É sempre difícil jogar contra o Sp. Braga, não é? Geralmente é o caso, a não ser que se seja um clube amigo, que depois de os derrotar por 6-2 ainda ficam com um sorriso palerma escarrapachado nas trombas. Vide:
O Sp. Braga tem uma excelente defesa, mas parece-me que os jogadores todos ou são daltónicos ou confundem os adversários por colegas de equipa (quando os adversários equipam de encarnado).
Reparem só no número de golos sofridos pelo Sp. Braga nos últimos 6 jogos:
0 - 0 - 0 - 0 - 6 - 0
Agora reparem no número de golos marcados pelo SLB nos últimos 6 jogos:
1 - 1 - 1 - 1 - 6 - 1
Veio bem a calhar. Por mim este clube bem que pode descer que não faz cá falta nenhuma!
domingo, 30 de dezembro de 2018
sábado, 29 de dezembro de 2018
Que a Final Four não seja um presente envenenado
«O jogo com o Belenenses, no Jamor, é o primeiro de uma série terrível para os dragões, com seis desafios nos próximos 20 dias, que podem vir a ser nove nos próximos 30, se a Taça da Liga, entretanto, correr bem.»
Correr bem? Na Taça da Liga (este ano designada Allianz Cup) o que é correr bem?
Na minha opinião, correr bem é não haver lesões, nem acentuar o desgaste dos jogadores com mais minutos nas pernas, de modo a não comprometer o seu desempenho nas competições que realmente interessam.
A Taça da Liga deve ser o palco, por excelência, dos jogadores menos utilizados, que têm nesta competição oportunidade para mostrarem não ser por acaso que integram o plantel da equipa principal do FC Porto.
Por exemplo, os laterais João Pedro e Jorge ou os centrais Mbemba e Diogo Leite, se não jogarem na Taça da Liga, vão jogar quando?
Já agora, o que dizem os regulamentos?
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«Artigo 15.º do REGULAMENTO DA ALLIANZ CUP
Obrigatoriedade de participação de jogadores
1. A partir da segunda fase, inclusive, os clubes são obrigados a fazer participar nas suas equipas em cada jogo pelo menos cinco jogadores que tenham sido incluídos na ficha técnica (efetivos ou suplentes) em um dos dois jogos oficiais imediatamente anteriores da época em curso, salvo caso de força maior, comunicado à Liga Portugal com a antecedência mínima de cinco dias antes da realização do respetivo jogo e, desde que, os motivos invocados sejam considerados pela Liga
Portugal como justificados.
2. Os clubes são também obrigados a incluir na ficha técnica como efetivos, em cada jogo disputado, pelo menos dois jogadores formados localmente, tal como definidos no Regulamento das Competições (atual n.º 11 do artigo 77.º).
3. Os jogadores incluídos na ficha técnica nos termos do número anterior têm que ser utilizados em pelo menos 45 minutos do jogo, salvo em caso de força maior.»
(fonte: Regulamento das Competições 2018-19 Organizadas pela Liga Portugal, página 89)
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Os dois jogos oficiais imediatamente anteriores ao Belenenses SAD x FC Porto de amanhã, foram:
18-12-2018, FC Porto x Moreirense, para a Taça de Portugal
23-12-2018, FC Porto x Rio Ave, para o Campeonato
Nestes dois jogos, foram incluídos na ficha técnica (efetivos ou suplentes), os seguintes jogadores:
Casillas, Fabiano, Vaná, Maxi, Felipe, Militão, Mbemba, Alex Telles, Danilo, Herrera, Óliver, Sérgio Oliveira, Otávio, Brahimi, Hernâni, Corona, Marega, Soares, Adrián López. André Pereira
Destes 20 jogadores, dois deles contam como formados localmente: Sérgio Oliveira e André Pereira.
Dito isto, ganhar é o nosso destino.
Eu também quero ganhar sempre e uma 16ª vitória seguida seria um feito bonito, mas se isso implicar chegar à Vila das Aves, no dia 3 de janeiro, com um onze menos capaz para um jogo que será uma batalha, não, obrigado.
Sérgio Conceição tem feito “milagres” com o plantel à sua disposição, mas a equipa denota cansaço e isso foi bem visível na 2ª parte do último jogo (FC Porto x Rio Ave).
Ponderando tudo isto, e já com dois jogadores indisponíveis por lesão (Aboubakar e Otávio), Felipe, Militão, Alex Telles, Danilo, Brahimi e Marega nem deviam ser convocados.
E, nas vésperas do mercado reabrir, o jogo de amanhã é uma boa oportunidade para um conjunto de jogadores – Vaná, Fabiano, João Pedro, Mbemba, Diogo Leite, Jorge, Chidozie, Sérgio Oliveira, Bruno Costa, Hernâni, Adrián López, André Pereira – se mostrarem ao treinador (e convencerem-no!) e/ou para ganharem ritmo de competição, que batalhas duras se avizinham.
Se este lote de jogadores, “reforçados” com Maxi, Herrera, Óliver, Corona e Soares, não chegar para ganhar a uma equipa do Belenenses SAD já sem qualquer hipótese de apuramento, paciência.
A consequência é que, provavelmente, não teríamos de ir a Braga jogar a Final Four da Taça Lucílio Baptista…
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Sim, mas cuidado...
Passámos com distinção e louvor esta fase de grupos da presente edição da Liga dos Campeões mas, para sermos justos, vivemos, esta noite em Istambul, um verdadeiro pesadelo defensivo e o resultado foi melhor que a exibição sofrível.
Sim, Conceição fez 6 mexidas no "11" mas isso só explica metade do nosso problema. A verdade é que habituais titulares como Telles (irreconhecível) e, até mesmo, Felipe, estiveram abaixo do habitual.
Maxi e Diogo Leite também se afundaram quase por completo, numa equipa que anda a oferecer penalties a mais aos adversários.
E por falar em grandes penalidades, também aqueles que são a nosso favor merecem reflexão: Marega marcou mas voltou a deixar a sensação que não é grande especialista da marca dos 11 metros. Telles, apesar de também já ter falhado, parece ser, ainda assim, o menos mau.
E quanto tardou Conceição hoje a mexer na equipa. E, atipicamente, esta noite fez três alterações que não empurraram a equipa para a frente. Este jogo pedia um Brahimi nos minutos finais. Certo que o nosso treinador não queria correr o mínimo risco de eventuais lesões e, no fim, a história terminou bem e deu-lhe razão aparente, mas é experiência a não repetir.
Houve pouca de positivo nesta partida. Talvez mesmo só os golos. Marcámos 3 golos em 4 oportunidades e isso é de realçar. No primeiro, salto de Felipe é muito bom e Hernâni esteve excelente na assistência para Sérgio Oliveira e no cavar do penalty convertido por Marega que, deste modo, bateu o record de golos que pertencia a Jardel.
De qualquer das formas, um balanço amplamente positivo na Europa, até ao momento, mas Conceição leva trabalho de casa para Portugal.
sábado, 8 de dezembro de 2018
Há sempre solução...
...mesmo quando o adversário apresenta um ataque com Jackson Martinez (ainda teve um remate, daqueles dos tempos antigos, que Casillas defendeu) e um verdadeiro mini-Brahimi que dá pelo nome de Nakajima. O japonês estará de saída para a Liga Inglesa mas, antes disso, ainda teve tempo para mais uma performance de qualidade acima da média.
Juntou-se a isso um Óliver, a passar tão completamente ao lado da partida, que teve que receber ordem de saida ainda dentro dos primeiros 45 minutos (a tal falta de um rendimento constante, ao longo de uma série mais longa de partidas, que muitos portistas temem no médio espanhol).
Com Telles e Otávio também em noite apagada, valeu-nos, ontem mais uma vez, os suspeitos do costume: Brahimi a jogar e Marega a marcar.
O argelino esteve imparável no criar de situações de golo. E até marcou dois, também, um deles bem anulado pelo árbitro e VAR. Aproveitemos ao máximo o facto de ainda podermos contar com um fabuloso futebolista como Brahimi. Então aquele seu controlo do esférico, só encontra mesmo paralelo num Rabah Madjer.
E, claro, Marega. O homem do Mali foi ele mesmo: a falhar lances e lances, de forma a deixar qualquer um de cabelos em pé, até chegar aquele tradicional momento de ser ele a decidir o jogo. Dois golos e ainda uma assistência. Pedir mais, seria um abuso.
Nota também alta para a grande jogada de Danilo, no terceiro golo, que matou o encontro. Além de ter passado de forma brilhante por um defesa contrário, tudo a alta velocidade, só descansou quando a bola chegou a quem ele queria mesmo que chegasse: a Brahimi, claro está.
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quinta-feira, 15 de novembro de 2018
O Euroexit do basquetebol portista
A equipa de basquetebol do FC Porto recebeu ontem o Varese de Itália, para a 5ª jornada da fase de grupos da Taça da Europa da FIBA (FIBA Europe Cup).
FC Porto x Varese (fonte: O JOGO de 15/11/2018) |
O jogo foi disputado num Dragão Caixa com poucos adeptos e o FC Porto perdeu (71-89). Foi a 4ª derrota em cinco jogos para a FIBA Europe Cup 2018/19 e, a uma jornada do fim da fase de grupos, os dragões estão já sem qualquer hipótese de apuramento para a fase seguinte, daquela que é a competição mais fraca do basquetebol europeu de clubes.
Desde 2015/16, após um rearranjo feito pela FIBA, passaram a disputar-se as seguintes quatro competições europeias de clubes (por ordem de importância):
Olhando para a trajetória completa do FC Porto nas competições europeias de basquetebol desta época (2018/19), constata-se que o balanço é muito negativo:
Nizhny Novgorod x FC Porto (fonte: O JOGO de 23/09/2018) |
FIBA Basketball Champions League, pré-eliminatória: 2 jogos, 2 derrotas
FIBA Europe Cup, fase de grupos: 5 jogos, 1 vitória, 4 derrotas
Ora, se nos últimos anos tem sido sempre assim (ou parecido), vale a pena questionar:
Perante o nível atual do basquetebol português e, particularmente, da equipa do FC Porto, para que serve ir às competições europeias?
Supostamente seria para os jogadores “crescerem” e a equipa, como um todo, evoluir. Contudo, não é isso que se tem verificado nos últimos anos.
Mais. A participação nas competições europeias de basquetebol provoca um enorme desgaste, consequência das viagens (algumas longas) e jogos a meio da semana.
Antes do jogo contra o Rilski (na Bulgária), o treinador do FC Porto, Moncho Lopez, fez as seguintes declarações:
“Na Europa, somos obrigados a esforços extraordinários. (…) Tentámos alterar algumas coisas, até no planeamento da pré-época, mas a verdade é que chegaram as duas competições [campeonato e competição europeia] e é muito difícil, está a custar-nos muito. (…) É uma luta desigual para todas as equipas portuguesas. (…) O jogo com o Rilski [na quarta-feira] é exigente, depois na quinta-feira acordaremos muito cedo para viajar todo o dia e regressar ao Porto. Depois na sexta-feira já estaremos a viajar para Lisboa para defrontar o Benfica. Gostaríamos de ter, como as outras equipas têm, cinco ou seis dias para preparar um jogo. Mas a realidade é esta: queremos estar nas competições europeias e somos a única equipa portuguesa presente nas competições europeias. Uma [UD Oliveirense] não está porque desistiu, a outra [SL Benfica] porque não conseguiu estar. Não nos vamos queixar disso, mas é evidente que é um esforço muito grande para nós.”
Em resumo, a participação do basquetebol portista nas competições europeias tem servido para:
- Gastar parte do orçamento da secção (que podia ser utilizado para reforço do plantel) na logística das viagens (bilhetes de avião, transfers, hotéis, refeições, etc.);
- Provocar um grande desgaste nos jogadores, principalmente nos melhores (que são os mais utilizados), com consequências para os jogos seguintes (do campeonato);
- Aumentar o risco de lesões num plantel que, qualitativamente, é curto;
- Deixar, todos os anos, uma má imagem do FC Porto por essa Europa fora.
Por tudo isto, a participação da nossa equipa de basquetebol nas competições europeias tem de ser repensada.
Mas não chega. Todo o basquetebol do FC Porto precisa de ser repensado pela administração do Clube, que para isso foi eleita pelos sócios.
E a reflexão tem de incidir em diversos aspetos - dirigentes da secção, treinador, equipa técnica, jogadores, scouting, equipa B e formação.
O basquetebol portista precisa de decisões, algumas de efeito imediato (época atual) e outras para a(s) próxima(s) época(s). Doa a quem doer porque, a manter-se a inação de quem manda, pode estar em causa a continuidade do basquetebol no FC Porto.
P.S. Nem sempre o basquetebol portista andou pelas ruas da amargura a nível internacional. Lembro-me da época 1999/2000, em que a equipa do FC Porto fez uma caminhada notável até aos ¼ de final da Taça Saporta (à época a 2ª competição europeia de clubes), enchendo várias vezes o pavilhão Rosa Mota. Essa equipa, comandada por Alberto Babo e que que tinha jogadores como Jared Miller, Rui Santos, Paulo Pinto, Nuno Marçal, Fernando Sá, etc., ficou para a história do basquetebol português.
P.S.2 Época 1996/97, pavilhão Rosa Mota, FC Porto x Nobiles (Polónia), 2ª mão dos 1/8 final da Taça da Europa. Um video (do meu amigo Sérgio Gomes) do tempo em que o basquetebol portista enchia pavilhões.
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Pássaros, passarinhos, passarões, aves de rapina e cucos
Tiago Martins rodeado de jogadores do Chaves (foto: Filipe Amorim / Global Imagens) |
Pássaros do Sul,
Bando de asas soltas,
Trazem melodias,
Pra cantar às moças,
Em noites de romaria,
Em noites de romaria
Este refrão, de uma conhecida música de Mafalda Veiga, aplica-se bem à “romaria” de ontem à noite em Alvalade.
O “passarão” foi o conhecido Tiago Martins, protagonista de uma arbitragem à maneira.
E assim, pela 2ª jornada consecutiva, os “viscondes” chegaram à vitória após um penalti e uma expulsão de um jogador da equipa adversária. Algo que, no meio do ruído provocado pela detenção de Bruno de Carvalho, passou quase despercebido.
Capa de A BOLA de 12/11/2018 |
Capa do Record de 12/11/2018 |
Capa de O JOGO de 12/11/2018 |
Com arbitragens destas, o marketing do Sporting ainda vai ter de meter na gaveta a habitual calimerice e copiar o célebre hashtag dos encarnados-- #colinho
E por falar nos vizinhos da 2ª circular, que grande resultado!
Após o “penta ciao” da época passada, desta vez lá conseguiram ganhar ao Tondela, que viu dois dos seus jogadores serem expulsos pelo senhor João Pinheiro.
João Pinheiro a expulsar um jogador do Tondela (foto: Bruno Teixeira Pires / Record) |
“…com as duas expulsões fica muito complicado. Foi uma luta tremenda, mas o minuto 53 marcou esta partida (…) É muito difícil com 11, com menos um é ainda pior”
Pepa, treinador do Tondela
Foi, de facto, um domingo em cheio para os dois clubes da 2ª circular.
E o fim-de-semana só não foi melhor, porque o golo de Soares, ao minuto 88, estragou os planos…
FC Porto x SC Braga, Tribunal de O JOGO |
FC Porto x SC Braga, Record |
Na semana em que a comunicação social deu conta de um encontro entre Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves, no fim-de-semana não faltaram "pássaros", "passarinhos", "passarões" e "aves de rapina", com os "cucos" a assobiar para o lado…
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Tondela
sábado, 10 de novembro de 2018
Ticão!
E que grande vitória a desta noite.
Importantíssima nas contas do título, não só tendo em conta que o adversário era o segundo classificado (sem qualquer derrota) mas também pelo timing da mesma, numa altura que os rivais lisboetas estão ambos a atravessar uma fase de transição.
O Braga é, de facto, uma equipa forte. Apesar de contar, apenas, com 2 ou 3 nomes sonantes, há trabalho muito competente a ser ali executado e tal acontece desde já há alguns anos.
Uma grande aptidão competitiva, de calibre bem acima da média.
O FCP voltou, hoje também, a contar com a estrelinha (de campeão?) que nos tem acompanhado amiúde esta época.
E bem que a merecemos pois, durante vários anos, esta nada quis connosco.
Mas a estrela mais alta (esta cá da Terra) voltou a ser o nosso treinador que, uma vez mais, arriscou tudo para vencer a partida. Novamente Maxi a dar lugar a Otávio, colocando a equipa ainda mais ofensiva, para lá ainda do muito que ela já o é na sua génese e identidade.
Quão raro é vermos um técnico português assim.
Destaque também para Soares, que hoje foi absolutamente decisivo. O cruzamento do talismã Otávio era bem colocado mas, daí até o lance terminar em golo, faltava ainda algum trabalho. Foi obra de Ticão. Não era para qualquer tiquinho colocar aquela bola bem no cantinho e, para mais, ao minuto 87. O brasileiro, recorde-se, já tinha tido papel determinante na reviravolta contra o Varzim e, antes, contra o Tondela.
Estão de parabéns os jogadores e segue-se agora mais uma longa pausa que, esperemos, não estrague esta nossa grande dinâmica de vitória actual.
sábado, 3 de novembro de 2018
Siga!
67 foi o minuto-chave desta partida. Sérgio Conceição foi, hoje, ainda mais valente que o seu habitual e não hesitou em trocar um lateral-direito por mais um elemento ofensivo (Otávio) que, apenas três minutos depois, marcaria o golo que desbloquearia uma partida onde pairava um intenso odor a empate.
E, dadas as circunstâncias (derrota escandalosa do slb, em sua casa, na noite anterior), talvez um qualquer outro treinador não se incomodasse assim tanto com uma eventual igualdade, num campo historicamente complicado para as nossas cores. Sérgio Conceição, no entanto, tinha outros planos e, como na última quarta-feira para a Taça da Liga, virou tudo ao contrário com alterações vindas do banco.
E tudo tinha começado mal para o FCP. Um primeiro tempo completamente desinspirado da nossa parte. Quando Brahimi não está nos seus dias, a máquina emperra sempre. Aqui e ali, Corona lá continuou na sua actual onda de sentar primeiro os adversários e, depois, centrar com precisão. Contudo, a frequência com que o faz não se aproxima sequer do habitual caudal atacante do argelino e, por isso, o FCP não criou qualquer lance de perigo nos primeiros 45 minutos.
Foi assim recebido como uma dádiva dos céus o penalty assinalado por Xistra, já na segunda metade. Lance duvidoso, mesmo após inúmeras repetições. Mas Marega falhou. Ainda não parece que seja ele quem deva ser o habitual marcador. Há que treinar mais este tipo de lances. São já muitos os falhanços da marca dos 11 metros.
Após este lance, parecia mesmo que a maldição dos Barreiros estava de volta, até Otávio ter dado a melhor sequência a dois toques de calcanhar consecutivos (de Soares e Marega), num golo fabuloso para mais tarde recordar.
Três minutos depois, Óliver, de novo titular (e bem) no lugar de Herrera, rouba uma bola à defesa do Marítimo e segue completamente isolado para a baliza contrária. Como sabe que a finalização não é o seu ponto forte, olhou para todos os lados até encontrar um companheiro solto. Otávio e Marega completaram a obra.
O brasileiro ainda conseguiria fazer expulsar Danny e o FCP acabaria, assim, um jogo teoricamente difícil de uma forma inesperadamente tranquila.
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
Esquerdinha
Foi, durante anos, o nosso melhor lateral-esquerdo da era
pós-Branco
(o maior deles todos).
Praticamente até Álvaro Pereira surgir em 2009, Esquerdinha foi o
homem que melhor fez aquele lugar que andava órfão desde a saída do
internacional brasileiro. Claro que, recentemente, apareceram
Layun e Alex Telles, laterais que relegaram Esquerdinha para uns lugares mais
abaixo na tabela dos melhores de sempre, mas nem por isso o homem dos
cabelos compridos deixou de ter um lugar especial entre a família
azul-e-branca.
Foi em 1999 que Esquerdinha surgiu nas Antas pelas mãos do também
antigo jogador Lula. Veio do modesto Vitória da Baía mas esteve em
alta no Brasileirão do ano anterior. Levou algum tempo até convencer a
exigente massa associativa mas, quando alcançou a titularidade, não a
largou praticamente até à sua saída.
Num tempo em que Jardel brilhava a grande altura, Esquerdinha foi
autor de inúmeras assistências para este. Venceu apenas um campeonato
mas o seu ponto mais alto terá sido o confronto com o Bayern, nos
quartos-de-final da Liga dos Campeões.
No período de alguma decadência do FCP, quando em dois anos Fernando
Santos apenas venceu a Taça de Portugal, Esquerdinha foi por vezes
preterido (imagine-se) por um insurrecto de nome Rúbens Júnior.
Saiu, depois, para o Saragoça aquando do (malfadado) regresso de
Octávio ao nosso clube.
Um bom profissional e um bom lateral-esquerdo que só pode mesmo deixar
saudades. Como me dizia um amigo, naqueles dia de glória de
Esquerdinha: "Agora só precisamos de um Direitinha".
Praticamente até Álvaro Pereira surgir em 2009, Esquerdinha foi o
homem que melhor fez aquele lugar que andava órfão desde a saída do
internacional brasileiro. Claro que, recentemente, apareceram
Layun e Alex Telles, laterais que relegaram Esquerdinha para uns lugares mais
abaixo na tabela dos melhores de sempre, mas nem por isso o homem dos
cabelos compridos deixou de ter um lugar especial entre a família
azul-e-branca.
Foi em 1999 que Esquerdinha surgiu nas Antas pelas mãos do também
antigo jogador Lula. Veio do modesto Vitória da Baía mas esteve em
alta no Brasileirão do ano anterior. Levou algum tempo até convencer a
exigente massa associativa mas, quando alcançou a titularidade, não a
largou praticamente até à sua saída.
Num tempo em que Jardel brilhava a grande altura, Esquerdinha foi
autor de inúmeras assistências para este. Venceu apenas um campeonato
mas o seu ponto mais alto terá sido o confronto com o Bayern, nos
quartos-de-final da Liga dos Campeões.
No período de alguma decadência do FCP, quando em dois anos Fernando
Santos apenas venceu a Taça de Portugal, Esquerdinha foi por vezes
preterido (imagine-se) por um insurrecto de nome Rúbens Júnior.
Saiu, depois, para o Saragoça aquando do (malfadado) regresso de
Octávio ao nosso clube.
Um bom profissional e um bom lateral-esquerdo que só pode mesmo deixar
saudades. Como me dizia um amigo, naqueles dia de glória de
Esquerdinha: "Agora só precisamos de um Direitinha".
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Venham mais como este
Bom jogo este de ontem no Dragão. As duas equipas estiveram bem, na
globalidade, e a arbitragem também.
O Feirense a juntar-se a equipas como um Chaves, Rio Ave ou Tondela
que, hoje em dia, são um osso duro de roer sempre que jogam na nossa
casa. Os bons velhos tempos, de vitória garantida neste tipo de partidas, já
deixaram de existir.
O VAR foi novamente protagonista mas desta vez pelas melhores razões:
três decisões difíceis, três decisões acertadas.
Num primeiro olhar, o lance (magnífico) do primeiro golo parecia,
de facto, fora-de-jogo, contudo o pormenor do pé do último defensor
contrário foi muito bem observado pelo VAR. É milimétrico? É, sim
senhor, mas é exactamente para isso que serve o VAR. Para além
do mais, em caso de dúvida, favorece-se o ataque. Recomendação muitas
vezes esquecida.
É o nosso melhor golo da temporada, até ao momento. Muito trabalho de
laboratório por ali andou. Estão de parabéns os executantes e, claro,
Sérgio Conceição.
O “onze” inicial apresentou a surpresa de Herrera ter ficado de fora,
pela primeira vez desde há cerca de um ano.
Compreende-se. Apesar do bom golo em Moscovo, o mexicano não tem
justificado a titularidade. E Óliver voltou a estar bem. Porém, tal
como sucede com Otávio, o problema é sempre o mesmo: quantos jogos
aguentará a este nível? O historial de ambos, neste aspecto, não
autoriza que se deitem, para já, muitos foguetes.
E temos, ainda, três jogadores em grande forma: Casillas (três
boas defesas, todas elas naqueles tipos de lance que muitos golos
originaram num passado não muito longínquo), Militão (de regresso
ao que de muito bom nos tinha habituado, após algum engasganço contra
o Lokomotiv) e Brahimi que está bem fisicamente e, assim sendo, passa
pelos adversários ainda com mais facilidade do que antes.
Aproveitemos enquanto ele ainda cá está e deliciemo-nos a vê-lo controlar aquele
esférico como mais ninguém.
Por fim, os dois casos mais complexos da nossa equipa: Corona e
Marega, claro está.
O mexicano tem, ultimamente, estado nos golos e nas assistências.
Quando ele consegue chegar à linha, é do melhor que existe: senta o
adversário e cruza, normalmente, com qualidade. O único senão é a
(baixa) frequência com que o faz. Tem que ser mais interventivo.
Contudo, após uma época de 2017-18 em que ele esteve pouco menos do
que péssimo, não nos podemos queixar muito do seu rendimento na
actual.
E o homem do Mali? Pois bem, foi mais uma exibição à Marega: perdeu
quase todos os lances (mesmo aqueles corpo-a-corpo em que é
especialista) até surgir aquele momento-chave em que decidiu a partida
por completo. E quem, senão ele?
Alguém teria coragem de o tirar da equipa? Nunca. Para a coisa
funcionar em pleno, o FCP necessita de ter sempre Marega em campo.
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Mangala,
Oliver Torres
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Líderes, mas cuidado com os erros defensivos
“Estamos contentes, mas podíamos e devíamos em certos momentos ter feito mais, especialmente a nível defensivo. Há situações que temos de evitar, especialmente de deixar os nossos laterais expostos.”
“Não gostei tanto de um ou outro erro defensivo, de um ou outro erro individual. Tentámos controlar o jogo, mas de cada vez que o adversário recuperava a bola e partia para o ataque criava perigo.”
“Tivemos um ou outro erro evitável, nomeadamente a situação que dá o golo do Lokomotiv. É uma falha individual, mas isso pode acontecer. Eu admito todos os tipos de erro, mas quando são erros de concentração já fico um bocadinho mais aborrecido. De qualquer maneira, o erro faz parte do jogo.”
Estas declarações do Sérgio Conceição, feitas após a vitória em casa do Lokomotiv (5 vitórias em 5 jogos do FC Porto em Moscovo!), são um alerta para os jogadores e, eventualmente, farão com que o próprio treinador possa, nos próximos jogos da Liga dos Campeões, repensar algumas escolhas ou posicionamentos.
No entanto, a meio da fase de grupos da Liga dos Campeões 2018/19, o balanço é muito positivo.
O FC Porto já somou 7 pontos (e muitos milhões de euros!) e é líder isolado do seu grupo.
Um eventual empate no próximo jogo garante, desde logo, que o FC Porto continuará nas competições europeias em Fevereiro/Março do próximo ano.
Mas se ganhar os próximos dois jogos (ambos no Estádio do Dragão), o FC Porto não só assegura o apuramento para os oitavos de final, como poderá ir a Istambul, no último jogo da fase de grupos, apenas para cumprir calendário.
terça-feira, 23 de outubro de 2018
No pasa nada II
Não sei alguma das claques do Porto está interessada em actualizar o seu repertório, mas aqui fica a minha humilde contribuição.
Quando a cabeça não tem juízo
Quando tu gastas
Mais do que é preciso
O Porto é que paga
O Porto é que paga
Deix'o pagar, deix'o pagar
Se tu estás a gostar
Quando a cabeça não se liberta
Das comissões, transações
Toda essa força, que te aperta
O Porto é que sofre
As privações, imposições
Quando a cabeça está convencida
De que ela é a oitava maravilha
O Porto é que sofre
O Porto é que sofre
Deix'o sofrer, deix'o sofrer
Se isso te dá prazer
Quando a cabeça está nessa confusão
Estás sem saber que hás-de fazer
E gastas tudo o que te vem à mão
O Porto é que fica
Fica a cair sem resistir
Quando a cabeça rola pró abismo
Tu não controlas esse despesismo
O passivo é que paga
O passivo é que paga
Não pára de aumentar
Ao invés de baixar
Quando a cabeça não tem juízo
E tu gastas mais do que é preciso
O Porto é que paga
O Porto é que paga
Deixa pagar, deixa pagar
Se tu estás a gostar
Deixa sofrer, deixa sofrer
Se isso te dá prazer
Quando a cabeça não tem juízo
Quando tu gastas
Mais do que é preciso
O Porto é que paga
O Porto é que paga
Deix'o pagar, deix'o pagar
Se tu estás a gostar
Quando a cabeça não se liberta
Das comissões, transações
Toda essa força, que te aperta
O Porto é que sofre
As privações, imposições
Quando a cabeça está convencida
De que ela é a oitava maravilha
O Porto é que sofre
O Porto é que sofre
Deix'o sofrer, deix'o sofrer
Se isso te dá prazer
Quando a cabeça está nessa confusão
Estás sem saber que hás-de fazer
E gastas tudo o que te vem à mão
O Porto é que fica
Fica a cair sem resistir
Quando a cabeça rola pró abismo
Tu não controlas esse despesismo
O passivo é que paga
O passivo é que paga
Não pára de aumentar
Ao invés de baixar
Quando a cabeça não tem juízo
E tu gastas mais do que é preciso
O Porto é que paga
O Porto é que paga
Deixa pagar, deixa pagar
Se tu estás a gostar
Deixa sofrer, deixa sofrer
Se isso te dá prazer
sábado, 13 de outubro de 2018
Clássico do basquetebol na RTP 2
Ovarense x FC Porto (fonte: FPB) |
Jogar em Ovar nunca é fácil. A Ovarense é uma equipa aguerrida, que faz muitas faltas e, debaixo do cesto, dá “porrada” a sério. Além disso, jogadores, treinador e público fazem uma pressão tremenda sobre a arbitragem.
Falando da arbitragem, houve partes do jogo em que pareceu querer equilibra-lo, adoptando um critério para as faltas pouco coerente. E os passos assinalados ao base croata do FCP foram de bradar aos céus.
No seu todo foi um jogo disputado, com uma vitória difícil (76-79), mas inteiramente justa do FC Porto neste clássico do basquetebol português.
Contudo, com uma percentagem normal nos lances livres (22 convertidos em 37 tentados é bastante fraco), os dragões teriam ganho de forma folgada.
Para além da vitória do FCP, a melhor notícia foi o regresso do Will Sheehey (após mais uma paragem por lesão), o qual, apesar de ter jogado apenas 16:33s, teve números muito interessantes (13 pontos, 6 ressaltos, 4 assistências).
A segunda melhor notícia foi a transmissão deste clássico na RTP2. O basquetebol português bem precisa de transmissões televisivas em canal aberto, que proporcionem maior visibilidade a esta modalidade.
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
No pasa nada
De um Relatório e Contas que descreve um inescapável cambalear a caminho do abismo, a única conclusão digna de registo por parte dos responsáveis, é que a culpa é do Herrera.
Alienam-se passes de jogadores no valor de 50 milhões de euros, e consegue-se,mesmo assim, apresentar um prejuízo superior a 25 milhões de euros - devem andar a adubar o relvado com notas de €500. Mas o grande drama é que há um jogador que quer um aumento - sacana!
Intransigente na defesa dos interesses do FCP, o presidente deixou claro que o mexicano não verá o seu contrato renovado. Não tenho dúvidas de que o FCP sobreviverá à saída do Herrera (e do Brahimi, e de todos esses "mercenários"); já a sobreviver a esta gestão...
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Vencer é o nosso destino
No último domingo fomos a Lisboa defrontar uma equipa que joga poucochinho e que, contra o FC Porto, joga quase sempre como equipa pequena.
Desta vez, os dragões estiveram ao nível da equipa da casa e também jogaram pouco. Criamos poucas oportunidades de golo e só nos últimos minutos tivemos um vislumbre do Fê-Cê-Pê entusiasmante da época passada.
E sim, é verdade que, esta época, as exibições dos campeões nacionais têm sido… desconsoladoras. Tipo comida sem tempero, aquecida no micro-ondas.
Razões para isso?
Bem, sendo o “cozinheiro” o mesmo e os “ingredientes” praticamente os mesmos (talvez um pouco menos frescos), não vejo qualquer razão para que não voltemos, brevemente, a saborear umas fantásticas “tripas à moda do Porto”.
E fazer das tripas coração é sempre o primeiro passo para jogar à Porto e para voltarmos a ter uma Equipa (com “E” grande).
O resto virá por acréscimo, de forma natural, com mais treinos, mais jogos, mais minutos nas pernas e mais vitórias. E o resto é…
A recuperação dos níveis físicos, ritmo competitivo e confiança (neles próprios) dos jogadores que estiveram lesionados – Danilo, Soares, Mbemba;
A integração plena de todos os reforços – João Pedro, Mbemba, Jorge, Bazoer, … - os quais, espero, não se venham a revelar apenas meras contratações para encher o… plantel;
Uma melhor mecanização entre os dois jogadores que constituem a dupla de centrais – Felipe e Militão ou, quem sabe, Felipe e Mbemba (com Militão a ser desviado para lateral direito);
Um entrosamento adequado entre o triângulo constituído pela dupla de centrais e o médio mais defensivo (Danilo);
E, claro, a recuperação da forma desportiva dos “três mosqueteiros” – Alex Teles, Herrera, Brahimi e Marega –, que foram os principais pilares da maior parte da época passada.
O capitão Herrera a mostrar a camisola e emblema, no SLB x FCP da época passada |
É verdade que os sinais da pré-temporada, dentro e fora do campo, não foram os melhores.
É verdade que a maior parte das contratações efetuadas foram feitas tardiamente e, até agora, apenas o Éder Militão revelou ser um reforço.
É verdade que as exibições têm sido desconsoladoras e que, no “salão de festas”, jogamos pouco.
Tudo isto é verdade, mas eu estou optimista.
Estou optimista, porque apesar de tudo o que referi anteriormente, os nossos rivais também não impressionam e estamos a apenas dois pontos (um empate!) da liderança do campeonato.
Estou optimista, porque o nosso mister não é o Rui Vitória, nem o José Peseiro, é o Sérgio Conceição! Alguém que já mostrou o que vale – como treinador, como aglutinador, como líder – e que continua com fome de ganhar. Por isso, estou certo, não vai deixar os jogadores acomodarem-se ao título da época passada e espero que consiga renovar-lhes a ambição, metendo-lhes na cabeça que, até agora, ganharam quase nada e que há muito mais para ganhar.
Sérgio Conceição a mostrar o emblema, no final do último SLB x FCP |
Estou optimista, porque faltam oito meses (outubro, novembro, dezembro, janeiro, ..., maio) e 27 jogos para terminar o campeonato, tempo mais do que suficiente para este Porto colheita 2018/19 amadurecer e melhorar o seu “sabor” (é inevitável).
Estou optimista, porque apesar de já termos perdido dois jogos (tantos como em todo o campeonato passado), tal como o nosso treinador, estou confiante que não iremos perder muitos mais (se é que iremos perder mais algum).
Estou optimista, porque já fizemos três das seis deslocações ao sul do país (Belém/Jamor, Setúbal, Luz) e, na 2ª volta, vamos receber o slb no Dragão (e haverá melhor motivação, do que o Sérgio Conceição fazer a palestra desse jogo ao som da música com que o slb terminou o jogo de domingo?).
Estou optimista, porque os Portistas não abandonaram a equipa e o mar azul continua a encher estádios.
E finalmente, estou optimista, porque temos a melhor equipa do campeonato português e vencer é mesmo o nosso destino.
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Luz - Portas abertas a um mau jogo
Não é que não seja normal o nosso maior adversário vencer-nos, na sua própria casa, de quando em vez. Afinal de contas, já íamos em quatro partidas consecutivas sem perder na Luz.
Aliás, parece que a tendência é fazermos bons resultados na casa do nosso maior rival quando a partida se disputa na segunda volta. Quando ela acontece na primeira, sentimos habitualmente mais dificuldades. Talvez se deva mesmo ao facto de não ser tão decisivo quando ainda há muito campeonato pela frente.
O que é anormal, é o facto de, num jogo globalmente aquém das expectativas, ao slb, uma vez mais, bastar-lhe uma meia-dúzia de minutos de boa qualidade para marcar imediatamente. Já no nosso caso, quando defrontamos o nosso maior rival no Dragão, jogar praticamente 90 minutos em grande nível só tem resultado em empates.
O clássico foi fraco e não teve mais de umas quatro ou cinco oportunidades para ambos os lados. Das três do slb, duas foram em fora-de-jogo não assinalados (sê-lo-iam pelo VAR, caso estas resultassem em golo?).
O FCP com Soares ainda com falta de ritmo e com Marega bem marcado, não conseguiu esticar o jogo como gosta. Otávio, por outro lado, esteve sempre mais interessado nas faltas do que a produzir jogo e com Danilo a léguas do que pode e sabe e Herrera a ser outra vez Herrera, sobrava apenas Brahimi. Pouco, portanto.
Mas vejamos também o lado positivo: Militão, apesar de (talvez) poder ter esticado mais a perna no único golo da partida, foi o nosso melhor jogador. E andavam uns quantos preocupados com a saída de Marcano (suplente da Roma)...
Não há comparação possível. Ficamos claramente a ganhar e, com esta nossa actual dupla de "centrais", mais a indiscutível categoria de Telles e ainda toda a experiencia de Maxi, tudo leva a crer que sofreremos poucos golos esta época, para a Liga Portuguesa.
E isso pode ser decisivo nas contas finais.
Temos, porém, que solucionar o problema da falta de golo da maioria dos jogadores do nosso plantel.
Não basta Marega, Brahimi e Soares, de quando em vez. Têm que aparecer outros e rapidamente.
Aliás, parece que a tendência é fazermos bons resultados na casa do nosso maior rival quando a partida se disputa na segunda volta. Quando ela acontece na primeira, sentimos habitualmente mais dificuldades. Talvez se deva mesmo ao facto de não ser tão decisivo quando ainda há muito campeonato pela frente.
O que é anormal, é o facto de, num jogo globalmente aquém das expectativas, ao slb, uma vez mais, bastar-lhe uma meia-dúzia de minutos de boa qualidade para marcar imediatamente. Já no nosso caso, quando defrontamos o nosso maior rival no Dragão, jogar praticamente 90 minutos em grande nível só tem resultado em empates.
O clássico foi fraco e não teve mais de umas quatro ou cinco oportunidades para ambos os lados. Das três do slb, duas foram em fora-de-jogo não assinalados (sê-lo-iam pelo VAR, caso estas resultassem em golo?).
O FCP com Soares ainda com falta de ritmo e com Marega bem marcado, não conseguiu esticar o jogo como gosta. Otávio, por outro lado, esteve sempre mais interessado nas faltas do que a produzir jogo e com Danilo a léguas do que pode e sabe e Herrera a ser outra vez Herrera, sobrava apenas Brahimi. Pouco, portanto.
Mas vejamos também o lado positivo: Militão, apesar de (talvez) poder ter esticado mais a perna no único golo da partida, foi o nosso melhor jogador. E andavam uns quantos preocupados com a saída de Marcano (suplente da Roma)...
Não há comparação possível. Ficamos claramente a ganhar e, com esta nossa actual dupla de "centrais", mais a indiscutível categoria de Telles e ainda toda a experiencia de Maxi, tudo leva a crer que sofreremos poucos golos esta época, para a Liga Portuguesa.
E isso pode ser decisivo nas contas finais.
Temos, porém, que solucionar o problema da falta de golo da maioria dos jogadores do nosso plantel.
Não basta Marega, Brahimi e Soares, de quando em vez. Têm que aparecer outros e rapidamente.
domingo, 7 de outubro de 2018
Um capitão "sem cabeça"
Um dos grandes protagonistas da época passada está a poucos meses de terminar o contrato que o liga ao FC Porto. Hector Herrera. Aparentemente não terá chegado a acordo para a renovação.
Até aqui tudo bem. Está no seu direito. O problema é que Sérgio Conceição continua a a confiar-lhe a braçadeira de capitão e a titularidade. Um jogador de qualidade que não sabe qual o clube em que jogará na época seguinte fica tendencialmente inseguro, não se quer lesionar até porque isso poderá condicionar a assinatura de um contrato milionário. É uma situação que não convém a ninguém, mas na qual o clube é invariavelmente o mais prejudicado.
Herrera tem sido um jogador bipolar ao serviço do FC Porto. Ora faz grandes jogos ora se perde em campo faltando presença e protagonismo. A última época foi a grande exceção aos últimos anos. E talvez por isso se esperasse mais de Herrera esta época.
Nas primeiras jornadas da presente temporada Herrera esteve irreconhecível, uma sombra do que foi no passado recente. E não faz sentido mantê-lo na equipa principal enquanto ele não se encontrar e decidir o que quer para o seu futuro. É preferível ter no seu lugar um jogador que esteja 100% focado no clube e que meta o pé em todas as jogadas. É uma situação que urge resolver. Que o espaço seja dado a quem o quiser agarrar, mas o FC Porto precisa de um meio campo mais dinâmico, mais corajoso e mais disponível. O Porto precisa de jogadores à Porto.
sábado, 29 de setembro de 2018
Espectáculo há 125 anos em cena
Se o Tondela jogasse sempre assim, o seu lugar natural seria nos lugares que dão acesso à Liga Europa e não, como presentemente acontece, num banal meio da tabela classificativa.
Pelo segundo ano consecutivo, este adversário colocou-nos as maiores dificuldades possíveis e imaginárias. Se nos lembrarmos da sua vitória na Luz, em Maio passado, parece mesmo que Pepa nasceu para este tipo de jogos.
E depois, é claro, o nosso desperdício ajuda muito pouco ou nada.
Como é que Marega e Aboubakar falham lances de golo feito, como aqueles de ontem, ainda se está por entender.
O camaronês lesionou-se e, provavelmente, ficará fora dos próximos encontros. Todavia, na realidade, já há muito que justificava uma saída do "11" titular. Tirando aquele golo em Setúbal, praticamente mais nada fez nos últimos largos tempos. Raramente, sequer, ganhava um único lance de um-para-um, quanto mais o resto.
Valeu-nos ontem Soares, que era o tal que ia ficar "seguramente" fora dos nossos três primeiros encontros da Liga dos Campeões e que, por isso, não valia a pena inscrever.
Afinal, estaria apenas de fora num único. Erro de cálculo.
Venha, pois, a hora de André Pereira. Ele que entrou muito bem no jogo contra os sadinos. Procurou jogo e "furar" entre os defesas. Tudo aquilo que Aboubakar (já) não faz.
O Teatro Sá da Bandeira está velho e precisa de obras. A Gala dos Dragões de Ouro, no Coliseu, é só por convite. Por isso, caro Sérgio Conceição, a malta quer mesmo é ver grandes espectáculos no Estádio do Dragão.
Tem, aliás, sempre sido assim. E já lá vão 125 anos, Mister.
Muitos Parabéns, FC Porto.
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
28 de Setembro de 1893
Parece que foi ontem e já passaram 125 anos...
Notícia da fundação do Football Club do Porto, DIARIO ILLUSTRADO de 28/09/1893 |
Etiquetas:
António Nicolau d'Almeida,
FC Porto
sábado, 22 de setembro de 2018
Olá Futebol, chamo-me FC Porto e gostava de te conhecer
Dizem as lendas urbanas que treinadores tão diferentes mas tão triunfais como Helenio Herrera e Brian Clough tinham o hábito, antes dos jogos, no balneário, de reunir a equipa em circulo (onde é que eu já vi isto) e fazê-los tocar a bola com as mãos, acariciá-la, lembrando-lhes que aquela, a bola, tinha de ser querida, cuidada, conservada e utilizada para lograr o objectivo do grupo, a vitória. A bola, ah, essa entidade esférica misteriosa e de tons quase mitológicos, que alguns treinadores acham que deve permanecer nos pés dos seus jogadores o máximo de tempo possível, recuperando um velho refrão do futebol de rua que dizia sempre, "a bola corre mais que os pés" ou então "se eu a tenho, tu não a tens". Dizia Quique Setien, treinador do Bétis, que a filosofia de jogo que aplicava era aquela que gostava quando era miudo. E quando se é miudo o que se quer é ter a bola nos pés. Tocar, passar, driblar, chutar. Não é correr como um desalmado, não é pontapear a bola para a frente...é outra coisa. Costumam ter um nome para isso: Futebol.
O FC Porto de 2018/19 tem sido até agora uma caricatura. De si próprio e de tudo o resto.
De si mesmo porque, mantendo grande parte das peças chave - saiu um central, entraram dois melhores (Eder e Diogo), e saiu um lateral importante na manobra colectiva - o mesmo treinador e o mesmo espirito de grupo (a rodinha ainda lá está), desapareceu tudo o resto. Tudo, bem, tudo não. Continuasse a mandar pontapé para a frente á menor oportunidade (o que, quando eu jogava com o Valadares se dizia, prosaicamente, "bota-la nas couves") para que o Marega correr, tropeçar, ganhar a segunda bola, descolocar a equipa com a manobra e, tantas vezes, favorecer transições rivais que apanham os laterais a extremos, os interiores a avançados, os centrais sozinhos e Iker a benzer-se a si próprio. Isso mantém-se. O que desapareceu foi tudo o resto. O FC Porto 17/18 tinha registos defensivos impecáveis. Era uma máquina atacante trituradora. Não era uma equipa perfeita. A defesa também se desorganizava (quantas vezes não viamos Telles e Ricardo perdidos na frente sem ninguém a cobrir os espaços?) mas a pressão alta da equipa, a omnipresença de Danilo (a regressar ainda de lesões) e Herrera (já com a cabeça no contrato milionário que seguramente o espera longe de aqui) permitiam a rápida recuperação do esférico. Por outro lado atacava-se muito mais. Era atabalhoado, era. Era preciso rematar quinze vezes para marcar um golo? Também. Muitos centros morriam na pequena área porque não temos um avançado de nivel a condizer com a história do clube? Sim. Mas entre Brahimi em excelente forma (o apagão foi lá para Fevereiro) e a conexão Aboubakar (desaparecido em combate desde a última lesão) e Marega resolviam. Eramos uma equipa pouco atractiva para quem acha que o futebol significa jogar com a bola e não apenas correr, gritar e suar mais que o rival, mas eramos uma equipa eficaz, tremendamente eficaz, que sabia compensar as deficiências técnicas com a atitude.
As deficiências, essas, estão lá todas e vão a mais. Maxi não pode fazer de Ricardo e no entanto é ele que joga. Da mesma forma que no ano passado ninguém podia fazer de Marega e o treinador em vez de mudar o modelo o que tentou foi procurar o Marega II em Hernani, Corona e no próprio Ricardo. No meio campo há pulmão mas não há descernimento e Oliver (e agora Bazoer, que tal como Jorge tem experiência em competições europeias e vá-se lá saber porquê anda a jogar na equipa B) continuam a ser párias, em detrimento dos Oliveira e Herreras, jogadores para outra coisa que não seja pautar um ritmo de jogo. Porque o Porto campeão 17/18 nunca soube pautar o jogo porque nunca precisava de o fazer. Á meia hora já tinha o resultado feito. A versão de este ano como não é capaz nem de criar perigo real, quanto mais marcar, depois também não sabe gerir o jogo de outra forma, mais pensada, para vencer com astúcia, com a bola o que não conseguiu com o grito e com o suor. E isso é responsabilidade absoluta do treinador.
Sérgio Conceição foi um dos grandes responsáveis do titulo conquistado. Não há dúvidas disso.
Também nunca houve dúvidas sobre o seu perfil, sobre a forma como prefere um jogo vertical e menos pensado, um jogo mais físico e "másculo" a uma abordagem mais técnica e organizada. É parte do seu trademark e funcionou-lhe bem sobretudo porque na época passada era o perfil de jogadores que tinha para utilizar (salvo Oliver, sempre o patinho feio). Ninguém lhe podia criticar pegar em párias e remendos, dispensados e eternos emprestados e fazer deles um bloco ganhador. Havia também um aspecto motivacional fundamental, o de impedir o Penta corrupto do Benfica e o de voltar aos títulos. O objectivo foi logrado e é necessário criar novas metas. Competir na Europa não faz sentido porque o jogo com o Liverpool deixou claro que nem o FC Porto (nem o futebol português em geral) está para esses voos e mais a jogar assim. O que se pedia então? Provavelmente uma de duas: ou melhorar o sistema que já existia, sendo a equipa mais eficaz na frente e mais pressionante ou mudar o estilo de jogo, pelo menos de tempos a tempos.
Ao contrário do que podia parecer o plantel parecia ter mais opções para isso, sobretudo com a chegada de Bazoer (futebolista com excelente saída de bola) e a perda de um lateral como Ricardo e, sobretudo, pela possível saída de Marega. Teria sido o negócio perfeito - jogador limitado a todos os niveis faz época de sonho, aparece oferta, clube vende, todos felizes. Não foi. Marega ficou e com isso bloqueou a mudança do paradigma. Ou talvez não olhando para Marius, olhando para André Pereira e olhando para a evolução de Otávio num jogador cada vez mais ao gosto do treinador e distante da sua origem. Isso e vendo como o desenho não muda e a um lateral de 34 anos se pede que faça o que fazia um de 24, que um médio que se recusa a renovar se pede que deixe o corpo e alma com critério no passe frente ao mesmo jogador que tinha tudo para provar ao mundo e a ele próprio. Que insiste num Sérgio Oliveira que é, a todos os titulos, um excelente jogador de plantel mas, provavelmente, o pior dos médios centros disponiveis. E que continua a insistir numa fórmula que precisa de homens golo quando, precisamente, o plantel carece de um goleador nato, situação reforçada pela lesão de Soares. Tudo isso é entendivel para qualquer adepto e talvez por isso o facto de se repetir o 11, o modelo, a péssima qualidade de jogo, a dinâmica, a ausência de melhorias, de novas ideias, novos "truques" semana após semana, deixe antever um péssimo cenário. Afinal de contas o FC Porto apenas jogou com equipas muito inferiores - e já perdeu pontos no campeonato - e na Champions League, apesar da sorte do grupo em disputa, apenas defrontou uma das piores equipas da Bundesliga nesta época. Provas de fogo? Zero.
No fundo esta equipa continua a ser o espelho do seu treinador. O problema é que este não só não evoluiu com o êxito. Parece ter-se estancado sobre si mesmo. Nervoso, intranquilo, não transmite aquela aura que um título deveria otorgar, esse toque de varinha que até a um Vitor Pereira, tão criticado e marcado pela injusta sombra de "adjunto", conseguiu ter no ano do "Tri". Conceição comporta-se e actua como se fosse um "desperado" quando devia partir dele a ideia de jogo e a harmonia de gestão de grupo que se exige a um FC Porto campeão rumo ao Bi. Esse é o sinal mais preocupante. O de repetir nos mesmos erros e aplicar-se um discurso de melhoria continua que ninguém vê. O de abdicar permanentemente dos que tratam o esférico por tu para defender um ADN de mais força, mais suor, mais grito e pouco ou nenhum futebol. Não existe auto-critica (não só no discurso mas na prática, em campo), não existe uma clara vontade de fazer diferente e, pior que tudo, não parece que se esteja a fazer o melhor dentro do que já existia. Os pontos vão-se somando (menos mal) mas as sensações vão piorando.
E apesar da rodinha no fim dos jogos (para a galeria) a bola, nesses momentos, não está lá. Não está á vista. Ninguém quer saber dela. Ninguém a está a acariciar, a mimá-la, a pensar em ficar com ela largos minutos enquanto os outros correm com a lingua de fora. Ninguém está a pensar em passá-la bem, sem errar. A controlá-la bem quando chega aos pés sem tropeçar ou precisar de três toques onde um chegava. Ninguém está a pensar em sair a jogar com calma em vez de a chutar para longe, quase com despeito, sem medo a perdê-la em pés inimigos. Não se vê bola quando se vêm as camisolas suadas e aos gritos azuis e brancas. Não se vê a bola e quando não se vê a bola raramente se pode ver Futebol. E era bom que esse Futebol fosse parte desta viagem. Que encontrasse numa esquina qualquer de um relvado perdido no meio do nada com o FC Porto e trocassem um sorriso cumplice, um olhar compenetrado e que, para quebrar o gelo, o dragão azul e branco, determinado, lhe dissesse ao ouvido: "Olá Futebol, chamo-me FC Porto e gostava de te conhecer".
Não consigo imaginar melhor história de amor.
O FC Porto de 2018/19 tem sido até agora uma caricatura. De si próprio e de tudo o resto.
De si mesmo porque, mantendo grande parte das peças chave - saiu um central, entraram dois melhores (Eder e Diogo), e saiu um lateral importante na manobra colectiva - o mesmo treinador e o mesmo espirito de grupo (a rodinha ainda lá está), desapareceu tudo o resto. Tudo, bem, tudo não. Continuasse a mandar pontapé para a frente á menor oportunidade (o que, quando eu jogava com o Valadares se dizia, prosaicamente, "bota-la nas couves") para que o Marega correr, tropeçar, ganhar a segunda bola, descolocar a equipa com a manobra e, tantas vezes, favorecer transições rivais que apanham os laterais a extremos, os interiores a avançados, os centrais sozinhos e Iker a benzer-se a si próprio. Isso mantém-se. O que desapareceu foi tudo o resto. O FC Porto 17/18 tinha registos defensivos impecáveis. Era uma máquina atacante trituradora. Não era uma equipa perfeita. A defesa também se desorganizava (quantas vezes não viamos Telles e Ricardo perdidos na frente sem ninguém a cobrir os espaços?) mas a pressão alta da equipa, a omnipresença de Danilo (a regressar ainda de lesões) e Herrera (já com a cabeça no contrato milionário que seguramente o espera longe de aqui) permitiam a rápida recuperação do esférico. Por outro lado atacava-se muito mais. Era atabalhoado, era. Era preciso rematar quinze vezes para marcar um golo? Também. Muitos centros morriam na pequena área porque não temos um avançado de nivel a condizer com a história do clube? Sim. Mas entre Brahimi em excelente forma (o apagão foi lá para Fevereiro) e a conexão Aboubakar (desaparecido em combate desde a última lesão) e Marega resolviam. Eramos uma equipa pouco atractiva para quem acha que o futebol significa jogar com a bola e não apenas correr, gritar e suar mais que o rival, mas eramos uma equipa eficaz, tremendamente eficaz, que sabia compensar as deficiências técnicas com a atitude.
As deficiências, essas, estão lá todas e vão a mais. Maxi não pode fazer de Ricardo e no entanto é ele que joga. Da mesma forma que no ano passado ninguém podia fazer de Marega e o treinador em vez de mudar o modelo o que tentou foi procurar o Marega II em Hernani, Corona e no próprio Ricardo. No meio campo há pulmão mas não há descernimento e Oliver (e agora Bazoer, que tal como Jorge tem experiência em competições europeias e vá-se lá saber porquê anda a jogar na equipa B) continuam a ser párias, em detrimento dos Oliveira e Herreras, jogadores para outra coisa que não seja pautar um ritmo de jogo. Porque o Porto campeão 17/18 nunca soube pautar o jogo porque nunca precisava de o fazer. Á meia hora já tinha o resultado feito. A versão de este ano como não é capaz nem de criar perigo real, quanto mais marcar, depois também não sabe gerir o jogo de outra forma, mais pensada, para vencer com astúcia, com a bola o que não conseguiu com o grito e com o suor. E isso é responsabilidade absoluta do treinador.
Sérgio Conceição foi um dos grandes responsáveis do titulo conquistado. Não há dúvidas disso.
Também nunca houve dúvidas sobre o seu perfil, sobre a forma como prefere um jogo vertical e menos pensado, um jogo mais físico e "másculo" a uma abordagem mais técnica e organizada. É parte do seu trademark e funcionou-lhe bem sobretudo porque na época passada era o perfil de jogadores que tinha para utilizar (salvo Oliver, sempre o patinho feio). Ninguém lhe podia criticar pegar em párias e remendos, dispensados e eternos emprestados e fazer deles um bloco ganhador. Havia também um aspecto motivacional fundamental, o de impedir o Penta corrupto do Benfica e o de voltar aos títulos. O objectivo foi logrado e é necessário criar novas metas. Competir na Europa não faz sentido porque o jogo com o Liverpool deixou claro que nem o FC Porto (nem o futebol português em geral) está para esses voos e mais a jogar assim. O que se pedia então? Provavelmente uma de duas: ou melhorar o sistema que já existia, sendo a equipa mais eficaz na frente e mais pressionante ou mudar o estilo de jogo, pelo menos de tempos a tempos.
Ao contrário do que podia parecer o plantel parecia ter mais opções para isso, sobretudo com a chegada de Bazoer (futebolista com excelente saída de bola) e a perda de um lateral como Ricardo e, sobretudo, pela possível saída de Marega. Teria sido o negócio perfeito - jogador limitado a todos os niveis faz época de sonho, aparece oferta, clube vende, todos felizes. Não foi. Marega ficou e com isso bloqueou a mudança do paradigma. Ou talvez não olhando para Marius, olhando para André Pereira e olhando para a evolução de Otávio num jogador cada vez mais ao gosto do treinador e distante da sua origem. Isso e vendo como o desenho não muda e a um lateral de 34 anos se pede que faça o que fazia um de 24, que um médio que se recusa a renovar se pede que deixe o corpo e alma com critério no passe frente ao mesmo jogador que tinha tudo para provar ao mundo e a ele próprio. Que insiste num Sérgio Oliveira que é, a todos os titulos, um excelente jogador de plantel mas, provavelmente, o pior dos médios centros disponiveis. E que continua a insistir numa fórmula que precisa de homens golo quando, precisamente, o plantel carece de um goleador nato, situação reforçada pela lesão de Soares. Tudo isso é entendivel para qualquer adepto e talvez por isso o facto de se repetir o 11, o modelo, a péssima qualidade de jogo, a dinâmica, a ausência de melhorias, de novas ideias, novos "truques" semana após semana, deixe antever um péssimo cenário. Afinal de contas o FC Porto apenas jogou com equipas muito inferiores - e já perdeu pontos no campeonato - e na Champions League, apesar da sorte do grupo em disputa, apenas defrontou uma das piores equipas da Bundesliga nesta época. Provas de fogo? Zero.
No fundo esta equipa continua a ser o espelho do seu treinador. O problema é que este não só não evoluiu com o êxito. Parece ter-se estancado sobre si mesmo. Nervoso, intranquilo, não transmite aquela aura que um título deveria otorgar, esse toque de varinha que até a um Vitor Pereira, tão criticado e marcado pela injusta sombra de "adjunto", conseguiu ter no ano do "Tri". Conceição comporta-se e actua como se fosse um "desperado" quando devia partir dele a ideia de jogo e a harmonia de gestão de grupo que se exige a um FC Porto campeão rumo ao Bi. Esse é o sinal mais preocupante. O de repetir nos mesmos erros e aplicar-se um discurso de melhoria continua que ninguém vê. O de abdicar permanentemente dos que tratam o esférico por tu para defender um ADN de mais força, mais suor, mais grito e pouco ou nenhum futebol. Não existe auto-critica (não só no discurso mas na prática, em campo), não existe uma clara vontade de fazer diferente e, pior que tudo, não parece que se esteja a fazer o melhor dentro do que já existia. Os pontos vão-se somando (menos mal) mas as sensações vão piorando.
E apesar da rodinha no fim dos jogos (para a galeria) a bola, nesses momentos, não está lá. Não está á vista. Ninguém quer saber dela. Ninguém a está a acariciar, a mimá-la, a pensar em ficar com ela largos minutos enquanto os outros correm com a lingua de fora. Ninguém está a pensar em passá-la bem, sem errar. A controlá-la bem quando chega aos pés sem tropeçar ou precisar de três toques onde um chegava. Ninguém está a pensar em sair a jogar com calma em vez de a chutar para longe, quase com despeito, sem medo a perdê-la em pés inimigos. Não se vê bola quando se vêm as camisolas suadas e aos gritos azuis e brancas. Não se vê a bola e quando não se vê a bola raramente se pode ver Futebol. E era bom que esse Futebol fosse parte desta viagem. Que encontrasse numa esquina qualquer de um relvado perdido no meio do nada com o FC Porto e trocassem um sorriso cumplice, um olhar compenetrado e que, para quebrar o gelo, o dragão azul e branco, determinado, lhe dissesse ao ouvido: "Olá Futebol, chamo-me FC Porto e gostava de te conhecer".
Não consigo imaginar melhor história de amor.
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
Impressões de Gelsenkirchen
Jogos do FC Porto na Alemanha (fonte: O JOGO, 18-09-2018) |
1. Nos 16 jogos anteriores disputados na Alemanha (para as competições europeias), o FC Porto tinha obtido 3 vitórias, 4 empates e 9 derrotas. Desta vez empatou. Historicamente, não pode ser considerado um mau resultado.
2. Nas últimas cinco deslocações à Alemanha, o FC Porto tinha um saldo muito negativo - um empate e quatro derrotas.
3. Na época passada, o FC Porto iniciou a Liga dos Campeões com uma derrota (1-3) em casa, frente a uma equipa turca (Besiktas). Este ano iniciamos a Liga dos Campeões com um empate (1-1) fora, frente a uma equipa alemã (Schalke 04). Considerando todos os aspetos referidos atrás é indiscutivelmente melhor.
4. O Schalke 04 é um dos clubes históricos da Alemanha (é a sexta equipa com mais participações na Bundesliga) e, para as competições europeias, já tinha jogado cinco vezes, em casa, contra equipas portuguesas – FC Porto (em duas ocasiões), SL Benfica, Sporting e SC Braga. Pela primeira vez, uma equipa portuguesa não foi derrotada pelo Schalke em Gelsenkirchen. Para que conste…
5. O Schalke 04 não é uma equipa fraquinha. É, “apenas”, o atual vice-campeão da Alemanha. Contudo, a equipa está a atravessar um péssimo momento (3 jogos, 3 derrotas na Bundesliga) e isso ontem foi notório. Estou convencido, que um FC Porto perto do nível médio da época passada teria ganho este jogo tranquilamente.
6. A exibição foi cinzenta? Foi, mas se o Alex Telles tivesse convertido o penalti e o FC Porto ganho, queria lá saber da exibição. Como dizia o mestre Pedroto, após ganhar jogos com exibições cinzentas: “Querem ópera? Vão ao S. Carlos”.
7. O golo do Schalke 04 é resultado de uma sucessão de erros de vários jogadores do FC Porto. O processo defensivo da equipa (não é só o quarteto defensivo) tem de melhorar. Espero que o regresso do Danilo e uma melhor integração do Militão contribuam para isso.
8. Por falar em Éder Militão, o homem é um craque. Suspeito que irá ser vendido, brevemente, por uma pipa de massa.
9. Dois penalties (que me pareceram claros) assinalados a favor do FC Porto, num jogo fora de casa (em casa de uma equipa dos big five!) é algo que eu nunca tinha visto. (nota: com árbitros destes no campeonato português ia ser bonito…)
10. O Aboubakar jogou? Eu não o vi mas, segundo a ficha do jogo, esteve 60 minutos em campo.
11. Felipe, Alex Telles, Herrera, Brahimi, Marega, são alguns dos melhores (mais influentes) jogadores do FC Porto, mas não estiveram, nem têm estado, ao nível da época passada. Contudo, mais do que analisar individualmente, foi a equipa, como um todo, que esteve longe da dinâmica, da agressividade (no bom sentido), da intensidade e da vontade indomável de ganhar que tinha na época passada. E esse tem sido o principal problema da equipa do FC Porto nesta época.
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sábado, 15 de setembro de 2018
Jogo sujo mas não só
Sim, existem um ou dois penalties a favor do FCP mas, muito possivelmente, também existem um ou dois que ficaram por marcar a favor do Chaves (agarrão de Herrera e possível braço de João Pedro).
Sim, existiram duas ou três lesões completamente inventadas pelo nosso adversário (ninguém toca no guarda-redes para este ficar ali estendido durante uns largos minutos) mas já se viram casos destes bem piores no Dragão...
Existe, isso sim e acima de tudo, algum exagero pois, no fundo, tratava-se apenas de um jogo para a Taça da Liga. Se Conceição reage assim numa competição sem peso, como reagirá naquelas outras realmente a doer?
E a verdade é que o FCP voltou a fazer uma primeira parte vergonhosa, em que praticamente não existiram oportunidades de golo.
E alguém consegue ainda encontrar uma única razão válida para Adrian Lopez continuar a ter oportunidades destas de 2 em 2 anos?
Sim, os nossos adversários usam frequentemente destes truques sujos que não os vemos fazer, de um modo tão "brilhante", numa Luz ou Alvalade, mas reparemos também, e ao invés, que em jogos contra equipas inferiores, um Braga, por exemplo, raramente falha nos dias de hoje.
Estamos a fazer algo de muito errado na forma sistemática como damos tantas abébias defensivas a este tipo de equipas menores. E já lá vão tantos golos sofridos e ainda não defrontamos as grandes equipas na presente época...
Convinha, também e já agora, que jogadores como Corona fizessem algo mais do que apenas uma única finta em todo aquele tempo em que estão em campo. E Otávio, se estava tão revoltado com o comportamento anti-desportivo do flavienses, deveria era caprichar no seu futebol, em termos de golos e assistências, em vez de levar cartões amarelos sem sentido.
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