quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O Sistema decidiu...


Vocês [jornalistas] é que têm de escrever. Digam, mas digam à boca cheia. (…) A expulsão e o penálti marcam o jogo, pois dificultam a nossa tarefa. Estávamos muito bem no momento da expulsão.
Pedro Caixinha, treinador do Nacional

Nunca falei de arbitragens, mas neste jogo, infelizmente, o árbitro teve grande influência (…). Jogar onze contra onze já é difícil, com um a menos ainda é mais, e contra o árbitro, mais ainda!
Diego Barcellos, jogador do Nacional

Foi evidente que tirei a bola e o lance foi limpo. Não era falta e a jogada foi clara. O árbitro prejudicou-nos de forma grave.
Rondon, jogador do Nacional


A exageradíssima expulsão de Rondon ao minuto 55 (num lance que nem sequer é falta) e o penalty a favor dos calimeros ao minuto 73, deixaram jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos do Nacional à beira de um ataque de nervos. Desnecessário, digo eu. Quem viu os dois jogos, percebeu que o destino desta meia-final da Taça de Portugal estava traçado desde o seu início.
O Sistema queria o SCP na final da Taça e, em Maio, lá teremos no helénico estádio do Jamor uma final entre um clube da capital e a Académica.

Vai ser bonito pá, ver novamente capas negras no Jamor. Mas não haja ilusões, tal como em 1969, a taça será erguida pelo capitão do clube da capital.

Aliás, por aquilo que se tem visto no campeonato, esta vai ser uma daquelas épocas de campeonato para um e taça para outro dos clubes da capital. E assim é que está bem. Portugueses mais felizes, são portugueses menos piegas e mais produtivos. E até se esquecem da troika…

13 comentários:

Pedro disse...

@José Correia,
Não sei se assistiu hoje na Sic Noticias ao comentário do Joaquim Rita sobre o jogo.

Diz com bastante convicção que o árbitro acertou em todas as decisões mais polémicas. O controlo não está apenas na arbitragem, está fundamentalmente na comunicação social. Alguém imagina a capa do jornal ABola tivesse este sido um Nacional-Porto?

O preço a pagar pela eleição do Fernando Gomes foi bem claro. E Vitor Pereira está a pagar bem o favor.

Mário Faria disse...

Estava escrito que as alterações que foram introduzidas na lei de bases iriam trazer mudanças substantivas na organização de todo o desporto federado . Não se tratava de mera cosmética.

O poder voltou a Lisboa e em Portugal essa mudança nunca é meramente funcional.

No desporto, talvez seja pior. Os clubes de Lisboa vão retomar o domínio absoluto perdido e passarão a ser levados ao colo, como era no tempo da outra senhora.

E, nem é preciso que na FPF esteja lá um homem do trio SLB - SCP - FCB, como tinha de ser no antanho. Serve um tripeiro, made in FCP, que até lhe empresta outra substância.

A justiça e a arbitragem estão nos homens certos e o método de Hondt até dá para baralhar, partir e servir os mesmos.

O SLB não precisa(va) de comprar árbitros : normalmente era no campo que Coluna (o capitão) conversava, comandava e influenciava, a bem da Nação.

Raramente foi necessário chegar mais além. Nesses raros momentos, então, valia tudo. A superioridade do SLB em termos de organização e o facto de ser melhor desportivamente ajudavam a camuflar as malandrices, mas nunca temeram o mais grosseiro abanão sempre que tal se mostrou necessário.

O poder gosta de se exibir e mostrar que é suficientemente ruim para que ninguém duvide da sua força. Às vezes carece dessas manifestações exteriores: feias duras e rudes. Nada de mostrar moleza e condescendência com os mais fracos e os adversários, que têm tendência a abusar primeiro, a querer concorrer segundo e depois a querer vencer. E depois não se calam, nem querem parar.

A actual situação política beneficia este quadro centralista. Fernando Gomes vai ser uma espécie de Rainha de Inglaterra e terá muito com que se entreter, que não com o futebol profissional.

O SLB que deve influenciar bem mais de 50% dos dirigentes do futebol nacional e está inteligentemente a criar essas ligações, tem a passadeira estendida para dominar e Jorge Jesus tornou-se no guru do pontapé na bola doméstico como se fora uma autoridade acima de qualquer suspeita.

Temos uma troika que manda no país, e um bando de sabujos que em nome da verdade querem pintar desportivamente este país de vermelho, desde que ao vizinhos seja concedido as benesses a que também estavam habituados. E assim vai Portugal. O Miguel está atento.

José Correia disse...

Pedro disse...
Não sei se assistiu hoje na Sic Noticias ao comentário do Joaquim Rita sobre o jogo

Não vi, mas imagino.

José Correia disse...

Pedro disse...
O controlo não está apenas na arbitragem, está fundamentalmente na comunicação social.

O Sistema, como eu o vejo, inclui:
- dirigentes da arbitragem (o apoio inequívoco de LFVieira a Fernando Gomes não foi por acaso e muito menos desinteressado);
- alguns árbitros, muito preocupados com uma gestão eficaz da sua carreira (veja-se os casos exemplares de Bruno Paixão, Carlos Xistra, Duarte Gomes ou Artur Soares Dias);
- membros dos Conselhos de Disciplina e Justiça;
- a comunicação social do regime.

José Correia disse...

Como se combate o Sistema?
Denunciando, denunciando, denunciando. Nunca comer e calar.
E, principalmente, sendo de tal modo superiores dentro de campo (exemplo, o FC Porto de AVBoas na época passada), que não há Sistema que lhes valha.

Pedro disse...

beneficiados nas 2 mãos: não esquecer a agressão do onyewu (punida com amarelo) e um golo em fora de jogo do polga. é uma vergonha e ainda se queixam.

também me chateia q os comentadores dos clubes, nomeadamente do nosso FC Porto, naqueles programas de debate (Dia Seguinte, Prolongamento e Trio d'Ataque) não sejam incisivos e falarem nas ajudas atrás de ajudas q os clubes de lisboa vão tendo na maioria dos jogos.

DJ Louro disse...

Ninguem fala nas tres expulsões de jogadores do nacional que assim ficam impedidos de jogar na luz no proximo sabado.
O arbitro fez o favor de qualificar o SCP para a final e ajudar o seu SLB no jogo seguinte!
Siga para Bingo!

José Correia disse...

«Sem o golo fantástico do argentino [Rinaudo], o Sporting poderia não estar na final da Taça de Portugal, como não estaria se tivesse jogado sem organização, paciência, velocidade e atitude. Mas talvez não estivesse também no Jamor se Pedro Proença não se deixasse enganar pela queda teatral de Insúa e não marcasse o penálti, precisamente numa altura em que, com o jogo empatado, os leões passavam pela sua pior fase. É assim o futebol.»
Alexandre Pais, Diretor do Record

José Correia disse...

«Pedro Proença fez na Choupana uma arbitragem à antiga portuguesa.
O árbitro do momento reduziu desnecessariamente o Nacional a dez unidades no início da 2.ª parte e assinalou um penálti para o Sporting mais que duvidoso que só eu e o Jorge Coroado parece que vimos.
O Nacional da Madeira entrou com grande intensidade e esteve quase sempre em cima do Sporting, mostrando grande atitude. É verdade que os leões são outros com Rinaudo (marcou um golo e expulsou Rondon!) mas estava tudo muito difícil até o árbitro meter o bedelho.»
Eugénio Queirós
in record.pt

José Correia disse...

"Quem o nomeou [ao Pedro Proença] sabia que não havia outro árbitro que conseguisse tirar o Nacional da final. Não havia mais nenhum árbitro em Portugal. (...)
O principal propósito do Nacional, no sábado, quando defrontar o Benfica, no Estádio da Luz, não é ganhar, mas sim acabar o jogo com 11 jogadores".
Rui Alves, presidente do Nacional, em declarações à Antena 1

José Correia disse...

«A eliminação na Taça de Portugal frente ao Sporting deixou muitas baixas no plantel do Nacional (...). O técnico Pedro Caixinha tem seis ausências para a deslocação à Luz (...). De fora por lesão ficam Edgar Costa, Andrés Madrid e Moreno, enquanto Vladan, João Aurélio e Rondon vão cumprir castigo.»
in Maisfutebol

M. Teixeira disse...

Infelizmente, não sei o que me preocupa mais: o infâme e descarado roubo que tem sido está época, que ajudará e de que maneira ao desejado título para o clube do povinho ou se é o silêncio ensurdecedor do nosso clube perante toda esta fantochada!

Ângelo disse...

Apenas para referir o meu total acordo ao modo como José Correia vê,
- o controlo da arbitragem / Comunicação Social ( esta farta-se de branquear tudo que diga respeito ao Benfica),
- a gestão da carreira de certos árbitros.

Como já referi neste Blog e na continuidade da concordância, só sendo bem superiores em campo é que poderemos “apertar o gargalo” ao sistema.

Nota:
Um dia, se houver oportunidade, hei-de escrever aqui , sobre o estrutural e negativo relacionamento de como o FCP nunca soube ( ou tirou pouco) partido da Comunicação Social, sobretudo nos anos / temporadas de maior sucesso.


Ângelo Henriques