sexta-feira, 31 de maio de 2013

Estupefacção do Dia

O diário inglês Daily Mirror alega que que Pinto da Costa acusou José Mourinho de incitar os jogadores do Chelsea a sabotarem o trabalho de André Villas-Boas.

http://www.mirror.co.uk/sport/football/transfer-news/andre-villas-boas-shortlisted-replace-jose-1923704

O declínio do Dragão


O nível de assistências no Estádio do Dragão tem sofrido uma queda preocupante nas últimas épocas. A que agora findou (2012/13) representou mesmo a pior época em termos de assistências dos últimos 8 anos. Pela primeira vez neste período (e suspeito que desde a inauguração do Estádio) a ocupação média do Dragão ficou abaixo dos 60%.


Podemos, de certa forma, justificar esta evolução negativa com o ambiente de crise generalizada que se vive em Portugal e que se agudizou principalmente a partir de 2011 mas, em minha opinião, isso não explicará totalmente o que se está a passar. O SLB, por exemplo, viu subir o número médio de espectadores no seu estádio na penúltima temporada e conseguiu manter um registo semelhante em 2012/13, o que significa que os efeitos da crise foram suplantados pela performance e exibições da equipa (excepto nas últimas jornadas!). O crescimento das expectativas dos adeptos fê-los comparecer e apoiar a equipa mais vezes.


Se atentarmos ao comportamento do Dragão neste capítulo, nos últimos 8 anos vemos que as três primeiras épocas em que Jesualdo Ferreira foi o treinador (as épocas do TETRA) representam os anos com maiores assistências e, simultaneamente, aqueles em que a SAD apresentou maiores proveitos com esta rubrica. Na última época de Jesualdo no FC Porto, em 2009/10, a ocupação do Estádio caiu 14% e isso poderá estar relacionado com a época menos conseguida tanto em termos de exibições como de resultados desportivos. 

Com a entrada de André Villas-Boas e com a mudança operada na qualidade do futebol praticado pela equipa as assistências cresceram, em média, 10% fixando-se em torno das 37.000 presenças por jogo. Foi uma época excepcional a todos os níveis e do aumento das assistências demos conta aqui no RP. Depois, na primeira época de Vítor Pereira, o nível médio de assistências sofreu uma ligeira quebra (5%) mas foi na época que agora finda que as assistências mais diminuíram - em termos médios 14% - para uma percentagem de ocupação inferior a 60%. Refira-se que o SLB manteve uma ocupação de 65% nas duas últimas épocas. [Sendo detentor de um Dragon Seat tenho que confessar que quase adormeci em alguns jogos desta época no Dragão].


A relação entre os treinadores, o futebol praticado e as expectativas geradas na massa associativa parecem-me ser os factores determinantes para se conseguir uma boa casa no decorrer de cada temporada desportiva. E disso dependerá, também, o nível de proveitos com Bilheteira, naturalmente. As receitas com esta rubrica ainda não são conhecidas para 2012/13 mas a queda na percentagem de ocupação do Estádio, por um lado, e a subida na taxa de IVA sobre os espectáculos desportivos por outro, deverão fazer com que a SAD volte a apresentar uma queda nos proveitos obtidos nesta rubrica (de notar que parte significativa da subida do imposto foi suportada pelo próprio FC Porto).


Nota: os dados apresentados foram obtidos na edição de 24 de Maio de 2013 do jornal OJOGO, num artigo de Paulo Anunciação. As percentagens de ocupação foram obtidas por comparação com a lotação máxima dos respectivos estádios.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Percentagem pontual no campeonato português

Percentagem pontual e classificação (do FC Porto, Benfica e Sporting) na história do campeonato português.




Estes gráficos (extraídos da área multimédia do PUBLICO) permitem várias leituras. Por exemplo, a evolução dos três "grandes" ao longo das épocas, ou verificar a distância a que os três "grandes" ficaram entre si em cada um dos campeonatos.

Outro tipo de leitura, mais focada num determinado período é, por exemplo, constatarmos que de 1997/98 até 2012/13 (as últimas 16 épocas), apenas cinco vezes o FC Porto terminou o campeonato com uma percentagem pontual superior a 80% - José Mourinho (em 2002/03 e 2003/04), André Villas-Boas (2010/11) e Vítor Pereira (2011/12 e 2012/13). Nos anos em que ficou abaixo dos 80% e, mesmo assim, ganhou o campeonato, foi mais por mérito próprio ou por demérito da concorrência?

Fonte: PÚBLICO

quarta-feira, 29 de maio de 2013

"Nunca ia jogar no Benfica"

"Tinha duas certezas, uma que iria regressar e que nunca ia jogar no Benfica, por isso é que hoje estou aqui. Sou do FC Porto, de coração, e toda a gente que é do clube ninguém gosta do Benfica e eu não fujo à regra."
Josué, em declarações ao Porto Canal

O portista Josué começou em grande!
Gostei de o ouvir dizer que nunca iria jogar no slb.

E se fosse no sporting?
É que podemos imaginar o seguinte cenário: como o sporting estava interessado neste jovem de 22 anos, formado no FC Porto e que na época que agora terminou brilhou ao serviço do Paços de Ferreira, a FC Porto SAD negociava o passe do Josué com o sporting por 11 MEuros, ficava com 25% dos direitos de uma futura transferência acima dos 11M e desafiava o "genial" Bruno Carvalho a criar as condições necessárias para multiplicar (por 2.5) o valor de mercado do Josué e, daqui a três anos, vender o seu passe por, pelo menos, 25 MEuros...
Que tal?

A eterna questão do «modelo» de gestão

Anteontem o Miguel Pereira levantou aqui a eterna questão de que modelo de gestão & nível de ambição queremos ter.

Bem, em certa medida (que não totalmente) parece-me que é uma falsa questão, porque a venda de jóias da coroa não é necessariamente incompatível com ambições mais elevadas (vs a alternativa). 

Aliás, a médio prazo não é de todo incompatível, bem pelo contrário - e graças a Deus não me parece que estejamos desesperados com sede de títulos de forma a apostar o «tudo ou nada» no curto prazo (i.e. numa determinada época), sabendo-se que o ao fazê-lo o risco do descalabro total nas épocas que se seguem seria imenso.

Como foi afirmado na caixa de comentários, a gestão corrente é deficitária (não temos as receitas estruturais de um tubarão europeu, i.e. bilheteira, merchandising, patrocínios e TV) e esse buraco só poderá ser tapado através de grandes vendas. Para perspectiva: se não vendessemos nenhum jogador esta época iríamos fazer mais de 40M de prejuízo (e para o futuro há formas de fazer descer este valor, mas não de o eliminar). Temos portanto um certo grau de flexibilidade nas escolhas que enfrentamos na questão das vendas, sim, mas claramente limitado.

Até porque há a consciência de que, apesar de sermos um clube com prestígio, não somos um clube de topo na Europa (no cômputo geral desportivo-financeiro). Sendo assim será sempre de esperar que muitos dos nossos jogadores tenham a ambição (financeira apenas, ou financeira e desportiva) de mais cedo ou mais tarde «dar o salto», e seria contraprodutivo tomar sistematicamente uma posição intransigente bloqueando a sua saída.

E «contraprodutivo» porque 1. alguns dos jogadores que costumamos atraír (entre os que são jovens, promissores e com um CV já jeitoso) iam deixar de querer vir para o FCP, e. 2. porque os jogadores que já cá estão iriam começar a recusar-se sistematicamente em renovar contratos, e/ou a invocar unilateralmente a cláusula Bosman ao fim de 3 anos.

Concluindo: eu estou portanto totalmente resignado a que em média saia um par de titulares todos os anos.

Dito isto, acho que devíamos ter todas as condições de gestão para podermos decidir o timing exacto, quem sai, e em que condições ($) – e acho que podíamos estar melhor nesse aspecto do que estamos (mesmo que apoie as vendas específicas de James e Moutinho neste momento e nos moldes em que foram feitas - sabendo que não havia forma de os segurar mais um ano, a não ser que fossem vendidos outros como Jackson, ou contraindo novos empréstimos de dezenas de milhões a 10% de juros ao ano, partindo do pressuposto que há quem estivesse disposto a emprestar).

Nomeadamente, acho que podemos ser geridos de forma que em certas circumstâncias se consiga que numa dada época (se assim for desejável) não seja nenhum titular vendido, mesmo que na seguinte saiam 3; ou aguentar um certo titular mais uma época se for considerado mesmo imprescindível, mesmo que a oferta seja muito boa (como aliás fizémos por exemplo com o Deco em 2003) - o que hoje e nos últimos anos tem sido manifestamente impossível, fruto do deteriorar das finanças.

Ora o FCP vê-se mais na necessidade de vender do que seria desejável acima de tudo porque temos re-investido o que temos e o que não temos em contratações, nem sempre com critério e às vezes «tendo mais olhos do que boca», com a consequência de que o passivo financeiro aumentou imenso na última década resultando em cada vez mais dinheiro «deitado ao lixo» em juros para servir a dívida (andam já acima dos 10M/ano, uma machadada consideravel numa SAD que tem receitas estruturais que não chegam aos 40M/ano). Nós vendemos muito bem, mas o adepto comum não tem a mínima consciência de que também gastamos imenso em compras: só nos últimos 3 anos foram perto de 150M!

Ora se não coloco em causa (a um nível «macro») o modelo genérico de comprar relativamente barato e jovem para vender um par de jóias da coroa todos os anos, estando de total acordo nesse princípio, já coloco em causa em alguns pormenores (ou «pormaiores») na execução desse modelo, e em particular um ênfase desequilibrado no curto prazo e um exagero no número de contratações (peço desculpa mas os jogadores não são de todo como os melões - até porque se fossem, os Man Utds e Reais Madrids deste mundo açambarcavam o mercado comprando aos 20 e 30 jogadores por ano, emprestando os melões podres). Ou seja: penso que podíamos estar algo melhor (o que poderia levar a maiores ambições), mesmo que certamente não estejamos mal.

Em particular penso que devíamos palautinamente (mas de forma gradual) reinvestir um pouco menos durante uns poucos anos, sendo mais criteriosos nas necessidades do plantel, até que o passivo financeiro desça para um nível que faça muito menos danos (em juros); até porque me parece que é um luxo incomportável para um FCP ter várias dezenas de milhões em passes & salários «empatados» no banco, na bancada e em empréstimos, como temos tido em média nos últimos anos. Haveria um bocadinho mais de risco a curto prazo, sim (e daí eu defender que o abate do passivo financeiro não seja à maluca) mas caramba, o dinheiro que se poupava em juros dava para comprar um Moutinho novo todos os anos...

Penso também que temos negligenciado um pouco a formação (um pouco, reitero; não tenho qualquer ilusão de que é um «filão» para ser explorado apenas moderamente e em boa parte para o papel de «actores secundários») e o mercado nacional (os Coentrões, Antunes, Limas e Ghilas custam uma pechincha quando comparados com sul-americanos de valor desportivo idêntico – mas é comprando-os quando estão ainda em clubes pequenos, claro).

Finalmente, penso também que a tesouraria pode ser gerida de forma mais inteligente, muito menos no fio da navalha, de forma que se evite vender % de passes de jogadores com valor seguro para depois as re-comprar por muitíssimo mais (só em James e Moutinho perdemos mais de 10M nessas operações de venda e re-compra).

Na época que agora termina houve uma certa inflexão nesses detalhes de execução tendo havido mais contenção nas contratações, fruto da necessidade (e mesmo assim gastámos mais de 30M). Como se viu, não foi por aí que se perdeu o campeonato (e a haver lacunas agudas no plantel foi muito mais por falta de vontade ou colocar o dinheiro no lado errado do que por falta dele – tendo gasto 33M em passes, não foi certamente por falta de um par de milhões que por ex um Ghilas não veio no Natal). No entanto alguns sinais fazem-me suspeitar que seja sol de pouca dura: para já não entendo que estando nós tão bem servidos de centrais (e nenhum deles perto da reforma, longe disso) se tenha dado prioridade a gastar imensos milhões em mais outro, por muito jeitoso que seja. Por outro lado temos a contratação por baixos valores de jovens promissores como Tiago Rodrigues, o que é encorajante.

A ver vamos, mas espero que a investir forte ($$) neste defeso isso seja feito apenas em posições em que estamos claramente deficitários (extremos em particular) e não onde já estamos bem servidos (pelo menos a titular). E espero também que se use uma % considerável das vendas para abater os empréstimos (na consciência de que, depois de subtrair o que é necessário para cobrir o prejuízo corrente, não sobra tanto dinheiro como isso).

Quanto a ambições, penso que devemos apontar para ir o mais longe possível na LC, certamente para além da fase de grupos - na consciência de que isso depende imenso de quem se for encontrando pela frente. Mas é precisamente através das grandes vendas (usando parte das mesmas para abater o passivo financeiro) que estaremos em melhor condições para sermos cada vez mais ambiciosos.

E se não é um Pinto da Costa (com o CV e credibilidade que tem) que esteja disposto a correr um bocadinho de riscos a curto prazo para colocar o clube em muito melhor condições para o médio prazo, não me parece que vai ser o próximo presidente a fazê-lo, seja ele quem for....

terça-feira, 28 de maio de 2013

Circo Cardozonali no Jamor

1. «Momento muito tenso em Dusseldorf, Luisão aproximou-se do árbitro a reclamar da expulsão de Javi, tendo empurrado o juiz alemão. Temeu-se o pior, pois o árbitro esteve durante alguns segundos deitado no chão sem reação. (...) Os jogadores do Benfica estão todos sentados no banco de suplentes ainda sem saber se o encontro irá recomeçar. Jesus e Javi García vão conversando, ao mesmo tempo que se riem da situação, que, diga-se, foi um pouco caricata.»
in record.pt

A época do slb começou com este “belo exemplo de conduta desportiva”, protagonizado pelo capitão dos encarnados, o qual, num jogo particular disputado em Agosto de 2012, deu uma peitaça no árbitro alemão Christian Fischer, que caiu desamparado no relvado.

Nem percebi que jogador foi. Ia mostrar o segundo cartão amarelo a outro jogador e há ainda dois outros jogadores do Benfica que se colocam no meu caminho. Foi como se tivesse ido contra uma parede. Estou chocado. Nunca me acontecera nada do género em 20 anos de arbitragem.
Nem o jogador, nem o clube pediram desculpa. Pelo contrário.
Christian Fischer

De facto, não só não pediram desculpa ao árbitro alemão, como se riram da situação. E mais, com o apoio da comunicação social do regime e dos comentadores talibans do costume (o que terá dito a benfica TV?), desculpabilizaram a atitude de Luisão e fizeram uma triste campanha contra o árbitro alemão.


2. Em Fevereiro, no jogo Nacional x slb para o campeonato, ocorreu mais um caso de indisciplina grosseira, envolvendo um árbitro e um jogador dos encarnados de Lisboa.
Após ser expulso, por ter pontapeado um jogador do Nacional, Cardozo dirigiu-se de forma agressiva ao árbitro do encontro, tendo, inclusivamente puxado a camisola de Pedro Proença.

(Cardozo e Pedro Proença, Nacional x slb)

Mais uma vez, dirigentes, comentadores e a generalidade dos adeptos do clube do regime, que ainda hoje, passados 20 anos, falam e dão como exemplo um célebre caso envolvendo o árbitro José Pratas e jogadores do FC Porto, uniram-se numa campanha de lavagem, desvalorizando o que todo o país viu, de modo a conseguirem uma pena mínima para o ponta-de-lança paraguaio. E conseguiram, não uma pena mínima, mas que o Conselho de (in)Disciplina da FPF lhe atribuísse uma pena verdadeiramente ridícula, equivalente a um castigo para uma expulsão por dois cartões amarelos: 1 jogo de suspensão!


3. Uns instantes após a conclusão da final da Liga Europa, numa altura em que os jogadores do Chelsea faziam a festa no ArenA de Amesterdão, Enzo Pérez dirigiu-se a Jorge Jesus de forma desabrida, apontando para a marca de canto. A “animada conversa” entre jogador e treinador dos encarnados durou alguns segundos, com o internacional argentino, completamente descontrolado, a agarrar a roupa de Jorge Jesus, que respondeu da mesma forma.

O que fizeram os dirigentes benfiquistas?
Nada.
Mais. Enzo Pérez foi titular no jogo seguinte (slb x Moreirense), disputado no estádio da Luz, tendo sido dos jogadores mais aplaudidos pelos adeptos que estavam nas bancadas da “catedral benfiquista”.


4. E se a época tinha começado em grande na Alemanha, terminou ainda melhor no Jamor.
Mal o árbitro deu por terminada a final da Taça de Portugal, Cardozo dirigiu-se ao seu treinador, puxou-o e, de dedo apontado em riste, acusou-o de ser o culpado da derrota.
Não satisfeito, e apesar das tentativas para o acalmarem, Cardozo ainda deu um encontrão no treinador-adjunto e dirigiu-se ao seu companheiro de equipa André Almeida, fazendo dele um outro alvo da sua ira.
Tudo isto se passou em pleno relvado do Jamor, perante milhares de pessoas, mais os milhões que assistiam atónitos via TV.

Evidentemente, num clube a sério, dirigido por pessoas que impusessem o mínimo de respeito, cenas de indisciplina grave como as que se verificaram esta época, protagonizadas por jogadores que ganham milhões, teriam consequências.
Por exemplo, se a coisa tivesse acontecido no FC Porto, não acredito que Cardozo voltasse a vestir a camisola azul-e-branca e, provavelmente, nem teria saído do Jamor na camioneta da equipa.
Mas, conforme disse o treinador Artur Jorge após ter sido dispensado, o slb é um circo e, por isso, tudo é possível.

P.S. Esqueci-me de dizer que a culpa disto tudo é dos árbitros e do Pinto da Costa…

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Viena, 27 de Maio de 1987: nunca é demais recordar



Faz hoje 26 anos, tal como ontem se cumpriram 9 sobre a vitória de Gelsenkirchen, mas nunca é demais recordar.

A nossa vitória na Taça dos Campeões Europeus de 1987 foi o nosso primeiro êxito europeu, depois de termos sido derrotados na Final da Taça das Taças de 1984. A partir daí vencemos todas as finais europeias em que estivemos presentes, e ainda juntámos a Supertaça Europeia de 1987, além das Taças Intercontinentais desse mesmo ano e de 2004.

Mas um aspecto distingue esta vitória das três que haveriam de seguir-se-lhe. Em Viena, em 1987, claramente não eramos os favoritos, não podendo dizer-se o mesmo de Sevilha 2003, Gelsenkirchen 2004 e Dublin 2011. E a pouco mais de dez minutos do final tudo parecia perdido, até que aqueles dois golpes de génio do grande Rabah Madjer, de que todos nos recordamos, resolveram a questão a nosso favor.

Dessa final recordo a argúcia de Artur Jorge na hora das substituições, lançando os intuitivos Frasco e Juary contra os ponderosos germânicos, que pareciam achar que "já estava no papo"; aquela genial jogada do igualmente genial Futre pelo flanco direito; o grito de vitória do Sousa junto ao arbitro quando este fez soar o apito final; as lágrimas de Pinto da Costa; o entusiástico "egoísmo" do João Pinto, relutante em deixar outro que não ele pegar na Taça; e um Artur Jorge eufórico, ele que nomalmente era um homem bem reservado.

Em Viena em 1987 nasceu o F.C. Porto europeu.




O impacto da venda de João Moutinho

Comecemos com um disclaimer. O negócio da venda de James Rodriguez e João Moutinho é absolutamente brutal. Num mundo em forte crise económica, conseguir 70 milhões de euros de um clube por dois jogadores no mercado europeu é algo só ao alcance dos maiores. E Pinto da Costa pertence a essa categoria. Será ofuscado como negócio do ano pelas eventuais vendas de Neymar, Bale, Cavani ou Suarez. Mas quem conhece bem o mundo do futebol - e foi só ler a imprensa internacional nestes últimos dias - sabe que este é o melhor negócio de todo o defeso. Que só agora começou.

Os números são alucinantes também porque do outro lado está o novo dono do AS Monaco, uma espécie de Abramovich em versão gaulesa. O FC Porto faz milhões à custa destes senhores, estejam na Rússia (Dinamo Moscovo com Derlei, Maniche, Costinha, Thiago Silva; Zenit com Bruno Alves e Hulk), quer estejam em Inglaterra (Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Mourinho, Vilas-Boas). Que agora algum se tenha mudado para a Cote d´Azur é-nos indiferente. O importante é que o dinheiro entre nos cofres do clube e entre fresco. Ao contrário de emblemas como o Atlético de Madrid, fortemente endividados, estes clubes têm cash flow para pagar e pagar uma maior quantia de entrada - óptimo para aliviar os problemas imediatos de tesouraria - e são relativamente fiáveis a médio prazo. Essa realidade permite ter mais dinheiro agora para evitar vender percentagens de passes a fundos e para segurar alguns jogadores também cobiçados no mercado. No primeiro caso, reconheço que a minha Cruzada moral está perdida. O FC Porto vai continuar com esse tipo de negócios com terceiros misteriosos mesmo que tenha 100 milhões de euros no banco, disso tenho poucas dúvidas. Faz parte dos jogos do submundo e quem fica a perder é o futebol. Quanto ao segundo, o de segurar jogadores no plante, leva-me à venda de Moutinho e à sua real importância.


Considero João Moutinho o jogador mais importante do tricampeonato.
Não é nem nunca foi a estrela que tivemos em Falcao, em Hulk e agora em Jackson. Não é um menino-bonito dos alternativos como foram Guarin ou James. Mas é o jogador que faz mover as peças. O Benfica de 63 foi tanto de Eusébio como de Coluna. O Brasil de 70 não teria sido igual sem Gerson atrás de Pelé e todos sabemos que Messi é maior quando se associa a Xavi. Dentro do panorama português, um deserto de soluções criativos  Moutinho era esse equivalente. Não digo que esteja ao mesmo nível desses nomes, mas para o nosso país e para a nossa realidade económica, era o jogador ideal. Entrega absoluta desde o primeiro dia, melhoria de registos estatísticos ano após ano (só lhe aponto um defeito, a falta de eficácia goleadora, importante num médio das suas características) e sentido de liderança. Quando se perdeu Moutinho, na primeira parte em Málaga, a equipa veio abaixo. Na ausência de Falcao e de Hulk continuou-se a ganhar porque estava alguém a impor o ritmo, a pensar o jogo, a abrir espaços e a fazer fluir a bola. Esse alguém era Moutinho. Em 2000 sentimos muito a falta de Zahovic porque Deco ainda não era Deco. Cinco anos depois ao FC Porto faltou o "Mágico" para dar forma ao jogo ofensivo, algo que Diego quase nunca fez. Em 2010 a orfandade de Lucho, desse primeiro Lucho, era mais evidente do que nunca. Sempre que o FC Porto perde um jogador dessas características, sofre. Porque é provavelmente a posição mais dificil de preencher num plantel.

Para 2013/14 o FC Porto tem os seguintes médios no plantel: Steven Defour, Tiago Rodrigues, Carlos Eduardo, Lucho Gonzalez, Marat Izmailov e eventualmente Tozé. Herrera ainda não está oficializado mas é quase certo que venha. Fernando e Castro jogam mais atrás e não entram nestas contas. Destes elementos temos dois muito verdes mas com potencial (Tiago e Carlos), dois "veteranos" cuja condição física pode passar factura ao longo de uma época exigente (Lucho e Izmailov) e Defour, um jogador muito interessante para tapar buracos mas que terá agora de assumir a batuta de lider. Tenho as minhas dúvidas que o faça. Não é Fellaini, não é Witsel e muito menos, não é Hazard, o trio de ases do meio-campo da mágica geração belga. Espero estar enganado. Sobra Herrera, um futebolista que conheço e que vejo mais adaptado ao perfil da posição de Lucho do que, propriamente, para a de Moutinho. De qualquer das formas é outro jogador jovem e habituado a outro ritmo. A outro nível de exigência.

Sendo assim, o FC Porto 2013/14 vai atacar o Tetra e os Quartos-de-Final da Champions League sem o jogador mais importante do seu plantel. Além de ter um verdadeiro oásis na frente de ataque (neste momento o plantel conta com Jackson, Varela e Ricardo, já que Liedson volta ao Brasil e Atsu está de saída), não tem líder nem pensador de jogo. Com Moutinho, em 2010, o FC Porto conseguiu um jogador já feito que pegou directamente na equipa. Precisa de um futebolista desse nível para ocupar o seu vazio. Mas há muito poucos no mercado e menos ainda que queiram vir para Portugal. Dentro do nosso plantel, só Jackson Martinez tinha um estatuto parecido ao de Moutinho porque os golos pagam-se caros e ninguém marcou tantos como ele desde os dias de Jardel. Todos os outros poderiam ter sido vendidos, como o foi James Rodriguez, sem criar demasiados problemas em procurar solução. Reyes será o senhor que se segue na defesa, Ricardo é o sucessor de Varela, Herrera poderá desempenhar o papel de Lucho e apesar da dificuldade em encontrar bons laterais, é na direita e não na esquerda que temos um problema (de rendimento e de saída de mercado). Portanto, a venda de Moutinho pode ter gerado uma mais valia financeira importante - mesmo ignorando as contas apresentadas para dar o mínimo possível ao Sporting, algo com que todos contavam - mas desportivamente é um problema de difícil solução.



Alguns dirão que o jogador queria sair. Não acredito que seja o sonho da sua vida, o mesmo jogador que em Setembro se recusou em sair às pressas para equipas que pagavam bem e jogavam provas europeias. Nestes negócios já sabemos muitas vezes que a vontade dos jogadores chocam com os clubes (ver Hulk) e acabam por partir porque não têm muito remédio (apesar do lucro financeiro real que lhes oferece o negócio). Outros dirão que já estava a entrar numa idade que é para vender, lembrando-me que os adeptos do FC Porto deixaram de o ser para tornar-se em brokers da bolsa do compra e venda quando as acções se movem, esquecendo-se que um balneário precisa de vida própria e durabilidade para ser estável e ganhador. Provavelmente o valor real de mercado de Moutinho não fosse sequer superior aos 30 milhões (o de James andaria nos mesmos valores, pela projecção de futuro e não pelo que fez no último ano e meio, o que significa como mínimo uns 10 milhões de lucro, acrescentados) mas voltamos à velha história de sempre. O que quer ser o Futebol Clube do Porto? Um clube de futebol ou uma empresa? Um clube de futebol com um papel importante na Europa ou um clube de futebol que se limite a limpar o burgo, uma das ligas mais desequilibradas e desinteressantes da Europa? Um clube de futebol que quer aspirar com Vienas, Sevilhas, Gelsenkirchens e Dublins ou que se conforma com cair com os Málagas ou Schalkes do futebol europeu?

O que quer ser, realmente, o Futebol Clube do Porto está escrito neste negócio. Financeiramente somos uma máquina, um exemplo para ser dado nas escolas de gestão. Desportivamente somos cada vez menos ambição, cada vez menos querer e cada vez menos uma equipa que impõe a sua lei e que por isso tem de sofrer até aos suspiros finais de uma liga bipolarizada quando três meses antes deixou a Europa cedo demais para quem tão bons negócios é capaz de fazer!

domingo, 26 de maio de 2013

Conclusão do Dia

Ao ouvir alguns dos presentes no velório televisivo da derrota do Benfica na Final da Taça, dir-se-ia que a culpa é do Artur, que, aparentemente, não sabe jogar com os pés. Eu diria que esse mal se estende ao resto da equipa!

SMS do Dia

Não ganhar a Taça de Portugal até sabe bem quando proporciona momentos como este. Primeiro era o campeonato que estava no papo e que o Kelvin queimou. Depois era o Chelsea que não valia nada e que mostrou a diferença entre jogar e competir. E o Vitória, que ia fazer figura de corpo presente, quê?

PS: Vivi oito anos em Guimarães, uma das cidades mais benfiquistas que conheço. Que tenham sido eles a rematar o ano dourado sabe ainda melhor. Ricardo e Tiago é para incorporar. Continuo a insistir no Paulo Oliveira para quem me quiser ouvir.

O impacto das inscrições na UEFA na formação do plantel

No seguimento do artigo de anteontem do José Correia sobre a formação do plantel, chamo (mais uma vez) a atenção para um factor que a maior parte do pessoal se esquece sempre quando se fala de (eventuais) saídas e entradas: as inscrições na UEFA (Liga dos Campeões).


Só temos 17 vagas livres - o que é extremamente curto, ate' porque:

1. se alguém se lesionar nao pode ser substituido na lista de inscrições até Fevereiro, e
2. em muitos casos é difícil ao treinador decidir já em Agosto quem é que vai dar mais jeito em Outubro ou Novembro.

Para além disso temos 4 vagas para jogadores formados no FCP, e mais outras 4 para formados em Portugal; e uma lista ilimitada de sub21 (se tiverem passado 3 épocas completas no FCP, o que cada vez é menos o caso com os ex-juniores).

Ora do plantel A actual so' Castro e Atsu cumprem a 'formação no FCP', e o segundo bem provavelmente está de saida, sobrando portanto Castro (se ficar) - e possivelmente Abdoulaye Ba, que se não cumpriu este ano 3 épocas antes de fazer 22 anos esteve muito perto disso. 

Curiosamente James cumpriu agora a 3ª época no FCP e antes de fazer 22 anos, o que quer dizer que a partir de agora é considerado como «formado no FCP»... mas a jogar no Mónaco.

Para além disso: com a saída de Moutinho, formados em Portugal temos neste momento Varela e (salvo erro, se não cumpre o critério será por muito pouco) Maicon.

Conclusão: é previsível que do plantel que acabou agora o campeonato, só iremos preencher umas 3 das tais 8 vagas condicionadas (o que seria um recorde pela negativa e condicionando imenso o treinador na LC). Quer isso dizer que estou convicto que a SAD e equipa técnica se irão ver compelidos neste defeso a:

1)     segurar Castro e Abdoulaye no plantel
2)     contratar um par de portugueses para ficar no plantel e não emprestar (por exemplo Licá? Quanto a Tiago Rodrigues duvido que não seja emprestado, mas quem sabe, até pela razão que aqui abordo), e
3)     promover um ou outro que seja prata da casa (emprestado ou da equipa B),  e atenção que por ex Sebá não conta nesta discussão por não ter sido formado no FCP; por exemplo parece-me quase certo que Tozé seja incorporado de vez

...de forma a preencher pelo menos mais 2 ou 3 dessas 8 vagas, chegando a um total de pelo menos cerca de 22 inscrições (mais uns quantos putos na lista B), o que já é muitíssimo mais «gerível».

sábado, 25 de maio de 2013

SMS do dia

Grande jogo! Honra ao futebol alemão! Se tivesse sido uma Final Real Madrid-Barcelona, teria sido uma cena aborrecida e quezilenta, e ainda teríamos de ter aturado, no fim, o Mourinho e sua infindável parlapatice, quer perdesse quer ganhasse, pois se acha a principal estrela da palavra em todo o planeta. Só lamento ver aquele Napoleão de segunda a dar as medalhas.

Moutinho saiu? Chamem o “pronto-socorro”

(jornal O JOGO, 14-05-2013)

Na semana que antecedeu o desafio final em Paços Ferreira, e quando já se sabia que Fernando não ia poder participar nesse jogo (estava lesionado e castigado), o jornal O JOGO publicou um artigo sobre o Defour. Nesse artigo (ver em cima), Defour era apresentado como o pronto-socorro portista da época 2012/13, sendo destacado numa infografia o facto do internacional belga ter sido chamado a jogar em seis posições diferentes (as três posições do meio-campo, ala-direito, ala-esquerdo e defesa-direito). É obra!
E é, também, sinal de três coisas:
- das limitações existentes no plantel que Vítor Pereira teve à sua disposição;
- da polivalência de Defour;
- da confiança que o treinador do FC Porto depositou no número 35 (3+5=8, o seu número preferido) do plantel portista.

Defour ainda não é um jogador de top internacional mas, na minha opinião, é um jogador de qualidade, com uma cultura táctica muito acima da média e, tirando a “loucura” que o afectou em Málaga (obrigando a equipa postista a jogar a 2ª parte quase toda reduzida a 10 jogadores), é um jogador que se tem revelado muito útil.
Estando há dois anos no FC Porto, e tendo sido o 12º jogador do plantel mais utilizado (1308 minutos) no último campeonato, Defour ainda não se afirmou como titular dos dragões, o que é compreensível, se atendermos a que o meio-campo portista era formado por Fernando, Moutinho e Lucho.

Contudo, a saída de João Moutinho para o AS Monaco (o novo “brinquedo” do multimilionário Dmitry Rybolovlev) é uma oportunidade de ouro para o belga se afirmar como titular dos dragões porque, parece-me, ser ele quem está na pole position para ocupar o lugar do melhor médio português da atualidade.

Estou convencido que se o Defour se fixar na posição em que rende mais (na posição 8, que era ocupada por João Moutinho), em vez de ser o pronto-socorro que, por falta de alternativas no plantel, jogou em 5-6 posições diferentes, a tendência será o seu rendimento subir. Dificilmente atingirá o nível do Moutinho, mas tem características semelhantes e poderá aproximar-se.

Falta saber quem serão os outros elementos do meio campo portista para a época 2013/14.
Lucho terá como concorrentes Carlos Eduardo (ex-Estoril) e Izmaylov, mas será que Fernando, que não se cansa de dizer que gostaria de sair (Inter Milão, PSG, ...), acabará por renovar e ficar?
E que futuro está reservado para Castro, Tiago Rodrigues (ex-Vitória Guimarães) e Tozé (equipa B)?
E há ainda o mexicano Héctor Herrera, jogador do Pachuca, que se diz já ter um acordo com a FC Porto SAD desde... Janeiro.


A saída de um jogador do calibre de João Moutinho (a "maçã podre" de Alvalade, lembram-se?) é, obviamente, uma perda significativa em termos desportivos mas, como portista, estou mais preocupado em saber como vão ser colmatadas as carências óbvias que existem no ataque (extremos, avançados e pontas-de-lança) porque, em termos de médios, penso que há matéria-prima suficiente para, na próxima época, o FC Porto voltar a ter um meio-campo forte.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

SMS do Dia

Ó Jorge, nós já te conhecemos há muito - largamente para nosso contentamento. Acaba portanto com este teatro e diz-nos claramente aquilo que já todos sabemos: o Vítor Pereira vai-se embora (e eu não causarei nenhum motim por causa disso! ;-))

Moutinho e James vendidos por 70M

Já é oficial - Moutinho vendido por 25M e James por 45M:


Primeiros pensamentos:

1) Boa sorte para os dois, que a merecem

2) Não vai ser fácil substituí-los. Suspeito no entanto (e um pouco contra-corrente) que será mais difícil substituir  James (mas para isso precisaremos de um modelo de jogo diferente que não dependa de um trinco e 2 médios de transição).

3) Os valores em questão são muito, muito bons, sem dúvida (para mais depois de uma época algo apagada de James); se me tivessem perguntado há um mês, eu teria dito que seria bom vender os dois por um total de 50 e tal milhões.

4) Espero que agora não seja preciso vender mais nenhuma jóia da coroa

5) Quanto dinheiro líquido é que vai sobrar para o FCP? Para além das comissões de intermediação, é certo que o SCP terá a receber 3.5M (25% de 25-11) mas para além disso há a questão dos direitos de formação (em princípio pagos diretamente pelo Mónaco, mas a confirmar) e a situação sobre James é muito confusa, tenho ouvido de tudo na imprensa - o que eu sei oficialmente é que a 31 de Dez tínhamos 55% do passe e em Fevereiro recomprámos (com enorme markup) 35% pelo que em princípio teremos 90% do passe (o que levaria a que 4.5M desta venda tenham que ser reencaminhados para esses terceiros).

6) Espero que hajam garantias sólidas da parte do Mónaco, já que a) não sei se este russo é de confiança (quem sabe, daqui a uns meses cansa-se do «brinquedo» e deixa de continuar a pagar) e b) pelo que tem vindo a público a situação do Mónaco está longe de ser pacífica perante as autoridades francesas. A propósito, pergunto-me que % terá sido paga como sinal, e os prazos do resto.

7) SCP, desculpa lá qualquer coisinha... ;-)

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Uma aposta de alto risco?


"O futuro de Vítor Pereira vai ser de certeza absoluta continuar uma carreira vitoriosa, porque é um homem competente e um conhecedor do futebol. Só não lhe posso dizer se vai ser no FC Porto. Durante a época combinámos falar só quando a época acabasse. Ontem [quarta-feira] almocei com ele e estivemos a analisar a vantagem ou a desvantagem, para ele e para o clube, de ele continuar o trabalho. Ele ficou de pensar e para a semana vamos reunir-nos outra vez para definir. Não há um desacordo de verbas, não é isso. Há uma vontade mútua, mas eu e o Vítor Pereira, para continuarmos o projeto, temos de sentir que há condições para isso."
Pinto da Costa, 23-05-2013, em entrevista à RTP


Já expressei, em vários artigos e comentários, a minha opinião (que é bastante positiva) acerca do desempenho da equipa do FC Porto sob o comando técnico de Vítor Pereira.
Também já disse que, no contexto atual do futebol português e atendendo às restrições financeiras que, previsivelmente, irão afetar o orçamento da FC Porto SAD (e não só) nas próximas épocas, penso que a melhor solução para o futuro imediato da equipa do FC Porto seria a renovação com Vítor Pereira.
Contudo, após a entrevista de hoje de Pinto da Costa, fiquei convencido que Vítor Pereira não irá continuar como treinador principal do FC Porto.

A confirmar-se este cenário (da não continuidade de Vítor Pereira) e partindo do princípio que o próximo treinador será português, naquela que tem sido a opção mais frequente de Pinto da Costa (na linha de António Oliveira, Fernando Santos, Octávio Machado, José Mourinho, José Couceiro, Jesualdo Ferreira, André Villas-Boas e Vítor Pereira, só para falar em treinadores das últimas duas décadas), há várias possibilidades mais ou menos credíveis, nomeadamente:
- treinadores que foram ex-jogadores do FC Porto (Domingos Paciência, Jorge Costa, Pedro Emanuel ou Nuno Espirito Santo);
- treinadores "consagrados" ou que já passaram por clubes grandes (Jesualdo Ferreira, Jorge Jesus, José Peseiro);
- treinadores "emergentes" (Rui Vitória, Paulo Fonseca, Marco Silva).

Dentro deste lote de treinadores, se tivesse de ser eu a decidir, a minha escolha recairia em Paulo Fonseca (Paços Ferreira) ou em Marco Silva (Estoril).


Seria (será?) uma aposta de alto risco, na minha opinião uma decisão ainda mais arriscada que a escolha de André Villas-Boas para suceder a Jesualdo Ferreira (ao contrário de Mourinho e de AVB, quer Paulo Fonseca, quer Marco Silva, nunca passaram pela experiência de serem adjuntos de grandes treinadores em grandes clubes, nem nunca tiveram de lidar com balneários cheios de egos) mas, tal como os investimentos especulativos, quando correm bem os ganhos são muito altos. O pior é quando correm mal...

A táctica do costume…

«Vítor Pereira apostou na táctica do costume, com muita posse de bola, mas criando pouco perigo.»
Rui Moreira, in A BOLA, 17-05-2013


Nas vésperas do último jogo do campeonato, Rui Moreira, um dos mais mediáticos adeptos do FC Porto, comentando em A BOLA a vitória dos dragões sobre o grande rival no jogo do título, voltou a falar, com um indisfarçável enfado, na “táctica do costume”.

Convém dizer que Rui Moreira não está sozinho nas críticas à “táctica do costume”. Como ele, há muitos mais adeptos portistas que partilham o mesmo desagrado deste Dragão de Ouro (Sócio do ano em 2010) em relação ao modelo de jogo adoptado pelo FC Porto de Vítor Pereira, dizendo que este modelo é inconsequente, ineficaz e, em alguns casos, até o acusam de ser defensivo.

Independentemente de discutirmos se, com o plantel existente, o modelo de jogo do FC Porto poderia/deveria ser muito diferente (isso é assunto para outros artigos), será que este tipo de críticas são justas?
Olhemos para os números oficiais do campeonato.

Usando a “táctica do costume”, o FC Porto, após 30 jogos, concluiu o campeonato como vencedor (não é coisa pouca…) e:
- única equipa invicta;
- equipa com mais vitórias (juntamente com o slb);
- com 70 golos marcados (média de 2,33 por jogo);
- com 14 golos sofridos (média de 0,46 por jogo).

Penso que estes factos, por si só, já são elucidativos. Mas, se não quisermos limitar a análise às vitórias, derrotas, golos marcados e sofridos, podemos olhar para outros rankings de aspetos do jogo, que traduzem, ou são consequência, de acções ofensivas e defensivas da equipa.

Equipa com mais remates:
1º) FC Porto, 495
2º) benfica, 475
3º) sporting, 406

Equipa com menos remates consentidos: FC Porto (189)

Equipa com mais cantos a favor:
1º) FC Porto, 231
2º) benfica, 227
3º) sporting, 213

Equipa com menos cantos consentidos: FC Porto (110)

Será por acaso, ou por obra e graça divina, que a equipa do FC Porto chegou ao fim do campeonato na liderança destes rankings?

O gostar ou não gostar de um determinado modelo de jogo, tem sempre algo de subjectivo e eu até compreendo que haja portistas que prefiram a vertigem do modelo do "catedrático". Contudo, analisando todos estes números de uma forma racional, não-emotiva e sem preconceitos, não me parece que os adjectivos mais adequados para classificar o modelo de jogo adoptado pelo FC Porto sejam “defensivo”, “inconsequente” e muito menos “ineficaz”.

P.S. Acerca da “táctica do costume”, vale a pena ler o que disse o treinador do Estoril, Marco Silva, numa entrevista publicada no Record de 22-05-2013:

«Trata-se de uma equipa [FC Porto] muito coesa. Se formos a ver que, em três anos, apenas perdeu um jogo… isso define muito do que é aquela equipa. Acima de tudo, com Vítor Pereira, é uma equipa organizada e forte. (…)
Exerce [a equipa do FC Porto] uma pressão muito forte sobre o adversário, circula muito bem a bola e tem uma reação à perda de bola a todos os níveis fantástica. Só assim se explica como conseguiu ter níveis de posse de bola excecionais esta temporada.»

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O negócio do FC Porto são as vitórias

(Vítor Pereira, Paços Ferreira x FC Porto)

«E o vencedor é...Vítor Pereira. Ganhou por ter a equipa mais consistente e por nunca ter desistido, antes resistido até ao limite e quando tudo prenunciava fracasso. E mais ainda por ter apostado na identidade da equipa como resposta à saída de Hulk, o jogador mais determinante dos campeonatos anteriores. Com os pseudorreforços que lhe deram em janeiro não dava para muito mais na Europa, pelo que ganhou o mais importante que tinha ao alcance. E pela segunda vez, e sem derrotas. Outros - Mourinho, Villas Boas - fizeram melhor, mas ele fez bem e provou que é competente. Quantos o negaram e hoje mordem a língua?

Jorge Jesus é o maior derrotado, mesmo se a época esteve longe de ser má. Num primeiro ano no clube até seria honroso e promissor o que conseguiu: lutar pelo título até ao fim e chegar às finais da Liga Europa (mesmo desprezando a prova) e da Taça de Portugal. Ao quarto ano é curto, e a derrota no campeonato, com a meta à vista e repetindo os erros anteriores (má gestão do grupo e deficientes definição e comunicação de objetivos), é pouco menos que inaceitável. Passado este tempo, Jesus mantém todas as qualidades, e são muitas. O problema é que mantém também os defeitos todos.

Curioso é o facto de o treinador que ganhou poder partir, sem que ninguém exiba um só cartaz na bancada do Dragão a pedir "Vítor fica!", e o que perdeu surja como o redentor indispensável aos olhos de um estádio que na hora da derrota continua a gritar "Glorioso SLB", como se da orquestra do Titanic se tratasse. Em grande parte, os clubes são os seus adeptos, e é a cultura de cada um que aqui se espelha: habituados a grandes vitórias, os do FC Porto são exigentes ao máximo e não se satisfazem em reinar internamente; os do Benfica vivem os traumas de quando os campeonatos acabavam em dezembro e têm o grau de exigência ao nível da indigência. Os do FC Porto consideram que ganham com qualquer um como ganharam com Vítor Pereira. Os do Benfica consideram que só Jorge Jesus lhes permite perder com tanta honra.

Não é só um problema de adeptos, que são diferentes construções de identidade dos próprios clubes: o FC Porto quer sempre ser o melhor, acabar em primeiro, a qualquer custo; o Benfica satisfaz-se em ser o "maior", em número de sócios, nas audiências, nas receitas. Em Janeiro, o FC Porto contrata jogadores, e se não melhora a equipa pelo menos demonstra ambição; já o Benfica dispensa jogadores e não preenche as lacunas evidentes no plantel. Nos últimos anos, e sem tirar mérito à boa gestão de Luís Filipe Vieira (que tem dado ao treinador um plantel que permite lutar com o rival), há uma diferença que resume tudo e explica muito: o negócio do FC Porto são as vitórias e as vitórias do Benfica são os negócios
Carlos Daniel
Diário de Notícias, 22-05-2013


As simpatias clubisticas do jornalista Carlos Daniel são bem conhecidas e, por diversas razões, eu já várias vezes o critiquei ao longo dos últimos anos. Contudo, em relação a este seu artigo de opinião, publicado no Diário de Notícias de hoje, identifico-me totalmente com a apreciação que faz ao trabalho de Vítor Pereira e Jorge Jesus. E, vinda de um benfiquista, a análise fria efectuada à cultura e aos adeptos dos dois clubes é a cereja em cima do bolo. Chapeau!

Nota: A escolha das fotos e os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Campeões com um plantel curto


Toda a gente sabe qual foi o onze base do FC Porto na época 2012/2013:
Helton (2684 minutos)
Danilo (2469), Otamendi (2610), Mangala (2016), Alex Sandro (2137)
Fernando (1926), Moutinho (2384), Lucho (2306)
James (1740), Jackson (2684), Varela (1623)

Destes onze jogadores, apenas três têm menos de 2000 minutos de utilização no campeonato e, no caso do Fernando e do James, não é especulação dizer que os minutos a menos se devem, essencialmente, às lesões que tiveram.

De notar que, para além do onze titular, há apenas mais dois jogadores com uma utilização significativa, na casa dos 1000 minutos: Defour, o 12º jogador, com 1308 minutos distribuídos por 25 jogos; Maicon, com 986 minutos em 15 jogos.

(Utilização no campeonato, jornal O JOGO)

Evidentemente, houve outros jogadores que deram o seu contributo em diversos jogos (por exemplo, Atsu e Castro participaram em 17 jogos) e alguns foram mesmo “heróis” (Kelvin marcou 3 golos decisivos em apenas 162 minutos de utilização), mas penso que não será um grande exagero dizer que o FC Porto foi campeão com um “plantel de 13 dragões”.

Penso que isto reflecte uma tendência para os próximos anos: um plantel qualitativamente mais curto (jogadores como Lucho, Moutinho, James ou Jackson terão sempre ordenados muito elevados para a realidade do futebol português), com jogadores polivalentes (ex: Mangala e Defour), o qual será completado com a “prata da casa” (ex: Castro, Abdoulaye, Atsu) e da equipa B (ex: Kelvin, Quinones, Sebá, Tozé).

Veja-se o que aconteceu esta época. Se é verdade que para o meio-campo havia várias soluções de qualidade - Fernando, Moutinho, Lucho, Defour, Izmaylov (a partir de Janeiro) -, na defesa não havia alternativas directas para os dois laterais titulares (Danilo e Alex Sandro) e, pior ainda, o plantel tinha apenas três soluções óbvias para constituir o trio de ataque.

De facto, Atsu, entre lesões e um mês e meio na CAN, destacou-se mais pelas muitas noticias de que irá sair para Inglaterra e por não ter aceite a proposta de renovação que a SAD lhe fez, do que pelas exibições dentro do campo.
Kelvin e Sebá são extremos que poderão ter futuro no futebol de alta competição mas, obviamente, ainda não reúnem o binómio qualidade + maturidade suficiente para serem titulares num clube com as exigências do FC Porto.
E dos pontas-de-lança alternativos a Jackson (Kléber e Liedson) é melhor nem falar.

Mas isto não é uma equação fácil. De um lado iremos ter as restrições financeiras da SAD e do outro a vontade de dirigentes e adeptos em manter uma equipa competitiva, a nível nacional e europeu (há adeptos portistas que já não se contentam em ser campeões nacionais sem derrotas e chegar aos oitavos final da Liga dos Campeões!), o que exige um plantel de qualidade e sem as lacunas óbvias que tinha o desta época.

Tenho poucas dúvidas que, na melhor das hipóteses, o orçamento das próximas épocas irá manter-se no valor actual (penso que a tendência será diminuir) mas, para elevar a qualidade global do plantel, será necessário ser mais criterioso na escolha dos titulares (por exemplo, em vez de gastar 18 milhões de euros numa estrela como Danilo, faz mais sentido investir esse dinheiro na contratação de dois ou três bons jogadores) e das alternativas aos habitualmente titulares (pelo mesmo dinheiro é bem mais segura a aposta num Lima do que num Kléber).

A festa do “clube regional”

Um “FC Porto em fim de ciclo”, com uma “estrutura dirigente caduca” e um “treinador incompetente”, selou a conquista do sétimo campeonato dos últimos oito anos. Nada mau…

Mas, o que me deixou mais surpreendido, foi ver e ler as notícias da festa portista de norte a sul do país, passando pelas ilhas e pelos países da diáspora portuguesa.

Então não é verdade que só há meia-dúzia de portistas, concentrados no Porto e arredores?

«Em Cabo Verde, a vitória foi festejada um pouco por todo o arquipélago, mas a festa rija decorreu na Terra Branca, “feudo” dos “dragões” da capital do país. Ao som da “Pronúncia do Norte”, “We Are The Champions”, dos Queen, e do hino oficial dos portistas, saídos de potentes altifalantes, a rotunda da Terra Branca, que liga a estrada para a Cidade Velha e a Achada de Santo António, entupiu com dezenas de automóveis, que buzinavam, e de adeptos, que apitavam, cantavam e dançavam.»

(Festa em Lisboa, 19-05-2013)

«A Casa do Futebol Clube do Porto, em Luanda, foi domingo pequena para receber as dezenas de sócios e adeptos dos “dragões” (…) Criada oficialmente em 1999, a Casa dos Dragões em Angola começou a encher-se muito antes da hora do jogo com o Paços de Ferreira e ninguém escondia a confiança na revalidação do título. (…)
Vamos ser campeões, de certeza”, disse o presidente da direção da Casa, Agostinho Rocha, sócio desde 1976, empresário luso-angolano nascido em Luanda, popularmente conhecido por Rochinha. Entre os assistentes, o provedor de Justiça de Angola, Paulo Tjipilica, vice-presidente da Assembleia Geral da Casa do FC Porto, sócio dos dragões desde o tempo em que viveu em Lisboa. (…)
Dos três “grandes” do futebol português, o FC Porto é o único com representação em Angola, com a Casa do FC Porto, e os títulos ganhos nos últimos anos começam a ter correspondência nas preferências clubísticas, ameaçando numericamente o Benfica, ainda o mais popular no país, enquanto o Sporting é também em Angola o terceiro na lista das preferências.»

(Festa em Viseu, 19-05-2013)

«Centenas de adeptos do FC Porto festejaram no domingo, brevemente, a conquista do campeonato português de futebol, nas ruas de Maputo, onde, antes, a maior circulação de símbolos vermelhos do Benfica parecia justificar a sua toponímia revolucionária.»

(Festa em Braga, 19-05-2013)

«No Canadá, os festejos do 27.º título de campeão nacional do F. C. Porto foram sentidos em Toronto, a cidade canadiana onde existe maior número de portugueses e de luso-descendentes, principalmente em zonas comerciais. Antes do início dos encontros do Porto com o Paços de Ferreira e do Benfica com o Moreirense, era possível encontrar-se adeptos de ambos os clubes, equipados a rigor, nas ruas da cidade, como a Dundas, a College e a Rogerse St. Clair, onde os bares começavam a ficar lotados. (…) Num estabelecimento, que se encontrava praticamente cheio de adeptos tanto do FC Porto como do Benfica (…). Os portistas, que estavam em maior número, cantaram efusivamente “O Porto é campeão”, assim que terminou o jogo.»

(Festa no Funchal, 19-05-2013)

«Em Londres, a conquista da Liga pelo Porto foi celebrada com gritos e aplausos no café Estrela, em Stockwell, um dos locais mais populares para o acompanhamento de jogos de futebol, e com buzinadelas na South Lambeth Road.
Este foi um dos melhores campeonatos de sempre”, exclamou, num português irrepreensível, Jaz Izzouguene, um argelino portista, com uma camisola do clube azul e branco vestida, adepto do Futebol Clube do Porto “desde os anos 80, do tempo do Madjer”»

(Festa em Coimbra, 19-05-2013)

«Em Bruxelas, os adeptos do F. C. Porto fizeram-se ouvir, durante alguns minutos, no bairro de Flagey, onde residem muitos emigrantes portugueses, celebrando a conquista do campeonato com buzinadelas, junto a cafés de origem nacional.»

(Festa em Bruxelas, 19-05-2013)

Fonte: Agência Lusa

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Campeão voltou. Obrigado FCP !


Depois de uma entusiasmante vitória na penúltima jornada, carimbamos o título de campeão nacional. Foi a cereja em cima do bolo. Quem havia de dizer que, depois de alguns falhanços, de um futebol que foi desinteressante em algumas jornadas, das dúvidas sobre o valor do plantel e da equipa técnica e, batendo-nos contra um adversário que jogou como nunca, ganhava como sempre e foi o principal candidato a ganhar tudo, conseguíssemos chegar à frente, apesar de um futebol soporífero e deprimente, como gostam de dizer os comentadores. O SLB morreu na praia, perdendo como habitualmente, apesar dos óscares prometidos, até quase ao fecho da competição. Aí, no palco da verdade, quedaram-se pelos prémios muito secundários como dos efeitos especiais e do guarda roupa. E perderam no confronto directo, como sempre.

O FCP no jogo com o Paços foi a equipa segura do costume e com as dificuldades habituais na última fase de construção. A defesa esteve bem, Danilo nem tanto; no miolo: Lucho, Moutinho e Defour estiveram diligentes, James mais posicionado na posição 10 esteve longe do que pode, apesar de alguns bons lampejos e Varela foi o mais activo dos jogadores do FCP e o melhor em campo. Martinez acabou em perda, apesar de mostrar que a excelência mora lá e é o jogador mais valioso do FCP. Ontem, como em jogos anteriores, faltou ao FCP intensidade atacante que faz os sonhos de todos. A posse foi o modelo seguido e defendeu-nos melhor do que nos lançou para o golo e para a criação de um sufoco ofensivo que raramente fomos capazes de construir.

 Com um primeiro golo saído de uma grande penalidade por falta cometida fora da área e que só pôde ser confirmada depois de muitas repetições e nem sempre com a tomada de imagens totalmente clarificadoras, abriu-se o caminho para a vitória e para o título. Escreveu-se direito, por linhas tortas. Considero que depois do golo e até ao final do primeiro tempo jogámos a um ritmo demasiado baixo, tendo em conta que o adversário estava com um elemento a menos. O segundo golo matou o jogo que se manteve "vivo" em função de uma outra jogada interessante e pelo nervoso miudinho que acompanha fatalmente este tipo de jogos decisivos que tende em muitas situações a ser aborrecido porque ganhar e perder acontece frequentemente, da forma mais surpreendente e fatal. Que o diga o SLB que jogou como nunca e perdeu como sempre, no Dragão e em Amesterdão.

Acabou o jogo e o campeonato, seguiram-se os festejos. Soube bem a vitória, mas a euforia foi vivida na jornada anterior. Foi aí, no confronto directo que demonstramos que o SLB entra borrado quando se bate com o FCP. E essa desvantagem é que os põe em fúria, o que me dá muito prazer. Ontem, foi o epílogo de uma vitória anunciada, apesar de algum frisson e mil boatos.

Depois do título maior, vai seguir-se o choradinho habitual do adversário directo e sus muchachos. Estamos habituados e vacinados. A próxima época é já a seguir e não sabemos com o que vamos contar. Espero que o nosso presidente decida bem, o que que costuma fazer com critério. Obrigado FCP.

 

A festa do TRI











fotos: +FC Porto