terça-feira, 28 de agosto de 2018

SMS do Dia

O Porto está prestes a contratar um jogador do Belenenses, que só foi descoberto no jogo que as duas equipas disputaram recentemente. É pena que o mercado de transferências encerre antes de termos oportunidade de jogar contra todas as outras equipas. Quem sabe que outros jogadores interessantes podíamos descobrir até ao início da segunda volta do campeonato...

domingo, 26 de agosto de 2018

Atitude, ou a falta dela


O essencial, antes do mais: poderíamos estar já com dois pontos de vantagem sobre slb e scp mas, pelo contrário, com a derrota de hoje, ficamos a um ponto de ambos.
E não há muito a apontar a este triunfo do Vitória, que alinhou com alguns ex-portistas. Para André André e Tozé (ambos a facturarem na partida), este 3-2 poderá até ter um certo sabor a "vingança".
Pena que o filho do grande António André não tenha mostrado nada próximo à sua exibição de hoje na maioria das vezes em que vestiu a nossa camisola…

E o FCP lá continua mal e não se recomenda.

Aboubakar e André Pereira, ambos à boca da baliza, falharam, cada um deles, um golo certo, pura e simplesmente porque foram muito mais lentos que o (mesmo) defensor vimaranense. 
Mais atitude e garra, exige-se.

Uma primeira parte muito próxima da apagada exibição no Jamor, apesar do enganador resultado ao intervalo, já adivinhava uma possível derrocada para o segundo tempo. Sérgio Conceição e Felipe assim o reconheceram no final do jogo. O caudal ofensivo é insuficiente e na componente defensiva estamos muito leves e permissivos.
As substituições (se bem que duas delas forçadas) não funcionaram. Óliver, mais uma vez, volta a não acrescentar qualquer valor. Pelo contrário, a equipa piora sempre que o espanhol entra em campo.
O nosso treinador também reconheceu que esperava muito mais daqueles que vieram do banco. Corona pouco ou nada tinha feito antes de se lesionar.
Para rever o caso particular de Marega. Voltará a ser o que era, após o seu afastamento forçado?

Ah, sim: o nosso segundo golo é fora-de-jogo, sem a mínima dúvida. O VAR estava em "black-out", tal e qual como aconteceu no Aves X slb da época passada. Só falha em jogos dos "três grandes"?
O penalty de Sérgio Oliveira, aceita-se. Mas ficou também claro que Fábio Veríssimo tentaria compensar o golo em fora-de-jogo à primeira (meia) oportunidade.
O FCP, de tão desabituado que está a ser beneficiado pelo factor-arbitragem, fez ele mesmo justiça por mão próprias, com um hara-kiri que não se via desde 1972. Foi nesse ano a última vez que, para o campeonato, perdemos uma partida após nos apanharmos com uma vantagem de dois golos. E também não éramos derrotados em casa contra o Vitória desde 1996.

Tempo para reflexão haverá de sobra: segue-se, em breve, uma estúpida longa paragem na Liga para irmos todos brincar às Selecções. Com todos estes actuais jogadores e mais um ou outro eventual reforço? Fica a grande dúvida...

domingo, 19 de agosto de 2018

Como ele hesitou...


Curioso seria perceber se Carlos Xistra marcaria aquele penalty caso não tivesse apitado aquele outro a favor do Belenenses. Trata-se, contudo, de uma pergunta retórica. Todos os portistas saberão a resposta...

E lá foi ele ver o monitor, ao minuto 92. Viu uma, duas, três, quatro, dez, quinze vezes e, muito a custo, lá apitou para a marca dos 11 metros.
Alex Telles - quem mais, para um momento como aquele? - com toda a sua categoria e sangue frio, recolocou justiça no marcador.

E tudo parecia fácil quando, poucos segundos na segunda parte, Otavio fez o 2-0, num lance em que, com um misto de inteligência e rapidez, aproveitou da melhor maneira um arriscado atraso do um jogador contrário.
Na altura, dois golos de vantagem pareciam almofada mais que suficiente para conquistar a segunda vitória em outras tantas partidas, mesmo após um primeiro tempo sem grande brilhantismo da nossa parte, onde apenas duas acções dos nossos mais jovens jogadores em campo, causaram mossa na defensiva lisboeta: um bom cabeceamento de André Pereira com a bola a embater na trave e outro, ainda melhor, de Diogo Leite, a facturar após canto de...nem é preciso dizer quem.

Só que, em Portugal, existe sempre o factor-A. O factor-arbitragem.
Do nada, apareceu um penalty a favor dos de Belém (ou melhor, dos do Jamor). Parece que por "posição natural dos braços", os árbitros entendem "braços junto ao tronco". Só mesmo de quem nunca jogou futebol. Ou melhor, só de quem, no fundo, não gosta assim tanto de futebol e não o entende.
A nossa equipa tremeu, claro. O que já não estava fácil, pior ficou e não mais passaríamos do nosso meio-campo (sim, a relva prendia e estava muito calor, mas não só...).
Ninguém ficou, pois, muito surpreendido quando surgiu aquele 2-2, que parecia final para as nossas aspirações.

Só que, ironia do destino, o que o "dream-team" Xistra/Capela não contaria era com aquele penalty nos descontos e, por uma vez, não dava mesmo para não marcar. Não o fazer, após aquele outro oferecido ao Belenenses, até no país dos "padres", toupeiras e "vouchers" seria por demais.

sábado, 11 de agosto de 2018

De volta à linha de partida

O FC Porto inicia hoje mais uma participação no campeonato nacional. Ao contrário dos últimos anos, parte de uma posição mais confortável que os demais concorrentes: é o campeão em título (e já amealhou mais um troféu). Mas este "conforto" pode não configurar uma vantagem. Há um ano atrás, tínhamos um treinador novo (e sem certezas sobre a sua capacidade); uma equipa sem contratações  de relevo por causa do fair-play financeiro da UEFA - apenas um guarda-redes (inútil) - e um par de pretensos reforços na figura de jogadores regressados de empréstimos. Estavamos longe de ser vistos como favoritos. No entanto, dispondo de uma garra que há muito não se via, e com a felicidade de os "emprestados" se revelarem verdadeiros reforços, conquistamos o título de forma justa e inequívoca.


Alguns meses passados desde essa conquista, encontramo-nos porém, e contra (todas?) as expectativas, numa posição idêntica há de um ano atrás, quiçá ainda mais frágil. Perderam-se dois jogadores titularíssimos e importantes na conquista do título - Marcano e Ricardo - com as suas saídas a serem colmatadas com jogadores novos (e sem garantia de que estarão à altura do desafio, como é natural); perdeu-se também o factor surpresa e como campeões, somos o alvo a abater (mais do que o habitual); não há grande possibilidade de os jogadores regressados de empréstimo, virem a ter semelhante impacto a aquele que tiveram na época passada. Em paralelo com a época passada, perderam-se também jovens promessas, que poderiam trazer sangue novo e aumentar o leque de opções.


Neste aquecimento antes do tiro de partida, Marega está na ordem do dia. Sobre ele, há que dizer que, sem que ninguém o esperasse, se revelou (para mim) o jogador-chave para a vitória no campeonato. Nos últimos anos, é nos jogos contra as equipas "pequenas" mais do que nos jogos contra os "grandes" que se decide o título, e foi precisamente nos primeiros que o Marega brilhou. É um jogador que soube conquistar a admiração dos adeptos, e pessoalmente gostaria que ficasse. No entanto, o valor acima do qual a sua transferência é "obrigatória", é discutível, mas tranferi-lo por 30 milhões, não é um mau negócio... se a sua "rendição" estivesse acautelada. E não foi. Neste momento o Porto, de novo sem contratações de relevo, arrisca-se a ter nas suas fileiras um jogador desmotivado (ou um nada menos empenhado, o que para alguém com conhecidas debilidades, não é coisa pouca), porque não tem quem o substitua.


Ninguém estava à espera de facilidades, mas as adversidades são mais que muitas, e incluem até lesões - Soares está novamente lesionado no início da campanha; Mbemba já tem mais tempo de "estaleiro" do que de treino. Talvez a pressão de ser campeão seja melhor (e menor) do que a de não ganhar há vários anos, mas não há certezas sobre isso. Sérgio Conceição já tem o seu nome inscrito na história do Porto, quanto mais não seja, por ter sido campeão nas condições mais adversas de que há memória. Como "encore", o desafio que se lhe apresenta, é repetir o feito em condições ainda mais difíceis.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Ainda se roubam Igrejas

Enquanto há um clube saudita disposto a comprar um jogador que tem problemas crónicos - seja de costas, seja de injeções - e todos assobiam para o ar, mais interessados num jogador do Porto que não foi convocado - e que não fez falta, bem pelo contrário - em mais um título conqusitado, lá apareceram pela calada os do costume. Como é habitual em quem caminha nas sombras do poder, silenciosamente e de forma matreira, chegam noticias sobre um tal de Varandas Fernandes a exigir, através do clube que representa, que todos deviam caminhar nus e expor a sua cor clubistica, seja o órgão ou o cargo que representem, a bem da paz no futebol e da serenidade. A paz e a serenidade. Conceitos que ditos por alguém que trabalha numa instituição com uma claque ilegal que tem o único histório de assassinatos em Portugal, de quem está envolvida em distintos processos judiciais por uma série de possiveis actos de corrupção activa e que, aproveitando um momento de caos do seu rival local (quem sabe se não sendo igualmente instigador do mesmo) simulou um estatuto de grandeza de que carece para tentar dar uma bicada que nem arranha, não deixa de ter a sua piada.

Está claro que a esta altura, depois de tantos emails, há uma série bastante grande de nomes, sejam dirigentes, jornalistas, comentadores, árbitros, auxiliares, delegados e membros de orgãos sociais que não necessitam de enviar a sua resposta a Varandas Fernandes porque todos já sabemos da sua inclinação. Por muito que, apesar de tudo, se tente processar o FC Porto por divulgar os possiveis crimes cometidos, porque numa semana é tudo falso e na outra é tudo invasão da correspondência privada. Como se Al Capone tivesse processado a polícia de Chicago por ter tido acesso ás conversas em que mandava matar mafiosos rivais, no que eram afinal, conversas entre cidadãos privados. Capone, que até acabou por ser preso e condenado por tudo menos por assassinato, estaria orgulhoso, sem dúvida, de que alguém continua a tradição de disparar e culpar todos aqueles á sua volta. O disparo, esse, nunca existiu da mesma forma que exigir a outros aquilo de que se carece - ou ainda pior, daquilo exactamente que se pratica, negando a realidade - vive a meio caminho da Chicago dos anos 20 e das ideias literárias de George Orwell e Aldous Huxley na década seguinte, uma nova lingua que quer apagar o passado para controlar o futuro. O que não aconteceu não aconteceu por muito que tivesse realmente acontecido e daqui a uns anos ainda teremos personagens a dizer que nem sequer sabem o que é um email ou um padre, palavras banidas do vocabulário por incomodar as orelhas, que não os ouvidos, do grande lider. Aliás, tendo em conta o que aprendemos do dominio do idioma português desse personagem, talvez o melhor é mesmo banir todas as palavras e passar-mos a comunicar-nos directamente por grunhidos. 

O curioso no meio disto tudo é que Portugal continua a ser um oásis de loucura num mundo aparentemente são onde vemos diariamente milhares de pessoas a denunciarem loucos como Donaldo Trump ou instigadores de fake news como Boris Johnson ou Nigel Farage. Em Portugal não. Em Portugal reina o silêncio e apesar de estar na rua, disponivel para todos em diferentes formatos, o acesso á informação, desde adeptos com voz a jornalistas com carteira, não há quem pegue em declarações como esta - e tantas outras da cartilha propagada - e não a contraponga com factos e evidências para denunciar que o rei vai nu e há muito tempo que não toma sequer banho pelo cheiro fétido que emana dos esgotos do poder. Esse silêncio, parte de uma politica transversal, tem encontrado uma pequena resistência no FC Porto, resistência que tentam minar seja com suspensões de agentes activos na denúncia, no silenciar institucional do clube ou, pura e simplesmente, no lançamento de noticias cá para fora que entretêm o povo com o seu pão e circo e desviam o olhar do que realmente importa. Afinal, que importa que exista um clube investigado activamente por corrupção que exige limpeza a todos aqueles que gravitam no futebol português, quando o Marega não é convocado porque o treinador considera que tem a cabeça noutro lugar (pasmem-se, em plena época de transferências). Imaginem era se não treinasse porque lhe doía as costas e podia haver alguém á espera dele no fim do jogo para levá-lo a uma sala onde convinha que não entrasse.



Mas afinal, quem diabos é ou pensa que é o Sport Lisboa e Benfica?
Dentro de uma estrutura em que compete, como centenas de outras, nos quadros futebolisticos nacionais (e noutros desportos), o Benfica é ou melhor, vale, o mesmo que o Ronfe, o Infesta, o Campomaiorense ou o Passarinhos da Ribeira, para a Federação Portuguesa de Futebol e que o Moreirense, Famalicão ou Olhanense para a Liga. É um entre muitos. Par entre pares. Não é, não foi e por muito que lhe custe, nunca será, um primus inter pares. E esse é o grande problema estrutural do futebol português, a existência de uma instituição que quer ser - através do controlo, a distintos niveis - o primeiro, o supra-sumo e o líder de uma relação horizontal de instituições onde todos deviam partir do mesmo ponto para chegar á reta final de cada ano pelos seus méritos.

A campanha hooliganesca da cartilha encarnada, a mesma que há quase uma década tenta adoutrinar o pensamento geral utilizando como eco os meios de comunicação que se vergam á sua influência - seja através da aceitação de comentadores ditos independentes mas com ligações directas e controladas á casa mãe, seja através da sua vergonhosa linha editorial - tem um objectivo claro. Calar os dissidentes, impor uma nova-lingua de tipo fascista e manipular os eventos que se passam dentro e fora de campo para dar uma sensação de pureza virginal. Em Itália, um país corrupto como poucos em todos os sentidos da sociedade - recomendo a leitura de livros como Forza Italia do irlandês Paddy Agnew para entender até que ponto essa realidade é transversal - mesmo assim nunca houve medo ou uma ditadura de uma instituição sobre as outras e gigantes como a Juventus ou o AC Milan, entre vários, já conheceram o sabor da despromoção por corrupção sem que isso tivesse barrado a justiça de cumprir com o seu cometido. Essa coragem que sobra aos italianos falta aos portugueses e à medida que se vão publicando mais e mais revelações do que, a principio, parecia apenas uma fuga de informação e que teve o primeiro eco no Universo Porto de Bancada - e todos ficarão a dever um pouco a Francisco J. Marques e a sua equipa pelo trabalho desenvolvido no intuito de varrer o lixo que meandra no futebol nacional - vai-se entendendo o porquê.
Uma vez mais a noticia de um cartilheiro, gente sem espinha, disposta a tudo por orbitar à volta de um rei sol com um passado judicial nas mãos, sobre a perseguição quase stasiesca a membros de distintos orgãos desportivos vem apenas recordar que há um Estado dentro do Estado e um Estado com tintes policiais e fascistas que não olha a meios para obter fins.

Se acham que cada vitória em campo dos homens de Conceição é um golpe nas ambições deste Polvo, acham bem. Se acham que é suficiente e que o importante é discutir temas internos (que também devem ser discutidos em todos os sentidos) e relegar para um segundo plano tudo aquilo que mexe, e muito, neste jogo de trontos, acham mal. Ganhar desportivamente ajuda mas não resolve nada se a batalha, que é real, não for travada em todas as frentes e se a atitute dos adeptos portugueses - e aos portistas deveriam somar-se o de todos os outros clubes porque todos saem directamente prejudicados por este Polvo - não for de união.
De bloco e de fazer frente a um monstro e aos seus distintos tentáculos, comunicação social incluida. Os resultados em campo só servirão para tapar o sol com a bananeira porque continuará a haver quem se ache com direito a policiar a vida de outros, a condicionar resultados, análises, criterios disciplinares, promoções e traços que só podemos encontrar em estados ditatoriais. O FC Porto não se fez grande por acaso depois do 25 de Abril. Agora que fica claro que o regime de Abril se converteu numa nova versão hiper-centralizadora entregue aos interesses da capital e de quem gravita à sua volta, com o Benfica como um dos eixos principais, urge lutar por outro 25 de Abril. Nunca, como hoje, as palavras do mestre Pedroto fizeram tanto sentido.

"É hora de acabar com os roubos de igreja"

domingo, 5 de agosto de 2018

A tinta vermelha do polvo

Sérgio Conceição protestou e foi expulso (foto: O JOGO)

«Sérgio Conceição foi expulso e, por isso, não falou no final da partida. O treinador do FC Porto foi a segunda vítima de um critério estranho de Luís Godinho no que toca a expulsões: em janeiro de 2017, o árbitro foi contra Danilo e mostrou o cartão vermelho ao médio português; ontem, Herrera sofreu uma falta, ficou com a cara neste estado (…) e na sequência do lance Sérgio Conceição recebeu ordem de saída. Vá-se lá perceber…»
in ‘Dragões Diário, 05-08-2018


Estranho?
O critério disciplinar do senhor Luís Godinho não teve nada de estranho.
Pelo contrário, foi aquilo que se esperava de um “padre”… perdão, de um árbitro desta estirpe.
E a agressão (impune) a Herrera foi, apenas, mais um lance, no meio de um festival de cacetada, a lembrar os tempos da “canela até ao pescoço”.

Herrera atingido no rosto (fonte: Tribunal de O JOGO)

Aliás, logo aos 28 minutos, um dos melhores jogadores do campeonato português foi cirurgicamente “arrumado”, mais uma vez com a complacência do senhor Godinho.

Amilton "arruma" Brahimi de forma impune (fonte: Tribunal de O JOGO)

Brahimi não perdoa lesão provocada por Amilton (fonte: O JOGO)

Perante a autêntica escandaleira que se viu ontem em Aveiro, aquilo que me surpreendeu foi a contenção do Sérgio Conceição, que aguentou, estoicamente, 57 minutos até explodir.
Mas, perante uma agressão de um defesa do Aves, em que o árbitro nem sequer falta marca, só um manhoso, sem intestino delgado é que não reagiria.

Sangue no rosto de Herrera

O “polvo” continua vivo, dentro e fora das quatro linhas.
Luis Godinho e os seus assistentes demonstraram-no dentro do campo.
O ‘Correio da Manhã’ demonstrou-o, mais uma vez, na sua capa de hoje.

A "tinta vermelha" do Correio da Manhã