terça-feira, 30 de abril de 2013

Os desejos de Fernando


(fonte: jornal O JOGO, 08-12-2012)

Apesar dos desejos que ele e o seu empresário manifestaram em Dezembro passado, é justo dizer-se que, dentro do campo, não se notou qualquer tipo de contrariedade. Pelo contrário, nesta segunda parte da época, Fernando tem sido o médio mais regular e de melhor rendimento, o que não é coisa pouca, se levarmos em conta que no meio-campo portista também jogam Moutinho e Lucho.

Mais. O Fernando desta época denota uma evolução significativa em termos ofensivos, quer fazendo passes verticais para as costas da defesa contrária, quer surgindo ele próprio em zonas de finalização. Aliás, para quem defende a tese de que nenhum jogador evoluiu com Vítor Pereira, Fernando é um bom exemplo para contrariar essa tese (tal como Maicon, Alex Sandro, Mangala ou Jackson, mas isso é outra conversa).

Falta saber se irá renovar (só tem contrato até Junho de 2014) e continuar no FC Porto, ou se a SAD irá aceitar alguma das propostas que têm chegado ao Dragão. Com Lucho em final de carreira, num cenário em que Fernando e Moutinho saiam simultaneamente no final desta época, não é dificil prever que a próxima irá ser muito complicada, isto independentemente do treinador que for contratado para substituir Vítor Pereira.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Só há uma bola

Vítor Pereira e a equipa do FC Porto têm sido criticados, incluindo por muitos adeptos portistas, devido ao modelo de jogo que a equipa adopta.

Uma das críticas é que a elevada posse de bola é inconsequente. Penso que não é bem assim e, de alguma maneira, os números demonstram-no.

(fonte: jornal O JOGO)

Por exemplo, se olharmos para o último jogo, em que o FC Porto teve uma posse de bola de 77% (na primeira parte chegou a ser de 82%!), verificamos que essa posse de bola se traduziu nos seguintes indicadores ofensivos:
- 53 ataques
- 15 remates
- 10 cantos
- 2 golos

E, revendo o filme do jogo, constata-se que, para além dos golos, o FC Porto criou mais seis situações de golo iminente, contra apenas uma oportunidade de golo do Vitória Setúbal em todo o desafio.

(fonte: jornal O JOGO)

Penso que não é por acaso, e muito menos por favores da arbitragem, que o FC Porto está há tantos jogos sem perder para o campeonato português. É que, como dizia José Maria Pedroto, só há uma bola e se for nossa a outra equipa tem mais dificuldades em atacar.

domingo, 28 de abril de 2013

Um vitória limpinha, limpinha


Depois da "capelada" da semana passada, muitos estavam à espera de um qualquer errozito da arbitragem, para aproveitarem e virem a correr gritar aos sete ventos que o FC Porto também era favorecido neste campeonato da "verdade desportiva". Pois tiveram azar.


"Há sempre alguma dualidade de critérios na avaliação dos lances. Irei analisar para perceber se o Vitória foi ou não prejudicado neste jogo. Não me parece que o Jorge Luiz tivesse intenção de jogar com o braço no lance da grande penalidade. Com 1-0, também me parece ter havido uma situação de grande penalidade mas não foi assinalada"
José Mota (treinador do Vitória Setúbal)

Quanto ao senhor José Mota, faz-me lembrar a história do Pedro e do lobo. No dia em que a sua equipa for mesmo prejudicada e ele tiver razão em se queixar da arbitragem (o que, mais uma vez, não foi o caso), ninguém o vai levar a sério.

sábado, 27 de abril de 2013

Está servida a "verdade desportiva"

Podia ter sido apenas uma noite má, em que a Sorte, como os ferros das balizas, podia ter sorrido ao SLB? Podia, mas a nota dada ao Capela, apenas confirma a evidente tomada de assalto dos principais orgãos do futebol português pela "máfia do Benfica". Os benfiquistas ouvem repetidamente as "escutas" no youtube para se sentirem justificados, ou já será mesmo para não terem de encarar a realidade?

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Salazar, o regime e o benfica

A propósito do 25 de Abril, vale a pena lembrar alguns aspetos singulares do futebol português, do período anterior à revolução dos cravos de 1974.

«A partir dos anos 60, o Benfica aparece como grande figura da união nacional, alimentando um sentimento patriótico com a conquista das Taças dos Campeões Europeus em 1960/61 e 1961/62.»
in Record, 25-04-2013


Na realidade, o regime salazarista não perdeu tempo a associar-se e explorar as vitórias europeias do slb.
A televisão dava os primeiros passos em Portugal mas, em Maio de 1961, a presença do slb na final da Taça dos Campeões Europeus, mereceu honras televisivas e o jogo foi transmitido em direto (embora cheio de interferências).
E se a presença na final já tinha sido motivo para “anestesiar o povo”, após a vitória (3-2, frente ao FC Barcelona) a propaganda do regime não fez por menos: durante toda a semana, uma vez por dia, a RTP transmitia o jogo em diferido!

Mas a coisa não se ficou pelos habituais instrumentos da propaganda – jornais, rádio e televisão. A colagem e interesse do regime no sucesso benfiquista foi demonstrada ao mais alto nível.
Assim, após terem sido recebidos no Palácio de Belém, onde o Presidente da República, Américo Thomaz, lhes atribuiu a medalha de mérito desportivo, jogadores treinador e dirigentes do slb foram também recebidos pelo homem forte do regime, o Presidente do Conselho, António Oliveira Salazar, o qual manteve com os elementos da comitiva benfiquista uma conversa amistosa, em que manifestou o seu apreço pela vitória alcançada e pela expressão que a mesma teve como serviço prestado à pátria.

(Salazar e o Ministro da Educação com os jogadores, treinador e dirigentes do slb, 1961)

Oito dias antes da final de Berna, no dia 23 de Maio de 1961, estreava-se pelo slb (num jogo de reservas contra o Atlético) um jovem moçambicano proveniente do Sporting de Lourenço Marques (filial do SCP): Eusébio da Silva Ferreira.

Eusébio rapidamente se tornou a figura de proa do slb, sendo um elemento preponderante nos sucessos, a nível interno e europeu, dos encarnados durante a década de 60 do século XX.

Em 1964, quando a “Pantera Negra” já era uma estrela futebolística, conhecido em toda a Europa, a Juventus fez-lhe um tentador convite, oferecendo-lhe 25 mil contos. Quase na mesma altura, o Real Madrid, por influência de Di Stefano (seu ídolo da juventude), fez uma oferta igual.
Eusébio, que tinha apenas 22 anos, ficou eufórico ante a perspectiva de se transferir para Turim ou Madrid, mas “Salazar mandou-me chamar e disse-me que eu não podia sair do País, porque era património do Estado! Fui prejudicado nesse momento. Hoje teria uma grande fortuna”.

(Eusébio e Salazar, 1966)
Dois anos depois, após o Mundial de 1966, Eusébio e a sua mulher foram gozar férias para Itália, a convite do Inter de Milão, clube com o qual chegou a ter tudo acertado. O colosso italiano pagava-lhe 90 mil contos para assinar contrato, uma fortuna para a época (o equivalente a cerca de três milhões de dólares).
Disse Eusébio: “Naquele tempo dava-me para comprar os Restauradores”.
Mas, mais uma vez, surgiram obstáculos à sua saída. Para além da intransigência de Salazar, entretanto a Itália fechou as suas fronteiras a jogadores estrangeiros.

Outros convites se seguiriam, mas o clube encarnado, com o apoio do regime, foi irredutível e só permitiu a sua saída no final da carreira, em meados da década de setenta.

A propósito dos obstáculos que ele e outros jogadores do slb enfrentaram nos anos 60 e que os impediram de sair para clubes estrangeiros, Eusébio afirmou:
Queria ir para Itália, fui travado, houve muitos casos de outros colegas meus que não puderam sair, mas nunca houve ameaças.”
in Record, 25-04-2013


Podemos falar na maior ou menor proximidade de alguns dirigentes do slb ao regime, ou em desviar as atenções para aspectos meramente acessórios (como a letra do hino), mas factos são factos e a realidade é só uma: o regime primeiro cavalgou o sucesso internacional dos encarnados e depois, naquilo que verdadeiramente interessa, tratou de criar as condições necessárias para que esse sucesso se mantivesse, fazendo do slb e do seu principal jogador um dos símbolos do Portugal dos 3 F’s (Fátima, Fado e Futebol).

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Maxi, o clássico e o campeonato

(Maxi Pereira e Capel, slb x sporting, 2012/13)

(Maxi Pereira e Viola, slb x sporting, 2012/13)


«6. Que Maxi Pereira insiste na inconsciência e no abuso da agressividade para lá dos limites e que podia sozinho ter comprometido o clássico, e o campeonato. Só ainda não percebeu que André Almeida é mais fiável quem não quis perceber;»

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

Doping: as estórias de Casagrande

I. Casagrande e seus demónios: uma autobiografia

Há algumas semanas atrás, Walter Casagrande publicou uma autobiografia, em que fala da sua toxicodependência e das passagens por clínicas de desintoxicação.

«Walter Casagrande, antigo avançado brasileiro que passou pelo FC Porto, publicou um livro no qual relata um passado de drogas. “Casagrande e seus demónios” é o título da publicação, escrita em conjunto com um jornalista, e na qual também garante que se dopou num clube europeu, embora sem referir o nome.
Cansaço? Esquece. Se fosse preciso, dava para jogar três partidas seguidas”, conta o ex-jogador, a propósito do doping, citado pelo site brasileiro iG Esporte, que já leu o livro.
Cocaína, heroína, tequilha, doping: durante 20 anos joguei uma roleta russa, copiando o comportamento de autodestruição que vi nos meus ídolos do rock, Jim Morrison, Jimi Hendrix e Janis Joplin”, acrescenta Casagrande. (…)
Casão faz questão de contar o inferno que viveu quando era viciado em drogas e o seu internamento, pois para ele é fundamental seguir em frente, dividir as dores da dependência e alertar para os perigos de um vício frenético, sem preconceitos, desvios ou mentiras. (…)
Agora com 49 anos, Casagrande teve uma passagem sem sucesso em termos pessoais pelo FC Porto, em 1986/87, mas venceu o título europeu com Artur Jorge. Na temporada seguinte continuou no futebol europeu, ao serviço do Ascoli, seguindo-se o Torino, antes do regresso ao Brasil.»
09-04-2013


II. Casagrande no programa do Jô

«Walter Casagrande, avançado que trocou o Corinthians pelo FC Porto em 1986-87, admitiu numa entrevista ao Programa do Jô, talk-show brasileiro apresentado por Jô Soares, que se dopou quando representava os dragões.

“No dia em que me estreei na equipa, no FC Porto, eu não sabia que ia jogar. Um jogador avisou-me, porque o treinador não dava a escalação [constituição] da equipa, e disse-me: 'Você vai jogar, mas tem que usar um negócio lá'. Então eu fui e usei”.

(Casagrande no FC Porto x Vitória Guimarães, época 1986/87)

Usei umas quatro vezes… É uma situação que me envergonha, que me atrapalha muito mais do que pensar nas outras drogas que eu usei”, afirmou depois, revelando que a substância em questão “era injectável no músculo” e “dava uma disposição acima do normal”.

Questionado por Jô Soares sobre o controlo antidoping, Casagrande respondeu: “Não havia”.»
22-04-2013


Walter Casagrande estreou-se pelo FC Porto no dia 11 de janeiro de 1987, num desafio no Estádio das Antas contra o Vitória de Guimarães, o qual terminou empatado (2-2). O avançado brasileiro marcou o segundo golo do FC Porto, naquele que foi o único golo que marcou com a camisola azul-e-branca. Aliás, pode-se dizer que a sua passagem pelo Porto foi curta (menos de cinco meses) e mal sucedida.

Diz Casagrande no seu livro, na parte em que afirma ter-se dopado num clube europeu:
Cansaço? Esquece. Se fosse preciso, dava para jogar três partidas seguidas”.

Três partidas seguidas? No FC Porto?
Lendo isto, quem não souber até pode pensar que Casagrande disputou muitos jogos no FC Porto e que, para aguentar o intenso esforço que lhe era exigido, tinha que se dopar (quatro vezes, diz ele). Vejamos, então, a realidade dos factos.
Casagrande participou em apenas seis jogos do campeonato português (perfazendo um total de 318 minutos) e na Taça dos Campeões Europeus 1986/87 teve uma utilização residual (cerca de 60 minutos e na final nem sequer saiu do banco de suplentes).
Quanto a ter disputado três jogos seguidos num curto período de tempo, bem, isso é algo que nunca aconteceu, nem nada que se pareça. O mais seguido que Casagrande teve no FC Porto foram dois jogos, com um intervalo de seis dias (!), em que esteve em campo uma “enormidade” de 90 minutos (63+27).

Casagrande no FC Porto (fonte: zerozero)

Talvez no Ascoli (96 jogos entre 1987 e 1991), ou no Torino (47 jogos entre 1991 e 1993), os outros dois clubes europeus onde jogou, Casagrande tenha disputado três jogos numa semana, mas no FC Porto isso pura e simplesmente não aconteceu.

Quanto à afirmação de que em 1987 não havia controlo anti doping em Portugal é, também, uma afirmação falsa.
Em Setembro de 1979, foi publicada a primeira Legislação sobre o Controlo Anti Doping (Decreto-Lei n.º 374/79), regulamentada no início de 1980 (Portaria n.º 378/80).
A partir de 1982, as análises começaram a ser efetuadas no Laboratório de Análises de Doping, passando a ser controladas outras modalidades para além do ciclismo, com base na legislação publicada no final de 1979.

Para início de conversa, quem quisesse investigar a veracidade das afirmações de Casagrande, só nisto apanhava logo duas mentiras, mas há mais.


III. As reações do médico, treinador-adjunto e companheiros de equipa

São acusações falsas e graves. Essa prática nunca se efetuou no clube. As suas palavras [de Casagrande] são ofensivas à minha dignidade. As palavras de Casagrande também ofendem o FC Porto, que, se achar, deve accionar judicialmente o antigo jogador. Condeno em absoluto essas declarações. São falsas e ofendem a dignidade do departamento médico e do FC Porto. Lembro-me que Casagrande sofreu uma lesão grave num jogo em Brondby e que teve de ser operado. Depois disso foi eficiente e carinhosamente tratado no clube.”
Domingos Gomes (responsável pelo departamento médico do FC Porto em 1987), em declarações à Rádio Renascença


Isso [doping] é completamente falso. Ele é uma pessoa desequilibrada, com problemas mentais, teve problemas com drogas... O que é que ele disse? Que levava injeções no músculo? Injeções de quê? Podia ser um anti-inflamatório.
O FC Porto, por iniciativa própria, introduziu controlos anti doping internos regulares porque tinha uma grande preocupação com esse aspeto. Havia ainda controlos da UEFA e os controlos nacionais, como o próprio Dr. Luís Horta já referiu.”
Octávio Machado (treinador-adjunto na época em que Casagrande passou pelo FC Porto), em declarações ao site Maisfutebol

O FC Porto fazia controlos surpresa aos jogadores. Não foi por acaso que [Casagrande] foi mandado embora.”
Octávio Machado, em declarações ao jornal Diário Notícias

(Casagrande e Madjer, Viena, Maio de 1987)

O que eu acho é que o Casagrande ainda deve estar na ressaca. O que ele diz nem bate coisa com coisa. Dizer que soube por um colega que ia ser titular? Isso é mentira, só sabíamos pelo treinador. Aliás, diz que não havia controlo anti doping, mas eu fui ao controlo antes da final de Viena.”
Augusto Inácio (internacional português que jogou com Casagrande no FC Porto), em declarações à RTP


Estive seis anos no FC Porto e nunca vi, nunca ouvi falar disso e nunca ninguém me ofereceu nada. Durante os anos em que estive no clube fizemos vários exames antidoping. Tínhamos sempre estágio e concentração em hotéis. Era tudo controlado. Se existiu [doping], foi de forma particular, de iniciativa dele [Casagrande]. Dentro do FC Porto, não.
Tomávamos vitaminas, anti inflamatório, massagens, mas doping mesmo não. Se eu tomei, fui enganado, mas não acredito nisso.
Vinho sim, mas doping para jogar, nunca vi. Quando vi a entrevista até pensei que ele estava a falar de doping quando já jogava em Itália, porque sei que ele teve na altura problemas .”
Celso (jogador brasileiro que jogou com Casagrande no FC Porto), em declarações ao site Maisfutebol


Quase 30 anos depois vem dizer uma besteira destas. Não deve estar bom da cabeça. Mas trata-se de um rapaz que teve um percurso muito atribulado, meteu-se em coisas que não devia... Agora precisa de dinheiro e mentiu.”
Jaime Magalhães(internacional português que jogou com Casagrande no FC Porto), em declarações ao jornal A BOLA

O historial de Casagrande fala por ele. Só o conhecemos pelo uso de drogas e desintoxicações. Essa história só pode vir de uma pessoa que não está bem da cabeça.”
Jaime Magalhães, em declarações ao jornal Diário Notícias


IV. E nomes, factos ou provas, há?

Casagrande não apresentou qualquer nome, facto comprovável ou prova que sustente as suas afirmações. Pelo contrário, parte do que disse é comprovadamente falso. Mas, para além das mentiras referidas, Casagrande foi desmentido pelo responsável do departamento médico do FC Porto, pelos ex-companheiros de equipa que já se pronunciaram e pelo elemento da equipa técnica que mais de perto convivia com os jogadores e que era responsável por observar o comportamento dos atletas fora dos relvados (o treinador-adjunto Octávio Machado).
Chega?
Para mim, sim.

Como é óbvio, atribuo muito mais credibilidade ao Celso, ao Jaime Magalhães, ao Inácio e ao Octávio (que, ainda por cima, está de relações cortadas com o Pinto da Costa), do que a um individuo com o passado do Casagrande e que, qual ovni, teve uma curtíssima passagem pelo Porto há 26 anos atrás. Isto já para não falar no médico Domingos Gomes, pessoa que serviu o FC Porto e o futebol português durante muitos anos e que considero acima de qualquer suspeita.

Agora, para os jornalistas, adeptos e clubes que, à falta de melhor, vivem da suspeição e de sucessivas tentativas em denegrir o FC Porto, é evidente que estas declarações do Casagrande são um maná e irão tentar explorá-las o mais que puderem.
Por isso, sabendo do que são capazes (lembram-se dos ‘Donos da Bola’?), não ficaria surpreendido que os mesmos de sempre, já andassem à procura de mais algum ex-jogador do FC Porto, que estivesse disposto (a troco sabe-se lá de quê) a corroborar as afirmações de Casagrande.
E também fico à espera do dia em que o Casagrande vai dar (vender?) uma entrevista exclusiva à CM TV, Bola TV ou mesmo à benfica TV.

Aliás, e embora os casos e protagonistas tenham origens diferentes, eu comparo estas declarações/livro do Casagrande às declarações/livro da Carolina há uns anos atrás. Se virem bem, são dois casos com muitas semelhanças.
Falta apenas saber se a editora que irá comercializar o livro do Casagrande em Portugal é a mesma que editou o livro de Carolina Salgado.

(continuação em ‘Doping: estórias verdadeiras’)

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

LMS da noite

In Público.pt, a propósito do castigo aplicado pela FA a Suaréz - jogador do Liverpool, que mordeu um adversário na última jornada da Premier League; lá não suspendem um jogador ad aeternum... - um curioso registo de outras suspensões:

Paolo Di Canio (Sheffield Wednesday), por empurrar um árbitro, em 1998 - 11 jogos

David Prutton (Southampton), depois de empurrar um árbitro, em 2005 - 10 jogos

Já em Portugal...

Óscar Cardozo (SLB), depois de agredir um adversário e tentar intimidar o árbitro, em 2013 ... 1 jogo

(P.S.: Pinto da Costa foi acusado de corrupção por ter oferecido um relógio de ouro não sei a quem, para que fosse brando o castigo ao Deco, por ter atirado uma chuteira a um árbitro - e mesmo assim, foi castigado com 3 jogos, num máximo de 4 possíveis. O que foi oferecido desta desta vez, não sei, mas imagina-se...)

Jackson, o possível Bota de Bronze a quem alguns apontam o dedo!

Se calhar ainda não repararam, no meio de tantas notícias negativas, mas Jackson Martinez está a disputar, taco a taco, a Bota de Bronze com Robbie van Persie, Edison Cavani, Robert Lewandwoski e, sim, Radamel Falcao.

Eu fui - e serei sempre - dos que criticaram a venda de Falcao, particularmente pelos valores em causa e o clube para onde foi. Pessoalmente tenho-o como o melhor avançado centro do Mundo, um dos melhores jogadores que já passaram pelo FCP. E a falta de um suplente à altura, no ano passado, custou-nos uma miserável época europeia. Mas com Jackson Martinez, a SAD acertou em cheio.

Se Falcao era conhecido por qualquer um que estivesse minimamente informado sobre o futebol sul-americano, descobrir Martinez era bem mais díficil. Não só porque jogava no México - uma liga pouco seguida - como porque a sua média de golos não impressionava. De dragão ao peito destacou-se como um exímio goleador e não é por acaso que está na batalha pelo último lugar do pódio dos avançados do continente europeu. Contra estrelas de nível internacional que jogam em equipas muito mais bem preparadas para suportar o seu apetite goleador. Desde Mário Jardel que o FC Porto não tinha um jogador no pódio deste prémio. Isso diz bem do que foi Jackson este ano. Os seus 25 golos empalidecem até os números de Falcao, na liga, aquando da sua passagem pelo clube. Para não falar de Hulk, Lisandro, Derlei ou McCarthy, todos eles avançados distintos, mais trabalhadores para a equipa. E claro, empalidecem também os golos de Lima, o jogador que devia ter sido o seu parceiro de ataque. A diferença é que Lima roda numa linha ofensiva com Cardozo, Rodrigo, Salvio e Gaitan e Jackson tem sido sempre ele, só contra o Mundo. Jackson tem 2335 minutos nas pernas. É o jogador do plantel que mais minutos disputou na Liga. Um minuto mais do que Helton. Não parou todo o ano - entre liga, taça, Champions e selecção. E continua aí, a marcar, como fez com o Moreirense. E a aumentar a sua lenda!


Muitos vão chegar a Junho e culpar Jackson pelos penaltys falhados que nos custaram pontos importantes na luta pelo título. Os adeptos são assim. Mas Jackson foi, realmente, a principal razão porque lutamos por este título até perto do fim. Sem os seus golos - numa equipa sem Hulk e sem avançados dignos desse nome - o FCP provavelmente teria abdicado da luta pelo título muito antes. Ao contrário do Benfica, com um excelente arsenal ofensivo, o FC Porto não só não tem um avançado suplente como a maioria dos jogadores de segunda linha são péssimos goleadores - Moutinho, Lucho, Defour, Atsu, Varela, Fernando e James marcaram muito poucos golos em todo o ano. 23 golos pelos 25 de Jackson.
Para colocar as coisas em perspectiva, Hulk tem mais golos que Moutinho e Atsu juntos. Kelvin também. Não há muito mais a dizer em relação a isso.

Jackson falhou na Madeira. Jackson falhou com o Olhanense em casa. Os quatro pontos que marcam a diferença pontual da liga. Mas Jackson salvou vitórias in extremis em muitos outros campos da liga. Levou a equipa às costas. Superou as expectativas e valeu cada cêntimo que a SAD pagou por ele. Jackson seguramente deve estar triste, deve sentir-se culpado de certa forma. Mas levantará cabeça. Porque basta olhar à sua volta para perceber que foram os seus colegas que lhe falharam a ele.

terça-feira, 23 de abril de 2013

O significado do “inferno da Luz”

«Logo na abertura do campeonato 2012/13, o clube da verdade desportiva foi objectivamente beneficiado em dois campos - Luz e Barcelos - e, claro, os paladinos da "verdade desportiva" aplaudem.»

Quando escrevi e publiquei isto, em 21 de Agosto de 2012, estava longe de imaginar o forrobodó que iria ser este campeonato em termos de “colinho” e “passadeira vermelha”. De facto, nunca como esta época a expressão “inferno da Luz” foi tão apropriada.

E tudo começou logo na 1ª jornada, no slb x SC Braga, em que a equipa bracarense teve de jogar os derradeiros vinte e tal minutos (descontos incluídos) reduzida a 10 jogadores, devido a um erro inacreditável de arbitragem.
Mesmo num molho de jogadores, como é que é possível alguém confundir o Custódio com o Douglão e mostrar um cartão amarelo (no caso o segundo e consequente vermelho) a este último? É que, entre outras coisas, a cor da pele dos dois jogadores é diferente!


Na 14ª jornada o FC Porto deslocou-se à Luz e o “inferno” começou a ser preparado com a nomeação do árbitro para este jogo.

(Rui Santos, 'Tempo Extra')
No programa ‘Tempo Extra’, da SIC Notícias, Rui Santos (cuja “simpatia” pelo FC Porto é conhecida…), disse o seguinte:
Esta foi uma nomeação de que o FC Porto não gostou, ao contrário do Benfica. A nomeação de João Ferreira foi mais para contentar o Benfica. (…) A independência das entidades que fazem as nomeações é uma treta”.

E acerca do jogo, Rui Santos acrescentou:
O FC Porto fez um grande jogo no Estádio da Luz, como tem acontecido nos últimos anos. Desta vez não ganhou, mas mostrou ser uma grande equipa de futebol. Foi um FC Porto que se impôs, afirmativo, com um desenho tático que não deixou dúvidas, com uma atitude muito positiva, a tentar mandar no jogo desde o início. Dizia-se que o Benfica iria golear o FC Porto, que o Benfica estava num momento extraordinário. Houve equilíbrio no resultado, mas se houve uma equipa completa foi o FC Porto”.

O FC Porto foi melhor e impôs o seu jogo, mas decisões cirúrgicas do trio de arbitragem impediram os dragões de vencer o jogo e, desde logo, ganhar avanço (pontual e psicológico) relativamente ao rival lisboeta.

Aos 35 minutos de jogo, já o árbitro assistente António Godinho, que na 1ª parte acompanhou o ataque do FC Porto, tinha assinalado três foras de jogo, todos erradamente e em todos contrariando as indicações da FIFA para este tipo de lances. Destes três foras de jogo, o assinalado a Defour, logo aos 2 minutos, é algo verdadeiramente inacreditável. Só (re)visto!

Mas se o árbitro assistente ia fazendo pela vida interrompendo, sempre que podia, ataques do FC Porto, o árbitro principal, o célebre João “pode ser o João” Ferreira, adoptava um critério largo (onde é que eu já ouvi isto?) em termos disciplinares, tão do agrado de Maxi Pereira, Matic e… Jorge Jesus. Foi um autêntico festival de impunidade.

Na 1ª parte:
- Matic calca Defour;
- Maxi Pereira atinge duas vezes seguidas Varela;
- Jardel atinge Lucho;
- Maxi entra de pé em riste (à altura do ombro) sobre Alex Sandro;
- Maxi tem mais uma entrada às pernas de Alex Sandro;
- Enzo Perez dá uma palmada na cara de Moutinho.

Na 2ª parte:
- Maxi faz falta sobre Defour quando este ia a entrar na área benfiquista;
- Maxi desinteressa-se da bola e atinge Mangala com o braço/cotovelo;
- Matic rasteira ostensivamente Otamendi, cortando uma jogada de contra-ataque;
- Maxi “karaté” Pereira culmina a sua atuação projetando-se sobre Moutinho.

Após o final deste jogo de triste memória, Vítor Pereira, o dos árbitros, tão lesto a fazer declarações quando os encarnados se sentem prejudicados, ficou calado como um rato.
Mas o seu homónimo, treinador do FC Porto, não calou (e muitíssimo bem) a revolta que lhe ia na alma:
Não entendo como pode Maxi Pereira acabar todos os jogos. É impressionante. Não podia ter acabado este jogo. A agressão é nítida. Matic devia ter visto o segundo amarelo, tem de ser mostrado. É preciso coragem. Houve três foras-de-jogos. Em todos eles ficaríamos com jogadores isolados. Mais vale não treinar diagonais.
O Benfica devia ter jogado os últimos 15 minutos com nove jogadores.

E o que disseram os responsáveis do slb?

Para mim, [João Ferreira] fez uma boa arbitragem, não sei onde é que o Vítor quer... mas ele vê à maneira dele. (...) O João Ferreira pretendeu levar o jogo com as duas equipas completas até ao fim. (...) considero que esteve bem
Jorge Jesus

Foi uma grande arbitragem
Luís Filipe Vieira


A Académica deslocou-se à Luz na jornada 19. Durante o jogo os encarnados atacaram muito, os estudantes defenderam, os minutos foram passando e não havia maneira do slb conseguir marcar. Os fantasmas de um mau resultado voltavam a agitar as bancadas – nos cinco anos anteriores a Briosa tinha vencido três vezes na “catedral encarnada” (é provável que passe a designar-se capela encarnada, em homenagem ao árbitro que mais se destacou esta época…) – mas haveria de acontecer um “milagre”.
Ao minuto 90’+3 o árbitro Nuno Almeida tirou um coelho da cartola e assinalou um penalty salvador.

(slb x Académica, penalty ao minuto 90'+3)

(slb x Académica, 'Tempo Extra')

slb x SC Braga
slb x FC Porto
slb x Académica
Quatro jogos, quatro bons exemplos do que é o “inferno da Luz”.

Sim, eu sei que é um bocadinho incómodo estar aqui a recordar estes erros colossais… perdão, estes erros normais e absolutamente naturais de arbitragem. Afinal, errar é humano, não é?

Aliás, no estádio da Luz, casos destes vão deixar de existir. Com a benfica TV a passar a transmitir os jogos que o slb vai disputar em casa, estou convencido que vai haver um cuidado especial da realização, quer na escolha da câmara mais adequada (entre as várias existentes), quer principalmente na seleção criteriosa das repetições. O slb deixará de ser beneficiado (tal como no tempo em que os jogos não eram transmitidos e o que contava era a opinião dos jornalistas de A BOLA...) e, quanto muito, haverá lances duvidosos que as imagens televisivas não esclarecem…

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Da PlayStation ao "limpinho"





"O treinador do Sporting tem o direito de ter opinião e de ver o jogo à maneira dele e eu tenho a minha. (...) Não vamos branquear. O Benfica teve dificuldades no jogo. O Sporting mostrou que é uma grande equipa. O Benfica ganhou limpinho. O critério mais largo do árbitro beneficiou o jogo. Deixou o jogo correr. Está aqui um árbitro com grande futuro e esteve à altura do jogo. O Sporting não se pode queixar da arbitragem."
Jorge Jesus, 21-04-2013


O clube da casa é o mesmo.
Os clubes visitantes são dois sportings (de Braga e de Lisboa).
As declarações são do mesmo treinador, o qual, entretanto, mudou de cadeira e de discurso.

Roubos de capela

"Criámos sempre grandes dificuldades. E aqui começaram alguns problemas de falta de coerência de João Capela e que mancharam o seu trabalho e retiraram oportunidades de ganhar. O Sporting poderia ter estado onze contra dez por expulsão de Maxi Pereira e grande penalidade para o Sporting. (...)
Há um conjunto de fatores que têm de ser analisados. Não tenho dúvida que o Sporting foi melhor do que o Benfica, repito. Conseguimos mais cantos, mais posse, nem houve grandes ocasiões de golo. Quando tivemos essa agressividade creio que os lances não foram bem analisadas pelo menos em quatro ações na área. Esses lances podiam ter alterado o jogo."
Jesualdo Ferreira

"estava a ver as imagens na televisão e os comentários. Não percebo o que é uma visão larga do jogo, não sei o que quer dizer. Na reunião antes do jogo disse que achava que iam estar três grandes equipas em campo, mas saí com a nítida sensação que só estiveram em campo duas grandes equipas. A outra não acho que tenha sido nada benéfica para o jogo. Quando se diz que o Benfica é mais forte no final, também é mais fácil. Os nossos nunca conseguiam rematar, acabavam sempre por sofrer falta. É a opinião de alguém que tenha dois olhos na cara. Perdemos, mas a verdade dos factos é que errar é humano. Errar sempre para o mesmo lado não me parece tão humano. Não é fácil digerir e compreender como é que isto acontece."
Bruno Carvalho, presidente do Sporting


O senhor Capela é o mesmo árbitro que, há apenas uma semana, na final da Taça da Liga, não teve dúvidas em assinalar penalty contra o FC Porto e em expulsar Abdoulaye, num lance em que o bracarense Mossoró fez uma extraordinária encenação.
Desta vez, o senhor Capela teve um "critério mais largo" (palavras do comentador da SportTv Pedro Henriques) e, em quatro (!) lances na área do slb, não viu motivos para assinalar qualquer grande penalidade.

Os adeptos portistas mais velhos lembrar-se-ão dos célebres "erros de arbitragem", que ocorriam frequentemente nos anos 70 e início dos anos 80 do século passado, sempre a favor do clube do regime, e que José Maria Pedroto, sem papas na língua, denunciava em voz alta e rotulava de roubos de igreja.

Perante a escandaleira de ontem (mais uma, neste campeonato inclinado desde o seu início), no derby da 2ª circular, a primeira pessoa de que me lembrei foi do grande Zé do Boné. Que saudades da sua frontalidade, desassombro e coragem em denunciar a podridão e em chamar os bois pelos nomes.

domingo, 21 de abril de 2013

SMS do dia

Três penaltys, três expulsões, dois golos (um do tal avançado que escapou porque alguém andava a dormir).  Além de correr o sério risco de ver a graçola da festa do título em casa do inimigo ser devolvida dois anos depois, parece que é preciso começar já a desenhar a época que vem porque Marítimo, Moreirense e Estoril juntos não conseguiriam dissuadir nenhum árbitro em Portugal de marcar um penalty ou expulsar um jogador vermelho com quatro jogos para o fim.

Isto já acabou!

Palavra de presidente

Um dos portais de futebol mais lidos do Mundo, o brasileiro Lancenet, dá hoje destaque de primeira página a uma larga entrevista com Jorge Nuno Pinto da Costa sobre o seu passado, presente e futuro ao comando da nau azul e branca. Foi a oitava reportagem realizada pelo grupo brasileiro em Portugal, uma série de trabalhos que pretende aproximar o futebol luso ao público brasileiro. Dessa entrevista vale a pena reter seis pontos.

"Na Primeira Divisão, tem mais de uma dúzia de treinadores que iniciaram aqui. Tenho pena quando os vejo partir, mas é sinal de que a nossa escola cria bons profissionais e é um prazer."


Parece claro, como alguma vez já apontou astutamente o José Correia, que um dos modelos de negócio de futuro do FC Porto passará também pela exportação de treinadores. Não só para o mercado nacional - com as respectivas boas relações entre clubes, maior facilidade em negócios de compra, venda e empréstimos - mas também para o mercado europeu como sucede agora com André Villas-Boas. Numa altura em que o dinheiro escasseia, ter amigos espalhados por essa Europa fora - e bem colocados - é sempre importante.

"O Izmailov (russo que foi contratado junto ao Sporting), agora no primeiro contato, não fala uma palavra de português, depois de cinco anos em Portugal. Ele disse que quando chegou em Portugal, falavam com ele em inglês, em casa falava russo, não precisava falar português, e agora já está fazendo lições de português e está aprendendo."

Depois os nossos amigos adeptos do Sporting que por aqui passam perguntam-se como é que o clube deles está no estado em que está. Entre outras coisas por isto. O FC Porto - sob o comando de Pinto da Costa - transformou-se em algo mais do que um clube e nenhum detalhe é deixado ao acaso. A lingua, como elemento de comunicação, é algo fundamental e que Izmailov não saiba uma palavra de português antes de chegar ao Dragão explica muito melhor o seu rendimento desportivo do que os pretensos problemas físicos que até agora ainda não se manifestaram. Talvez os médicos do Sporting confundissem terminologias.

"A gente vê jogadores que saem do Sporting por pouco exatamente por isso. Nós, felizmente, temos resistido e vendemos quando entendemos que temos que fazê-lo. Mas sabemos que tem clubes milionários que não têm limitações de dinheiro, que são de árabes e russos, como Chelsea, PSG... É difícil resistir. Tivemos propostas grandes para o João Moutinho e tivemos que fazer esforço para segurá-lo."

Todas as informações que eu tenho - e não só - falam de outra realidade, a de Moutinho não ter querido sair para o clube que tinha feito a proposta mais alta. Daí a venda, precipitada, de Hulk. Também sabemos que não se vende só quando o clube quer mas sim quando as contas começam a apertar. Mas é um bom alerta para os que acreditam que estamos a caminho de uma "sportinguização". Não estamos!

"Eu assinei uma proposta de sócio de um rapaz de 14 anos, que mandou uma foto com a camisa do Porto, com a bola na mão, ele era da Suécia, e queria ser sócio. Na escola dele, todos gostavam do Porto, eu preenchi essa proposta, pois ele queria estar ligado, isso é significativo."

Um exemplo identificativo do que deve ser o FC Porto do futuro. Portugal é um mercado fechado. Depois de 30 anos de domínio, já só não é seguidor do FCP quem não quer por motivos perfeitamente justificáveis de amor a outro clube ou de medo à superioridade de uma cidade que não seja a capital. É na externalização da marca Porto que temos de avançar, de aí eu falar sempre que posso no caso colombiano...100 mil seguidores no Facebook não justificam um jogo em Bogotá?

"Não tenho que preparar, isto não é uma monarquia. No dia que entender que tenho que sair, ou que queiram que eu saia, saio. Quem quiser se candidatar, os sócios vão escolher, sem que eu influencie. Quem vier, se vier às minhas costas, não terá a legitimidade nem a força e a independência. Se correr bem, vão dizer que fui eu, se correr mal, foi o novo que não foi capaz de fazer o mesmo. A ideia é não me envolver em luta eleitoral."

Pessoalmente, não acredito nem numa só palavra. Não é necessária fazer campanha eleitoral, basta um piscar de olhos para toda a paróquia seguir o sentido de voto. Agora é, como diria o próprio PdC, puro La Palisse..."se triunfarem, será graças a ele. se perderem, a culpa morrerá com o sucessor".

e uma pérola para acabar...

"Na época do técnico Artur Jorge, poderíamos trazer dois jovens brasileiros, quase desconhecidos, mas só tinha como trazer um, e era o Geraldão ou o Roberto Carlos. Era uma pena não poder ter trazido os dois. Não podíamos. Acabou que optamos, com muito sucesso, pelo Geraldão."


Continuamos vivos !

 
Entrámos demasiado expectantes e não conseguimos impor o nosso jogo : a posse era intermitente, o passe não saia rápido e a circulação da bola não fluía:  o Moreirense ocupou bem os espaços e exercia uma forte pressão sobre o homem da bola. O primeiro quarto correu em ritmo baixo , mas a partir daí passamos a dominar e a ser mais consistentes na gestão do tempo, dos espaços e da bola. Para isso muito contribuiu a acção de Lucho, mas essencialmente de Fernando  que se exibiu ao mais alto nível, jogando mais à frente do que o costume e mais influente na fase de construção.
O Moreirense optou por um jogo directo e tivemos algumas dificuldades defensivas perante a agressividade de Ghilas. Os centrais não coordenaram bem os tempos de entrada e de entreajuda,  e não sofremos dissabores porque Helton se exibiu muto bem, tal qual como o guarda redes do Moreirense. Obviamente que a maior participação ofensiva de Fernando destapou a zona central, e como Danilo recupera devagar e James participa muito pouco nas tarefas defensivas, sobraram espaços para surtidas perigosas do adversário. Marcámos um excelente golo em consequência de uma boa jogada colectiva e no fim da primeira parte o árbitro, inexplicavelmente, não marcou uma grande penalidade contra o Moreirense do tamanho da Torre dos Clérigos.
 
Na segunda parte,  chegámos aos três a zero de forma rápida e carimbámos a vitória. Houve tempo para mais algumas oportunidade, para outros sobressaltos e para rodar a equipa. Martinez marcou dois excelentes golos e continua a demonstrar que é um jogador fabuloso. Os restantes jogadores estiveram a um nível razoável,  embora os centrais tivessem estado menos seguros, incluindo Mangala. Fiquei com a convicção que os nossos  jogadores preferiram não arriscar em usar tanto o corpo, como fizeram repetidamente os jogadores do Moreirense, porque temeram sofrer tratamento idêntico a Abdoulaye,  e com alguma razão, porque o árbitro usou de uma dualidade de critério que não causou mossas porque marcámos, alargámos a contagem e pudemos controlar o jogo de forma competente.
Ghilas mostrou a sua raça e o Moreirense esteve bem o que valorizou a nossa vitória. Não gostei da arbitragem e James continua a desiludir. Um jogador da sua categoria tem de contribuir mais para o desempenho da equipa. Arrisca-se a hipotecara a fama que muito justamente granjeou.  
Somos Porto e continuamos na luta. Fernando foi exemplar e tem sido imenso nas últimas jornadas. 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O “topo de gama” avariou

(Crónica de MST, A BOLA, 05-02-2013)


«Em Guimarães, o FC Porto, mesmo sem James e sem Atsu, fez o jogo perfeito, do primeiro ao último minuto. Não foi apenas o melhor jogo do FC Porto neste campeonato – foi, apesar do seu sentido único, o melhor jogo deste campeonato. Mais do que aquilo não é possível ver por aqui. Como equipa, como futebol encadeado e pensado, jogado com imaginação e velocidade, foi topo de gama, aqui e em qualquer lugar.»
Miguel Sousa Tavares, A BOLA, 05-02-2013


Entre a deslocação à Luz (em 13/01/2013) e a deslocação a Guimarães (02/02/2013), duas das deslocações tradicionalmente mais difíceis do campeonato, o FC Porto disputou cinco jogos, com um saldo de 4 vitórias, 1 empate, 16 golos marcados e 2 golos sofridos. Nada mau…

(fonte: zerozero)

Mas, mais que os resultados, as exibições, algumas de encher as medidas, convenceram até os adeptos portistas mais críticos e cépticos, quer em relação ao treinador Vítor Pereira, quer a alguns jogadores. O Miguel Sousa Tavares é um bom exemplo dessa franja de adeptos e por isso o escolhi (*).

Dois meses e meio depois de Guimarães, a nação portista parece ter entrado em depressão coletiva e, ouvindo/lendo o que comentadores e adeptos dizem, a ideia com que se fica é que tudo é mau – dirigentes, treinador, plantel, médico, preparador físico, roupeiro, porteiro, …

Ora, em vez de entrarmos num discurso catastrofista, penso que seria mais útil analisar o que fez “avariar o topo de gama” de há dois meses atrás e transformá-lo no actual “utilitário”. É que quer o treinador (o principal alvo), quer os jogadores, são os mesmos.

A caixa de comentários está aberta a explicações.

(*) O futebol é um desporto de emoções e, muito facilmente, os heróis de uma semana são transformados em bestas na semana seguinte e vice-versa. Isto para dizer que o desporto “Tiro ao Miguel” traz pouco de positivo. Por isso, não vale a pena centrar os comentários nas incoerências deste ou de outros adeptos (“ele diz isso hoje mas disse o contrário há um mês atrás”), mas sim nos motivos que fizeram com que a equipa do FC Porto baixasse tanto de rendimento em tão pouco tempo.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Que se lixe a taça!


Há muito mais comentários quando o FCP perde. E alguns não são nada meigos. O  lado positivo da contestação:  se qualquer derrota nos dói tanto,  isso só pode  significar que sentimos o clube com paixão; o lado negativo: que essa paixão abra um leque muita alargado de acusações, algumas demasiado extremadas, o que retira a razoabilidade que deve constar da crítica, quando se avalia um jogo,  que não perde essa condição de jogo,  só porque uma das equipas é a nossa.  Além disso, quem contesta e propõe  cenários alternativos não tem como provar a sua evidência. Demais, há um exagero no modo: o “grito”, ainda que por escrito, não torna o comentário mais pertinente ou corajoso, mas  entendo-o  na hora da perda. Porém, o “luto cerrado” deve ser aliviado naturalmente para que a memória possa escrutinar os acontecimentos  com serenidade.
 
Foi o que procurei fazer. Comecemos pela primeira parte em que estivemos bem por cima do SCB, que jogou muito pouco e fez da luta a sua arma. É verdade: combateu-se  mais do que se jogou, mas era difícil sair desse registo porque o adversário tinha apostado tudo nesse estilo  e só o mudaria se marcássemos,  o que não aconteceu, porque o golo é o mais difícil no futebol  e também porque confirmamos algumas debilidades, que cresceram com a perda de confiança,  em consequência da má condição física da equipa,  que um plantel curto em qualidade, obviamente não consegue disfarçar. Essa dificuldade multiplicou-se por imprudência própria e méritos alheios e teve em  Mossoró a execução sublime que lhe valeu ser escolhido como o MVP da jogo.  Um bom mergulho, uma grande penalidade e uma expulsão a fechar a primeira parte.  Não podia ter sido pior.
 
Na segunda parte houve vontade, faltaram as soluções. O SCB geriu bem e o FCP não conseguiu disfarçar a falta de um elemento. A condição física, insisto,  não é a melhor e quando os resultados não acompanham a ambição da equipa e dos artistas,   o futebol ressente-se e não corresponde. Não fomos capazes de criar grandes problemas ao SCB e estes tiveram caminho aberto para o contra ataque que não soubemos estancar. Mas houve, nesse período, alguma raiva que contrastou com o aparente conformismo da primeira parte. Não posso deixar de reconhecer que os jogadores, nesse período, deram tudo.  Faltou capacidade de organização ao FCP para jogar com 10 elementos. Nesse particular, acho que VP não foi capaz de montar a equipa e passar a mensagem. É minha convicção que deveríamos ter jogado com as linhas mais juntas:  Defour estacionou demasiado na ala, James perdeu-se entre a ala e a posição 10 e quando entrou Atsu, nem ele terá percebido bem que papel lhe tinha sido destinado, pois andou autenticamente perdido.
 
Ainda que James não estivesse a jogar bem, longe disso, não entendo que tenha saído por troca com Atsu.  Em função dessa troca,  o “trabalho”  de construção ficou muito centrado no labor de Fernando e Moutinho (que melhorou no segundo tempo), uma vez que os alas e os laterais raramente conseguiram esticar o jogo. Kelvin tentou agitar, mas falta-lhe experiência.  Em suma, com dez não conseguimos disfarçar,  o que é muito mais difícil quando se está numa situação de desvantagem, diga-se. Mas os jogadores deram o litro.
 
Li que se tivéssemos optado jogar com apenas três defesas, talvez o milagre acontecesse com  uma  divisão de tarefas de excelência,  ainda que não se disponha de  gente capaz para o desempenho da missão. Além do mais, na prática estivemos nessa situação demasiadas vezes:  os laterais subiam e não recuperavam,  o Fernando e o Moutinho estiveram demasiado envolvidos nas tarefas atacantes, os alas não estão rotinados na cobertura e o SCB continuou a jogar no contra golpe confortavelmente aproveitando-se  das avenidas que se iam abrindo,  nesse frenesim atacante construído ao ritmo da pressa e do pouco talento. Insisto: a equipa jogou pouco próxima para dividir o esforço e o vai vem que uma situação destas exige. Faltou ao FCP ser mais equipa, ter mais alternativas e os jogadores mais disponíveis ao sacrifício.
Sábado há mais. Atirar a toalha ao chão é que seria imperdoável. Há muito ainda a ganhar. Que se lixe a taça.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um plantel para o futuro

Parece evidente que o FC Porto é cada vez mais um clube com um modelo de negócio muito bem definido e que nos tem trazido não só resultados no relvado como reconhecimento internacional. Descobrir jogadores, transformá-los em futebolistas de primeira ordem e vendê-los por uma pequena fortuna foi, durante quase uma década, o nosso trademark mundial.

A Europa não conhece o FC Porto pela metamorfose de "andrades" a "dragões", nem pelos "raçudos do Norte" ou pela fortaleza do espirito de balneário. Somos negociantes de primeira, na descoberta e na revenda do producto e com James Rodriguez, Jackson Martinez, Eliquiam Mangala e Alex Sandro, temos quatro novos jogadores para somar uma boa maquia nos próximos dois anos.

E no entanto, essa política, em si mesma, não pode ser exclusiva para um clube que aspira a tudo. Porque o FC Porto deve sempre aspirar a tudo. A vencer a Liga e a Taça ano sim e ano também. E sobretudo a melhorar as suas performances europeias. Se isso não suceder todos os anos - em Portugal só há, racionalmente, uma equipa que aspira ao mesmo - não é necessário fazer um drama, pedir cabeças e montar a guilhotina. Mas também é preciso ter consciência de que as distância se encurtam, sobretudo porque o rival copiou bem o nosso modelo de negócio e já pouco nos separa deles nesse capitulo. Numa era global é cada vez mais fácil a um miúdo de 18 anos saber quem é o James ao mesmo tempo que os olheiros de clubes europeus e só a falta de interesse em arriscar directamente por parte dos grandes tubarões permite a sobrevivência da classe média europeia e esses negócios de ouro. O que nós fazemos também já o fazem em Itália (Napoli, Udinese, Fiorentina), França (Lyon), Holanda (PSV) e Espanha (Atlético Madrid, Sevilla) relativamente bem. Nós ainda temos algumas vantagens, em determinados mercados, e a certeza a agentes e jogadores que passar pelo FCP faz bem ao curriculum, garante uma exposição regular na elite europeia, dinheiro a tempo e horas e títulos. Mas essas estâncias estão destinadas a ser cada vez mais curtas e o clube tem de pensar mais a médio e longo prazo. Reforçar a espinha dorsal da equipa com os Moutinhos de hoje e de amanhã.


Em 2002/03 o FC Porto estava mal financeiramente e desportivamente.
A construção do estádio do Dragão dava pouca margem de manobra na tesouraria e o maior hiato sem títulos nacionais desde o início do mandato de Jorge Nuno Pinto da Costa era algo que parecia pressagiar o fim. Foi o principio de uma nova era. Sobretudo porque o engenho de uma excelente equipa directiva nos escritórios da SAD, de um treinador de excelência (habilmente pescado pela mesma equipa) e a falta de dinheiro fresco nos levou a olhar para dentro. Para o mercado português. E recrutar entre jovens promessas e jogadores, aparentemente subvalorizados, os mecanismos dos nossos maiores anos. Neste contexto em que há cada vez menos liquidez para ir ao Brasil ou Argentina, e em que sabemos que o Benfica sabe fazer precisamente o mesmo, mais do que nunca devemos pescar dentro de fronteiras o que ainda há de bom no futebol português. É verdade que a formação lusa actual está em piores condições que em 2002. Que a qualidade média do futebolista estrangeiro decaiu. E que a nossa formação vive numa permanente interrogação. Mas em 2002, nas bancadas das Antas, durante um jogo de pré-época, ouvi vários sócios veteranos queixarem-se de Paulo Ferreira, Nuno Valente, Maniche ou Derlei. Os mesmos que olharam para o lado quando contratamos um jogador que nunca tinha actuado em Portugal chamado Costinha. Ou os que acharam digno de uma jogada encarnada, ir buscar César Peixoto depois de uma grande exibição contra nós no Restelo. Esses negócios, baratos e com um enorme potencial - não só financeiro mas, sobretudo, desportivo, permitiram criar um esqueleto que esteve por detrás do nosso sucesso europeu.
Quando Mourinho se foi embora, deixou atadas a compra de Pepe e tinha já na antecâmara Raul Meireles e José Bosingwa para render Paulo Ferreira e Maniche no onze titular. Nomes que não só nos deram triunfos no relvado como permitiram significativos encaixes de transferência.

Nem sempre vai haver dinheiro para pagar 9 milhões por Jackson, quase 20 milhões por Danilo ou 14 por Alex Sandro. O risco é cada vez maior e a margem de erro diminui a cada Verão que passa. O plantel de este ano pagou esse preço. Sem dinheiro fresco, há poucas camisolas à disposição do técnico e a equipa B ainda é um projecto demasiado verde para ser uma alternativa real. Com jogadores de 10 a 20 milhões mas poucas alternativas, chegamos ao final da época sem pernas, cansados e com poucas alternativas, de tal forma que em Janeiro a directiva teve de resgatar um avançado de 35 anos que não joga e um médio russo com um corpo que não aguenta forçosamente a exigência e tensão do final de temporada, apenas porque vieram a custo zero. Por isso é cada vez mais importante olhar para dentro e pensar que jogadores a actuar no futebol português ou de nacionalidade portuguesa (e aqui entra em jogo muito do que nos exige a UEFA nas inscrições da Champions League e não nenhum nacionalismo bacoco) para reforçar a estrutura do próximo ano. Dificilmente entrem como titulares indiscutíveis, mas serão as alternativas em momentos de aperto, os que vão ganhar traquejo para no futuro, como sucedeu com Ricardo Carvalho, Meireles, Alves, Bosingwa e companhia, recuperarem o testemunho dos que se vão embora (porque sempre se irão) e que nos permitam a continuar ser competitivos e um projecto ganhador.



E para que se diga que falar é fácil, agir é mais complicado, deixo a minha lista de oito sugerências pessoais que podem (ou não) funcionar como o futuro do FC Porto numa versão mais nacional, mais económica mas sem abdicar do nosso core principal e do faro que temos para cheirar grandes negócios.

- Ricardo (extremo-direito, Vitória Guimarães)
Se o Varela foi uma compra interessante, este jovem extremo do Vitória tem potencial para ser bastante melhor que o "Drogba da Caparica". É mais rápido, acutilante e demonstra uma maturidade competitiva bastante surpreendente para a sua idade.


Zé Luis (extremo/avançado, Braga)
Deu muito nas vistas na formação do Gil Vicente e foi uma das grandes contratações da SAD do Braga no ano passado. Só uma lesão grave o impediu de "explodir" antes. Está na hora das nossas relações com a "Pedreira" nos trazerem algum beneficio.



Vieirinha (extremo, Wolfsburg)
Quem o viu despontar, na sua etapa de júnior ainda no FC Porto, já lhe augurava um excelente futuro mas, inexplicavelmente  a sua geração desapareceu demasiado cedo do radar. As suas exibições na Grécia e Alemanha - e também com a selecção - deixam claro que é um jogador que pode oferecer o que a ala direita do FC Porto - quando James não está - não pode. O já estar no futebol alemão dificultaria qualquer negócio.

Paulo Oliveira (central, Vitória Guimarães)
Outra das grandes revelações da temporada no D. Afonso Henriques. Com o nosso Tiago Ferreira, um dos centrais de maior projecção futura do futebol de formação português. Rápido, bom sentido posicional, alto, com uma auto-confiança surpreendente, seria uma excelente adição apesar da contratação de Reyes e o overbooking de defesas a torne complicado. Não excluiria a ideia de o contratar e deixar um ano em Guimarães até se confirmarem as eventuais saídas de Mangala e Otamendi nos próximos dois anos.

Nabil Ghilas (avançado, Moreirense)
Aos 22 anos já demonstrou saber o "b-á-b-á" do golo e num plantel onde as únicas referências de ataque são Jackson e Liedson, é o jogador perfeito para desbloquear jogos dificeis a baixo custo. Vejo-o num patamar parecido ao de Lima e todos sabemos como isso acabou.


- Tiago Rodrigues (médio, Vitória Guimarães)
A crise no Vitória permitiu-lhes lançar miúdos com muito potencial que noutro contexto estariam agora na equipa B a acumular minutos. Aos 21 anos, este médio já não é uma novidade para quem o viu jogar nos últimos anos e seria uma adição muito interessante para o meio-campo já que na nossa equipa B só Tozé tem demonstrado ter perfil para ser promovido.

- Carlos Eduardo (médio, Estoril)
Um dos responsáveis directos da excelente época do Estoril. Um médio criativo com muito futebol nas pernas, jovem e potencial.

- Tiago Silva (médio, Belenenses)
Excelente médio de futuro, um dos melhores jogadores da II Liga esta temporada.

- Filipe Augusto (médio, Rio Ave)
Há dois anos que pertence ao plantel de Jorge Mendes, um player dos mercados que raramente falha nas suas apostas, é um médio com muito futuro e que tem estado em grande forma ao serviço do Rio Ave


Com um plantel para 2013/14 com dez/doze jogadores formados localmente, entre novas aquisições, promoções da equipa B (Tozé, Tiago Ferreira, Seba/Dellatore?, Caballero, Kelvin) e alguns dos jovens que já estão na primeira equipa (Fabiano, Atsu, Castro, Ba, Kadu) a que se juntariam as nossas apostas no mercado internacional (onde já se incluem Herrera e Reyes, os reforços confirmados para Julho) e os jogadores que consigamos manter (o core do plantel), teremos um grupo muito mais compensado, com mais opções e, sobretudo, mais barato. O que também significa uma maior margem de lucro em negócios de futuro, algo que se está a perder com compras cada vez mais caras e vendas e revendas de percentagens de passes.

Se num momento de aperto, a SAD do FC Porto teve o génio e engenho de fazer da fraqueza uma tremenda virtude, neste ano que pode ser dificil de engolir para os adeptos quando a época termine, é importante voltar às origens e não perder o norte. Garantir o futuro, não esquecer o presente e aprender com os erros e os triunfos de um passado não tão distante.


PS 1: Este artigo foi originalmente escrito à sensivelmente semana e meia. Hoje o jornal A Bola lança a notícia de que dois dos jogadores da lista, Ricardo e Tiago Rodrigues, já estão contratados. Um excelente sinal da SAD.

PS 2: Sobre jogadores baratos e com potencial de futuro no mercado internacional escreverei nas próximas semanas.