Carlos Pereira é um dos dirigentes mais antigos e rasteiro
do futebol português.
Pertence àquela geração curtida no anti-portismo mais
primário e nunca escondeu o desprezo e o desdém pelo clube sempre que teve a
oportunidade. Tentou boicotar tudo e qualquer negócio que pudesse envolver jogadores
entre o Porto e o Maritimo, desde os dias de Bruno a Pepe passando pelo caso
recente do Djalma e do Kléber. Este tipo de dirigentes é comum no futebol português mas não o
era no palco do Dragão onde habitualmente as persona non gratas eram tratadas
como tal, por respeito ao clube. Na ressaca da derrota previsível com o Maritimo
– uma equipa que ganhou um jogo porque foi a única que o levou a sério, ao contrario
do discurso triunfalista de Lopetegui sobre a vontade de vencer um torneio que
não serve para nada – o mais chocante não foram os assobios, a forma como
Lopetegui praticamente queimou dois putos da equipa B. Foi ver Pinto da Costa
em amena e simpática cavaqueira com o homem que cuspiu sempre que teve a
oportunidade no Futebol Clube do Porto.
Todos sabemos a esta altura do campeonato que Carlos Pereira permanece no cargo de um clube que roça quase sempre lugares europeus graças ás suas boas conexões como o governo regional – que num caso único em Portugal sustentou durante anos a fio desportivamente os seus clubes, uma especie de doping financeiro pago por todos para manter essa sobrerepresentação da ilha na elite – e com os clubes de Lisboa, a quem sempre quis fazer favores.
Todos sabemos a esta altura do campeonato que Carlos Pereira permanece no cargo de um clube que roça quase sempre lugares europeus graças ás suas boas conexões como o governo regional – que num caso único em Portugal sustentou durante anos a fio desportivamente os seus clubes, uma especie de doping financeiro pago por todos para manter essa sobrerepresentação da ilha na elite – e com os clubes de Lisboa, a quem sempre quis fazer favores.
Todos sabem
onde treinam o Benfica e o Sporting quando vão jogar à Madeira. E todos sabem
que é no Seixal onde o Maritimo treina sempre que vem jogar a Lisboa ou
Setúbal, com todas as comodidades de um bom amigo. Não é algo que escandalize
neste país, não é algo que surpreenda como também não surpreende os laços familiares que Pereira teve com certo presidente da Liga.
Mas é algo que se sabe. E se qualquer um de nós o sabe, nos escritórios do Dragão estão fartos de o saber. Também sabem o hábito que tem Pereira de torpedar contratações do FC Porto – a mais recente, um interesse real em José Sá, internacional sub21, antes da formalização da aposta em Gudiño para o pos Casillas – e de usar as assembleias da Liga para manifestar a sua posição. Há poucos dirigentes em activo em Portugal que mereçam menos um lugar na tribuna do clube. E no entanto ali estava ele, como se fosse um velho amigo, ao mesmo tempo que todos pareciam alheados ao naufrágio (outro) da equipa.
Mas é algo que se sabe. E se qualquer um de nós o sabe, nos escritórios do Dragão estão fartos de o saber. Também sabem o hábito que tem Pereira de torpedar contratações do FC Porto – a mais recente, um interesse real em José Sá, internacional sub21, antes da formalização da aposta em Gudiño para o pos Casillas – e de usar as assembleias da Liga para manifestar a sua posição. Há poucos dirigentes em activo em Portugal que mereçam menos um lugar na tribuna do clube. E no entanto ali estava ele, como se fosse um velho amigo, ao mesmo tempo que todos pareciam alheados ao naufrágio (outro) da equipa.
Nem o caso Danilo se salva nesta
equação. Carlos Pereira queria Danilo no Sporting mas o seu problema (e o real
motivo porque Danilo é hoje jogador do Porto) é que o passe do futebolista já
pertencia ao Portimonense, graças à intervenção de Teodoro Fonseca, um nome com
quem o Porto se dá muito bem e que mediou o negócio de Hulk. O Porto nunca teve
de negociar absolutamente nada com Pereira e com o emblema madeirense para garantir
os serviços do jogador.
Para quem quiser ler mais e refrescar a memória sobre este personagem e o seu ódio ao clube basta reler isto ou isto.
O que faz então Pereira a ser tratado como um VIP no palco
presidencial do Dragão. Não há necessidade de “teatro” como poderia existir se
o clube estivesse à procura de liderar a centralização colectiva dos direitos
televisivos e fosse necessário um gesto de "realpolitik" como já houve com Pimenta Machado ou Valentim Loureira, personagens de quem, apesar dos problemas, Pinto da Costa era amigo pessoal. Não há no plantel do Maritimo actual nenhum jogador que gere um
interesse real e as relações dos insulares com o Benfica continuam de vento em
popa. Realmente, o que houve ontem no palco do Dragão foi uma imensa falta de
respeito ao clube, a quem nele trabalha e a quem o apoia, tratando com honras
um individuo sem nível que se dedicou os últimos vinte anos a insultar o FC
Porto e os portistas. Por gestos assim, que já passaram recentemente, nomeadamente no tratamento com a SIC (que com o infame programa Donos da Bola fez audiência pura e simplesmente baseando-se no insulto gratuito ao clube) e com jornais como A Bola ou Record (convidados para as galas do Dragão de Ouro como se nada fosse) – no mais inoportuno dos momentos, com o
público virado para o banco com as navalhas afiadas na boca – esta é a pior
mensagem possível a enviar aos sócios e simpatizantes do clube. Parece que vale
realmente tudo e nem sequer aqueles que fizeram carreira praticamente à custa
de tentar denegrir o maior clube português nos últimos quarenta anos de
história recebem o tratamento que se merecem.
O FC Porto está acima de todos e
isso é cada vez mais evidente. Em particular, o FC Porto está acima de todos os
que se esquecem o que é o clube e que ignoram a sua história vá se lá a saber o
porquê para dar a mão a quem nos a quer arrancar.