sábado, 30 de abril de 2011

Goleadores azuis-e-brancos na UEFA


Com o “poker” alcançado frente ao Villarreal (o primeiro da sua carreira), Radamel Falcao atingiu os 20 golos nas competições europeias – 4 na Liga dos Campeões da época passada e 16 na Liga Europa desta época (contabilizando o golo marcado ao Genk no play-off) –, e ultrapassou uma dupla de goleadores míticos, Fernando Gomes e Mário Jardel (ambos com 19 golos), tornando-se o melhor marcador de sempre do FC Porto nas provas da UEFA.

Quem diria, em Julho de 2009, que um colombiano vindo da Argentina para substituir Lisandro Lopez iria, em tão pouco tempo, revelar-se um ponta-de-lança deste calibre?
Talvez o Hugo Mocc que, em Maio de 2010, classificou Falcao como o segundo melhor avançado centro da era Pinto da Costa (1982 - 201...).

Se para o ano continuar a vestir a camisola azul-e-branca (algo quase impossível, mas vamos ter esperança), é bem provável que El Tigre coloque a fasquia em números impensáveis.

O Novo Mourinho?? NÃO!!!


Claro que todos conhecemos a propensão da Comunicação Social portuguesa para o chavão fácil, o raciocínio preguiçoso e o elogio barato e traiçoeiro. E também todos sabemos (ou já devíamos saber) que Portugal, ao contrário do que se pensa, não é um país católico, mas sim, essencialmente, um país de hindús (com o devido respeito pelos seguidores dessa religião), onde certas vacas sagradas são alvo de histérica veneração. Mas nós, portistas, que tanto clamamos contra esse estado de coisas, devíamos fazer um esforço (e muitos de nós fazêmo-lo) para remar contra a maré.

Um dos tais chavões, que começa irritantemente a ser repetido, é de que André Villas Boas seria "o novo Mourinho" (isto depois de uma baldada e ridícula campanha para dar esse epíteto ao Jorge Jesus). E eu pergunto: qual a base dessa afirmação? O ter sido seu colaborador durante vários anos? O seu sucesso precoce? As suas "bocas"?

Faço regredir o calendário ao dia da apresentação de André Villas Boas como treinador do F.C.Porto. Posto perante essa mesma questão, Villas Boas fez questão de salientar que estaria mais próximo de Sir Bobby Robson que do auto-denominado "Special One". E, de facto, o modo como joga a equipa do F.C. Porto parece confirmar essa auto-avaliação de Villas Boas. O seu "adn" futebolístico indica-lhe que para a frente é que é o caminho, e não o calculismo tacticista.

Muito provavelmente, nem André Villas Boas, nem Sir Bobby Robson teriam sido capazes de eliminar o Barcelona nas meias-finais da Liga dos Campeões da época passada. Só mesmo um indivíduo "futebolisticamente cínico" como Mourinho teria sido capaz de jogar tão declaradamente à defesa, prescindindo quase que completamente de jogar à bola para atingir os seus fins. Dir-me-ão: mas conseguiu o que queria! Pois claro, para os adeptos do Inter isso era o mais importante, e que se lixassem os lirismos dos puristas. Mas para a esmagadora maioria de neutros que viu esse jogo, aquilo só pode ter representado a mais aberrante negação do futebol que algum dia se viu. O Prof. Neca (sem menosprezo) teria possivelmente sido capaz de igual façanha naquele dia. Ah, e convém não esquecer que José Mourinho foi o inventor - em sentido pejorativo - da famosa expressão do "autocarro à frente da baliza", o que não o impediu de colocar um de dois andares nesse dia na área do Internazionale.

Transportemo-nos agora para as meias-finais da Taça de Portugal recentemente jogadas na Luz. Será que o "Especial" teria sido capaz de dar a volta ao resultado da eliminatória? Em vez de especular, prefiro relembrar uma eliminatória da Liga dos Campeões, há uns anos atrás, em que Mourinho, à frente do Chelsea, e em desvantagem após a primeira mão em casa, se apresentou em Camp Nou à defesa e de lá saíu apenas com um empate (conseguido com um penalty inexistente). E aquele Barcelona não era o actual Barcelona de Pep Guardiola, mas uma muito menos inspirada e mais previsível equipa. Pois atrevo-me - sem grande risco de contradita, acho eu - a afirmar que, com Mourinho, muito dificilmente o F.C. Porto teria dado a volta a esta eliminatória da Taça de Portugal. Teria ido jogar na expectativa, até era capaz de ter ganho o jogo por um golinho, assim salvando a face, mas o rasgo ter-lhe-ia faltado.

Por outro lado, e exceptuando o genial Lionel Messi, não me parece que a equipa do Barcelona seja assim tão superior à do Real Madrid, pelo que, se calhar, a diferença essencial nos confrontos entre as duas esteja nos treinadores. Não tenho dúvidas que, se sentássemos Guardiola no banco madrileno e Mourinho no catalão, os jogos seriam completamente diferentes, e, se calhar, mais equilibrados.

Com Mourinho à frente do exército britânico, os alemães teriam decerto ganho a Segunda Batalha de El Alamein.

E temos ainda o aspecto, nada despiciendo, diga-se, do "discurso". Por onde passa, José Mourinho deixa um inevitável rasto de antipatia, pelas suas constantes provocações, maus-humores e piores perderes (abra-se uma excepção para os ingleses, que levam mais de um século disto, e sabem colocar o personagem - por quem têm a simpatia de quem aprecia o teatro burlesco - no devido lugar, não o levando inteiramente a sério). Chega ao cúmulo de, como treinador do Real Madrid (que está para o futebol espanhol quase como Muammar Al-Kaddafi para a política líbia) se queixar de perseguições e prejuízos constantes. E ainda na 4ª feira tivemos direito a mais uma deprimente exibição da lamentável verborreia .

E nesta coisa do "discurso" há uma de que o "Special One" ou "Lo Speziale", ou como lhe queiram chamar, não se livra: a sua má-vontade para com o F.C. Porto desde que de cá saíu. Enquanto que, por exemplo, faz profusas declarações de amor ao Chelsea (não se brinca com a a Mafia russa, é um facto), ignora o F.C. Porto ou chega mesmo a tecer comentários depreciativos às escolhas técnicas do clube (como fez em relação a Jesualdo Ferreira e, mais gritantemente, André Villas Boas). Sabemos que, em privado, e após ter ganho a Liga dos Campeões com o Inter, agradeceu a Jorge Nuno Pinto da Costa a oportunidade que lhe deu ao escolhê-lo para treinador do F.C.Porto, mas em público, cioso do seu estatuto "unanimista" no futebol português, não se atreve a elogiar a mão que um dia lhe deu de comer, talvez para não prejudicar a sua ambição de um dia treinar a Selecção Nacional. Frontalidade?? Apenas sentido apurado da oportunidade, mau feitio, e um óptimo conhecimento da psiché nacional, isso sim.

Em todos os aspectos e mais alguns, André Villas Boas não é - e ainda bem - o novo José Mourinho. E, além do mais, e tal como Artur Jorge antes dele, André Villas Boas é dos nossos. E até demonstra gostar de futebol.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Nas bocas do Mundo


A comunicação social espanhola esteve, naturalmente, interessada no FC Porto x Villarreal, mas nos restantes países europeus e na América latina, os media também estiveram atentos e não pouparam nos adjectivos, com particular destaque para Radamel Falcao. Alguns exemplos:

«Falcao coule le Sous-Marin jaune»
L'Equipe (França)

«Falcao devasta il Villarreal»
La Gazzetta dello Sport (Itália)

«Falcao faz quatro gols, Porto goleia e se aproxima da final»
Gazeta Esportiva (Brasil)

El Messi colombiano
Olé (Argentina)


«No hay nada que hacer. Falcao García es un goleador de raza; (…) Y como el goleador lo es sin importar a donde vaya, en Porto lo disfrutan mientras pueden porque ya se han alzado voces de equipos grandes de Europa para preguntar por el nacido en Santa Marta (…) Se habla de España, de Inglaterra y de Italia, las tres mejores ligas del mundo. Es un orgullo y además muy justo para un hombre que a fuerza de talento, humildad y categoría quedará en la historia del Porto y seguirá haciendo historia a donde vaya.»
El Periodico Deportivo (Colômbia)


Nota 1: A Liga dos Campeões é uma grande montra para clubes, treinadores e jogadores, mas é notório que o trajecto extraordinário do FC Porto na Liga Europa desta época também não tem passado despercebido.

Nota 2: Ontem, no Dragão, estiveram emissários (observadores) de seis clubes ingleses - Manchester United, Chelsea, Arsenal, Tottenham, Liverpool e Everton - e ainda da Juventus, Bayern Munique, Real Sociedad e Celta de Vigo.

Show mediático de André Villas-Boas

Não consegui ver a totalidade da conferência de imprensa que André Villas-Boas deu após o jogo de ontem (parece que durou mais de 30 minutos!), mas a parte que televisionei (na RTP-N e Porto Canal) incluiu perguntas de jornalistas e respostas do André em quatro línguas: português, espanhol, inglês e italiano.

Há outro treinador poliglota que, nem sempre pelas melhores razões, também costuma dar show nas conferências de imprensa. Agora não me estou a lembrar do nome, mas não é o Jorge Jesus…

FC Porto x Villarreal visto de Espanha



«El 5-1 final deja al Villarreal muy tocado, con muy pocas opciones para el partido de vuelta, que jugará en casa, víctima de un equipo que exhibió todo el poderío ofensivo que le ha llevado a lograr una temporada prácticamente impoluta en Portugal»
Sport

«El segundo tanto del Oporto dejó absolutamente grogui al Villarreal»
Mundo deportivo

«aunque el 5-1 final sepulte cualquier otra consideración, lo cierto es que el Submarino tuvo llegadas para hacer más goles pero pagó muy caro el contar con una defensa endeble, con tres canteranos, demasiado para soportar la avalancha que se les vino encima cuando el Oporto olió sangre y fue a devorar a su pieza»
As

«la diferencia física de ambos equipos fue tan abismal como el resultado»
Marca

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Voemos, pois


Já não há palavras.

O FC Porto continua, incrivelmente, a surpreender em cada jogo. Quando se julgava que mais e melhor era impossível, eis a resposta nas asas de Falcao.

Ele voa e nós voamos com ele.

Também Guarín é de uma garra invulgar e está a fazer uma época brutal, nunca deixando que os nossos sonhos morram. Hoje, mais uma vez, foi nele que tudo recomeçou a fazer sentido outra vez.

Villas-Boas continua a transportar-nos para uma dimensão superior de futebol e nós, alegremente, vamos atrás dele nesta gloriosa aventura.


A pergunta que devemos começar a colocar em cima da mesa é se não estaremos todos a assistir ao melhor FC Porto de sempre, com o devido respeito aos grandes senhores de 1984, 1987, 2003 e 2004.

A haver justiça, esta taça já nos deveria ser entregue por antecipação, tal a nossa superioridade ao longo de toda a prova.

Infelizmente, ainda teremos que provar, uma vez mais, e pela enésima vez esta temporada, que somos superiores a todas estas equipas que entraram na edição deste ano.


Estaremos sempre sujeitos a que, num dia mau para o nosso lado, o futebol cometa uma injustiça. Mas, como se viu, estes nossos craques não vão em fatalismos.

O perigo invisível


O Pedro Vale já escreveu um artigo sobre as características do “submarino amarelo”, onde chama à atenção para a valia de vários dos seus jogadores - Nilmar e Cicinho (internacionais brasileiros), Marchena, Joan Capdevila, Santi Cazorla e Marcos Senna (internacionais espanhóis) e a estrela Giuseppe Rossi (internacional italiano) – e para o facto de o Villarreal estar a conjugar um bom campeonato (o 4º lugar e o consequente acesso à pré-eliminatória da LC está quase garantido), com um excelente desempenho em termos europeus (para além de ter esmagado o Twente FC, líder do campeonato holandês – de notar que o PSV é o actual terceiro classificado… –, já deixou pelo caminho os segundos classificados da Serie A e da Bundesliga).


O Villarreal eliminou o Nápoles e o Leverkusen, teve uma fase de grupos com qualidade enorme, eliminou o Twente, portanto estamos a falar de uma equipa que se apresenta como um desafio máximo. É uma final antecipada
André Villas-Boas, 19/04/2011


Estou de acordo com a opinião do treinador do FC Porto, mas à valia indiscutível do “submarino amarelo”, acrescento aquilo que designo por perigo invisível (um pouco à semelhança dos submarinos alemães na II Guerra Mundial).

1. Angel María Villar Llona, presidente da Real Federación Española de Fútbol, é também terceiro vice-presidente da UEFA, bem como, presidente dos Comités de Arbitragem da UEFA e da FIFA.

2. Howard Webb é um árbitro profissional, considerado pela UEFA e FIFA um dos melhores da actualidade, tendo sido nomeado para as finais da última Liga dos Campeões e do Campeonato do Mundo. Contudo, isso não o impediu de em Fevereiro passado, ter protagonizado uma arbitragem miserável no FC Porto x Sevilha, a qual contribuiu para quase inverter o destino da eliminatória, de modo a que a equipa espanhola continuasse em prova.

3. Em resposta ao recurso apresentado pelo FC Porto, a UEFA manteve a suspensão de dois jogos a Álvaro Pereira, na sequência do cartão vermelho que lhe foi exibido por Howard Webb no jogo com o Sevilha, da segunda-mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa.
Tudo depende do que o árbitro escreve… E ele escreveu que o Álvaro é um jogador agressivo, que esteve alterado durante todo o jogo. Isso é uma barbaridade”, afirmou André Villas-Boas.

4. «De acordo com um estudo realizado em 2010, a organização da final - a cargo da federação irlandesa de futebol - previa uma audiência global de 40 milhões de telespectadores e a visita de 40 mil turistas/adeptos que se deslocariam de propósito a Dublin. O impacto da final para a economia local rondaria os 30 milhões de euros. A eliminação do Liverpool - clube com muitos adeptos em Dublin e ligações históricas à Irlanda - provocou um enorme rombo nestas previsões e expectativas dos organizadores. A ausência de outras equipas de grandes mercados televisivos continentais como o PSG, Bayer Leverkusen, Estugarda ou Manchester City causou novas dores de cabeça.»
Paulo Anunciação, O Jogo

5. “Existe a sensação de que um duelo ibérico entre Benfica e Villarreal daria maior dimensão europeia [à final] e é certamente a preferência em termos de audiência televisiva. Estive presente na cerimónia de entrega do troféu [à cidade de Dublin] e a sensação generalizada é a de que seria melhor não ter uma final entre duas equipas do mesmo país. Existe alguma preocupação no seio da organização perante a possibilidade de a final do dia 18 de Maio ser um assunto entre dois clubes do mesmo país
Emmet Malone, jornalista do diário The Irish Times, em declarações a O Jogo

6. Nilmar e Cazorla, dois dos principais jogadores do Villarreal, foram acusados pela UEFA de conduta imprópria por, no jogo da 1ª mão dos quartos-de-final com os holandeses do Twente, terem forçado a mostragem de um cartão amarelo, de modo a completaram uma série de três e cumprirem o respectivo castigo no jogo da 2ª mão, limpando o cadastro para o resto da competição.
Nota: Já esta época, Sérgio Ramos e Xabi Alonso (jogadores do Real Madrid) foram penalizados pela UEFA pelo mesmo motivo, sendo obrigados a cumprir novo castigo no jogo seguinte.

7. A UEFA considerou que ficou provado que Nilmar e Cazorla forçaram a mostragem de cartões amarelos, mas decidiu apenas multá-los. O comité rejeitou suspender os jogadores, que podem assim alinhar frente ao FC Porto na primeira-mão das meias-finais, no Estádio do Dragão.

8. «[Uma final da Liga Europa] Benfica-FC Porto seria a garantia de estádio cheio, mas também de muitas preocupações com a segurança já que a maior parte dos jogos recentes entre as duas equipas foram manchados por escaramuças entre os adeptos rivais»
Emmet Malone, The Irish Times (20-04-2011)


Não quero entrar em teorias da conspiração, mas os factos anteriores não são invenção e falam por si.

Por tudo isto, estou convencido que para eliminar os espanhóis da Villarreal e estar na final de Dublin (contra outra equipa portuguesa), não vai chegar ao FC Porto ser melhor que a equipa do país campeão da Europa e do Mundo. Terá, seguramente, de ser muito melhor.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Campeões também em Juniores A


O FC Porto venceu hoje à tarde a Naval na Figueira da Foz (0-3) e, quando ainda faltam duas jornadas para o final do campeonato, os dragões já são matematicamente campeões nacionais de Juniores A, recuperando um título que não conquistavam desde 2006/07 (o SCP venceu os últimos três campeonatos).

É o 20.º título do FC Porto em juniores (sub-19), tendo sido ganho com enorme brilhantismo - 11 vitórias nos 12 jogos da fase final já disputados.

Em declarações ao site do FC Porto, o treinador Rui Gomes chamou à atenção para o facto desta geração de jogadores, nascidos em 1992, ser tricampeã, porque repete os títulos obtidos nos escalões sub-15 e sub-17.

Ao contrário do habitual, o próximo jogo em casa (domingo, frente ao Gondomar) irá ser no Estádio do Dragão e não no Olival.

Parabéns aos novos campeões e espero que, até por uma questão de estímulo, um deles possa fazer parte do plantel principal da próxima época.

Foto: record.pt

Também alguma angústia



Do modo que as coisas actualmente se apresentam, a nossa até agora muito bonita participação na Liga Europa pode, bem vistas as coisas, tornar-se num motivo para alguma angústia.

Passo a explicar: encontramo-nos numa clara situação de tudo ou nada. Não existe meio-termo de agora em diante.
Ou ganhamos o caneco e, assim sendo, melhor época do que esta seria impossível ou, então, existem grandes probabilidades de acontecer algo que pode doer muito.
E tudo isto devido ao modo como as meias-finais ficaram alinhadas.

Ora, sabendo que nos cruzaremos com a equipa mais forte e os outros dois representantes lusos jogarão entre si, com favoritismo para os de Lisboa, não tanto por serem muito superiores ao Braga mas sim pela fortíssima pressão que a comunicação social lisboeta seguramente provocará (à qual, julgo, os minhotos não conseguirão resistir), teremos então as seguintes hipóteses, todas elas angustiantes:

1 - Se formos já eliminados pelo Villarreal (hipótese que terá sempre de ser colocada em cima da mesa), pode depois suceder que, para nossa vergonha, estes percam na final para uma equipa portuguesa. Seria duplamente deprimente.

2- Jogamos contra o Braga na final.
Mas que raio de final “europeia” será esta? Mais parecerá uma qualquer final do Jamor.
Além disso, teremos muito mais a perder do que a ganhar em tal cenário. Quem perdoaria uma derrota? Aos olhos da Europa então, seria uma verdadeira hecatombe, tal o enorme favoritismo que, à partida, nos seria atribuído.

3- Jogamos com o slb na final e perdemos. Nem será preciso escrever uma única linha sobre o que sucederia em tal caso. Será algo que nos marcaria para a eternidade. Seria, pois, uma final de muitíssima responsabilidade. Exagerada mesmo. Principalmente pela brilhante carreira do nosso clube nesta temporada, a qual, a haver justiça, dispensaria a apresentação de mais provas da nossa superioridade.

Como disse, esta Taça Europa, que tinha tudo para nos fazer felizes, por factores vários chegou a um ponto delicado, muito em função da estranhíssima chegada de tantas equipas portuguesas a esta fase adiantada da prova.

Tratar-se-á mesmo de algo positivo para o nosso lado? Muita gente preferia jogar contra equipas estrangeiras apenas...
Por alguma coisa lhe chamam de Liga Europa.

Que Alívio!


Na 5ª feira vamos poder ser contra o Benfica numa prova europeia sem sermos automaticamente apodados de traidores à Pátria.

O nacional-patrioteirismo é, de facto, um fenómeno repulsivo, que bem caracteriza quem o usa.

Já o Dr. Samuel Johnson dizia que "o patriotismo é o último refúgio dos patifes" (e, com isso, obviamente, não pretendia criticar o patriotismo).

Na imagem: defenestração de Miguel de Vasconcelos, provavelmente adepto do Benfica e do Real Madrid (1 de Dezembro de 1640) .

terça-feira, 26 de abril de 2011

Eles não brincam em serviço


«João Coutinho, vice-presidente das águias para as modalidades, confessou a Record que (…) tinha telefonado a José António Silva dando conta ao “seu” treinador que o grande objectivo da época do clube é mesmo a conquista do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, ainda mais importante do que vencer a Taça Challenge»
in record.pt


«Aproxima-se uma semana crucial para a equipa da Luz que, após o regresso da Sérvia [Taça Challenge, jogo com o Partizan Belgrado], jogará em casa do FC Porto a sexta jornada da fase final (total de 10). E para o clássico, que poderá ser o jogo do título, o Benfica poderá contar com João Lopes e David Tavares, já que não foram castigados pelo Conselho de Disciplina na sequência dos cartões vermelhos directos que viram na recepção ao Sporting [5ª jornada da fase final].»
in O Jogo


A meio dos 10 jogos da fase final e após já ter jogado na casa do slb, SCP e ABC, os dragões lideram a classificação com 42 pontos, mais dois que os encarnados. Deste modo, o FC Porto x slb de amanhã (27/Abr, 19h30), envolvendo os dois primeiros classificados, será decisivo e eles (slb e Federação Portuguesa de Andebol) sabem-no. Daí, que não tenha ficado minimamente surpreendido com a decisão do Conselho de Disciplina da FPA. Vem na linha da arbitragem do slb x FC Porto, onde o rigor extremo dos árbitros, particularmente em relação aos jogadores portistas, foi algo nunca visto em Portugal.

Perante tudo aquilo que se tem passado nesta fase final, não tenho dúvidas de que só com muito suor e concentração é que o FC Porto conseguirá chegar ao Tri-campeonato. Para além disso, para o jogo de amanhã o apoio do público também será fundamental. Com o pavilhão cheio, estou convencido que será menos difícil superar todos os obstáculos.

Lampiões league


No dia em que o slb ia disputar a terceira final daquela que os sportinguistas (e não só) passaram a denominar por Taça Lucilio Baptista, João Querido Manha assinou um artigo no Correio Manhã intitulado A taça do Benfica, de que reproduzo a seguir alguns extractos:

«Pelo terceiro ano consecutivo, o Benfica atinge a final da Taça da Liga, dando à competição o interesse mínimo que a mantém viva, ao mesmo tempo que ela devolve ao clube a recompensa de um título que, embora irrelevante, serve de consolo às frequentes desilusões nas provas principais. (...)

Enquanto o FC Porto desdenha, a hegemonia benfiquista acaba por despertar um efeito perverso. A maioria dos treinadores não a incluem nos objectivos de época, convencidos de que uma aposta numa competição menor prejudicaria o que realmente importa, acabando por se servir do calendário para rodar jogadores e testes sem obrigações. (...)

O interesse dos treinadores num título menor, em contraponto com a reserva física dos principais jogadores para encontros mais importantes, é o grande dilema desta competição, a par de uma deficiente estruturação da 3.ª fase.
A tabela dos jogadores com mais presenças comprova o respeito do Benfica pela Taça da Liga, surgindo nos primeiros lugares apenas jogadores de primeiro plano, a começar pelo capitão Luisão que só este ano tirou as primeiras folgas na fase inicial. (...)

Desde a primeira edição, o FC Porto desprezou a competição, começando por ser eliminado pelo Desportivo de Fátima. Nenhum dos habituais titulares figura entre os mais utilizados, com relevo para Helton, que só actuou uma vez em 13 partidas.»


Conforme já escrevi várias vezes (Para que serve a Taça da Liga?, Poupar titulares, dar minutos aos outros, etc.), para mim a Taça da Liga é uma competição com um reduzidíssimo interesse competitivo e, sendo o FC Porto obrigado a participar e a ter de cumprir com as quotas mínimas em termos de jogadores, estou inteiramente de acordo com as opções que foram seguidas, quer por Jesualdo Ferreira, quer por André Villas-Boas.

A questão que se coloca é a seguinte: Havendo uma competição de regularidade – o Campeonato -, em que jogam todos contra todos a duas voltas; uma competição a eliminar – a Taça Portugal – envolvendo os clubes de todas as divisões; e uma competição entre os vencedores destas duas competições tradicionais – a Supertaça; porquê e para quê a Taça da Liga?

O que é que a Taça da Liga traz de novo, ou de diferente, relativamente às outras três competições nacionais?

Se nem sequer o seu vencedor é apurado para a Liga Europa, para quer serve a Taça da Liga?

A única explicação deu-a o Querido Manha, ao escrever que “serve de consolo às frequentes desilusões [do slb] nas provas principais”. Se assim é, proponho que lhe mudem o nome para Lampiões league...


P.S. Desta vez parece que o consolo foi pequeno.
«A festa acabou ontem mal para o Benfica, com vários incidentes entre jogadores e adeptos. Os festejos da equipa no relvado foram já de si mornos e depois houve uma série de manifestações de desagrado à equipa... que ergueu o troféu. Estes começaram ainda no campo, quando Luisão e os colegas foram agradecer o apoio à claque No Name Boys. "Eu fui o primeiro a dirigir-me aos adeptos e eles mandaram-me voltar. Não sei se era uma claque organizada ou não. Mas não gostei, achei uma falta de respeito". O capitão tirou a camisola para oferecer aos adeptos, mas esta foi devolvida. Luisão voltou a vesti-la e recolheu aos balneários, visivelmente chateado. (...)
Os incidentes não se ficaram por aqui. Muitos adeptos ficaram à espera da equipa junto ao autocarro e insultaram vários jogadores, nomeadamente Cardozo, que os mandou calar ao entrar para o Vermelhão. Ele que fora já permanentemente assobiado durante o jogo.
Rúben Amorim, que até tinha sido dos mais aplaudidos quando entrou para o autocarro, irritou-se e voltou a sair para reclamar com os adeptos. Alguns elementos do staff do Benfica é que sanaram situação. E até a polícia teve de intervir para separar Moreira, tão aplaudido antes, de um adepto que já estava a dois centímetros da sua cara.
"Joguem à bola!", "Esta é a taça dos pobres!", "Chulos" e "A vergonha do Benfica são vocês" foram algumas das frases ouvidas junto ao autocarro.
Jara também não escapou daos insultos, tal como o presidente Luís Filipe Vieira, que deixou o estádio em carro particular.»
in O Jogo, 24/04/2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Olha que dois...


... que o Record juntou no Estoril Open.


"O Benfica que não se preocupe com a água, pois já contratamos uma empresa de aspiradores para sugar a relva e, com um bocadinho de jeito, ainda pedimos emprestado um tapete de veludo vermelho ao Papa"

Sabem quem disse isto? Octávio Machado, em Abril de 1991, na véspera do FC Porto x slb de 1990/91 (o tal do balneário alegadamente com cheiro a bagaço, jogo "brilhantemente" arbitrado por um trio do "armazém de Setúbal" comandado por Carlos Valente).
Na altura, o "Palmelão" era o treinador-adjunto de Artur Jorge, sendo o segundo elemento do FC Porto mais odiado pelos benfiquistas.

20 anos depois, tão amigos que eles são. Até fico comovido...
Os inimigos dos meus inimigos meus amigos são. Será isso?

Foto: record.pt

Os milhões do futebol russo

Numa época em que o FC Porto se cruzou com vários clubes russos - vendeu o seu capitão (Bruno Alves) ao Zenit St. Petersburgo e defrontou na Liga Europa o CSKA e o Spartak de Moscovo -, chamou-me à atenção o artigo Budgets of Russian football clubs in 2011:

«The newly started season in the Russian championship traditionally brings a new record of aggregate budgets of its 16 participant clubs. According to the ranking drawn up in collaboration between the experts of Sports.ru and Finans Magazine, the expenditures for the Russian football in 2011 will get ever so close to the billion dollar level and make up for $947 million (with the exception of stadium construction costs).
It’s a lot of money. A whole lot of money. It’s 8 or 10 times more than the Russian clubs have been spending in the 2000-s (...). It’s a lot more than the 18 Spanish Primera clubs spend today (if we factor out Real Madrid and Barcelona with their global ambitions and revenues) or the 17 Serie A clubs (if we exclude Inter, Milan, and Juventus). It’s more than all the Dutch and Portuguese top division clubs combined spend per season. For some, it might have come as a surprise that with the salaries paid in Saturn you could have hired a great part of the Italian national team (and there will still be some money left for several non-Italian Serie A stars).»


O artigo completo (com os números e os donos dos diversos clubes russos) pode ser lido aqui.

SCP = Sporting Calimeros Portugal

não houve motivo para ser assinalada grande penalidade. Rolando escorrega e cai ao perder o apoio, tocando a bola com o braço no movimento da queda, de forma não deliberada, ou seja, perfeitamente casual.
Pedro Henriques

Rolando escorrega e, na sua queda desamparada, toca acidentalmente com o braço na bola. Não há acção deliberada por parte de Rolando, pelo que a decisão da equipa de arbitragem é adequada.
Paulo Paraty

Rolando escorregou e, sem querer, tocou com a mão na bola e, portanto, não há posição de braços para ser analisada.
José Leirós


O único ex-árbitro que considerou este toque deliberado e intencional foi Jorge Coroado.
Intencional?
Num lance em que Rolando está sozinho, sem nenhum jogador sportinguista a menos de três metros e em que, após escorregar, toca com a mão na bola, num movimento de cima para baixo, não desviando qualquer remate ou cruzamento, é preciso alguma imaginação para considerar que foi um toque deliberado e intencional.
Artur Soares Dias e os ex-árbitros Pedro Henriques, Paulo Paraty e José Leirós consideraram aquilo que me parece óbvio, ou seja, que o toque com a mão na bola é fortuito, casual e completamente acidental.


Constatou-se que é fácil prejudicar o Sporting num jogo de futebol… Só é possível desejar que a visão do Artur Soares Dias melhore na próxima época. Sinto que o Sporting foi prejudicado, como sentem todos que viram o jogo. São lances que nem merecem discussão
Carlos Freitas, director-desportivo do SCP



Os árbitros têm de perceber que se não estão em condições de exercer a sua profissão, vão para a pesca mas não podem dirigir jogos deste gabarito. A dois metros do sítio não vêem um penálti tão claro… O que é preciso é haver pessoas competentes a apitar. Isto tem de acabar de uma vez por todas. Como? Com processos, processos-crime
Carlos Barbosa, vice-presidente do SCP


No jogo do passado domingo no Porto, quer os adeptos presentes, quer a equipa de futebol profissional não foram respeitados. Estamos a proceder à averiguação dos acontecimentos e iremos agir em conformidade
Godinho Lopes, presidente do SCP, no editorial no jornal do clube


Para mim, o lance de Rolando não oferece qualquer dúvida mas, na pior das hipóteses, admito que possa suscitar alguma (pouca) discussão. Agora, pegar num lance em que a maioria dos ex-árbitros consideram ter sido bem ajuizado e fazer disso escândalo, só mesmo de adeptos do Sporting Calimeros Portugal, ou então de fanáticos como o cineasta comentador, cujo fundamentalismo anti-Porto se confunde com a senilidade que já vai evidenciando semana após semana.

«O árbitro Soares Dias decidiu bem no lance da mão na bola de Rolando e as críticas dos novos responsáveis do Sporting mais não são do que uma primeira tentativa de tentarem marcar terreno, como infelizmente é hábito no futebol português.»
Bruno Prata, Público


Uns dias após a desastrosa arbitragem de Jorge Sousa no SCP x FC Porto da 1ª volta, com vários erros graves, prejudicando sempre a mesma equipa – o FC Porto – e que, por isso, teve uma enorme influência no resultado final, escrevi o seguinte:

«O que diria a comunicação social do regime e os “calimeros de Alvalade”, se o golo do FC Porto tivesse sido precedido de um fora-de-jogo indiscutível do marcador do mesmo, se um jogador azul-e-branco tivesse entrado por trás e cravado os pitões na perna de um sportinguista (como Maniche fez a Moutinho aos 60’) ou se, devido a um erro/precipitação do árbitro, a equipa leonina tivesse sido obrigada a jogar com menos um durante os últimos 25 minutos? Não é preciso ser bruxo, porque todos sabemos a resposta.»

Nem é preciso dizer mais nada e, para avivar a memória dos “calimeros” (*), recordo mais nove SCP x FC Porto deste século, marcados por arbitragens vergonhosas e campos inclinados.


(*) Calimero é um pintainho meigo mas infeliz (o único pintainho negro de uma família de galos amarelos), que anda com metade da sua casca de ovo na cabeça. A sua expressão mais celebre é: "Eles são grandes e eu sou pequenino. É uma injustiça, se é..."

domingo, 24 de abril de 2011

Números da semana (XXV)

Os números dos dois últimos clássicos…

1 vitória do FC Porto em 13 jogos para a Taça de Portugal disputados na casa do slb.

3 golos marcados pelo FC Porto a cada uma das equipas da segunda circular, em jogos disputados com apenas três dias de intervalo.

4 cartões amarelos para jogadores do FC Porto (Maicon, Álvaro Pereira, João Moutinho e Rolando) e apenas um para jogadores do SCP (Torsiglieri).

8 defesas de Rui Patrício de grau de dificuldade elevado (18’, 18’, 26’, 50’, 56’, 74’, 84’, 84’) e uma bola no poste, evitaram que o SCP saísse do Dragão vergado a uma goleada das antigas.

14 remates de jogadores do FC Porto contra apenas 6 de jogadores encarnados.

17 dias de intervalo mediaram entre os dois triunfos alcançados pelo FC Porto no estádio do apagão.

23 remates de jogadores do FC Porto contra 10 de jogadores leoninos.

35 pontos é a diferença entre o FC Porto e o SCP após a 27ª jornada.

37 ataques do FC Porto contra 21 do SCP.

38 ataques do FC Porto contra 19 do slb.

40 vitórias dos azuis-e-brancos em 77 jogos FC Porto x SCP disputados no Porto para o campeonato nacional da 1ª divisão ou I Liga.

51% de posse de bola dos dragões no slb x FC Porto.

60% de posse de bola dos dragões no FC Porto x SCP.

Nota 1: Para além das exibições, os números anteriores são elucidativos, a não ser para alguns “entendidos”, para os quais foram dois jogos equilibrados. Até houve um comentador leonino que afirmou que o “SCP jogou olhos nos olhos no Dragão”…


1684 bilhetes devolvidos pelo FC Porto dos 3750 a que tinha direito (5% da lotação) para o jogo da 2ª mão das meias-finais da Taça de Portugal.

37349 espectadores estiveram no estádio do apagão a assistir ao slb x FC Porto (Taça Portugal, 2ª mão das meias-finais).

47109 espectadores estiveram no estádio do Dragão a assistir ao FC Porto x SCP (campeonato, 27ª jornada).

Nota 2: Na recepção ao SCP, num jogo sem qualquer interesse competitivo e com 32 pontos a separarem o 4º classificado do já Campeão, o estádio do Dragão registou 94% da sua lotação; três dias depois, naquele que Jorge Jesus e o jornal A Bola classificaram como o jogo do ano, e em que o slb entrava em campo a ganhar por 2-0, a lotação do estádio do apagão ficou-se pelos 57% (apesar da venda de bilhetes não se ter restringido aos sócios e ter sido aberta ao público). São números interessantes para o vice-presidente do slb Rui Gomes da Silva analisar e comentar…

Suspeição e golpes baixos

A arbitragem está sempre sob suspeição. Os árbitros julgam os lances e é sobre eles que alguma opinião pública e publicada, jornalistas desportivos e comentadores encartados enchem a boca, nomeadamente e particularmente se o FCP é suposto ter saído beneficiado de algumas decisões tomadas.
A mão na bola do Rolando não é com toda a certeza casual e o Otamendi é que meteu a cara debaixo do pé do Luisão. Não falam de outra coisa. Suspeição, certezas, insultos… e muita estupidez.

Infelizmente, somos todos um pouco culpados: no domingo, no Dragão, virei-me várias vezes contra o árbitro porque achei que usou duma gritante dualidade de critérios na marcação das faltas e na amostragem de cartões. Essa foi a leitura principal que fiz da arbitragem em causa.

A gente cá do meu bairro não saiu imune dos conflitos dos dois últimos clássicos. No café do costume as coisa azedaram. O Luís do café (SLB), o Zé da frutaria (FCP), a Manela cabeleireira (FCP), o Santos da retrosaria (SLB, disfarçado de boavisteiro) e o Silva recepcionista da pensão “Lua de Mel” (SCP) pegaram-se e já falavam grosso uns com os outros, de forma nada cívica. O Luís e o Silva estavam possessos e gritavam: “gatunos, gatunos, gatunos, exigimos respeito….”, o Zé dava baile e perguntava: “estais com dores? é dos pontos…”, a Manela repetia, como um disco arranhado: “toma lá três e já vão quatro… lá vai a taça com arquinhos e balões...” e o Santos, muito sério, não se cansava de repetir: “é preciso saber ganhar, é preciso saber ganhar…”.

Mantive-me tranquilo e tentava acalmar os ânimos. Dei uma espreitadela à rua, pois alguns mirones tinham formado um pequeno ajuntamento. O Karate Kid (FCP) aproximava-se com ar ameaçador. Felizmente que no auge da discussão, e antes de Karate Kid, entrou a universitária russa, de seu nome Svetlana, a cujo sortilégio ninguém escapa: de calções que deixavam ver umas pernas que apeteciam tocar, com uma blusa generosamente decotada e uma forma de caminhar graciosamente felino, parou de repente e mirou a “assembleia”, de forma desafiadora. Fez-se silêncio por encanto. Junto dos amigos que discutiam mais acaloradamente, disse docemente: “Oh Luís deixa lá, o que tu precisas é de bom sexo, e tu Silva as toalhinhas são a tua serventia!”. O Luís e o Silva ficaram amarelos e sem fala, e sabe-se porquê, o Zé riu-se, a Manela deu uma sonora gargalhada e o Santos ficou-se pelo sorriso. A paz voltou. Svetlana lançou mais algumas provocações e saiu a cantar: “Ai estes são os filhos do dragão/unidos para vencer/ansiosos por fazer/deste Porto campeão!”

O Karate Kid que se tinha mantido meio dentro, meio fora, já completamente calmo, atirou em jeito de despedida: “decididamente a rapaziada da 2a. Circular não têm cabedal para nos ganhar e não sabe perder. São bons nos golpes baixos. Porto, Porto, Porto, Porto, Porto, Portoooooooooooooo".

A debandada foi geral. A crise é que não, essa veio para ficar. Boa Páscoa para todos.

sábado, 23 de abril de 2011

SMS do dia - CXXIV

Pinto da Costa elogiou J. Jesus.

Como todos os benfiquistas sabem, se ele diz isso então é para ler ao contrário: o Jesus não presta, como eles bem suspeitavam. Mais uma razão para o despedir.

Fico portanto à espera que o despeçam para ir buscar um Scolari... estão à espera de quê?

Afundar o submarino amarelo


Não vai ser fácil eliminar o próximo adversário que nos saiu em sorte na Liga Europa.

Assim denominado por emergir de vez em quando na imprensa espanhola por afundarem alguns candidatos ao titulo quando ainda militava nas ligas inferiores, o Villarreal evoluiu desde esses tempos idos para se tornar numa das equipas mais constantes nas competições europeias e na Liga Espanhola, depois de conseguir a promoção definitiva para a primeira liga em 99/2000.

Apesar de ainda não ter títulos conquistados nas principais competições, conta com meias finais na Liga dos Campeões e Liga Europa, e a conquista de duas Taças Intertoto. Nas competições domésticas tem oscilado entre a 5ª e a 7ª posição, tendo atingido o auge na época de 2007/8 em que ficou em 2º lugar, atrás do Real Madrid.

2004/05
2005/06
2006/07
2007/08
2008/09
2009/10
2010/11 4º *
*ainda não terminou esta época

A fazer um ano excepcional em que chegou (e esperemos que não passe) às meias-finais da Liga Europa, e em que está na 4ª posição (com 7 pontos de avanço) da Liga Espanhola, não podemos dizer que este desempenho seja uma surpresa.
O Villarreal tem feito uma aposta séria nos resultados nos últimos tempos, com a contratação de grandes valores mundiais que agora preenchem as suas fileiras: Nilmar e Cicinho (internacionais brasileiros); Marchena, Capdevilla e Marcos Senna (internacionais espanhois); e a estrela do momento com 26 golos no campeonato e Liga Europa, Giuseppe Rossi (internacional italiano).


O estilo de jogo deste Villareal aposta na velocidade e versatilidade dos dois homens da frente, Nilmar e Rossi, troca bem a bola no meio campo e privilegia a posse até poder lançar a bola nas costas da defesa adversária para os dois avançados. O estilo de jogo é um pouco parecido com aquele apresentado pelo CSKA e Spartak, mas sem a precipitação desenfreada para o ataque (que nos causou alguns calafrios) e com executantes de qualidade bem superior.

Vamos ver como estão as nossas bombas de profundidade e se conseguimos fazer com que estes "marinheiros" não tenham hipótese de ir à Irlanda.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Contratos com a PT e a PPTV


Nas últimas semanas, a Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD informou o mercado da renovação do contrato de patrocínio com a Portugal Telecom (2011/12 a 2014/15, proveitos globais mínimos de 14,6 milhões de euros) e de um novo contrato de cedência de direitos televisivos com a PPTV (2014/15 a 2017/18, valor global de 82,8 milhões de euros).

Recordo que o contrato de patrocínio anterior com a Portugal Telecom, efectuado em Setembro de 2005, previa 21,2 milhões de euros de proveitos globais fixos para um período de seis épocas (2005/06 a 2010/11), ou seja, 3,53 milhões de euros por época.
O novo contrato abrange quatro épocas, com inicio já na próxima, a uma média de 3,65 milhões de euros por época.

Quanto aos contratos anteriores com a Olivedesportos, o penúltimo previa proveitos globais de 32,25 milhões de euros para quatro épocas (2005/06 a 2008/09), o que significava cerca de 8 milhões de euros por época.
No último contrato, em vigor até 2013/14, houve um incremento de 2,3 milhões de euros por época, ou seja, o contrato actual prevê um valor global de 51,75 milhões de euros para as épocas 2009/10 a 2013/14.

No contrato agora assinado e que irá entrar em vigor na época 2014/15, a PPTV – Publicidade de Portugal e Televisão S.A. (sociedade integrada no Grupo Controlinveste), assume a posição contratual da Olivedesportos – Publicidade, Televisão e Media, S.A. e, por aquilo que percebi, irá pagar cerca de 20,5 milhões de euros pelos jogos do campeonato em cada uma das quatro épocas (de 2014/15 a 2017/18) abrangidas pelo prolongamento do contrato.

82,8 milhões de euros pelos 60 jogos do campeonato que o FC Porto irá disputar na qualidade de equipa visitada (15 jogos vezes 4 épocas) é muito ou pouco?

Depende de como for feita a análise.

i) comparando com o contrato anterior – é praticamente a duplicação do valor.

ii) valor por jogo – duvido que no mercado português haja algum outro player que oferecesse mais do que 1,38 milhões de euros por jogo (82,8 / 60).

iii) comparando com o que irão receber Sporting e slb – Esta é a grande questão, mas para a qual ainda não temos resposta. O slb diz que não vende por menos de 40 milhões de euros por época, mas vamos ver se alguém paga esse valor.

O contrato com a PPTV abrange a cedência, em regime de exclusividade, dos direitos de transmissão televisiva para território nacional e internacional. Contudo, no comunicado para a CMVM, é expressamente referido que a SAD poderá, sujeita a determinados termos e condições já acordadas, utilizar os direitos televisivos no âmbito do canal televisivo que venha a ser criado pelo Futebol Clube do Porto e/ou pela Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD. Ora, este aspecto parece-me muito importante, sendo revelador da forte aposta que o FC Porto pretende fazer no Porto Canal.

Com o país a atravessar uma crise profunda, que não se sabe muito bem quanto tempo irá durar, nem quais as consequências a médio prazo (desemprego? carga fiscal sobre as pessoas e empresas? poder de compra? endividamento das famílias?), parece-me boa política a renovação em alta destes contratos, ambos por valores significativos para a realidade portuguesa, os quais garantem receitas seguras para anos que se antevêem muito difíceis e, inclusivamente, permitem que a SAD os possa usar como garantias no acesso ao crédito bancário.

Contra Xistra e contra todos



Como se já não bastasse a vantagem de 2 golos trazida do Dragão, ao slb saiu mais um brinde: o árbitro nomeado para a segunda mão de meia-final da Taça a disputar no Estádio da Luz foi Carlos Xistra. Para os mais esquecidos este habilidoso é o mesmo que em 23 de Fevereiro de 2002 apitou o FC Porto x Beira-Mar que terminou com a derrota do FC Porto por 2-3. Esse foi um jogo estranho, havendo sempre algo (os adversários e o árbitro) no caminho da equipa então treinada por José Mourinho. Rezam as crónicas que Xistra mostrou 5 cartões amarelos e 2 cartões vermelhos à equipa portista. Mesmo a jogar com 9 jogadores o FC Porto foi para a frente e acabou por ver Fary marcar o 3º golo do Beira-Mar. Nesse dia nasceu mais um árbitro de grande categoria nacional, assim como 3 anos antes tinha nascido outro em Campo Maior.
Depois dessa derrota caseira Mourinho esteve mais de 9 anos sem perder jogos em casa para o campeonato (a última foi há apenas algumas semanas já no Real Madrid). Pudera, nunca mais lhe apareceu um Xistra!

Mas Xistra já não é virgem em termos de penalties-fantasma contra o FC Porto. Em Fevereiro de 2009 o FC Porto deslocou-se a Alvalade para um jogo contra os calimeros a contar para a Taça SLB (“Taça da Liga” para os leigos). Depois de se ter adiantado no marcador por Farías, e a jogar com um 11 repleto de reservas, o FC Porto viu Xistra inventar 2 penalties para o Sporting dar a volta ao resultado. Podem ver os lances aqui.

Em 10 de Janeiro de 2011, depois do jogo FC Porto x Marítimo para o campeonato, o José Correia escreveu aqui no Reflexão Portista as seguintes palavras premonitórias:

“Carlos Xistra faz parte daquele tipo de árbitros habilidosos, que sabem “gerir o jogo” e enervar jogadores e público de forma inteligente. Não quero com isto dizer que também não recorra a penalties fantasiosos, ou a outro tipo de lances mais polémicos mas, por vezes, é possível atingir os mesmos objectivos sem que o árbitro corra tantos riscos de dar nas vistas.
Como? Através de amarelos cirúrgicos, dualidade de critérios, faltas ao contrário, quebras de ritmo de jogo, etc., algo em que, por exemplo, Lucílio Baptista era especialista.”


No jogo da passada quarta-feira "geriu o jogo" e ainda recorreu a um penalty fantasioso.
Mas o que é um facto é que nem com um Xistra inspirado o slb conseguiu superar o poder do FC Porto. Xistra tinha sido acusado de ser o único culpado da derrota benfiquista em Braga por ter expulso Javi García quando este deu uma estalada no Alan – Xistra já deveria saber que não se podem expulsar jogadores do slb (apenas os seus adversários). Vamos por partes.

Nos primeiros 20 minutos de jogo foram diversas as faltas inexistentes contra o FC Porto que originaram livres tão ao jeito de Luisão & Cia. O caso exemplar é o do cartão amarelo mostrado a Álvaro Pereira por suposta falta sobre Maxi Pereira. O portista nem sequer toca no adversário que passa por ele arrastando o pé e deixando-se cair. Dos livres-fantasma nada resultou, felizmente. Em qualquer das disputas de bola mais físicas, se o FC Porto ganhava o lance era falta, se era o slb então Xistra mandava seguir, qual sinaleiro apressado. Estava bem patente no rosto dos jogadores portistas o desespero por uma arbitragem tão caseira.

Há um outro caso gritante ainda no primeiro tempo. Luisão corta uma bola dentro da área do slb e assenta o outro pé ostensivamente na cara de Otamendi que tinha feito um "carrinho". O argentino ficou com a cara muito marcada. Foi tudo menos casual (ao contrário do que tentava explicar-se o desesperado comentador Sportv). Faltou o penalty e a expulsão do capitão benfiquista. Xistra mandou seguir…

Na segunda parte foi o caos total. No campo continuou a assistir-se à mesma dualidade dos critérios, técnico e disciplinar. Por um lado perdoou o segundo amarelo a Cristian Rodriguez porque sabia que o primeiro tinha sido mal mostrado. Por outro deixou que o Coentrão fosse a correr em direcção a ele e lhe chamasse tudo e mais alguma coisa, que lhe encostasse o nariz à cara e depois disto mostrou-lhe um cartão amarelo.

O lance do segundo golo do FC Porto é claramente em fora-de-jogo, mas a decisão de deixar jogar foi do auxiliar, não foi de Xistra.

O penalty que dá o único golo ao slb é anedótico. Saviola atira-se para o chão sem que Sapunaru lhe chegue a tocar. Este argentino voa imparável para o chão em qualquer relvado deste país. Não admito ingenuidades ou erro de avaliação neste lance. É pura má-fé de Xistra. Mas quando ocorreram lances bastante mais duvidosos (e, esses sim, passíveis da marcação de grande penalidade) na área do slb Xistra mandou seguir. Para variar. Num deles ainda se deu ao luxo de mostrar cartão amarelo ao Hulk por simulação. Xistra é o verdadeiro Calabote dos tempos modernos.

Com uma arbitragem escandalosamente caseira o FC Porto conseguiu vencer na Luz por 3-1 de forma categórica. E mais uma vez se prova a máxima de que para o FC Porto triunfar não lhe basta apenas ser o melhor, tem de ser muito melhor porque do outro lado poderá sempre aparecer um Xistra.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Simplesmente Porto!

Há dias em que as palavras se resumem numa única: Porto

Podíamos falar em tácticas, em substituições, em foras de jogo, em amarelos, em grandes penalidades, ... Mas numa hora destas o orgulho sobrepõe-se a tudo.

Este é meu Porto.

Simplesmente Porto!

Um meio-campo de luxo


Em Março passado, no seu jogo de estreia pela Selecção, Rúben Micael marcou os dois golos com que a equipa das quinas derrotou a Finlândia (2-0).

Na mesma altura, e após uns anos de ausência, Fernando Belluschi, fruto da época que tem vindo a fazer, regressou ao lote de convocados da selecção argentina para os particulares com Estados Unidos e Costa Rica (26 e 29 de Março).

Freddy Guarín, depois do muito de bom que já tinha mostrado no último terço da época passada, é um dos jogadores deste campeonato, tendo sido várias vezes considerado o melhor em campo, eleito o jogador do mês de Março e, claro, tornando-se um dos indiscutíveis da sua selecção.

João Moutinho, saído de um pesadelo chamado Sporting, voltou ao seu melhor nível, assumindo o papel de pêndulo equilibrador do FC Porto e da Selecção.

Falta juntar a esta lista Fernando, médio formatado por Jesualdo e que praticamente só defende, mas cuja importância nas transições e cobertura defensiva faz com que André Villas-Boas não o dispense.

Por tudo isto, não é exagerado dizer que o plantel desta época é constituído pelo melhor lote de médios desde o plantel de 2003/04 onde, recordo, havia um mágico Deco, um enorme Maniche, um cerebral Costinha, um Pedro Mendes todo-o-terreno e um Alenitchev de fino recorte.

E do lote actual estou a deixar de fora Souza e Castro, dois médios pouco utilizados, mas que já deram indicações positivas (desde que foi novamente emprestado, Castro tem sido bastante elogiado no Sporting Gijon).

Se é verdade que para algumas posições as alternativas existentes no plantel estão muito aquém dos titulares (ponta-de-lança e defesa esquerdo são as mais notórias), é indiscutível que no meio-campo a competitividade é muito elevada. Fernando ou Guarín? Belluschi ou Guarín? Moutinho ou Guarín? Belluschi ou Rúben? etc.

Os jogadores não gostam de ficar de fora (Rúben teve uns desabafos subliminares no final do Portugal x Finlândia), mas não há dúvida que a equipa fica a ganhar com esta competitividade. E feliz do treinador que pode contar com um lote de médios desta qualidade, todos eles perfeitamente integrados na cultura do clube e sem andarem a sonhar diariamente com outros campeonatos (não é Raul Meireles?).

É caso para dizer que já não temos o Lucho (que saudades!), mas temos um meio-campo de luxo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Aplicação do dia

Para quando estiverem a celebrar alguma coisa no vosso browser:


Disponível para o IE, Firefox, Safari, Chrome e Opera.

Uma vítima dos twitter's?

Sábado - 13h00
INDO ALMOÇAR COM MINHA ESPOSA , AMANHA FC PORTO X SPORTING VOU ENTRAR JOGANDO AMANHA ASSISTAM !!!
depois de várias respostas de agradecimento, pelos incentivos recebidos, escreve:

Sábado - 21h32
VENDO JOGO DO REAL X BARÇA NO SOFA DE CASA COMENDO SOPA RS , AMANHA TEM PORTO X SPORTING CLASSICO PORTUGUES VOU JOGAR
o homem estava tão contente que até divulgou um concurso:
FAREI O SORTEIO DE UMA CAMISA DO PORTO AUTOGRAFADA , ESPALHEM POIS SERA DAQUI A 1 SEMANA .. FAREI UMA PERGUNTA FACIL RS SOBRE MIM...
O Jogo hoje diz que no Domingo escreveu no Facebook:

Não confia em mim, me libera

Mensagem que terá apagado pouco tempo depois.

E ao final do dia, o Souza - que é a figura central desta história, ficou pelo banco de suplentes.


Este é só mais um caso de má utilização das redes sociais, e se eu tinha algumas reticências na imposição de regras, como as que já foram anunciadas para o próximo ano, começo a dar-lhes alguma razão de ser.

Sempre acreditei na auto-regulação, as pessoas devem ser minimamente inteligentes para saberem defender-se, e só divulgarem e/ou falarem sobre aquilo que as não compromete e que não implica estratégias de equipa - quer seja numa empresa, quer seja numa equipa de futebol, quer seja em termos individuais. Melhor que isto, só mesmo o pessoal que divulga que a casa vai ficar vazia durante x dias.

Não sei se neste caso, lhe foi mesmo dito que ia jogar ou se ele entendeu mal, e percebo que ele tenha ficado feliz mas era escusado andar a divulgar isso aos sete ventos, e ao preservar-se só se estava a proteger a si próprio e à equipa. Por algum motivo é que a constituição da mesma não é divulgada pelo treinador 24 horas antes.

Não sei se o AVB o ia meter ou não, e se não o meteu por "castigo", mas se o fez percebo perfeitamente o porquê.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Volta rápido, Helton



Desde que Helton recupere para os próximos jogos decisivos, estará tudo bem.

Se tal não acontecer, este jogo e vitória trarão um amargo de boca.

Uma coisa será encarar a Liga Europa, Taça e invencibilidade na Liga, tendo na baliza a experiência e a tranquilidade (às vezes demasiada) do brasileiro, outra bem diferente será contar apenas com Beto entre os postes.

Com culpa, ou por vezes sem ela, o certo é que o guardião português tem a estranha sina de sempre ter que ir buscar pelo menos uma bola ao fundo das suas redes.

Bem, sejamos optimistas: seria uma má sorte incrível que contássemos com 3 titulares lesionados, de forma consecutiva, numa altura tão importante quanto esta.

Quanto ao jogo propriamente dito, nunca na história do futebol luso, FCP e scp estiveram a tal distância um do outro.
O FCP, jogando a meio-gás, provou isso mesmo. Aliás, só uma boa exibição do guarda-redes contrário evitou uma vitória mais folgada.

Falcao, em grande forma, voltou a ser o melhor, mas os sustos defensivos estão a aumentar. 6 golos sofridos nos últimos 3 jogos, não é coisa que se recomende minimamente.
Urge regressar aos níveis de concentração habituais.

Com erros assim, até um qualquer Couceiro se permite fazer comentários à justeza do marcador.


Foto: getty images

domingo, 17 de abril de 2011

Promessa cumprida

Números da semana (XXIV)

7 vitórias do FC Porto nos sete jogos disputados fora de casa na Liga Europa 2010/11.

12 golos marcados por Falcao na Liga Europa 2010/11 (um dos quais no play-off com o Genk).

12 vitórias do FC Porto nos 14 jogos já disputados na Liga Europa 2010/11.

13 jogos, treze vitórias do FC Porto em casa para o campeonato.

14 vitórias seguidas do FC Porto no campeonato 2010/11 (entre a 13ª e a 26ª jornadas), recorde que supera o registo conseguido por José Mourinho, em 2003/04.

16 golos marcados nas últimas duas épocas (7 em 2009/10; 9 em 2010/11), fazem de Guarín o terceiro melhor marcador do FC Porto neste período, a seguir a Falcao e Hulk.

17 remates dos jogadores azuis-e-brancos (9 direccionados à baliza) no Spartak x FC Porto.

19 pontos é a diferença entre o FC Porto e o 2º classificado, após a 26ª jornada.

35 jogos seguidos do FC Porto sem perder no campeonato português (9 na época passada e 26 esta época), com 32 vitórias e três empates.

36 golos já marcados pelo FC Porto na Liga Europa 2010/11 (incluindo o play-off), igualam o melhor ataque de uma equipa portuguesa numa única época nas competições europeias (na época 1963/64, o Sporting também marcou 36 golos, metade dos quais ao Apoel de Chipre).

29,5% é o contributo do FC Porto para o total de pontos das equipas portuguesas no ranking da UEFA dos últimos cinco anos (slb 25,3%, Sporting 20,6%, Braga 18,3%).

sábado, 16 de abril de 2011

Recordando Pôncio Monteiro


Na semana em que veio a público, a forma nojenta e odiosa como na Benfica TV foi usada a dedicatória que Pinto da Costa fez do título a Pedroto e Pôncio Monteiro, recordo uma história deliciosa contada por Manuel Queiroz, envolvendo Pinto da Costa e aquele que, na altura, era o seu vice-presidente financeiro.

«Estaríamos aí pelo Outono de 2003. A Federação Portuguesa de Futebol proporcionou uma longa visita guiada aos estádios em construção para o Euro 2004 que terminou no Algarve. No regresso ao Porto, no autocarro que nos levara, vínhamos, já de noite, que me recorde, o dr. Pôncio Monteiro, o jornalista Oliveira e Castro e eu.

Uma longa viagem em que o Dr. Pôncio, sempre bem disposto, contou muitas histórias. E uma delas foi esta: “Tínhamos ido, contava Pôncio Monteiro, logo no início do primeiro mandato de Pinto da Costa, a Gijon contratar o Fernando Gomes. Fomos de carro, eu e o presidente e a coisa lá correu ao jantar. O Fernando Gomes também estava à mesa e logo no início do jantar disse que queria sair do Gijon e vir para o Porto – claro, já estava industriado. Depois negociámos e o negócio lá se fez por 20 mil contos. Uma verba grande na altura, até porque não tínhamos dinheiro para nada.

“Acabou o jantar e metemo-nos no carro, já tarde, para vir embora para o Porto, eu e Pinto da Costa. Entrei no carro, sentei-me, estava preocupado. E disse: ‘Ó presidente, 20 mil contos pelo Gomes, pois… mas nós não temos isso… Diga-me lá onde é que você vai buscar o dinheiro?’ ‘Dinheiro?, disse ele. Dinheiro? Você é que é o vice-presidente financeiro não é? Então tem que tratar disso’”.»
Manuel Queiroz
Semanário Grande Porto, 24/12/2010


Um grande portista, que serviu o seu clube do coração ao longo de muitos anos, de diferentes maneiras e sempre de forma desinteressada. Este título também é dele, do Dr. Pôncio.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Rankings...



Em que posição está a Finlândia?... ;-)

Balanço dos quartos-de-final


Conforme era previsível, as duas melhores equipas holandesas da actualidade - Twente e PSV - foram eliminadas, tendo obtido zero vitórias, um empate, três derrotas e um parcial de 5-14 em golos!
Não fiquei nada surpreendido com este desfecho, que já tinha antevisto aquando do sorteio.
E se a estes resultados juntarmos o resultado da eliminatória entre o FC Porto e o Spartak Moscovo (10-3!), levando em conta que na eliminatória anterior o mesmo Spartak tinha despachado o Ajax com duas vitórias e 4-0 em golos, ficamos com uma ideia da valia actual do futebol holandês.

Em resumo, FC Porto, Villarreal e slb confirmaram o favoritismo que lhes era dado à partida, com a surpresa a ser protagonizada pelos "guerreiros do Minho".
Surpresa? Não sei se ainda podemos falar em surpresa, porque depois do Celtic, do Sevilha e do Liverpool, foi a vez do Dinamo Kiev cair aos pés do Braga de Domingos Paciência, o outsider desta competição.

Infografia: Record

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Até parece fácil...


Até parece fácil mas não é.
Há muito mérito e muito futebol da nossa parte.

Não batamos muito nos russos (sempre por nós derrotados expressivamente): nós próprios também não conseguimos explicar os resultados que, normalmente, (não) alcançamos em Inglaterra...

O futebol é assim, e estes golos todos e toda esta classe de nada nos servirá para as meias-finais. Começamos do zero, como os outros três semifinalistas. Infelizmente, temos novamente que demonstrar que somos os melhores. Sim, depois de uma época tão brilhante, ainda assim vamos ter que suar muito até ao dia 18 de Maio.

Surpresas nos "11" de lado a lado: regresso de Otamendi e, ainda menos esperado, de Cristian Rodriguez, finalmente mais magro.
De lado do Spartak, Ibson que tão bem jogara no Dragão, iniciou a partida no banco.

Numa mesma jogada, dois acontecimentos importantes: Fucile cai na luta braço-a-braço com um opositor. Este entra na área e, aparentemente, é rasteirado para penalty.
Uma boa e uma má notícia se seguem: Fucile sai de campo com uma máscara de dor (ausente nos próximos jogos?) mas, do mal o menos, o árbitro deixou seguir o lance, não concordando com os protestos dos homens do leste (e brasileiros também).

Hulk, ao seu melhor estilo, foi depois por ali fora e resolveu o que já estava mais do que resolvido. A questão, agora, era mesmo quem ganharia esta partida. Uma mera questão de honra.

O segundo golo apareceu na melhor altura: na última jogada da primeira parte. O Cebola, aos poucos, está de volta.

Segunda parte, começou tão bem ou melhor: 3-0 e...samba.
Guarín tinha que assinar o ponto. Mais um com a sua assinatura. Estava escrito.

Uma distracção (devida a uma natural descompressão) permitiu a redução aos russos, que nunca baixaram os braços. Não são tão maus como o resultado pode levar a crer.

Como este ano estamos sempre acompanhados pela estrelinha de campeão, o 4-1 apareceu logo a seguir para nos fazer descansar. Faltava o habitual golo de Falcao.

Nova descida nos níveis de concentração e novo golo dos homens de vermelho. O jogo estava aberto. Dava para tudo.

Já com James em campo, o último minuto daria o quinto golo para as nossas cores. Micael, que (finalmente!) jogou toda a segunda-parte, atirou a contar após um ressalto de uma bola no poste.

Não, não foi nunca fácil esta nossa brilhante caminhada na Europa até à data.
Nós é que tornamos as coisas fáceis com brilhantismo.

E agora? Agora, estamos numa posição (injusta) de tudo ou nada: ou ganhamos o caneco ou qualquer outro desfecho irá doer a sério. As coisas estão neste ponto.

Lutemos como até aqui.

Campeões aos 33 anos


Ao vencer no estádio do apagão, André Villas-Boas sagrou-se campeão aos 33 anos e 161 dias. É um feito notável, mas o mais jovem treinador campeão da história do futebol português continua a ser o húngaro Mihaly Siska, o qual, em 1938/39, conquistou o título com 33 anos e 107 dias (repetiria a proeza na época seguinte, em 1939/40, tendo completado o bi-campeonato com 17 vitórias e apenas uma derrota).

Antes de ser treinador, Siska foi guarda-redes do FC Porto, clube onde chegou com apenas 18 anos, vindo do Vasas de Budapeste.

A ligação de Siska a Portugal e, particularmente, ao Porto foi tão grande, que adoptou o nome de Miguel e foi sepultado num jazigo de família, no cemitério de Agramonte, no Porto, onde também está o Mausoléu do FC Porto.

Quem também chegou ao título uns dias mais jovem que Villas-Boas foi Juca, ao serviço do Sporting, mas esse só assumiu o cargo a meio da época, substituindo Otto Glória como treinador principal dos “leões” (Juca tinha começado a temporada nos juniores leoninos).

Lista dos 10 campeões mais jovens:
1.º Mihaly Siska (FC Porto, 1938/39): 33 anos e 107 dias
2.º Juca (Sporting, 1961/62): 33 anos e 134 dias
3.º André Villas-Boas (FC Porto, 2010/11): 33 anos e 161 dias
4.º Sven-Goran Eriksson (slb, 1982/83): 34 anos
5.º Mário Lino (Sporting, 1973/74): 37 anos
6.º Otto Glória (slb, 1954/55): 38 anos e 105 dias
7.º Dorival Yustrich (FC Porto, 1955/56): 38 anos e 212 dias
8.º Joseph Szabo (FC Porto, 1934/35): 39 anos e 1 dia
9.º Artur Jorge (FC Porto, 1984/85): 39 anos e 83 dias
10.º José Mourinho (FC Porto, 2002/03): 40 anos e 112 dias


Fontes: Maisfutebol, Paixão pelo Porto

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um orgulho para os colombianos


«Eduardo Lara, seleccionador de sub 20 da Colômbia, ex seleccionador principal dos colombianos, assistiu ao jogo [FC Porto x Spartak Moscovo] pela TV e, numa entrevista a Bola Branca [programa desportivo da Rádio Renascença], diz ter ficado encantado com a exibição de Falcão mas também dos outros colombianos, Guarin e James.
Eduardo Lara confessa-se adepto do FC Porto, influenciado pela presença de três colombianos na equipa. (…) Finalmente, Eduardo Lara diz sentir orgulho por ter visto bandeiras da Colômbia nas bancadas do Dragão»
in www.rr.pt


Em Dezembro passado, num artigo que intitulei 'Dar novos Mundos ao Mundo portista', escrevi o seguinte:
«Quantos internacionais colombianos actuam fora da Colômbia? Para além do FC Porto, há mais algum clube onde joguem três internacionais deste país?
Ora, eu penso que este facto poderia ser aproveitado para promover a marca FC Porto na Colômbia, um país pouco conhecido em Portugal (e o recíproco também deve ser verdadeiro). (…) Jogos, resumos, documentários com entrevistas, os golos de El Tigre, etc., é algo que seguramente interessaria a uma faixa significativa da população. E mesmo que não gerasse receitas a curto prazo, seria um passo em termos da expansão da marca e de potenciais receitas futuras.»

Dentro do grupo empresarial portista há, de certeza, pessoas responsáveis pelo marketing e pela promoção da marca FC Porto. Espero que alguma dessas pessoas tenha ouvido esta entrevista de Eduardo Lara à Rádio Renascença, a qual veio reforçar a minha convicção de que é um desperdício ter no plantel três internacionais colombianos e não tirar partido disso, nomeadamente em termos de promoção da marca azul-e-branca no mercado sul-americano (principalmente na Colômbia e Venezuela).



Com Falcao, Guarín e James a destacarem-se (de modo diferente) ao serviço do FC Porto, bandeiras colombianas nas bancadas e sombreros vueltiao na cabeça de Guarín, de que é que estão à espera?

Ciclo infernal


«Mas este ciclo do FC Porto é absolutamente infernal. Repare-se: dia 3 de Abril, foi a vitória do título, na Luz; quatro dias depois, a fantástica vitória de 5-1 sobre o Spartak, num jogo dificílimo; menos de 72 horas depois, o país inteiro atravessado para vencer em Portimão um dos aflitos e manter a invencibilidade no campeonato; mais quatro dias e novo jogo em Moscovo, culminando uma viagem de 12 horas, ida e volta, aos confins da Europa; mais três dias e jogo contra um repousadíssimo Sporting, a lutar pelo 3º lugar; outros três dias e nova viagem à Luz (…) são 6 jogos em 17 dias, com uma viagem a Moscovo pelo meio. E todos eles a lutar por qualquer coisa: pelo título, por um campeonato invencível, pela Taça, pela Liga Europa.»
Miguel Sousa Tavares, A Bola


E como se tudo isto não bastasse, após as temperaturas de Verão no Algarve, dois dias depois, ao aterrar ontem na capital Russa (18h40 locais, menos três horas em Portugal), a comitiva do FC Porto deparou-se com neve e com zero graus centígrados (!). Isto para os jogadores deve ser fantástico…

Conforme escrevi num dos comentários ao artigo 'O brinde e as favas do sorteio', a análise a um sorteio das competições europeias envolve várias componentes. A qualidade da equipa adversária é o aspecto mais relevante, mas há outros aspectos que não são desprezáveis. Questões como a deslocação (ir a Paris ou Eindhoven não é a mesma coisa que ir a Moscovo), as condições meteorológicas (jogar com neve ou com temperaturas baixas/negativas é uma dificuldade adicional) e o estado/tipo do relvado, são aspectos que não podem ser ignorados.

Enfim, não adianta chorar mais sobre os azares dos sorteios e as vicissitudes do calendário. Para o desafio de amanhã, para além do resultado espero, acima de tudo, que não resultem lesões de mais 90 minutos disputados no relvado sintético do Estádio Luzhniki. E veremos, nos jogos seguintes, como é que os jogadores irão reagir a esta sucessão de longas viagens e mudanças bruscas de temperaturas.

P.S.1 “Way to the hotel after a long journey”, Radamel Falcao no twitter

P.S.2 “Sei, por experiência própria, que as viagens longas são cansativas para os jogadores”, Fernando Gomes (director de relações externas do FC Porto), após o sorteio da fase de grupos da Liga Europa.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Propaganda e ódio, eis a Benfica TV

Na linha de António Pragal Colaço, mais um comentador da Benfica TV teve tempo de antena para destilar ódio contra o FC Porto, no caso, ódio de morte contra o seu presidente.

Conforme o FC Porto questiona no comunicado que emitiu hoje, é para o incitamento ao ódio que se atribuem licenças de televisão?


P.S. Parece que o tal Sérgio L. Bordalo, comentador habitual da Benfica TV, é o Sérgio Luís Bordalo, dos blogues 'Tertúlia Benfiquista' e 'Não Se Mencione o Excremento' (em ambos assina com o nickname S.L.B.) e que, após a derrota em casa com o FC Porto (1-2), escreveu coisas como "é repugnante e revoltante ver uma agremiação de criminosos, liderada por um criminoso e cujos adeptos são todos, em maior ou menor grau, criminosos...". É bom que se saiba que são indivíduos desta estirpe, que a Benfica TV convida para comentadores nos seus programas.

“A Olivedesportos é o FMI do futebol”

Com uma dívida do Estado português superior a 170 mil milhões de euros, o país perto da bancarrota, o rating da República a descer para níveis inimagináveis e os juros dos empréstimos contraídos a subirem em flecha, há muitos meses que o FMI faz parte do dia-a-dia da conversa dos portugueses.
Aproveitando este triste contexto, e no dia seguinte à chegada dos técnicos do FMI a Portugal, recordo um extracto de uma longa entrevista de António Oliveira, publicada no Record de 27/12/2010, onde a Olivedesportos foi comparada ao FMI do futebol português.


R – O mundo do futebol reconhece méritos a Joaquim Oliveira e à Olivedesportos por aquilo que fizeram em prol do futebol. Concorda?

AO – A Olivedesportos foi a primeira empresa em Portugal criada por mim e pelo senhor Joaquim Oliveira que é meu irmão e que impulsionou e desenvolveu a área desportiva através da publicidade estática, direitos de imagem, multimédia e a televisão temática de desporto. Se Joaquim Oliveira tem mérito? Isso é uma infinita evidência. Tem muitíssimos, reconhecidos com justiça por personalidades de diversos quadrantes, nomeadamente pelo ex-Presidente da República, dr. Jorge Sampaio. Quando há anos a empresa era frequentemente atacada, defendi sempre, em diversas entrevistas, que Joaquim Oliveira, mais tarde ou mais cedo, iria ser celebrado com uma estátua pelo futebol português.

R – Há alguma ironia no que diz?

AO – Não, de todo. Quem pode atrever-se a não reconhecer a importância que ele teve e tem no futebol? Há que ser justo. O facto de não falar com ele há muitos anos não me retira o discernimento para avaliar aquilo que ele faz.

R – O que representa a Olivedesportos no futebol?

AO – É o FMI do futebol. É quem tem suportado a modalidade profissional sob o ponto de vista financeiro. Há muitos anos.

R – E há algum lado perverso nessa actuação?

AO – Não me parece. Agora, provavelmente haverá outras formas para sustentar o futebol. E essas terão de ser testadas para se apurar se são melhores ou piores. Não creio, todavia, que se possa dizer que uma empresa que patrocina todos os clubes em Portugal, com contratos de exclusividade com as equipas das duas ligas, estabelecendo o tecto para cada uma delas, sendo que é com o dinheiro desses direitos, televisivos e de publicidade, que os clubes chegam à Liga e apresentam as suas contas em dia, como é que alguém pode dizer que a influência da empresa é maléfica?

R – E acha que pode ser feito algo de diferente?

AO – Tudo no futebol português, pode ser melhor. Mas quando digo tudo é mesmo tudo! Nada há que com análise séria e competente não possa ser melhorado. Mas para isso é preciso que as pessoas queiram…

R – E não querem?

AO – Às vezes dá-me a sensação que as pessoas e os lóbis a que elas pertencem não estão interessadas em mudar coisa nenhuma.

R – E que lóbis são esses?

AO – Os dos poderes instituídos. Se falarmos do mundo das finanças, onde é que eles estão? Na banca.

R – E no futebol, um deles é a Olivedesportos?

AO – É sim senhor.

R – Que pode pôr e dispor no futebol português?

AO – Corrijo: que põe e dispõe.