quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os números do negócio Falcao


A informação seguinte foi extraída do Relatório e Contas Consolidado da FC Porto SAD, correspondente ao 1º Trimestre 2011/2012:

«(...) no período de três meses findo em 30 de Setembro de 2011 foram renegociados os contratos com os jogadores Radamel Falcao e Álvaro Pereira, com reflexo ao nível do valor das respectivas cláusulas de rescisão, prazos de duração do contrato de trabalho e remunerações associadas, que foram aumentados. Estas renegociações significaram encargos com assinatura de contrato e serviços de intermediação de, aproximadamente 6.585.000 Euros relativos ao jogador Radamel Falcao e, aproximadamente, 973.500 Euros relativos ao jogador Álvaro Pereira (...)»
in R&C, página 17

«As alienações no período de três meses findo em 30 de Setembro de 2011, que geraram mais-valias no montante de 20.338.365 Euros, resultam essencialmente da alienação dos direitos de inscrição desportiva do jogador Falcao ao Atlético de Madrid, pelo montante de 40.000.000 de Euros, que gerou uma mais-valia de, aproximadamente, 20.170.000 Euros, após dedução de: (i) custos com serviços de intermediação no montante de 3.705.000 Euros prestados pelas entidades Gestifute e Orel B.V.; (ii) de responsabilidades com o mecanismo de solidariedade no montante aproximado de 2.000.000 Euros; (iii) da proporção no valor de venda do passe detido pela Natland Financieringsmaatschappij B.V. no montante de 1.805.000 Euros; (iv) do efeito da actualização financeira das contas a receber e a pagar a médio prazo originadas por estas transacções, no montante de, aproximadamente, 1.690.000 Euros; e (v) do valor líquido contabilístico do passe à data da alienação, no montante de, aproximadamente, 10.629.000 Euros, que incluía os encargos com os prémios de assinatura acima referidos e respectivas comissões de intermediação.»
in R&C, página 18


6.585.000 Euros pagos em encargos com assinatura (renovação) de contrato e serviços de intermediação;

3.705.000 Euros pagos em custos com serviços de intermediação aquando da venda;

1.805.000 Euros correspondentes à percentagem do passe que não era detida pela FC Porto SAD.

Só em serviços de intermediação e encargos com a renovação do contrato de Falcao, foram pagos mais de 10 milhões de euros em pouco mais de um mês (renovação em 14/Julho e venda ao Atletico Madrid em 18/Agosto).

De facto, o futebol movimenta muitos milhões para os bolsos de indivíduos de fato e gravata, a maior parte dos quais nunca deram (nem sabem dar) um pontapé numa bola...
E, também por causa disto, há negócios que se fazem e outros que também não.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O fim de uma dupla de sucesso?


Em declarações ao Meios&Publicidade, Júlio Magalhães desmentiu as notícias dos últimos dias que davam como certa a sua saída da TVI para assumir a direcção-geral do Porto Canal:

Não é verdade que tenha apresentado qualquer carta de demissão à TVI. É um facto que fui convidado e já informei a TVI dessa possibilidade, mas só tomarei uma decisão até ao fim do ano. Até lá estou a ponderar”.

Trata-se de um projecto aliciante [o Porto Canal] e em termos financeiros é magnífico, tenho que o admitir”.

Há 12 anos que viajo entre o Porto e Lisboa e já não tenho idade para fazer tantos quilómetros”.

Para além do seu portismo e da questão financeira, este último argumento (“há 12 anos que viajo entre o Porto e Lisboa”) é algo que pesa e de que maneira, principalmente quando se tem esposa (marido) e filhos. É um dos custos invisíveis do centralismo.

Apesar do Júlio Magalhães dizer que ainda está a ponderar, os sinais existentes são de que está para breve o fim de uma das duplas mais antigas e de maior sucesso da televisão portuguesa.

Uma final europeia na Luz

(visão do relvado da Luz a partir da “gaiola”)


Nas linhas gerais da sua candidatura à presidência da FPF, Fernando Gomes definiu como objectivo, que Portugal acolha a final de uma competição europeia de futebol “nos próximos quatro anos”.

Entretanto, numa entrevista à Rádio Renascença, o ex-administrador da SAD portista reafirmou que “o nosso objectivo é, claramente, trazer uma final de uma competição europeia para o nosso país”.

O ainda presidente da Liga de Clubes não identificou o estádio, ou estádios, que poderão fazer parte desta eventual candidatura portuguesa a uma final europeia, mas a mim parece-me que o estádio que reúne melhores condições é o que fica em frente ao centro comercial Colombo. Vejamos:

- os acessos ao estádio são “excelentes” e diversificados (até há um túnel por debaixo da 2ª circular...);

- por falar em túneis, no túnel da luz, que dá acesso aos balneários, é muito raro ocorrerem incidentes;

- a iluminação do estádio nunca falha (a não ser se o finalista fosse o FC Porto...);

- o estádio tem uma “gaiola” de 4ª geração, também conhecida por zona de conforto, de onde a visão dos adeptos para o relvado é magnifica...;

- na falta de um estádio nacional em condições (pelo menos as que são exigidas pela UEFA), é lá que a Selecção portuguesa faz os jogos decisivos.

Penso que estes argumentos chegam para sustentar uma candidatura ganhadora...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Recordando Heysel e Hillsborough

A propósito de "gaiolas", "jaulas" e outras vedações em estádios de futebol, construídas para, supostamente, garantir uma melhor segurança dos espectadores;
porque a memória dos homens é curta;
porque há quem fosse muito novo, ou nem sequer tivesse ainda nascido;
e em memória das dezenas de homens, mulheres e crianças, que morreram espezinhados e/ou esmagados contra redes de "protecção";
recordo algumas imagens das tragédias ocorridas nos anos 80 em dois estádios de futebol: Heysel Park (Bruxelas, 29 Maio 1985) e Hillsborough (Sheffield, 15 Abril 1989).











domingo, 27 de novembro de 2011

Hulk! Ele baralha, parte e dá!


Depois do desafogo de Donetsk, Vítor Pereira consegue fazer soltar um pouco mais o cordel que lhe envolvia perigosamente o pescoço. Com mais ritmo e alguma liberdade, a sua equipa foi-se soltando das amarras, mas é em Hulk que faz depositar todas as decisões. Sem nunca ter sido demolidor, o conjunto azul e branco construiu um resultado seguro. Pena foi aquela desconcentração final, dando uma expressão a um resultado que não ficou a condizer com o jogo.

Fazendo cumprir o adágio popular, o nosso técnico alinhou os mesmos homens que começaram a levar de vencida a equipa do Shakhtar. Um prenúncio não totalmente satisfatório dado o pouco domínio aí verificado. Mas, na verdade, algo se transfigurou construção de jogo e frente de ataque portista. A mobilidade e intensidade é outra, muito potenciada pelo posicionamento menos rígido de James e Djalma. Hulk corrobora no espírito, contribuindo no desgaste da defesa alheia. A sua técnica, expansividade e força faz o resto.

E assim foi! Hulk resolveu, com todas as letras! Um golo de cabeça a abrir, servido de bandeja por Rodriguez, o “miúdo”, numa fase onde a nossa equipa já controlava e impunha a sua velocidade, fez o 2º, para levantar o estádio. E, sem deixar morrer o clímax, estilhaçou a defesa bracarense e ofereceu o 3-0 a Kléber. Não está mal para ponta de lança improvisado. Se calhar, não é assim tão estranho, digo eu.




Numa exibição assim tão cintilante e reluzente, só mesmo a mancha da penalidade cometida já a caminho do minuto 90, fez ofuscar a prestação de qualidade do Incrível. A distracção no acompanhamento ao seu adversário directo, catapultou a equipa para um balbuciante final pouco expectável, sintomático de que algumas feridas levam tempo a sarar.

Metidos num buraco tão negro e quase sem vislumbre da sua saída, Pereira e seus rapazes aliviaram um pouco as costas do pau que estava prestes a cair-lhes em cima. A unidade ainda está longe de estar consolidada, o treinador continua a querer “brincar” ao Football Manager no nosso meio campo – aquela retirada de cena de Defour, enfim – e constata-se que só há mesmo Hulk para destoar. Valha-nos isso e mute do comando do televisor para cortar o pio aqueles campeões de la palissadas e demais calinadas que vertem ininterruptamente.

sábado, 26 de novembro de 2011

A "animalização" dos adeptos


«Esta "gaiola", como muitos lhes chamam, é mais do que uma deriva securitária. Constitui-se num claro recuo do processo civilizacional que levou à retirada das vedações dos estádios, precisamente numa fase em que os números da violência nos estádios eram maiores. Esta "animalização" dos adeptos pode ter efeitos perversos que talvez não tenham sido pensados pelo zeloso clube da capital. Na verdade, e como lembrou o holandês Otto Adang, polícia e investigador dos conflitos e comportamentos colectivos nos estádios de futebol, "se tratarmos os adeptos como hooligans, eles vão comportar-se como hooligans".
Daniel Seabra, Antropólogo
in semanário Grande Porto, 25/11/2011


Do fosso à jaula, o que é que realmente distingue os dirigentes e as "elites pensantes" dos dois clubes da 2ª circular?
Tão "civilizados" que eles são... Como diz o povo na sua imensa sabedoria, estão bons uns para outros.

Nunca fui, nem tive vontade de ir, a este novo estádio da Luz que, aliás, devia mudar de nome para estádio das sombras (depois de vários casos no túnel e do apagão de Abril passado, de facto só faltava colocar uma jaula para os adeptos dos clubes adversários...).

Gosto de futebol e tenho uma enorme paixão pelo Futebol Clube do Porto, mas uma coisa garanto, nunca descerei ao nível de permitir que me "enjaulem" para ir ver um espectáculo desportivo.

Ah, e cada vez sinto mais orgulho no Estádio do Dragão, de longe o melhor estádio português e, pelos vistos, o único estádio dos três grandes em que os espectadores são tratados como pessoas e não como animais.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Em Barcelos à hora da Champions

(Óquei Barcelos x FC Porto, 28/05/2011, penúltima jornada do campeonato 2010/11)


«Que se fizessem notar, eram apenas quatro os adeptos do FC Porto em Barcelos. Quatro amigos que acompanham as modalidades e que deram o sinal, na fria cidade minhota, do que se passava na gélida Donetsk. Hulk marcava na Champions e sossegava as hostes azuis e brancas, mais tranquilas com a equipa de hóquei em patins, que por essa altura já vencia por 2-0, com golos de Pedro Gil.
De resto, quando Nuno Almeida reduziu para o Barcelos e estabeleceu o resultado da primeira parte (1-2), na Ucrânia os dragões já venciam por 2-0. Vítor, Fernando, Carla e Sónia já haviam dado o respectivo grito, que anunciava a ressurreição dos portistas na Europa do futebol.»
in O JOGO, 24/11/2011


No final dos anos oitenta e durante toda a década de noventa, um Óquei Barcelos x FC Porto era uma partida entre candidatos ao título e, seguramente, um dos jogos do campeonato que despertava mais interesse. Actualmente, o Óquei Barcelos está longe dos seus tempos gloriosos, mas os jogos entre estas duas equipas continuam a ser um dos clássicos da modalidade. Assim sendo, não entendo a razão que levou a Federação de Patinagem a marcar este jogo do Campeonato de Hóquei em Patins (em atraso da 5ª jornada) para o meio da semana e, ainda por cima, coincidindo com o dia de um jogo da Liga dos Campeões, decisivo para a equipa de futebol azul-e-branca.

Num país em que o futebol é a modalidade preferida dos adeptos e, naturalmente, domina largamente o espaço mediático, será esta a forma adequada para os clubes e Federação de Patinagem darem visibilidade a uma modalidade que já teve melhores dias?
Será que é assim que esperam atrair mais gente aos pavilhões?

Quanto aos quatro adeptos portistas que se deslocaram a Barcelos à hora da Champions, mereceram inteiramente que o jornalista de O JOGO lhes fizesse referência e até os identificasse pelo nome. Os cinco golos que o FC Porto marcou (os dragões ganharam por 5-3) dão para dedicar um golo a cada um deles e ainda sobra um...

P.S.1 No final do jogo, o treinador do FC Porto, Tó Neves, afirmou o seguinte: "A ganhar 4-1, pelos vistos fomos uma equipa muito faltosa, conseguimos fazer 13 faltas... O critério foi completamente desigual, com a intenção de fazer o FC Porto cair em Barcelos. Mas não caiu. Sabíamos o que nos esperava e fomos muito competentes".
Há muita gente ansiosa, quase desesperada, em interromper a série de títulos azuis-e-brancos no Hóquei em Patins, mas parece que não vai ser fácil.

P.S.2 Penso que o Fernando, um dos quatro adeptos portistas a que o jornalista de O JOGO fez referência, é o Fernando Delindro, o qual já escreveu vários artigos sobre o hóquei em patins que foram publicados no RP (A época 2009/10, Uma reflexão sobre os eneacampeões, Balanço da época, Em busca do 11º consecutivo).

Rating? Não, ranking…

Ontem, uma das agências americanas de notação voltou a baixar o rating de Portugal, colocando o país no limiar do “lixo”. Contudo, no futebol, e após os jogos desta semana da Liga dos Campeões, Portugal ultrapassou a França (por duas milésimas!) e, temporariamente, ocupa o 5º lugar no ranking da UEFA. O país pode estar em crise, mas no pontapé na bola os clubes portugueses têm dado cartas...


Na Liga dos Campeões Portugal tem duas equipas – FC Porto e slb – enquanto que a França tem três – Lyon, Marselha e Lille –, mas Portugal já assegurou um bónus de cinco pontos, devido à passagem do slb aos oitavos-de-final (tal como o FC Porto, os três clubes franceses irão disputar essa passagem na última jornada). Já na Liga Europa, ambos os países mantêm duas equipas em prova.

Relativamente ao contributo de cada clube português para os actuais 50.346 pontos (total acumulado dos últimos cinco anos), ele é o seguinte:
F.C. Porto: 14,951 (29,7%)
Benfica: 12,353 (24,5%)
Sporting: 10,324 (20,5%)
Sp. Braga: 9,000 (17,8%)
Nacional: 1,416 (2,8%)
Marítimo: 0,800 (1,6%)
U. Leiria: 0,500 (1,0%)
V. Guimarães: 0,464 (0,9%)
P. Ferreira: 0,393 (0,8%)
V. Setúbal: 0,143 (0,3%)

A intromissão de Portugal entre os big five é mais simbólica que outra coisa. Em termos práticos, o quinto lugar no ranking da UEFA tem apenas uma pequena vantagem em relação ao sexto: o terceiro classificado no campeonato acede directamente ao play-off, não tendo de disputar a pré-eliminatória e podendo começar a preparação um pouco mais tarde.

P.S. Fruto da posição ocupada no ranking da UEFA no final da época 2010/11 (6º lugar), na próxima época (2012/13) Portugal vai ter três equipas a participar na Liga dos Campeões (duas na fase de grupos e uma nas pré-eliminatórias), mais três na Liga Europa.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Chegaram às 9h15!


«O regresso do FC Porto de Donetsk, na Ucrânia, (...) foi longo, demorado e prolongou-se até esta manhã. A equipa acabou a viajar de autocarro desde Vigo, destino do voo por causa da greve geral em Portugal. Antes, a partida da Ucrânia já tinha sofrido duas horas de atraso, segundo conta a Antena 1. Por isso, a equipa só chegou a Vigo às 7h30 desta manhã.»
in Maisfutebol

«Na sequência da vitória em Donetsk, a equipa do FC Porto passou a noite a viajar e só chegou às 9 e 15 desta quinta-feira ao Estádio do Dragão. Face à greve geral que está a paralisar o país, a comitiva portista viajou diretamente da Ucrânia para Vigo, onde tinha o autocarro do clube pronto a transportar todos os seus elementos rumo à Invicta.»
in record.pt


Logo aquando do sorteio, chamei à atenção para o facto do mesmo implicar três viagens longas, algo que desagrada bastante a jogadores e treinadores.
E, para além da distância/duração, as viagens a países da ex-União Soviética costumam ter como "bónus" atrasos provocados por questões alfandegárias ou outro tipo de problemas nos aeroportos. Já tinha sido assim na deslocação a São Petersburgo e agora voltou a acontecer.

Para já, esta noite, madrugada e manhã a viajar da comitiva do FC Porto, teve como consequência uma noite em claro e a não realização de qualquer treino, nem sequer de descompressão, no dia de hoje. Contudo, havendo ainda três dias até ao próximo jogo, espero que seja essa a única consequência e que no domingo os jogadores do FC Porto estejam em condições físicas de correr mais que os do SC Braga.

P.S. Nas últimas semanas, quantas milhas e horas de viagem terão sido acumuladas por jogadores como Álvaro Pereira, Cristian Rodriguez, Hulk e Kléber?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Digam lá se já não tinham saudades...



...de uma vitória europeia a sério!

É, agora, uma sensação de maior leveza que nos vai acompanhar até ao próximo encontro.
O peso que, nos últimos tempos, vínhamos a carregar nos ombros era quase insuportável...

E tudo está bem, assim num repente?
Claro que não, mas finalmente os jogadores deram o litro, como os adeptos gostam.

Os passes voltaram a estar longe da perfeição, só que, desta vez, quem perdia a bola ia atrás do prejuízo e não ficava, como em Coimbra, de braços cruzados à espera que o companheiro do lado resolvesse.

E também lá voltou, finalmente, a nossa famosa "estrelinha" da época passada.
Duas bolas nos nossos postes mas também um Hélton imenso.

A ideia inicial de Vítor Pereira tinha algum fundamento:
Fucile tinha falhado, e à brava, na nossa última deslocação ao leste da Europa e Maicon, mesmo parecendo que está a fazer um alívio para a bancada em cada lance que disputa, fazia lógica para um jogo de maior contenção que se antevia.
Já Djalma era mais porque alguma coisa tinha que mudar naquele trio de ataque.
E Hulk, mesmo rendendo menos no meio, é sempre um perigo à solta em qualquer sector do campo. Mesmo que tocado e em má forma física (para o seu alto nível, obviamente).
Quanto a Defour, embora este ainda nada tenha provado de concreto, era tempo de colocar Belluschi na prateleira. Já chega de tantos minutos em campo que lhe passam completamente ao lado. É um justo castigo. Que reflicta no (pouco) que tem feito e volte em grande.

Numa noite de acontecimentos inesperados, até Cristian Rodriguez disputou um lance com tamanha garra que teve que ser travado, consecutivamente e à margem das leis, por dois jogadores diferentes.
Tal coisa já não se via, por aqueles lados, há muito, muito, tempo.

É tempo, pois, de recuperarmos a energia e, principalmente, alma.

A culpa é apenas e só do “desertor”

(clicar na imagem anterior para a ampliar)


«Enfim, não adianta dizer mais nada. Repito que a culpa não é sequer de Vítor Pereira: ele faz o que pode e o que sabe. O problema é que isso, obviamente, não chega, nem chegará nunca. A culpa também não é de Pinto da Costa, que também fez o que pôde nas circunstâncias que teve de enfrentar. A culpa é apenas e só do Dragão de Ouro André Villas Boas e da sua deserção»
Miguel Sousa Tavares
in A Bola, 22/11/2011


O futebol, vivido intensamente, provoca muitas irracionalidades e, quando se escreve mais com o coração do que com a cabeça, de vez em quando saem coisas como este parágrafo da Nortada de ontem do MST. Gosto, particularmente, do “apenas e só”…

Mas, pondo de lado o exagero irracional do MST, o texto anterior é uma espécie de corolário de diversas opiniões que se podem ler na bluegosfera, as quais são baseadas em dois pressupostos:
i) Pinto da Costa, Antero Henrique e a “Estrutura” foram todos apanhados de surpresa com a saída de André Villas-Boas;
ii) a SAD não teve tempo para procurar uma alternativa que não fosse o Nº 2 de AVB.


I. A tese da surpresa

As exibições e resultados alcançados pelo FC Porto ao longo da época, fizeram a Europa do futebol (e não só) olhar atentamente para o jovem treinador dos dragões, ex-adjunto do special one, com a comunicação social a fazer eco do interesse de vários clubes.
Um exemplo elucidativo é um artigo da autoria do jornalista Hugo Daniel Sousa, publicado no dia 22 de Maio de 2011, na Revista Pública (suplemento do jornal Público), do qual transcrevo o seguinte extracto:

«Ao tornar-se no mais jovem treinador a vencer uma competição europeia de futebol (33 anos e 213 dias), André Villas-Boas accionou os radares da curiosidade em toda a Europa. O Chelsea de Roman Abramovich já o tem debaixo de olho, faltando saber se o russo consegue convencer o treinador a deixar o clube do coração e se está disposto a pagar os 15 milhões de euros previstos na cláusula de rescisão de contrato. O interesse deve-se não só aos títulos conquistados (Supertaça, campeonato português e Liga Europa), mas também à ligação a José Mourinho e ao facto de estar a repetir o início de carreira vitorioso do seu antigo patrão — se conquistar a Taça de Portugal ao Vitória de Guimarães, até ultrapassará aquilo que Mourinho fez na primeira temporada ao serviço do FC Porto.
O Wall Street Journal já lhe chamou o “rapaz genial” e o Guardian fala de um “treinador em ascensão” que “transforma tudo o que toca em troféus”.»

Reparem que o jornalista do Público não fez o que na altura era habitual, isto é, falar no interesse em abstracto de outros clubes, ou apresentar uma lista de pretendentes para “a noiva”. Não, o texto refere unicamente o Chelsea, sendo dito que faltava apenas duas coisas: convencer o ex-colaborador de José Mourinho e saber se Abramovich estava disposto a pagar 15 milhões de euros.

Este artigo foi publicado um mês antes da SAD portista enviar o comunicado à CMVM, precisamente a confirmar a saída de André Villas-Boas para o… Chelsea!
É verdade, o AVB não saiu para o Liverpool, nem para o Inter, nem para o AC Milan. Foi mesmo para o clube de Roman Abramovich. Que coincidência…

Perante isto, ainda há quem acredite que a estrutura da SAD (a célebre estrutura do futebol portista!) foi apanhada desprevenida com a saída de André Villas-Boas?
E o mais engraçado é que alguns dos que defendem esta tese, são os mesmos que se fartam de elogiar o Antero Henrique e de dizer (com razão) que o Pinto da Costa sabe mais a dormir que os outros dirigentes todos acordados. Em que é que ficamos?

Mais. No dia 21 de Junho de 2011, durante a apresentação do sucessor de AVB, Pinto da Costa afirmou:

Queria publicamente desejar ao Vítor Pereira as maiores felicidades. É uma sucessão natural, inclusive já prevista há algum tempo. Aquilo que aconteceu faz parte da vida e do futebol. Nós admitíamos isso. Já tínhamos a garantia do professor Vítor Pereira que, se isso acontecesse, ele estaria disponível”.

Quando o nosso treinador [André Villas-Boas] foi passar um fim-de-semana a Londres, há um mês e tal, falei com o professor [Vítor Pereira] a questionar a sua disponibilidade. Ele disse-me que sim e fiquei descansado. Na sexta-feira [17 de Junho], alertei o professor que isso seria uma realidade”.

E para que não ficassem dúvidas, na mesma ocasião Vítor Pereira afirmou:

A decisão foi-me sendo colocada ao longo da época. Colocaram-me a hipótese de assumir a equipa se um dia acontecesse este tipo de situação. É uma opção pensada pela direcção e por mim. Há um mês a esta parte fui confrontado com a possibilidade de isto acontecer”.

No dia 13 de Julho de 2011, num evento realizado no Casino da Figueira, Pinto da Costa afirmou:

No dia em que se consumou a saída [de André Villas-Boas] dormi bem porque já tinha tudo previsto. A rescisão do Villas-Boas caiu às 16 horas no fax e às 17h já estava a apresentar o substituto. Eu já tinha o Vítor Pereira de prevenção. Antes do próprio Villas-Boas saber que ia sair, eu já desconfiava da sua saída”.

Surpresa? Mas qual surpresa? Só se o Pinto da Costa (que já era chefe do departamento de futebol do FC Porto antes do AVB nascer) estivesse a dormir e mesmo assim…
Para mim, surpreendente é ver portistas, com acesso a todos estes dados e que presumo de boa fé, a continuarem a defender e insistir na tese da surpresa.


II. A tese da inexistência de tempo para contratar outro treinador

17 Junho 2011 – Pinto da Costa informou Vítor Pereira que seria o novo treinador principal do FC Porto.

21 Junho 2011 – Formalização da saída de AVB e promoção de Vítor Pereira a treinador principal.

30 Junho 2011 – Arranque dos trabalhos da época 2011/12.

6 Julho 2011 – FC Porto x Tourizense (7-0), jogo treino disputado no Olival.

10 Julho 2011 - FC Porto x FC Gutersloh (10-1), primeiro jogo particular no estágio da pré-temporada, contra uma equipa de amadores. Rolando foi o único titular do ano transacto que jogou de início.

24 Julho 2011 – FC Porto x Peñarol, jogo de apresentação no Estádio do Dragão.

7 Agosto 2011 – FC Porto x Vitória Guimarães, Supertaça Cândido Oliveira.


Mesmo entre os adeptos portistas que partem da inverosímil tese da surpresa, basta fazer as contas para verificar que, desde o dia 17 de Junho, havia duas semanas até ao arranque da temporada e 51 dias (!) até ao primeiro jogo oficial. Como é óbvio, era tempo mais do que suficiente para pessoas com a experiência e conhecimentos de Pinto da Costa e de Antero Henrique, se quisessem, terem contratado um treinador que não fosse Vítor Pereira.

Aliás, basta recordar o que esta mesma administração da FC Porto SAD fez aquando da saída intempestiva (e essa sim de surpresa) de Co Adriaanse.

9 Agosto 2006 – A FC Porto SAD informou que "Jacobus Adriaanse apresentou a sua demissão de treinador da equipa principal do F.C. Porto" e nomeou Rui Barros treinador interino.

15 Agosto 2006 – O Boavista anunciou a rescisão do contrato com Jesualdo Ferreira, informando que a mesma irá implicar o "pagamento de uma forte indemnização" à SAD axadrezada.

19 Agosto 2006 – Supertaça Cândido Oliveira, 1º jogo oficial da época 2006/07. O treinador principal do FC Porto neste jogo foi Rui Barros, com Jesualdo Ferreira a assistir na bancada.


Perante estes factos, datas e declarações dos principais protagonistas, penso que não existe espaço para sustentar as duas teses anteriores mas, claro, vivemos num país onde a opinião é livre.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Um Estadista do Futebol Português


Foi com muito gosto que ouvi a entrevista de Fernando Gomes à SIC Notícias ontem à noite.

É raro ver-se em Portugal alguém pensar o futebol para além do clubismo e do paroquialismo. O Dr. Fernando Gomes, sendo um conhecido portista - antigo atleta e dirigente - demonstra as qualidades, digamos, "supra-partidárias", que há muito se não viam no futebol português.

Não conheço o seu opositor, o Dr. Carlos Marta, e como tal, nada contra ele me move. Mas como já se viu, como, por exemplo, nos elogios que muitos clubes pequenos lhe dirigiram enquanto Presidente da Liga, eu acho que a chegada do Dr. Fernando Gomes à presidência da F.P.F. seria muito bem-vinda.


PS: Só fiquei com a pulga na orelha em relação à possível reformulação da Taça de Portugal à imagem da Taça da Liga. O que a Taça de Portugal precisa não é de uma elitização, antes pelo contrário, o que ela precisa é de ser transformada numa prova totalmente nacional, como sucede em Inglaterra, onde todo e qualquer clube de futebol tem acesso às suas eliminatórias preliminares.

E se AVB voltasse ao FCP?


As coisas não estão a correr bem ao Chelsea, particularmente na Premier League, com os blues de Londres já a 12 pontos de distância do líder Manchester City.

CAMPEONATO (Premier League):
Stoke-Chelsea, 0-0 (E)
Chelsea-WBA, 2-1 (V)
Chelsea-Norwich, 3-1 (V)
Sunderland-Chelsea, 1-2 (V)
Manchester United-Chelsea, 3-1 (D)
Chelsea-Swansea, 4-1 (V)
Bolton-Chelsea, 1-5 (V)
Chelsea-Everton, 3-1 (V)
QPR-Chelsea, 3-1 (D)
Chelsea-Arsenal, 3-5 (D)
Blackburn-Chelsea, 0-1 (V)
Chelsea-Liverpool, 1-2 (D)

Total: 7 vitórias, 1 empate, 4 derrotas

LIGA DOS CAMPEÕES:
Chelsea-Leverkusen, 2-0 (V)
Valência-Chelsea, 1-1 (E)
Chelsea-Genk, 5-0 (V)
Genk-Chelsea, 1-1 (E)

Total: 2 vitórias, 2 empates

TAÇA DA LIGA:
Chelsea-Fulham, 0-0, 4-3 g.p. (E)
Everton-Chelsea, 1-2 (V)

Total: 1 vitória, 1 empate

TOTAIS: 10 vitórias, 4 empates, 4 derrotas


Em Inglaterra já se fazem comparações entre André Villas-Boas e os seus predecessores em Stamford Bridge, com o ex-treinador do FC Porto a não ficar bem na fotografia.



E como se não bastassem os maus resultados, Guus Hiddink, após ter abandonado o cargo de seleccionador da Turquia, veio para a comunicação social fazer-se descaradamente ao lugar de AVB:

"The relationship (with Abramovich) was, has been, and will be good, very good. When I go to London I am always welcome, or in Cobham [centro de treinos do Chelsea], or at the stadium. We don't speak every week, but every now and then there is contact and I feel very welcome always. We'll see what the future will bring."


Apesar das especulações que já circulam, parece-me pouco provável que AVB seja despedido nas próximas semanas mas, num cenário desses, como reagiriam os adeptos portistas se Pinto da Costa, num monumental golpe de teatro, voltasse a contratar AVB?

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O papa recordes II


Mais um jogo, mais um brilharete de Vítor Pereira:
- Não me lembro de um jogo em que o FC Porto não tenha feito um único remate à baliza na primeira parte. Sendo um jogo a eliminar, ainda é mais grave.
- O FC Porto já não perdia em Coimbra há 40 anos.

E pronto, quarta-feira há mais na deslocação à Ucrânia para jogar contra o Shaktar.

Sábado à noite no Dragão Caixa


No sábado à noite, em vez de ficar em casa a tele-visionar o jogo entre o FC Porto de Vítor Pereira e a Académica de Pedro Emanuel, optei por ir ao Dragão Caixa e ver de perto o Terceira Basket x FC Porto (jogo em atraso da 4ª jornada da Liga de Basquetebol).

Esta escolha, para além de me ter poupado a mais uma paupérrima e inexplicável exibição da equipa de futebol, teve outro aspecto positivo: assisti ao vivo a um jogo agradável da equipa de basquetebol, em que nem tudo saiu bem (e o Moncho chegou a irritar-se a sério…), mas em que os jogadores que vestiram a camisola azul-e-branca se empenharam e conquistaram mais uma vitória inteiramente justa (contra uma equipa cujo cinco base tem três americanos e um canadiano).

Perto do final do jogo, soube, através da troca de SMS com outro dos co-autores do ‘Reflexão Portista’ que, em Coimbra, o FC Porto se tinha despedido da Taça de Portugal, sem encanto e com três golos no saco. Embora a dimensão da derrota me tenha surpreendido, encarei a eliminação de uma competição que o FC Porto ganhou nas últimas três épocas como algo, não direi previsível, mas natural, tão mal a equipa de futebol vem jogando.

Compreendo perfeitamente que muitos adeptos portistas estejam desiludidos com a aparente falta de empenhamento dos “craques mimados” da equipa de futebol, com a incapacidade do treinador em potenciar a matéria-prima que tem em mãos, ou com o compasso de espera (até quando?) dos dirigentes na resolução desta crise de exibições e resultados. E fruto desta onda de desilusão que se instalou, até já li, na bluegosfera, portistas a dizerem que não voltarão a ir ao estádio enquanto o treinador for Vítor Pereira.

Cada um sabe de si e eu não tenho jeito, nem vocação, para dar lições de portismo. Contudo, se for essa a decisão, faço um apelo: não fiquem em casa, vão ao Dragão Caixa apoiar (nem que seja apenas com a presença) as equipas de Andebol, Basquetebol e Hóquei em Patins. Os atletas e treinadores destas modalidades bem merecem.

domingo, 20 de novembro de 2011

Faltam 3 dias...

(capa de O JOGO, de 05/11/2011)



(contador para o próximo jogo, no website oficial)



Faltam três dias para mais um "murro", falta saber se desta vez será na crise ou novamente no estômago dos adeptos...

Coimbra tem mais encanto...



... na hora da despedida

sábado, 19 de novembro de 2011

Vítor, o teu "buraco" está pronto!


Bem prega Vítor Pereira a confiança que a estrutura directiva confere ao seu trabalho, mas é o próprio treinador azul e branco quem vai, paulatinamente, cavando o buraco da sua sepultura. Como se não bastasse a inoperância e a falta de velocidade que a equipa evidencia a cada partida que disputa, o técnico consegue, também, ter o condão de operar alterações decisivas favoráveis ao interesse alheio. O enxovalho da noite de Coimbra confirmou a desconfiança crescente dos nossos jogadores no futebol que praticam e o desnorte total do nosso futuro ex-treinador.

Se dúvidas houvesse no nível de assertividade que o conjunto portista por estes dias apresenta, basta atentar ao dado estatístico dos remates, onde a nossa equipa apenas começou a contribuir para esse item aos 50 minutos. Pese o período de duas semanas de interregno que mediou este e o último encontro em Olhão, o futebol desgarrado foi o mesmo e a construção de jogo foi igualmente inútil. A isto junte-se-lhe a implementação de nuances tácticas incompreensíveis de Vítor Pereira para o caldo entornar de vez.


Para esta eliminação precoce do ainda detentor da Taça acontecer, bastou à Académica não cometer erros primários durante o primeiro tempo do encontro e esperar que o nervosismo se apoderasse do até ver técnico do FC Porto. Não é negligenciável o descomprometimento que alguns atletas demonstram na agressividade que (não) aplicam em campo. Mas a aterradora falta de liderança e capacidade de aglutinar o interesse comum por parte do treinador, potenciou esta desfragmentação de ritmo acelerado.

Apenas umas fugazes tentativas das bombas de Hulk ousaram contornar o inevitável. Uma simples elevação do virtuosismo individual, já que do que advém do colectivo é uma desgraçada nulidade. Sem plano de jogo e, no decorrer do mesmo, sem táctica, é impossível a qualquer equipa digna desse nome alcançar os seus intentos. Os jogadores vão para o terreno lançados à sua sorte, na esperança vã que bola caia na baliza certa.

Alguém neste blogue já referiu, num momento de turva recente, o respeito pessoal que devemos manter perante o treinador e o homem Vítor Pereira. Reconheço a lucidez dessa mensagem apaziguadora e cordata. Mas a bem do seu portismo e da sua própria dignidade, espero bem que o nosso futuro ex-técnico tenha a capacidade de reconhecer que chegou ao fim de linha. O não reconhecimento deste ponto sem retorno invariavelmente se repercutirá numa desrespeitosa contestação vinda de todos os lados.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Rummenigge Talks

Karl-Heinz Rummenigge, director-executivo do Bayern de Munique é também presidente da Associação Europeia de Clubes (ECA - European Club Association) e, nesta qualidade, foi um dos intervenientes no Football Talks, o congresso organizado pela Liga de Clubes.

A sua intervenção foi uma das mais relevantes e focou aspectos de que já falei aqui várias vezes.


“Os compromissos das selecções vêm aumentando gradualmente e os prejudicados são os clubes. Um jogador faz 50 a 60 jogos por época, sem contar com a preparação e as viagens a que estão sujeitos. Isto é inaceitável.”

“Lembro o caso de Robben, que jogou todo o Mundial'2010 lesionado e quando voltou ao Bayern tinha agravado a respectiva lesão muscular. Acabou por ficar de fora quase toda a época.”

“O número de jogos internacionais tem aumentado. Entre 2002 e 2006 houve 40 datas, de 2010 a 2014 haverá 46.”

“Os jogadores precisam de mais descanso, porque a intensidade do futebol actual é muito maior do que era nos meus tempos.”

“Em 2006 os clubes decidiram acabar com a segunda fase de grupos da Liga dos Campeões para não sobrecarregar os jogadores, mas a FIFA aproveitou as datas que se libertaram para criar mais jogos de selecções.”

“As selecções nacionais são abusadas pelas respectivas Federações, que fazem delas máquinas de dinheiro.”

“A receita do último mundial foi de três mil milhões de euros, mas desse dinheiro apenas 80 milhões, cerca de 2,2 por cento, foram para os clubes.”

“A UEFA terá um retorno económico do Europeu de 2012 na ordem de 1,3 mil milhões de euros, mas apenas compensa os clubes com 55 milhões, ou seja, 3,5 por cento do total, pela cedência de jogadores.”


A guerra entre a FIFA e a ECA não é de hoje e espero que, pelo menos, resulte em três coisas:
1) harmonização dos calendários internacionais;
2) redução substancial dos jogos das selecções;
3) compensações superiores para os clubes que cedem jogadores às selecções.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Dragon Seats e quotização em baixa

«A bilheteira, no seu sentido amplo, aumentou 571m€ relativamente a 2009/2010. Este crescimento não foi mais significativo uma vez que houve uma quebra das receitas obtidas com a comercialização de Dragon Seats e com o proveito das quotizações pagas pelos associados do FC Porto que são proveito da sociedade desportiva. No que diz respeito aos dragon seats, esta queda poderá ser explicada pelo facto do FCP estar a disputar a UEFA Europa League, o que poderá levar a um interesse menor dos associados na procura deste produto. No caso das quotas, cumulativamente a ter diminuído a receita global da quotização, a percentagem destinada à sociedade desportiva baixou de 80 para 75%. Já as receitas dos bilhetes vendidos jogo a jogo aumentou tanto nos jogos do campeonato nacional, como das competições europeias.»
in Relatório e Contas Consolidado 2010/2011 (pp 12-13)


A explicação que a Administração da FC Porto SAD apresenta para o decréscimo de receitas obtidas com a comercialização de lugares anuais é uma possibilidade, mas não me convence.

Contudo, do meu ponto de vista, mais preocupante é a diminuição da receita global da quotização numa época que foi, indiscutivelmente, uma das melhores de sempre. Explicações? O que fazer para inverter esta tendência?

Para o Clube e para a SAD é muito importante que o FC Porto cresça em número de sócios. Os resultados desportivos têm sido favoráveis a esse desiderato, mas é preciso que fora das quatro linhas também haja iniciativas nesse sentido.

PIIGS no EURO 2012


PIGS é o termo pejorativo utilizado por comentadores e pelos "mercados" para classificar os países do sul da União Europeia (Portugal, Italy, Greece, Spain).

Recentemente, houve quem juntasse a Irlanda ao grupo, acrescentando um "I" ao acrónimo - PIIGS -, mas com as iniciais (em inglês) destes cinco países ordenadas de forma a que o carácter depreciativo do termo se mantenha.

Por sinal, a totalidade dos "PIIGS" vai estar na fase final do EURO 2012 e, se não for Portugal, espero que o vencedor seja um dos outros "PIIGS", se possível derrotando a Alemanha na final e com a Angela Merkl a assistir.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Rui Rio no Porto Canal?



«Face às conclusões do grupo de estudo da RTP é de temer pelo futuro da RTP – Porto, que suporta mais de 50 por cento dos conteúdos apresentados na RTP Informação, o canal de notícias da televisão pública no cabo, e produz o jornal televisivo de maior audiência (comparada) há muitos anos. Há tempos que se receia que o emagrecimento de custos da televisão do Estado seja feito à custa do empobrecimento da RTP – Porto. A situação de crise do País pode ser uma boa oportunidade. Mas, se tal acontecer (e lamentando que alguns dos algozes sejam homens do Porto ou fortemente relacionados com o Porto, na Administração da RTP), cometer-se-á um crime de lesa-pátria (…)

Uma televisão pública, entre muitos outros conteúdos (alguns dos quais oferecidos na RTP2), não pode deixar de dedicar uma parte substancial dos seus recursos à informação, olhando para o país – o país todo, continental e insular – e para os espaços da lusofonia e da diáspora. O que não se sabe não existe. O que não aparece nas notícias e na informação não acontece.
(…) a ideia pouco inteligente de que tudo o que acontece fora de Lisboa não tem importância, de que a política, a economia e a finança se resumem a Lisboa.»
Alfredo Barbosa, jornalista
Semanário Grande Porto, 11/11/2011


Na quarta-feira da semana passada, ao fazer um zapping, apanhei parte de uma entrevista de Rui Rio no ‘Grande Jornal’ da RTP Informação. A entrevista abrangeu diversos temas e às tantas Rui Rio disse à jornalista qualquer coisa do estilo “… vocês aqui em Lisboa…”.

Já pouca coisa me surpreende no país mais centralista da Europa, mas não deixo de questionar por que razão esta entrevista não pôde ser efectuada a partir dos estúdios da RTP Porto. E também é significativo que o presidente da CM Porto e da Junta Metropolitana do Porto tenha aceite deslocar-se numa quarta-feira à noite a Lisboa, para dar uma entrevista, de alguns minutos, inserida num dos vários espaços noticiosos do canal de notícias da televisão pública.


Se dúvidas tivesse (que não tinha), estes episódios – entrevista de Rui Rio à RTP Informação e conclusões do grupo de estudo da RTP – vieram reforçar a minha convicção de que a estratégia que o FC Porto definiu para o Porto Canal é a mais correcta. De facto, o esvaziamento progressivo da RTP Porto no universo RTP, se por um lado constitui mais uma machadada centralista na pluralidade de notícias e opiniões (“o que não aparece nas notícias e na informação não acontece”), por outro é uma oportunidade que o Porto Canal deverá aproveitar.

Os canais do regime, público e privados, estão cada vez mais centralistas? Pois muito bem, então o Porto Canal deve dar voz a actores (políticos, empresários, académicos, desportistas, …) de fora do eixo Lisboa – Cascais.
Se a RTP é cada vez mais uma RTL (Rádio e Televisão de Lisboa), o Porto Canal, apesar do nome, tem de ser também o canal de Braga, de Guimarães, de Viana, de Vila Real, de Bragança, de Aveiro, de Viseu, etc.
Falta saber se as pessoas destas regiões, principalmente os políticos locais, querem ajudar a crescer um canal que não está sediado na capital e que não olha para o país de acordo com a célebre ideia de uma personagem de Eça, segundo a qual Portugal era (é!) Lisboa e o resto é paisagem.

Nesta linha, será que antes do final deste seu terceiro e último mandato, teremos o presidente da câmara municipal do Porto a dar uma entrevista ao Porto Canal?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

N.ºs do R&C - II

Ao contrário daquilo que amiúde se ouvia falar, o Postiga ainda era um "investimento" do FCP que estava valorizado em € 888.205,00.

Ora aquilo que parecia um investimento a fundo perdido, lá resultará numa menos valia de "só" € 388.205,00.

Obrigado Saragoça.

Clubes à imagem do país


No artigo anterior, o João Saraiva refere o seguinte:
«Sem dúvida que é meritório [resultados líquidos da FCP SAD positivos pelo 5º ano consecutivo], mas o preocupante é que a soma destes 5 anos (16,1 m€) ainda só cobre 52% do último resultado negativo (30,5 m€ em 2006/2007).»

De facto, dá que pensar que cinco “anos bons” só tenham dado para recuperar 52% do prejuízo registado no último “ano mau”. Ou seja, quando as coisas correm mal e o “buraco” nas contas é grande, leva muitos anos a recuperar.

Alargando a análise à generalidade dos clubes/SADs portugueses, recordo que, em Julho passado, a Liga apresentou publicamente as principais conclusões de um Estudo que encomendou a uma equipa do Centro de Estudos em Gestão e Economia Aplicada da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, no Porto, o qual contou com a colaboração de peritos da Deloitte. Nesse Estudo, é sublinhado que na primeira década do século XXI, o endividamento dos clubes de futebol profissional à banca aumentou em 500 milhões de euros. E que só na época 2009/10, os clubes da I Liga tiveram de pagar 25 milhões de euros em juros.

Naturalmente, e à boa maneira portuguesa, ninguém (dirigentes ou adeptos) ligou patavina às conclusões alarmantes deste Estudo. Estávamos em pleno defeso e, nessa altura (Julho e Agosto), o que interessou foi a corrida à contratação de novos jogadores, independentemente do seu custo.

Entretanto, para analisar os Relatórios e Contas das três principais SAD’s do futebol português, os quais foram recentemente tornados públicos, o jornal PÚBLICO contactou alguns especialistas.

António Samagaio, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, constatou que “a dívida financeira (empréstimos à banca e empréstimos obrigacionistas) da SAD do Benfica está em 157 milhões de euros, a do FC Porto em 98 milhões e a do Sporting em 95 milhões” e que, devido à dificuldade em obter créditos bancários, “os clubes estão a financiar-se a taxas proibitivas. O empréstimo obrigacionista do FC Porto é de 8% e do Sporting 9,5%”.

Hélder Varandas, especialista em finanças de futebol, salientou os encargos com juros que foram assumidos pelas SAD na época 2010/11: “Quase 14 milhões de euros no caso do Benfica e 5 milhões de euros nos casos de FC Porto e Sporting”.

Paulo Reis Mourão, professor de Economia na Universidade de Braga, referiu que o estado das finanças dos clubes deve “gerar uma séria preocupação nos adeptos. A volatilidade do financiamento pode levar a que um clube, que antes poderia permanecer longos anos num alto patamar, fique descapitalizado rapidamente e possa mesmo cair no risco de desaparecimento”.

Eu não sou economista, mas olho para estes números e vejo uma evolução parecida com as contas do país. Ou seja, enquanto houve crédito barato, Estado, empresas e famílias foram-se alegremente endividando. O problema é quando deixa de haver dinheiro barato e chega a factura da dívida colossal que é preciso pagar.

Há portistas que reagem a isto da seguinte maneira: Caaaalma, não vale a pena ficarmos preocupados, porque o slb e o SCP estão em situação pior que a nossa.
Pois, os portugueses também não precisavam de se preocupar com o endividamento crescente do país (o rating da dívida portuguesa até era AAA...) e, além disso, a situação da Grécia é pior que a nossa, certo?

P.S. Evidentemente, todos aspiramos por vitórias e sucessos desportivos. Contudo, a questão das contas e da saúde financeira dos clubes/SAD's não é um assunto menor, bem pelo contrário. Por isso, é importante que os adeptos estejam informados o melhor possível, para que ninguém diga que não sabia.

domingo, 13 de novembro de 2011

N.ºs do R&C - I


No último R&C é destacado:
Resultados líquidos positivos pelo 5º ano consecutivo (534m€ em 2010/2011)
Sem dúvida que é meritório, mas o preocupante é que a soma destes 5 anos (16,1 m€) ainda só cobre 52% do último resultado negativo (30,5 m€ em 2006/2007).

Já que não há bola

Há GNR para ouvir e festejar 30 anos

A vez de Guarín

Marcou um golão à Venezuela, dedicou-o ao Falcao e perto do fim do jogo saiu por lesão.

Esta lesão de Guarín - rotura no gémeo da perna direita - irá, tudo indica, impedi-lo de dar o contributo à equipa nos jogos contra a Académica (Taça de Portugal), Shakhtar (Liga dos Campeões) e SC Braga (campeonato). Pelo menos...

Para além do cansaço e desgaste provocado pelas viagens intercontinentais, parece que começa a tornar-se uma tradição os internacionais sul-americanos regressarem ao Porto lesionados. Depois de Cristian Rodriguez, Alvaro Pereira e Alex Sandro, foi agora a vez de Freddy Guarín.

Quem paga aos jogadores e suporta os seus períodos de inactividade por lesão? Os clubes, claro!

Conforme já referi várias vezes, o negócio da FIFA é fantástico. As despesas são dos clubes; os lucros são das federações e da própria FIFA.

sábado, 12 de novembro de 2011

Prémios monetários da UEFA

Na época passada (2010/11) a UEFA distribuiu um total de 754,1 milhões de euros pelos 32 participantes da Liga dos Campeões e 150,3 milhões de euros pelos 56 clubes que participaram na Liga Europa. Ou seja, o "bolo" da Champions é cinco vezes maior e é distribuído por menos clubes.


(fonte: Futebol Finance, tabela completa aqui)



(fonte: Futebol Finance, tabela completa aqui)


Numa altura em que o apuramento para os 1/8 da Liga dos Campeões está em risco e em que o destino do FC Porto poderá ser os 1/16 da Liga Europa, vale a pena recordar estes números.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fucinaru ou Sapucile…


Olhando para o plantel do FC Porto, qual a melhor opção para lateral-direito?

Nas últimas três épocas (2008/09 a 2010/11), os treinadores do FC Porto tiveram perspectivas algo diferentes.

A primeira opção de Jesualdo Ferreira para lateral direito foi sempre Jorge Fucile (jogador que descobriu enquanto fazia um “zapping” numa madrugada de 2006) e, em Junho de 2009, o professor fez mesmo as seguintes afirmações públicas:

«O Miguel Lopes é um jogador com grande intensidade de jogo, com espírito ofensivo muito marcado, com algumas dificuldades no plano defensivo. Um lateral no futebol moderno toda a gente observa apenas pela forma como ataca, quando eu penso que, fundamentalmente, tem de se observar pela forma como defende. Creio que terá muito trabalho a fazer a este nível para que possa vir a jogar no FC Porto.»
Jesualdo Ferreira, LUSA, 03/06/2009

«O Sapunaru veio da Roménia, teve dificuldades defensivas no início, mas reequilibrou-se. Foi sempre um jogador que não conseguiu uma estabilidade definitiva. Terá ficado aquém, esse sim, do que eu esperava.»
Jesualdo Ferreira, PUBLICO, 05/06/2009


Já André Villas-Boas, na época passada, optou mais vezes por Cristian Sapunaru, em detrimento de um Fucile que começou a época algo deslumbrado pelo que tinha feito no Mundial da África do Sul (foi eleito pela Gazzetta dello Sport para o onze ideal do Mundial 2010).

Esta época, Vítor Pereira voltou a apostar no internacional uruguaio, até porque Sapunaru tem tido muitas pequenas lesões, inclusivamente em treinos.

Repito a pergunta, qual dos dois é melhor opção para lateral-direito?

Se tivesse de responder há um ano e meio atrás, não tinha dúvidas, mas actualmente…

De forma simplista, eu sintetizaria da seguinte forma os principais aspectos positivos e negativos de Fucile e Sapunaru:

Fucile (+): garra, espírito à Porto, polivalência;
Fucile (-): instabilidade emocional, atitudes intempestivas em prejuízo da equipa, elevada percentagem de perdas de bolas.

Sapunaru (+): alto, bom jogo de cabeça, posicionamento defensivo, concentração competitiva;
Sapunaru (-): alguma lentidão, dificuldade em recuperar no terreno, capacidade limitada em cruzamentos.


Fucile não é um portento de técnica e muito menos um predestinado para o futebol mas, quando está em boa forma física e com a cabeça no lugar, cumpre e faz bem a posição de lateral-direito, com a vantagem adicional de “comer a relva”. Nestas circunstâncias, seria a minha primeira opção para a maior parte dos jogos.

Contudo, convém lembrar que à frente do lateral-direito do FC Porto joga Hulk, um jogador que arrisca, perde muitas bolas e praticamente não defende. Ora, levando em conta este aspecto e as características dos dois defesas direitos do plantel, a opção Sapunaru passa a fazer mais sentido.

Mas o que realmente dava jeito era termos no plantel um Fucinaru ou um Sapucile…

P.S. A ficha clínica de hoje inclui os nomes de Fucile e Sapunaru (ambos em tratamento).

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Vítor Pereira não merece

«Vítor Pereira não merece o que lhe estão a fazer
Autor: Eugénio Queirós

Não conheço Vítor Pereira, o treinador do FC Porto.
Apenas sei o que a casa gasta.
Se o FC Porto o escolheu para treinador é porque acredita nas suas qualidades.
É uma aposta de risco mas o risco no FC Porto é sempre controlado.
Apesar do fogo cruzado, disparado até pelos jovens turcos do regime, o treinador do FC Porto nada perdeu esta época pois da final com o Barcelona até Villas-Boas tinha medo.
O FC Porto está na frente do campeonato e ainda pode apurar-se para a Champions e se não o conseguir estará pelo menos na Liga Europa, onde terá a possibilidade de ir muito mais longe.
O que se critica em Vítor Pereira? Tudo!
O dress code, o discurso, o tom de voz, as atitudes, as opções e até o bigode do adjunto Rui Quinta.
É dado adquirido: ele não serve para estar à frente do FC Porto.
Mas está.
E vai continuar a estar.
A coisa pode não correr bem mas se correr vai haver muita gente que vai ter de engolir baleias, navios e alforrecas (todos eles bastante indigestos, aviso).
Só por isto, gostava de ver Vítor Pereira vencer no FC Porto.
A dar um bigode a este coro de exaltados fanáticos travestidos de comentadores e paineleiros.»
in record.pt

----------

O que Vítor Pereira não precisa é desta pseudo preocupação de quem é fidagalmente anti-portista, para com as criticas de que tem sido alvo. Soa a falso.
O que Vítor Pereira não merece é que um individuo como o EQ venha traçar cenários cor-de-rosa ("está na frente do campeonato e ainda pode apurar-se para a Champions e se não o conseguir estará pelo menos na Liga Europa"), quando é sabido que, no seu intimo, o que ele deseja é o pior para o FC Porto.

Realmente, tudo acontece a Vítor Pereira. Depois dos "elogios" de Luís Filipe Vieira e dos destaques de A Bola, só cá faltava a compaixão do Geninho do Apito Dourado.

P.S. Sobre o ex-marido da jornalista Tânia Laranjo, recomendo a leitura de um comentário do Zé Luís (do 'Portistas de Bancada'), no blogue do próprio EQ, em 4 de Abril de 2009.

Possivelmente, a pior contratação de sempre

Fisicamente estou bem, apesar de não ter jogado as últimas partidas pelo FC Porto. A minha situação passa por outras questões, à margem do futebol. Termino o contrato dentro de sete meses, e às vezes há algumas coisas que são extra futebol. (…) Como termino o contrato... é essa a forma como eles [FC Porto] lidam com a situação no clube. Mas estou tranquilo. Treinando, sem lesões e sem relaxar, para estar na melhor forma possível nesta oportunidade que me voltam a dar na selecção.”
Cristian Rodríguez, 07/11/2011


Há mais de dois anos atrás, em 16 de Outubro de 2009, publiquei um texto com o título Cebola amarga e ingrata, o qual terminei da seguinte forma:
«(…) da minha parte só espero que a Administração da SAD não se esqueça deste comportamento e, mal receba uma proposta que cubra o investimento feito no passe, despache rapidamente esta “cebola amarga”.»

Aparentemente, até houve algumas propostas no último defeso (vindas da Rússia, Turquia, França e Inglaterra) mas, segundo o jornal O JOGO, «o esquerdino foi resistindo e dando negas a todas as propostas, acabando por ficar no FC Porto, onde cumpre o último ano de um contrato de quatro temporadas. Em Janeiro fica livre para negociar com quem quiser».

O semanário Grande Porto, na sua edição de 28/10/2011, fez as contas e chegou à conclusão que, entre verbas gastas na contratação e salários, os quatro anos de contrato do Cebola irão custar à FC Porto SAD mais de 14 milhões de euros! E o internacional uruguaio ainda recebeu prémios pelas conquistas do FC Porto nestes quatro anos…


Fazendo um balanço das quatro épocas deste ex-jogador do slb, levando em conta o valor pago na compra de 70% do seu passe, o chorudo salário que recebe, o fraco desempenho desportivo do atleta e alguns comportamentos que teve, eu diria que, possivelmente, esta foi a pior contratação de sempre da FC Porto SAD.

P.S. Fico satisfeito que, agora que se prepara para sair do FC Porto a custo zero, o Cristian Rodríguez esteja fisicamente bem, a treinar sem lesões e sem relaxar…

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O fosso


Aproveito para dar um abraço aos dois adeptos que caíram no fosso do estádio quando se preparavam para receber a camisola do Capel, que acabou por ficar muito emocionado com o sucedido. Felizmente as situações não são graves: um dos adeptos só tem uma luxação e o outro foi operado a uma fratura num dos braços.
Godinho Lopes, 07/11/2011


Na idade média, construíram-se muitos castelos com um fosso à volta. O fosso, que poderia ser cheio de água, era a primeira linha de defesa do castelo.

No início do século XXI, construíram-se, ou foram remodelados, diversos estádios em Portugal, tendo em vista o EURO 2004. Num desses estádios, que muito originalmente foi baptizado de Alvalade XXI, os responsáveis do SCP entenderam que era necessário construir um fosso entre as bancadas e o relvado.

Ora, é sabido que a esmagadora maioria dos espectadores que vão assistir a jogos no Alvalade XXI são adeptos do SCP, e que os apoiantes das equipas adversárias costumam estar bem vigiados por stewards ou forças policiais. Assim sendo, é óbvio que o fosso se destina, essencialmente, a salvaguardar investidas dos “bem comportados” adeptos da casa. Aliás, deve ser por causa disto que o SCP é um clube diferente...

Ainda hoje me questiono: Quem é que os dirigentes do clube do Visconde pretendiam proteger com esta linha de defesa? Os próprios jogadores, os jogadores adversários ou os árbitros?


P.S. Dias da Cunha foi Presidente do Conselho Fiscal e mais tarde Vice-Presidente da Direcção presidida por José Roquete. Chegou à Presidência do SCP a 1 de Agosto de 2000 e demitiu-se a 19 de Outubro de 2005, tendo sido durante os seus mandatos que foi construído o estádio Alvalade XXI, inaugurado a 6 de Agosto de 2003.
Em 30 de Janeiro de 2004, nas vésperas de um jogo contra o FC Porto no estádio do fosso, veio a público fazer as seguintes afirmações:
Parece que [os adeptos do FC Porto] alugaram 60 camionetas. Estamos a preparar a sua recepção. Gostava de colocar chaimites à volta das instalações, mas infelizmente já não existem à disposição.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Bola destaca a liderança de Vítor Pereira


"Dragões ao mesmo nível classificativo da época passada: sempre na frente desde a primeira jornada"

"Liderança azul e branca já vai em 40 jogos..."

"tudo o que se diz por aí cai por terra quando analisado o FC Porto pelos números"


Até fico comovido quando leio no jornal A Bola (versão online) elogios, ou destaques positivos, para o contestado treinador do FC Porto. E, para enfeitar o ramalhete, até se vai buscar as 30 jornadas do campeonato passado, em que o FC Porto liderou, de forma incontestada, do principio ao fim.

Mas, já agora, um pequeno reparo a este texto cheio de música celestial: o FC Porto já cedeu três empates (tantos como em toda a época passada) e não dois. A não ser que, para A Bola, o empate que o FC Porto cedeu em casa frente ao slb tenha sido um ponto conquistado pelos dragões frente à mais melhor equipa do Mundo e, por isso, conte como uma vitória...

P.S. Há uns bons anos atrás, o nosso grande presidente deu uma entrevista em que uma das frases fortes foi mais ou menos nestes termos: "Quando ouço elogios de algumas pessoas vou logo ao médico, porque é sinal que devo estar doente".

Até quando vai aquilo durar?


Prossegue a via dolorosa dos nossos vizinhos e antigos rivais da Avenida da Boavista. Ano após ano só têm conseguido inscrever-se nas competições depois de arrastadas negociações com os jogadores credores. Esta época, ao que parece à cautela, até inscreveram uma equipa chamada Boavista B no escalão mais baixo dos Distritais da A.F. Porto.

Pois agora o plantel acaba de entrar em greve a treinos e jogos, reclamando salários (que, fora das duas divisões geridas pela Liga, se designam eufemisticamente por "subsídios") em atraso.

Até quando conseguirão aqueles nossos antigos rivais manter esta situação? E como é que a respectiva SAD se vai aguentando?

Não tenho qualquer simpatia pelo Boavista e não era agora que - para fins "politicamente correctos" - ia aqui verter lágrimas de crocodilo. Mas esta situação não deixa de ser trágica. Tenho amigos boavisteiros, e para eles vai a minha comiseração.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O papa recordes


- O FC Porto nunca tinha perdido na Rússia;
- O FC Porto nunca tinha perdido no Chipre;
- O FC Porto já não permitia que o Olhanense pontuasse em casa há 37 anos.


Estou na expectativa de quais os próximos recordes a ser batidos por este treinador.

Uma equipa incapaz de jogar

«Sejamos claros: há muitas maneiras de perder e empatar jogos de futebol. Ou de os ganhar. O que se passou com os dois últimos encontros do FC Porto na Liga dos Campeões - a derrota em S. Petersburgo e o empate desta quarta-feira no Dragão com o Apoel – foram dois resultados muito negativos mas, pior, duas exibições ainda mais negativas. Não é jogar mal, é ser incapaz de jogar. O que é estranho.

Enquanto se vê o Benfica e o Sporting em trajectória ascendente, a equipa de Vítor Pereira parece na trajectória contrária, ou no mínimo indefinida, se nos lembrarmos que pelo meio houve uma vitória clara frente à Académica.

Há, claro, erros que hoje são evidentes: foi uma temeridade não inscrever Walter na Liga dos Campeões. E não estou a dizer que a culpa do que se passou com o Apoel foi de Kleber. Se fosse, era fácil ver onde está o mal. Mas o problema que se viu foi de uma equipa inteira incapaz de ter qualquer acção colectiva coerente. Uma equipa que defende mal desde o início da temporada e que por isso nunca se encontrou. Mas defender mal não é apenas uma questão do sector defensivo, porque qualquer equipa com aspirações, hoje, tem que começar a defender no ataque.

A culpa é de Vítor Pereira? Alguma terá, claro, mas nenhum treinador, por mais inepto que fosse – e não é o caso – era capaz de treinar uma equipa com aqueles jogadores a jogarem tão mal como nesta quarta-feira ou em S. Petersburgo. Facto é que a equipa não tem atitude, não é solidária, não tem boas soluções, a atacar ou a defender. Ouvem-se muitas coisas sobre o balneário, sobre salários, mas certo é que a equipa a jogar assim não vai passar desta fase da Liga dos Campeões, quando ainda tem dois jogos fora para realizar. O que seria um golpe duríssimo.»

----------

Este texto é da autoria do jornalista portuense (e portista!) Manuel Queiroz, e foi publicado no Semanário 'Grande Porto', em 21/10/2011, após o empate em casa contra o APOEL.

Daí para cá a equipa melhorou?
Será que o Manuel Queiroz e o Semanário 'Grande Porto' fazem parte de alguma conspiração para denegrir o Vítor Pereira e/ou prejudicar o FC Porto?

P.S. Destaco o "ouvem-se muitas coisas sobre o balneário, sobre salários..."

domingo, 6 de novembro de 2011

Continuamos na liderança!


Na liderança do campeonato (pelo menos mais três semanas...), sem derrotas e com o melhor ataque.
E ainda há adeptos (como eu) que não estão satisfeitos. Que ingratos!...

Sir Alex Ferguson: uma Efeméride e uma Homenagem


Faz hoje precisamente 25 anos (6 de Novembro de 1986) que o então simplesmente chamado Alex Ferguson, treinador do Aberdeen, assinou contrato com um "gigante adormecido" do futebol inglês, o Manchester United, que não era campeão nacional desde 1967.

Este blogue, como o seu nome indica, dedica-se a assuntos portistas, mas o facto de gostarmos de futebol permite perfeitamente extravazarmos do mundo portista, ainda para mais quando se trata de enaltecer uma figura desse grande desporto.

Assim sendo, tenho o maior gosto em aqui render uma singela homenagem a este "monstro" do futebol mundial. Para termos uma perspectiva do tempo que transcorreu desde que Ferguson chegou a Old Trafford, basta dizer que foi na época do nosso épico triunfo em Viena contra o Bayern e na época em que o Everton foi pela última vez campeão de Inglaterra, ao arrecadar o seu 9º título nacional (perdoem-me ter aqui puxado a brasa à minha evertoniana sardinha).

Neste quarto de século, Sir Alex venceu 12 campeonatos de Inglaterra (de um total de 19 do Man. Utd.), 5 Taças de Inglaterra, 4 Taças da Liga Inglesa, 2 Ligas dos Campeões, 1 Taça das Taças, 1 Supertaça Europeia, 1 Taça Intercontinental e uma Taça Mundial de Clubes da FIFA. De notar que, entre a sua nomeação como treinador do Man. Utd. e o seu primeiro título nacional mediaram 6 épocas, o que, em qualquer outra parte do planeta, há muito o haveria relegado para o obscurantismo.

E isto sem olharmos para o seu espectacular palmarés na Escócia, como treinador do Aberdeen (num campeonato cronicamente dominado por Celtic e Rangers): 3 títulos de campeão da Escócia, 4 Taças da Escócia, 1 Taça da Liga Escocesa, 1 Taça das Taças (em 1983, contra o Real Madrid) e uma Supertaça Europeia.

A grande equipa do F.C. Porto de 1983/84 cruzou-se com Alex Ferguson nas meias-finais da Taça das Taças: duas vitórias por 1-0, tendo sido o F.C. P. o primeiro clube a vencer em Pittodrie, campo do Aberdeen, numa prova europeia (quem não se lembra do famoso golo do Vermelhinho, saído do nevoeiro?).

Numa justa homenagem para assinalar a efeméride, o Manchester United acaba de baptisar uma das bancadas de Old Trafford como a "Bancada Sir Alex Ferguson", e brevemente será inaugurada uma estátua deste grande treinador junto ao estádio (tal como já sucede com outro monstro, Sir Matt Busby, treinador do clube entre 1945 e 1969).

Parafraseando um anúncio da Carlsberg, "provavelmente o melhor treinador do Mundo."