segunda-feira, 30 de junho de 2008

A polémica das naturalizações nas selecções

Ontem ao assistir à final do Euro lembrei-me da polémica lançada por Blatter (com a famosa frase "livrar as selecções dos invasores do Brasil"), a propósito dos naturalizados.

Em primeiro lugar achei a boca de muito baixo nível, já que há muitos naturalizados que o são com toda a perfeita legitimidade do mundo. Em segundo lugar, penso que a FIFA não tem qualquer legitimidade para sobre-impôr um critério de naturalização às autoridades civis de qualquer país do mundo - nem a uma Alemanha, nem a um São Marino. Cada país decide por si quais são os critérios para se aceitar um cidadão como merecedor da nacionalidade.

No entanto, reconheço que há um risco de se generalizarem naturalizações à pressão de forma a reforçar a selecção nacional, desvirtuando em parte o conceito. É evidente que há naturalizações puramente oportunistas (para dar um exemplo, Dos Santos só se naturalizou tunisino 4 depois de lhe ser oferecida a oportunidade pelas autoridades do país, já que tinha esperanças de ser chamado à selecção brasileira - e isto depois de só ter vivido 2 anos e meio no país, quando provavelmente isso é negado a muitos anónimos que vivem na Tunísia imensos anos). Que fazer?

Defendo que para se agradar a gregos e troianos sem se cometerem injustiças se deve defender a formação no país em questão; ora pelas próprias regras da FIFA e da UEFA, os jogadores até aos 21 anos ainda estão em formação (tanto que a UEFA reserva uma quota para inscrições de jogadores "formados no país"). Agrada-me a definição da UEFA para "formação no país": pelo menos 3 anos inscritos na federação do país em causa até se atingir os 21 anos de idade.

Ora por esta ordem de ideias há um jogador que esteve ontem em campo que não deveria lá ter estado: Marcos Senna. Mas então e os "polacos" da Alemanha, dizem alguns? Pois bem, são casos bem diferentes.

Marcos Senna só vive em Espanha desde os 25 anos de idade (quando se transferiu do São Caetano para o Villareal), tendo obtido a nacionalidade aos 29. Lukas Podolski e Miroslaw Klose, filhos de pais polacos, são um caso bem diferente: vivem na Alemanha desde os 2 e 7 anos de idade, respectivamente. Aprenderam a jogar futebol na Alemanha, "respiram" futebol alemão pelos poros (para não falar da cultura e língua).

De resto eu abriria uma excepção a casos de consanguinidade: um jogador que nunca tenha vivido (e portanto jogado) no país mas que tenha obtido o passaporte antes dos 21 anos (por razões de sangue) poderia representar o país. A principal razão para defender esta excepção é simples: há países que dificilmente oferecem o passaporte a filhos de imigrantes, e não é justo que um jogador fique sem poder representar qualquer selecção (nem a do país adoptivo, nem a do país de origem dos pais).

Escusado é dizer que por este critério que defendo tanto Pepe como Deco poderiam jogar por Portugal, já que jogaram 3 épocas no país antes de completarem 22 anos de idade. No entanto, as naturalizações à pressão e interesseiras de jogadores chegados adultos a um país seriam, com este critério, totalmente eliminadas.

Bem, mas ainda bem para o novo campeão europeu que dá pelo nome de Senna que este critério não existe... Curiosamente, a tão criticada selecção francesa campeã do mundo não tinha um único jogador que violasse o critério de formação que proponho. E esta, hein?

domingo, 29 de junho de 2008

Contra o "novo regulamento disciplinar"

A Comissão Disciplinar da Liga irá desafiar amanhã, em Assembleia-Geral, os clubes a aprovarem um agravamento das sanções “para quem alterar a verdade desportiva”. Diz o seu presidente, Ricardo Costa, que se propostas já estivessem em vigor, o 'Apito Final' teria excluído o FC Porto e o Boavista das ligas profissionais.Segundo o DN, o CD da Liga “aperta o cerco à batota no futebol português”. Não tenho tanta certeza disso. O agravamento das penas não resolve o que quer que seja quando o julgador faz tábua rasa de princípios constitucionais essenciais como o princípio 'in dubio pro reu' na condenação a Pinto da Costa, privilegiando a presunção de culpa (!). Um regulamento mais “severo” servirá apenas os interesses do SLB, um clube que continua a gozar de total impunidade na justiça desportiva e civil, na medida em que poderá continuar a contar com a acção parcial do seu “peão”, Ricardo Costa, para ataques direccionados ao FC Porto.


“A proposta de revisão do regulamento disciplinar, à qual o DN teve acesso, agrava substancialmente as sanções para quem vicie (ou tente) os resultados desportivos, com penas que podem ir até à exclusão das competições profissionais. O órgão presidido por Ricardo Costa sugere a criação de um novo ilícito, o tráfico de influência, que poderá ser penalizado com a baixa de divisão. A ideia é punir os contactos e abuso de influência de dirigentes quer de clubes quer da Liga e da Federação. Uma situação que se verificou na maioria dos processos do "Apito Final", mas para a qual o actual regulamento disciplinar não prevê penalização. A coacção sobre árbitros, segundo a proposta da CD, será mais fácil de condenar, uma vez que é dispensada a prova do benefício.”
http://dn.sapo.pt/2008/06/23/desporto/fc_porto_caia_ii_divisao_novo_regula.html


“A ideia é punir os contactos e abuso de influência de dirigentes quer de clubes quer da Liga e da Federação”. A ideia é boa: uma vez que o Ricardo Costa tomou como verdadeiras as afirmações de Carolina Salgado em como o árbitro Augusto Duarte teria recebido de Pinto da Costa um envelope com 2500 euros, sem qualquer prova que o demonstrasse nem a hipótese do contraditório, bastará que no futuro (com este "novo regulamento") apareça um qualquer Calabote ou um Chinês (Mário Luís) que afirme ter sido abordado por Pinto da Costa ou pelo FC Porto para influenciar o resultado de uma partida para termos o novo regulamento a funcionar e a cumprir a sua missão, que é nem mais nem menos do que, despromover para escalões inferiores ou até afastar o FC Porto das competições profissionais.

É necessário (e obrigatório) que amanhã o FC Porto vote contra esta proposta e leve o maior número possível de clubes a votar contra para que este Torquemadazeco não leve adiante o seu projecto de continuar a prejudicar o FC Porto e os clubes do Norte do País.

Um aviso ao Ricardo Costa: os sócios do FC Porto estão atentos às suas movimentações. Não iremos tolerar mais farsas como a que protagonizou recentemente com a narcísica exibição do castigo ao FC Porto, como se de um troféu de caça se tratasse.

Uma longa caminhada para garantir a Champions


Através do veredicto emitido no passado dia 13 de Junho pelo Comité de Apelo da UEFA, em que anulava a suspensão do FC Porto das provas internacionais durante um ano, percebia-se que da parte dos orgãos jurisdicionais daquele organismo a ponderação era a palavra de ordem, pelo menos até que o CJ da FPF tome uma decisão final sobre o recurso interposto por Pinto da Costa, em que abrange de igual modo o Clube, em virtude dos factos imputados às duas partes serem os mesmos. Porém, os discursos que se vão ouvindo cada vez com maior insistência a partir das mais altas esferas da UEFA, com o seu Presidente à cabeça, vão precisamente em sentido contrário, onde paira no ar a vontade de querer fazer do FC Porto um exemplo para Europa do futebol e que nada os demoverá na luta por um futebol “limpo” e “transparente”, nem que seja à revelia das mais elementares matérias de Direito. Pena é ver o brilhante jogador que foi Platini, a subjugar-se a um ridículo papel de moralizador do futebol, tendo ele representado os Clubes que todos sabemos ao longo da sua carreira.

Para os lados da Luz, o defeso parece manter-se muito agitado essencialmente na sua secretaria, suspirando agora por um milagre no recurso interposto no TAS, onde pretendem indeferir a decisão do Comité de Apelo da UEFA. Com o caracter de urgência que a decisão encerra, obriga a que todas as partes se entendam para a elaboração de um acordão em tempo util, o que não se prefigura plausível pelo menos da parte da instância que gere o futebol Europeu, que assim vê em suspenso o normal desenrolar das pré-eliminatórias da Champions, até que o Tribunal sediado em Lausanne diga de sua justiça.


Significativo é tambem o comportamento do Vitória de Guimarães neste caso. Após uma postura inicial mais recatada e na penumbra, eis que decidem avançar lado a lado com o SLB nesta campanha para exclusão Portista da Europa. Não obstante do bom relacionamento que tem pautado entre as duas actuais Direcções, onde ainda na época passada o FC Porto cedeu por emprestimo Alan aos Vitorianos suportando-lhe uma boa parte do vencimento, assim como a aquisição de Rabiola por uma quantia consideravel, os dirigentes do Guimarães, bem ao estilo de uma qualquer rapariguinha de vão de escada, foram a correr para onde lhes cheirou a mais dinheiro. Tal postura não poderá cair no esquecimento por parte da Administração da SAD Portista, e retirar daí as devidas conclusões sobre o tipo de relacionamentos que mantem cá no burgo com outras equipas, onde muitas vezes dá muito de si e pouco recebe em troca.


Ultrajante é de igual modo a forma como os correspondentes dos média Portugueses conseguiram transformar a conferencia de imprensa sobre o balanço final do Euro 2008, num circo anti-Portista ao bombardear o Presidente da UEFA com perguntas perniciosas, sedentas de mais uma declaração bombastica em prol da exclusão do FC Porto da Champions. Tantas foram as questões, que Platini se viu obrigado a passar a palavra ao secretário-geral da UEFA, David Taylor, para melhores esclarecimentos, mas em nenhuma das perguntas foi requerida a opinião de Platini sobre a inclusão da Juventus nas provas uefeiras pela primeira vez, após ter sido castigada internamente no ambito do processo Calciocaos. Sintomático este jornalismo de sarjeta ao serviço dos cânones de Lisboa.

sábado, 28 de junho de 2008

O bom futebol


O que é o bom futebol?

É o futebol do Jesualdo Ferreira que dá 21 de avanço, é o futebol do CAS ou é a loucura ofensiva do Co? Com o Octávio e nos 2 últimos anos do Fernando Santos em que não obtivemos títulos jogámos mal?

Claro que ninguém gosta de ver bom jogos e perder, mas às vezes há vitórias que sabem a pouco - parece que lhes falta o sal. O ideal é sempre aliar a beleza do jogo (o espectáculo) às vitórias, pelo que nem sempre as grandes vitórias correspondem a grandes espectáculos. Olhando para a minha memória, as épocas que na relação espectáculos/vitórias me deram mais gozo foram:
  • 2002/2003 - Mourinho - Conquista da Taça UEFA

  • 1984/1985 - Artur Jorge - Conquista do Campeonato (Curiosamente, ou talvez não, esta foi a época do Wrexham)

  • 2003/2004 - Mourinho - Conquista da LC

  • 1996/1997 - António Oliveira - Conquista do Tri

  • 1998/99 - Fernando Santos - Conquista do Penta (nomeadamente o último terço referente à altura do trio de meio-campo Peixe, Deco e Zahovic)
Fiz este exercício há 3 anos, e passadas estas três épocas estava na hora da actualização (ou nem por isso, já que nenhuma das últimas épocas entrou no top)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Assino por baixo


em O Jogo:


"Recuando no tempo, Pinto da Costa lembrou os anos de seccionista no hóquei dos dragões, ao lado do amigo Ilídio Pinto, o homem que por paixão se dedica à modalidade, apostando nos melhores e conquistando troféus atrás de troféus. Como prova de reconhecimento, Pinto da Costa anunciou: "Vou propô-lo para Dragão de Honra, como exemplo a todos os dirigentes vindouros". "

As receitas da Liga dos Campeões

Muito se especulou sobre o impacto ao nível de receitas se o FCP ficasse de fora da Liga dos Campeões. Ora acaba de ser publicada a lista de receitas atribuídas pela UEFA aos 32 clubes participantes na edição 2007/08.

As receitas da Liga dos Campeões incluem 3 componentes: um prémio de presença de 2 milhões; um prémio variável em função do desempenho (400mil euros por jogo disputado mais 600mil euros por vitória e 300mil por empate); e uma componente variável que depende do valor de mercado em que cada clube se insere (ou, dito de outra forma, em função da publicidade e do que as TVs desse país pagam pelos direitos televisivos).

O Manchester United foi o clube que mais recebeu (quase 43 milhões de euros). O clube português que mais dinheiro averbou foi naturalmente o F.C. Porto. Os azuis e brancos aparecem no 22º lugar, com ganhos totais de 11,5 milhões de euros.

Alguns perguntam-se como é possível que um PSV tenha recebido 27 milhões e um Olympiakos 19, quando não tiveram uma performance superior à do FCP. Outros respondem que tal se deve a um peso muito maior do mercado desses países (Holanda e Grécia). Ora isso explica apenas parte da diferença.

O que alguns se esquecem é que essa parte das receitas é a dividir pelos clubes do mesmo país que estejam na Liga dos Campeões; sendo assim, os clubes ingleses recebem bastante mais do que os clubes portugueses. Parece-me justo.

Ora Portugal teve lá 3 equipas em 07/08, a Holanda e a Grécia tiveram apenas uma... Pelas minhas contas, se o FCP tivesse sido o único representante português teria encaixado cerca de 15 milhões (ou seja, 3,5 milhões a mais), encurtando para apenas 4 milhões a diferença para com um Olympiakos.

De resto há números que me fazem reflectir muito mais do que estes. Com que então o top10 recebeu em média mais uns 20 milhões do que nós... é chato, mas na "big picture" isto são amendoins. Não é concerteza por causa de 20 milhões que esses clubes vão poder gastar muito mais em jogadores do que nós (dá apenas para um Bosingwa a mais... ou nem sequer isso, já que esse valor só dá para pagar o passe, falta ainda a diferença a nível de salário).

O maior problema é o resto: em particular as receitas de TV nos 5 grandes países e os contratos de publicidade. Aí sim, dá para "chorar" ao ver os números... em receitas internas de TV os 10 clubes com receitas totais mais altas na Europa recebem em média cerca de 70 milhões de euros por ano, ou seja 63 milhões a mais do que o FCP (ou dito de outra forma: 10 vezes mais). Em receitas comerciais (onde a parte de leão corresponde a patrocínios), esses 10 clubes encaixam em média 75 milhões por ano.

Isto sim, dá muito que pensar.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Foot-ball Club do Porto

Constituicao

A gente abre a última revista Dragões e lê:

A revolução do Dragon Force
Vitalis Park é a casa-mãe do Dragon Force
passando a marca a assumir a condição de Main Sponsor azul e branca
UEFA Champions League
o coordenador de Scouting
120 agarraram o Dragon Dream

temos as Business Companies, as Executive companies, as Season Vip companies, Platinium sponsors e Gold Sponsors

pedem-nos para renovar o Dragon Seat

vamos a fcporto.pt e temos a área de Investor Relations

nos jogos da liga dos campeões os ecrãs no estádio informam-nos dos goals, shots on goal, fouls committed, ...

se quisermos telefonar podemos utilizar o Dragão mobile

temos uma racing team para Superleague Formula.


sim eu sei que coisa e tal, o inglês é que está a dar, somos um clube do mundo (aliás o maior clube do mundo!), que as nossas origens tiveram inspriração inglesa, que a Constituição ainda ostenta na frontaria o Foot-ball Club do Porto, mas o que é demais é moléstia.

Dá para respeitar, mais um bocadinho, a nossa língua? Obrigado.


ah! é verdade! e temos uma versão em inglês do sítio fcporto.pt que é de uma pobreza franciscana.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A "criada de servir" do Benfica

No dia 13/05/2008, mal se esgotou o prazo da FCP SAD recorrer decisão da Comissão Disciplinar da Liga, que puniu o clube por suposta tentativa de corrupção, o jornal A BOLA fez a seguinte primeira página:


Rapidamente se percebeu que quem estava por trás desta notícia e da estratégia subjacente era o SLB e, particularmente, um seu ex-dirigente e ex-director executivo da Liga de Clubes – o Dr. Cunha Leal.

«O FC Porto, condenado na perda de seis pontos na presente época, por decisão da Comissão Disciplinar da Liga, por tentativa de corrupção no âmbito do processo Apito Final, decidiu não recorrer da sanção aplicada, tendo o prazo de recurso terminado ontem. Assim, perante o trânsito em julgado da sentença da Liga, os dragões, diz Cunha Leal, «podem caber na alínea D do ponto 1.04 do Regulamento da Liga dos Campeões».
in A Bola, 14/05/2008


Comentando esta estratégia benfiquista, Rui Santos escreveu o seguinte, no Record, em 16/05/2008:

«Acredito que o achamento de Cunha Leal foi o atalho encontrado para condicionar os excessos de Valentim Loureiro. Mas, nesta pretensa “nova era”, não faz sentido um jurista (seja ele qual for) pôr o seu “fundamentalismo clubístico” como instrumento manipulador de massas acríticas.

As cunhas desleais não honram o futebol nem os lugares, quando se percebe que o objectivo é prejudicar o FC Porto, para além daquilo que a instituição merece (?) ser prejudicada, a título de uma responsabilidade individual que se transforma em desonra para a colectividade.»


Reagindo a este comentário, Francisco Cunha Leal Carmo solicitou ao Record a publicação de um direito de resposta onde, entre outras coisas, disse o seguinte:

foto: Record

«Porque me chamaram a atenção para o facto de o escriba invocar o meu nome, submeti-me, a contra gosto, ao sacrifício de ler os dislates de tal senhor. (...)
Sou, efectivamente, culpado de ter ousado expressar a minha opinião técnico-jurídica sobre as possíveis graves implicações para o FCP consequentes da aplicação, pela UEFA, do Regulamento da Liga dos Campeões, isto após a condenação do FCP SAD, em acórdão já transitado da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes, por ilícito de corrupção na forma tentada. Uma opinião que, sublinhe-se, é acompanhada por vários ilustres juristas, todos certamente a soldo de forças demoníacas.»


Neste ping-pong, a resposta de Rui Santos foi ainda mais demolidora, tendo aproveitado para recordar factos que são de todos conhecidos, mas dos quais, normalmente, a comunicação social lisboeta evita falar.

foto: Record

«Cunhal Leal está indignado. Tem toda a razão para estar. Ele foi mandado para a Liga pelo presidente do Benfica para contrariar o poder do major. Convenhamos que é um grande azar, sobretudo quando quem o mandou para a Liga confessou, perante a estupefacção geral, que seria porventura mais importante ter alguém naquele organismo do que contratar bons jogadores.

O estigma não fui eu quem lho pus. Aceitou-o, porque sabe muito bem ao que foi e não se pode confessar enganado. Se não soubesse ao que ia e se cumprisse o seu dever de isenção, não teria autorizado a farsa que constituiu a marcação do Estoril-Benfica para o Algarve, na jornada 30 do campeonato de 2004-05, cujo desfecho foi decisivo para a atribuição do título nessa temporada.

A sua credibilidade morreu nesse momento. Quem consente um escândalo dessa natureza (embrulhado noutros escândalos da época), quem se cala perante uma situação potencialmente subversiva, inquinando a verdade desportiva, não tem um pingo de moral para vir falar agora, como especialista de coisa nenhuma, a não ser o de defender interesses de um só clube e de uma só cor, de qualquer tipo de regulamentos, numa clara manobra de visar o FC Porto.

As “criadas de servir” dos clubes são, também, na Liga ou na FPF, grandes responsáveis para o estado lamentável a que o futebol chegou. Em causa está apenas a “clubitização da justiça” – e percebo o incómodo que a temática causa para quem aplica os regulamentos apenas em certas condições de pressão e temperatura.

Outro grande azar foi Luís Filipe Vieira ter afirmado – já depois de Leal ter cumprido a missão para a qual tinha sido incumbido – que o Benfica porventura não deveria ter conquistado aquele título de campeão nacional. Realmente, é demasiado azar para quem tanto se esforçou para justificar o “investimento” num director e não em jogadores.


Azar e... falta de nível! É o mais vulgar quando não se tem poder de argumentação.

PS – O extraordinário desempenho como figurante no filme ‘Corrupção’ diz tudo sobre a pobre figura
Rui Santos, Record, 21/05/2008


De facto, é chato ouvir ou ler estas coisas e mais chato ainda quando elas são publicadas num jornal como o Record e escritas por um jornalista que é insuspeito de ter qualquer tipo de simpatia pelo FC Porto ou por Pinto da Costa (bem pelo contrário).

O cheiro dos tribunais


O JOGO, 18/06/2008

terça-feira, 24 de junho de 2008

Platini: parabéns, batota e silêncio

Nyon, le 7 avril 2008

Monsieur le Président,

Je tenais à vous adresser mes plus sincères félicitations pour ce nouveau titre de Champion du Portugal acquis ce week-end grâce à votre écrasante victoire 6-0 contre Estrela Amadora.

Ce troisième titre d’affilée, le cinquième en six saisons, place assurément le FC Porto parmi les clubs majeurs du football européen et ne fait que confirmer les bons résultats que vous obtenez désormais régulièrement depuis quelques années dans les compétitions européennes, que ce soit en UEFA Champion’s League ou en UEFA Cup.

Permettez-moi donc de féliciter par la présente tous les acteurs qui on œuvré au quotidien tout au long de cette saison pour réussir cette magnifique performance. Je pense bien évidemment à votre entraîneur, M. Jesualdo Ferreira, à son staff ainsi qu’aux joueurs, mais également à l’ensemble des bénévoles qui s’investissent sans compter au FC Porto par amour de leur club de cœur et aux supporters qui vous apportent match après match leur soutien sans faille. Ce sont eux, bénévoles et supporters, qui donnent vie aux clubs et permettent bien souvent aux joueurs de se surpasser.

Et vous réitérant mes félicitations et en me réjouissant par avance de voir le FC Porto disputer à nouveau la saison prochaine l’UEFA Champion’s League, je vous prie de croire, Monsieur le Président, en l’assurance de mes sentiments les plus sincères.

Michel Platini
Président

carta de felicitações publicada na Dragões de Maio de 2008

Em 4 de Junho, menos de dois meses depois do presidente da UEFA ter enviado esta carta de felicitações ao Monsieur Jorge Nuno Pinto da Costa, Président du FC Porto, a Comissão de Controlo e Disciplina da UEFA decidiu punir o FC Porto com a exclusão da Liga dos Campeões 2008/09.
Baseados na nota de culpa elaborada por um inspector, que apontava para a penalização do FC Porto, os três elementos que tomaram esta decisão foram o húngaro Sándor Berzi (presidente), o alemão Rainer Koch e o italiano Maurizio Laudi.

Um dos argumentos que constava das 15 páginas enviadas pelo departamento jurídico do FC Porto, era a exigência de igualdade de tratamento em relação aos clubes italianos envolvidos no Calciocaos, particularmente a Juventus. Contudo, no relatório desta comissão, este argumento não foi considerado válido.
Porquê?
Não é dito, mas o facto de um dos três elementos ser italiano, levantou fortes suspeitas.

Precisamente para evitar suspeitas e prevenir conflitos de interesses, o artigo 26 do Regulamento Disciplinar da UEFA impede os membros dos corpos disciplinares de tomarem parte em processos que envolvam clubes da sua federação. Ora, Maurizio Laudi, não só é italiano como, ainda por cima, é um adepto confesso da Juventus.

O facto de Maurizio Laudi ter assinado um relatório, onde é defendida a inexistência de semelhanças entre o Apito Final e o Calciocaos, não traduz uma clara violação do Artigo 26?

Este “pormenor” não preocupou Michel Platini (um ex-jogador da Juventus) que, em 6 de Junho de 2008, comentando os castigos impostos pela UEFA ao FC Porto, CSKA Sofia e Steaua Bucareste, afirmou o seguinte:



«É uma mensagem muito forte contra a batota. Se tivermos casos em que os visados são reconhecidos como batoteiros pelas suas federações, é igual serem ricos ou pobres, do norte ou do sul.
Estamos a afirmar que não se pode falsear as regras e isto aplica-se também aos clubes com dívidas, já que colocam os seus adversários em desvantagem
».

Ressalvando que apenas dirige a UEFA há um ano, referiu ainda que a decisão em admitir o AC Milan na Liga dos Campeões, após o Calciocaos, não teve o seu aval.


Em 13 de Junho, o Comité de Apelo da UEFA, composto por cinco dos seus 12 elementos – o suíço Michel Wuilleret, o holandês Michael Joseph, o alemão Goetz Eilers, o inglês Barry Bright e o búlgaro Ivaylo Ivkov – decidiu atender ao recurso do FC Porto e revogar a decisão do órgão disciplinar de 1ª instância, concluindo que os factos que ditaram a não admissibilidade do FC Porto da Liga dos Campeões 2008/09 não estão estabelecidos.


A decisão do Comité de Apelo da UEFA não foi apenas uma derrota para o "Orelhas" (nome carinhoso pelo qual Carolina Salgado tratou publicamente o presidente do SLB). Foi, também, um forte "puxão de orelhas" aos três membros da Comissão de Controlo e Disciplina da UEFA e, já agora, um aviso para Michel Platini. Desde aí, não se voltou a ouvir o presidente da UEFA a falar em batota...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Rui Costa, silêncios e omissões

Desde Janeiro passado, que a imagem de Rui Costa aparece associada ao site de apostas na Internet Betclick.

A BetClick Limited Malta, sedeada na A Dolphin Court, Embassy Way, Ta Xbiex, detém a licença de apostas, de número 5517750, emitida pelas autoridades Maltesas.

Ora, o Código de Ética da FIFA indica que a presença de jogadores, árbitros ou empresários em actividades deste tipo não é autorizada.
Num documento de 15 de Setembro de 2006, assinado pelo presidente do comité executivo da FIFA, Joseph Blatter, consta o seguinte:
«Os árbitros, jogadores e agentes de jogadores estão proibidos de participar, directa ou indirectamente, em apostas, lotarias, jogos de azar e actividades similares ou negócios relacionados com jogos de futebol. (...) Estão proibidos de manter qualquer participação, activa ou passiva, em companhia, empresa ou organização, etc., que promova, concerte ou organize ditas actividades».

Sabendo deste facto, porque razão a FPF ainda não informou (que se saiba) a FIFA?
E o SLB, não quererá denunciar o "silêncio do presidente da FPF" neste caso?

Por outro lado, o artigo 21º do código da Publicidade português, no seu nº 1 define que «não podem ser objecto de publicidade os jogos de fortuna ou azar enquanto objecto essencial da mensagem». A excepção, referida no ponto nº 2, diz respeito aos jogos promovidos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).
Segundo julgo saber (é público), a SCML está em contencioso com a empresa de apostas Bwin e com a Liga Portuguesa de Futebol, por causa de um problema semelhante.

Ao fim de tantos meses, alguém ouviu a SCML pronunciar-se sobre o caso Rui Costa vs. Betclick?


Pois é, há silêncios e omissões que são muito significativos...

domingo, 22 de junho de 2008

Uma contratação acertada

Confesso que costumo ser bastante sanguíneo quando "roubamos" um jogador ao slb: raramente fico entusiasmado. Isto porque acima de "farpas" ao slb, o que mais me interessa é o negócio do ponto de vista do FCP - apenas e só. No entanto, desta feita fico muito satisfeito com a contratação de C. Rodriguez. E isto devido a vários factores:

1) É um jogador que claramente já demonstrou valor suficiente para dar claras indicações de, no mínimo, poder lutar pela titularidade no FCP

2) Tem características que assentam como uma luva nas necessidades do plantel, para mais tendo em conta uma quase certa saída de Quaresma. Mais: ao contrário deste último, trará novas opções em termos de flexibilidade do 4-3-3 típico de Jesualdo (que, com ele em campo, se pode desdobrar num 4-4-2). Finalmente, é um bom esquerdino num plantel onde isso é muito raro

3) É jovem e tem ainda grande margem de progressão

4) Já demonstrou poder de adaptação ao futebol europeu, e a Portugal em particular - um pormenor importantíssimo quando se trata de sul-americanos

5) A cereja no cimo do bolo (mesmo sendo o factor menos importante): era uma peça preponderante no slb

Os valores de que se fala parecem-me razoáveis, tendo em conta o q acima descrevo: 3 milhões por 50% do passe (ou 5 pelo total), e um salário q oscilará entre o milhão e os 1,8 milhões. Sou um forte apologista do ditado "o barato sai caro", que a meu ver se aplica bem neste caso (no sentido inverso, ou seja, o "caro sai barato").

Finalmente: estou certo que na Luz não foram apanhados de surpresa pelo interesse do FCP. No entanto, presumo que o se passou foi o seguinte:

1) o jogador prefere de longe jogar na Liga dos Campeões e num clube estável como o FCP do que na Taça UEFA e no circo da Luz - ninguém lhe pode levar isso a mal, muito menos os adeptos do slb (se o slb acabou o campeonato em 4o lugar, a culpa certamente não foi de Rodriguez...).

Ora a vontade do jogador contava imenso estando ele livre para escolher o destino - desde que o clube comprador pagasse aquilo q os donos do passes pediam, claro.

2) o slb provavelmente esticou a corda do $$$ até onde pôde e quis, mas nós pudemos (ou quisémos) mais. Lamentavelmente para eles, dinheiro de faz-de-conta... não conta (refiro-me aos 30 milhões que anedoticamente pedem de indemnização à FPF, ainda não percebi bem porquê).

Seja como fôr - de surpresa ou não - penso que de facto "comemos o slb de cebolada" nesta contratação.

Festa na Luz

Houve uma festa na Luz! E que festa!
Não, não é engano.
E nem foi preciso o Petit a assistir, que ele nestas coisas costuma dar sorte...


fotos: Record

Para a história, aqui fica o plantel vitorioso:

Edo Bosch, Guarda-redes, 30 anos
Nelson Filipe, Guarda-redes, 23
Filipe Santos, Defesa Médio, 31
André Azevedo, Defesa Médio, 31
Ricardo Figueira, Defesa Médio, 24
Pedro Moreira, Defesa Médio, 20
Reinaldo Ventura, Avançado, 30
Emanuel Garcia, Avançado, 22
Ricardo Oliveira (Caio), Avançado, 25
Jorge Silva, Avançado, 21

fonte: site oficial do FC Porto

Um nome por euros?

Antes da inauguração do estádio do Dragão sempre tive a convicção que não conseguiria designá-lo como tal: Estádio do Dragão. Sempre pensei que se iria eternizar o ‘Vou às Antas’, ‘Hoje nas Antas demos 5 secos’ e coisas que tais. Mas foi sol de pouca dura, na primeira vez que entrei no Dragão, ou seja na inauguração, vi logo que não iria ser assim.

Aquele era o Dragão, as Antas ficavam guardadas para outras memórias, aquelas que metem sardinhas em lata e serenatas à chuva.

Aquele é o Dragão, para o bem e para o mal tem uma identidade própria, é a casa onde se reune a família, é a nossa casa. É a casa onde queremos ver vitórias, onde queremos glórias, e queremos ver quem sue aquela camisola azul e branca.

Bonito, bonito era que os jogadores ainda jogassem por amor à camisola e ficassem contentes com uma bela bifana no final do jogo. Mas hoje em dia para suarem a camisola e suarem com arte são precisos muitos euros (e mesmo assim há alguns que deixam muito a desejar no cheiro de sovaco no final dos jogos), e para lhe pagar há que arranjar carcanhol.

Estando no mercado Português já sabemos que temos várias limitações para conseguirmos competir com os nosso verdadeiros adversários - aqueles que competem na LC, principalmente e nomeadamente no mercado televisivo, por isso pensar que essas receitas vão aumentar exponencialmente é uma utopia, assim resta-nos ir arranjando novas fontes de receitas - ou vamos ficar sempre dependentes das vendas de jogadores?

Como nestas coisas pouco se inventa, se calhar o melhor é ir seguindo os bons exemplos. E das forma de obter receitas que vão sendo usadas por essa europa fora (e antes nos EUA), temos ainda uma a que podemos deitar a mão: o ‘naming’ do estádio.

Na realidade já o fomos fazendo aos bocadinhos, já temos a Bancada TMN, Bancada EDP, Bancada Sapo, Bancada Super Bock, ... e até já o fizemos integralmente com outros espaços: o Pavilhão Dragão Caixa e o Vitalis Park, estamos preparados para o Estádio de quem der mais? Devemos dizer liminarmente não, resistir até à última, ou devemos avançar convictos?

Eu desde que vi ‘SIC’ nas camisolas de andebol, e desde que vi trocarem a honra do clube por 6 pontos, estou por tudo*. Já cheguei à conclusão que tudo se vende e tudo se compra e o que interessa são as vitórias. E como tal, se a diferença entre mantermos um "Luxo" ou não, é resolvida por irmos vê-lo jogar no Estádio Cofina*, pois que seja!

* Por tudo, é como quem diz!

sábado, 21 de junho de 2008

Lisboa a arder


«Um autocarro alugado por adeptos do F.C. Porto ficou destruído pelo fogo em Lisboa, próximo do Estádio da Luz.

Os adeptos acompanhavam a equipa portista de hóquei em patins, que defrontava o Benfica, no quarto jogo da final do play-off do campeonato nacional.

A PSP afirmou que as chamas terão deflagrado cerca das 17:15, quinze minutos depois do início da partida no Pavilhão da Luz, onde o F.C. Porto conquistou o sétimo título de hóquei consecutivo

Seis bombeiros e uma viatura de combate a incêndios combateram o fogo, que deflagrou no autocarro que se encontrava estacionado na Avenida do Colégio Militar, sem quaisquer adeptos no seu interior.

Testemunhas no local indicaram ter visto três pessoas junto da viatura, imediatamente antes do início do incêndio, não havendo, para já, nenhuma conclusão quanto à origem do fogo.

Da mesma forma, fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros recusou adiantar pormenores relativamente às causas do incidente.

Dois adeptos do Benfica presentes no local relataram que estavam a assistir à partida de Futsal com o Belenenses quando cerca de 50 pessoas abandonaram o pavilhão onde estava a decorrer o jogo para "receber" os adeptos do F.C. Porto que tinham acabado de chegar a Lisboa.

A Polícia Judiciária vai tomar conta da ocorrência, visto que há fortes suspeitas de fogo posto.»
in Jornal de Notícias, 21/06/2008


Hoje é um daqueles dias para os benfiquistas em que está destinado a tudo lhes correr mal. Começou pelo resgate de Rodriguez da Luz para o Dragão, passando pela derrota nos play-off contra o Belenenses no campeonato de futsal, acabando com a conquista do Hepta por parte do FC Porto em pleno ninho da águia, nada melhor para compor o ramalhete do que pegar fogo ao autocarro dos adeptos portistas.
Acho que começo a dar razão à PSP quando no ano passado impediu-os de entrar na Capital também para assistir a um jogo de hoquei na Luz, pois ao que parece andar de cachecol azul e branco naquelas paragens pode ser um desafio à propria pele.

Vá lá que isto não aconteceu lá para as terras do Norte e nem consta que Pinto da Costa tenha estado nas redondezas, o que convenhamos deverá poupar muito trabalho ao Sr. Procurador Geral da República, caso contrário sentir-se-ia na obrigação de abrir mais um inquérito ou nomear um equipa especial para investigar o caso.

7

7
O 7 é o símbolo da totalidade perfeita, do anúncio de uma mudança. Para além disso, é uma porta aberta do conhecido para o desconhecido: um ciclo encerrou-se, como será o seguinte?Sobre o 7, de acordo com relatos antigos, Hipócrates terá dito: “O número 7, pelas suas virtudes escondidas, mantém no ser todas as coisas; dá vida e movimento; influencia seres terrenos e até os conjuntos celestes”.

7 é o número da conclusão cíclica e da renovação positiva, evocando todos os conjuntos perfeitos. 7 é um número com uma simbologia bíblica muito forte, figurando 77 vezes no Antigo testamento, em momentos diversos: o candelabro tem 7 braços; os 7 céus; Salomão construiu o templo em 7 anos; Após a tomada de Jericó, 7 sacerdotes com 7 trompetas deveriam, no 7º dia, dar 7 vezes a volta à cidade; Eliseu espirra 7 vezes e a criança ressuscitou; um doente mergulha 7 vezes no Jordão e sai curado; o justo cai 7 vezes e levantou-se perdoado; José sonha com a profecia das 7 vacas gordas e as 7 vacas magras e 7 anos de fartura e 7 anos de miséria se seguiram; 7 animais puros de cada espécie seriam salvos no dilúvio.
Entre os egípcios, o 7 era símbolo da vida eterna, simbolizando um ciclo completo, numa perfeição dinâmica.

Na China, as festas populares tinham lugar num 7º dia e os chineses relacionam as 7 estrelas da Ursa Maior com as 7 aberturas do corpo e as 7 aberturas do coração.

No Islão, o 7 é igulamente um número auspicioso, símbolo de perfeição: 7 céus, 7 terras, 7 mares.No Irão, no momento do parto, coloca-se sobre uma toalha uma lâmpada acesa com 7 espécies de frutos e 7 espécies de grãos aromáticos. A criança recebe geralmente o seu nome ao 7º dia.

Em Cuzco, o antigo panteão Inca, um muro tinha, junto da árvore cósmica, um desenho que representava 7 olhos, chamados “os olhos de todas as coisas”.

Em África, 7 é símbolo da perfeição e da unidade, da união dos contrários (4 é o feminino e 3 é o masculino) e também símbolo da fecundação.

Na Grécia, o 7 aparece em inúmeras tradições e lendas: As 7 Hespérides; as 7 portas de Tebas; os 7 filhos e as 7 filhas de Niobe; as 7 cordas da lira, etc. 7 é o número dos raios do Sol numa tradição hindu: seis correspondem às direcções do espaço e o 7º ao centro.

Para estes senhores:




7 é o n.º de títulos consecutivos. E está tudo dito!
Agora vamos ao n.º redondinho.

(Parte do texto retirado de 7 Maravilhas de Portugal)

Comidos de cebolada

Não sei o que irá acontecer. Gostaria de ficar no Benfica, mas sou profissional e se tiver de sair, sairei. Ficarei contente se o FC Porto me contratar. É também um clube grande
Cristian Rodriguez, 22/05/2008 (no regresso da digressão do SLB por África)

foto: Record


«(...) nesta altura, Rui Costa concentra-se no avanço do dossier Rodríguez.
O Cebola está de volta à Europa, depois dos jogos ao serviço da selecção do Uruguai e deverá, finalmente, reunir-se com os responsáveis do Benfica, num encontro sucessivamente adiado nas últimas semanas.
Daniel Delgado, um dos agentes do extremo, também está em solo europeu (Itália) e será ele que vai ouvir de Rui Costa a proposta de aquisição do passe que, como já foi noticiado, não atinge os 7 milhões de euros exigidos ao início pelo grupo de empresários.

Depois de uma primeira abordagem, Rodríguez deu sinal de acordo e, à chegada ao seu país, comentou mesmo que será jogador do Benfica na próxima temporada. O futebolista não está interessado em aceitar as propostas mais aliciantes que lhe chegaram às mãos, oriundas de clubes russos.
Estas ofertas, no entanto, fragilizaram a argumentação benfiquista junto dos empresários de um jogador que é visto por Rui Costa e Quique Flores como uma das peças mais importantes da equipa encarnada e, por isso, merecedora de um investimento que deverá resultar num contrato de quatro ou cinco temporadas.»
in Record, 20/06/2008 – 07:30


foto: capa de O JOGO

«O FC Porto acertou a contratação de Cristian Rodríguez, que era esperado em Lisboa a qualquer momento para conversar com Rui Costa e fechar um acordo com o Benfica, onde jogou, por empréstimo, na última época.

Segundo apurou O JOGO, as negociações dos portistas com o representante de Rodríguez – ou "Cebola", como também é conhecido – já duravam há algumas semanas, tendo sido fechadas ontem em Milão, numa investida rápida que incluiu a passagem pelo consulado português daquela cidade italiana para oficializar o contrato.
Além do Benfica, os dragões ultrapassaram a concorrência de clubes italianos e franceses, que também estavam interessados no uruguaio, de 22 anos. Completa 23 em Setembro.

Polivalente, Rodríguez pode jogar como médio de ataque ou descaído sobre a ala esquerda, destacando-se, entre outras coisas, pelo remate forte. Aliás, terminou a época com seis golos apontados no Campeonato, o que fez dele o terceiro melhor marcador do Benfica. Neste ponto, foi apenas suplantado por Nuno Gomes e Cardozo. Utilizado em 24 jogos, 22 deles como titular, o "Cebola" somou um total de 1947 minutos.»
in O JOGO, 21/06/2008


Perante isto, o que diz o Record?
Bem, cerca de 19 horas depois de terem escrito que “Rui Costa concentra-se no avanço do dossier Rodríguez”, lá tiveram de publicar a seguinte notícia:

«Reviravolta completa. Quando tudo parecia indicar que o internacional uruguaio Cristián Rodriguez iria continuar ao serviço do Benfica, o clube da Luz anunciou, através de um comunicado oficial colocado no seu site, que o futebolista já não irá fazer parte do plantel para a temporada 2008/09.»
in Record, 21/06/2008 – 02:53

Análise do plantel 2007/2008: Avançados

O FC Porto contou esta época com Lisandro, Adriano e Farías para o lugar de avançado. Durante a época, estes três jogadores participaram no seguinte número de jogos:


CP

LC

TP

TL

ST

LI

Lisandro Lopez

27

08

03

00

01

00

Farías

16

03

04

01

00

03

Adriano

16

01

03

01

01

04


O FC Porto joga num sistema que contempla apenas o uso de um avançado, e em situações excepcionais dois. A escolha principal do treinador, depois de ter estado afastado por lesão nas duas primeiras jornadas, foi Lisandro Lopez. Depois de ultrapassarem algumas lesões (e um período de adaptação no caso de Farías), Adriano e Farías foram utilizados excepcionalmente a titular, tendo a grande maioria das vezes entrado para substituir um companheiro.

Lisandro é um dos chamados "jogador à Porto" que reúne a adoração da grande maioria dos adeptos. A razão da sua popularidade não é relativa aos resultados da sua acção, mas à sua atitude: dá tudo o que tem para dar em campo! Tem um enorme sentido de oportunidade e um “jeito vagabundo” que lhe permite aparecer em todo o lado quando mais é necessário. Recupera bolas, pressiona os adversários, faz assistências e marca golos. Chuta com os dois pés e é um exímio cabeceador. Sendo extraordinário apenas na atitude, Lisandro é um extraordinário jogador por conjugar muitas boas qualidades.

O segundo jogador mais produtivo do FC Porto, depois de Lisandro Lopez foi Ernesto Farías. Sendo um jogador de créditos firmados na Argentina (segundo melhor marcador de sempre em actividade), trouxe consigo uma mala de grandes expectativas. Umas lesões no início da época e em clara adaptação a um diferente futebol europeu retiraram-lhe algumas oportunidades de lutar pela titularidade. Do que se pode ver, chamaram à atenção o bom posicionamento, o bom jogo de cabeça e o forte remate com os dois pés. Num esquema de dois avançados (com Lisandro por exemplo) parece ter potencial para render mais.

Nas duas temporadas anteriores Adriano tinha sido um jogador de grande importância, apesar de só parecer render (golos) nas segundas voltas. Esta época eclipsou-se! Apesar de fazer praticamente tantos jogos como Farías, mostrou ter um rendimento claramente inferior. Parece ser neste momento a terceira opção para o eixo do ataque.


Com as saídas de Postiga e Edgar, a frente de ataque passa a contar apenas com os três jogadores acima referidos mais o jovem Rabiola (a quem pouco se viu, e vai começar a próxima época lesionado). Se o treinador mantiver a equipa a jogar num 4-3-3 este grupo parece suficiente, mas parece curto para jogar uma época inteira em 4-4-2.
Deste modo, dependendo das ideias do treinador para a próxima temporada, pode ser importante contratar mais um jogador para o ataque.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Por 3,2 M€, o Mariano é...


Os leitores do Reflexão Portista acharam que Mariano Gonzalez foi "contratado ao justo valor".

A opção "subavaliado, por isso barato" foi a menos votada com apenas um voto (1 (1%) em 93). Vinte (ou 21% dos) participantes acharam que a SAD fez "um péssimo negócio". Mais equilibrados foram as opções que consideram que Mariano foi "sobreavaliado e por isso caro" e "contratado ao justo valor" com os respectivos 31 (33%) e 41 (44%) votos.

Aufwiedersen


E pronto, Portugal inteiro volta a ser chamado à Terra. Depois de algumas semanas em estado de excentricidade total, o povo terá de encarar a dura e triste realidade dos ordenados baixos, dos impostos altos, da escalada sem fim do preço do petróleo e que, afinal, a sua Selecção Portuguesa não é a melhor da Europa, nem sequer consegue ser uma das quatro mais fortes.

Uma vez mais, numa fase final de uma competição de futebol, aquele velho ditado do “são 11 jogadores de cada lado e no final ganha a Alemanha” volta a confirma-se, que reflecte em muito o calculismo e a frieza do jogo Alemão, mas também o saber aproveitar o erro do adversário. Neste aspecto especifico, voltou a destacar-se aquela ave rara e protegida do seleccionador chamada Ricardo, que é um autentico passador a jogar fora de postes. De igual modo a equipa Portuguesa não pode propriamente dizer que não estava avisada para os perigos do jogo aéreo Alemão, bem como do mau planeamento e sua organização nas bolas paradas. Não mudaram nada, pagaram bem caro. Nem à equipa de Scolari valeu os golos de Nuno Gomes e Postiga no encontro, essa casualidade tão rara como um eclipse solar.


Neste Euro, da equipa Portuguesa fica a boa prestação que Deco fez na competição, mostrando que ainda está aí para as curvas, assim como Pepe provando que é um central de excelência, curiosamente as duas peças que em tempos não muito distantes, foram diversas vezes criticados por não pertencerem à raça genuína.

Dos jogadores do FC Porto presentes na competição a descrição foi a palavra de ordem. Apenas Meireles foi aposta mais regular de Scolari, com Bruno Alves tendo poucas oportunidades de se mostrar, tapado por dois magníficos centrais. Por último, Quaresma, que foi sendo apontado antes do Europeu como um provável titular, acabando por ser relegado para segunda ou terceira opção e, do pouco que jogou, a desinspiração já patenteada nos últimos encontros com a camisola Portista foi a tónica dominante.

Com esta eliminação da equipa Lusa, termina também o cortejo de Scolari em Portugal, com as suas bandeirinhas e santinhas, da boa vida que fazia questão de dizer que tinha no País, uma conta bancaria bem recheada, e Portugal, do triste fado, lá continua sem qualquer troféu nas vitrinas da Federação.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Terá sido apenas Scolari a dizer adeus?



Algo me diz que, se o próximo seleccionador nacional souber avaliar um guarda-redes e tiver um mínimo de personalidade (não confundir com a casmurrice do Sargento), não terá sido apenas Luiz Felipe Scolari a despedir-se hoje da selecção, mas também o cidadão Ricardo Alexandre Martins Soares Pereira, sem cuja presença na baliza o já ex-seleccionador nacional poderia ter festejado um título europeu em 2004 e estar a esta hora a pensar no jogo das meias-finais do Euro 2008.

Além disso, alguns sectores da comunicação social lisboeta, desde que Vítor Baía se retirou, começaram, um pouco a medo, é verdade (talvez com receio dos tiques do pugilista gaúcho), a abordar a possível substituição de Ricardo na baliza nacional, e após o jogo e eliminação desta noite, e já com Scolari a léguas, esse sussurro poderá tornar-se um clamor.

Claro que o sucessor do Sargentão poderá, tal como este, ter espírito de contradição, e aí ainda teremos que ver o "Labrecas" a "comê-las" em cruzamentos e cantos por mais algum tempo.

PS E não devia ser só o Ricardo: mais uma vez Simão Sabrosa foi uma nulidade ao serviço da selecção. Foi provavelmente o nosso mais fraco jogador do torneio.

E as portuguesas?

O último jogo da Alemanha – Áustria foi antecedido por um outro Alemanha – Áustria “especial”, disputado em Viena, por 6 jogadoras de cada lado num recinto de areia.

Ao contrário do Alemanha – Áustria do Euro 2008, que foi um jogo enfadonho, a este não faltaram motivos de interesse, principalmente porque as jogadoras de ambas as equipas estrearam camisolas inovadoras, conforme se pode ver nas fotos seguintes.



Perante o enorme sucesso que foi este jogo, teria sido de enorme visão promover um Alemanha – Portugal semelhante, para mostrarmos ao Mundo o que Portugal tem de melhor: as portuguesas!

P.S. Parece que no Alemanha – Áustria aos austríacas ganharam por 10 a 5...

Benfica campeão do ridículo


«Os adeptos do FC Porto sabem o que devem a Pinto da Costa. Só por isso é que sempre lhe deram o benefício da dúvida mesmo quando sentiram que o clube podia ser penalizado por actos praticados, à margem da lei, pelo presidente. Actos – ainda não provados – ainda assim cometidos em favor do FC Porto. Numa situação de guerra, os crimes por norma justificam medalhas. E não é de uma guerra que, afinal, estamos a falar?

Uma guerra que o Benfica de Luís Filipe Vieira continua a querer perder. Agora pelo ridículo de mais um ataque. Pedir à FPF uma indemnização de 30 milhões de euros pelo facto de não ir à Liga dos Campeões na vaga do FC Porto não só é ridículo como também escabroso. O Benfica não merece estar na Champions. Na última época desportiva, nada fez por isso e até pelo Vitória de Guimarães foi comido de cebolada. A presença na Taça UEFA é um prémio se calhar imerecido. O Belenenses fez muito mais por ela...

É certo que a guerra do Benfica parece ser outra. Não consegue ganhar no campo, tenta ganhar na secretaria e nos tribunais. Mas nesse campo não se assume. Apostou num cavalo e chamou a si créditos que não lhe pertencem. E quando pretende reforçar esta frente só contribui para a descredibilização do processo. De tiro no pé em tiro no pé, o clube da Luz continua a viver na expectativa de um milagre.»


Este texto é um extracto de um artigo de Eugénio Queirós, publicado no Record em 18 Junho de 2008.

Mas porquê destacar este texto?
Diz alguma coisa que não seja conhecida de todos?
Não, de facto, em termos de conteúdo, não tem qualquer novidade.

O que é relevante neste texto é o facto de ter sido escrito por um jornalista, supostamente adepto do Leixões mas que, desde os tempos do já extinto ‘Gazeta dos Desportos’, construiu uma carreira baseada no seu anti-portismo primário.

Depois de ler este artigo, o pobre do Luis Filipe Vieira deve estar a perguntar: até tu, Eugénio?