domingo, 5 de fevereiro de 2012

As ervas daninhas


«Além de Lucho, o FC Porto decidiu-se finalmente a tentar resolver o problema do ponta de lança com a aquisição de Marc Janko. O austríaco não tem um nome que crie ilusão fácil, mas o currículo de golos que o acompanha promete pelo menos alguma eficácia. Que é já (quase) tudo o que os portistas pedem de um avançado depois do vazio deixado por Falcao.
Mas não se ficaram por aqui as mexidas. Ao deixar sair jogadores como Fucile, Guarín e Belluschi por empréstimos que só podem gerar mais valias significativas no verão, libertou-se não só de carga salarial importante numa época complicada de tesouraria como reduziu os focos de tensão no balneário, limpando-o de alguns dos jogadores com piores relações com o treinador Vítor Pereira.
Ou seja, perante as incertezas e a contestação, Pinto da Costa reforçou a aposta em Vítor Pereira neste mercado de inverno. Deu-lhe ainda mais e melhores condições: corrigiu as falhas da SAD com a vinda de Janko, limpou-lhe ervas daninhas, trouxe-lhe um aliado para o balneário... Agora, está tudo nas mãos do técnico. Sem mais desculpas. É a altura de mostrar definitivamente que tem unhas para esta guitarra. Caso contrário, Pinto da Costa terá de dar razão aos muitos adeptos que acham que a grande ação necessária para salvar a época continua por fazer.»
Rui Frias
DN, 01/02/2012


Não sei se Fucile, Guarín e Belluschi eram "ervas daninhas" e/ou se tinham más relações com o treinador Vítor Pereira, mas sei que estes três jogadores e também Walter (outro dos que recebeu ordem de marcha) raramente eram utilizados e, por isso, não podem ser responsabilizados pelas más exibições. Por exemplo, Fucile, Guarín e Walter nem sequer estiveram em Barcelos e quanto a Belluschi a sua exibição neste jogo até foi das melhores da equipa azul-e-branca.

Não sei se a saída de Walter e a entrada de Janko "corrigiu as falhas da SAD", mas sei que o ponta-de-lança austríaco agora contratado não pode jogar na única competição de relevo em que o FC Porto depende apenas de si, visto já ter participado na presente edição da Liga Europa, com a camisola do Twente.

Não sei se a partir deste conjunto de entradas e saídas os problemas do plantel ficaram resolvidos e treinador deixou de ter desculpas, mas sei que o Vítor Pereira nunca se queixou do milionário lote de jogadores que a "estrutura" pôs à sua disposição.

Não sei se o que afeta a equipa de futebol do FC Porto é um problema de "ervas daninhas", "unhas" ou "guitarras", mas sei que se o FC Porto não ganhar o campeonato o treinador será imolado no altar como o único bode expiatório.

5 comentários:

HULK 11M disse...

Infelizmente esta época existiram mais "ervas daninhas" do que essas que foram apontadas no artigo. Começaram logo com Ruben Micael... ou já ninguém se lembra?
Para mim, e para muitos adeptos, o treinador já deixou de estar à prova há vários meses, desde os tempos em que PdC atirava as culpas para a CS lá de baixo.Para mim Vitor Pereira é o menos culpado no meio disto tudo.
Como é possível que uma estrutura de gestão que tão bons resultados vem obtendo e que é muito justamente elogiada em todo o mundo, consegue num curtíssimo espaço de tempo cometer tantos e tão grosseiros erros?
Este é um verdadeiro "case study" e que deveria merecer a reflexão dos responsáveis do RP, especialmente agora que já tudo está perdido e que não poderão ser acusados de "ter pouco de azul".

ℕℯℓsση ℳαcℎα∂σ disse...

Eu percebo post e as suas motivações mas para mim a culpa na sua quase totalidade é de uma pessoa só.
Bem sei que ao dizer a seguir o nome do culpado, André Vilas Boas, muitos dirão que isso é passado e que a atitude é desculpável e que a sua saída até foi bem compensada... pelo lado financeiro.
Pois, mas este tipo de atitude e decisões não se resolvem com dinheiro, ou melhor, não se resolvem só com dinheiro pois ao tomar a atitude que tomou, o capitão Vilas Boas deu um "álibi" aos seus marinheiros.
Estes amotinaram-se na tentativa de seguirem* o seu mestre, não todos mas uma boa parte deles e mesmo uma boa parte deles não tendo escolhido fazer parte do grupo dos amotinados tiveram alguma empatia com a "causa". Até porque todos bem sabemos que hoje em dia, em regra, já não há o «amor à camisola», há o amor ao dinheiro...só.
Felizmente há excepções há regra, como é o caso de Lucho.

Por falar em Lucho lembrei-me do Janko.
Para mim este desconhecido jogador foi adquirido não somente para colmatar uma falta do nosso plantel mas também para ajudar Kleber a aprender. Acho que foi uma aquisição inteligente pois é um jogador experiente o suficiente para poder ensinar pormenores aos mais novos e ao mesmo tempo, pelos dados do seu currículo, percebe-se que é um bom finalizador e que vai realmente colmatar essa falha de que a equipa padece.


*seguirem, não no sentido de irem com ele para Inglaterra mas sim no sentido de "irem para campeonatos mais competitivos". Que é o mesmo que dizerem que querem ir para onde lhes paguem mais mesmo que seja uma equipazeca do meio da tabela desses campeonatos.

Pedro disse...

Belluschi raramente foi utilizado? ...

José Correia disse...

Pedro disse...
Belluschi raramente foi utilizado?...

Não, do lote dos quatro emprestados era o mais utilizado (pelo menos ultimamente). Mas não se pode dizer que fosse titular indiscutível do meio-campo portista (como são Fernando, Moutinho e, agora, Lucho).

José Correia disse...

ℕℯℓsση ℳαcℎα∂σ disse...
o capitão Vilas Boas deu um "álibi" aos seus marinheiros. Estes amotinaram-se na tentativa de seguirem* o seu mestre

Muito antes do AVB sair do FC Porto, já jogadores como Fernando, Rolando ou Álvaro Pereira falavam (ou os seus empresários) em saírem do FC Porto. E, afinal, estes ainda cá estão e os que saíram foram outros.