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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Auto-golos para o SLB


A arbitragem portuguesa esteve debaixo de fogo nas 2 últimas épocas, desde que se soube do seu total controlo pelo SLB. Expressões como "vamos dar-lhe cabo da nota" passaram a ser do conhecimento de todos na forma como o presidente do SLB resolvia os problemas dos árbitros que não beneficiavam o seu clube. Ou pelo menos não beneficiavam da forma como LFV achava que merecia.

Além da introdução do VAR (video-árbitro) pouco mudou: os incompetentes continuam a apitar e os apaniguados do regime benfiquista não foram afastados.

Surgiram ainda testemunhos gravíssimos de três jogadores do Rio Ave que garantem ter sido abordados pelo SLB em 2016 para perderem. Os casos permanecem sob investigação, e sem acusação à vista. Quando ela surgir, muito provavelmente vão ser acusados todos exceto o SLB, como é costume.

E é a partir de eventos muito nebulosos que surge uma curiosidade estatística interessante na Liga: em 2 de 5 jornadas já disputadas, o SLB beneficiou de autogolos de jogadores adversários. Os autogolos representam nesta data 23% do total de golos do SLB.

4ª Jornada Braga x Benfica, 0-4 Dois autogolos de jogadores do Braga: Bruno Viana (51') e Ricardo Esgaio (73')

5ª Jornada Benfica x Gil Vicente, 2-0 Um autogolo do Gil Vicente: Ygor Nogueira (45')
(este Ygor já tinha provocado um penalty aos 10', que acabou por ser defendido pelo guarda-redes gilista...)

Três jogadores a seguir atentamente durante a presente e as próximas temporadas.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

7 Notas (de outros) sobre o jogo da Luz

1. A estratégia de Sérgio Conceição foi perfeita
«Pizzi não teve para onde passar, Rafa não teve por onde correr, os corredores do Benfica foram barrados e a dupla de avançados foi reduzida a um papel fantasmagórico nas proximidades da grande área. A estratégia de Sérgio Conceição foi perfeita. Taticamente, foi provavelmente o melhor jogo da sua carreira de treinador. Secou por completo o adversário (…). O FC Porto teve um sentido posicional perfeito, roubou as linhas de passe e o espaço interior ao Benfica e teve uma pressão perfeita sobre o portador da bola. O Benfica não sabia o que fazer, não teve resposta e o FC Porto dominou por completo.»


2. Uribe, o pêndulo invisível
«Uribe terminou a partida com 97% de acerto de passe, fez quatro interceções e foi o rei dos desarmes, já que recuperou a bola em 14 ocasiões (mais uma do que Grimaldo). O médio de 28 anos contratado ao América do México, que esteve na Copa América com a seleção da Colômbia, entrou de forma natural no onze de Sérgio Conceição e parece ser um dos indiscutíveis da nova e reconstruída equipa tipo dos dragões. Herrera saiu e deixou no vácuo o papel de líder que parece estar a ser substituído por Danilo, o papel de incansável que será sempre substituído por Pepe e ainda o papel de pêndulo invisível, cada vez mais a cargo de Uribe.»


3. Viva o Marega!
«Um jogo terrível, um falhanço medonho e a única pessoa no mundo que ainda seria capaz de ter a confiança necessária para matar o jogo e calar-vos, e calar-nos, a todos. Marega é isto. Marega é nosso. Viva o Marega!»


4. "Sócios de m..., vocês são sócios de m..."
«A debandada após o segundo golo do FC Porto, no jogo de anteontem, foi contestada por um dos grupos de apoio. "Sócios de m..., vocês são sócios de m...", pode ouvir-se, num vídeo que circula nas redes sociais. Como o nosso jornal referiu ontem, depois de Marega ter batido Vlachodimos, aos 86 minutos, muitos apoiantes encarnados começaram a sair do estádio, já não acreditando numa reviravolta ou, pelo menos, no empate, o que provocou desagrado noutros.»


5. Olé! (29 passes consecutivos)
«Numa altura em que o jogo já estava resolvido - entre os 93’26’’ e os 94’31’’ -, a equipa do FC Porto estava à vontade e realizou 29 passes consecutivos, sempre acompanhados por ‘olés’ vindos da bancada destinada aos adeptos dos dragões. Escusado será dizer que o tribunal da Luz ficou irritado com a troca de bola da equipa portista e com alguma passividade dos jogadores do Benfica.»


6. O FC Porto é o FC Porto
"Porto é Porto. Todos sabem, é um clube grande, que não se deixa afetar por essas coisas [eliminação na Champions e derrota em Barcelos]. Levantámo-nos, somos fortes, somos unidos. Até fico emocionado ao ver os meus colegas a correr, a querer ganhar, isso é incrível. Se pudesse partia este prémio [eleito "Homem do Jogo"] para dar a cada um. Foi incrível a atitude que tivemos".
Zé Luís, na flash-interview, a responder a um repórter da BTV


7. 7ª vitória no novo Estádio da Luz
«Sérgio Conceição é o primeiro técnico do FC Porto a vencer duas vezes em casa do Benfica para a I Liga, no triunfo que iguala o mais folgado da história. (…) Alargando o registo ao espetro coletivo, o resultado de ontem permitiu ao FC Porto igualar a sua maior vitória de sempre em casa do maior rival, em partidas para o campeonato: vencera por 2-0 na época 1950/51. Na verdade, no novo Estádio da Luz (inaugurado em 2003), o saldo na I Liga é favorável aos nortenhos, que venceram por sete vezes, empataram seis e perderam apenas em quatro ocasiões.»

domingo, 30 de dezembro de 2018

Sporting de Braga - clube amigo

É sempre difícil jogar contra o Sp. Braga, não é? Geralmente é o caso, a não ser que se seja um clube amigo, que depois de os derrotar por 6-2 ainda ficam com um sorriso palerma escarrapachado nas trombas. Vide:


O Sp. Braga tem uma excelente defesa, mas parece-me que os jogadores todos ou são daltónicos ou confundem os adversários por colegas de equipa (quando os adversários equipam de encarnado).

Reparem só no número de golos sofridos pelo Sp. Braga nos últimos 6 jogos:

0 - 0 - 0 - 0 - 6 - 0

Agora reparem no número de golos marcados pelo SLB nos últimos 6 jogos:

1 - 1 - 1 - 1 - 6 - 1

Veio bem a calhar. Por mim este clube bem que pode descer que não faz cá falta nenhuma!

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Ainda se roubam Igrejas

Enquanto há um clube saudita disposto a comprar um jogador que tem problemas crónicos - seja de costas, seja de injeções - e todos assobiam para o ar, mais interessados num jogador do Porto que não foi convocado - e que não fez falta, bem pelo contrário - em mais um título conqusitado, lá apareceram pela calada os do costume. Como é habitual em quem caminha nas sombras do poder, silenciosamente e de forma matreira, chegam noticias sobre um tal de Varandas Fernandes a exigir, através do clube que representa, que todos deviam caminhar nus e expor a sua cor clubistica, seja o órgão ou o cargo que representem, a bem da paz no futebol e da serenidade. A paz e a serenidade. Conceitos que ditos por alguém que trabalha numa instituição com uma claque ilegal que tem o único histório de assassinatos em Portugal, de quem está envolvida em distintos processos judiciais por uma série de possiveis actos de corrupção activa e que, aproveitando um momento de caos do seu rival local (quem sabe se não sendo igualmente instigador do mesmo) simulou um estatuto de grandeza de que carece para tentar dar uma bicada que nem arranha, não deixa de ter a sua piada.

Está claro que a esta altura, depois de tantos emails, há uma série bastante grande de nomes, sejam dirigentes, jornalistas, comentadores, árbitros, auxiliares, delegados e membros de orgãos sociais que não necessitam de enviar a sua resposta a Varandas Fernandes porque todos já sabemos da sua inclinação. Por muito que, apesar de tudo, se tente processar o FC Porto por divulgar os possiveis crimes cometidos, porque numa semana é tudo falso e na outra é tudo invasão da correspondência privada. Como se Al Capone tivesse processado a polícia de Chicago por ter tido acesso ás conversas em que mandava matar mafiosos rivais, no que eram afinal, conversas entre cidadãos privados. Capone, que até acabou por ser preso e condenado por tudo menos por assassinato, estaria orgulhoso, sem dúvida, de que alguém continua a tradição de disparar e culpar todos aqueles á sua volta. O disparo, esse, nunca existiu da mesma forma que exigir a outros aquilo de que se carece - ou ainda pior, daquilo exactamente que se pratica, negando a realidade - vive a meio caminho da Chicago dos anos 20 e das ideias literárias de George Orwell e Aldous Huxley na década seguinte, uma nova lingua que quer apagar o passado para controlar o futuro. O que não aconteceu não aconteceu por muito que tivesse realmente acontecido e daqui a uns anos ainda teremos personagens a dizer que nem sequer sabem o que é um email ou um padre, palavras banidas do vocabulário por incomodar as orelhas, que não os ouvidos, do grande lider. Aliás, tendo em conta o que aprendemos do dominio do idioma português desse personagem, talvez o melhor é mesmo banir todas as palavras e passar-mos a comunicar-nos directamente por grunhidos. 

O curioso no meio disto tudo é que Portugal continua a ser um oásis de loucura num mundo aparentemente são onde vemos diariamente milhares de pessoas a denunciarem loucos como Donaldo Trump ou instigadores de fake news como Boris Johnson ou Nigel Farage. Em Portugal não. Em Portugal reina o silêncio e apesar de estar na rua, disponivel para todos em diferentes formatos, o acesso á informação, desde adeptos com voz a jornalistas com carteira, não há quem pegue em declarações como esta - e tantas outras da cartilha propagada - e não a contraponga com factos e evidências para denunciar que o rei vai nu e há muito tempo que não toma sequer banho pelo cheiro fétido que emana dos esgotos do poder. Esse silêncio, parte de uma politica transversal, tem encontrado uma pequena resistência no FC Porto, resistência que tentam minar seja com suspensões de agentes activos na denúncia, no silenciar institucional do clube ou, pura e simplesmente, no lançamento de noticias cá para fora que entretêm o povo com o seu pão e circo e desviam o olhar do que realmente importa. Afinal, que importa que exista um clube investigado activamente por corrupção que exige limpeza a todos aqueles que gravitam no futebol português, quando o Marega não é convocado porque o treinador considera que tem a cabeça noutro lugar (pasmem-se, em plena época de transferências). Imaginem era se não treinasse porque lhe doía as costas e podia haver alguém á espera dele no fim do jogo para levá-lo a uma sala onde convinha que não entrasse.



Mas afinal, quem diabos é ou pensa que é o Sport Lisboa e Benfica?
Dentro de uma estrutura em que compete, como centenas de outras, nos quadros futebolisticos nacionais (e noutros desportos), o Benfica é ou melhor, vale, o mesmo que o Ronfe, o Infesta, o Campomaiorense ou o Passarinhos da Ribeira, para a Federação Portuguesa de Futebol e que o Moreirense, Famalicão ou Olhanense para a Liga. É um entre muitos. Par entre pares. Não é, não foi e por muito que lhe custe, nunca será, um primus inter pares. E esse é o grande problema estrutural do futebol português, a existência de uma instituição que quer ser - através do controlo, a distintos niveis - o primeiro, o supra-sumo e o líder de uma relação horizontal de instituições onde todos deviam partir do mesmo ponto para chegar á reta final de cada ano pelos seus méritos.

A campanha hooliganesca da cartilha encarnada, a mesma que há quase uma década tenta adoutrinar o pensamento geral utilizando como eco os meios de comunicação que se vergam á sua influência - seja através da aceitação de comentadores ditos independentes mas com ligações directas e controladas á casa mãe, seja através da sua vergonhosa linha editorial - tem um objectivo claro. Calar os dissidentes, impor uma nova-lingua de tipo fascista e manipular os eventos que se passam dentro e fora de campo para dar uma sensação de pureza virginal. Em Itália, um país corrupto como poucos em todos os sentidos da sociedade - recomendo a leitura de livros como Forza Italia do irlandês Paddy Agnew para entender até que ponto essa realidade é transversal - mesmo assim nunca houve medo ou uma ditadura de uma instituição sobre as outras e gigantes como a Juventus ou o AC Milan, entre vários, já conheceram o sabor da despromoção por corrupção sem que isso tivesse barrado a justiça de cumprir com o seu cometido. Essa coragem que sobra aos italianos falta aos portugueses e à medida que se vão publicando mais e mais revelações do que, a principio, parecia apenas uma fuga de informação e que teve o primeiro eco no Universo Porto de Bancada - e todos ficarão a dever um pouco a Francisco J. Marques e a sua equipa pelo trabalho desenvolvido no intuito de varrer o lixo que meandra no futebol nacional - vai-se entendendo o porquê.
Uma vez mais a noticia de um cartilheiro, gente sem espinha, disposta a tudo por orbitar à volta de um rei sol com um passado judicial nas mãos, sobre a perseguição quase stasiesca a membros de distintos orgãos desportivos vem apenas recordar que há um Estado dentro do Estado e um Estado com tintes policiais e fascistas que não olha a meios para obter fins.

Se acham que cada vitória em campo dos homens de Conceição é um golpe nas ambições deste Polvo, acham bem. Se acham que é suficiente e que o importante é discutir temas internos (que também devem ser discutidos em todos os sentidos) e relegar para um segundo plano tudo aquilo que mexe, e muito, neste jogo de trontos, acham mal. Ganhar desportivamente ajuda mas não resolve nada se a batalha, que é real, não for travada em todas as frentes e se a atitute dos adeptos portugueses - e aos portistas deveriam somar-se o de todos os outros clubes porque todos saem directamente prejudicados por este Polvo - não for de união.
De bloco e de fazer frente a um monstro e aos seus distintos tentáculos, comunicação social incluida. Os resultados em campo só servirão para tapar o sol com a bananeira porque continuará a haver quem se ache com direito a policiar a vida de outros, a condicionar resultados, análises, criterios disciplinares, promoções e traços que só podemos encontrar em estados ditatoriais. O FC Porto não se fez grande por acaso depois do 25 de Abril. Agora que fica claro que o regime de Abril se converteu numa nova versão hiper-centralizadora entregue aos interesses da capital e de quem gravita à sua volta, com o Benfica como um dos eixos principais, urge lutar por outro 25 de Abril. Nunca, como hoje, as palavras do mestre Pedroto fizeram tanto sentido.

"É hora de acabar com os roubos de igreja"

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O Polvo, uma pata da cadeira do poder

Foi quase há um ano já que Francisco J. Marques surgiu, pela primeira vez, no Porto Canal com algo que, a principio, muitos incautos trataram com sorna e anedocta mas que, desde então, se tem revelado com algo tão podre e maligno que só mesmo num país como Portugal é que o mensageiro pode ser colocado em dúvida. Os "emails" ou o "emailgate" que a inicio para alguns era só uma forma disparatada de distrair a atenção para mais um erro de casting com consequências nefastas como foi a eleição de NES como treinador acabou por ser o cimento que reacendeu a chama azul-e-branca e, também, o ponto de partida para uma série de escabrosas revelações que colocaram em cheque-mate tudo o que sabemos sobre o futebol português da última década (e não só). No entanto, quase 365 dias depois, o que aconteceu?
Nada. Absolutamente nada. 

Os "presumiveis criminosos" - porque a lista de possiveis crimes divulgada é tão extensa que "presumiveis criminosos" é o mais ligeiro que se pode dizer em casos assim - continuam soltos, tranquilos e a repetir as mesmas práticas de sempre. No terreno de jogo a impunidade segue, este ano com um inesperado aliado em forma de VAR - ou como alguns memes virais têm tentado descrever, a "conexão com Skype directa com o "Primeiro-Ministro " e não há sinal de que a situação se altere. Talvez tenha a ver com o facto - já divulgado - de que o Benfica presumivelmente tem informação comprometida e confidencial sobre árbitros. Talvez tenha a ver com o facto - já divulgado - que o Benfica tem relação privilegiada com os inspectores anti-doping, com dirigentes de outros clubes, com dirigentes políticos, judiciais e pode mesmo até ter a ver com o facto de que nem o Presidente da Federação escapa a ter a sua vida controlada minuciosamente. Quem sabe.
O certo é que nos últimos meses - depois da divulgação de toda essa informação - algo mais sério e grave veio à tona que demonstra, na prática, porque é que ainda nada aconteceu e porque é que, provavelmente, nada acontecerá. As ligações do Benfica, através do seu presidente e esbirros, não se limitam apenas ao mundo do futebol e ao seu controlo na sombra do mesmo através da compra de árbitros, dirigentes rivais (directamente ou ajudando financeiramente os seus clubes pagando salários, emprestando dinheiro em operações de jogadores adquiridos e emprestados num circuito inumano), jogadores rivais ou figuras dos corredores do poder na Liga ou Federação. Quando saiu para a rua o processo Apito Dourado, o tal processo que era o exemplo máximo da asquerosidade do futebol português - tão limpo e impoluto nas décadas anteriores, seguramente - o máximo que os seus criticos conseguiram foram gravações telefónicas que envolviam a escolha de árbitros ("o João, pode ser o João) e cafés tomados entre dirigentes, árbitros e empresários para solucionar resultados que em campo já o estavam num ano em que, azar dos azares, o alvo a abater também decidiu comprar as altas instâncias do futebol europeu e venceu a Champions League, essa competição que só um clube de um país periférico levantou nos últimos 20 anos. Tudo isso parecia saído de uma novela cómica mas para as virgens ofendidas era apenas e só o principio do fim do Mundo. Que calados que estão agora.

A questão evidente é que este Polvo de proporções épicas tem sido silenciado, não levanta estupor público nem gera o mesmo sentimento de desprezo e asco porque, na base de tudo, o problema não é o Benfica, nem sequer é o futebol português como tal. O problema é Portugal.
O que Luis Filipe Vieira fez vai muito, muito mais além do que tentaram acusar Pinto da Costa e o FC Porto há quinze anos atrás. Se na altura o Apito Dourado parecia ser um caso exclusivamente desportivo, o Polvo encarnado é apenas um tentáculo de um monstro marinho maior, uma pata de uma cadeira de interesses que é a base da actual sociedade portuguesa. Vieira utilizou o seu clube para montar uma teia de interesses que rapidamente se aliou a outros dentro do poder financeiro e económico - não é por caso que é também o maior devedor do país e peça chave no escândalo BES -, do poder político (o caso Centeno, a presença habitual de governantes no palco presidencial da Luz) e, como se tem sabido agora, do poder judicial (toupeiras dentro da PJ, juizes-desembargadores a pedir favores e a pagar os mesmos, advogados em altas instâncias comprados) e também do poder mediático (que tem mantido sobre tudo isto um silêncio ensudecedor face à gravidade dos casos divulgados. 
O Benfica é altamente beneficiado a todos os niveis mas mais beneficiado ainda é o seu Presidente e não é por casualidade que muitos suspeitam já que a fonte original de todos os emails que precipitaram a caída das peças de dominó tenham vindo de dentro do próprio clube por figuras desejosas de ocupar o seu lugar e, com ele, as suas benesses. O que no entanto, a inicio, parecia um esquema criado para beneficiar o clube resulta na práctica ser um esquema para beneficiar uma série de elementos de distintos meios - entidades bancárias, carreiras políticas, judiciais, mediáticas - em que o Benfica é uma parte do esquema e não o seu fim. Uma realidade que vai muito para lá da corrupção desportiva e que, em comparação, faz parecer as acusações do Apito Dourado uma brincadeira inocente de meninos. A quem chamou ao Porto um dia Palermo seguramente olharia agora para Lisboa com vontade de mudar o nome da cidade a Purgatório mas a coragem para atacar uns é quase sempre proporcional à cobardia para atacar outros. 



Neste cenário verdadeiramente dantesco onde o trabalho de divulgação de Francisco J. Marques, a investigação paralela pouco ruidosa - é certo - de outros meios e o trabalho da Policia Judiciária (que já sabe que conta internamente com filtrações, quem sabe se as mesmas que subiram ao YouTube as escutas do AD, um método que na altura escandlizou menos que publicar emails) tem sido mais do que meritório, é dificil acreditar que algo vá suceder na prática. Nem despromoção, nem retirada de títulos - modelo aplicado em Itália regularmente em casos muito menos graves - nem retirada de pontos (o que foi feito, em primeira instância com o FC Porto mas que agora não pode ser aplicado porque, ao contrário desse FC Porto, solvente campeão nacional, isso significaria perder títulos) nem sequer uma reprimenda. Fazer cair o Benfica e o seu presidente era fazer cair o sistema. Era fazer cair o clientelismo dos grandes partidos políticos, os interesses à volta dos grandes bancos e das famílias que os controlam. Era destapar a podridão que grassa no sistema judiciário entre advogados, procuradores e juzies. Era ressaltar, de novo, que a imprensa portuguesa de independente e corajosa tem pouco. Era tocar em demasiadas peças ao mesmo tempo. O mérito de Vieira não foi criar um império de interesses "presumivelmente" criminais à volta do Benfica para beneficiar-se desportivamente e pessoalmente do mesmo. O seu grande mérito é ter feito do seu clube e da sua pessoa peça indispensável nessa engrenagem colectiva a ponto de que a sua queda seria sempre amparada por aqueles à sua volta sob pena de, como uma gangrena, extender-se a outros pontos onde vivem personalidades mais intocáveis do que ele próprio e que nunca o poderiam permitir. 

O silêncio das autoridades políticas, dos arautos da verdade e da moral e sobretudo da indignação fabricada de um país - todo o oposto que vivemos há mais de dez anos - tem uma base muito concreta. O FC Porto nesta guerra não luta só contra o Benfica de Vieira, esbirros e corruptores, dentro e fora de campo. Mais do que no regime do Estado Novo, é nesta podre e caduca república parlamentária, que o FC Porto mais isolado e frágil se encontro e é contra rivais mais poderosos e irredutiveis que se mede nesta batalha. Podemos muitos não ter sequer a menor ideia do tamanho do Polvo, que mais do que um polvo é um monstro marinho, e que a cada novo email, cada nova revelação nos vai surpreendendo. O que sabemos todos é que enfrentar este monstro com vida própria e interesses determinados é e será, sem dúvida, a maior batalha da história do FC Porto. Uma batalha onde a união e o arrojo tem de ser superior a tudo e a todos. Um passo em falso e podemos estar a falar de um final trágico e irreversível. O sistema não vai cair pelo seu próprio peso, não vai cair desde dentro - como em Itália passou, tanto a nível político como desportivo - nem vai cair sem dar luta. Resta saber se o Dragão encontra todas as forças para plantar batalha e não arredar pé. 
 

sábado, 2 de dezembro de 2017

"Roubo de Igreja" e "Roubo de Carteira"

O FC Porto vai ser campeão.
Depois de um dos mais inacreditáveis "roubos de Igreja" que a Invicta já viu a convição não podia ser mais forte. Pedroto estaria pouco surpreendido ao descobrir que mais de quatro décadas depois da sua mítica expressão ter dado à luz, tudo continua igual e a impunidade grassa sobre o futebol português. As pistas estavam lá, nos jogos do Benfica e, sobretudo, nos jogos do Porto. Um ano mais uma equipa sem ideias, sem futebol, sem talento e sem treinador, em condições normais, chegaria a Dezembro fora da corrida do título como lhe aconteceu dezenas de vezes (e aos vizinhos do lado) durante os anos noventa e dois mil. Mas estamos na era do Vieirismo, da amizade com os poderes do governo, da justiça e da polícia, dos relatórios secretos sobre os árbitros, dos sms com mensagens comprometedoras, da espionagem sobre o presidente da Federação e afins, a era dos Guerra, dos Marinho e da impunidade absoluta. E por isso mesmo, um ano mais, uma equipa vulgar, colocada no seu devido sítio na Europa, onde tudo isso vale zero, está a três três pontos da liderança e bem dentro da corrida. E vai continuar a estar, por muito mal que joguem. Porque é imperioso que estejam. Porque este Portugal, "pos-democrático", é mais salazarista e centralista que o Portugal contra o qual Pedroto lutou e denunciou. E essa realidade, por muito que se denuncie em prime-time, não se apaga com um sopro de vento. Será preciso outro terramoto para varrer a escumalha que nos meandros do futebol português adultera, ano atrás ano, a competição. Até lá estes "roubos de Igreja" vão continuar a ser frequentes e a sobranceria dos Vitória, jactando-se da sua própria incompetência, agradecendo aos VAR que ficam calados quando devem falar. Dos golos limpos anulados. Das mãos que são peito ou dos peito que são mãos. Dos empurrões, cuspidelas e socos aleivosos. A isso pode agradecer Vitória, que de futebol entende tanto como de matraquilhos, ter saído vivo de uma caldeira que estava preparada para cozer o Polvo mas que se encontrou com tentáculos que ainda são mais fortes do que podemos imaginar. Tentáculos que, ainda assim, serão insuficientes em Maio.



Porque o FC Porto vai ser campeão.
Contra os "roubos de Igreja" e também contra os "roubos de carteira". Ler entrevistas ou declarações inoportunas e oportunistas de Pinto da Costa tornou-se num dos melhores exercícios de stand-up comedy de Portugal. Há uns tempos queixou-se de que Lopetegui, o treinador que tanto elogiou na imprensa internacional e que lhe convenceu até a comprar Ferraris que hoje, vê-se, são Corsas noutras paragens, não era treinador para ganhar, ao contrário de Conceição. Também disse, algures no tempo, porque ao ouvir Pinto da Costa o tempo perde dimensão e lógica, como se fosse uma Matrix, que qualquer treinador seria campeão com os "Falcão, Hulks, James" e companhia, numa bicada seguramente aos Villas-Boas e Vitor Pereiras - os últimos treinadores campeões nacionais, é preciso lembrar - e que ser campeão com um plantel actual é que era. Pois era. Vitor Pereira saiu em 2013 do FC Porto. Há quase cinco épocas. Nesse espaço de tempo essa sumidade elegeu como treinadores nomes distintos, perfis distintos e com mentalidades distintas. Deu-lhes jogadores pedidos, deu-lhes jogadores que não queriam mas que tinham de ter e foi vendendo os anéis. Dos dedos, dos colares, da alma. Foi estripando o FC Porto, abrindo-o por dentro e sacando, gota atrás de gota, o sangue. O FC Porto, o mesmo clube que durante uma década foi considerado um exemplo de gestão, sobretudo como comprava muito barato, vendia muito caro e mantinha uma boa prestação desportiva, hoje está sob a alzada da UEFA. Não pode gastar nem um cêntimo sem avisar, não pode cometer nenhuma loucura, não pode investir sem somar, subtrair e contar com muitos dedos os números. Durante estes quatro anos e meio sem títulos o Porto vendeu tudo e não ficou com nada, salvo Brahimi, que ninguém parece querer, felizmente, e Herrera, que ninguém parece querer, infelizmente. Já vendeu jogadores com um ano de casa, da formação, sem sequer garantir o 100% da sua mais valia e já vendeu apostas falhadas e logradas. O que não conseguiu foi investir bem porque o supra-sumo das declarações inoportunas, seguramente com a cabeça e o corpo metido noutro lado, perdeu tudo aquilo que o ligava á sanidade da gestão futebolistica. E a carteira do FC Porto foi sendo "roubada", desde dentro, e o dinheiro ganho, as transferências milionárias, foram desaparecendo num buraco onde já cabe o Dragão e, daqui a nada, o azul e branco se for preciso. Ontem, num jogo decisivo, Sérgio Conceição, um homem que faz milagres mas a quem não se pode pedir sempre o impossível, realmente não podia deixar de olhar com inveja para os que o precederam. Os que tinham na área a jogadores como Derlei, McCarthy, Lisandro, Falcão, Hulk, Jackson ou André Silva e não Moussa Marega. Há uns tempos atrás escrevi que Marega era o exemplo desta equipa e nada pode ser mais certo. Todo o querer do mundo e toda a dificuldade do mundo incluídas num jogador que dá 200% mas que há coisas que não pode dar. A culpa nunca será sua. A culpa é de quem foi sangrando o clube a ponto de que tenha de lutar contra o maior rival de sempre, o Polvo, com Marega, com Otávio, com Aboubakar e com Herrera quando durante uma década teve jogadores de um nível muito superior, cujo dinheiro das vendas foi mal gasto, negócio atrás negócio, para não falar naquele que, misteriosamente, desapareceu e foi parar a outras mãos. Ontem o FC Porto mediu-se nu contra o Polvo. Despido por quem devia ter procurado dar-lhe o melhor traje de batalha e o despojou das armas. Conceição, os seus e os adeptos no Dragão foram à luta na mesma, porque esse é o nosso ADN, e lutou com os punhos e com a alma. E ganharão, ganharemos, esta batalha. Contra tudo e contra todos, inclusive contra aqueles que nos despiram e nos deixaram nus para, mais á frente, virem reclamar os despojos e o traje do imperador.



O FC Porto vai ser campeão.
Contra tudo e contra todos. Dentro e fora. Salvo o plantel - um exemplo de atitude mesmo quando o talento e a capacidade individual não dá para mais - e o treinador, o motor desta recuperação espiritual de uma ideia de Porto perdida desde a época das vacas gordas, contra tudo e contra todos. Contra os interesses da capital, os negócios ocultos da trama e os tentáculos nas esferas do poder. Contra as manobras rasteiras de Alexandre, contra a ressaca do "Anterismo", contra os interesses dos Teixeiras. Contra o vitimismo dos Vieira e dos Carvalho, contra a violência dos Fejsa e os braços de Luisão. Contra os fundos que andam a apropriar-se, pouco a pouco, do futuro do clube, os que hipotecaram o estádio e o negócio com a Altice e os que fizeram com que a UEFA tivesse direito para apresentar-se à porta a pedir contas. Contra o VAR calado do Polvo. Contra o silêncio oportunista de Pinto da Costa. Contra tudo e contra todos. Campeões.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Nada de novo à 4ª Jornada...


Nada de novo. Em Vila do Conde o Benfica empatou um jogo que devia ter perdido. O árbitro Hugo Miguel conseguiu ver uma falta na área vilacondense sobre o 'piscineiro' Jonas, e apressadamente marcou penalty que o mesmo converteu. Um lance que ocorreu nos minutos seguintes ao golo do Rio Ave. Foi este mesmo Hugo Miguel que na época passada não conseguiu ver dois penalties a favor do FC Porto no jogo em Braga por agarrão claro a Felipe e por falta sobre Otávio. Neste jogo em Vila do Conde, Hugo Miguel foi ainda hábil ao ponto de perdoar as expulsões a Pizzi, que pontapeou um adversário aos 74' nas suas barbas (!) e a Eliseu, que continuou a colecionar agressões impunemente num jogo que nem sequer deveria ter disputado (alô, Comissão de Disciplina ?!). Continua a valer tudo quando se trata de jogadores benfiquistas.


Apesar das denúncias públicas recorrentes de Francisco J. Marques sobre o esquema de tráfico de influências, coação e corrupção montado pelo Benfica, os árbitros continuam a atuar como se a população ainda não soubesse do que se passa por trás da cortina. Não ganharam vergonha.

Na ressaca do jogo o Benfica ainda teve a distinta lata de acusar FC Porto e Sporting de criarem "clima de grave coação e intimidação".


Às claques "de adeptos organizados" do Benfica foi permitido que saíssem do Estádio dos Arcos ao mesmo tempo que os adeptos da casa. A responsabilidade foi do esquema de segurança (ou da ausência dele) montado pela PSP. Houve agressões graves a adeptos do Rio Ave, tendo o clube de Vila do Conde reagido oficialmente em Comunicado. Ninguém foi/será responsabilizado. Ao Benfica continua a ser permitido algo que a nenhum outro clube é permitido: ter uma claque não registada, portanto ilegal, e ainda lhe conceder apoios financeiros e logísticos. Os seus membros continuam a espalhar o terror pelos estádios do país. O Ministério Público e a Polícia, designadamente a PJ e a PSP, sabem mas nada fazem para resolver o problema. Serão co-responsáveis morais por acidentes graves que eventualmente venham a ocorrer. O outro responsável moral será o Benfica na pessoa do seu presidente Luis Filipe Vieira, que publicamente negou o óbvio com a maior desfaçatez.

Foto: OJOGO (Fábio Poço/Global Imagens)

Por outro lado, a casa do FC Porto de Famalicão foi vandalizada com o arremesso de tochas e garrafas, tendo provocado ferimentos ligeiros a alguns adeptos que se encontravam na esplanada. Por anónimos ou por membros de "grupos organizados de adeptos", não se sabe. Mas não será difícil adivinhar.

No jogo em Braga o árbitro Carlos Xistra ainda deu um ar da sua graça. Só na primeira parte perduou 3 cartões amarelos a jogadores do SC Braga. Na segunda parte, menos mal, ou melhor, com maior equidade no juízo disciplinar, não significando isto que tenha estado propriamente bem. Duas entradas perigosas, uma para cada equipa, poderiam ter visto o vermelho direto.

Não bastará, assim, a denúncia pública do Diretor de Comunicação do FC Porto e das várias páginas portistas com maior audiência nas redes sociais. É necessário ser o Clube, através de elementos da sua Direção, a fazer a denúncia e a exigir alterações profundas na organização da Liga, da Arbitragem e da FPF. É à Direção do FC Porto que cabe liderar um movimento de mudança nas principais estruturas do futebol português. Caso contrário tudo continuará igual e será outro ano de muita indignação e nenhuma ação.
   

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Quem manda na Seleção Nacional?


A propósito de um desabafo que ouvi sobre o jogo de ontem da Seleção. “No jogo de ontem os laterais da Seleção foram o Cédric e o... Eliseu. Alguém percebe por que razão o Fernando Santos nem sequer convoca o Ricardo Pereira?”

A resposta que dei foi esta: Porque Fernando Santos é um Scolari parte II.
Observar jogadores dá muito trabalho. Pior: se não forem da cartilha Mendes nem vale a pena arranjar chatices. E, no futebol atual, as Seleções são usadas como plataforma para a valorização de jogadores. Se o Selecionador for “dócil” (check!), então ele é consensual nas esferas do poder, e como tal nos media, e lá se vai aguentando sem críticas de maior às suas convocatórias e à falta de renovação das suas equipas.

Hoje, o poder é do Benfica e do Jorge Mendes. Na FPF, na Liga, na comunicação social, nas relações institucionais com os maiores clubes do mundo.

Por exemplo, só foi aberto espaço na Seleção para o André Silva porque era do interesse do seu empresário, Jorge Mendes, e do seu patrocinador, a Nike. Aliás, foram certamente estas duas entidades que fizeram com que de repente o próprio Cristiano Ronaldo o começasse a elogiar publicamente, considerando-o até, pasme-se, o seu natural sucessor.

Foram estas idiossincrasias que o FC Porto deixou de entender - ou de levar muito a sério - ao longo da última década que contribuíram em boa parte para a situação em que nos encontramos hoje: um 'player' banal no seio dos grandes negócios de jogadores e dos grandes clubes europeus. Veja-se por exemplo o que aconteceu recentemente com o Emílio Peixe, o selecionador nacional de Sub-20: não levou o Rui Pedro ao Mundial na Coreia do Sul “por opção”. Ele que era dos melhores avançados disponíveis para os Sub-20. O facto de 3 dos 6 avançados convocados serem do Benfica será certamente uma coincidência. O Benfica teve 8 jogadores na convocatória, o Sporting teve 4, o FC Porto teve 3 e o Vitória teve 2 jogadores. Isto não quer dizer que os jogadores do Benfica não sejam muito melhores, mas a estatística é significativa e demonstra bem quem é que manda. 

O FC Porto tem de voltar a ganhar massa crítica dentro da FPF e das suas diversas estruturas. A convocação de jogadores para fases finais das seleções valoriza-os e valoriza os próprios clubes e o seu investimento no futebol de formação. 
   

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Fanatismo religioso Vermelhusco


Não admira nada que o clube representativo do poder central se ache dono da verdade. Eles olham para si mesmos e revêem-se no papel de bispo ou cardeal do futebol português. Bispo, que vem do latim episcopus que se traduz para "aquele que vê por cima, pelo alto, que supervisiona". E Cardeal tem origem etimológica em cardo/cardinis, ou seja aquele que roda ou gira (normalmente à volta do Papa mas neste contexto à volta do futebol Português, qual matilha de lobos à espera de atacar a presa). Até nas críticas que fazem aos rivais eles optam por um prisma religioso, não fossem eles dar o cognome Papa ao Pinto da Costa.

Quem tem prestado atenção ao futebol Português deve ter reparado na forma lisonjeira com que o clube Lisboeta tenta se rever como instituição religiosa. Têm uma Catedral (a espelunca da Luz), o manto sagrado (o equipamento), têm um Santo Padroeiro, o Santo Eusébio, Santo Protector dos tremoços, e com esforço um gajo até pode associar o milhafre ao Espírito Santo. E finalmente, para rematar, até têm a Bíblia do Futebol: A Bola.





De tanto se acharem um clube destinado a conquistas divinas só lhes fica bem terem a cabeça nas nuvens, ou seja, é um clube cheio de húbris.

Esta doutrina religiosa espalha-se por todos: dirigentes, adeptos e jogadores. Reparem: 

CRISTANTE: «O BENFICA É UMA RELIGIÃO»

Mandamentos da religião Benfica
Religião Benfica

Tudo isto não espanta quem tenha ouvido falar da Tríade: Fátima, Fado e Futebol. Mas digo-vos uma coisa, o epíteto Diabos Vermelhos fica-lhes bem. São realmente um clube diabólico, de duas faces, sem carácter e hipócrita.


Omnia autem delere
Amen!

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Os milhões de Ederson, a outra cara do Polvo

Ederson foi vendido este defeso ao Manchester City por 40 milhões de euros, parte da nova aposta de Pep Guardiola para a baliza do clube citizen. O brasileiro transformou-se assim num dos guardiões mais caros da história mas, ai essa ironia, o SL Benfica só vai receber metade dessa verba estratosférica. Curioso, porque não era isso o que o clube tinha comunicado no seu Relatório Anual de Contas onde indicava, taxativamente, deter o 100% dos direitos económicos do futebolista. Afinal, enquanto o FC Porto está debaixo da alçada da UEFA por ter feito as coisas muito mal - e a correr o risco de ter de vender três titulares, a que se junta André Silva, já despachado para o Milan - o Benfica pode jogar com as regras e não há ninguém que diga nada ao respeito a começar pelas autoridades como a CMVM.

No Relatório de Contas apresentado este ano em relação ao exercicio de 2016, o Benfica declara, como se pode ver, possuir o 100% dos direitos de Ederson, contando portanto o valor do passe do brasileiro como uma mais valia plena nos livros de contas do clube. Meio ano depois o mesmo clube indica à CMVM que vai vender o futebolista mas arrecadar apenas 50% dos 40 milhões pagos (a que terá de descontar os habituais gastos de solidariedade sendo que, na prática, o jogador renderá pouco mais de 16 milhões de euros no total). A imprensa, que vendeu a transferência como mais um super-negócio de Luis Filipe Vieira, esqueceu-se de investigar os porquês dessa súbita alteração dos valores num espaço de tempo tão curto.
Explica o Benfica que estão "prometidos" os restantes 50% a outras "entidades", sem especificar nunca quem, quando e porquê, algo que em nenhum momento foi indicado no Relatório de Contas onde apenas se indica o controlo na totalidade do passe do futebolista. A 1 de Janeiro Ederson era totalmente do Benfica, a 1 de Junho afinal só o é a metade do seu valor de mercado.



São cenários assim que explicam dois pontos importantes.

O primeiro é a a total ausência de fiscalização das autoridades neste tipo de casos e em particular quando se trata do Benfica. Ninguém na CMVM decidiu abrir uma investigação ou aprofundar nos dados facilitados, uma vez que sendo clube cotado em bolsa, os valores e cifras apresentados nos Relatórios de Contas têm de estar de acordo com a realidade. As autoridades em Portugal, sejam da Procuradoria Geral da República, da Polícia Judiciária, do poder político, das instituições desportivas ou de reguladores como a CMVM fazem constantemente vista grossa às irregularidades cometidas pelo clube da Luz, desde as claques ilegais ao doping financeiro, enquanto mantêm um olhar crítico ao que corresponde a todos os seus rivais, dispostos a actuar com prontidão, celeridade e, curiosamente em muitos casos, depois de receber "dicas" de como e quando fazer as coisas.

Por outro lado, e isso é mais sério ainda, este é o tipo de negócios - tão habitual nos últimos cinco anos - que explica o porquê de que o Benfica jamais entrará debaixo da alçada do Financial Fair Play ou passará por apuros económicos. Tem um amigo de confiança.
Jorge Mendes, através da Gestifute, e o Rio Ave, clube que gere à distância, recebem assim a fatia de um bolo que não lhes correspondia, oficialmente. A todos os títulos a proibição da partilha de passes por parte da FIFA acabou por dinamitar um modelo de negócio mas abriu as portas a outro. Agora os clubes vivem à volta do empresário para explorar "promessas" que ficam no ar. Ninguém as pensa em não cumprir porque as consequências podem ser terríveis. Sendo assim o Benfica, ao adquirir Ederson, terá "prometido" ao empresário e ao seu clube na liga - com quem o Benfica, curiosamente, gerou uma excelente relação nos últimos anos - dar essa metade do bolo sem que, no tempo em que o jogador foi atleta do clube, essa informação tivesse sido pública. Para todos os efeitos Ederson foi sempre, a 100%, atleta do Benfica. Quando o negócio, mediado pelo próprio empresário, naturalmente, foi completado então é que, por questões legais, o Benfica comunica a origem dessa "promessa", que não está em papel em nenhum lado, para justificar o ingresso de menos de metade desses valores. Naturalmente o Benfica sabia, desde o primeiro momento, que era o máximo que podia aspirar talvez porque sabem também que sem esses pactos nunca haveria, em momentos de apertos nas contas do clube para pagar salários, comissões e favores a "padres", há sempre um clube desinteressado que aparece para levar os Gonçalo Guedes, Bernardo Silva, João Cancelos, André Gomes e afins por cifras curiosamente sempre muito parecidas e pouco escrutinadas.

Com esta teia muito bem montada entre o universo Mendes e os clubes que lhe são afins - em Portugal o Rio Ave e o Sporting (que se podia passar perfeitamente a chamar de Sport Lisboa) de Braga, e por essa Europa fora o Valencia, Atlético de Madrid, Granada, Deportivo la Coruña, Zaragoza, PSG, Bessiktas e afins - o Benfica tem garantido sempre um pulmão extra de finanças, um doping financeiro de que não dispõe a concorrência. Não é casualidade que os seus únicos dois rivais reais tenham estado, ambos, debaixo da lupa da UEFA e ao Benfica, clube com um passivo descomunal, nunca o máximo organismo europeu tenha sequer mencionado. Claro, com Relatórios de Contas com estes truques à portuguesa, uma instituição pode até dar o ar de ser sólida quando na realidade basta um arrufo de um empresário para o castelo de cartas se desmoronar. Quem sabe isso bem é Luis Filipe Vieira que entende que tem de manter contente o homem que, essencialmente, lhe permite manter-se vivo financeiramente. O Polvo também é isto. Se por um lado os emails revelados por Francisco J. Marques e as informações reais que têm saído com os anos sobre quem estava por detrás, realmente, da corrupção no Apito Dourado, mostram o lado escuro da teia, este exercício é mais um reflexo do polvo financeiro externo que alimenta o monstro.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

La Piovra | Quem arranjou o advogado?

Carlos Melo Alves

«O suspeito do atropelamento mortal ocorrido junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, na madrugada de sábado, e que se entregou às autoridades, foi detido e indiciado por homicídio simples.
O suspeito, Luis Pina, de 35 anos, entregou-se na sede da PJ, em Lisboa, acompanhado pelo seu advogado, Carlos Melo Alves, que acrescentou à Lusa que o seu constituinte irá ser ouvido sexta-feira, a partir das 14h00, em primeiro interrogatório judicial, por um juiz de instrução criminal, para aplicação de medidas de coação.»


Quem é Carlos Melo Alves?
Carlos Melo Alves é sócio fundador da Melo Alves - Advogados, sendo conhecido em consequência de vários processos mediáticos em que já esteve envolvido.
Alguns exemplos:





Voltando a Luis Pina, há aspetos desta “entrega” que são pouco habituais.

Luis Pina e Carlos Melo Alves à porta da PJ

Em primeiro lugar, quem estava à porta das instalações da PJ, à espera do suspeito, não era a Tânia Laranjo, era uma equipa de reportagem da SIC.
Estranho, desta vez ninguém avisou o Correio da Manhã?

Em segundo lugar, o suspeito Luís Pina, também conhecido por “Tanolas” ou “Lué”, de acordo com o CM tem 36 anos, vive em Rio de Mouro e tem quatro filhos.
Ora, como é que o “Tanolas”, membro da claque ilegal No Name Boys, surge na PJ acompanhado do advogado Carlos Melo Alves?
Já se conheciam? Quem é que os apresentou?

Em terceiro lugar, como é que um individuo que vive em Rio de Mouro e anda num carro emprestado, um Renault clio velho, tem dinheiro para contratar um advogado do calibre de Carlos Melo Alves?
E no caso de não ser Luis Pina a pagar os honorários de Carlos Melo Alves (que não devem ser baratos), era interessante saber quem é e porquê.


P.S. Já agora, convinha saber se o “Tanolas” é um dos membros dos No Name Boys que andaram pelo país nas tais carrinhas alugadas na Europcar. Se foi, deve ter muito que contar…, mas é melhor ficar calado.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Competições em Portugal estão viciadas

Ainda relativamente ao jogo SC Braga x FC Porto, os painéis de análise compostos por ex-árbitros dos 3 jornais desportivos diários são unânimes: a arbitragem de Hugo Miguel do último Sábado foi "desastrosa".

capa ABOLA

capa OJOGO 

capa Record

Mas não é tudo. Aos 88 minutos o árbitro expulsou Brahimi, que se encontrava no banco de suplentes depois de ter sido substituído por Otávio. A expulsão aconteceu a pedido do 4º árbitro, Tiago Antunes, que por auricular avisou Hugo Miguel que deveria mostrar o cartão vermelho ao jogador argelino por "gestos ameaçadores ou reveladores de indignidade". De acordo com o relatório do árbitro: "(...) o jogador dirigiu-se ao quarto árbitro a gritar palavras de forma brusca e agressiva, tendo encostado a sua face à face daquele".

Portanto, gritar palavras (imperceptíveis) de forma brusca e agressiva, encostando a face à face de uma elemento da equipa de arbitragem dá lugar a suspensão de 2 jogos? Não sabia...


O argumentário utilizado pelo CD não poderia ser mais indicador da parcialidade deste órgão. Tratam-se de situações que acontecem em vários jogos mas que, em função do Clube em causa, merecem análises diferentes. Os árbitros decidem de uma forma se se tratar do Benfica e de outra se se tratar do FC Porto, o que causa distorções significativas no desfecho dos jogos. Depois da eliminação do FC Porto da Taça de Portugal com uma arbitragem de João Capela que teve influencia no resultado, temos assistido a uma dualidade de critérios gritante e inaceitável no Campeonato. As competições em Portugal estão viciadas. E sempre a favorecer o mesmo clube.
   

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Vão continuar calados ou vão dar-se ao respeito?

No início do jogo com o Belenenses o FC Porto acedeu a participar num exercício de respeito institucional pela figura do árbitro promovido pelo sindicato arbitral. Foi uma decisão política, institucional e socialmente correcta mas que contrasta claramente com aquilo que o respectivo grémio responde ao FC Porto no exercício do seu trabalho semanal. A enésima prova viu-se ontem em Moreira de Cónegos onde, uma vez mais, tal como sucedeu em 2014/15, o colectivo arbitral decidiu tomar parte interessada na rija, intensa e apaixonante luta pelo título. Depois do Colinho de 2015 temos agora o Colinho 2017. Resta saber se também haverá campanhas, com tarjas incluídas, no início dos jogos a publicitar a nova campanha e se o clube está decidido a aliar-se a ela ou, finalmente, alguém decide dar-se ao respeito.



Todos temos memória.
Em 2014/15 o FC Porto realizou um excelente campeonato com um brilhante registo doméstico e uma campanha paralela na Champions League de grande nível até à segunda mão dos quartos de final. Aí minou-se a época. A goleada sofrida não só eliminou o Porto da Europa como matou o balneário e a coragem de Lopetegui que viajou à Luz para não perder porque sabia que não havia forma de ganhar, não com as suas limitações como treinador e o estado anímico dos jogadores. O que ninguém esquece é que se o Porto chegou até esse encontro com necessidade de ganhar foi, sobretudo, porque o Benfica de Jesus passou seis meses a ser ajudado pelo colectivo arbitral em cada momento de tensão e de problemas que lhes surgiam pela frente. O Colinho fez-se tão evidente que até os próprios adeptos encarnados, com sorna, o utilizaram como tema de propaganda e em material de merchandising. O Porto não se dava ao respeito - só o treinador parecia remar contra o silêncio cúmplice - e recebia o pago na mesma moeda. Ninguém o respeitava, a começar pelos árbitros.

Fast forward dois anos até ao momento presente.
Em 2016/17 o FC Porto realizou até agora um campeonato que supera todas as expectativas. Com um plantel jovem e longe do talento individual de dois anos antes, com um jogador no seu primeiro ano de sénior a liderar o ataque e sem uma alternativa real no plantel, a equipa qualificou-se para os oitavos de final da Champions e manteve sempre uma distância prudencial com Benfica e Sporting - com planteis desenhados para atacar o título de forma mais evidente - até que o bom trabalho defensivo e a chegada de Soares permitiram um golpe de autoridade que colocou o Porto na rota do título até ao jogo da Luz onde o empate - uma mistura dos erros tácticos habituais do treinador quando é necessário ganhar a rivais mais fortes e de, outra vez, erros arbitrais evidentes - voltou a colocar o clube a remar contra a maré. E, uma vez mais, depois de várias jornadas em que o rival podia ter deixado pontos e, se não o fez, foi graças a arbitragens do mais habilidosas que se tem visto. O que fez o FC Porto? Pactuar com uma bonita campanha de respeito por quem, um ano mais, demonstrou que não respeita a instituição.



O cenário não é novo desde que as manobras hábeis de Luís Filipe Vieira, tanto a nível politico - retirando influência à Federação e, sobretudo, às Associações para transferir o poder arbitral para um universo controlado exclusivamente por personagens afectos ao seu clube - como a nível social, transferiram como nunca o controlo do mundo da arbitragem para a esfera encarnada. E em todo esse período o silêncio do FC Porto perante essa postura tem sido esclarecedor da falta de liderança e voz na defesa dos interesses do clube. Mas a cada ano que passa, a cada título perdido por sucessivos roubos de Igreja, como diria o Mestre, esse silêncio torna-se cada vez mais ensurdecedor. E cada vez mais parece evidente que ninguém, dentro do FC Porto, sabe como dar-se ao respeito e, desse modo, que a instituição se dê ao respeito contra quem a prejudica. O jogo em Moreira de Cónegos foi gravíssimo - muito mais sério e grave do que a pantomina de Canelas - e não só pode ter sido decisivo no sprint final rumo ao título como, além do mais, voltou a demonstrar uma evidente política de impunidade que só é exclusiva aos homens de vermelho. Até o Sporting, que já nem entra nas contas do título, tem feito mais para denunciar a realidade do que nós, portistas, que sofremos semanalmente mais do que o clube. Fruto de um pacto secreto entre as duas direcções ou de uma atitude ofensiva por iniciativa própria, o facto é que um ano mais em que o FC Porto corre o risco de perder um merecido título - como o foi em 2015 - por culpa de péssimas e selectivas arbitragens e o clube não toma medidas sérias para combater a situação que se vive semana sim, semana não. Associar-se, ainda para mais, a campanhas que são muito bonitas na teoria do fair-play que em Portugal não existe, não é mais do que um murro no estômago daqueles, de jogadores a adeptos, que vêem como esses mesmos árbitros, escolhidos a dedo, vão decidindo títulos sem qualquer tipo de problema de consciência.

Não basta usar redes sociais, newsletters e bocas para o ar. E não é seguramente solução segurar tarjas de apoio num sábado a favor daqueles que no domingo te vão prejudicar de forma tão clara e vergonhosa. O FC Porto de Pinto da Costa e Pedroto cresceu e afirmou-se porque, por uma vez, deixaram de querer ser "bons rapazes" e deixaram de estar "caladinhos" para dar-se ao respeito. E com esse discurso, essa atitude, deram respeito ao escudo que serviam e defendiam. Não havia receio de bater o pé à Federação - quem não se lembra da manifestação que recebeu a selecção nacional na véspera de um amigável em Vigo - ou aos poderes instituídos. Esse FC Porto era respeitado por todos, árbitros incluídos, porque se dava ao respeito, dentro e fora de campo. Agora vão continuar calados ou vão, finalmente, voltar a decidir bater o pé da próxima vez que alguém tente pisar o escudo do Dragão?

quinta-feira, 16 de março de 2017

O Nome da Rosa

No romance de Umberto Eco que dá nome a este artigo, a trama acontece num mosteiro beneditino (ou será numa “Catedral”?) na renascença italiana do século XIV (ou será na “revolução encarnada” do século XXI?). Há um assassino que representa uma ameaça para os monges e é o frade Guilherme de Baskerville que é enviado pelo Papa para investigar a misteriosa morte. À medida que avança a investigação sucedem-se mortes de outros religiosos. Guilherme de Baskerville é descrito como um homem esforçado que faz uso da capacidade de questionar e de duvidar, algo muito raro numa época em que era proibitivo e quase fatal questionar os dogmas e as doutrinas vigentes.

Queira o caro leitor atrever-se a desempenhar por breves instantes o papel de Guilherme de Baskerville, atendendo à mentalidade vigente em pleno século XIV, naturalmente, e analisar criticamente os seguintes factos:

Antecedentes relevantes:

A vitória do Benfica na 25ª Jornada, em jogo realizado na "Catedral" da Luz, começou a ser construída com um erro defensivo de Miguel Rosa, defesa do Belenenses mas formado no SLB (de 2001-02 a 2007-08 e como sénior em 2012-13):



A doutrina vigente na comunicação social fez com que a globalidade dos jornalistas se apressasse a considerar este como um "lance infeliz".

Os "episódios" entre o Benfica e o Miguel Rosa não são de agora, como se pode constatar nos artigos acima referenciados. Assim como os erros "involuntários" cometidos por jogadores do Belenenses em jogos contra o Benfica.

Em Março de 2014 o jogador Miguel Rosa, já desvinculado do clube que o formou, não foi convocado para o jogo Belenenses-Benfica. O mistério adensou-se quando o próprio treinador do Belenenses, Marco Paulo, assegurou publicamente que a razão para a ausência não era técnica e que a questão deveria ser endereçada à SAD. Alguma comunicação social estranhou, questionou os clubes e foi rever os regulamentos. Não havia qualquer razão objectiva que impedisse a utilização do jogador. Ver aqui.

A situação repetiu-se em Dezembro de 2014, na época seguinte. Aqueles que estavam a ser os jogadores mais influentes na equipa do Belenenses, Miguel Rosa e Deyverson, foram impedidos de jogar contra o Benfica.
«Apesar de integrarem a lista de convocados para o jogo com o Benfica, este sábado, Deyverson e Miguel Rosa não vão a jogo, no Estádio da Luz, por indicações expressas da SAD. Segundo noticia A BOLA, o treinador dos azuis, Lito Vidigal, foi informado por um elemento da SAD, antes do final do treino desta sexta-feira, que ambos os jogadores, que já passaram pelas águias, não iriam estar disponíveis para serem utilizados, mas que ainda assim deveriam ser convocados. No meio da surpresa por, a poucas horas do jogo, ter sido informado da indisponibilidade de duas pedras nucleares, o técnico rejeitou incluir Miguel Rosa e Deyverson no seu lote de eleitos, sendo que, por indicação do treinador, nem seguiram para estágio.»

Faixa dirigida a Rui Pedro Soares (Presidente da Belenenses SAD)

Em Abril de 2015, jogo no Restelo e nova vitória para o Benfica, também com um erro de um defesa do Belenenses:



«O minuto seis do Belenenses-Benfica foi muito ingrato para Pelé, jogador que estará já comprometido com os encarnados para a próxima época, segundo pode ler em A BOLA.
O médio foi o autor de um mau passe que quase isolou Lima e obrigou à saída do guarda-redes Ventura de entre os postes, sobrando a bola para Jonas, que acabou por rematar para o fundo das redes. Estava inaugurado o marcador e lançado o Benfica para a vitória (2-0), que acabou por ser confirmada também pelo avançado brasileiro.
O jogo começou mal para Pelé e para o Belenenses. E logo começaram as especulações. Que foram ganhando dimensão, particularmente nas redes sociais, nos dias seguintes. Também devido à proximidade entre as Administrações de Belenenses e Benfica.»
in abola.pt, 22-04-2015

Relativamente à arbitragem do jogo Benfica x Belenenses desta 25ª Jornada, diz a comunicação social doutrinada que Bruno Esteves terá estado bem. Há 2 lances na área "encarnada", contudo, que falam por si:




Poderá, afinal, a dúvida sobrepor-se ao dogma?
   

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Benfica e Rui Vitória exercem coacção sobre árbitros


"Pizzi e Samaris tinham de ser expulsos. Fomos beneficiados no segundo golo, talvez, não vi mas disseram-me, mas ninguém fala dos jogadores do Benfica, da pressão do banco do Benfica sobre o quarto árbitro e o assistente. Não vale tudo para ganhar o jogo."
Declarações de Inácio (treinador do Moreirense) na conferência de imprensa após a meia final da Taça da Liga que ditou o afastamento do SLB

Na conferência de imprensa de análise ao jogo, e quando questionado pelos jornalistas presentes sobre o que teria ido dizer à equipa de arbitragem no final, Rui Vitória afirmou que "eles [árbitros] sabem aquilo que lhes disse e a que propósito me manifestei, mas não vou tornar publico. O que disse só a nós diz respeito".

Portanto, um treinador vai queixar-se aos árbitros da performance destes e aquilo diz apenas respeito aos próprios... O relatório do árbitro e do observador devem ser omissos quanto àquilo que ouviram. É este, basicamente, o entendimento de Rui Vitória. E isto diz muito da sua personalidade.

["Depois venham queixar-se. Tens o que querias. Era isto que querias? Conseguiste." Terão sido estas as frases dirigidas em tom ameaçador a um elemento da equipa de arbitragem, liderada por Tiago Martins, que levaram à expulsão de Rui Vitória após o jogo com o Moreirense, quinta-feira, no Algarve, em que o Benfica perdeu (1-3) e foi eliminado da Taça da Liga. O Correio da Manhã sabe ainda que Augusto Inácio, técnico do Moreirense, tinha razão quando afirmou que Rui Vitória passou parte do encontro a dirigir-se ao quarto árbitro (Paulo Ramos) com expressões do tipo: "Não são sérios. Estão a deixar-se intimidar. Estão com medo. Lindo serviço."

No final da partida, o treinador do Benfica dirigiu-se ao centro do terreno, onde estavam os árbitros, e voltou a reiterar as mesmas críticas, mas terminou com um intimidador e ameaçador: "Depois venham queixar-se." O árbitro Tiago Martins (Lisboa) não tolerou as ofensas, expulsou Rui Vitória e escreveu no relatório tudo o que se passou.]


Estas declarações foram retiradas do CM. Dada a proximidade e o notório afecto existente entre a administração do grupo Cofina e a direcção do SLB, vertida nos escritos diários deste "meio de comunicação social", admito que as declarações nele atribuídas a Rui Vitória já mereceram o devido "desconto" e que, portanto, as expressões citadas se tratam de eufemismos...

Ainda assim, é interessante concluir que, face ao desespero causado pela percepção de uma iminente eliminação do SLB (daquela que é a sua competição favorita) às mãos de um modesto clube minhoto, o treinador e todo o "staff" benfiquista, incluindo jogadores, não se inibiram de ameaçar e de tentar coagir o comportamento da equipa de arbitragem.

Aparentemente Rui Vitória sabe que os árbitros se queixam, ameaçando-os que depois não vale a pena queixarem-se. Mas queixarem-se de quê?! E queixarem-se a quem?! Das classificações que lhes são atribuídas? Das nomeações (ou falta delas) de que são alvo depois de "incidentes" nos jogos em disputa pelo Benfica?! Das idas para a "jarra"?!

Estas declarações, a quente e em plena ressaca do escândalo que foi a eliminação com o Moreirense, são lapidares e reveladoras do poder do Benfica no seio da arbitragem. Veja-se o que aconteceu a Marco Ferreira por não ter agradado ao SLB em algumas arbitragens da época 2014/15.

(Kit oferecido aos árbitros pelo Benfica. Inclui uma camisola, entradas em museu e vouchers para refeições)

Os tempos de lua-de-mel entre o Benfica e os árbitros parecem agora mais distantes. Impossibilitado de presentear os homens do apito com vouchers e camisolas do Eusébio pelo escândalo causado pela oportuna divulgação pública de Bruno de Carvalho, presidente do Sporting Clube de Portugal, e que acabou por originar uma pífia investigação da Liga de Clubes, o Benfica parece agora adoptar a "linha dura" para com os árbitros: "quem não é por mim, então é contra mim".

O facto de a maioria dos novos árbitros, promovidos recentemente a internacionais, ser benfiquista não parece sequer tranquilizar o clube lisboeta. Isso não parece ser suficiente nem dará as "garantias" que Luís Filipe Vieira tanto gosta. Caso contrário teríamos visto Rui Costa e o restante "staff" menos apreensivo no Algarve.

Veremos o que acontecerá a Tiago Martins e às suas próximas arbitragens que envolvam o SLB ou os seus principais rivais para percebermos se a coacção de que foi alvo terá deixado marcas.
   

domingo, 15 de maio de 2016

Prendem as formigas, ignoram o elefante...


São mais de uma dezena os detidos neste sábado pela Polícia Judiciária por suspeita de «manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol» com recurso ao aliciamento de jogadores, anunciou a Procuradoria-Geral da República (PGR).
«No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público, que corre termos na 9ª Secção do DIAP de Lisboa, realizam-se diligências de investigação em vários pontos do país, tendo sido efetuadas mais de uma dezena de detenções», refere um comunicado da PGR sobre a operação designada «Jogo Duplo».
Sob investigação estão «factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção passiva e ativa na atividade desportiva» envolvendo como suspeitos «dirigentes e jogadores de futebol» e outras com «ligações ao negócio das apostas desportivas», adianta o comunicado citado pela agência Lusa.
Os detidos são suspeitos de «manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol, com recurso ao aliciamento de jogadores», esclarece a Procuradoria. A investigação é dirigida pelo Ministério Público, o qual tem a coadjuvação da Polícia Judiciária, sendo que o «inquérito encontra-se em segredo de justiça».
Entre os detidos estão quatro jogadores do Oriental. As detenções foram feitas pela Policia Judiciária depois de o clube ter vencido o Atlético por 3-2 no dérbi lisboeta da II Liga.

O Benfica B partia para a última jornada da II Liga em grandes dificuldades e a precisar de uma vitória para não descer de divisão. O presidente da Comissão de Arbitragem, um canalha que dá pelo nome de Vítor Pereira, logo nomeou Bruno Paixão para apitar a recepção do Benfica B ao Freamunde, uma equipa que está na parte superior da tabela e que, à entrada para a última jornada, ainda acalentava a esperança da subida. Começado o jogo, de uma falta fora da área Paixão inventa um penalty que dá o primeiro golo aos da casa. Antes do intervalo marcou outro penalty a favor dos seus e deu o segundo amarelo a Ivan Perez do Freamunde, na segunda falta que este cometeu...

Já se sabia que Paixão é bem mandado e que nunca tem dúvidas quando é para beneficiar os seus e prejudicar os outros. E assim lá conseguiu o Benfica B ficar na II Liga, à custa deste e de outros jogos onde há muito por explicar.


Ao longo desta época na II Liga, e principalmente na sua fase final, o Benfica B está intimamente ligado a situações muito suspeitas:
  • -No jogo da visita ao Farense, clube a quem emprestou diversos jogadores e ao qual comprou os direitos televisivos, o clube algarvio utilizou um jogador emprestado pelo SLB sabendo que não o podia fazer e que perderia o jogo na secretaria. E assim foi, perdeu 2 pontos que hoje dariam para não descer;

  • -No jogo contra o Oriental em 6 de Abril, um dos jogadores ontem detidos (João Pedro) fez um auto-golo num lance "infeliz";

  • -A arbitragem de Tiago Antunes no jogo Famalicão x Benfica B em 10 de Abril.



Ontem a PJ deteve o presidente e o secretário do Leixões, 4 jogadores do Oriental e vários jogadores da Oliveirense numa operação a que chamou Jogo Duplo.
Curiosamente ninguém do Benfica ou do Farense foi detido ou sequer ouvido. Nem sobre eles devem recair suspeitas da Polícia Judiciária e do Ministério Público. Por que será que há um clube de futebol em Portugal que está sempre acima de qualquer suspeita, quer o assunto seja a Porta 18, o telefonema ao Major, os casos de doping, as máfias russas ou as nomeações nas arbitragens?

Já agora, a PJ e o MP podiam analisar também os jogos da I Liga. É que todos os jogos são difíceis mas alguns são mais difíceis do que outros...