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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Rio Ave em vez do Borussia

Hoje houve um jogo no Estádio do Dragão. O adversário foi o Rio Ave e em disputa esteve o acesso à final da Taça da Liga.

Cerca de uma hora depois de terminar o FC Porto x Rio Ave, quando já não havia adeptos nas bancadas do Dragão, às 19h45 (hora de Portugal continental) iniciava-se no La Rosaleda o Málaga x Borussia Dortmund, da 1ª mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

Inevitavelmente, lembrei-me da vitória e exibição dominadora da equipa do FC Porto quando recebeu o Málaga. E também recordei as incidências que conduziram à derrota e eliminação dessa mesma equipa no La Rosaleda.

(Málaga x FC Porto)

Liga dos Campeões versus Taça da Liga e a inesperada (ou talvez não) descida dos céus ao inferno em apenas 90 minutos. É assim o futebol.

(Málaga x FC Porto)


P.S. O FC Porto assegurou a presença na final da Taça Lucílio Baptista com uma vitória (4-0) à slb. De facto, tal como aconteceu em Málaga, ficou mais uma vez demonstrado que é muito mais fácil ganhar e até golear quando se joga em superioridade numérica...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Convívio de operários, faltou acutilância

Sendo inegável que o Porto fez uma exibição seguríssima, autoritária e plena de mérito, eu - cordialmente discordando do Miguel Lourenço Pereira - não classificaria o jogo de terça-feira um jogo de "gala", nem sequer como um grande jogo. Quando só uma das equipas está em interessada em jogar à bola e em ganhar, raras vezes os jogos são memoráveis (excepto quando acabam em goleadas e não foi este o caso).

O Porto cumpriu a sua parte; dentro das suas limitações, fez tudo o que estava ao seu alcance para obter um resultado do seu agrado; do outro lado, o "Olhanense espanhol", depois muito prometer - Duda falou em vencer no Dragão; nunca ouvi ninguém do Porto dizer que ia vencer a Old Trafford ou no Olímpico de Munique, mas enfim... - acantonou-se no seu meio campo, e por lá ficou. Pensando bem, até o Olhanense fez melhor.

Porventura os "malaguetas" estarão a contar mostrar tudo o que sabem no seu estádio - acho piada a estas equipas: "somos os maiores... quando jogamos em casa" - que, dizem, tem um ambiente "infernal". Não sei como será. Sei sim que não será pior que o ambiente no Estádio da Luz - nenhum estádio é mais hostil ao Porto, nenhum - e não nos temos dado mal por lá... Nesse aspecto, claramente subvalorizado pela equipa técnica do Málaga, que apostou tudo numa eliminatória de 90 minutos a disputar no seu terreno, estamos ao nível dos (ou somos mesmo os) melhores do mundo.


Conseguiram ainda assim sofrer apenas um golo, porque se acantonaram, sim, mas também porque nem o Porto soube criar ocasiões de golo condizentes com o domínio exercido, nem a maior parte dos remates teve como destino a baliza - foram 7(?) os que acabaram na bancada; não pode acontecer. Apesar de ter "toureado" muito e bem o Málaga, o Porto não foi capaz de dar a "estocada final". Faltou entre os abnegados operários um artista capaz de um definitivo toque de magia. Estou a lembrar-me daquele rapaz brasileiro que foi jogar para a Rússia, mas para ser sincero duvido que o Porto produzisse este futebol se ele ainda cá estivesse. Em todo o caso, como já não o temos por cá, e porque o James vem uma paragem prolongada, temos de jogar com o Varela, que enquanto membro útil do plantel, ofensivamente não tem estaleca para estas andanças. Tem os seus méritos, mas não passou uma única vez pelo Antunes. O que é péssimo, ponto final.

Do lado oposto, Ismaylov esteve muito bem, embora tenha notado que não tem capacidade de explosão que lhe permita desmarcar-se mais vezes, e ter uma maior dinâmica com o Alex Sandro. Tendo em conta a idade e o historial de lesões, será que alguma vez a voltará a ter? Em ambos os casos, não é de descartar a influência/entendimento com o lateral. Nesse aspecto, Alex Sandro bate Danilo aos pontos - este último "teima" em manter-se no limbo, entre a desilusão e a eterna promessa.

O golo, excelente (mas irregular?) acaba por saber a pouco, mas dificilmente poderia ser mais do que apenas o único. Mesmo depois de se verem a perder, e mesmo já com (meio) James em campo, nem o Málaga cedeu, nem o Porto se transcendeu. Em suma, o Porto precisava de ter sido mais acutilante, precisava de ter sido mais produtivo, precisava de ter quebrado o Málaga, e aí sim, teria marcado mais golos. A posse da bola e o domínio do adversário, não podem ser fins mas pontos de partida para os golos, as vitórias - o Porto precisa do James ao seu melhor nível.

De entre um rol de exibições fantásticas, destaco o Jackson, que eu - estejam à vontade para discordar - considero o melhor ponta-de-lança que o Porto tem desde o Jardel. Sim, eu acho que o Jackson é melhor (não muito melhor, mas melhor) que o Falcao. É muito mais "jogador de equipa" - poderia ter facilmente passado ao lado do jogo mas nunca deixou de lutar e trabalhar - e é tecnicamente superior ao seu conterrâneo.


Destaco também o Fernando, não pelas melhores razões. À semelhança do Varela, embora sendo muito mais fiável e regular, parece-me que as suas limitações ficaram expostas: empatou o jogo quando se pedia rapidez e nem sempre tomou as melhores decisões. Pede-se ao Fernando, há já algum tempo, que seja o primeiro a atacar, mas acho que ele só sabe defender.

Confesso que nesta altura já estou a pensar na eliminatória seguinte - tudo pode acontecer, mas julgo que já demonstramos que somos melhores que o Málaga, e mesmo com um empate a zero, seríamos igualmente favoritos; e quem aposta tudo num só jogo (mesmo que conte nas suas fileiras com um mergulhador de craveira, com cátedra da Luz) sai geralmente a perder. E pese embora os problemas que apontei, temos condições de a [próxima eliminatória] disputar de olhos nos olhos seja com quem for. Ir mais além que isso, parece-me "demais"; veremos.

Uma última nota para o celeuma criado pelo golo do Moutinho: o protestos não se fizeram esperar, primeiro em Portugal e depois em Espanha. Com o desagrado dos espanhóis, posso eu bem; se há coisa de que não se podem queixar é de arbitragens. Já o desagrado dos "portugueses", é de evitar, e por isso sugiro ao Moutinho que para a próxima marque um golo com a mão. Ninguém aprecia um bom golo com a mão como os "portugueses".

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A azia de um golo “ilegal”

O golo marcado pelo “gigante” João Moutinho causou uma certa azia em Espanha, mas a azia ainda foi maior para os jornalistas e comentadores “portunhóis” (leia-se, anti-portistas) da comunicação social portuguesa e para alguns anónimos que vagueiam pela blogosfera sob diferentes identidades, que não se cansam de gritar, ou reproduzir a verborreia de outros, de que o golo foi “ilegal”.

No estádio não tive dúvidas e, revendo toda a jogada, continuo a pensar que esta situação do jogo foi ajuizada de acordo com as recomendações que a FIFA dá aos árbitros, isto é, em lances destes, com diagonais ou transições rápidas feitas por quem ataca, em caso de dúvida a jogada não deve ser interrompida. Foi isso que a equipa de arbitragem chefiada por Mark Clattenburg fez e, seguramente, o árbitro inglês não irá ser penalizado por causa disso.

(clicar na imagem para a ampliar)

Mesmo parando a jogada e observando a posição dos jogadores no exacto momento do passe (algo que, como é óbvio, os árbitros não podem fazer), verifica-se que em termos de pés e pernas (até aos joelhos), Moutinho está em linha com o defesa do Málaga. A parte que está ligeiramente adiantada é o dorso e a cabeça de Moutinho.

Mas eu compreendo esta azia, ó se compreendo…

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

“O Porto não é mais forte que o Milan”

O Porto não é mais forte que o Milan

Estas declarações de Camacho, jogador do Málaga, ANTES do jogo de ontem, fizeram-me lembrar declarações parecidas (no mesmo tom) de jogadores do Depor, em Abril de 2004, antes da meia-final FC Porto x Deportivo Corunha. Recordo que o Depor tinha eliminado o AC Milan nos quartos-final, após uns concludentes 4-0 no Riazor (a equipa galega eliminou os milaneses com 5-4 no acumulado das duas mãos).

Ora, disputados o AC Milan x Málaga e o FC Porto x Málaga e comparando os indicadores estatísticos (vale o que vale) disponibilizados pela UEFA dos jogos que este Málaga disputou em Milão e no Porto, verificamos que até são parecidos.



As diferenças mais significativas são o número de remates que o Málaga fez nos dois jogos (4 em Milão contra apenas 1 no Porto) e, claro, o resultado final – o Málaga empatou em Milão (1-1), um jogo que podia perder (*), e perdeu no Porto (0-1) a primeira parte de uma eliminatória que, de há umas semanas para cá, é o seu único grande objectivo desta época.

Independentemente de, na minha opinião, o FC Porto 2012/13 ser superior ao AC Milan 2012/13 (actualmente, só vejo quatro ou cinco equipas europeias superiores ao FC Porto e nenhuma delas é italiana, o que não quer dizer que o FC Porto não possa ganhar a essas equipas e perder com outras), o que esta afirmação de um jogador do Málaga revela é a sobranceria com que de Espanha se olha sempre, ou quase sempre, para as equipas portuguesas.

O AC Milan tem mais nome e currículo que o FC Porto, logo tem melhor equipa, certo? Errado!

E depois, claro, ficam muito surpreendidos…

(fonte: jornal O JOGO, 20-02-2013)

(*) O Málaga fez uma fase de grupos extraordinária e, após as quatro primeiras jornadas, somava 10 pontos (contra 5 do AC Milan, 4 do Anderlecht e 3 do Zenit) e já tinha o apuramento garantido para os oitavos-de-final, o que lhe permitiu “tirar o pé do acelerador e descansar” nos últimos dois jogos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Noite de gala, onde só faltaram mais golos

A melhor exibição da temporada, um jogo para a Europa ver e recordar. O jogo que provavelmente acelera as saídas de João Moutinho e Jackson Martinez, imensos como nunca, capazes de prender um laço à volta do Málaga e não os deixar jogar um só minuto. Foi um dos jogos mais bem conseguidos na história recente da Champions League para os dragões e só o marcador - que peca por muito, muito escasso - impede de celebrar com a verdadeira euforia que se iria merecer.

O FC Porto foi, absolutamente, imenso.
O Málaga, uma excelente equipa a todos os níveis, fez figura de corpo presente. Porque os homens de Vitor Pereira não deixaram. Não lhes permitiram respirar, desde o primeiro segundo até ao último. Isco não tocou na bola, não a viu. As ajudas, espantosas, taparam todos os pedaços de terreno livres perdidos no campo. A pressão foi constante, intensa e perfeita. Todas as segundas bolas eram nossas, todos os passes saiam bem e só pecava a equipa na hora do remate. Durante a primeira parte foram poucas as ocasiões para tanto futebol. No segundo tempo melhorou, ligeiramente, o aproveitamento. Um golo, um grande golo do melhor jogador em campo, depois de um passe perfeito de Alex Sandro (tremendo), que desmontou definitivamente o puzzle dos andaluzes e pôs justiça no marcador. Justiça, que é dizer pouco, porque ninguém se iria escandalizar com um 3-0 claro, tal foi a superioridade futebolística dos dragões.



Foi um trabalho táctico brutal de Vitor Pereira que soube entender perfeitamente como joga o Málaga. Com a bola são perigosos, sem ela não existem em campo. O Porto quis a bola, ficou com ela e sempre que a perdia tardava um nanossegundo em recuperá-la. Com isso anulou completamente as melhores individualidades do rival, afastou-os da linha defensiva, prendeu o meio-campo à sua própria defesa e tomou controlo do jogo. Faltou profundidade, faltou eficácia, sobretudo nos 11 cantos que tivemos, e faltou, sobretudo, que o imenso jogo de Jackson fosse coroado com o golo que merecia. São 20 golos em liga, 26 em todas as competições, números ao nível do melhor do que há na Europa e os olheiros dos grandes clubes seguramente que tiraram hoje as dúvidas. O colombiano é um avançado completo que não só marca como faz a equipa jogar, permite essa orquestra colectiva contar com mais um homem na medular, o que é fundamental para o esquema de Vitor Pereira.

O técnico demonstrou, pela enésima vez, que os que o ainda acusam de não ser um treinador à altura para o FC Porto estão bastante enganados. Tacticamente ganhou ao excelente técnico chileno, Manuel Pellegrini, e ajustou bem as peças. Primeiro com Varela para desgastar e Izmailov, a partir da esquerda, a replicar as diagonais de James. Depois, na segunda parte, lançou o regressado colombiano para o seu lugar de origem e introduziu vertigem no flanco esquerdo com Atsu. O Málaga queria tapar o ataque do FCP mas não conseguia. Faltou esse leque de oportunidades claras, esses golos que na Europa valem tanto. O 1-0 é um bom resultado no final de uma imensa exibição, mas não é um imenso resultado. Em Málaga teremos de marcar para garantir que todo o trabalho perfeito desta noite não se perca por um acaso do destino.

No onze do Porto nota superlativa para todos, em especial o eixo Mangala-Fernando-Moutinho-Jackson, tremendo na ocupação dos espaços, do pressing zonal ao rival, da forma como criaram essa superioridade desde o principio. Imenso também Alex Sandro, cada vez mais decisivo na manobra da equipa. Danilo não foi tão perfeito, na movimentação, apoios e nas acções ofensivas, mas fez um bom jogo, tal como Otamendi, importante sempre a ganhar as bolas com Santa Cruz. O jogo de Lucho e Izmailov foi de mais a menos, notou-se o desgaste físico, sobretudo na segunda parte, e Varela acabou por ser, talvez, o que menos entrou em jogo, mas mesmo assim a um nível muito superior de qualquer rival. Atsu entrou de forma trepidante e James faz sempre muita falta, com aquele toque de classe marca da casa que deu outra aura de criatividade ao jogo ofensivo dos dragões. Venceu, no pouco tempo que esteve em campo, o duelo directo com Isco aos pontos!

Vitória perfeita com poucos senãos. O relvado, continua lamentável para um clube de alto nível europeu e prejudicou muito o nosso estilo de jogo, atrapalhando demasiadas vezes os jogadores no último toque. E os adeptos. Os que estiveram, foram excelentes. Mas havia demasiadas cadeiras vazias para um jogo deste nível. Os bilhetes para sócios, entre os 10 e os 25 euros não eram demasiado caros e sente-se a falta desse ambiente de casa cheia nestas noites, que é algo que o Málaga vai ter em La Rosaleda.



Com uma arbitragem bastante boa (o golo pode ser fora de jogo mas há um penalty por assinalar a Varela na 1º parte claríssimo) e uma equipa superlativa, é uma data que enche de orgulho os adeptos e dá mais confiança para conquistar aquele que deve ser um dos objectivos do clube todos os anos, um lugar no top 8 do futebol europeu. Estamos a 90 minutos de lá chegar, mas com o jogo de hoje merecíamos que a viagem a Málaga fosse para cumprir calendário!

Analisando o Málaga

O Málaga chega ao Porto para disputar umas das mais igualadas eliminatórias dos Oitavos de Final da Champions League. São duas equipas com uma filosofia similar, futebol ofensivo, apoiada numa cultura de posse, com individualidades capazes de desequilibrar em qualquer momento e que equipam de azul e branco. Os espanhóis são estreantes nesta fase da competição e até à última ronda, partilhavam com o FC Porto a liderança na fase de grupos como a melhor equipa em prova. Apuraram-se com uma inesperada autoridade num grupo onde estavam os milhões do Zenit e a história do AC Milan depois de uma pré-eliminatória que passaram a duras penas. São uma equipa com mais recursos do que pode aparentar à primeira vista, e com um problema existencial muito importante. Para o ano, façam o que fizerem, não estarão nas provas europeias.

Vitimas da primeira onda de suspensões com vista à aplicação do Financial Fair Play, os malaguenhos sabem que façam o que fizerem na prova e na liga espanhola, para o ano não há Europa, nem milhões. Na liga espanhol têm feito uma temporada de altíssimo nível, similar ao ano passado, oscilando sempre entre o quarto e o quinto posto mas a uma distância curta do 3º lugar, ocupado pelo Real Madrid. Desde que a equipa soube da suspensão da UEFA (apesar de terem naturalmente recorrida da decisão) a liga deixou de ser uma prioridade. O clube sabe que tem de acabar nos sete primeiros lugares (a suspensão é para o 1º ano que se qualifiquem para as provas europeias, se o Málaga ficar fora das provas matematicamente a suspensão passaria para o ano seguinte, caso se qualificassem) mas deixou de pisar o acelerador. Na Copa del Rey foi eliminado pelo Barcelona nos Quartos de Final, mas não só teve o futuro campeão espanhol contra as cordas nos dois jogos, como foi provavelmente a única equipa que discutiu, olhos nos olhos, um jogo directamente com o Barça esta época. E perdeu apenas a eliminatória nos últimos dez minutos de um confronto de 180 minutos.


Agora chegam ao Porto para lutar na terceira frente, a mais importante.
Triunfar na Champions significa, sobretudo, revalorizar o plantel que, em Junho, seguramente, será reorganizado para que o clube possa pagar as dividas que tem em atraso. Há quatro ou cinco jogadores com mercado e que podem permitir um encaixe à volta dos 80 milhões de euros e não há nada melhor que a prova rainha do futebol europeu para servir de passerelle  Nós sabemos bem como funciona. Por isso mesmo jogar bem e vencer o FC Porto é algo mais importante do que possa parecer à primeira vista para uma equipa que, futebolisticamente, não fica nada a dever ao FC Porto e que conta com um guarda-redes em estado de graça, um médio criativo digno sucessor da magia de Iniesta e um treinador que sabe preparar os jogos como poucos.


Analisamos o Málaga zona por zona:

Baliza: É o líder do prémio Zamora, troféu entregue em Espanha ao guarda-redes menos batido. E tem demonstrado, semana após semana, porque é um dos pilares do sucesso da equipa. Apesar de algum erro pontual, Willy Caballero é um seguro de vida e um osso duro de roer para o ataque dos dragões. Bom posicionamento, ágil, bom entre os postes, relegou para o banco o mais experiente Kameni.

Laterais: Monreal saiu em Janeiro para o Arsenal, mas o Málaga tem um leque de laterais de bom nível, tanto a nível ofensivo como no trabalho mais defensivo. O lado esquerdo é monopolizado por portugueses. Do recém-chegado Antunes ao veterano Duda, é por aí que a equipa gosta mais de atacar, tendo algumas vezes utilizado o lesionado (não jogará) Eliseu a partir dessa posição para ganhar superioridade no ataque. Pelo lado direito joga Jesus Gamez, um lateral mais defensivo mas bastante bom tacticamente.

Centrais: Pode ser a área mais débil da equipa. O argentino Demichelis e o uruguaio Lugano podem ser os titulares, apesar de que o uruguaio tem a concorrência directa de Sérgio Sanchez e Wellington, que jogaram a maior parte dos jogos da fase de grupos. No banco está ainda o norte-americano Onyewu, jogador que dificilmente será primeira opção para Pellegrini e que deixa claro que esta zona está mais longe da qualidade média do plantel do que qualquer outra.

Médios Defensivos: Ignacio Camacho começou a despontar na cantera do Atlético de Madrid e foi uma das primeiras contratações do sheik Al Thani, quando este se fez cargo do clube em 2011. É um jogador com um excelente sentido posicional, muito trabalhador e com um óptimo remate de meia distância. Ao seu lado deverá jogar, no apoio, o francês Toulalan, um dos elementos fundamentais na grande campanha europeia dos espanhóis na primeira fase. Pellegrino pode também procurar utilizar o chileno Iturra, um maratonista trabalhador para perseguir incansavelmente Moutinho por todo o terreno, soltando Camacho para uma missão mais ofensiva no apoio ao ataque, ou lançando Baptista ou Portillo no ataque no seu lugar.



Extremos: Uma das grandes surpresas da temporada foi sem dúvida a segunda juventude de Joaquin. O extremo que despontou há uma década no Bétis e passou pelo Valência vive uma segunda juventude, com golos, assistências e momentos deliciosos que trazem magia e imprevisibilidade ao jogo ofensivo do Málaga. É o dono do corredor direito e será um osso duro de roer para Alex Sandro, obrigando-o a ter cuidado com as subidas no terreno. Do lado esquerdo não está o titular habitual, Eliseu, pelo que Pellegrini pode apostar por jogar com Duda ou lançar o rápido Portillo ou o feroz Julio "la bestia" Baptista.

Médio Ofensivo: A estrela da equipa, um dos melhores jogadores jovens do futebol mundial, líder e figura deste Málaga. Isco não precisa de apresentações, é o sucessor natural de Andrés Iniesta e em Málaga sabem que em Junho terá assinado por um clube de primeira linha do futebol europeu (acabou de renovar o contrato ampliando a cláusula de rescisão para 35 milhões de euros). Tem ordem para deambular pelo terreno, puxar Fernando da sua posição, criar superioridade no miolo ou associar-se com o tridente ofensivo. Tirar Isco do jogo é meio encontro ganho. O seu suplente, o brasileiro Lucas Piazon, emprestado pelo Chelsea, não deve jogar.

Avançados: Depois de vender Buonanotte, o ataque do Málaga ficou definitivamente entregue aos golos de Saviola, bem nosso conhecido, e do veterano paraguaio Roque Santa Cruz. Dois jogadores perigosos, que precisam de pouco espaço para deixar a sua marca. Também pode entrar Seba Fernandez, um jogador polivalente que se mexe bem em todas as posições do ataque, ou o jovem Fabrice, essencial na fase preliminar. Julio Baptista começou a ter minutos nas últimas semanas e pode ser opção apesar de que não esteja nas melhores condições físicas, pelo menos para a primeira mão.

Treinador: É um dos melhores técnicos da liga espanhola. Fez milagres com o Villareal e repetiu-os com o Málaga. Esqueçam a época num Real Madrid marcado pela precoce eliminação na Copa del Rey - até porque os números realizados foram brutais a todos os níveis - Pellegrini é um técnico que sabe manejar um balneário, com um brilhante conhecimento táctico e capaz de preparar os jogos até à exaustão. É uma hipótese para o Manchester City na próxima época e também joga muito do seu prestigio internacional nesta eliminatória.


sábado, 22 de dezembro de 2012

Sobre a suspensão do Málaga, alerta!

Desde que ontem se soube oficialmente que o Málaga é um dos clubes afectados pela decisão da UEFA de começar a aplicar o seu novo modelo de Fair Play financeiro que todas as atenções se viraram para La Rosaleda. Foi um golpe duro e inesperado por parte do clube. Mas quem conhece a realidade dos andaluzes sabe que esta situação era previsível.

No entanto, é preciso a partir de agora ter muito, muito cuidado com este Málaga.
O clube vai recorrer, naturalmente, ao TAS. E vai perder.
Tanto ele como os clubes de leste foram visados pela UEFA que sabia, de antemão, que não tinham forma de se defender. São rivais institucionalmente fracos, sem peso nenhum, e vão ser os primeiros exemplos, avisos à navegação, não aos tubarões como aos clubes médios...se passam a linha, estão tramados.

O sheik Al Thani, que supostamente é dono do clube, há um ano que não tem os salários em dia. Um ano!
Os jogadores recebem de 3 em 3 meses partes do ordenado mas há alguns a quem o clube ainda deve metade do salário do ano passado, incluindo os prémios de fim de ano. Foi o trabalho de Pellegrini e a garra dos jogadores que lhes permitiu salvar a situação, primeiro no final de época passada, agarrando o 4º lugar de um Atlético de Madrid in crescendo. E depois no arranque deste ano.

Van Nistelrooy saiu porque não recebia há 2 meses. Cazorla foi vendido por 18 milhões de euros porque sem esse dinheiro o clube podia, inclusive, fechar portas. E todos puseram a mira na Champions League. Porque só de lá vinha o dinheiro fresco necessário para salvar o clube. Só há umas semanas a UEFA desbloqueou finalmente os 20 milhões de euros de prémios do clube, entre apuramento para a fase de grupos e vitórias num grupo que dominou de fio a pavio. Dinheiro fresco que motiva os jogadores, que sabem que só ali vão poder encontrar pão para comer.



O vestuário, desde Agosto, deixou claro que a Champions League tinha de ser a prioridade desta época, pelo dinheiro que lhes dá e pelo escaparate que é para os clubes grandes europeus. Mas também eram conscientes que se queriam continuar a receber tinham de repetir ou melhorar o quarto lugar do ano anterior para voltar a ver os milhões da Champions. A partir de agora, isso já não vale.


As informações que tenho definem claramente a eliminatória de Champions como único jogo importante do ano para o clube a partir de agora. O Málaga sabe que lhes dá igual acabar em 3º ou em 6º lugar, porque não participará nas próximas provas europeias, passe o que passar. Isso significa que vão tirar o pé do acelerador da liga, principalmente em Fevereiro e Março, onde têm jogos difíceis  e apostar tudo na Champions. Simplesmente, para fazer dinheiro que evite no 31 de Março que a situação se amplie a mais uma época e para que os jogadores possam receber os salários em dia com esse balão de oxigénio.

Esta realidade transforma o Málaga num rival muito mais perigoso. Não os melhora como futebolistas mas dá-lhes outra atitude, mais desesperada, e o FC Porto tem de saber lidar com isso. Em Fevereiro vamos estar em duas frentes, sem perder a atenção em nenhuma delas, sob pena de ficar irremediavelmente com a época em risco. Eles não. Eles jogam o ano a dois jogos, o que venha a seguir é para cumprir calendário.

É um alerta, com meses de antecipação. Espero que VP tenha consciência disso mesmo!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Objectivo: Málaga

O sorteio prévio que a UEFA realiza sempre tinha deixado antever um duelo FC Porto - Málaga.
Parecia que seria só no universo virtual que os dois conjuntos azuis e brancos se iam cruzar. Mas não. Como o sorteio oficial repetiu exactamente a prova matinal, o FC Porto decidirá a passagem aos Quartos de Final no estádio La Rosaleda.

O Málaga é um projecto novo, inspirado por mais um sheik árabe com sonhos de grandeza europeia.
Nesse sentido é similar ao Paris Saint-Germain, com quem já disputamos a fase de grupos. Os donos de ambos clubes são familiares, ambos investiram no mercado dos últimos dois anos para reforçar o plantel e procuram na edição deste ano da prova o prestigio internacional que o dinheiro, só por si, não pode comprar. Que o diga o Manchester City!

Mas ao contrário do PSG, este Málaga é um poço de problemas.
Os jogadores passam meses sem receber a tempos e horas desde meados do ano passado. No Verão o clube teve de vender a Santi Cazorla ao Arsenal por tuta e meia (15 milhões de euros) e dispensar um par de jogadores porque não havia dinheiro para manter o plantel que conseguira o histórico quarto lugar obtido por Manuel Pellegrini no final da época passada. Só depois do apuramento para a fase de grupos ter sido garantido é que o clube investiu no mercado e contratou a Saviola e Santa Cruz, os dois avançados da equipa. Até lá tinha jogado com um miúdo da equipa B de 16 anos.

É por isso um projecto com pés de barro e ,a par do Schalke 04, o que melhor nos vinha. Não tem nem o prestigio de um Manchester United ou Juventus nem a qualidade de Borussia Dortmund, Barcelona e Bayern Munchen. Mas não é por isso um rival menos perigoso.


Os espanhóis (imprensa e adeptos) já se dão por favoritos e a boa primeira fase podia dar essa sensação.
Mas com um plantel curto, as boas exibições têm sido alternadas com jogos francamente maus. Em Espanha caminham no quinto posto (empatados com o Bétis), longe do trio da frente, e na Copa del Rey têm sofrido para seguir em frente. Todas as fichas foram postas na fase de grupos - por motivos financeiros evidentes - e agora resta saber como será que um clube pouco habituado a isto suportará a pressão de uma eliminatória. Não é por acaso que os dirigentes do clube têm um discurso bem mais cauteloso!

Da equipa treinada pelo homem que foi desprezado pelo Real Madrid mas que antes tinha transformado o Villareal num clube de bairro a um semi-finalista europeu, é preciso ter cuidado com três jogadores que têm sido fundamentais ao longo do ano:

- Isco, provavelmente uma das maiores promessas do futebol europeu, chamado a sucessor de Andrés Iniesta na selecção espanhola
- Joaquin, o veterano extremo que redescobriu a alegria de jogar e que tem sido o principal motor ofensivo dos andaluzes
- Eliseu, renascido sob o comando de Pellegrini que lhe dá uma tremenda liberdade no flanco esquerdo, transformando-o num jogador a que a linha defensiva tem de prestar muita, muita atenção.

Quanto ao resto do plantel, há um equilíbrio evidente.
Willy Caballero é o lider do prémio Zamora, mas oscila entre defesas impossíveis e autênticos "frangos". A linha defensiva, composta por Jesus Gamez, Demichelis, Wellington e Eliseu é bastante desequilibrada e no meio-campo a equipa depende sobretudo da frieza de Toulalan e da magia de Isco, deixando a Camacho e Portillo o trabalho mais táctico. No ataque, o titular é o já conhecido Saviola, e do banco saltam habitualmente os mesmos nomes, o chileno Iturra, o espanhol Monreal, o português Duda e o paraguaio Santa Cruz.

Honestamente, perante este rival, o FC Porto tem de se considerar favorito, de portas para dentro.
Que o rival queira embandeirar em arco, é lá com eles. Nós temos um bom onze, um pedigree na alta competição reconhecido e jogadores que, individualmente, não estão atrás dos melhores da equipa rival. Se eles têm Isco, nós temos James. Se eles têm Joaquin, nós temos Moutinho. Se eles têm Saviola, nós temos Jackson. E assim sucessivamente.

O primeiro jogo no Dragão será fundamental. Já sabemos que não podemos sofrer golos, que teremos de ser mandões desde o principio. E, acima de tudo, demonstrar a eficácia que ainda não tivemos nos duelos contra rivais directos. Na Europa isso é fundamental.

Entre Fevereiro e Março o Málaga terá um calendário muito complicado. Tem um plantel curto. É o momento certo para fazer valer a nossa superioridade e marcar o bilhete para os Quartos de Final.


PS: A UEFA anunciou agora mesmo que o Málaga é um dos clubes excluídos das próximas edições das provas europeias. Nos próximos quatro anos, mesmo que se apure, o Málaga será excluido por não cumprir com os requisitos financeiros do Financial Fair Play, juntamente com outros clubes do leste da Europa. A prova viva de que o estado das finanças do clube é um desastre. Mas não podiam aplicar isto já?