sexta-feira, 31 de agosto de 2012

SMS do dia

Obrigado à SAD que "recusou" vender por 50 milhões um jogador que não queria ir mas que aceitou vender por uns 40 milhões que nunca chegaram (e demorarão a chegar) por aquele que é o melhor avançado centro desde Ronaldo Nazário. Vendo a final da Supertaça Europeia, como se fizesse falta, não é difícil imaginar que até com Vitor Pereira no banco a participação na Champions (ou em defeito na Europe League) com Radamel tinha sido bem diferente. Parabéns gestores, não se esqueçam de pedir o recibo ao Atleti!

O João?... Pode ser o João... e o "Ferrari"

«Depois de ficarem por marcar 3 penalties em apenas 2 jogos no campeonato e recordando os 2 ou 3 que ficaram por marcar no jogo em Olhão na época passada, esta nomeação é um muito mau prenuncio... O Porto vai ter que jogar ainda mais do que contra o Guimarães!»
comentário de miguel87, às 14:22


Após as nomeações dos lisboetas Duarte Gomes e Hugo Miguel para os dois primeiros jogos deste campeonato (e que belas atuações eles tiveram!), Vítor Pereira, o chefe dos árbitros, enviou o setubalense João Ferreira para o Olhanense x FC Porto de amanhã. Ora, a propósito de mais esta nomeação cirúrgica no início do campeonato, vale a pena recordar as incidências de um SCP x FC Porto disputado em Março de 2005, recorrendo a extractos de uma crónica do Miguel Sousa Tavares.

«Ontem, ao minuto 35 do jogo de Alvalade, o Sr. João Ferreira decidiu abrir o caminho do título ao Benfica, juntando-se a uma vasta campanha nacional em curso que tem como objectivo levar o Benfica ao título, nem que seja por decreto-lei.

Quando digo que decidiu, quero dizer exactamente que a anedótica expulsão de McCarthy — a mais inacreditável expulsão que eu vi em quarenta anos a ver futebol — não foi um deslize de momento, uma precipitação do árbitro. Não: ele teve vários dias para meditar na importância do jogo que estava a dirigir. Ele sabia que jogavam dois candidatos ao título e que a derrota de um deles — o Sporting — significaria que esse estava fora da corrida, e a derrota do outro — o FC Porto — significaria que ambos ficavam, com toda a probabilidade, afastados do título. E sabia, como qualquer árbitro sabe, que, num derby, reduzir uma equipa a 10 jogadores, ainda para mais a visitante, e quando ainda falta mais de uma hora para jogar, equivale praticamente a sentenciar o vencedor. Por isso, uma decisão tão determinante no desfecho quanto essa, tem de assentar num facto absolutamente incontestável por todas as partes. Ora, por mais jogos que arbitre, nunca mais o sr. João Ferreira terá oportunidade e necessidade de expulsar um jogador por ele acertar com o braço na anca de um adversário, quando este está sentado em cima dele e deliberadamente o impede de se levantar. Sobretudo quando, minutos antes, o mesmo sr. João Ferreira fez que não viu uma entrada para aleijar do Beto sobre o Quaresma, que não tinha sido, aliás, a primeira.

E, como se dez contra onze não fosse já suficiente, o mesmo sr. João Ferreira, culminando uma arbitragem escandalosamente caseira em tudo, desde o critério disciplinar à avaliação das faltas, ainda tratou de expulsar também o Seitaridis, «esquecendo-se» que, não tendo ele cortado com a mão uma bola que fosse a caminho da baliza, a sanção correspondente era o cartão amarelo e não o vermelho.

Podia ser até, que o Sporting viesse a ganhar o jogo com toda a naturalidade e justiça. Mas ele não deixou que as coisas acontecessem com naturalidade e justiça.
De uma assentada, o sr. João Ferreira conseguiu atingir duplamente o FC Porto: tomando decisões que se revelaram determinantes na derrota e privando a equipa de contar com McCarthy para os jogos seguintes.»
Miguel Sousa Tavares
in A Bola, 22/03/2005


O historial das arbitragens em que João Ferreira prejudicou o FC Porto e/ou beneficiou o slb é algo indesmentível e que é perfeitamente conhecido por todos os agentes do futebol. Vou recordar alguns dos casos mais escandalosos.

Época 2002/03, um célebre Moreirense x Benfica, que levou no final Manuel Machado a dizer "coisas como as que aconteceram nesta partida, só se resolvem com pau de marmeleiro".

Épocas 2003/04 e 2004/05, quatro jogos (todos disputados pelo FC Porto fora de casa), com particular destaque para um Vitória Guimarães x FC Porto, em que houve uma "entrada assassina" de Flávio Meireles que deixou o Costinha inconsciente e que ficou totalmente impune.

Época 2008/09, uma arbitragem habilidosa qb num FC Porto x SCP.

Época 2009/10, as "orelhas sensíveis" no Funchal, que abriram caminho à vitória do slb num jogo que estava a ser difícil.

Época 2010/11, logo no 1º jogo oficial (slb x FC Porto, Supertaça), Cardozo (15'), César Peixoto (39'), Carlos Martins (n vezes) e David Luiz (57') só não foram expulsos porque o senhor João Ferreira não quis.

Época 2010/11, João Ferreira assinalou três penalties a favor do slb num só jogo.

Época 2011/12, no decisivo slb x SC Braga, penalty claríssimo cometido por Javi Garcia sobre Lima, que João Ferreira não assinalou.


P.S.1 Como se não bastasse o João "pode ser o João" Ferreira, um dos árbitros assistentes vai ser o senhor Pais António.
«O árbitro assistente que apoiou Lucílio Baptista na controversa decisão de assinalar grande penalidade contra o Sporting na final da Carlsberg Cup, disputada com o Benfica no Estádio Algarve, ganha a vida como 1.º Sargento de Infantaria do Exército e reside no concelho de Setúbal, onde, segundo O JOGO apurou, é conhecido pelo seu… benfiquismo, que não reprime nem mesmo no curso de árbitros. A afeição pela cor forte do emblema da Luz - o encarnado - levou inclusivamente a que Pais António recebesse a alcunha de “Ferrari”»
in O JOGO


P.S.2 Extractos de uma conversa entre Luís Filipe Vieira (LFV) e Valentim Loureiro (VL), em Março de 2004, que faz parte das célebres escutas, mas que não ficou para a História:
LFV - Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado. (...)
VL - Talvez o Lucílio, pá!
LFV - Não, não quero Lucílio nenhum! (...)
VL - E o Proença?
LFV - O Proença também não quero! Ouça, é tudo para nos f...!
VL - E o João Ferreira?
LFV - O João... Pode vir o João. Agora o que eu queria... (...) Disseram que era o Paulo Paraty o árbitro... O Paulo Paraty!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Uma sorte que não desagrada



Estão distribuídos os clubes entre os oito grupos que compõem a fase de grupos da Liga dos Campeões e, numa abordagem superficial, pode-se dizer que o sorteio foi interessante. Evitando os cabeças-de-série do Pote 1, sobravam algumas potenciais “pedras no sapato” nos restantes Potes. O “milionário” PSG vislumbra-se como o adversário mais perigoso para o FC Porto neste apuramento, onde a 1ª volta poderá ser decisiva para as nossas cores.

De facto, os 3 primeiros jogos da equipa azul e branca poderão ditar a nossa continuidade na prova. Com a deslocação a Zagreb, mas sobretudo a receção no Dragão dos franceses e ucranianos, tornará decisiva a resolução deste grupo. Os jogos em casa são de vital importância, mais ainda quando disputados com os potenciais concorrentes. Amealhar 6/7 pontos antes da deslocação a Kiev é crucial. Depois disso sobrará o penúltimo encontro em casa para salvaguardar a posição do momento, nunca descartando, é claro, conquista de pontos nos campos adversários.

O Paris Saint-Germain foi a coqueluche do defeso. Thiago Silva, Ibrahimovic, Lavezzi e Lucas juntam-se a Pastore numa equipa tão recheada de dinheiro como de estrelas, mas ainda por comprovar se é capaz de formar um bom conjunto. Foram 2ºs classificados na Liga francesa e recebem-nos na última jornada da fase de grupos.

O Dinamo de Kiev orientado por Yuriy Semin, recebeu os reforços Taiwo e Miguel Veloso para esta época. À sétima jornada da liga da Ucrânia segue na 2ª posição a 3 pontos do líder Shakhtar. O FC Porto desloca-se a Kiev a 6 de Novembro.

O Dínamo de Zagreb fez uma campanha dececionante na edição anterior da Liga dos Campeões. Não somou qualquer ponto e foi goleado e três ocasiões. Abriremos esta competição com a viagem à Croácia.

A saber a ordem dos jogos;

1ª jornada (18 de setembro)
Dinamo Zagreb-F.C. Porto
PSG-Dínamo Kiev

2ª jornada (3 de outubro)
F.C. Porto-PSG
Dínamo Kiev-Dínamo Zagreb

3ª jornada (24 de outubro)
F.C. Porto-Dínamo-Kiev
Dínamo Zagreb-PSG

4ª jornada (6 de novembro)
Dínamo Kiev-F.C. Porto
PSG-Dínamo Zagreb

5ª jornada (21 de novembro)
F.C. Porto-Dínamo Zagreb
Dínamo Kiev-PSG

6ª jornada (4 de dezembro)
PSG-F.C. Porto
Dínamo Zagreb-Dínamo Kiev

Os 32 da fase de grupos da LC

O sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões 2012/13 é hoje, no Grimaldi Forum (Mónaco), a partir das 16h45 e os 32 clubes presentes são os seguintes:

(clicar na imagem para a ampliar)


Olhando para a distribuição das equipas pelos quatro potes - o FC Porto estará no pote dos cabeças de série, enquanto que o slb e o SC Braga no pote 2 -, o grau de dificuldade (teórico) resultante do sorteio poderá variar bastante.

Exemplo 1: FC Porto, Manchester City FC (campeão inglês), Juventus (campeão italiano), Borussia Dortmund (campeão alemão)

Exemplo 2: FC Porto, FC Dynamo Kyiv, RSC Anderlecht, FC Nordsjælland

Se pudesse escolher, a minha preferência seria a seguinte: FC Porto, FC Schalke 04 (que bonito seria voltar a Gelsenkirchen e ao Arena AufSchalke), AFC Ajax (seria o regresso a Amesterdão onde, em 1987, o FC Porto já foi muito feliz...), Celtic FC (para além das recordações de Sevilha, é sempre espectacular o ambiente nos jogos contra os católicos de Glasgow).

Quem eu NÃO queria: do Pote 2: Valencia CF e Manchester City FC; do Pote 3: Juventus e Spartak Moscovo; do Pote 4: Borussia Dortmund e Montpellier (respectivamente, os actuais campeões da Alemanha e França).

P.S. Com o sorteio da mais importante prova de clubes do Mundo a ser realizado no dia 30 de Agosto e o mercado a fechar no dia 31 de Agosto, poderia, por exemplo, dar-se o caso de o FC Zenit St Petersburg calhar no grupo do FC Porto e o clube russo decidir comprar o passe do Hulk no último dia do mercado. Isto é que era fair play e verdade desportiva à moda do Platini...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O peso de Lucho em golos

(clicar na imagem para a ampliar, fonte: O JOGO)


A influência de El Comandante na equipa do FC Porto excede, em muito, os golos que marca, mas não deixa de ser interessante analisar o contributo que deu nesta vertente - 45 golos em jogos oficiais -, ao longo das várias épocas em que envergou a camisola azul-e-branca.


P.S. «Há ligações afectivas entre clubes e jogadores que simplesmente não têm explicação: a de Lucho González, que foi campeão português em todos os anos que passou no FC Porto, é uma delas. A transferência para Marselha, no final de um ciclo, aos 28 anos, parecia ter todas as condições para um enorme sucesso pessoal, talvez o melhor tempo da carreira. Mas nem o bom rendimento individual lhe permitiu repetir o sucesso no clube francês, perdendo para sempre a corrida por um espaço na selecção argentina, que tinha representado por quase 50 vezes até aos 27 anos. A carreira de Lucho parecia ter entrado na rampa descendente quando, em grande aflição com o acidentado percurso pós-Villas-Boas, o FC Porto lhe propôs a volta. O regresso ao Dragão de um jogador com carisma e liderança no auge das capacidades técnicas e ainda muito forte fisicamente terá sido o melhor acto de gestão do clube nos últimos anos. Saiu como ‘capitan’ e regressou como general.»
João Querido Manha
Correio da Manhã, 28 Agosto 2012

Platini, esse Rui Rio do Futebol Europeu

Eleito em 2006, Michel Platini está no segundo mandato como presidente da UEFA, mas tal como Rui Rio, parece que ainda vai no primeiro tão pouco é o trabalho que tem para apresentar. Prometeu uma revolução na vertente financeira do Futebol Europeu, através de tectos salariais e de despesas e ameaças de exclusão das provas da UEFA para os clubes demasiadamente endividados. Até um feudo arranjou com o Pinto da Costa e o FCP. Resultados visíveis: zero. Lá conseguiu impor os árbitros de baliza, mas como as corridas na Boavista, são de interesse duvidoso.



E porquê Platini, "nesta altura do campeonato"? Simplesmente, porque é ele o primeiro e único responsável - já lá está há 12... 6 anos, e já não vale atirar a culpa para o antecessor - pela inquietação em que vivem muitos adeptos todos os anos por esta altura. Há campeonatos com duas jornadas já jogadas, e mesmo assim há clubes com plantéis por fechar - como é o caso do do FCP. Quanto mais se pensa nisso, mais absurdo parece. Como é uma coisa destas possível numa estrutura com a responsabilidade da UEFA? É inegável que esta situação tem impacto nas competições - os jogadores (daqueles que jogam) estão com os pés em campo, mas com a cabeça noutro país - na gestão dos clubes e nos direitos dos próprios adeptos.

Ao invés de andar com "rodriguinhos" como são as tais regras de "fair-play financeiro" que anda a prometer implementar - como o outro com o fim do estacionamento em segunda fila - desde que foi eleito, por que não acaba com esta palhaçada do mercado de tranferências que nunca mais fecha? Isso sim, seria uma verdadeira medida de fair-play, e com um imenso poder equilibrador entre clubes pequenos/pobres e grandes/ricos. O actual estado só beneficia os clubes endinheirados porque podem escolher quando gastar o dinheiro. E num negócio feito sob pressão, normalmente é quem vende - e é porque o jogador faz birra para sair, ou porque precisa mesmo de vender; os exemplos são vários - que sai a perder. Pior ainda, aumenta até o fosso competitivo entre os clubes de topo e os restantes: a menos de uma semana para o fecho do mercado, mesmo tendo jogadores referenciados, quem e a que preço é que o Porto vai contratar para substituir, por exemplo, o Hulk? O que aconteceu o ano passado, também nesta altura, com o Falcao, deixa qualquer um com o credo na boca.

Platini, és um FDM.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

SMS do Dia

Prognóstico (bem sei que só devem ser feitos depois dos jogos...): Hulk sai e Moutinho fica - e vem mais um avançado. A questão será se conseguem convencer o Hulk a ir para a Rússia.

Plano B para a equipa B

Após os primeiros quatro jogos, e independentemente de objectivos classificativos mais ou menos ambiciosos que tenham sido definidos pela Administração da SAD (e eu não sei quais foram), não se pode dizer que as coisas estejam a correr bem à equipa B portista. De facto, zero vitórias, três empates e uma derrota são números maus e pouco habituais para o FC Porto, principalmente nos últimos 30 anos, seja no futebol ou em qualquer outra das modalidades do clube.





Mas afinal, após o falhanço da primeira experiência há uns anos atrás, qual o objectivo da FC Porto SAD ao retomar o projecto de uma equipa B?

Olhando para o plantel da equipa B, verifica-se que o mesmo inclui nove estrangeiros – um sérvio (Stefanovic), um zambiano (M’bola), um nigeriano (Mikel), um francês (Vion) e cinco brasileiros (Diogo Mateus, Victor Luís, Anderson Santos, Sebá e Dellatorre) –, dos quais seis têm sido habituais titulares.

E em termos de idades, a esmagadora maioria do plantel é constituída por jogadores nascidos em 1992 e 1993. As três excepções são o guarda-redes Stefanovic (1987), o defesa-central Zé António (1977) e o médio Pedro Moreira (1989).


Daqui conclui-se que a aposta é em jogadores de 19 e 20 anos, independentemente de serem portugueses ou estrangeiros. Mas, por aquilo que se tem visto, estamos ainda longe de algum destes jogadores poder dar o salto para a equipa principal.

Ora, não havendo jogadores que tenham, para já, demonstrado qualidade para serem chamados à equipa A, o Plano B poderia passar por “transferências” no sentido inverso, isto é, ir dando minutos em jogos da equipa B aos jogadores do plantel principal que não têm feito parte das escolhas de Vítor Pereira. Concretamente, estou a pensar em:
- Kadú (guarda-redes, data nascimento: 30-11-1994);
- Abdoulaye (defesa-central, 01-01-1991);
- Iturbe (médio ofensivo, 04-06-1993);
- Kelvin (extremo, 01-06-1993).

É sabido que todos os jogadores precisam de competição para evoluir e mais ainda quando são jovens. Nesse sentido, um campeonato disputado e intenso como é a II Liga, iria dar aos jogadores, que habitualmente não fazem parte da lista de convocados de Vítor Pereira, um andamento que seria muito útil, se e quando fosse necessário chamá-los a uma das competições (Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga) em que a equipa principal vai estar envolvida.

De resto, parece-me óbvio que a articulação entre as equipas A e B tem de melhorar. A coisa tem de funcionar como uma espécie de vasos comunicantes, em que os que se destacarem na equipa B são chamados à equipa A (funcionando como um mecanismo de prémio e estimulo) e os menos utilizados da equipa principal poderão ganhar ritmo e competição em jogos da equipa B. Se tal não acontecer, receio bem que estejamos perante mais um "Projeto" que se irá revelar uma nova oportunidade perdida.

Nota: As fichas e fotos dos jogos da equipa B (clicar para as ampliar) são do jornal O JOGO.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

SMS do Dia

Ricardo Sá Pinto é um treinador com futuro - quanto mais não seja na Bulgária ou no Irão!

Dinheiro fresco para o Dragão de Ouro

Modric, who made 160 appearances for the White Hart Lane side scoring 17 goals after joining from Dinamo Zagreb in the summer of 2008, is expected to cost the Madrid club around £30m. Modric passed his medical on Monday and is expected to sign a five-year contract.
The Guardian 

Agora que a novela à volta de Luka Modric chegou finalmente ao último - e esperado - episódio, com o croata a assinar pelo Real Madrid por cerca de 30 milhões de libras (mais 5 milhões em objectivos), os cofres do Tottenham Hotspurs finalmente têm cashflow para investir no mercado. E Villas-Boas bem precisa.

As exibições dos Spurs nos primeiros dois jogos da Premier deixam muito a desejar. A equipa soma 1 ponto e dá uma pobre imagem futebolística, ausente precisamente de um jogador influente no miolo, como Modric, e de um homem capaz de marcar golos com autoridade. A chegada de Adebayor a título definitivo pode resolver esse capítulo mas é no meio onde está o problema. E o Dragão de Ouro baterá à porta de Pinto da Costa para resolver o problema.

AVB maneja dois nomes para o lugar de Modric, apesar da imprensa inglesa falar do brasileiro Willian do Shaktar com insistência nos últimos dias.
Um é o do francês Yann Mvilla, que joga no Rennes e há muito que é alvo de cobiça dos grandes da Premier. Tem um preço mais acessível do que o seu rival para o posto e negociar com o Rennes não é tão complicado como negociar com o FC Porto, mas não é o jogador que o técnico quer.


O outro é, já se sabe, João Moutinho.
Foi o homem em quem Villas-Boas depositou a batuta da sua equipa no ano em que esteve no Porto e é nele que quer voltar a confiar, agora em Londres. Moutinho é um jogador que se adaptaria bem ao estilo inglês, um box-to-box apreciado em terras de sua Majestade (o grande Europeu que fez ajudou também a recuperar a sua imagem, ele que foi pretendido nos dias do Sporting por Everton e Newcastle) e do agrado dos adeptos. A questão está no dinheiro que o Tottenham põe na mesa e na vontade/necessidade do FCP de vender.

Sem mercado para Hulk salvo uma inesperada mudança para a Rússia - onde o brasileiro não quer estar, com medo de que prejudique a sua participação no Mundial 2014 - Moutinho é a única opção que o FCP tem de fazer entrar dinheiro vivo para aplacar o passivo e melhorar um pouco as contas do clube. É díficil que o jogador saia por menos de 20 milhões de euros (até porque há uns trocos que enviar para Alvalade) mas agora que o clube londrino tem dinheiro para por sobre a mesa, as negociações podem ser facilitadas.

O tempo corre contra a operação e o desejo de Villas-Boas de incluir Hulk no negócio - por valores à volta de 50 a 60 milhões pelos dois - tem esbarrado na vontade de Levy de gastar tanto dinheiro num plantel que fez um esforço muito grande para reter, por exemplo, Gareth Bale, e que não contará com os milhões da Champions. Se o técnico português se contentar com Moutinho é provável que o FC Porto ceda e que o jogador saia esta semana. Um alivio para as arcas do clube e um problema mais para Vitor Pereira que dispõe de poucos médios para atacar uma temporada em várias frentes.

Mais um penalty descarado por assinalar







Aos 33 minutos do FC Porto x Vitória Guimarães, com o resultado ainda em aberto (os dragões venciam pela margem mínima), o guarda-redes vitoriano, perdão, o defesa-central N'Diaye lançou-se para o relvado de forma destemida e fez uma extraordinária defesa a um potente remate de Hulk, interceptando com os braços uma bola que ia em direção à baliza.

O árbitro lisboeta Hugo Miguel, conforme se vê nas imagens iniciais, está muitíssimo bem colocado, a curta distância e de frente para o lance.

Na sequência da arbitragem "5 estrelas" de Duarte Gomes em Barcelos, o árbitro Hugo Miguel, na análise que fez deste lance, escreveu mais uma bela página do que é a "verdade desportiva" à moda de Lisboa ou, se quisermos ser mais rigorosos, à moda dos clubes da 2ª circular. Vai daí, em vez daquilo que as regras impõem para um lance destes - penalty e cartão vermelho para o jogador infractor -, decidiu mandar jogar...

Presumo que o Vítor Pereira (o chefe dos árbitros) não tenha prevista qualquer conferência de imprensa para as próximas semanas (este início de campeonato está a correr tão bem...), mas gostava de saber que desculpa é que o árbitro lisboeta Hugo Miguel apresentou, ou irá apresentar, para não ter assinalado um penalty tão escandaloso.
E, já agora, também gostava de saber a nota que teve neste jogo, dada pelo observador que esteve presente no Estádio do Dragão com a missão de o avaliar. Presumo que deverá ter sido boa, tal como aposto que este árbitro não irá para a "jarra" no próximo fim-de-semana. O Sistema lisboeta funciona bem...

P.S.1 Se não estou em erro, o árbitro lisboeta Hugo Miguel é o mesmo do Olhanense x FC Porto da época passada, jogo que terminou empatado e em que ficaram dois penalties por assinalar a favor dos azuis-e-brancos.

P.S.2 Em apenas dois jogos do campeonato 2012/13, ficaram por assinalar três penalties descarados a favor do FC Porto. E a estrutura do futebol portista - Pinto da Costa e Antero Henrique - continua silenciosa...

P.S.3 A deslocação do slb a Setúbal ficou amplamente facilitada com a expulsão, logo aos 8 minutos, de Amoreirinha, por mera coincidência um produto da formação benfiquista e que também andou vários anos emprestado a "clubes satélites" dos encarnados (Alverca, Estoril, Estrela Amadora). O que não se diria e insinuaria se fosse com um ex-jogador do FC Porto...

P.S.4 Em apenas dois jogos do campeonato 2012/13, já foram expulsos dois jogadores das equipas adversárias dos encarnados e o slb já vai em mais de 100 minutos a jogar contra 10. Naturalmente, a estrutura do futebol benfiquista - Luís Filipe Vieira, Rui Costa e António Carraça - está muito silenciosa...

domingo, 26 de agosto de 2012

SMS do Dia

A todos os adeptos do novo maior clube de Portugal, os meus sentidos pêsames: viva o Getafe! (o que quer que isso seja!). Ah, e estou pesaroso com aquele cartão vermelho ao nortenho de segunda que estava placidamente no banco.

Foi só dar mais um "cheirinho" no acelerador



Com outra vivacidade o FC Porto transfigurou-se da jornada inaugural para a segunda etapa do campeonato. “O campeão voltou” disse – e bem - o público do dragão, bastando para isso que o conjunto orientado por Vítor Pereira imprimisse um ritmo mais exigente para desconstruir a organização adversária. Numa partida de sentido único, quase sempre bem jogada, o resultado robusto fez-se erguer naturalmente em consonância com a solidez exibicional da equipa azul e branca.

É de facto incomparável a velocidade com que a bola circulou entre os nossos homens. Igualmente incomparável é a intensidade que os mesmos impregnaram ao jogo. Duas nuances fundamentais para o futebol ser de outro quilate, limpo de impurezas causadoras de ardor ao consumo. Os regressos da dupla brasileira às laterais da defesa e a inclusão do "agitador" Cristian Atsu ajudaram a complementar o dinamismo intenso que pautou a prestação do campeão nacional.

Não se tornou estranho, pois, os portistas assomarem-se em redor da baliza vimaranense desde cedo. As combinações fluíam razoavelmente entre a linha média – com Lucho a encostar muitas vezes na zona de área, não faltando também as variações nos flancos onde os imprescindíveis apoios de Alex Sandro e Danilo surtiam efeito. Depois de uma tentativa de meia distancia falhada, “El Comandante” abriu o marcador num remate de grande qualidade em um dos vários movimentos colectivos de circulação do esférico interessantes que se geraram.

O resultado tangencial do intervalo não conheceu maior expressão por alguma precipitação no último terço de terreno da nossa parte e, não menos verdade, a vista grossa de Hugo Miguel a um braço de NDiaye no interior da área. Nada que apoquentasse a equipa da casa. Aliás, insaciável, é a melhor palavra para definir a fantástica 2ª parte do FC Porto.

Rui Vitória desmontou o duplo pivô defensivo, abdicando de Barrientos. Tentou explorar as alas com Marco Matias, mas os visitantes não tiveram engenho para se conseguir fazer impor ao dragão. Bem pelo contrário. Num ritmo absurdo a nossa equipa lançou-se à procura da tranquilidade, algo que viria a alcançar a meio da etapa final num forte pontapé diagonal de Hulk. Uma imagem de marca muito sua. Quem saberá se pela última vez exibida no estádio do Dragão.

Livres de sobressaltos e com os pontos todos no bolso o FC Porto fez um jogo solto e colorido. Não tardou o terceiro tento da noite, o “bis” de Lucho, após recarga a um remate de Atsu. Para tudo deu, até para Jackson Martinez converter uma penalidade sobre Moutinho e se estrear a faturar no campeonato. Uma felicidade para dar e vender. Alegria e entusiasmo no futebol praticado. E porque não é sempre assim?

sábado, 25 de agosto de 2012

Moncho e o projeto Dragon Force

(JN, 20-08-2012)


(O JOGO, 20-08-2012) 


Tenho sérias dúvidas que um treinador com o currículo e da craveira de Moncho Lopez fique três anos longe de equipas seniores de topo e, ainda por cima, "preso" a um projeto de formação, cujos resultados me parecem muitíssimo duvidosos.

Diz o Moncho que em Portugal se treina muito pouco comparativamente com outros países. Provavelmente tem razão, mas será realista pedir a jovens, entre os 12 e os 19 anos, que façam mais do que três ou quatro treinos por semana, de no máximo duas horas cada, a que acrescem os jogos e deslocações do fim-de-semana?
Que condições existem em Portugal, para os jovens que se destacam no basquetebol (ou noutra qualquer modalidade) poderem compatibilizar os estudos com uma formação desportiva mais intensa, exigente e qualificada? Por exemplo, quantos Centros de Alto Rendimento (locais onde se reside, treina e estuda) existem na Associação de Basquetebol do Porto?

Os jovens da escola de futebol Dragon Force do Porto treinam no remodelado e moderno Vitalis Park e, se forem sócios do FC Porto, pagam uma mensalidade de 30, 45 ou 55 euros, consoante fizerem 1, 2 ou 3 treinos por semana.
Se for criada uma escola de basquetebol Dragon Force no Porto, em que pavilhão irão treinar? E quais serão as mensalidades (a suportar pelos pais dos atletas), nomeadamente se houver a ambição de fazer mais que os normais três ou quatro treinos por semana?

Isto é tudo muito bonito mas, por acaso, o Moncho saberá onde treinam e em que condições os escalões de formação - Sub-12, Sub-14, Sub-16, Sub-18 - do basquetebol azul-e-branco?
Quantos pavilhões desportivos existem na cidade do Porto, com boas condições de treino e disponíveis entre as 18h30 e as 21h00, para poderem ser usados por dezenas/centenas de jovens basquetebolistas dos diversos escalões de formação?
Já agora, o Moncho saberá quantas vezes é que foi dada oportunidade aos jovens atletas da formação do FC Porto para, nos últimos dois anos, irem fazer um treino, ou um jogo, ao Dragão Caixa?

Mas vamos admitir que todas estas dificuldades estruturais eram ultrapassadas e que se conseguia, num horizonte de três anos, formar atletas de elevada qualidade na escola de basquetebol Dragon Force.
E depois, para onde iam jogar?

E, finalmente, a questão principal: de que maneira é que este projecto - escola de basquetebol Dragon Force -, de aposta forte na formação, resolve o problema da sustentabilidade das modalidades de alta competição, particularmente do basquetebol sénior, no FC Porto?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Menos 12 milhões de euros que há um ano


Em 12 meses o passe de Alvaro Pereira desvalorizou 12 milhões de euros (um milhão por mês...) mas, apesar de tudo, o balanço que faço das três épocas em que o Palito envergou a camisola do FC Porto é francamente positivo.

Em termos financeiros, sem contar com prémios de assinatura e/ou renovação, ou com comissões (que não sei se existiram), foi uma operação que deu lucro:
- Aquisição: 80% do passe foi comprado aos romenos do Cluj por 4,5 milhões de euros;
- Venda: três anos depois o passe (100%) foi vendido ao Inter por 10 milhões de euros (com a hipótese de chegar aos 15 milhões, mediante objectivos).


Em termos desportivos, o desempenho e números da utilização do Alvaro Pereira são bastante interessantes:

2009/10
Campeonato: 28 jogos a titular, 1 golo
Taça de Portugal: 4 jogos a titular
Taça da Liga: 4 jogos (uma vez suplente utilizado)
Supertaça: 1 jogo a titular
Liga dos Campeões: 8 jogos a titular
Total: 45 jogos, 1 golo

2010/11
Campeonato: 21 jogos a titular
Taça de Portugal: 3 jogos a titular, 1 golo
Supertaça: 1 jogo a titular
Liga Europa: 14 jogos (uma vez suplente utilizado)
Total: 39 jogos, 1 golo

2011/12
Campeonato: 23 jogos a titular, 1 golo
Taça de Portugal: 1 jogo a titular
Taça da Liga: 3 jogos (uma vez suplente utilizado)
Liga dos Campeões: 6 jogos a titular
Liga Europa: 1 jogo a titular
Total: 34 jogos, 1 golo

Foi pena é a forma como saiu, na sequência de um comportamento lastimável e atitudes pouco profissionais que teve nos últimos meses. De facto, não se tinha perdido nada, bem pelo contrário, se Alvaro Pereira tivesse saído há um ano atrás, quando André Villas-Boas fez força para o levar para o Chelsea. E após as declarações de Flavio Perchman, no dia 31 de Agosto de 2011, passou a ser do domínio público que o caldo tinha entornado. A sua saída pela porta pequena era uma questão de tempo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Porto está na moda

(Pintura sobre tela em acrílico, de Manuel Couto)


A cidade do Porto foi eleita o melhor destino europeu de 2012, distinção atribuída pelo European Consumers Choice, após uma votação no site European Best Destination (mais de 212 mil votantes).

O Porto foi finalista no Prémio de Melhor Cidade, nos Design Awards 2012, promovidos pela Wall Paper Magazine.

O Porto foi indicado pela Lonely Planet, para muitos a "Bíblia" dos viajantes, como um dos Top 10 best value destinations for 2012.

O site Aol Travel elegeu a Francesinha como uma das 10 melhores sanduíches do mundo.

A Pousada do Freixo foi um dos 15 hotéis europeus recomendados pela revista Condé Nast Traveller, na categoria Affordable chic.

A estação de São Bento foi considerada, pela Travel and Leisure, uma das estações mais belas do Mundo.

A livraria Lello foi classificada como a 3ª mais bela do Mundo, pela Lonely Planet.

O café Majestic foi escolhido como um dos 10 mais bonitos do Mundo, pelo Ucity Guide.

E há ainda a Torre dos Clérigos (projectada por Nasoni), a Sé Catedral, a Igreja de São Francisco, o Palácio da Bolsa (com o seu fantástico salão Árabe), o museu e jardins de Serralves, a Casa da Música (projecto de Rem Koolhaas para a Porto Capital Europeia da Cultura 2001), o Mercado do Bolhão (apesar do actual estado de degradação), a mercearia 'A Pérola do Bolhão' (com a sua fachada em Arte Nova), o café Guarany, a zona histórica, a muralha Fernandina, a Casa do Infante, a Ribeira, a ponte D. Maria, a ponte D. Luís (desenhada por Teófilo Seyrig, discípulo de Eiffel), as caves do Vinho do Porto (do outro lado do rio, em Vila Nova de Gaia), os cruzeiros das 5 pontes no rio Douro, a Foz, o Parque da cidade, etc., etc.

E, claro, há o Estádio do Dragão, o qual merece ser visitado, mesmo quando não há jogos de futebol.

Mas no próximo sábado à noite até há jogo, um FC Porto x Vitória Guimarães, o qual tem o aliciante extra de poder ser o último em que Hulk (o jogador mais marcante do futebol português nas últimas quatro épocas) irá envergar a camisola azul-e-branca.

Agosto, mês tradicional de férias, uma boa altura para os não-portuenses visitarem a Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta cidade do Porto.


Ibrox Park, 18 de Agosto de 2012


O famoso clube escocês Rangers caiu em desgraça, abrindo falência e ressurgindo com o novo nome de The Rangers.

Em consequência disto, aquele histórico clube recomeçou a vida no quarto escalão do futebol escocês. Pois bem, no passado sábado, diante do East Stirlingshire, em desafio a contar para a 3ª jornada da 3ª Divisão (4º escalão) da Liga Escocesa, 49.118 espectadores praticamente esgotaram a lotação do Ibrox Park, um recorde mundial para um quarto escalão.

Tal impressionante manifestação de clubismo fez-me pensar em certo clube da nossa cidade que se arrasta pelo 3º escalão do futebol português, com meia-dúzia de gatos pingados a assistirem aos seus jogos em casa.

Mas, se calhar, estou a ser injusto e aqueles que vão aos jogos do tal clube serão a esmagadora maioria dos seus adeptos, sendo que os outros que outrora melhor compunham as bancadas daquele estádio teriam, de facto, outra filiação clubística, mormente o anti-FCP, maior clube de Portugal.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

slb e scp "apostam" na canoagem...

Uma medalha estilo licenciatura Relvas


(clicar na imagem para a ampliar)


"O Sporting propôs ao Emanuel um contrato de 800 euros mensais para os próximos quatro anos. Nós, como clube formador, não podemos competir com eles, mesmo depois de termos tentado recorrer a alguns patrocinadores. O Sporting não lhe ofereceu sequer o material náutico; nem uma pagaia"
Horácio Lima, presidente do Clube Náutico do Prado


800 euros por mês? Ficou baratinho, aos viscondes de Alvalade, a "compra" de uma medalha olímpica...

Nota: Voltarei a esta asquerosa disputa entre o slb e o scp na "compra" de prováveis medalhas olímpicas. É um tema que está longe de estar esgotado.

P.S. Vá lá saber-se porquê, mas nos vídeos seguintes não aparece o Godinho Lopes, nem pessoas com camisolas ou bandeiras do scp. Este Mundo é muito injusto...




Duarte & companhia

Duarte Gomes reconhece erro
Fez lembrar Campo Maior
Sou adepto do Benfica. Sempre fui...
3 penalties em 12 minutos
As "habilidades" de Duarte Gomes em vídeo (épocas 2010/11 e 2011/12)


«Como se sabe, Pinto da Costa criticou Duarte Gomes pelo flagrante penalti não assinalado contra o Marítimo, e pela dualidade de critérios deste mesmo arbitro em jogos do slb.
Acho muito bem!
Durante os últimos anos temos «comido e calado», muito ao contrário dos dirigentes da 2a circular, algo que critiquei aqui por diversas vezes no Reflexão Portista. Sendo assim só posso agora aplaudir de pé esta intervenção de Pinto da Costa, naturalmente.
O «comer e calar» enquanto os nossos adversários berram cria um certo clima de impunidade entre os árbitros: se beneficiam o slb ou prejudicam o FCP ninguém fala disso; se é ao contrário, não se fala de outra coisa e vão para "jarras" ou pior. Ora se isso não condiciona os árbitros, não percebo absolutamente nada da mente humana (e acho que percebo pelo menos um bocadinho).»
José Rodrigues, in 'Quem não cala não consente 


Estou inteiramente de acordo com o que o Zé Rodrigues escreveu em Dezembro de 2011 e, por isso, não compreendo a forma dócil (quem cala consente) como o FC Porto aceitou esta nomeação de Duarte Gomes, um árbitro que tem o historial que é de todos conhecido. Aliás, no recente artigo 'Os 25 homens do apito', eu já tinha alertado que Duarte Gomes e Bruno Paixão ainda vão cá andar mais uns anos…

Porquê este silêncio da estrutura do futebol portista - Pinto da Costa, Antero Henrique, site oficial - e que, ao contrário do FC Porto x Marítimo, se prolongou no pós-jogo de Barcelos, apesar dos evidentes erros graves da arbitragem?

Há várias possíveis explicações e uma delas poderá estar relacionada com o que Antero Henrique afirmou numa entrevista publicada na última edição da revista Dragões:

"Devemos trabalhar para conseguir instituir a profissionalização dos árbitros o mais depressa possível. Vítor Pereira tem trabalhado para proporcionar as melhores condições aos árbitros, mas agora há que dar o passo que falta, que é profissionalizar o sector, de forma a oferecer-se as melhores condições e exigir-se mais responsabilidade a todos os árbitros. Acima de tudo, o futebol português não pode desperdiçar a oportunidade criada pelo factor Pedro Proença, e temos de aproveitar o árbitro de mais sucesso da história do futebol português para cativar jovens para a arbitragem, proporcionando-lhes uma carreira segura e interessante aos que mostrarem mais qualidade e competência. É isso que precisa a arbitragem, o resto são jogos florais e desculpas de mau perder, que se podem compreender no momento, mas que não se devem aceitar quando são recorrentes e a única explicação para o insucesso."

A boa vontade e discurso construtivo de Antero Henrique nesta entrevista, teve como resposta imediata a nomeação de Duarte Gomes logo para o 1º jogo do campeonato e, como é habitual nele, uma actuação condizente com o seu historial. Mais. Para além do que se viu no Gil Vicente x FC Porto, suspeito que neste campeonato da "verdade desportiva", o FC Porto também vai pagar caro os elogios públicos que Pinto da Costa e Antero fizeram a Pedro Proença.
Infelizmente, no futebol português, este tipo de postura é contraproducente. O que dá frutos é a pressão permanente sobre os árbitros e sobre quem os nomeia até porque, conforme dizia o Marinho Peres, quem não chora, não mama.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Da Luz a Barcelos, para memória futura

«recuso-me a aceitar que uma equipa como o Porto precise de esperar que jogadores sejam agarrados em cantos para resolver um jogo contra o Gil Vicente, ou contra quem quer que seja. Se os outros clubes o fazem, eu não gosto de ver o Porto a ser igual aos outros. No entanto, e só por curiosidade, o artista do apito foi o mesmo que brilhou na Luz na época passada, ao assinalar 3(!!) penalties em 15 minutos a favor do Benfica no jogo contra o Guimarães, sendo os dois últimos totalmente ridículos. Desta vez não viu...»
Miguel Magalhães, 19 de Agosto de 2012 22:43

«recuso-me a aceitar que os penalties sejam o foco e sirvam de desculpa num jogo em que não fomos capazes de ser minimamente competentes. Essa é uma postura "à Benfica" com a qual eu não me identifico; prefiro uma atitude "à Porto", como aquela em Alvalade em 2002/03 em que ganhamos 1-0 apesar dos 4 penalties muito mais evidentes que qualquer um dos de hoje e que ficaram por assinalar a nosso favor pelo "saudoso" Lucílio Baptista.»
Miguel Magalhães, 20 de Agosto de 2012 00:50


Percebo o sentido e o alcance destes dois comentários que o Miguel Magalhães fez no artigo ‘Os maus hábitos ainda resistem...’, mas há coisas que não podemos ignorar.

Em termos de análise aos erros das arbitragens, sou de opinião que devemos distinguir os erros claros, daqueles que só se conseguem ver após N repetições na televisão, em câmara lenta, ou mesmo com a imagem parada.

Ora, nesta 1ª jornada, houve dois erros graves de arbitragem, de análise unânime, e que me custam a aceitar:

1º) A expulsão de Douglão e a redução da equipa adversária do slb a 10 jogadores nos derradeiros vinte e tal minutos do slb x SC Braga.
Custa-me a aceitar que, mesmo num molho de jogadores, alguém confunda o Custódio com o Douglão e mostre um cartão amarelo (no caso o segundo e consequente vermelho) a este último. É que, entre outras coisas, a cor da pele dos dois jogadores é diferente!

(clicar na imagem para a ampliar)

2º) O agarrão descarado de Luís Carlos a Kléber (a fazer lembrar a lamentável actuação de José Soares no célebre jogo de Campo Maior) e o óbvio penalty a favor do FC Porto que, num momento decisivo do jogo (aos 85 minutos), ficou por assinalar.
Custa-me a crer que nenhum dos árbitros nomeados para o Gil Vicente x FC Porto tenha visto (e Duarte Gomes estava a pouco mais de um metro!). É que o jogador do Gil agarrou o ponta-de-lança do FC Porto de forma ostensiva, durante uns segundos e num trajecto de dois ou três metros!

(clicar na imagem para a ampliar)




Enfim, logo na abertura do campeonato 2012/13, o clube da verdade desportiva foi objectivamente beneficiado em dois campos - Luz e Barcelos - e, claro, os paladinos da "verdade desportiva" aplaudem.

Para memória futura, fica também a forma low-profile como José Peseiro, treinador do SC Braga, reagiu ao erro grave da arbitragem que prejudicou a sua equipa. Veremos o que dirá se o mesmo acontecer num jogo que envolva o FC Porto.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Quando Hulk não resolve...

«A Liga 2012/13 só começou no papel para o F.C. Porto. O filme é o mesmo visto várias vezes ao longo da época passada e que, apesar de ter corrido bem na Supertaça, não voltou a ter final feliz. Entrada amorfa, futebol pouco esclarecido, dois pontos perdidos. (...)

A tarde era de muito calor e o F.C. Porto entrou para não suar muito. (...) Com o Gil lá atrás, à espera de um contra-ataque milagroso, o resto cabia ao F.C. Porto. Tão natural como a sua sede, já dizia o anúncio. Esperado, quase obrigatório. Mas faltou pimenta ao ataque portista. Havia mais F.C. Porto, mas faltava um F.C. Porto organizado. O jogo começou assim, continuou assim e acabou assim. Perto do fim, houve a natural tentativa desesperada dos bicampeões nacionais. Mas o desespero quase nunca é bom conselheiro. (...)

James pouco ou nada inspirado, Jackson ainda a aprender e Hulk para o resto. Só Hulk. Sempre ele, como se tivesse sido chamado para matar as saudades dos adeptos. Correu, rematou, mostrou alguns pormenores do costume, misturou-os com erros de início de época. Tentou, como sempre.
Entrar mal no jogo nem é uma novidade para o F.C. Porto de Vítor Pereira. Uma tecla tão batida na temporada passada que continua a ser incompreensível como não gasta de vez. É verdade que a bola esteve quase sempre do lado azul e branco, mas também é certo que quase nunca foram tomadas as melhores opções com ela. O F.C. Porto parecia esperar o que o jogo poderia dar. Como em tantas outras ocasiões. Não sossegou os adeptos, não quis resolver cedo. Arriscou e foi permitindo que o Gil respirasse, naquele estilo em bloco. (...)

Para o F.C. Porto fica o aviso: é preciso mais. Tem de haver mais. A oportunidade de começar a Liga na frente de Benfica e Sp. Braga ficou para trás. Resta perceber se a capacidade de resposta que valeu um título na época passada continua pelos lados do Dragão.»
in Maisfutebol, 19-08-2012


Subscrevo esta análise ao Gil Vicente x FC Porto, da autoria do jornalista João Tiago Figueiredo e publicada no site Maisfutebol uns minutos após o final do jogo. De facto, quando Hulk não resolve os jogos com as suas arrancadas, assistências ou golos, tudo se complica e vêm ao de cima as insuficiências desta equipa.

É verdade que o mercado ainda não fechou e que há jogadores, principalmente Hulk e Moutinho, com legitimas expectativas em saírem do FC Porto para clubes mais endinheirados de campeonatos com outra projecção mediática, mas situações destas acontecem todos os anos (basta recordar os casos de Quaresma e Bruno Alves) e, apesar disso, ontem Hulk voltou a ser o melhor;
É verdade que há jogadores importantes - Hulk, Danilo e Alex Sandro - que não fizeram a pré-temporada no FC Porto, mas todos eles já cá estavam na época passada e, por via disso, conhecem perfeitamente quer os companheiros de equipa, quer os métodos do treinador;
É verdade que na passada quarta-feira houve uma anedótica data FIFA para jogos particulares das selecções, mas jogos do campeonato antecedidos de deslocações e mini-estágios das selecções é algo com que todos os treinadores do FC Porto têm de saber lidar, sendo o preço a pagar por terem um plantel recheado de internacionais (o Paulo Alves do Gil não tem "problemas" destes...).

Seja como for, mesmo com estes handicaps, a equipa do FC Porto tem de jogar muito mais do que jogou em Barcelos, principalmente se levarmos em conta que o adversário foi uma equipazinha do nível deste Gil Vicente. E o pior é que a exibição da equipa portista no jogo de ontem foi um remake cansativo de muitos (demasiados) "filmes" de má qualidade que se viram na época passada.

O treinador principal do FC Porto, que tem à sua disposição um plantel de mais de 100 milhões, o qual inclui jogadores do nível do Hulk, Moutinho, James, Lucho, Danilo, Alex Sandro, etc., não pode chegar ao fim de um jogo destes e apresentar como desculpa a "relva altíssima", as "dimensões mais reduzidas do campo" ou o anti-jogo permanente da equipa adversária.
O treinador principal do FC Porto tem obrigação de saber que, no campeonato português, a maior parte das equipas recorrem a estes e outros expedientes do género para travar os dragões. Compete-lhe a ele encontrar antídotos para este tipo de armadilhas e, em vez de um futebol lento, mastigado e sem ritmo, pôr a equipa a jogar, desde o apito inicial, um futebol veloz, pressionante e eficaz (se puder ser também bonito tanto melhor).

Chega de desculpas após exibições destas. Depois de uma limpeza generalizada do balneário e da contratação de um ponta-de-lança que "era muito desejado pelo treinador" (foi Pinto da Costa quem o disse), que mais falta ao actual treinador principal do FC Porto para pôr em prática o futebol que prometeu e que este plantel de luxo possibilita? Depois de um ano de transição, será que esta época podemos sonhar com um cheirinho do futebol que vimos na época 2010/11, quando Vítor Pereira era adjunto de André Villas-Boas?


P.S. A manter-se este tipo de futebolzinho, nem quero pensar no destino da equipa azul-e-branca se o "abono de família" Hulk sair.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

Fotos: Maisfutebol

domingo, 19 de agosto de 2012

Os maus hábitos ainda resistem...



Pegar no jogo de estreia no campeonato do FC Porto ou de qualquer outro da época passada, seria um exercício de dificílima distinção. O futebol lento, pouco ritmado, de circulação de bola medíocre e de baixa eficácia está aí para durar, para mal de todos os pecados e cabelos grizalhos dos adeptos azuis e brancos. Tal como começou, acabou. Um jogo que foi um redondo zero, apenas pontuado por umas pífias cocegas do campeão nacional.

Desta vez, a felicidade da passada semana não voltou a acontecer. O golo ao cair do pano não surgiu, apesar de a cabeça de Jackson ter estado bem perto de voltar a fazer estragos no minuto 87. Adriano não deixou, pontuando uma excelente exibição. Mas a prestação do guarda-redes da equipa de Barcelos não justifica o nulo do resultado que, pese embora tenha feito intervenções válidas em momentos importantes, elas foram esporádicas, em consonância com a lenta dinâmica portista.

Sem chama, sem intensidade e pouco génio criativo, o dragão nunca soube fitar os olhos gilistas. O adversário passeou confortável todo o primeiro tempo, onde só um remate de Lucho e outro de Hulk arregalaram meias vistas entre o calor que fazia. Mesmo com Moutinho de regresso à titularidade, o conjunto de Vítor Pereira não conseguiu agarrar o jogo logo de começo e nem o contraponto do virtuosismo individual de James se viu enquanto esteve em campo. A irregularidade do colombiano não ajuda, definitivamente.

Se a velocidade imprimida pela nossa equipa causava bocejo, sobravam bolas paradas em barda para potenciar o entusiasmo de poder ver o esférico a rondar as redes adversárias. A ténue esperança de resolver um problema que de outro modo não se conseguia também não passou disso mesmo. O aproveitamento dos portistas neste tipo de lances vai nas calendas gregas e Hulk parece ter merecido carta-branca para bater tudo o que é livre, mesmo quando exista quem possa fazer as vezes em jeito ou quando a distância nada o justifica.

E a propósito do avançado brasileiro, que muito fez, lutou e nunca se escondeu do jogo, lamenta-se que invariavelmente não domine sabiamente os tempos de jogo. Procura excessivamente resolver por si só a contenda e levar a equipa às costas, quando se pede na maioria das vezes que simplesmente a ajude a resolver algumas dificuldades (que é bem diferente de resolver tudo).

A entrada de Atsu trouxe algum reboliço à partida. James não saia do seu rendilhado inconsequente e Alex Sandro  - poucos minutos entrara em campo a render Mangala – ajudou a esticar a ala esquerda do FC Porto, apesar do meio-campo ter perdido predominância com a saída de Fernando. Alterações que pouco mexeram no contexto do encontro; Adriano a salvar, Hulk a rematar e bolas paradas sempre a desperdiçar.

Para quem crê em ideologias místicas ou outras ideias do oculto estará a colocar o estádio cidade de Barcelos no mapa dos lugares mal quistos. Cada um tira as suas ilações. E, certamente, elas se ouviram com estrondo ao longo da semana. Há contudo um facto que, porventura, é unanime por hora no universo azul e branco; O futebol monocórdico de Vítor Pereira está aí para durar!

Os 18 de Vítor Pereira


Lista de convocados para o Gil Vicente x FC Porto:

Guarda-redes (2): Helton e Fabiano;

Defesas (6): Danilo, Miguel Lopes, Maicon, Otamendi, Mangala e Alex Sandro;

Médios (4): Lucho, João Moutinho, Fernando e Defour;

Avançados (6): Jackson Martínez, James, Kleber, Hulk, Varela e Atsu.

Com todos os jogadores que (ainda) fazem parte do plantel disponíveis, no lote dos 18 convocados por Vítor Pereira para o 1º jogo do campeonato não entraram: Rolando, Abdoulaye, Alvaro Pereira, Castro, Iturbe, Kelvin e Janko.

E, claro, fora dos convocados ficaram também Bracali, Sapunaru, Belluschi e Djalma.

Juntando estes 11 jogadores excluídos, dava para formar o seguinte onze:
Bracali
Sapunaru, Rolando, Abdoulaye, Alvaro Pereira
Castro, Belluschi, Iturbe
Djalma, Janko, Kelvin

Provavelmente, seria o 5º melhor onze do campeonato português.

sábado, 18 de agosto de 2012

Com ou sem Hulk, parte 2

Introdução:

Achei muito útil e interessante o artigo do Luís. Permite que façamos o nosso juízo na base do que escreveu. Não vale a pena pensar muito, basta seguir o guião, embora vão encontrar muitos pontos em que não estou sintonizado com o autor. E isso é gratificante quando trocámos impressões sem complexos e com respeito.



"…. a nossa triste campanha europeia…."


O FCP não fez uma época em cheio em 2011/12, em qualquer das provas em que participou. Ganhou a supertaça e o campeonato, saiu prematuramente da CL, foi eliminado pela AAC da Taça e pelo Benfica da Taça da Liga. Fomos a equipa que marcou mais golos e sofreu menos na prova mais importante do calendário desportivo. Como diz o nosso treinador: não são coisas que se comprem no supermercado, nem o futebol é um simples exercício de geometria que se traça no papel e uma boa gestão de activos consuma em vitórias ilimitadas.

O FCP saiu da CL por demérito, mas não ficou em primeiro lugar do grupo por um golo. O Manchester City aconteceu algo semelhante: saiu prematuramente da CL e foi eliminado depois pelo SCP que perdeu a taça para a AAC. O PSG mudou de treinador, uma espécie de VP lá do sítio, a meio da época, quando estava em primeiro lugar no campeonato que veio perder a favor do Montpellier, com um orçamento muito mais curto. O conceituado Ancelotti falhou, o sheik continua a pagar e este ano é que vai ser, com mais um contentor de reforços.
No futebol há mil opiniões sobre a mesma questão. Percebo a desilusão, não entendo a flagelação porque um “torneio curto” correu mal. Deve servir para memória futura, mas desconfio que a dureza da retórica vá influenciar o rumo dos acontecimentos da presente época futebolística. Afinal, uma derrota pode levar muita gente a conclusões precipitadas e passar aos oitavos da CL nunca é tarefa para o FCP vencer de caras.



"…. a vitória pode levar muita boa gente a conclusões precipitadas…"


Não temo que a vitória de sábado passado possa levar a conclusões precipitadas. Uma significativa percentagem de portistas mantém uma saudável dúvida quanto ao valor da equipa, tendo até em conta as vicissitudes na definição do plantel.

Estou expectante. O que me incomoda no FCP é o facto de uma equipa como a nossa que privilegia a posse o faça com baixa intensidade e as linhas pouco próximas, isto a atentar nas rotinas que o Barcelona pratica como suporte para tornar o modelo uma arma letal, para além da diferença na qualidade dos jogadores de ambas as equipas, mas para isso não há solução à vista.

Não somos fortes na pressão alta, perdemos muitos passes, a circulação no primeiro terço é excessiva, ganhamos poucas segundas bolas, não somos fortes nas bolas paradas e metemos pouca gente na zona de fogo. No jogo de sábado, fizemos muito mais faltas que a AAC e, pior, é que muitas delas foram feitas bem dentro do nosso meio campo. Obviamente que estas limitações são relativas e notam-se mais porque o FCP tende sempre a assumir o jogo, procura dominar em ataque continuado, como uma equipa grande que é, e nem sempre apresenta argumentos que o afirmem, nomeadamente, espante-se, contra as equipas pequenas que jogam fechadinhas cá trás e no erro do adversário. Quase que poderia dizer que o FCP é vítima da sua grandeza, pois (já) não é capaz de ser mais prudente e oportunista na gestão do jogo.

São os jogadores que se devem moldar ao sistema ou este deve ser balizado conforme as características do plantel e como dele pode ser retirado mais proveito? É uma velha questão que ainda não teve resposta. Seja como for, quer com o futebol de equipa pequena de JF, quer com o futebol de equipa grande de VP, temos produzido um nível exibicional que ficou aquém dos resultados, a meu ver.


".... Alguém fica mais jogador pelo simples facto de se treinar na selecção?"


Se o seleccionador se abrir ao diálogo com os treinadores das equipas fornecedoras dos jogadores e souber ouvir, acho que o jogador só ganha com a sua prestação ao serviço da selecção. Mais difícil é conciliar o interesse do clube com o da selecção, mas saímos muito mais prejudicados quando os nossos jogadores vão ao serviço de selecções estrangeiras que, em princípio, estarão mais indisponíveis para ouvir, quanto mais não seja por uma questão de “soberania”.
Miguel Lopes está melhor e é muito provável que tenha ganho confiança e serenidade pela via do reconhecimento que lhe foi concedido por Paulo Bento. Quando Sapu foi castigado e Fucille se lesionou, JF chamou à titularidade o Miguel que não deslumbrou mas não desiludiu. Por isso, fiquei um pouco espantado por ter sido dispensado. Porque é português, porque tinha (e tem) potencial para crescer e porque, jogando nas duas alas defensivas, se mostra duplamente útil. Acho que é de ficar e não sei se não será mais fiável que o Danilo para ocupar o lugar de defesa direito.


"…. No eixo da defesa está, uma vez mais, o nó górdio da questão,…. é pelo meio-campo que as coisas podem começar a falhar…."


Não sabemos ainda qual a composição da nossa defesa, mas creio que a seu tempo o VP vai optar por Danilo e Alex Sandro para jogar nas faixas. Maicon tem o lugar assegurado, tal como Otamendi que é mais lento, menos forte no jogo aéreo e tem como ponto forte jogar bem na antecipação. Tem evoluído favoravelmente desde que VP consolidou esta dupla.
Com Fernando ao seu melhor nível a transição defensiva tem nele o seu principal apoio, já que os alas recuam pouco e não são especialmente agressivos. Moutinho é um jogador imprescindível, pois embora não apareça tanto quanto gostava na última fase de construção, pressiona, defende, constrói e é o pendulo da equipa. Estes dois jogadores são muito importantes para manter o equilíbrio da equipa.

Lucho apareceu mais adiantado numa espécie de triangulo invertido do nosso meio campo. Percebo a ideia : Lucho sabe pressionar, ler o jogo e ainda é dos melhores na fase de construção. Falta-lhe rotação, duração e potência no um contra um, e com James disputa muitas vezes o mesmo terreno o que propicia um certo afunilamento na zona central do nosso ataque. Com Moutinho, provavelmente, tenderá jogar um pouco mais atrás, num 4x3x3 mais convencional.
Os jogadores do meio campo são muito experientes e este trio garante uma fiabilidade que será muito difícil de substituir. Depois de mim virá quem de mim bom fará. Não saias Moutinho. Defour é capaz de cobrir várias funções e com o SCB fez o seu melhor jogo na posição 6. Não maravilha , mas é um jogador de selecção e acho que vai ser muito útil na presente temporada.



"…. E, lá na frente, quais dos "dois" Jacksons é o mais verdadeiro…."


Jackson há só um e mais nenhum, e é um excelente reforço. É bom de bola, joga bem de costas, sabe tabelar, procura a bola para jogar e é bastante bom no jogo aéreo. Não é muito rápido, mas está longe de ser lento. Não perdeu golos feitos na pré-temporada, o que não invalida o facto de me parecer não ter um remate fácil e potente. A rever. Acredito que vá fazer uma boa época. Excelente quando estiver entrosado com a equipa e com o futebol português.

Pena é que quando sai para procurar a bola atrás, ninguém saiba ocupar o espaço que deixa. A James e a Atsu ainda faltam alguma experiência e rotinas de jogo, os homens do meio campo têm uma certa incapacidade de jogar nas proximidades da área. A manta é curta: não temos jogadores excepcionais.


"…. E chegamos ao primeiro jogador-chave: James …. Atsu tem pinta e, evidentemente, lugar assegurado no plantel…."


James é um excelente jogador e ainda com uma elevada margem de progressão. Contava que, sem Hulk na equipa, tivesse uma maior influência que não veio a confirmar, para já. Na época passada, fez os seus melhores jogos quando começou no banco. Esta época, parece ter ganho o estatuto de indiscutível, embora continue a esconder-se em momentos cruciais do jogo. Tem apetência para ser o 10 da equipa, lugar que está em vias de extinção. Os Riquelmes deste mundo não fizeram história na Europa. Não é muito rápido, nem agressivo o que compensa com o alto nível de jogo que é capaz de produzir: habilidade, criatividade, boa visão de jogo, remate e boa colocação de bola, embora seja um pouco vesgo do pé direito.
Vai explodir nesta época. O FCP bem precisa.

Atsu tem pinta, fez excelentes jogos, noutros nem tanto. No FCP-AAC, teve dificuldades em fugir à marcação cerrada que sofreu. Atsu dificilmente poderá tirar partido da sua força no duelo individual, porque sofrerá uma marcação cerrada de dois contra um, com o central pronto para a dobra se ainda assim conseguir passar. É uma aprendizagem que tem de saber fazer. Para já merece o apoio dos sócios, tem boa imprensa e isso é meio caminho andado. O resto está na sua cabeça e nos seus pés. Presumo que faça uma boa época.

O Hulk vai sair. Precisamos de receitas extraordinárias, a sua folha salarial é elevada e quer sair. Van Persie foi contratado por 30m€ e essa bitola deve servir de referência ao FCP. Para o ano será pior. O êxito desportivo também gera receitas, se estivermos na CL e continuarmos para além dos oitavos. É uma equação complicada, com várias incógnitas que não sei resolver.
Péssima é esta incerteza que tolhe a formação do plantel. Rolando e Alvaro devem sair nem que seja no quadro de um esquema idêntico ao que foi seguido relativamente a Guarin. Para Sapu e Beluschi há que encontrar soluções que honrem as partes. Leu-se que Djalma e Sereno estarão de saída por empréstimo, o que me parece positivo. Fernando, Moutinho e Hulk são demasiado preciosos para serem alienados a preços de saldo e não podemos ficar sem jogadores tão importantes, ao mesmo tempo.
A silly season já não é o que era. Temos de saber viver com isso.