren’t easy. It wasn’t until 1906, under the presidency of José Monteira da Costa, that the club added new sports to their activities, buying their own headquarters a year later. Their logo was designed in 1910 and their first sporting grounds would arrive three years later, in 1913.
Step by step, F.C. Porto continued their growth, becoming the team of reference in the north of Portugal. They won the Championship of Portugal (predecessor of the Portuguese Cup) four times between 1922 and 1937 and their first league title came in 1935. Soon after they would uphold the league title two consecutive years, 1938/39 and 1939/1940. The star of the team during those years was Artur the Sousa, also known as Pinga, a legend in Portuguese football, born in the city of Funchal (same place that, years later, would see the birth of today’s Portuguese football icon, Cristiano Ronaldo). Pinga’s scoring records would make any current striker question their own ability: 394 goals in 400 games. After his retirement as player, Pinga went on to coach in different categories of the club, until he passed away in 1963.
The good sporting record allowed Porto the construction of their own stadium. The grown breaking of the stadium Das Antas took place in 1949, the inauguration happened on the 28th of May 1952. Das Antas was the dragoes’ sanctuary until 2004. With Nuno Pinto da Costa as president and in order to host the Eurocup, the club built its new stadium just 200 metres away from Das Antas. The “Estadio do Dragão” was venue of the inauguration game of the 2004 Eurocup. Not long before Porto had opened their training facilities in Vila Nova de Gaida, considered one of the most modern and complete in the world.
Despite their sporadic victories, Porto lived many years under the long shadow of the Lisbon teams. Their fans had to wait until 1956 to see Porto in their first European competition. However, it wasn’t until the 70s that Porto reached its fullest potential. Two names are carved in the history of Porto as the facilitators of many of their victories, the coach José María Pedroto and the striker Fernando Gomes, top European scorer in 1983 and 1986.
In 1984, Porto lost to Juventus their first European final in Basel. However, they didn’t have to wait too long to claim their first Champions League title in 1987 against Bayern Munich (2-1), with Paolo Futre (another legendary playerin Portuguese football) scoring their first goal and a second goal, one of the most famous in the history of football, by the Argelian Rabah Madjer. Their winning strike did not end there and that same year the dragoes won the Intercontinental Cup and the European Supercup.
After a trophy draught that lasted fifteen years, Porto, under the charismatic direction of José Mourinho, returned to the top of European football in 2003, beating Glasgow Celtic (3-2) in the UEFA Cup final in the Olympic Stadium in Seville (same place where 5 Peace Cup games will take place). A year later the dragoes won their second Champions League when they defeated Monaco 3-0 in Gelsenkirchen. Months later, with the Spanish coach Victor Fernández on the bench, they went on to win their second Intercontinental Cup.
In the last three decades Porto has win the absolute dominator in Portuguese football, as shown by their five consecutive league titles from 1995 to 1999 (under the direction of Bobby Robson, António Oliveira and Fernando Santos). In their new golden age the Brazilian striker Mario Jardel won the European Golden Boot in 1999 (no other player in the Portuguese league had achieved such an honor since Fernando Gomes).
Nowadays, the dragoes are still the side to beat in Portugal. Their coach Jesualdo Ferreira has achieved a superb blend of experienced and young players, with a very representative amount of Argentinean players. It is one of the Argentines, Lucho González, the star of this new Porto, whose first big challenge will be to face At. Madrid in the UEFA Champions League 8th finals.
SMS do dia - XXXVI
Programa Zona Mista, RTPN, Sábado, 2009/02/21
O seu clube saiu derrotado de Alvalade e o gordo sabujo descontrolou-se por completo. Para variar desatou a vomitar a sua verborreia habitual anti-FC Porto, desta vez com uma conjectura sobre penalties. Após acalorada discussão com o jornalista Bruno Prata, chegou ao ponto de fazer insinuações torpes relativamente aos dois restantes intervenientes do programa. As palavras empregues caracterizam muito bem a personagem que as proferiu.
A este apontamos o mesmo caminho que ao Conduto. Perdeste? Então incha porco.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Fundamentalismo anti-Porto
Olhando para o título deste artigo e para a foto anterior, poder-se-ia pensar que iria escrever um texto sobre os "talibans" da comunicação social lisboeta, onde avultam nomes como Alfredo Farinha, Rui Cartaxana, José Manuel Delgado, João Querido Manha, Jorge Baptista ou Octávio Ribeiro.
Puro engano. Este texto é sobre os "moderados", aqueles que vendo a realidade com óculos verdes e vermelhos, não tinham por hábito deixar extravasar o seu anti-portismo nas prosas que escreviam. E digo não tinham porque isso está a mudar, conforme se constata nos dois exemplos seguintes.
«António Oliveira avisou que a eliminação do Vitória de Guimarães era a mesma coisa que arrebatar o Euromilhões, fazendo contas a uma frutuosa distribuição da receita de bilheteira aquando da visita ao Estádio do Dragão. O dirigente dos tricolores, estranhamente, nunca falou na possibilidade de o clube chegar à final, vencê-la, e aí sim, embolsar um milhão de euros. Bem vistas as coisas, quem ganhou o Euromilhões foi o FC Porto. Mandou Tengarrinha para a Reboleira e já garantiu a contratação de um tal Silvestre Varela. Isto, claro, se Varela não estragar o negócio em plena meia-final...»
João Rosado, DN, 20/02/2009
Para o ex-responsável em 'O JOGO' da secção do SLB, comentador da SportTv e agora também jornalista do DN, é "estranho" que antes de disputar os quartos-de-final da Taça de Portugal, o presidente do E. Amadora apenas tenha falado na perspectiva de receita que resultaria da vitória nesse jogo.
Será falta de ambição?
Não, é suspeição, ao velho estilo vocês sabem do que eu estou a falar. Lendo o texto completo, percebe-se que a insinuação subjacente é que dadas as boas relações com o FC Porto, o E. Amadora irá facilitar nos dois jogos das meias-finais. Será isso que está na cabecinha deste João Rosado (será mais um João Avermelhado)?
Já agora, e fazendo o paralelo com a Liga dos Campeões, não será suspeito o facto de os dirigentes do FC Porto e Sporting não terem já feito contas ao que ganhariam na LC se chegassem à final?
«Negativo - Jorge Sousa terá estado bem no golo invalidado ao Paços, mas o penálti resulta de um carrinho perfeitamente lícito de Ricardo, que só depois entrou em contacto com as pernas de Hulk.»
Nuno Madureira, DN, 21/02/2009
Ou seja, segundo o director-adjunto do site Maisfutebol, o árbitro "terá estado bem no golo invalidado ao Paços" (terá, porque ele ainda tem dúvidas), mas no penálti claríssimo sobre o Hulk, que os ex-árbitros do 'Tribunal de O JOGO' consideram inequívoco, ele acha que é "um carrinho perfeitamente lícito".
Pois, este artista não vai de carrinho, por este andar ele vai é um dia destes cair de pára-quedas num sitio melhor que o Maisfutebol...
Temos de estar preparados para a "guerra" total, até porque, do outro lado, já não há "moderados"...
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A cimentar a liderança
Em jornada de grandes decisões, a deslocação azul e branca à Mata Real afigurava-se crucial para a afirmação de liderança da equipa e um possível cimentar do primeiro lugar no campeonato. A vitória teve tanto de justa como difícil, com o Paços de Ferreira a comprovar o seu futebol positivo, num terreno em que por norma só leva para casa os 3 pontos quem joga nos limites.
Para não variar, Hulk voltou a fazer das suas e arrastou o FC Porto para a vitória. Os adjectivos para qualificar o rol de qualidades deste Brasileiro que purgou na inócua 2ª divisão do Japão escasseiam, pois tantas e variadas são as formas deste atleta virar do avesso uma partida.
O FC Porto entrou bastante bem neste encontro, desenvolvendo um futebol de boa qualidade, em posse de bola (coisa rara na equipa de Jesualdo). O golo que deu vantagem aos portistas surgiu de forma natural, pelo pé do herói acima citado. A equipa não abrandou o ritmo e pouco depois Farías teve na cabeça o 2º golo, mas atirou para fora (mal o auxiliar que deveria ter marcado fora de jogo).
O Paços, sem arte e engenho para entrar na área portista, optou pelo plano alternativo, remates de meia distancia. E bem se pode dizer que a estratégia quase dava frutos. Em duas ocasiões Rui Miguel, num remate à barra, e Pedrinha, num remate junto ao poste, deixaram Helton à beira de um ataque de nervos, tamanha era a passividade e espaço no meio campo defensivo azul e branco.
O 2º tempo reatou como haviam terminado os primeiros 45 minutos, com o Paços num ligeiro ascendente, tentando-se acercar da área do FC Porto. Os Dragões iam respondendo aqui e ali, com iniciativas individuais, como a de Cissohko (empurrado na área, mas o Sr. Conduto preferiu deixar a discussão do lance para os “grandes especialistas”) e de Hulk, sendo ceifado por Ricardo, dando origem a uma grande penalidade indiscutível (aqui o Sr. Conduto resolveu vestir a pele de “grande especialista” e afirmar que por ele não assinalava a falta).
O penalty convertido por Bruno Alves deixou o jogo na mão dos portistas, garantindo margem para gerir o encontro. Ate final apenas mais momento para o Sr. Conduto se “espernear”, o desvio da bola com o braço de Carlos Carneiro para a baliza de Helton. “Eles” andam nervosos! Pudera, “eles” sabem que a vantagem do FC Porto no 1º lugar pode aumentar significativamente este fim de semana.
Positivo: Hulk, bem dita a hora em que a SAD portista apostou neste portento do futebol.
Negativo: O Sr. Conduto, mais do que usar as leis do jogo conforme lhe convém, anda a enganar todas aquelas pessoas que tentam ver uma partida de futebol de forma descomprometida, tudo isto num canal de televisão pública. Torna-se mesmo obsceno pensar que nós todos pagamos para ouvir este tipo gente.
Para não variar, Hulk voltou a fazer das suas e arrastou o FC Porto para a vitória. Os adjectivos para qualificar o rol de qualidades deste Brasileiro que purgou na inócua 2ª divisão do Japão escasseiam, pois tantas e variadas são as formas deste atleta virar do avesso uma partida.
O FC Porto entrou bastante bem neste encontro, desenvolvendo um futebol de boa qualidade, em posse de bola (coisa rara na equipa de Jesualdo). O golo que deu vantagem aos portistas surgiu de forma natural, pelo pé do herói acima citado. A equipa não abrandou o ritmo e pouco depois Farías teve na cabeça o 2º golo, mas atirou para fora (mal o auxiliar que deveria ter marcado fora de jogo).
O Paços, sem arte e engenho para entrar na área portista, optou pelo plano alternativo, remates de meia distancia. E bem se pode dizer que a estratégia quase dava frutos. Em duas ocasiões Rui Miguel, num remate à barra, e Pedrinha, num remate junto ao poste, deixaram Helton à beira de um ataque de nervos, tamanha era a passividade e espaço no meio campo defensivo azul e branco.
O 2º tempo reatou como haviam terminado os primeiros 45 minutos, com o Paços num ligeiro ascendente, tentando-se acercar da área do FC Porto. Os Dragões iam respondendo aqui e ali, com iniciativas individuais, como a de Cissohko (empurrado na área, mas o Sr. Conduto preferiu deixar a discussão do lance para os “grandes especialistas”) e de Hulk, sendo ceifado por Ricardo, dando origem a uma grande penalidade indiscutível (aqui o Sr. Conduto resolveu vestir a pele de “grande especialista” e afirmar que por ele não assinalava a falta).
O penalty convertido por Bruno Alves deixou o jogo na mão dos portistas, garantindo margem para gerir o encontro. Ate final apenas mais momento para o Sr. Conduto se “espernear”, o desvio da bola com o braço de Carlos Carneiro para a baliza de Helton. “Eles” andam nervosos! Pudera, “eles” sabem que a vantagem do FC Porto no 1º lugar pode aumentar significativamente este fim de semana.
Positivo: Hulk, bem dita a hora em que a SAD portista apostou neste portento do futebol.
Negativo: O Sr. Conduto, mais do que usar as leis do jogo conforme lhe convém, anda a enganar todas aquelas pessoas que tentam ver uma partida de futebol de forma descomprometida, tudo isto num canal de televisão pública. Torna-se mesmo obsceno pensar que nós todos pagamos para ouvir este tipo gente.
Fotos: uefa.com
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
SMS do dia - XXXV
Vai-te foder!
O caso Calabote (VII)
I. A trajectória da bola e as decisões da FPF
II. A pouco inocente nomeação de Calabote
III. Os estágios das selecções em... Lisboa
IV. Treinador-adjunto do SLB no banco do Torreense
V. Deus deu o campeonato à melhor equipa
VI. Um Gama avermelhado na baliza da CUF
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VII. Treinador do FC Porto comprometido com o SLB
No dia 1 de Novembro de 1958, com a época 1958/59 já a decorrer, chegou ao aeroporto da Portela um treinador que haveria de marcar o futebol português – Béla Guttmann.
O “mago”, como ficou conhecido, nasceu a 13 de Março de 1900, em Budapeste, e antes de chegar a Portugal para substituir o treinador do FC Porto – Otto Bumbel – já fora campeão na Hungria, Roménia e Brasil.
Guttmann era um treinador caro e, conforme conta A Bola, na 'Glória e Vida de Três Gigantes', «exigia que lhe pagassem como não se pagava a mais ninguém no mundo do futebol. (...) Para o F. C. Porto veio ganhar 300 contos por ano, exigindo também 100 contos de prémio pela conquista do Campeonato.»
Dispondo de grandes jogadores e impondo uma disciplina de ferro (na linha do que Yustrich tinha feito três anos antes), Guttmann rapidamente transformou o FC Porto na melhor equipa do futebol português e ao fim de algumas jornadas já tinha recuperado o atraso de cinco pontos com que partiu em relação ao Benfica.
Satisfeitos com o seu trabalho, os dirigentes do FC Porto abordaram-no várias vezes para renovar o contrato, ao que Guttmann retorquia dizendo que havia tempo. Esta posição de Guttmann era estranha e pouco habitual mas, veio-se a saber depois, havia fortes razões ($$$) por trás.
De facto, o trabalho de Guttmann não era só apreciado nas Antas. Na capital, os dirigentes do todo poderoso SLB não olhavam a meios e, apesar do bom relacionamento que havia entre os presidentes dos dois clubes – Dr. Paulo Pombo e Eng. Maurício Vieira de Brito – não se coibiram de secretamente, com o campeonato ainda a decorrer, contactarem o treinador húngaro naturalizado austríaco oferecendo-lhe um contrato significativamente superior ao que tinha no Porto para ir treinar as “águias” (de rapina!) na época seguinte.
«Béla Guttmann, que pela vitória no Campeonato recebeu de um dirigente portista um emblema do F. C. Porto de... diamantes e por essa altura já sabia que seria treinador do Benfica na época seguinte»
in 'Glória e Vida de Três Gigantes', A BOLA
«ao fazer a festa, sem que alguém sequer desconfiasse disso, Béla já tinha escolhido outro caminho, trocando o F. C. Porto pelo Benfica, num processo pouco leal»
in '100 figuras do futebol português', A BOLA
O aliciamento feito por Vieira de Brito ao treinador do clube com quem o SLB estava a disputar o título taco-a-taco, é mais um dos episódios fora das quatro linhas em que essa época foi fértil e mostra bem do que os dirigentes encarnados eram capazes.
Os benfiquistas alegam que isso não impediu o FC Porto de se sagrar campeão. Pois não, até porque Guttmann gostava muito de dinheiro e o contrato com os azuis-e-brancos previa um prémio de 100 contos pela conquista do campeonato...
«[Otto Glória] Ficou até 1958/59, estruturando o plantel que se sagraria depois Bicampeão Europeu. Não completou a temporada, pois havendo rumores da contratação de Bela Guttmann, decidiu sair do Benfica no ultimo dia de Junho de 1959, deixando a nossa equipa apurada para os quartos-de-final da Taça de Portugal.»
in ‘Há 92 anos nasceu Otto Glória’, O Benfica, 09/01/2009
Os rumores do acordo entre o SLB e Guttmann eram cada vez mais fortes e insistentes. Sabendo disso, no dia 13 de Junho de 1959, o ainda treinador do Benfica – Otto Glória – fechou contrato com o Belenenses para a época seguinte, sujeitando-se a um salário de 10 contos por mês (menos que aquilo que o Benfica lhe pagara cinco anos antes, na sua época de estreia em Portugal).
Apenas cinco dias depois, no dia 18 de Junho de 1959, ‘A Bola’ publicou uma noticia “sensacional”, dando como quase certa a transferência de Béla Guttmann do FC Porto para o Benfica!
Já na altura havia um canal de comunicação bem oleado entre a Travessa da Queimada e o estádio da Luz...
No dia 2 de Julho de 1959, ‘A Bola’ confirmou a saída de Béla Guttmann do FC Porto e a sua contratação pelo Benfica. Segundo a “bíblia dos benfiquistas”, o divórcio foi amigável porque “ambas as partes quiseram poupar dinheiro”.
Conforme se constata, a manipulação jornalística vem de há muito anos...
A final da Taça de Portugal, disputada em 19 de Julho de 1959, voltaria a colocar frente a frente os dois clubes de Guttmann. O que ainda lhe pagava o ordenado e aquele que já o tinha contratado para a época seguinte.
Do outro lado, quem se sentou no banco para orientar os encarnados nessa final foi Valdivielso (lembram-se dele?).
O FC Porto de Guttmann era, reconhecidamente, a melhor equipa do futebol português (rever, por exemplo, as declarações dos jogadores do Benfica B... perdão, Torreense), mas nesse jogo com o Benfica a equipa apareceu estranhamente abúlica e perdeu 0-1.
Ninguém poderá provar que Guttmann já estava a pensar mais no Benfica do que no FC Porto (ou, como diria Luís Filipe Vieira, a fazer as coisas por outro lado...), mas há quem lembre que, ao contrário do campeonato, o seu contrato com os “dragões” não previa um prémio chorudo pela conquista da Taça de Portugal...
Antes de sair do FC Porto, o novo treinador do SLB ainda teve tempo de fazer duas “maldades”, dispensando dois grandes jogadores:
• José Augusto, que veio do Barreiro treinar às Antas e que foi aconselhado por Guttmann a fazê-lo… na Luz (este facto pode ser atestado num artigo do jornalista Carlos Pinhão, em ‘A Bola’, de 08/09/1990);
• Osvaldo Silva (colocado na lista das transferências), o qual iria para o Leixões e, posteriormente, para o Sporting.
Quase clandestinamente, sem dizer nada aos directores azuis e brancos, Guttmann lá rumou a Lisboa, onde já tinha casa alugada. Deixou uma carta onde explicava que era por causa do clima frio do Porto e do nevoeiro, que lhe tinha provocado crónicas dores nas costas. Necessitava, por isso, do sol do sul...
Haveria de voltar ao Porto 14 anos depois, em 1973, devido à memória curta de um presidente do FC Porto - Américo de Sá -, que o convidou para treinar novamente os “dragões”. Apesar de já ser um septuagenário, nessa altura o “clima frio do Porto” não foi um óbice...
Guttmann foi para o SLB ganhar 400 contos líquidos por ano e prémios de 150 contos pela conquista do Campeonato, 50 pela Taça de Portugal e 300 pela Taça dos Campeões.
Para se ter uma ideia da dimensão destes montantes, a vitória sobre o Barcelona, em Berna (1960/61), rendeu a Guttmann 10 vezes mais que a maquia que coube a cada um dos jogadores do SLB.
O desvio de Guttmann (como lhe chamou Carlos Pinhão em ‘A Bola’), foi crucial para a construção do Benfica europeu, equipa que dominou o futebol português durante a década de 60. Recorde-se que os dois únicos títulos europeus da história do SLB foram ganhos com Guttmann como treinador (há quase 50 anos...) e no primeiro ainda nem sequer havia Eusébio.
Em 1964, Guttmann veio passar o Natal a Lisboa, tendo nessa altura afirmado:
“(...) fui eu que cozinhei o Benfica europeu, de que, depois, vieram outros comer. Ganhei o campeonato europeu com jogadores como Neto, Saraiva, Serra, Artur, Mário João... E agora que squadra tem o Benfica? Só Serafim ficou mais caro que todas as aquisições feitas no meu tempo: o Eusébio, o Torres, o Germano, o José Augusto. E não tem jogado”.
(continua: Jornalistas de 'A Bola' lamentam título ganho pelo FC Porto)
Fontes:
[1] '100 figuras do futebol português', A BOLA, 1996
[2] 'Glória e Vida de Três Gigantes', A BOLA, 1995
[3] 'História dos 50 anos do desporto português', A BOLA, 1994
[4] 'Carta de Adriano Lima a Rui Moreira', dragaodoente.blogspot.com, 2008
Fotos:
'100 figuras do futebol português'
'Glórias do Passado'
'Planeta do Futebol'
II. A pouco inocente nomeação de Calabote
III. Os estágios das selecções em... Lisboa
IV. Treinador-adjunto do SLB no banco do Torreense
V. Deus deu o campeonato à melhor equipa
VI. Um Gama avermelhado na baliza da CUF
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VII. Treinador do FC Porto comprometido com o SLB
No dia 1 de Novembro de 1958, com a época 1958/59 já a decorrer, chegou ao aeroporto da Portela um treinador que haveria de marcar o futebol português – Béla Guttmann.
O “mago”, como ficou conhecido, nasceu a 13 de Março de 1900, em Budapeste, e antes de chegar a Portugal para substituir o treinador do FC Porto – Otto Bumbel – já fora campeão na Hungria, Roménia e Brasil.
Guttmann era um treinador caro e, conforme conta A Bola, na 'Glória e Vida de Três Gigantes', «exigia que lhe pagassem como não se pagava a mais ninguém no mundo do futebol. (...) Para o F. C. Porto veio ganhar 300 contos por ano, exigindo também 100 contos de prémio pela conquista do Campeonato.»
Dispondo de grandes jogadores e impondo uma disciplina de ferro (na linha do que Yustrich tinha feito três anos antes), Guttmann rapidamente transformou o FC Porto na melhor equipa do futebol português e ao fim de algumas jornadas já tinha recuperado o atraso de cinco pontos com que partiu em relação ao Benfica.
Satisfeitos com o seu trabalho, os dirigentes do FC Porto abordaram-no várias vezes para renovar o contrato, ao que Guttmann retorquia dizendo que havia tempo. Esta posição de Guttmann era estranha e pouco habitual mas, veio-se a saber depois, havia fortes razões ($$$) por trás.
De facto, o trabalho de Guttmann não era só apreciado nas Antas. Na capital, os dirigentes do todo poderoso SLB não olhavam a meios e, apesar do bom relacionamento que havia entre os presidentes dos dois clubes – Dr. Paulo Pombo e Eng. Maurício Vieira de Brito – não se coibiram de secretamente, com o campeonato ainda a decorrer, contactarem o treinador húngaro naturalizado austríaco oferecendo-lhe um contrato significativamente superior ao que tinha no Porto para ir treinar as “águias” (de rapina!) na época seguinte.
Pedroto e Bela Guttmann
«Béla Guttmann, que pela vitória no Campeonato recebeu de um dirigente portista um emblema do F. C. Porto de... diamantes e por essa altura já sabia que seria treinador do Benfica na época seguinte»
in 'Glória e Vida de Três Gigantes', A BOLA
«ao fazer a festa, sem que alguém sequer desconfiasse disso, Béla já tinha escolhido outro caminho, trocando o F. C. Porto pelo Benfica, num processo pouco leal»
in '100 figuras do futebol português', A BOLA
O aliciamento feito por Vieira de Brito ao treinador do clube com quem o SLB estava a disputar o título taco-a-taco, é mais um dos episódios fora das quatro linhas em que essa época foi fértil e mostra bem do que os dirigentes encarnados eram capazes.
Os benfiquistas alegam que isso não impediu o FC Porto de se sagrar campeão. Pois não, até porque Guttmann gostava muito de dinheiro e o contrato com os azuis-e-brancos previa um prémio de 100 contos pela conquista do campeonato...
«[Otto Glória] Ficou até 1958/59, estruturando o plantel que se sagraria depois Bicampeão Europeu. Não completou a temporada, pois havendo rumores da contratação de Bela Guttmann, decidiu sair do Benfica no ultimo dia de Junho de 1959, deixando a nossa equipa apurada para os quartos-de-final da Taça de Portugal.»
in ‘Há 92 anos nasceu Otto Glória’, O Benfica, 09/01/2009
Os rumores do acordo entre o SLB e Guttmann eram cada vez mais fortes e insistentes. Sabendo disso, no dia 13 de Junho de 1959, o ainda treinador do Benfica – Otto Glória – fechou contrato com o Belenenses para a época seguinte, sujeitando-se a um salário de 10 contos por mês (menos que aquilo que o Benfica lhe pagara cinco anos antes, na sua época de estreia em Portugal).
Apenas cinco dias depois, no dia 18 de Junho de 1959, ‘A Bola’ publicou uma noticia “sensacional”, dando como quase certa a transferência de Béla Guttmann do FC Porto para o Benfica!
Já na altura havia um canal de comunicação bem oleado entre a Travessa da Queimada e o estádio da Luz...
No dia 2 de Julho de 1959, ‘A Bola’ confirmou a saída de Béla Guttmann do FC Porto e a sua contratação pelo Benfica. Segundo a “bíblia dos benfiquistas”, o divórcio foi amigável porque “ambas as partes quiseram poupar dinheiro”.
Conforme se constata, a manipulação jornalística vem de há muito anos...
A final da Taça de Portugal, disputada em 19 de Julho de 1959, voltaria a colocar frente a frente os dois clubes de Guttmann. O que ainda lhe pagava o ordenado e aquele que já o tinha contratado para a época seguinte.
Do outro lado, quem se sentou no banco para orientar os encarnados nessa final foi Valdivielso (lembram-se dele?).
O FC Porto de Guttmann era, reconhecidamente, a melhor equipa do futebol português (rever, por exemplo, as declarações dos jogadores do Benfica B... perdão, Torreense), mas nesse jogo com o Benfica a equipa apareceu estranhamente abúlica e perdeu 0-1.
Ninguém poderá provar que Guttmann já estava a pensar mais no Benfica do que no FC Porto (ou, como diria Luís Filipe Vieira, a fazer as coisas por outro lado...), mas há quem lembre que, ao contrário do campeonato, o seu contrato com os “dragões” não previa um prémio chorudo pela conquista da Taça de Portugal...
Antes de sair do FC Porto, o novo treinador do SLB ainda teve tempo de fazer duas “maldades”, dispensando dois grandes jogadores:
• José Augusto, que veio do Barreiro treinar às Antas e que foi aconselhado por Guttmann a fazê-lo… na Luz (este facto pode ser atestado num artigo do jornalista Carlos Pinhão, em ‘A Bola’, de 08/09/1990);
• Osvaldo Silva (colocado na lista das transferências), o qual iria para o Leixões e, posteriormente, para o Sporting.
Quase clandestinamente, sem dizer nada aos directores azuis e brancos, Guttmann lá rumou a Lisboa, onde já tinha casa alugada. Deixou uma carta onde explicava que era por causa do clima frio do Porto e do nevoeiro, que lhe tinha provocado crónicas dores nas costas. Necessitava, por isso, do sol do sul...
Haveria de voltar ao Porto 14 anos depois, em 1973, devido à memória curta de um presidente do FC Porto - Américo de Sá -, que o convidou para treinar novamente os “dragões”. Apesar de já ser um septuagenário, nessa altura o “clima frio do Porto” não foi um óbice...
Guttmann foi para o SLB ganhar 400 contos líquidos por ano e prémios de 150 contos pela conquista do Campeonato, 50 pela Taça de Portugal e 300 pela Taça dos Campeões.
Para se ter uma ideia da dimensão destes montantes, a vitória sobre o Barcelona, em Berna (1960/61), rendeu a Guttmann 10 vezes mais que a maquia que coube a cada um dos jogadores do SLB.
O desvio de Guttmann (como lhe chamou Carlos Pinhão em ‘A Bola’), foi crucial para a construção do Benfica europeu, equipa que dominou o futebol português durante a década de 60. Recorde-se que os dois únicos títulos europeus da história do SLB foram ganhos com Guttmann como treinador (há quase 50 anos...) e no primeiro ainda nem sequer havia Eusébio.
Em 1964, Guttmann veio passar o Natal a Lisboa, tendo nessa altura afirmado:
“(...) fui eu que cozinhei o Benfica europeu, de que, depois, vieram outros comer. Ganhei o campeonato europeu com jogadores como Neto, Saraiva, Serra, Artur, Mário João... E agora que squadra tem o Benfica? Só Serafim ficou mais caro que todas as aquisições feitas no meu tempo: o Eusébio, o Torres, o Germano, o José Augusto. E não tem jogado”.
(continua: Jornalistas de 'A Bola' lamentam título ganho pelo FC Porto)
Fontes:
[1] '100 figuras do futebol português', A BOLA, 1996
[2] 'Glória e Vida de Três Gigantes', A BOLA, 1995
[3] 'História dos 50 anos do desporto português', A BOLA, 1994
[4] 'Carta de Adriano Lima a Rui Moreira', dragaodoente.blogspot.com, 2008
Fotos:
'100 figuras do futebol português'
'Glórias do Passado'
'Planeta do Futebol'
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
SMS do dia - XXXIV
Em Português: Raul
Em Castelhano: Raúl
Como o homem não é Argentino, nem Uruguaio e muito menos Espanhol, fica simplesmente: Raul Meireles.
Em Castelhano: Raúl
Como o homem não é Argentino, nem Uruguaio e muito menos Espanhol, fica simplesmente: Raul Meireles.
Kafka revisitado
Por Nuno Antas de Campos
A meio do texto, discreta e quase envergonhada, a frase lá está: “a transcrição da escuta telefónica (entre António Araújo e Pinto da Costa) não se mostra correcta”.
Refiro-me à notícia do Público da passada sexta-feira 13 de Fevereiro – autores, António Arnaldo Mesquita e José Augusto Moreira – que dá conta do enterro definitivo pela Relação do Porto do processo crime instaurado a Pinto da Costa por factos pretensamente ocorridos antes do jogo FC Porto-Estrela da Amadora relativo à época 2003-2004.
Esta notícia, de incalculável magnitude não teve, à excepção do citado diário, eco correspondente na isenta comunicação social que todos conhecemos de ginjeira.
Mas há mais: esta monstruosidade não é nova. Já em Junho último, aquando da decisão de arquivamento deste mesmo processo pelo Tribunal de Instrução Criminal, o mesmo facto aflorou, timidamente, em alguns jornais que, na sua esmagadora maioria, preferiram centrar as razões para o arquivamento na “falta de credibilidade” da alternadeira gaiense e passaram por esta realidade kafkiana como cão por vinha vindimada.
Não sei se medem bem o que estas afirmações implicam. Implicam que os juízes que examinaram os processos se deram ao trabalho de confrontar as gravações das escutas (provavelmente em CD) com as transcrições que delas foram feitas para papel por prestimosos agentes de investigação – da PJ ou do MP? – e concluíram que as segundas não correspondem à realidade: eram maradas!
Quer isto dizer que é falso o famoso processo depositado, qual tábua da lei, por ignota divindade, no Alto dos Moinhos, nas mãos do impoluto Viera enquanto a populaça benfiquista adorava, em rito pagão, um falso milhafre de ouro.
Quer isto dizer que são falsas as” indesmentíveis” transcrições das escutas entregues, em decisão de questionável legalidade, pela Mizé Morgado ao justiceiro Costa e que formaram os alicerces das decisões do CD da Liga.
Quer isto dizer que é falsa como Judas a argumentação da cartaxanagem lisboeta – comprimentos inúteis de delgada inteligência – centrada no facto de que, mesmo constitucionalmente ilegais, as escutas ali estavam “garantindo a existência de corrupção” aos olhos da opinião pública.
Quer isto, finalmente dizer que agentes da Justiça, pagos por todos nós, se deram ao trabalho de distorcer, de omitir e de alterar documentos oficiais para deduzir acusação espúria contra Pinto da Costa, em procedimentos semelhantes aos retratados pelo génio de Praga.
Não consta que para apurar os autores deste crime tenha sido aberto qualquer inquérito.
Talvez a Joana d’Arc da Justiça portuguesa, essa Mizé da nossa esperança, queira agora mandar averiguar o que se passou, agora que o Procurador Geral acaba de reforçar o seu prestígio e autoridade ao confiar-lhe o inquérito às fugas de informação no caso Freeeport.
Conhecem alguém cuja imagem seja mais consenTÂNIA com a premência destes trabalhos de Hércules?
----------
Extractos do Acordão do Tribunal da Relação do Porto:
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Nuno Antas de Campos a elaboração deste artigo.
Fotos: Clique nas imagens para as ampliar.
A meio do texto, discreta e quase envergonhada, a frase lá está: “a transcrição da escuta telefónica (entre António Araújo e Pinto da Costa) não se mostra correcta”.
Refiro-me à notícia do Público da passada sexta-feira 13 de Fevereiro – autores, António Arnaldo Mesquita e José Augusto Moreira – que dá conta do enterro definitivo pela Relação do Porto do processo crime instaurado a Pinto da Costa por factos pretensamente ocorridos antes do jogo FC Porto-Estrela da Amadora relativo à época 2003-2004.
Esta notícia, de incalculável magnitude não teve, à excepção do citado diário, eco correspondente na isenta comunicação social que todos conhecemos de ginjeira.
Mas há mais: esta monstruosidade não é nova. Já em Junho último, aquando da decisão de arquivamento deste mesmo processo pelo Tribunal de Instrução Criminal, o mesmo facto aflorou, timidamente, em alguns jornais que, na sua esmagadora maioria, preferiram centrar as razões para o arquivamento na “falta de credibilidade” da alternadeira gaiense e passaram por esta realidade kafkiana como cão por vinha vindimada.
Não sei se medem bem o que estas afirmações implicam. Implicam que os juízes que examinaram os processos se deram ao trabalho de confrontar as gravações das escutas (provavelmente em CD) com as transcrições que delas foram feitas para papel por prestimosos agentes de investigação – da PJ ou do MP? – e concluíram que as segundas não correspondem à realidade: eram maradas!
Quer isto dizer que é falso o famoso processo depositado, qual tábua da lei, por ignota divindade, no Alto dos Moinhos, nas mãos do impoluto Viera enquanto a populaça benfiquista adorava, em rito pagão, um falso milhafre de ouro.
Quer isto dizer que são falsas as” indesmentíveis” transcrições das escutas entregues, em decisão de questionável legalidade, pela Mizé Morgado ao justiceiro Costa e que formaram os alicerces das decisões do CD da Liga.
Quer isto dizer que é falsa como Judas a argumentação da cartaxanagem lisboeta – comprimentos inúteis de delgada inteligência – centrada no facto de que, mesmo constitucionalmente ilegais, as escutas ali estavam “garantindo a existência de corrupção” aos olhos da opinião pública.
Quer isto, finalmente dizer que agentes da Justiça, pagos por todos nós, se deram ao trabalho de distorcer, de omitir e de alterar documentos oficiais para deduzir acusação espúria contra Pinto da Costa, em procedimentos semelhantes aos retratados pelo génio de Praga.
Não consta que para apurar os autores deste crime tenha sido aberto qualquer inquérito.
Talvez a Joana d’Arc da Justiça portuguesa, essa Mizé da nossa esperança, queira agora mandar averiguar o que se passou, agora que o Procurador Geral acaba de reforçar o seu prestígio e autoridade ao confiar-lhe o inquérito às fugas de informação no caso Freeeport.
Conhecem alguém cuja imagem seja mais consenTÂNIA com a premência destes trabalhos de Hércules?
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Extractos do Acordão do Tribunal da Relação do Porto:
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Nuno Antas de Campos a elaboração deste artigo.
Fotos: Clique nas imagens para as ampliar.
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
SMS do dia - XXXIII
Sou só eu a achar que este fim de semana há um golo em fora de jogo - não assinalado - e que ninguém (mas mesmo niguém) fala nele?
Dizem as leis (ver guia interactivo da FIFA sobre a lei 11 - nomeadamente os slides 22 a 26)
No site da Liga (ver slide 6):
A mim parece-me claro que o Cardozo tem um movimento que distrai o guarda-redes (podendo levar o guarda-redes a preparar uma saída da baliza, prevendo um passe para o Cardozo) e num segundo momento - na altura do remate - está a ter interferência no campo de visão que o guarda-redes tem do remate.
Dizem as leis (ver guia interactivo da FIFA sobre a lei 11 - nomeadamente os slides 22 a 26)
No site da Liga (ver slide 6):
A mim parece-me claro que o Cardozo tem um movimento que distrai o guarda-redes (podendo levar o guarda-redes a preparar uma saída da baliza, prevendo um passe para o Cardozo) e num segundo momento - na altura do remate - está a ter interferência no campo de visão que o guarda-redes tem do remate.
O SLB e as noticias "cozinhadas"
O exclusivo rejeitado, DN de 31/01/2009 (clique para ampliar)
«Quarta-feira, 12h45, o presidente do Getafe, a propósito da contratação do guarda-redes do Sporting, Stojkovic, revelou, em conversa com um jornalista do DN e sem ninguém lho perguntar, que Quim, guardião do Benfica, estivera na lista de contratações do clube espanhol.
Ángel Torres, em conversa fluente, confidenciou que o Getafe recolhera informações junto de Quique Flores sobre o internacional português e que o treinador dos benfiquistas, com passado no Getafe, lhe dera as melhores indicações – “experiente, veterano e com presença em campo” – e lhe tinha dito que não teria problemas em “prescindir” dele, uma vez que tinha três guarda-redes de qualidade semelhante.
Instado a repetir as afirmações, Ángel Torres reproduziu-as e até estranhou a insistência do jornalista.
Depois do almoço, nesse mesmo dia, o Benfica foi contactado para reagir a tais informações: a resposta foi rápida e negava que Quique Flores tivesse falado ao Getafe sobre Quim.
Mais tarde, porém, cerca das 21h30, um elemento do clube ligou ao jornalista do DN com uma proposta: queria negociar a retirada da peça em questão e em troca prometia um exclusivo, sem revelar qual.
Na conversa, revelou que o clube já sabia daquelas declarações do presidente do Getafe ao nosso jornal, que elas eram verdadeiras, mas tentou sensibilizar o jornalista com a provável desestabilização de Quim e do plantel perante a reprodução das mesmas pelo jornal. Mas desistiu perante a recusa absoluta do jornalista.
No dia seguinte, quinta-feira, uma rádio conotada com o Benfica colocou no ar declarações rápidas do presidente do Getafe em que confirma que Quim foi oferecido mas desmentia, numa frase inacabada, ter falado com Quique Flores.
Acto continuo, o site do Benfica emitia uma comunicação em que o clube dizia estranhar as declarações proferidas ao DN.
A pesada máquina de marketing encarnada funcionou... mais uma vez.
O que teria acontecido se o DN tivesse aceite o exclusivo?
E quantos exclusivos destes não atrapalham as noticias?»
in Diário de Notícias, 31/01/2009
----------
Uma notícia destas fala por si, pondo a nu a forma despudorada como o SLB "cozinha" as notícias com os órgãos de comunicação social.
De facto, é preciso muito à vontade para negociar as notícias desta maneira. Velhos hábitos...
Mas, já agora, qual será a rádio conotada com o Benfica?
Ou melhor, há alguma rádio ou televisão portuguesa que não seja conotada com os encarnados?
Nota: A selecção das fotos e os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Pela boca morre o... leão
Tirando partido da tribuna que lhe é concedida pela RTP, Rui Oliveira e Costa tem sido um dos mentores e actores principais na campanha anti-Bruno Alves, classificando-o como um jogador violento a quem os árbitros perdoam os excessos.
Pois ao ver o que se passou no último Belenenses x Sporting, não pude deixar de me lembrar do que o representante da Direcção do Sporting tem dito no programa ‘Trio de Ataque’.
Primeiro, Rochemback, sem qualquer hipótese de jogar a bola, pontapeou deliberadamente Diakité.
Não há qualquer dúvida, foi uma agressão e era lance para cartão vermelho. O árbitro Pedro Henriques viu perfeitamente, mas decidiu mostrar apenas o cartão amarelo.
Porquê?
Bem, não deve ter querido que o Sporting jogasse a última meia-hora com menos um e, ainda por cima, numa altura que estava a perder por 0-1... Além disso, se tivesse sido expulso, Rochemback também não ia poder jogar no derby da próxima jornada.
Está explicado.
Aos 76 minutos, foi a vez de Pedro Silva “molhar a sopa”. Depois de pontapear a bola, o defesa do Sporting alongou o movimento com o pé atingindo Saulo de forma perigosa. Ou seja, deu uma patada no jogador do Belenenses.
Consequências?
Nada, nem sequer viu o cartão amarelo.
Não é a primeira vez, longe disso, que os jogadores do Sporting mostram uma agressividade a roçar a violência dentro de campo mas, claro, os outros é que têm a fama...
O que dirá Rui Oliveira e Costa acerca destes dois lances e, já agora, do árbitro Pedro Henriques que, como se não bastasse, ainda foi criticado por Paulo Bento no final do jogo.
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Dois golos em fora-de-jogo...
Jogo: Belenenses x FC Porto
Jogo: Belenenses x Sporting
Nos jogos em casa contra FC Porto e Sporting, os azuis de Belém marcaram apenas um golo em cada um deles, o que se revelou insuficiente tendo perdido ambos os jogos.
Conforme se pode constatar pelas imagens, os dois golos foram obtidos com um jogador do Belenenses (por sinal o mesmo, Marcelo) ligeiramente adiantado em relação ao penúltimo defensor adversário, isto é, em posição de fora-de-jogo.
Apesar disso, ambos os golos foram validados pelas equipas de arbitragem.
Contudo, a semelhança entre os dois casos termina aqui.
De acordo com os "especialistas" da comunicação social do regime, no golo marcado ao FC Porto o árbitro seguiu as indicações da FIFA e, portanto, fez muito bem em validá-lo.
Já o golo marcado ao Sporting foi um erro grave da arbitragem e para alguns sportinguistas foi mesmo um "roubo".
Palavras para quê?
É a propaganda oficial no seu melhor...
Jogo: Belenenses x Sporting
Nos jogos em casa contra FC Porto e Sporting, os azuis de Belém marcaram apenas um golo em cada um deles, o que se revelou insuficiente tendo perdido ambos os jogos.
Conforme se pode constatar pelas imagens, os dois golos foram obtidos com um jogador do Belenenses (por sinal o mesmo, Marcelo) ligeiramente adiantado em relação ao penúltimo defensor adversário, isto é, em posição de fora-de-jogo.
Apesar disso, ambos os golos foram validados pelas equipas de arbitragem.
Contudo, a semelhança entre os dois casos termina aqui.
De acordo com os "especialistas" da comunicação social do regime, no golo marcado ao FC Porto o árbitro seguiu as indicações da FIFA e, portanto, fez muito bem em validá-lo.
Já o golo marcado ao Sporting foi um erro grave da arbitragem e para alguns sportinguistas foi mesmo um "roubo".
Palavras para quê?
É a propaganda oficial no seu melhor...
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Dragões de Ouro 2007/08
Atleta do Ano: Lisandro Lopez (Futebol)
em 2006/07: Helton (Futebol)
em 2005/06: Pepe (Futebol)
em 2004/05: Manuel Arezes (Andebol)
Futebolista do Ano: Jorge Fucile
em 2006/07: Bosingwa
em 2005/06: Lucho
em 2004/05: Ricardo Quaresma
Atleta de Alta Competição do Ano: Nuno Marçal (Basquetebol)
em 2006/07: Emanuel Garcia (Hóquei em Patins)
em 2005/06: Ricardo Candeias (Andebol)
em 2004/05: Reinaldo Garcia (Hóquei em Patins)
Atleta Amador do Ano: Mariana Marinho (Bilhar)
em 2006/07: Sara Oliveira (Natação)
em 2005/06: Tiago Rodrigues (Atletismo)
em 2004/05: Rui Manuel (Bilhar)
Atleta Jovem do Ano: Ricardo Dias (Futebol de Formação)
em 2006/07: André Pinto (Futebol de Formação)
em 2005/06: António Macedo (Desporto Adaptado)
em 2004/05: Cesário Vieira (Desporto Adaptado)
Atleta Revelação do Ano: Paulo Santos (Natação)
em 2006/07: Vânia Franco (Bilhar)
em 2005/06: Ventura (Futebol Formação)
em 2004/05: João Pedro (Futebol Júnior)
Técnico do Ano: Franklim Pais (Hóquei em Patins)
em 2006/07: Jesualdo Ferreira (Futebol)
em 2005/06: Rui Barros (Futebol)
em 2004/05: Álvaro Silva (Futebol Formação)
Seccionista do Ano: Carlos Carneiro (Basquetebol)
em 2006/07: António Oliveira (Hóquei em Patins)
em 2005/06: António Sousa (Futebol Formação)
em 2004/05: Arlindo Araújo (Hóquei em Patins)
Dirigente do Ano: Fernando Oliveira (Atletismo)
em 2006/07: Vítor Santos
em 2005/06: Miguel Vilaça (Futebol Formação)
em 2004/05: Joaquim Dias (Desporto Adaptado/Karaté)
Funcionário do Ano: Vítor Pombo
em 2006/07: Vítor Santos (Futebol SAD) e António Matos (Basquetebol SAD)
em 2005/06: Manuel Figueiredo
em 2004/05: António Vasconcelos (PortoSeguro)
Quadro do Ano: Daniel Pereira
em 2006/07: Henrique Pais (PortoComercial)
em 2005/06:
em 2004/05:
Sócio do Ano: Jorge Martins
em 2006/07: Dr. Matos Fernandes
em 2005/06: Emílio Macedo
em 2004/05: Fernando Pinho Teixeira (Sócio nº49272)
Filial/Delegação do Ano (Nacional): Casa do F.C. Porto de Espinho
em 2006/07: Casa do F.C. Porto de Argoncilhe
em 2005/06: Casa do F.C. Porto de Monção
em 2004/05: Casa do F.C. Porto - Dragões do Faial
Filial/Delegação do Ano (Estrangeiro): Casa do F.C. Porto de Pretória
em 2006/07: Casa do F.C. Porto em Lausanne
em 2005/06:
em 2004/05:
Recordação do Ano: Adolfo Roque (a título póstumo)
em 2006/07: Fernando Vasconcelos
em 2005/06: Pérez Andion
em 2004/05: Rui Baptista (a título póstumo)
Dedicação do Ano: João Manuel Barros
em 2006/07: Paulo Cunha (Basquetebol)
em 2005/06: Dr. Gonçalo Borges
em 2004/05: António Alves
Dragão de Honra: Ilídio Pinto e Manoel de Oliveira
em 2006/07: Dr. Alípio Dias
em 2005/06: Kundi Paihama (ministro da Defesa de Angola)
em 2004/05: José Luís Arnaut
"Dedico aos meus companheiros que tornaram possível este prémio e sempre me ajudaram. É também para todo o grupo de trabalho, médicos, treinadores, roupeiros. Para todos."
Lisandro Lopez
"Estou feliz no Porto. Gosto muito do clube e de toda esta gente. Quero continuar a dar satisfação e mais títulos a todos. Quero mostrar que amo esta camisola e jogo sempre nos limites."
Fucile
"Este prémio não é especial. É especialíssimo. É do FC Porto, é do Porto. Nasci aqui, vivo aqui e amo a minha cidade. O trabalho do FC Porto é um trabalho que me toca do fundo do coração. Gosto de ver futebol. Não foi coisa que tivesse praticado muito. No colégio havia o jogo da bandeira e de futebol. Escolhi o futebol e tenho um neto que é grande adepto do FC Porto."
Manoel de Oliveira
Fico satisfeito que tenha sido atribuído o Dragão de Honra a Manoel de Oliveira, uma grande figura do Porto e de Portugal.
Já agora, justíssimo o Dragão de Honra para o Ilídio Pinto.
Fotos:
[1]: Site oficial do FC Porto
[2]: Dragão de ouro de António Vasconcelos (PortoSeguro), 2004/05
[3]: Record
[4]: JN
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