segunda-feira, 31 de maio de 2010

A oficina do Dragão


É hoje que Carlos Queiroz vai anunciar a lista definitiva dos jogadores que irão à África do Sul e, tudo indica, que do lote actual o dispensado irá ser o defesa-central Zé Castro.

Olhando para os 23 convocados, constata-se que 11 (48%) já vestiram a camisola azul-e-branca e foi precisamente ao serviço do FC Porto que atingiram projecção internacional. São eles:

Beto (FC Porto)
Bruno Alves (FC Porto)
Rolando (FC Porto)
Raul Meireles (FC Porto)
Paulo Ferreira (Chelsea)
Ricardo Carvalho (Chelsea)
Deco (Chelsea)
Pedro Mendes (Sporting)
Ricardo Costa (Lille/Valência)
Pepe (Real Madrid)
Hugo Almeida (Werder Bremen)

É de salientar o facto de destes 11 jogadores cinco serem defesas centrais (embora na Selecção Pepe jogue como médio-defensivo), posição em que o FC Porto tem uma forte tradição. Basta recordar nomes como Fernando Couto ou Jorge Costa.
Em contrapartida, há apenas dois jogadores com características ofensivas - Deco e Hugo Almeida -, algo que deve fazer reflectir os responsáveis pela formação portista e pelo muito badalado projecto Visão 611.

Foto: Record

domingo, 30 de maio de 2010

Domingos é o preferido

No dia em que O JOGO anunciou que André Villas-Boas está por horas, constata-se que Domingos continua a liderar as preferências das mais de 2270 pessoas que participaram na votação que vimos promovendo no 'Reflexão Portista' há algumas semanas e que vai encerrar amanhã.

O André Villas-Boas também aparece bem colocado, mas apenas em terceiro lugar, atrás da opção 'outro treinador estrangeiro'.

De resto, parece que Co Adriaanse não deixou muitas saudades e que Jorge Costa ainda não reúne os atributos necessários para ser o treinador principal do FC Porto.

Finalmente, gostaria de salientar o facto de uma votação online promovida por um blogue ter atingido este número de votos. É um indicador importante e sinal de ser um assunto que mobiliza a atenção dos adeptos portistas.

Era tratado como um rei


Arrependeu-se de ter ido para o Inter?
[Quaresma]: Para ser sincero, sim. Arrependi-me.

Por não ter jogado, pelo clube, pelos jogadores ou pelo treinador?
[Quaresma]: Não, é um grande clube. Não há dúvida. Mas se eu soubesse o que sei hoje e que ia passar pelo que passei não tinha feito tanta guerra nem tinha entrado em guerra com tantas pessoas que se calhar não mereciam...

O que recorda mais [no FC Porto]? Ser figura de uma equipa que só ganhava ou os assobios?
[Quaresma]: Aos adeptos, sempre agradeci e agradeço todo o amor e carinho. Mas os do FC Porto são dos melhores do mundo mas complicados porque, por muito que amem, se tiverem de assobiar não têm problemas. Mesmo sabendo que eles me adoravam. O que me irritava mais nem eram os assobios. Agora ouvir assobios na minha própria casa é que não… É a mesma coisa que chegar a casa e a mulher ou namorada começar a discutir connosco do nada…
O FC Porto era a minha segunda casa e foi um clube que me ensinou a amar. Voltei a demonstrar o que sou, ganhei títulos, fora dos adeptos era tratado quase como um rei ou um menino-bonito da cidade. Ainda hoje é assim.

Como foi a relação com Pinto da Costa? É ele o segredo das conquistas?
[Quaresma]: Não tenho dúvidas nenhumas! Mesmo tendo grandes jogadores e treinadores, o maior segredo daquele clube é o presidente. É um homem que respeito muito por toda a confiança e carinho que sempre me deu. Além de ser uma grande pessoa, há poucos, muito poucos como ele enquanto presidentes.


Extractos de uma entrevista ao jornal i, em 16 de Maio de 2009.
Um ano depois desta entrevista, o Inter venceu a Liga dos Campeões, mas o Ricardo Quaresma continuou a ver a maior parte dos jogos da bancada.

Espero que a minha vida se resolva. Certamente não é no Inter. O meu empresário sabe o que eu quero. No Inter já fiz o que tinha a fazer. Tenho 26 anos e preciso é de jogar”, afirmou com a medalha de campeão europeu ao pescoço.

Ele que no Porto era tratado como um rei, que foi eleito pelo jornal A Bola o homem do ano 2007, não sabe ainda se vai ver o Mundial da África do Sul. “Se não conseguir paciência”, afirmou no final do jogo de Madrid.

Na vida de um futebolista o dinheiro não é tudo, pois não Quaresma?

sábado, 29 de maio de 2010

Muricy é duro prá caramba

Se por acaso se confirmasse a escolha do brasileiro Muricy Ramalho para treinador do FC Porto eu nunca mais perderia uma conferência de imprensa, ainda por cima com a presença da habitual carneirada que trabalha para os pasquins lisboetas. Havia de ser bonito. Confesso que até gosto do estilo. Para o leitor conhecer melhor a outra personagem de quem se fala para suceder a JF aqui fica um pequeno excerto:

Frase da semana

“Sem nunca prometer campeonatos ou vitórias, que não estão na minha mão, garanto que para o ano vamos ter uma equipa à Porto, uma equipa que só quer ganhar. Uma equipa digna dos grandes campeões [Fernando Gomes, António Sousa, Frasco, Inácio, Secretário, Jorge Couto e Américo] que aqui temos.”
Pinto da Costa, 28/05/2010, na Casa do FC Porto de Argoncilhe

Afinal não é o Muricy Ramalho


Tem-se falado nos últimos dias que a SAD do FCP preparou completos dossiers sobre os possíveis sucessores de Jesualdo Ferreira, para que Jorge Nuno Pinto da Costa melhor tome uma decisão nesta matéria. Um conhecido jornal desportivo (ou dois) diz que as alternativas se resumirão neste momento a André Vilas Boas e a Muricy Ramalho, este último um brasileiro "durão" e "intratável". Pois estamos em condições de garantir que o tal "durão" e "intratável" não é o Sôr Ramalho, mas sim um não menos duro e intratável eslavo, verdadeiro terror das estepes. Dá pelo nome de Ivan o Terrível e já foi visto na cidade do Porto, salvo erro no Cinema Passos Manuel na década de 70. A língua não será barreira, pois o nosso herói de Sevilha e Gelsenkirchen, Dmitri Alenichev, fará de intérprete no caso de esta contratação se confirmar. A seguir com atenção. Não percam amanhã os desportivos do costume.

Entre o CEO e o Inferno

Não há perigo de incompatibilidade, mas entendi que deveria ser conhecido do universo da RP as minhas novas funções. Prometo que darei notícias sobre o desenvolvimento do trabalho de que estou incumbido, se me parecer interessante e for oportuno.

A APB (Associação de Portistas do Bairro) nomeou uma comissão executiva (CE) para acompanhamento de todos os acontecimentos relevantes do nosso clube e dos principais rivais, nesta fase do defeso.
Esta missão da grande responsabilidade, impunha uma escolha suficientemente selectiva. Correu uma lista para recolha de assinaturas que me dava o privilégio de escolher um grupo de seis elementos para a sua constituição. Era-me dada total liberdade na definição dos critérios e na escolha das pessoas mais competentes para o trabalho em curso.

98% dos associados da APB assinaram a lista, o que traduz um apoio massivo que muito me sensibilizou. Sei muito bem quem me cortou. Foram elementos do bando dos cinco, como são sobejamente conhecidos. Não sou vingativo, mas não os vou poupar. Palavra de Dragão.

O meu critério de selecção foi simples: obedecer às quotas, convidando três mulheres e privilegiar pessoas que atraem e recolhem muito informação, são credíveis e prudentes no seu tratamento e divulgação.

Escolhi o (da frutaria), a Manela (cabeleireira), o Bino (barbeiro), a Svetlana (estudante universitária), o Billy (da pensão Lua de Mel) e a Rute Marlene (da peixaria). O Bispo Floribelo estará presente na condição de convidado, e o Karaté Kid (KK) recusou o convite: com a promoção do Antero Henriques a CEO, o KK ficou amuado e vive num autentico inferno: entre o amor ao FCP e o ódio de estimação que tem ao CEO.

A primeira reunião ocorreu ontem e foi para discutir a informação recolhida sobre o novo treinador do FCP. Foi complicado manter a conversa com o nível que uma CE exige, pois a Manela estava sempre a interromper para falar da lua de mel do PdC e da viagem de sonho que as revistas cor de rosa que tem na loja fazem eco, da pobre Filomena que não foi incluída na lista para o CC do FCP, do anel de brilhantes, da nova moradia, e…
o Zé não a deixou continuar, foi grosso e disse: “Não sejas invejosa, menina. Deixa o homem em paz. Vais ver como o nosso presidente vem vigoroso e cheio…”

Não o deixei acabar, não fosse o diabo tecê-las. Tossi ligeiramente, fiz uma pausa e disse: “Vamos ao que interessa e falemos do tema do momento. Quem tiver notícias sobre o novo treinador, toca a informar”.

O Bino – garanto que não conhece o barbeiro do Alexandre – referiu que “tem a certeza que o treinador será AVB e o Pedro será promovido a adjunto”. A fonte é um micro dirigente do FCP que é seu cliente.

O Billy garantiu que será PB o novo mister, e que é verdade que já tem casa em VN Gaia, pois conhece muito bem quem lhe arrendou a casa : um regular cliente de todos os sábados, excelente chefe de família que aproveita aquele dia da semana para rever com a secretária a agenda da reunião de planeamento de todas as segundas feiras.

A Svetlana tinha, de certeza, coisas para contar. O Zé confidenciou-me que andava muito diferente, desde a visita do Papa. Estava sobriamente vestida, muito pouco produzida e, se possível, ainda mais atraente. Vivia um período de profunda espiritualidade, mas o corpo continuava perfeito, como a saia ligeiramente acima do joelho e o pequeno decote deixavam perceber.

A Sve com uma voz tão suave quanto doce, disse : “ As notícias recolhidas de diferentes fontes, normalmente bem informadas, apontam todas para o AVB. Sei que esta semana vai haver muitas novidades – agora que o acordo de rescisão com JF está firmado – e muita contra-informação. O que sei é que PdC continua a ser o artista principal, mas o Adelino é que manobra e de que maneira. O Fernando Gomes foi o primeiro a bater a porta e…..”

O Zé interrompeu-a e irritado disse: “O Sve estás passada ou foi a visita do papa que te transtornou? Toma atenção: o nosso presidente é quem manda e não se deixa instrumentalizar. Já deu provas disso. Não ouvi boatos, nem conheço pessoas importantes, mas se bem entendi o nosso presidente, o próximo treinador só pode ser o Domingos ou o Jorge Costa. Como jogar e ganhar à porto, com AVB, o PB ou um tal de Ramalho. De mestres estamos cheios, de mouros ainda mais e não precisamos de samba. Já o temos e até de mais.”

Fez-se silêncio. Encerrei a sessão marcando a próxima reunião para sábado, à noite. Obviamente que os finalmente foram muito mais agradáveis que esta prosa sem jeito, pois a Svetlana fez-nos algumas confidências bem interessantes. A pose escolhida permitiu que fosse muito mais generosa e valorizou imenso o que expressou.

O Bispo Floribelo que esteve sempre muito calado, aproveitou a natural pausa, feita de espanto após a Sve ter falado, para perguntar:
"Então o ciclo fechou-se com a saída de um homem? Será? E o modelo de gestão da SAD chegou ao fim do ciclo? E os dirigentes da SAD vão inaugurar um novo ciclo? Como, quando e com quem? Um novo treinador basta?"

Ninguém respondeu. Não sei se alguém ouviu. A Sve tem esse efeito. Ainda bem.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Hóquei portista na expectativa

Na final a seis da Liga Europeia de Hóquei em Patins, o FC Porto venceu hoje em Itália o Valdagno (equipa anfitriã) por 4-2.
Como ontem empatou com o Barcelona (4-4), para ir à final de domingo, o FC Porto fica agora à espera que o Barcelona não vença amanhã o Valdagno por mais de 2 golos de diferença.

Faz algum sentido este tipo de modelo para a fase final, em que uma equipa - o Barcelona - vai jogar amanhã com outra que já não tem qualquer hipótese de chegar à final da competição - o Valdagno - e, sabendo à partida, o resultado que precisa para se apurar?

O “Braço Armado do Benfica”

«Treze dos 38 arguidos do processo dos No Name Boys foram hoje condenados a penas de prisão efectiva, a maior das quais de 12 anos. Dezasseis outros foram sentenciados pelo colectivo de juízes da 5.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa com penas suspensas.
(...) mais de 30 pessoas foram detidas no âmbito da “Operação Fair Play”, na qual a PSP apreendeu armas brancas e de guerra, material pirotécnico e produtos estupefacientes a elementos da claque, que se autodenominavam “Braço Armado do Benfica”.»
in PUBLICO.pt


E para quem quiser recordar...
Claque ilegal com sede no Estádio da Luz
Vieira e os No Name Boys
A liga encarnada

Os alicerces frágeis da Visão 611


No último domingo, o FC Porto recebeu o SLB para a segunda jornada da Fase Final do Campeonato Nacional da I Divisão de Juniores A, tendo empatado 2-2.
O FC Porto alinhou com os seguintes jogadores: Tiago Maia; David Bruno, Ricardo Ferreira, Abdoulaye, Katalin; Renato Alves (João Amorim 75'), Christian (Filipe Barros "Pipo" 62'), Ricardo Dias (C); André Claro, Sérgio Oliveira e Alexandre Freitas "Alex" (Ramón Cardenas 78').
Suplentes não utilizados: Rafa, Bacar, Gilmar dos Santos e Flávio Moreno.

Não pude ir ao estádio, mas vi a transmissão televisiva feita pela TVI24 e é de enaltecer terem estado quase 10 mil pessoas a assistirem a um jogo de juniores, mesmo sabendo que os sócios do FC Porto tinham entrada grátis.

Quanto ao jogo em si, a exibição da equipa do FC Porto foi pobre e serviu para confirmar a ideia que eu já tinha, isto é, nenhum destes jogadores tem qualidade suficiente para, daqui a pouco mais de um mês, integrar o plantel principal do FC Porto no arranque da época 2010/11. E neste lote estou a incluir os jogadores a quem Jesualdo tentou dar oportunidades, como são os casos do capitão Dias e do "senhor 30 milhões" - Sérgio Oliveira. Pura e simplesmente não há ninguém que apresente um nível comparável ao que, por exemplo, permitiu a Domingos e Vítor Baía a transição directa dos juniores para os seniores.

Cada vez é gasto mais dinheiro na formação, mas os resultados práticos desse investimento são poucos. E, já agora, para quê a contratação de um treinador holandês - Patrick Greveraars - e de N jogadores estrangeiros (brasileiros, senegaleses, costa marfinenses, canadianos, etc.)? Que mais-valias trouxeram aos escalões de formação portista? São estes os alicerces do projecto Visão 611?

Que saudades dos tempos de António Feliciano e Costa Soares, em que não havia milhões para desbaratar, nem projectos com "visão", mas havia dedicação e um trabalho de base que produzia juniores como Gomes, João Pinto, Quinito, Jaime Magalhães, Rui Barros, Fernando Couto, Baía, Domingos, Sérgio Conceição e tantos outros jogadores com uma qualidade acima da média e cultura portista garantida.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Viena, 27 de Maio de 1987


É sempre bom recordar esta data! Não foi "só" um título europeu. Foi o jogo que inscreveu para sempre o nome do F.C. Porto na História do futebol mundial. Foi um espectáculo emocionante e de alta qualidade. A todos os heróis de Viena, obviamente incluindo Jorge Nuno Pinto da Costa e Artur Jorge, parabéns pela efeméride!

Vamos ter um director técnico?

Segundo PdC:
Propusemos ao mister Jesualdo Ferreira a troca do cargo de treinador da equipa principal pelo de director técnico de todo o futebol do FC Porto

Como eu acredito no Pai Natal e por isso sei que esta conversa só teve lugar após o final da época - quando fizeram o balanço - quer isto dizer que na última semana a administração da SAD identificou a necessidade de termos um director técnico.

Não sei por que motivo, mas fazendo de Zandinga prevejo que essa necessidade só durou mesmo uma semana, ou uma reunião, ou uma entrevista ao site oficial.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Rescisão de Jesualdo comunicada à CMVM

«A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem comunicar, nos termos e para os efeitos do art. 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, que rescindiu, por mútuo acordo, o contrato de trabalho que liga a sociedade ao treinador da sua equipa principal de futebol, Jesualdo Ferreira. Esta rescisão produz efeitos a partir da presente data.»
in Comunicado da FCP SAD


Actualização:

JF a www.fcporto.pt:
«Depois de quatro anos vividos de forma intensa, entendendo as regras de jogo em que treinadores e clubes se movimentam e tendo em atenção o facto de o FC Porto ter tido, pela primeira vez na história, o mesmo treinador durante quatro anos, concluímos, em conjunto, que seria melhor terminar a nossa ligação. Desta forma, o clube pode ter a liberdade que lhe assiste de configurar o seu futebol com ideias diferentes. A minha saída do FC Porto pautou-se pelos mesmos princípios com que entrei no clube. Poderão parecer palavras de circunstância, mas quero deixar aos adeptos do FC Porto, em primeiro lugar, o meu sentido respeito pela forma apaixonada com que os senti ao longo destes quatro anos. Tiveram uma participação decisiva em tudo o que alcançámos. Quero também expressar a gratidão pela administração e, em especial, pelo presidente. Creio que essa gratidão se notou em todos os comportamentos que tive no FC Porto. Sem poder cumprimentar pessoalmente todas as pessoas que comigo colaboraram directa ou indirectamente, quero deixar a todos um forte abraço. Em relação a todos os departamentos como comigo trabalharam no dia-a-dia, as palavras que melhor retratam são: obrigado pela competência! Finalmente, os jogadores… Durante quatro anos, partilhámos grandes alegrias e alguns, poucos, momentos infelizes. Guardo de todos o sentimento do dever profissional e do espírito de equipa que dedicaram ao FC Porto. A todos eles e àqueles dos quais não tive oportunidade de me despedir quero dizer que vou ser um treinador e uma pessoa que irá seguir as suas carreiras. Desejo-lhes a maior sorte do Mundo. Pegando nas palavras do presidente na altura da despedida, também eu sinto poder dizer que estarei sempre disponível para o FC Porto.»

PdC a www.fcporto.pt:
«Ao fim de quatro anos em comum, entendemos que necessitávamos de alterar o modelo do nosso futebol e propusemos ao mister Jesualdo Ferreira a troca do cargo de treinador da equipa principal pelo de director técnico de todo o futebol do FC Porto. Após uma conversa franca, todavia, fez-nos sentir que deseja treinar mais dois ou três anos, o que percebemos e aceitamos, face à paixão que sempre demonstrou pela profissão. Assim sendo, e tendo em conta o conhecimento que tem da nossa estrutura e do nosso projecto, este momento não constitui uma despedida, mas sim um “até quando quiser!”. Foi isso, de resto, que fizemos questão de lhe sublinhar.»

700 jogos, exemplar!

Na final da Liga dos Campeões, Javier Zanetti cumpriu o 700º jogo com a camisola do FC Internazionale Milano. Havia quem dissesse que este tipo de casos eram impossíveis na era pós-Bosman, mas pelos vistos...

Ao vê-lo jogar e no final a levantar a taça, lembrei-me que também já tivemos capitães desta estirpe, também eles exemplos e esteios das grandes equipas que conquistaram a Taça/Liga dos Campeões em 1987 e 2004. Sim, é verdade, quer João Pinto (chegou ao FC Porto com 14 anos vindo do Oliveira do Douro), quer Vítor Baía (veio do Académico de Leça com treze anos), jogaram mais de 400 jogos com a camisola do FC Porto e terminaram a sua carreira de dragão ao peito.

Neste aspecto, e em contraponto, o que se passou no Jamor foi exemplar. O jogador que envergou a braçadeira de capitão, poucos minutos após erguer o troféu, estava mais preocupado em transmitir-nos o seu enorme desejo de sair... E no jogo anterior, em Leiria, o capitão do FC Porto foi Rolando.

Mais do que contratar bons jogadores, que obviamente são necessários, o que eu espero de Pinto da Costa é que acabe com a "política do contentor" e refunde uma equipa onde a cultura e valores do portismo estejam bem entranhados, pelo menos naqueles que tenham a honra de envergar a braçadeira que já foi de Rodolfo Reis, João Pinto, Jorge Costa e Vítor Baía. É que para voltarmos a ganhar à Porto, precisamos de jogadores à Porto.

"O Jogo" faz Caixinha?

Ao longo dos anos O Jogo granjeou uma justa reputação de jornal desportivo bem informado e rigoroso nas notícias que publica, nomeadamente no que se refere a assuntos relacionados com o F.C. Porto. "Se vem n' O Jogo é porque é verdade" tornou-se uma expressão comum entre os portistas. Que se passa então com o nome do futuro treinador do F.C. Porto? Vários jornais e estações de rádio têm avançado com várias hipóteses, com o nome de André Vilas Boas a destacar-se nos últimos dias, mas O Jogo, moita carrasco. Anteontem, inclusivamente, a propósito da possível ida de Jorge Costa para a Académica, o jornal dizia que Vilas Boas estaria na lista do Huelva, da 2ª divisão espanhola, como se ninguém tivesse aventado a hipótese de ele estar a caminho do F.C. Porto!

Das duas umas: ou O Jogo está completamente no escuro, ou está a fazer caixinha. Nenhuma das hipóteses é brilhante.

Nota: Na edição de ontem pode ver-se ao fundo da 1ª página o título "O eleito é Vilas Boas", mas lendo a notícia trata-se do resultado de uma sondagem.

Nota 2: Quando este texto for publicado já terá saído mais uma edição de O Jogo. Mesmo que aí o mistério tenha sido "desvendado" isso em nada altera o que escrevi.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Parabéns Professor!


Manuel Jesualdo Ferreira faz hoje 64 anos e, tudo indica, está de partida do FC Porto. Apesar de há um ano Pinto da Costa ter prolongado o contrato de Jesualdo por mais duas épocas (porquê mais dois anos?), no universo portista é quase consensual que terminou o seu ciclo no Dragão. Faltará fazer o acordo de rescisão e comunicar à CMVM, antes da SAD anunciar o nome do novo treinador.

Na hora da saída, vale a pena salientar que Jesualdo Ferreira cumpriu sete dos oito objectivos propostos: três campeonatos e quatro qualificações para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões (de uma das vezes chegou aos quartos-de-final).

Os seis títulos conquistados - três campeonatos, duas Taças de Portugal e um Supertaça – e um inédito tri-campeonato (é o único treinador português que o conseguiu), atestam o sucesso que alcançou, o qual também se traduz em vitórias e golos.

2006/07: 39 jogos, 25 vitórias, 76-27 golos
2007/08: 46 jogos, 33 vitórias, 81-24 golos
2008/09: 52 jogos, 33 vitórias, 93-44 golos
2009/10: 51 jogos, 37 vitórias, 108-44 golos
Total: 188 jogos, 128 vitórias, 358-139 golos

As 128 vitórias correspondem a 68% dos 188 jogos disputados, enquanto que as 33 derrotas a 25%.
Quem vier a seguir fará melhor? Eu duvido - a fasquia está elevada - mas espero que sim. É esse o grande desafio de Pinto da Costa para os próximos anos, arranjar um treinador que faça melhor do que Jesualdo e que seja aceite pelos exigentes adeptos portistas.


«Jesualdo Ferreira foi o treinador de que o FC Porto precisava durante os últimos quatro anos. Um técnico competente, com uma experiência inquestionável e um conhecimento profundo do futebol, mas também um cavalheiro capaz de assumir a defesa do clube nas situações mais complicadas.»
Jorge Maia, O Jogo, 19/05/2010

Subscrevo.

Foto: Record

...E da cartola sacou um Prussiano!

A expectativa, os rumores e os romances a propósito do próximo treinador do F.C. Porto fizeram-me recordar outros episódios de substituição do técnico no nosso clube.

Esta estória que vos vou contar - e de que os mais velhos se recordarão - ocorreu na época de 1971/72. No final da época anterior o presidente, o todo poderoso e abastado Afonso Pinto de Magalhães, decidira que podia prescindir dos serviços do escocês Tommy Docherty e aguentar-se com o seu número dois, António Teixeira. As coisas, porém, não correram bem e à 7ª jornada aquele nosso antigo avançado-centro foi dispensado. Pinto de Magalhães lançou a rede ao mar e quem havia ele de ter escolhido?

"Um Prussiano!", bradava em letras garrafais o Norte Desportivo, decerto sob a inspiração da pena do seu infatigável director e redactor Alves Teixeira, uma espécie de Alfredo Farinha para consumo tripeiro.

E quem era essa réplica de Bismarck ou Ludendorff? Nada mais que Paulo Amaral, antigo preparador físico da selecção brasileira (o primeiro no cargo e considerado pioneiro na matéria na sua pátria) e antigo treinador de Vasco, Juventus, Génova e Corinthians, entre outros. O homem tinha de facto uma reputação ímpar de firmeza e dureza, além de um imponente físico (perto de dois metros de altura e "cem quilos de músculos") e um ar de "duro", que a sua cabeça normalmente rapada enfatizava. Paulo Amaral entrou também na História como o primeiro homem que linchou uma multidão, virando-se um dia à torcida que o hostilizava e pondo-a em debandada. Cuidado com ele, portanto!

Aproveitando uma deslocação da equipa ao Brasil, o prussiano tomou conta dela na sua própria terra. Cá chegado foi recebido em júbilo pelo público das Antas - tribunal incluído, que isto de durões e prussianos sempre impressionou bem os ferrinhos - antes do seu jogo de estreia, um empate sem golos frente ao Sporting na 9ª jornada.

Mas o prussianismo acabaria por não render frutos em solo português. A equipa continuou a não impressionar e, de desilusão em desilusão, Paulo Amaral seria dispensado após a 21ª jornada. No final do campeonato o F.C. Porto terminaria em 5º lugar. O tempo de Pinto de Magalhães à frente do clube também chegara ao fim, e nesse ano de 1972 suceder-lhe-ia o Dr. Américo Sá. O prussiano, esse, regressou ao Brasil onde prosseguiu a carreira. Faleceu em 2008 aos 84 anos. Uma figura.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Milhões de Bónus

«O acordo é relativo à transferência de Quaresma do FC Porto para o emblema italiano em 2008 (por 18,6 milhões mais o passe de Pelé). Nele ficou estipulado que o FC Porto receberia meio milhão de euros se Quaresma fizesse dez jogos esta época, outro meio milhão se o Inter fosse campeão de Itália e ainda mais um milhão pela conquista da Liga dos Campeões. (...) Contas feitas, o curioso da questão é que o FC Porto pode arrecadar até dois milhões de euros apesar de Quaresma estar a ser pouco utilizado por Mourinho (11 jogos na Série A e duas partidas na Liga dos Campeões).»
in O JOGO, 12/05/2010


Confirmou-se o jackpot italiano, a que há que juntar outros dois milhões que, de acordo com o jornal francês ‘La Provence’, a conquista do campeonato francês pelo Marselha vai proporcionar à FC Porto SAD.
E como o 2º lugar do Lyon e consequente apuramento para a Liga dos Campeões também deve dar alguma coisa, os bónus associados aos contratos de Quaresma, Lucho e Lisandro devem perfazer um montante global de aproximadamente 5 milhões de euros (saber-se-á o número exacto lá para Outubro, aquando da apresentação do Relatório e Contas do exercício 2009/10).

Por tudo isto, o tesoureiro da SAD deve estar a esfregar as mãos de contente. É que num ano em que as contas irão levar um rombo, devido à ausência da Liga dos milhões, estes bónus vêm mesmo a calhar.

"No Canadá a brincar aos túneis"


Uma época quase inteira com tantos litros de tinta a correr face a incidentes nos túneis ao longo do campeonato não fazia prever cenário tão lamentável na digressão benfiquista. O jogo para nada contava - nem houve direito a troféu nesta Ontário Cup -, e previa-se apenas mais um amigável entre o emblema da Luz e, neste caso, o Panathinaikos. Pena, lá está, que a coisa tenha descambado para cenas de pancadaria entre os jogadores e pena também que a história deste jogo tenha de começar... por aqui, apesar de a confusão nem ter sido nos túneis de acesso aos balneários.

Tudo arrancou verdadeiramente ao minuto 26, depois de uma entrada de Airton (viu amarelo três minutos mais tarde) sobre um adversário. Os gregos iam respondendo quando podiam e, em mais uma cena lamentável, David Luiz até acabou por ser (justamente) expulso, ou não tivesse pisado o joelho de Marinos. Estava "incendiado" o ambiente num jogo que nem deveria ter rastilho. Já perto do final da primeira metade, César Peixoto cometeu falta sobre Leto - o argentino foi uma dor de cabeça para a defesa benfiquista - e o árbitro deu a primeira parte por terminada, sendo que Airton ficou com a bola nas mãos. Talvez por não terem percebido que a ordem era de regresso às cabinas, os gregos foram tentar tirar o esférico ao brasileiro, no sentido de cobrar a falta. Daí, resultam logo agressões ao camisola 2 - pelo menos uma chapada na cara - e, quando veio em defesa do compatriota, Sidnei também deu um soco e um pontapé num adversário. A confusão instalou-se, multiplicaram-se os braços e pés pelo ar, sem dar para perceber quais as investidas que, de facto, se efectivaram.


No meio, Rui Costa não teve mãos a medir para separar jogadores e acabou largos minutos a trocar impressões com jogadores do "Pan" antes de estes rumarem aos balneários. Para se ter noção do quão rasgadinho esteve o "amigável" até ao intervalo, basta ver que fechou com quatro cartões amarelos (três para o Benfica e um para os gregos) e um vermelho, a David Luiz. É obra.

Ah, é verdade, houve um jogo. Esse, propriamente dito, teve mais posse de bola para o Panathinaikos e foi isso que também irritou os jogadores encarnados desde o apito inicial. Para quem marcou mais de 100 golos em jogos oficiais custou correr atrás da bola. E as águias já não sabiam o que era ficar em branco há meio ano: a última vez foi a 28 de Novembro do ano passado, na deslocação a Alvalade para a Liga.

(...)
A equipa de arbitragem, essa, saiu sob escolta policial e um enorme coro de assobios.

Filipe Pedras, enviado especial de OJOGO a Toronto (Canadá)


Nota: os negritos são da minha responsabilidade

domingo, 23 de maio de 2010

Agora a Final


Depois das duas vitórias em Ovar – 69-66 e 75-74 – a terceira vitória consecutiva sobre a Ovarense (86-72) selou o apuramento do FC Porto para a final dos playoffs do campeonato de basquetebol. Foi a 16ª vitória consecutiva da equipa comandada por Moncho Lopez e agora vem aí o SLB, campeão em título e vencedor da fase regular, mas a quem os dragões venceram por duas vezes esta época (em três jogos disputados).

aqui escrevi que o plantel deste ano é muito melhor e mais profundo que o das últimas épocas. Contudo, parece-me que falta um jogador mais forte para a luta e ressaltos debaixo das tabelas, conforme se viu na dificuldade em parar Christopher Lee, o possante poste da Ovarense.

Embora me pareça que o SLB goza de algum favoritismo, por ter um plantel qualitativamente mais equilibrado em todas as posições, se os jogadores do FC Porto mantiverem o espirito de luta que evidenciaram nos jogos com a Ovarense e melhorarem a sua concentração e atitude competitiva (não pode haver tantos turnovers, nem facilitismos como no 4º periodo do último jogo), eu acredito que será possível juntar o campeonato às conquistas da Taça da Liga e da Taça de Portugal.

A final é à melhor de sete jogos, com a primeira equipa que ganhar quatro jogos a sagrar-se campeã. Espero, finalmente, ver o Dragão Caixa a rebentar pelas costuras, com um apoio ensurdecedor do primeiro ao último segundo. Por tudo aquilo que já fizeram esta época, estes jogadores e treinador merecem.

A sucessão técnica. Essa terrível dor de cabeça!


É, por estes dias, no Dragão, o tema incontornável. Quem sucederá Jesualdo Ferreira no comando técnico do FC Porto? Quatro anos de meritórias conquistas desportivas parecem ser insuficientes para segurar o Professor no Clube. Desgaste temporal, dizem alguns. Futebol de pouco sumo, reza a maioria da “aficcion” azul e branca. Na verdade, a empatia entre o ainda actual treinador e os adeptos nunca foi plena e, com isso, raramente foi possível estabelecer uma simbiose perfeita entre as duas partes, para que daí se criasse um espírito de agregação plena junto da equipa.

Não raras vezes, nestes últimos 6 anos, em diversos períodos conturbados da equipa, a exemplar e pró-activa gestão de Mourinho, inevitavelmente vem à baila. O domínio e o à vontade com que lida os mais diversos factores do jogo (treino, táctica, mentalidade e relacionamento humano), tornam-no num modelo inesquecível para qualquer adepto dos clubes por onde tem passado, revelando, ao mesmo tempo, um rasto de orfandade profunda a quem assume os despojos de um período tão marcante.

Isto acontece em grande medida porque 95% dos treinadores que por aí andam, saltando de banco em banco, são incapazes de lidar habilmente com todos os itens do futebol, como fazem os poucos “Grandes Mestres” que ainda restam. Uns dominam bem a vertente do treino, mas têm péssima leitura de jogo. Outros revelam um carácter forte, mas são incapazes de estabelecer uma ligação humana duradoura. É esta falta de versatilidade da maioria dos técnicos que os separa dos outros, os que estão no Olimpo. E é esse vazio nos adeptos que os deixa confusos na hora de escolher um sucessor após um reinado técnico impar.


No FC Porto vive-se, desde a saída do “Special One”, neste estado de inconformismo não pleno, daí não ser estranho a falta de unanimidade perante treinadores de sucesso que o sucederam, como são os casos de Adriaanse e Jesualdo.

Não há dúvidas, a escolha do treinador, nos dias de hoje, revela-se uma decisão de importância extrema. É o factor que marca indelevelmente o futuro desportivo de uma equipa nos seus tempos mais próximos. Uma opção que, supostamente, deveria requerer prioridade máxima de quem gere os destinos do nosso Clube, mas, pelos vistos, o cansaço falou mais alto ao Presidente, resolvendo ir a banhos antes de pegar neste dossier tão quente. Espero que a escolha do sucessor de Jesualdo Ferreira, não seja tratada com a ligeireza com que a SAD abordou a época que agora finda.

sábado, 22 de maio de 2010

Parabéns, Internazionale!


Graças ao seu grande e mágico treinador o Inter sagra-se campeão europeu. O jogo foi emocionante mas no final os adeptos milaneses puderam dar largas à sua incontida alegria. Em Portugal também há muito quem festeje aquele saboroso triunfo. O futebol rigoroso mas também inspirado sai vencedor. Estamos em 1965. Viva o Inter! Viva Helenio Herrera! (1)


Nota: o adversário foi o nosso conhecido S.L.Benfica
(1) Inventor do catenaccio, mais tarde baptizado de "autocarro".

Coacção sobre os árbitros, o artigo 54

«(...) a Polícia Judiciária recorreu sobretudo à informação de operadoras telefónicas, o que permitiu identificar indivíduos residentes em várias localidades do país: Paredes, Rio Tinto, Tondela, Lisboa e Ponta Delgada, nos Açores. São todos estudantes, à excepção de um, tendo em comum a ligação, como adeptos, ao Benfica. (...)
Uma questão ainda sem resposta é a forma como os suspeitos acederam aos números de telefone dos árbitros, bem como, informações sobre familiares que, por serem verdadeiras, atemorizaram ainda mais as vítimas. O caso que aparenta maior gravidade é o de Jorge Sousa. Este árbitro de Paredes recebeu um telefonema de um número anónimo, a 31 de Outubro do ano passado, logo após a partida Braga-Benfica, vencida pelos bracarenses por 2-0. O interlocutor da chamada terá dito que, por aquele juiz ter-se "portado mal", a sua mulher, que estava "sozinha" em casa, iria sofrer "consequências". Sucede que, naquele dia, a esposa de Jorge Sousa estava efectivamente sozinha em casa - o que demonstra conhecimento privilegiado da vida familiar do árbitro
in JN


«O presidente da Comissão de Arbitragem, Vítor Pereira, e três árbitros (João Ferreira, Jorge Sousa e Vasco Santos) foram os alvos das ameaças alegadamente feitas nos últimos oito meses por nove indivíduos detidos anteontem por alegado envolvimento nos crimes de injúrias, coacção e ameaças. Os arguidos foram sujeitos a Termo de Indentidade e Residência e, segundo assegurou ao PÚBLICO uma fonte policial, são todos adeptos do Benfica.
A investigação da Polícia Judiciária vai prosseguir no sentido de apurar se, além dos autores materiais, houve alguém que induziu os arguidos na condição de ‘mandante’ para, “antes dos jogos do clube em causa [Benfica], coagirem e a fazerem “ameaças à integridade física e de morte aos árbitros nomeados e aos seus familiares”, de acordo com o comunicado difundido pela PJ.»
in PUBLICO


«Reza o artigo 54º do Regulamento Disciplinar da Liga, sob o título Coacção, que "os clubes que exerçam violências físicas e morais (…) sobre a equipa de arbitragem com o fim de, por qualquer forma, ocasionar condições anormais na direcção do encontro com consequências no resultado (…) serão punidos nos termos do nº1 do Art.º 51º". Mais esclarece que "os clubes são responsáveis (…) pelos factos cometidos, directa ou indirectamente, por qualquer dos seus dirigentes ou representantes, SÓCIOS e funcionários". Ora, as ameaças de morte de que foram alvo alguns árbitros parecem-me encaixar na designação "violências morais". Não sei quais são as preferências clubísticas dos adeptos alegadamente responsáveis por elas ou até se serão sócios de algum clube. O que me parece é que a Comissão Disciplinar da Liga devia ser célere a investigar o assunto e tão rigorosa como sempre na aplicação da lei que, como muitas outras deste Regulamente Disciplinar, é uma autêntica Caixa de Pandora. A propósito, o artigo 51º é o tal que prevê a baixa de divisão ou, no caso de ilícitos cometidos na forma de tentativa, a subtracção de seis pontos na classificação geral...»
Jorge Maia
O JOGO, 22/05/2010

A equipa, os adeptos e a marca FC Porto


No domingo passado, dia 16 de Maio, após os festejos da conquista da 15ª Taça de Portugal, o plantel do FC Porto entrou de férias. Serão 39 dias de descanso até ao arranque da nova temporada, marcado para o dia 25 de Junho, excepto, claro, para os seis jogadores convocados pelas respectivas Selecções para o Mundial da África do Sul (Beto, Rolando, Bruno Alves, Raúl Meireles, Fucile e Álvaro Pereira).

Tendo a época terminado tão cedo, porque razão é que o FC Porto não aproveitou para fazer uma digressão? Seria uma excelente oportunidade para disputar dois ou três jogos num PALOP, ou em países onde haja uma vasta comunidade de emigrantes (na Europa ou na América).

Terá sido por falta de convites? Parece que não porque, segundo O JOGO, “apesar de ter recebido alguns convites, o clube decidiu não efectuar qualquer jogo ou mini-digressão de final de temporada”.

Ora, para além de servir para estreitar laços com os adeptos e fomentar o portismo além fronteiras, uma digressão nesta altura também poderia (deveria!) incluir 7 ou 8 dos muitos jogadores que estão emprestados – Ventura, Tengarrinha, Castro, Ukra, André Pinto, Pelé, Stepanov, etc. – de modo a aquilatar do seu estado actual e, principalmente, para perspectivar a integração de alguns no plantel da próxima época.

E o treinador? Mesmo a eventual mudança de treinador seria um problema facilmente ultrapassável, porque o comando técnico poderia ser entregue à dupla Rui Barros – João Pinto.

Ao longo dos últimos anos o FC Porto coleccionou vitórias e teve um assinalável sucesso desportivo, incluindo a nível internacional. Contudo, parece-me que temos esbanjado boas oportunidades para promover a marca FC Porto de uma forma mais global. Outros - SLB -, com muito menos vitórias para exibir, não perdem qualquer ocasião para manter a chama da fé clubística bem viva.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

SMS do dia - CVI

Estava um calor ...

Del Neri e as “vacas sagradas”

Por Miguel Lourenço Pereira

Não são muitos os clubes que têm de enfrentar o peso da mudança de um ciclo poucos dias depois de se sagrarem reis da Europa. A saída, previsível mas tempestiva, de José Mourinho abriu um vácuo que parecia ser impossível de tapar. Pinto da Costa procurou a surpresa com que ninguém contava mas o risco pareceu-lhe demasiado e voltou atrás, mesmo antes da bola começar a rolar. Afinal, quais foram os pecados mortais de Luigi “Gigi” Del Neri?

Numa dessas noites quentes do Julho de 2004, o FC Porto defrontou o Liverpool. O titulo europeu conquistado sem discussão em Gelsenkirchen permitia ao clube do Dragão conseguir um cachet considerável num torneio de campeões nos States. A oferta era impossível de recusar. Camisola nova, rostos novos e um ambiente pesado. A imprensa veiculava um (real) mal-estar entre o novo técnico e os pesos pesados do balneário. As “vacas sagradas” não gostavam dos métodos de treino e de relação do novo técnico com o plantel, depois da experiência “cientifica” com Mourinho. O técnico sadino tinha levado consigo Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira, enquanto que Deco (que tinha a transferência para o Barcelona garantida) Dimitri Alenitchev e Pedro Mendes também tinham abandonado o navio. Mas havia mais jogadores com vontade de abandonar o Porto. Derlei, Carlos Alberto, Costinha, McCarthy e Maniche à cabeça. Do outro lado, o grupo de veteranos da casa, liderados pelos capitães Baía, Jorge Costa e Pedro Emanuel, mostrava-se pouco partidário dos métodos do italiano e, mais ainda, da possibilidade de ficar de fora dos seus planos radicais. Nessa noite o FC Porto fez, talvez, a sua melhor exibição da época. Era um amigável, é certo. Mas o rival viria a suceder aos “dragões” como rei da Europa. E as mudanças no terreno de jogo face ao mandato Mourinho estavam à vista. Pinto da Costa não tinha trazido um técnico italiano convencional.

Del Neri foi um jogador medíocre e um técnico desconhecido até que aterrou em Verona. No Chievo, o segundo clube da cidade, fez milagres e levou os gialloazule da Serie B à Taça UEFA em dois anos, sempre assente num estilo de jogo ofensivo, que apostava num 4-4-2 aberto que rapidamente se transformava num 4-2-4. Um jogo sustentado por rápidas transições nos flancos e um meio-campo de combate. A sua escolha para treinar o FC Porto surpreendeu tudo e todos e chegou a uma equipa com um plantel que contava com muitas caras novas, como os laterais Seitaridis e Rossato, o central Pepe, o artista Quaresma, o médio Raul Meireles e o regressado Hélder Postiga. Depois da pré-temporada na Holanda onde o técnico começou a ensaiar o novo esquema táctico a equipa partiu para a digressão americana. E a contagem decrescente começou.

Neste ponto entramos já no campo das suposições porque Del Neri sempre teve o carácter de não querer fazer sangre, mantendo nas suas declarações que saía por vontade própria. Motivos familiares, evocou. Só que é difícil acreditar no italiano, especialmente a julgar pelos eventos que marcaram o ano azul e branco. Por um lado a direcção teve de lidar diariamente com os campeões insatisfeitos. Os problemas entre Derlei e Carlos Alberto, as saídas forçadas para a Rússia do brasileiro e também de Maniche e Costinha espelham bem o ambiente de “cortar à faca” que se vivia no balneário. Por outro lado estava o núcleo duro da casa. Os títulos da era Mourinho consagraram definitivamente a carreira de Baía, Jorge Costa ou Pedro Emanuel. Mas esses eram os principais alvos do novo técnico que entendia ser necessário sangue fresco para manter a dinâmica. Numa defesa rápida, em linha, jogadores veteranos e mais lentos como Emanuel e Jorge Costa seriam naturalmente rendidos por Pepe ou Ricardo Costa, as apostas do técnico. Uma questão de feeling, como quis Guardiola designar o caso Eto´o, muito similar a este. Com a diferença de que, aí, ganhou o treinador.

O certo é que a direcção, encurralada entre os dois grupos, teve de tomar uma posição. Manter a aposta em Del Neri, dando-lhe plenos poderes, significava hostilizar os capitães sem resolver o problema dos insatisfeitos. Ao contrário, apostar num técnico mais convencional, como se revelou Victor Fernandez, seria manter a velha guarda em paz à medida que os casos mais bicudos iam sendo resolvidos. Del Neri esteve sempre só. O seu despedimento espelhou bem a desorganização do clube sem Mourinho, dando a ideia de que foi o português a tapar os problemas que já se vinham manifestando desde o final de mandato de Fernando Santos.


O ano perdeu-se em duas trocas de técnicos, várias transferências goradas, muitos tiros no pé e uns quantos favores arbitrais. No entanto, serviu de lição. Na época seguinte Pinto da Costa teve a coragem que lhe faltou com Del Neri e voltou a apostar num técnico “revolucionário” que colocou de parte os três capitães (Jorge Costa saiu, Pedro Emanuel passou a figura secundária e Baía foi rendido por Helton) à medida que ia montando um esquema talvez não muito distinto ao que tinha idealizado o italiano. Uma revolução com um ano de atraso que abriu um ciclo de quatro títulos seguidos. Enquanto isso Del Neri voltou a mostrar, em Itália, que o seu modelo funcionava, como técnico do Palermo, Atalanta e Sampdoria. Agora viaja a Turim para ressuscitar a “Vechia Signora”. E nós ficaremos sempre com a dúvida na garganta. Perdemos um ciclo histórico de invencibilidade pela pressão das “vacas sagradas” do balneário? A imaginação de cada um terá a resposta.

Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Miguel Lourenço Pereira a elaboração deste artigo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Adeptos de "clube de Lisboa" ameaçaram árbitros

«O presidente demissionário da Liga Portuguesa de Futebol, Hermínio Loureiro, reuniu-se com o director nacional da Polícia Judiciária para denunciar as ameaças e coacção que quatro árbitros sofreram durante os últimos oito meses.
Esta quinta-feira foi divulgado que a PJ constituiu arguidos nove jovens adeptos de “um clube de Lisboa”, da Liga, suspeitos de injúrias, coacção e ameaças sobre quatro árbitros de futebol profissional, durante os últimos oito meses.»
in PUBLICO.PT

A notícia completa pode ser lida aqui.

O meu Barbeiro Informa!

O SMS do dia foi o que recebi do meu barbeiro. Ele ontem dissera-me que talvez hoje me pudesse esclarecer sobre o nome do futuro treinador do F.C.P. Como todos sabemos, os barbeiros e os motoristas de táxi são as pessoas mais bem informadas do nosso país, além de constituirem a franja mais conservadora do eleitorado, segundo os "politólogos", mas isso é outra conversa. Pois bem, ele pediu-me segredo, mas disse-me que o nome que me transmitiu tem 99% de probabilidades de ser o novo técnico. E não, segundo ele não é aquele que dizem que comprou casa em Miramar, na Foz e em Leça da Palmeira e matriculou as filhas no Colégio Nª Srª do Rosário. Para mais informações contactar o Sr. Tozé, distinto profissional de assuntos capilares.

Do Jamor a Timor


O FCP ganhou a Taça. Apesar da vitória, fiquei irritado com a exibição e aliviado por ter terminado a época. Por muito respeito que me mereça JF, e merece, não há condições para o FCP arrancar para 2010/11, cujo ponto de partida não seja esse: a sua saída. PdC é certo que vai continuar e tomará as decisões no que concerne ao relançamento da nossa capacidade produtiva: o próximo futuro não vai ser pêra doce e os 98% obtidos nas eleições de pouco lhe servirão se o FCP não “mostrar serviço”. O nosso presidente anda feliz e promete triunfos, como gosta de ouvir a Nação Portista.

Fechado o campeonato, entramos na silly season com um mundial a ajudar à festa. Os tabus sobre as entradas e saídas de técnicos e jogadores são compreensíveis – o segredo é a alma do negócio – e estimulantes porque preenchem o vazio e alimentam a participação dos adeptos que se entretêm a congeminar estratégias, tácticas e quem as vai servir. O país está em crise. No futebol parece que não e os programas dos três grandes são ambiciosos. No FCP o serviço da dívida, a dificuldade acrescida no acesso ao crédito, a perda das receitas da CL e provavelmente de bilheteira, aconselharia a apertar o cinto.

Tentaremos (da forma hábil do costume) conseguir boas receitas na venda de alguns jogadores e comprar "carne da peça a preços da uva mijona". Não vai ser fácil, porque não tivemos uma época brilhante, logo não a tiveram os nossos jogadores, e os mercados habitualmente compradores vão ser (provavelmente) muito selectivos nos seus investimentos. O tempo não está para desperdícios e até os mais ricos não vão cair nos exageros passados: o dinheiro está caro e a Europa vive sob a ameaça de bancarrota.

Um FCP a vencer à Porto é uma promessa e a sentença que na época que terminou não foi capaz de o fazer. Implicitamente fica responsabilizado JF pelo facto, ao ser-lhe passarda uma guia de marcha milionária, reveladora do facilitismo reinante: porquê na época transacta a renovação de JF por dois anos? Que se lixe o campeonato, a taça é nossa e o futuro é promissor, palavra de presidente para toda a Nação portista.


LFV e o duplo Embaixador, Nuno Gomes, visitam Timor na qualidade de legítimos representantes do regime. Só este estatuto poderá justificar o acompanhamento exaustivo da TV pública a esta visita. Xalana Gusmão (como é reconhecido por Eusébio que, por isso, não fez parte da comitiva) recebeu da mão de LFV a camisola mais representativa do regime, um livro encadernado de Pragal Colaço, o guião de Leonor e o filme de Botelho. A comitiva encarnada tem sido acompanhada de perto por muitos timorenses, indonésios, australianos e altos funcionários da ONU, vestidos de azul e branco e a cantar os Filhos do Dragão. A multidão foi calada e posta em debandada, à força, pela GNR e as imagens foram cortadas, a Bem da Nação.

Enquanto se vivia momentos de alto fervor em Timor, em Lisboa não se parava. Jorge Jesus, Rui Costa, Ricardo Costa, Lucílio Baptista, Leonor Pinhão e o Chefe dos Stewards, ultimavam o plano para a próxima época. Nada ficou descurado e a estratégia das catacumbas é para continuar. No fim, e a sós, Rui Costa esteve reunido com Pragal Colaço para tratar do modelo de intervenção paramilitar e do recrutamento das tropas de intervenção, no futuro. O principal responsável pelo MAI está a par de todos os desenvolvimentos, a Bem da Nação.

Presidentes prevenidamente confiantes e um jogador com azia feito embaixador, confirmam que o tecido directivo do futebol nacional continua em alta. A bem da Nação.

SMS do dia - CV

Fomos, somos ou seremos esquisitos com os treinadores?

É que este também tinha uma risca ao meio e agora vai para a Juve.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Os melhores avançados centro da era Pinto da Costa

Por Hugo Mocc

Quem foram os melhores avançados da era Pinto da Costa?

Pus-me a pensar nisto pois acho o Falcao o segundo melhor avançado centro da era Pinto da Costa (1980 - 201...) apenas atrás de Gomes. E passo a explicar, logo a seguir à "minha" lista, que é subjectiva e mistura factos com a minha preferência ou interpretação pessoal da forma de jogar de cada atleta.

1. Fernando Gomes (Bi-Bota de ouro)
2. Falcao
3. Mario Jardel (Bota de Ouro)
4. Lisandro
5. Domingos
6. Derlei
7. McCarthy
8. Kostadinov
9. Juary
10. Artur

Menções honrosas: Farias, Yuran, Jankauskas

Os meus critérios, como escrevi acima, são uma mistura de facto e interpretação, ou seja, apesar do Jardel ter sido o maior goleador de sempre (média golos/jogo) do período em questão, para mim ficará sempre atrás do Gomes pelo que este representou em relação ao renascimento do FC Porto numa época em que o SLB ainda ganhava muitos campeonatos. Nessa altura ser Bi-Bota de Ouro Europeu, num clube como o FC Porto foi um feito que duvido que possa ser atingido ou ultrapassado por alguém nos dias de hoje.

Mário Jardel entra no Porto com a máquina preparada para ele. Receber "serviço" de jogadores como Drulovic, Zahovic, Capucho, Sérgio Conceição ou Deco foi mais que meio caminho andado para Jardel vencer também ele a Bota de Ouro em 1998-99 (viria a vencer outra ao serviço do Sporting em 2001-02).

Lisandro criou a bitola do rendimento que um jogador do FC Porto deve sempre demonstrar em campo, seja defesa, médio ou avançado: sempre lutador, raçudo, inteligente e eficaz. Derlei também era assim mas foi Lisandro que impôs o seu cunho nas 4 épocas que esteve ao serviço do FC Porto.

McCarthy, possivelmente o avançado mais completo que passou pelo Porto até ao aparecimento de Falcao, era tacticamente e tecnicamente perfeito dentro dos moldes do avançado centro moderno - estilo Drogba - que em tantos jogos se vê obrigado a jogar sozinho no meio de 2 ou 3 defesas adversários e com pouca ajuda dos colegas do meio campo, e que ainda assim consegue, muitas vezes, levar a melhor. Não admira que José Mourinho gostasse tanto dele, ainda que muitas vezes parecesse perder interesse e a concentração nos jogos.

Domingos e Kostadinov fizeram a melhor dupla mas isolados nunca foram tão bons como juntos. Domingos, o outro Português da lista, foi provavelmente o mais tecnicista de todos os avançados centro que tivemos. Ruud Gullit comentou durante o Euro 92 que nunca tinha visto um avançado com um toque de bola como Domingos ao vê-lo fazer um "amortie" durante um jogo da Selecção Portuguesa. Kostadinov tinha na velocidade e remate fácil as suas grandes armas e cedo se tornou um jogador de culto entre os adeptos portistas.

Juary era um jogador supersónico que marcou o golo da vitória na final da Taça dos Campeões Europeus em Viena (1987) frente ao Bayern Munique. Era um jogador talismã, a arma secreta de Artur Jorge. Artur era um jogador franzino que o Porto foi buscar ao Boavista e que se destacava pelas velozes "diagonais" que fazia pela esquerda, causando enormes sarilhos a defesas que não o conseguiam parar.

"El Tecla" Farias todos conhecemos pelos impressionantes índices de aproveitamento que apresenta, marcando quase sempre nos jogos em que entra, mesmo que a suplente. Yuran e Jankauskas porque foram 2 jogadores resgatados ao Benfica que foram bastante úteis - quem não se lembra do grande golo de Yuran contra o Benfica em pleno estádio da Luz e dos golos decisivos de Jankauskas nos anos de Mourinho - durante as respectivas estadias no Porto. Farias Mas de todos o jogador mais completo parece-me ser Falcao.

Se o Porto o conseguir segurar por mais 2 ou 3 épocas, poderá tornar-se um caso sério de popularidade pois tenho para mim que Falcao combina o talento de Gomes, Jardel e Domingos com a raça e o trabalho incasável de Derlei e Lisandro.

Falcao tem tudo para ser um dos melhores pontas-de-lança da Europa. Esperemos que o consiga ao serviço do FC Porto!

Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Hugo a elaboração de mais este artigo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Futebolês do século XXI

"matematicamente ainda é possível"

Trocado por miúdos: agora estamos à espera de um milagre.

16ª Final de Pinto da Costa

Desde que Pinto da Costa é presidente do Futebol Clube do Porto, ou seja, nos últimos 28 anos (e no passado Sábado foi reeleito para mais um mandato de três anos), o FC Porto esteve presente em 16 finais da Taça de Portugal, tendo ganho o troféu por 11 vezes.
No mesmo período, o SLB esteve presente em 10 finais e ganhou sete, enquanto o Sporting esteve no Jamor oito vezes, vencendo em metade das ocasiões.


Quem disse que o FC Porto não tem tradição na Taça de Portugal?

Obrigado!

Até sou dos que acham que a era Jesualdo Ferreira no F.C. Porto devia ter terminado há um ano. Frequentes vezes lamentei o tipo de futebol que a equipa com ele jogava e a inflexibilidade que ele revelava. Mas não podemos esquecermo-nos da muito difícil situação em que chegou ao clube e da firmeza com que tomou conta das rédeas; nem do facto de, desde Gelsenkirchen, só ele nos ter levado de novo aos 1/4 de Final da Liga dos Campeões; nem das sucessivas saídas de jogadores importantes que, ano após ano, o obrigaram a baralhar e dar de novo; nem, last but not least, de que Jesualdo Ferreira se tornou o nosso primeiro treinador a ganhar três campeonatos consecutivos. Por tudo isto, nesta hora de despedida, sinto-me na obrigação de dizer: obrigado, Professor!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Futebolês do século XXI (10)

O treinador no final de um jogo: "o Rúben fez um bom jogo mas ainda tem de se habituar aos processos da equipa e à correcta ocupação de espaços"

Trocado por miúdos: O Rúben é imaginativo e joga com liberdade por isso tenho de o transformar rapidamente num Guarín.

Ecos do apedrejamento no IC17



«Uma final tranquila, do ponto de vista da segurança, terminou com um incidente, já na estrada: uma chuva de pedras surpreendeu adeptos que abandonaram o Jamor utilizando a CRIL. Do incidente não resultaram feridos, mas ficaram danificados um autocarro e meia dúzia de viaturas. (...)»
in O Jogo

«Seis carros particulares e um autocarro com adeptos portistas e flavienses foram apedrejados, ontem, em Lisboa, após o final da Taça de Portugal, em que o F. C. Porto venceu o Chaves, por 2-1. Os incidentes não causaram feridos, apenas um grande susto aos ocupantes das viaturas. (...)»
in JN

«Alguns veículos que transportavam adeptos do F.C. Porto e Desportivo Chaves foram apedrejados em Lisboa, à saída da CRIL para a Segunda Circular, em Lisboa. Entre eles estava um autocarro com adeptos do F.C. Porto, mas também vários carros pessoais, onde seguiam adeptos das duas equipas de regresso ao norte. A informação foi confirmada por fonte da PSP, que diz não ter havido ferimentos entre os atingidos pelas pedras. Os danos foram por isso apenas materiais nas viaturas. (...)»
in Maisfutebol

«Um autocarro com adeptos do FC Porto e algumas viaturas ligeiras foram apedrejadas ao inicio da noite, depois do jogo da final da Taça de Portugal. Contactada pela Renascença, fonte da PSP confirma os incidentes, acrescentando que se verificaram na saída da CRIL para a 2ª Circular. Não há notícia de feridos na sequência do incidente.»
in www.rr.pt




Aprecio a forma serena e discreta como a comunicação social noticiou este “pequeno” incidente. Imagino o que se diria, e os adjectivos que seriam utilizados, se o alvo fossem adeptos do SLB e os agressores os vândalos do Norte...

Quanto à Benfica TV, e particularmente António Pragal Colaço, estão de parabéns. Adivinharam o que ia acontecer com vários dias de antecedência. E, claro, não contribuíram em nada para isso... Aliás, ninguém tem provas que tenham sido adeptos do SLB. Como referem alguns órgãos de comunicação social, “os actos são atribuídos, alegadamente, a adeptos do Benfica”. Sim, alegadamente...

Cada dia que passa faz mais falta uma Dragões TV e, já agora, uma política de comunicação mais atenta, agressiva e incisiva. Às 18h00 de hoje, quase 24 horas depois dos apedrejamentos, ainda não havia qualquer reacção da Direcção do FC Porto, nem sequer uma pequena referência ao assunto na página oficial do clube na Internet. Assim não vamos lá.

Apedrejados por adeptos do SLB

Por João Branco (*)

A final da Taça de Portugal, que tinha tudo para ser uma bela festa, ficou manchada por dois acontecimentos que roçam a vergonha e o escândalo. O primeiro, que certamente outros comentarão neste espaço, está relacionado com a segunda parte do FC Porto nesta partida que não dignificou o clube, nem a camisola, nem o espectáculo, nem o adversário, muito menos os muitos adeptos que se deslocaram àquele local para ver a sua equipa jogar à bola. Festejar no final foi o que menos nos apeteceu fazer e pelos vistos os jogadores também não estavam lá muito entusiasmados e lá fizeram o frete de levantar a Taça e ir festejar para perto dos Super Dragões.

Mas o que aqui me trás nem sequer são os comentários aos jogos mas o que se passou depois. A caminho de casa, e sem que nada o fizesse prever, passando por debaixo de um viaduto, sentimos um barulho enorme. A fila de carros era grande, o trânsito rodava lentamente, e por isso o meu primeiro pensamento foi que alguém nos tinha batido atrás. Mas depois veio outro estrondo. Ao terceiro estrondo percebemos que o carro estava a ser alvejado por enormes blocos de cimento, paralelepípedos, mais precisamente. De calçada portuguesa, com certeza. Disse ao meu irmão, que conduzia para sair dali, ainda éramos mortos. Mais à frente vimos alguns carros parados e um funcionário da Brisa. Aconselhei o meu irmão a parar para denunciar a situação. Afinal, todos aqueles carros tinham sido barbaramente atingidos da mesma forma. Tinham já chamado a polícia - havia milhares perto do estádio - e passados 45 minutos nada. Começaram a chegar mais carros atingidos. Alguns de adeptos dos Chaves. Um autocarro com adeptos transmontanos viu o vidro da frente todo destruído. Havia feridos ligeiros, mas o que mais se comentava ali é que podia ter sido muito pior. Se uma daquelas pedras atingisse directamente um dos condutores, estaríamos neste momento a lamentar perdas humanas. E para quê?

Mais uma nota: a comunicação social? Nada. Apareceu uma equipa da SIC passados duas horas do ocorrido e fizeram uma reportagem que passou uma vez na SIC Notícias. Escusado será dizer ou prever o que teria acontecido se tivessem sido um carro com adeptos do Benfica a ser atingido. Era tudo abrir telejornais com a notícia! Os quatro canais mais os noticiosos. Além disso, e por falar em adeptos vermelhos, alguns dos atiradores tinham camisolas desse clube vestidas e dois deles abriram uma tarja numa dessas pontes onde se lia «SLB sem Medo», ou algo parecido.

Tudo isto num jogo que foi uma festa, onde mais se viu foi famílias inteiras confraternizando, adeptos dos dois clubes lado a lado comentando as incidências do jogo, tudo na maior paz. Ou quando estávamos na mata do Jamor, chegando, um grupo de portistas comia um belo piquenique e sem mais nem porquê se viraram para nós e perguntaram «não querem vir cá comer? trouxemos comida a mais, carago!»

Mais uma vez acontecem vergonhas destas, que não procuraram ver a cor nem dos carros nem dos adeptos e mais uma vez o caso é abafado. Será abafado, certamente. Uma vergonha. Uma vergonha nacional. Notícia mesmo é a visita a Timor. O resto é conversa.








(*) João Branco na foto com o irmão, Pedro Branco, que conduzia o carro atingido.

Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao João Branco a elaboração deste artigo.

domingo, 16 de maio de 2010

15ª Taça de Portugal


Tal como esperado, o FC Porto cumpriu serviços mínimos diante o D. Chaves, arrebatando a 15ª Taça de Portugal da história do Clube. Não foi um triunfo fácil. Nem tampouco foi um passeio pelo parque. Os Dragões fizeram valer, acima de tudo, sua maior qualidade individual, perante um adversário que fez o que pode, com a maior seriedade possível. Uma vitória indiscutível, mas não esmagadora.

Num jogo algo incaracterístico, com muitas perdas de bola e vários passes transviados, ao que muito contribuiu o péssimo terreno de jogo, cheio de irregularidades e com um relvado seco, tornando a circulação de bola e sua recepção num desafio constante para todos os jogadores, a entrada em jogo dos transmontanos assustou os espíritos azuis mais inquietos. Uma bola no poste do Flaviense Edu, após uma saída em falso de Helton, causou suores frios aos homens de Jesualdo.


A contra resposta portista não podia ser mais taxativa. Guarín, aproveitando um mau alívio do Chaves, galgou metros de terreno e só parou quando a bola mergulhou no fundo das redes da baliza de Rui Rego. Impressionante e goleadora esta ponta final de época do nosso médio Colombiano. A vantagem chegava sem grande merecimento, mas teve o condão de catapultar o conjunto portista para exibição interessante nos primeiros 45 minutos.

Dez minutos volvidos, os Dragões voltavam a marcar, em mais uma cavalgada – desta vez foi Hulk – com a defesa de Trás-os-Montes em contra-pé. Falcao só teve de encostar para o golo. A muralha Flaviense dava sinais de desmoronamento a um ritmo alucinante, quase à mesma velocidade com que o Porto desperdiçava soberanas ocasiões de golo. Só Hulk foram 3 bolas na cara de Rui Rego. O intervalo chegava com resultado escasso.


O 2º tempo veio sem chama azul e branca e com o Chaves na expectativa. Com isso a partida mergulhou num lento e agoniante ode ao mau futebol. O desfecho parecia traçado e, para os jogadores azuis e brancos, não parecia interessar acelerar o ritmo. Suposição correcta, ou talvez não. A 5 minutos do fim Bruno Alves resolveu deitar gasolina na festa. Fez tanto fogo que se queimou e acabou expulso. Conseguiu, também, por os corações portistas a palpitar um pouco mais.

Afinal só deu fumaça. E no fundo, o que se viu este jogo foi o espelho desta equipa em muitos períodos da temporada. Insossa e choca como ó caraças. Valeu pela conquista da Taça.

Fotos: Ionline, Record, Público

Mas afinal quantos votaram?

Segundo o site oficial do clube os corpos sociais do F.C. Porto foram ontem eleitos com 98% dos votos. Por mera curiosidade decerto que todos gostaríamos de saber quantos foram os sócios do F.C. P. que exerceram o seu direito de voto, mas essa informação não foi revelada, pelo menos até agora. Bem sei que o facto de haver uma lista única desmotiva a participação eleitoral, como é natural, mas eu gostava de ter uma ideia de quantos dos 19.758 subscritores da recandidatura de Jorge Nuno Pinto da Costa se dignaram votar. É que uma coisa é assinar as petições do abnegado e dedicado Sr. Fernando Cerqueira, outra é deitar a preguiça para trás das costas e ser coerente com o que se assina.

Finalmente, resta-me desejar os maiores êxitos ao elenco ontem reconduzido.

E não seria tempo de acabar com a farsa de Oeiras?


Embora o José Correia já ontem aqui tenha oportunamente discorrido sobre esta chaga recorrente, vou também abordar o assunto e espero não ser redundante.

As peripécias epifenomenais, chamemos-lhes assim, a que temos assistido com o aproximar da Final da Taça de Portugal tornam mais do que nunca urgente acabar com a farsa da disputa obrigatória da partida, não apenas no decrépito Estádio Nacional, como na própria capital e arredores.

Os argumentos estafados que chegam ao ridículo de comparar Oeiras com Wembley - omitindo-se sempre que a selecção inglesa disputa os seus jogos naquele grandioso estádio enquanto a portuguesa foge de Oeiras como o diabo da cruz - são isso mesmo, estafados. E isto já para não falar na cultura futebolística inglesa, que está nos antípodas da nossa, bem como na comunicação social inglesa, que não tem clubes favoritos nem se prostitui diariamente fazendo a apologia de um deles. Estas envolventes fazem com que Manchester United ou Liverpool, por exemplo, não se sintam no campo do adversário se jogam em Wembley contra Arsenal ou Tottenham. O mesmo não podemos nós dizer quando jogamos em Oeiras, Queijas, ou lá onde aquilo fica, contra Benfica ou Sporting. Sentimo-nos como D. Sebastião em Alcácer-Quibir: em casa do adversário e com tudo "a jogar" contra nós. E como nós se sentirão decerto todos os clubes de fora da Área Metropolitana de Lisboa que tenham de defrontar na Final um dos meninos da casa.

Mais ridícula se torna a situação quando, como este ano, se defrontam na Final um clube do Douro Litoral e outro de Trás-os-Montes, ou, como no ano passado, dois clubes do Douro Litoral.

A Taça da Liga parece ter assentado arraiais no Algarve - um descentramento geográfico bastante bizarro, diga-se - mas a Taça de Portugal mantém-se ancorada àquele anacrónico recinto.

Como ia a dizer no início, se a Final não tivesse obrigatoriamente de disputar-se em Oeiras, além do mais não teríamos tido de assistir ao triste espectáculo farisaico com que fomos brindados esta semana. Ficávamos todos a ganhar, principalmente o futebol, coisa de que, infelizmente, cada vez se fala menos em Portugal.

sábado, 15 de maio de 2010

Bi-campeões nacionais de Andebol


«O F. C. Porto sagrou-se, hoje à tarde, sábado, bicampeão nacional de andebol, depois de vencer de forma expressiva, por 37-25, o ABC, em Braga, em jogo da oitava jornada da fase final. Os azuis-e-brancos dominaram o encontro do princípio ao fim e, ao intervalo, já ganhavam por 20-10.
No final da partida, assistiu-se à comemoração efusiva dos jogadores e dos adeptos, que marcaram presença em bom número no pavilhão Flávio Sá Leite.»
in JN, 15/05/2010

Parabéns aos bi-campeões nacionais.