quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O peso do adepto na blogosfera


"Temos que cerrar fileiras!", "Temos de armar as tropas", "Pá, o clube precisa é do nosso apoio!!", "Agora não é altura para criticar!!!"

Quantos de nós já não leu exemplos desses a polvilhar a caixa dos comentários? Geralmente surgem quando o clube não corresponde às expectativas dos adeptos.
Acho curioso este fenómeno onde meia dúzia de Zés Ninguém acham que exercem um peso e uma influência a tal ponto que possa perturbar a sua equipa e os leve, sei lá, a falhar golos ou a dar frangos.

Estou mesmo a ver o Hulk, o João Moutinho ou o Helton a passar os olhos pelos blogues do clube e a aparecer cabisbaixos no dia seguinte ao treino, murchos, sem vontade de trabalhar.

Pergunta o Vitor Pereira: "Ó homem, que se passa? Está tudo bem?". Responde o Moutinho (quem diz ele diz qualquer outro: "Ó Mister, não sei, acho que não tenho a confiança dos adeptos. Ontem um tal de sócio_desde_que_me_inscrevi disse que estou com a cabeça mais na Inglaterra do que no Porto". Eu do Walter nem falo, consta que ele nem sabia ler, logo um gajo nem faz ideia do que algum engraçadinho possa lhe ter dito ao ler os blogues por ele.

Estou a gozar mas a presença dos atletas é cada vez mais notória em sites como facebook e twitter. Algumas dessas páginas são geridas por adeptos e não pelos próprios, mas sendo oficiais ou oficiosas é óbvio que eles vão lá espreitar. Não acho que isso possa coíbir o adepto de comentar como queira, com ou sem sangue na guelra, no entanto era mais fácil filtrar esses comentários para que não afectasse o "espírito do grupo".

A minha opinião, sinceramente, pende para o lado dos que acham que nem jogadores, nem SAD nem o Pinto da Costa querem lá saber do que se escreve em blogs, por muito que custe aos adeptos inchados que acham que têm uma opinião exagerada sobre a sua influência no clube. Além disso, que valor terá a opinião dum gajo em Toronto que está a escrever (de robe ainda por cima) num blog?

Digo isto mas estou ciente que cada vez mais os jogadores têm um ego inchado e/ou são aconselhados pelos agentes/pais a marcarem uma presença cada vez maior na internet. Será que há alguns dos nossos atletas que nos visitam? Se sim eles que se ponham finos e que ganhem na Sexta Feira que isto não é coisa da Joana! Temos que cerrar fileiras pá!!!

Jank #2: caçador de galinhas?

Depois do Jank #1 (Jank...auskas), temos agora ao nosso serviço o Jank #2 (Jank...o).

Para além das letras iniciais do nome, pelo que já vi de Janko estes 2 jogadores têm bastante em comum: ambos são pontas-de-lança mais ou menos clássicos, são ambos muito altos e louros, e em estilo e qualidade parece-me que não serão tão diferentes como isso.

Tanto um como outro não são jogadores nada toscos, ou por outras palavras: apesar da altura não são «postes de iluminação», ao contrário de outros jogadores igualmente altos que já passaram pelo FCP (como Vinha há 2 décadas ou Edgar, que teve uma passagem fugaz pelo Dragão há meia dúzia de anos), estando claramente num patamar superior em termos de qualidade, sendo relativamente versáteis.

No entanto nem um nem outro terão a qualidade técnica ou killer instinct de outros pontas-de-lança que já passaram pelo Dragão, como Falcão, McCarthy ou – para falar num jogador igualmente alto – Mário Jardel. Estarão pois num patamar intermédio.

Eu diria que dos restantes PDL das últimas 2 décadas, o que mais se lhes assemelhava em ordem de grandeza em termos de qualidade e características era Hugo Almeida (embora me pareça que Janko seja claramente melhor de cabeça).

Resumindo, acho que um jogador como Janko é bastante útil no FCP actual – aliás, há já 2 ou 3 épocas que reclamo um tipo de jogador assim no plantel, fazendo falta um PDL de raiz e alto/possante que possa ser uma referência fixa no ataque, principalmente quando o adversário joga com «autocarros» em frente à baliza (o que acontece regularmente).

Dito isto, acho que os adeptos não devem elevar demasiado as expectativas já que isso pode ser contra-producente (algo do género já aconteceu com Kléber, já agora). Se Janko parece ser titular mais ou menos indiscutível neste momento, isso deve-se muitissimo mais a fraca concorrência (muito embora eu não compreenda minimamente porque é que Kléber nem sequer tem lugar no banco contra um Feirense, acho que já mostrou qualidade mais que suficiente para isso) do que ao seu valor em si, até porque não será certamente por total acaso que foi barato (3 milhões) e tem um CV relativamente modesto aos 28 anos.

Pegando na analogia inicial, o Jank #1 nunca conseguiu passar de ser um suplente (regularmente utilizado) devido a uma concorrência bem mais feroz – o que não impediu que tenha sido igualmente um jogador bastante útil. Tenhamos pois os pés na terra e não «crucifiquemos» Janko se aqui ou ali falhar um golo fácil ou tiver um jogo mais amorfo.

Para concluir, defendo sem qualquer hesitação a titularidade de Janko para o galinheiro. Para começar, é uma boa medida de um ponto de vista... defensivo, já que jogando como referência fixa no ataque porá a defesa (e até trinco) contrária em sentido, fazendo com que se aventurem pouco no apoio ao ataque. Além disso e de um ponto de vista ofensivo dá verticalidade à equipa, ocupando-se os espaços de forma mais eficiente e obrigando o adversário a dividir-se nas marcações entre ele, Hulk e outros – estou por exemplo certo que com ele em campo Hulk poderá ter muito melhores condições para fazer um bom jogo.

Para terminar, não nos esqueçamos que sendo o empate um resultado razoável não é um bom resultado. Primeiro porque em caso de igualdade pontual no fim do campeonato o slb terá vantagem no confronto directo (a não ser que tenhamos agora um empate a 2 ou mais golos), devido aos golos fora, e em segundo porque não será de admirar que na recta final do campeonato «saia o andor» para a rua, como foi o caso nas últimas 2 vezes que o ben7ica foi campeão.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O caderninho misterioso...


(Miguel Sousa Tavares, A Bola, 28/02/2012)

Lima esteve debaixo de olho

«Lima, avançado do Belenenses, está a ser seguido pelo F. C. Porto. A excelente exibição no jogo da Taça de Portugal, no qual marcou dois golos aos dragões [2-2, Lima 13', 80'; Falcao 14', Rodríguez 85'], ficou na retina. (…) É rápido, explosivo, pode jogar como segundo avançado ou encostado a um dos flancos. Lima, avançado brasileiro do Belenenses, está a ser um dos jogadores em destaque no campeonato português e tem chamado a atenção dos responsáveis do F. C. Porto, na perspectiva de reforço da linha ofensiva para a próxima época. O passe do futebolista pertence ao Astral Esporte Clube, emblema brasileiro que o emprestou aos azuis do Restelo (…).
A excelente exibição na eliminatória dos oitavos-de-final da Taça de Portugal chamou a atenção dos responsáveis portistas, muito por força dos dois magníficos golos marcados ao guarda-redes Beto. Rodrigo José Lima Santos tem 26 anos (nasceu a 11 de Agosto de 1983) e está na idade limite para uma transferência rumo a um clube de grande dimensão, tendo como mais-valias a adaptação ao campeonato nacional e o facto de ser um dos nomes mais sonantes do conjunto do Restelo. Trata-se de um elemento que tem sido titular absoluto e já contabiliza quatro golos na Liga, na presente temporada. (…)
Confrontado com a possibilidade de se mudar para os dragões, Lima não escondeu que “qualquer jogador gostaria de jogar no F. C. Porto”. E fez uma revelação: “No final do jogo da Taça, em pleno relvado, o professor Jesualdo Ferreira deu-me os parabéns pela exibição, o que me deixou imensamente feliz”.»
JN, 19/02/2010


Como é sabido, Jesualdo saiu, Lima não veio para o FC Porto (a SAD preferiu investir 6 milhões de euros no passe de Walter) e António Salvador aproveitou, levando-o para Braga.

Envergando a camisola dos “arsenalistas do Minho”, Lima confirmou ser um avançado muito útil e alguns dos golos que marcou na época passada (2010/11) podem ser vistos no vídeo seguinte:



Ontem, cerca de dois anos após o JN ter anunciado o interesse do FC Porto, Lima marcou o seu 15.º golo no campeonato (a que se somam mais 4 na Liga Europa e 1 na Taça da Liga) e assumiu a liderança na tabela dos melhores marcadores.

Tendo dado nas vistas com a camisola dos azuis de Belém, particularmente nos jogos contra o FC Porto, e sendo um jogador relativamente barato (passe e salário), custa-me a perceber porque razão Lima não é jogador do FC Porto. E o jeito que daria ter no plantel atual um avançado como Lima.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O pai, o filho, os pecados e o bruxo

«(...) a triste realidade é que o Jorge Jesus, pobre dele, nas derradeiras semanas, já quando se formavam procissões para celebrar os festejos solenes dos grandes acontecimentos, sem que ninguém contasse, Jesus começa a pecar a torto e a direito e o tal Jesus tem-se vindo a despojar das suas anunciadas e festejadas provas de fé na felicidade. (...)
Foi na Rússia, depois em Guimarães, precisamente quando a cidade é a capital da Cultura, e depois, em Coimbra, na cidade dos doutores. A nota artística foi-se...
Jesus começou a inventar, a exigir nota alta, mas aquela cabeça (porque não dá uma aparadela no cabelo para refrescar a memória, como dizia o velho Szabo?), começou a ler e a ouvir o Luís Freitas Lobo, a ver os rascunhos do Vilas-Boas e, pronto, aí estão as desgraças, as atitudes pecaminosas. (…)
Na catedral, na sexta-feira, é que vamos ver se há perdão dos pecados ou se há uma grande penitência para pagar, no que diz respeito à meia dúzia de milhões.
Jorge, pede a Jesus para que não peque mais.
Como nota final, para afastar os “judeus”, somos um dos seis milhões.»
Joaquim Queirós
Record, 27/02/2012


«Fernando Nogueira, conhecido como o Bruxo de Fafe, garantiu a Record que o Benfica está a ser alvo de forças satânicas.
O especialista de artes transcendentais, de 48 anos (já trabalhou para o V. Guimarães), conta o que viu na casa de alguém também da sua área. “Há cinco domingos, tive um encontro com uma pessoa da área do sobrenatural mas que é especialista apenas no mal. É uma mulher que vive no Alto Minho e cujo nome não posso revelar. Qual não foi o meu espanto quando verifiquei que na casa da mesma existia um alguidar com fotografias dos jogadores e treinador do Benfica com rituais satânicos”, revela. “Essa pessoa trabalha para que o Benfica não seja campeão e para que haja desentendimentos entre os jogadores”, concretiza.
“Se a mulher está a trabalhar sozinha ou não, isso não sei. Não me quis dizer quem é que lhe estava a pagar, só me disse que estava a ser muito bem paga”, acrescentou.»
Eugénio Queirós
Record, 27/02/2012


Enquanto que o pai fala nos pecados de Jesus (o Jorge), o filho, depois de na semana passada ter “ressuscitado” o Marinho Neves e as respetivas estórias do “Sistema”, escreveu um artigo (e fez dele destaque no seu blogue – ‘Magia negra faz Benfica perder 5 pontos’) com uma treta mirabolante contada por um bruxo de Fafe.

E, claro, na semana do decisivo clássico, a malta do Record (supostamente um jornal desportivo), que da janela dos seus gabinetes vê o estádio da Luz, esfrega as mãos e publica estes textos extraordinários da família Queirós, centrados na fé e sobrenatural…

Ó meus amigos (benfiquistas, anti-portistas e pseudo adeptos do Leixões...), tenham calma, esqueçam lá os rituais satânicos e não entrem em paranóia. Este ano a coisa está garantida e até o insuspeito Rui Santos já foi obrigado a reconhecer que o slb não tem razão de queixa das arbitragens. E, se forem necessárias algumas "bruxarias", o amigo Vítor Pereira (o dos árbitros) volta a nomear o Bruno Paixão ou o Duarte Gomes para um dos jogos do FC Porto...


Nota: Os destaques a negrito nos textos são da minha responsabilidade.
Fotos: record.pt

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Liderança antes da deslocação à Luz


O FC Porto termina a 20ª jornada na liderança da Liga, com os mesmos pontos do slb. Um cenário pouco provável há duas semanas, até os comandados de Jesus se prostrarem em Guimarães e, depois, em Coimbra. A falta de vitaminas parece ser um problema recorrente deste treinador nas segundas voltas.

Vamos ao jogo: quem quer ser campeão não pode entrar em campo com a lentidão e a displicência com que o FC Porto o fez neste jogo, ainda por cima sabendo que a vitória daria a liderança. Os lances de perigo criados junto da área Feirense foram poucos e mal aproveitados – Varela e James remataram dentro da área e não foram felizes, assim como Hulk e Moutinho que tentaram a sorte em livres directos à entrada da área. A nossa defesa demonstrou algum nervosismo e desconcentração, possivelmente ainda com o jogo de Manchester na memória. As bancadas do Dragão pediram mais para a segunda parte.

No segundo tempo o FC Porto entrou melhor demonstrando vontade e capacidade para acelerar o jogo criando desequilíbrios na defesa contrária. Foi isso que aconteceu num lance em que Janko se isola e é derrubado pelo defesa Luciano só com Paulo Lopes pela frente. Penalty e expulsão indiscutíveis. Hulk marcou a penalidade e permitiu a defesa do guarda-redes que parecia conseguir sair do Dragão, outra vez, sem sofrer golos. No entanto, ao minuto 68, James marca um livre perto da bandeirola de canto e Maicon aparece na área com um cabeceamento fulgurante para o fundo das redes. Golo do FC Porto e jogo encerrado. A muralha feirense foi finalmente desfeita. Os jogadores portistas moralizaram-se e procuraram o segundo golo que acabou por aparecer ao minuto 72 na melhor jogada de ataque do FC Porto, finalizada por James Rodríguez.


O FC Porto terá de fazer muito melhor para conseguir ir vencer à Luz e consolidar a liderança. A defesa não pode tremer tanto quando se vê pressionada na saída para o ataque, Lucho e Moutinho têm de procurar mais bola e construir jogo, não apenas o passe para o lado, e os do ataque não podem evidenciar tanta ineficácia e precisar de tantos ataques para marcar um golo.

As aves de rapina deverão ficar satisfeitas com a nomeação de Pedro Proença. Não nos bastará sermos melhores, teremos de ser muito melhores para vencer o jogo.

Imagens: Getty images

Desta vez não há imagens?


«O empate de ontem diante da Académica – terceiro jogo consecutivo sem vencer – deixou marcas nos adeptos. No final do encontro, quando os jogadores recolhiam ao autocarro, alguns simpatizantes das águias fizeram questão de mostrar a sua fúria, contestando bastante o desempenho da formação de Jesus. E foi Luís Filipe Vieira a dar o peito às balas.
Quando se preparava para entrar na sua viatura particular, estacionada ao lado do autocarro da equipa, o presidente, de 62 anos, ouviu os insultos dos adeptos e não ficou calado: dirigiu-se, de imediato, aos benfiquistas e procurou perceber o que se passava e o porquê de tanta contestação. O problema é que os ânimos exaltaram-se e Vieira acabou a discutir de forma veemente com alguns simpatizantes, tendo de ser separado pelos seguranças do clube da Luz.»
in record.pt


«Cerca de três dezenas de adeptos do Benfica esperaram, no Estádio da Luz, a chegada do autocarro que transportava a comitiva encarnada que se deslocou a Coimbra. Por volta da uma da madrugada o “vermelhão” chegou, mas no estádio já se encontrava uma carrinha do Corpo de Intervenção da PSP, mais quatro viaturas ligeiras, com agentes, os quais não permitiram que os adeptos fizessem mais que gritar palavras de ordem
in record.pt


Onde estão os vídeos e as fotos da contestação em Coimbra e da espera no estádio da Luz?
Então, desta vez, não há imagens?
Quando é com o FC Porto nunca falha...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Estão a ver, estão ver?!!...

«O FC Porto venceu este sábado o Benfica, por 3-0, no centro de treinos dos dragões, em Olival, em jogo da 3.ª jornada do Nacional de Júniores. (...)
Domingos Paciência, ex treinador dos leões e goleador do FC Porto, esteve presente entre as cerca de 2 mil pessoas que assistiram à partida no Olival. O treinador, muito saudado pelos populares, terá marcado presença nas bancadas para ver o filho Gonçalo Paciência em ação, mas este começou o jogo no banco de suplentes.»
in dn.pt




Querem mais provas?
Razão teve a competentíssima e avisada Direção do SCP em despedir este "agente duplo"...

Era previsível...


No Nacional x Académica, da última jornada, Pape Sow viu o cartão amarelo aos 60' enquanto que Abdoulaye viu o amarelo aos 80' e o vermelho aos 83'.

Consequência:
«Não há memória, nas últimas épocas, de tantas e sucessivas alterações no centro da defesa dos estudantes. Para a receção ao Benfica, Pedro Emanuel não vai poder contar com os senegaleses Abdoulaye e Pape Sow, ambos por castigo (...).
Para contrariar o ataque encarnado, o técnico dos estudantes tem duas hipóteses: ou aposta no regresso de João Real ao eixo defensivo, depois de 8 jogos de ausência do ex-Naval, devido a uma microrrotura no joelho direito que demorou a debelar, ou promove a estreia do brasileiro Reiner Ferreira, reforço de janeiro e convocado pela primeira vez desde que chegou a Coimbra.»
in record.pt


Já ninguém fica surpreendido com a sucessão de castigos que, concerteza por coincidência, vêm afectando jogadores das equipas adversárias do slb.
E amanhã, o Maicon que se cuide...

P.S. O árbitro do Nacional x Académica foi o senhor Rui Silva (da AF Porto), o mesmo que não assinalou o penalty escandaloso cometido sobre Hulk no último FC Porto x União Leiria. Coincidências...

Formação e alta competição


O FCP tem condições únicas para os jovens praticarem futebol. Penso que em muitos outros clubes há um trabalho interessante, ainda que não tenham as mesmas estruturas que os três grandes. Somos visitados (por técnicos das mais variadas origens) e as nossas estruturas são consideradas de excelência. Visito com alguma frequência o Vitalis Park e assisto à paciente persistência com que os professores ensinam os miúdos a dar os primeiros pontapés na bola e aos jogos dos mais novos dos jovens, e é um prazer anotar a disponibilidade e alegrias dos miúdos no momento da competição, como já dominam os princípios técnico-tácticos e como alguns parecem tão evoluídos para o tamanho e a idade.

Parece que esse potencial não cresce na escala do que aqueles miúdos prometem. E, então lembro-me do Feliciano a treinar os juniores, num campo pelado, sem as condições de hoje, sempre muito exigente, rigoroso e duro. Não brincava e mostrou serviço, embora não fosse um pedagogo. Era um profissional, puro e duro, excelente treinador de campo e suficientemente forte para comandar a rapaziada, fazendo da exigência um instrumento de formação que os atletas respeitavam. Certo é que saíram das suas mãos uma plêiade de atletas que bem alto levantaram o nome do FCP.

Hoje, os treinadores são mais actualizados e dominam as metodologias de treino, que antes eram suportadas empiricamente. Apesar disso, acho que as camadas jovens atingiram a sua bitola mais baixa, nestes últimos anos. E isso remete-nos para o seguinte: não basta juntar um conjunto de nomes e provar que foram (provavelmente) desaproveitados dois ou três oriundos das escolas que poderiam fazer jeito nesta altura do campeonato, para concluir que não se aproveitam os jogadores jovens porque gostamos de esbanjar dinheiro. De certeza que o investimento na formação tem crescido, quer em meios materiais quer humanos. O problema principal tem de ser outro, até porque não há nenhuma incompatibilidade (nem conflito de interesses) em juntar gente da casa com recrutamento vindo de fora, e ganhar dinheiro através de ambas as fontes.

Não faltam condições estruturais, não falta motivação, o futebol tem muita procura por parte dos jovens porque a carreira é aliciante, os técnicos estão actualizados. Falta perceber o que é que está a falhar, pois nas faixas etárias mais baixas fomos superados por muitos países que antes nos eram claramente inferiores.

Provavelmente há um modelo competitivo que não ajuda. Provavelmente vive-se mais para a ideia de ganhar campeonatos que para uma verdadeira formação que não queime etapas com a pressa de vencer a todo o custo.

Vi o jogo do FCP com o SCB dos juniores de sábado passado e fiquei mal impressionado com o que vi. Joga-se segundo os piores modelos, com uma equipa na retranca e a bater em tudo o que mexe e outra a jogar em posse na sua zona defensiva e com muito baixa intensidade. Não dinamitámos o muro que nos acabou por soterrar. O SCB ganhou por 2-1 e todos os golos saíram de bolas paradas.

Foi um jogo feio e parece que a ninguém importa jogar bem, bonito, rápido, com jogadores que evitam as rotas de colisão e procuram o golo como fim último do futebol, e não apenas um mero detalhe, saído da transformação das ditas bolas paradas que os treinadores preparam até à exaustão. Nas camadas jovens o prazer lúdico da prática desportiva deveria prevalecer sobre qualquer outro. O prazer de jogar e de praticar um futebol atraente deveriam estar no topo da pirâmide no processo formativo, o que nada tem de incompatível com a formação táctica e o apetrechamento físico indispensáveis para a prática desportiva de alta competição.

Mas, esta matéria é complexa e deveria ser bem analisada a razão porque, hoje, estamos mais pobres de valores, e minguam (de forma estranha) atletas em várias posições fundamentais. Têm a palavra os técnicos.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Atenção ao SC Braga

Quem viu os dois jogos entre o SC Braga e o Besiktas (dos internacionais portugueses Manuel Fernandes, Quaresma, Simão Sabrosa e Hugo Almeida) não tem dúvidas: a melhor equipa ficou pelo caminho. Nos 119 minutos em que jogaram 11 contra 11, a superioridade dos bracarenses foi inquestionável. E mesmo nos 61 minutos de eliminatória em que os arsenalistas do Minho jogaram com menos um (Hélder Barbosa foi expulso ao minuto 29 do jogo de Braga), nunca foram encostados às cordas, apesar dos dois golos que, nesse período, os turcos conseguiram marcar.

O sucesso desportivo e económico que o SC Braga tem alcançado nos últimos anos tem um nome: António Salvador.
Este sucesso é alicerçado numa cuidada escolha de treinadores (Jesualdo Ferreira, Jorge Jesus, Domingos Paciência e Leonardo Jardim) e numa politica de contratações ambiciosa mas com critério, incluindo o aproveitamento de vários dispensados dos “grandes” (Alan, Evaldo, Luís Aguiar, César Peixoto, João Pereira, Hugo Viana, Hélder Barbosa, Quim, Custódio, Ukra, Nuno André Coelho, Ruben Amorim), a qual tem proporcionado um bom rendimento desportivo e interessantes mais-valias financeiras.



Hoje em dia, pode-se dizer que o SC Braga já tem estatuto. Estatuto de equipa que, com um orçamento muito menor, luta taco-a-taco com os grandes do futebol português e que nas competições europeias dá muito trabalho para ser superada.

Quase toda a gente diz que o próximo slb x FC Porto será decisivo para as contas do campeonato. Talvez, mas convém não esquecer o SC Braga que, em caso de empate nesse jogo, poderá ficar colado aos dois da frente. E o FC Porto ainda tem de ir a Braga…

Infografias (clicar para as ampliar): record.pt

Gestão desportiva e as culpas do treinador

Por Rui Silva Domingos


Há uma tendência geral para, quando tudo corre mal numa equipa, endereçar as culpas ao treinador. Os adeptos do FC Porto (onde me incluo) estão a incorrer neste erro. Na minha perspectiva, deveriam olhar directamente para o topo da hierarquia.

Este ano, após uma época única e histórica em que ficou demonstrada a nossa superioridade perante os outros a nível interno, e que se reflecte nas competições extra-portas, tornando o FC Porto como um dos clubes europeus no séc. XXI, as coisas não estão a correr bem.

Têm sido inúmeras as críticas ao treinador que são, na sua maioria, injustificadas. Vejamos porquê.

Pinto da Costa, que normalmente vai conseguindo gerir as saídas de jogadores chave com a contratação de outros, deparou-se com a saída de Falcao de uma forma prematura. As saídas dos ponta de lança têm sido regulares no FCP, Lisandro e McCarthy são exemplos disso, e não tem havido problema, pois estas situações têm sido previstas antecipadamente com a aquisição de outro ponta de lança de valor. Isto tem sido feito de uma forma que estes, ao entrar no FCP, façam o seu processo de integração de uma forma gradual na estrutura, antes de serem lançados na equipa principal do FCP. Vejam o Lisandro, que demorou a ser titular indiscutível. Este ano, com a saída de Falcao por 40 milhões, o FC Porto teve que se virar para Kléber. Um ponta de lança com um potencial enorme mas que entra sobre brasas pelo peso que é lhe posto em cima.
Esta foi a primeira falha do FCP em termos de gestão desportiva na presente época.

A forma como nos impusemos no ano passado por todo o lado, no campeonato e na taça de Portugal, depois de muitos terem dito que a taça já era deles e de ainda dizerem que, apesar de estarem a 12 pontos, ainda iriam ser campeões, o sucesso na Liga Europa, com uma dinâmica única em Portugal foi avassalador e de sucesso ímpar em Portugal. Mas este sucesso acaba por trair o FCP.

Este sucesso cria um efeito nefasto na equipa, pois muitos jogadores, de repente, querem ir para outros campeonatos onde são muito mais bem pagos, ou seja, querem sair do FCP. Álvaro Pereira, Belluschi, Guarin, Sapunaru, Falcao, Fucile e, por momentos, Moutinho.
Na minha opinião, deveriam ter sido todos vendidos. Pois é muito complicado gerir pessoas que trabalham contrariadas e que demonstram-no com falta de profissionalismo. Ou seja, parte do esqueleto da equipa está por estar.
Esta foi a segunda e grande falha da gestão desportiva no FC Porto.

Metade destes jogadores já saíram e espero que sejam vendidos no final da época (Fucile, Guarin, Belluschi, Sousa, Walter). Outros espero que se lhe sigam, o caso do Álvaro Pereira, que começou a época a jogar por frete, tendo o FC Porto que jogar com ele por falta de alternativa. Na faixa direita optou por Maicon, porque os outros dois também andavam contrariados (por isso não estranho o afastamento do Sapuranu, nem dos outros, e defendo-o).

Vítor Pereira foi o senhor que se segue nos comandos da equipa do FC Porto.
É o treinador que dá a cara numa altura extremamente complicada, em que metade da equipa não quer estar, e sem uma referência de ataque, o que a haver traduz–se numa menor dependência dos outros colegas de ataque.

O mercado de inverno foi positivo para o FC Porto e felizmente, apesar do desaire em Manchester, tem-se traduzido numa melhoria das exibições.

A vinda de Lucho, além da qualidade que traz, é uma injecção de moral enorme, pois trata-se alguém que vem e que diz que é aqui que quer estar e em mais lado nenhum. E o Janko traduz-se já em alguns golos.

Na minha perspectiva aquilo que tem sido o “modus operandi” do FC Porto falhou.

O Vítor Pereira poderá não ser um excelente treinador mas, perante isto, parece-me evidente que é mais difícil ter sucesso.

Independentemente disto tudo, estamos em condições de vir a ser campeões, dependendo de nós próprios só para isso.

Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao leitor Rui Silva Domingos a elaboração deste artigo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O papa recordes III

Aí estão mais dois recordes batidos pelo nosso sensacional treinador:

- O FC Porto sofreu ante o Manchester City o segundo golo mais rápido da história da competição, aos 18 segundos de jogo marcado por Kun Aguero.
O tento do avançado argentino é apenas batido pelo de Ismael Blanco (AEK Atenas), que em Novembro de 2009, diante do BATE Borisov, marcou aos 13 segundos. Fonte: Record

- A eliminatória com a equipa inglesa foi a mais desnivelada da história europeia do FC Porto.
Hannover (2-6 em 1965/66) e Arsenal (2-6 em 2009/10) já eram. O 1-6 desta eliminatória passa a ser o agregado com maior desnível na história europeia do FC Porto. Desde 1997, os dragões sofreram três derrotas por quatro ou mais golos de diferença, todas elas em Inglaterra (Arsenal, duas vezes, e agora o City). Lembre-se, por fim, que o FC Porto não saía das provas europeias tão cedo desde 2005/06 e desde 2000/01 (0-2 com o Liverpool) que não caía na Taça UEFA (renomeada Liga Europa). Fonte: OJOGO

Parabéns Vítor!

Encontros imediatos do Terceiro Grau


Ora bem, fosse eu jornalista da Agência Lusa, de preferência com acesso a fontes anónimas mas seguras, e já teria blaterado esta cá para fora: "Pinto da Costa senta-se ao lado de André Villas Boas no Etihad Stadium com o objectivo de disfarçar o facto de ter abordado Domingos antes de este ser despedido pelo Sporting".

Por outro lado, se os ingleses, e mesmo os russos radicados em Inglaterra, sofressem da mesma selectiva paranóia, diriam: "Villas Boas vai ser despedido por se ter encontrado com dirigentes do Porto!"

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Se o futebol não tivesse balizas...

"Até ao 2-0 só deu FC Porto, com o City a tentar o nosso erro nas transições e na circulação de bola. (...) o resultado é uma mentira. (...) O City acabou por golear num jogo em que nem sequer merecia ganhar."
Vítor Pereira


Durante muito tempo, era habitual dizer-se que faltavam 30 metros ao futebol português. E mais, que Portugal seria campeão do Mundo se o futebol não tivesse... balizas.
Infelizmente, como já tenho bastantes cabelos brancos, lembrei-me desses tempos e destas expressões ao ouvir as declarações que o treinador do FC Porto fez no final do jogo.

De facto, o FC Porto "jogou muito bem" e, para aqueles que gostam de um futebol feito de bolinha no pé, passes para o lado e muitos remates (nem que sejam para fora), até terá dado espectáculo no Etihad Stadium.

Na minha opinião, que não percebo nada disto, disputar as competições europeias 2011/12 sem a equipa ter um ponta-de-lança foi um erro histórico. E tudo fica ainda pior, se temos de jogar contra equipas de top (caso do Manchester City) e a defesa tem a consistência de manteiga derretida.

Mas enfim, segundo a verdade oficial, o resultado (1-6 no compto dos dois jogos!) é uma mentira, essencialmente devido ao azar e à arbitragem, e para a história fica mais uma fantástica vitória moral deste FC Porto de Vítor Pereira. Só é pena, e uma verdadeira injustiça, que depois da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões, também tenhamos sido afastados prematuramente da Liga Europa...


P.S.1 O facto do Maicon ter, mais uma vez, jogado a defesa-direito (para que é que serviu a titularidade do Sapunaru em Setúbal?), o James a extremo e o Varela a ponta-de-lança também foi azar?

P.S.2 Pelos vistos, o Kléber, que no início da época foi apresentado por alguns como a alternativa ao Falcao e uma grande aposta de futuro, passou a ser a 4ª opção de Vítor Pereira para a posição de ponta-de-lança, a seguir ao Janko, Hulk e Varela...

Um sub-17 nos convocados para Manchester


Um dos 18 jogadores convocados para o desafio de hoje em Manchester é Tomas Martins Podstawski (na foto anterior, referente ao treino de adaptação ao relvado, é o jogador mais à esquerda).

Nascido no Porto a 30 de janeiro de 1995 (filho de pai polaco e mãe portuguesa, fez recentemente 17 anos), Tomás Podstawski começou no Boavista e foi contratado pelo FC Porto quando tinha 14 anos. Capitão da equipa de sub-17, é um médio defensivo que, nos últimos jogos, tem sido utilizado como defesa-central.

Nunca o vi jogar e, provavelmente, hoje também não verei (deve ficar sentado no banco), mas a estreia deste jogador numa convocatória da equipa principal, num jogo de grau de dificuldade máximo, diz bem da forma como foi construído o plantel 2011/12, relativamente aos jogadores portugueses e/ou da formação, e das limitações que daí advêm em termos de competições europeias.

P.S. Evidentemente, não está em causa o valor do Tomás Podstawski o qual, espero, revele a qualidade suficiente para, daqui a uma ou duas épocas, vir a integrar o plantel principal do FC Porto.

Uma pergunta capciosa


Nos conhecidos programas de falatório sobre penalties e off-sides na TVI24, SIC Notícias e RTP Informação, noto que os representantes do Benfica são:

- Júlio Machado Vaz, especialista em traumas psíquicos de origem sexual, dilecto discípulo (suponho eu, que não tenho pachorra para o ler) de Sigmund Freud, e benfiquista do Porto (diga-se, aliás, que decerto o referido Dr. Vaz, se tentar, encontrará em Freud uma explicação singela do fenómeno do benfiquista do Porto, provavelmente causado por traumas de origem sexual subsconscientes ocorridos na infância).

- Rui Gomes da Silva, advogado, e, na política, Sancho Pança do D. Quixote Pedro Santana Lopes, também ele benfiquista do Porto, e também ele com uma filiação clubística decerto explicável pelo referido Dr. Freud de Viena.

- E, finalmente, o edil e "prof." Fernando Seara, benfiquista de Viseu, que se meu "prof." fora para meu "prof." o não quisera, com um posicionamento clubístico mais facilmente explicável por Camilo Castelo Branco que pelo tal Segismundo de Viena.

Ó gentes, não há benfiquistas na mourama dispostos a dar a cara pelo seu clube nestes hilariantes programas? Se não há, tiro-lhes (a eles, benfiquistas de Lisboa) o chapéu que não uso.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ganhar de outra maneira?!!...


(Miguel Sousa Tavares, A Bola, 21/02/2012)

O estranho caso do regresso de Sapunaru


Gostaria de saudar o regresso de Sapunaru ao onze titular, ainda por cima coroado com uma excelente exibição.

Mas esta longa ausência e este inopinado regresso colocam-me esta dúvida: será que Vítor Pereira se aborreceu agora com Maicon ou terá o nosso treinador porventura lido o Reflexão Portista, conhecido blogue de curiosos, intriguistas e jornalistas amadores?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

SMS do dia

Há uns tempos expressei aqui o desejo de que o Vitória ganhasse todos os jogos até ao final da temporada.

Pela minha parte já estou satisfeito.

Que fazemos aos nossos míudos?

Bruno Vale, Rui Sacramento, Ventura, Tiago Maia, Kadu, Ricardo Dias, Bruno Alves, André Pinto, João Pedro, Rui Pedro, Nuno Coelho, Tengarrinha, Ivo Pinto, Tiago Ferreira, Paulo Machado, Josué, Nuno André Coelho, Castro, Helder Barbosa, Sérgio Oliveira, Ivanildo, Bruno Gama, Vieirinha, Diogo Viana, Ukra, Atsu, Rabiola, Abdollaye, Yero, Vion, Hugo Almeida...

Em 8 anos o FC Porto fez estrear, em jogos mais ou menos relevantes, 31 filhos do sistema de formação. Uma média de quase quatro “canteranos” por temporada, que não seria má de todo. Mas olhem para a lista outra vez. Com atenção. De todos esses jogadores, só 4 foram internacionais neste período e apenas dois deles, Bruno Alves e Bruno Vale, ao serviço do FC Porto. De todos os 31 só dois (Yero e Vion) estão no plantel desta época e ambos para fazer número, pondo as coisas no seu sitio. A maior parte destes jogadores foi forçada a embarcar numa espiral de empréstimos que esgotaria a paciência a um santo. E hipóteses na primeira equipa, nem vê-las. Muitas promessas, muito dinheiro invertido na requalificação da antiga Constituição e como resultado, um clube nu e destirpado da sua essência, os jogadores da casa. E um clube sem jogadores formados in loco é um clube sem chama interna, sem identidade e, sobretudo, com um excessivo gasto em contratações, comissões e salários que seriam paliados seguramente por uma aposta no producto made in Porto.



Antes que alguns dos leitores habituais venham com a reflexão sobre o pragmatismo da aposta do clube em jogadores nacionais, falando mais na vontade de ganhar já com compras com potencial de venda na América do Sul do que em estar a perder tempo e dinheiro em formar ou até mesmo com o argumento da “xenofobia” com jogadores estrangeiros, que fique claro que a mim importa-me pouco que os miúdos venham do Burkina Faso, da Nova Caledónia ou da Sé. Pessoalmente preferiria que fossem portistas, e hoje em dia para ser-se do Porto já não faz falta ser da Ribeira. A demografia da Invicta também já não permite esses sonhos e muitos dos heróis dos últimos 30 anos vieram do Grande Porto (Leça, Maia, Gaia, Amarante, Vila do Conde, Espinho, Matosinhos) mais do que das próprias ruas da cidade.

A questão é mais importante do que muitos adeptos imaginavam e está na altura de que a direcção do clube e a administração da SAD tomem medidas práticas e não persistam em politicas para tapar os olhos. Não sou seguramente o membro deste painel mais apto para falar de economia mas não é preciso ser um “expert” para analisar a diferença entre comprar um jogador a outro clube (com comissões), formá-lo, vender percentagens a fundos, pagar os seus salários (incluindo comissões por renovar contratos) e depois vender e formar um jogador do zero, pagar um salário evidentemente inferior e vendê-lo com lucro a 100%. Há muito tempo que o FCP abdicou de lucrar a 100% com um negócio por interesses externos ao clube que têm causado sérios problemas nas nossas contas. Por cada Anderson, Pepe, Hulk, Lucho, Lisandro ou Falcao sucedem-se dezenas de erros de casting. Souza, Walter foram os últimos enganos sérios da SAD mas nos últimos anos representam apenas uma gota no oceano.

Durante este período de tempo o FC Porto venceu 2 campeonatos de Juniores, 2 campeonatos de juvenis e 3 campeonatos de iniciados. Isso diz mal do futebol de formação português em geral mas também não explica porque é que uma equipa capaz de coleccionar tantos títulos é incapaz de exportar para a primeira equipa jogadores de nível.

Sou a favor da aplicação da lei 6+5 da UEFA e para adaptar-se a estes tempos e na circunstância actual os Dragões teriam muitos problemas em cumprir a normativa. Como adepto romântico do jogo gosto de sentir alguma identificação com as equipas. Como adepto racional do meu clube gosto de transparência e contas saneadas. Uma aposta clara na formação permite-me desfrutar de ambas. Ninguém me convence que um plantel com Souza, Bracalli, Cebolla Rodriguez, Djalma ou Walter é melhor que um que tenha Castro, Atsu, Ventura, Helder Barbosa, Bruno Gama, Vieirinha ou Palmo Machado, jogadores da casa que pertencem ou já pertencerem aos quadros do clube. Jogadores mais baratos, que sentiriam a “Mistica” do clube provavelmente mais do que as aquisições citadas e, sobretudo, em número suficiente para cumprir qualquer normativa europeia. O clube poupava dinheiro, reforçava o papel do produto da casa e, sobretudo, devolvia a imagem de um clube involucrado com o futebol local.


O FC Porto sempre foi berço de grandes jogadores que chegaram de outras paradas e sempre o será. Mas todos tinham detrás um núcleo duro da casa que desapareceu totalmente como espelho da politica auto-destructiva desta SAD. Começa a ser necessário, especialmente depois dos evidentes problemas de liquidez que o Standard Liège e o Santos fizeram públicos, pensar com mais cabeça no futuro desportivo e económico do clube e menos nos negócios paralelos que têm deixado muita gente na SAD feliz e nos círculos que a rodeiam mas que diminuem consideravelmente o potencial de crescimento e consolidação do clube para a próxima década. Não pode ser um cenário a repetir que o FC Porto arranque para uma nova época sem um único jogador formado em casa ao mesmo tempo que gasta milhões em contratar jogadores que depois nem se revelam opções tácticas regulares.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Um suave parêntesis no desafio ao Golias



A deslocação tranquila da equipa azul e branca às margens do Sado tornou-se num bálsamo de descompressão bem à medida da gestão corrente que Vítor Pereira necessita de fazer para os dois dificílimos embates diante do City. Este Vitória justifica bem o último lugar que ocupa, e o FC Porto, pouco preocupado com isso, construiu o resultado que se lhe exigia, tentando colocar alguma pressão na deslocação galinácea à cidade Capital Europeia da Cultura.

E se as “odds” eram, antes do inicio da partida, muito favoráveis às nossas cores, mais subiram quando logo aos 3 minutos Janko cabeceava mortiferamente para o fundo da baliza de Ricardo, após um bom cruzamento de Moutinho. O austríaco fazia jus ao seu bom posicionamento e tornava tudo ainda mais fácil. Na verdade, o tento madrugador não ajudou muito à qualidade do jogo, mas o Dragão mandou como quis, construindo aqui e ali situações de algum frisson.

Num desses lances Fernando recuperou a bola, apanhando o Setúbal em contra-pé, dispôs o esférico a Hulk onde este lhe retribuiu o gesto mais adiante, colocando o médio defensivo na cara golo que não perdoou. Dois golos diferença, num encontro com duas equipas com uma décalage gritante entre si, não davam espaço a grande interesse para o que ainda havia por jogar, nomeadamente na 2ª parte.

E assim foi. Num ritmo extremamente baixo, intercalado com umas pífias reacções dos comandados de José Mota, o FC Porto aproveitou para dar descanso a alguns ilustres da companhia. O ambiente zen fez embalar a equipa num engodo perigoso no qual o minuto 76 fez soar o alarme. O golo de Meyong abriu o resultado por culpa do baixar de guarda portista, e num quarto de hora tudo poderia acontecer, mais ainda quando toda gente já estava em transfere a caminho de terras de sua Majestade.

Felizmente o susto não durou muito, com a equipa a ligar rapidamente o descomplicador. Três minutos volvidos o nosso conjunto repunha a diferença de duas bolas, numa combinação entre Alex Sandro e C. Rodriguez, com o uruguaio a dar de bandeja o terceiro tento a Varela. Fechavam-se definitivamente as contas do jogo, Vítor Pereira respirava fundo e era tempo de olhar definitivamente para a missão “quase” impossível da próxima quarta-feira.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Jogadores Sub-20



Infografia: record.pt

O estranho caso de Sapunaru

Na época passada, Sapunaru foi a principal escolha de André Villas-Boas para a posição de lateral direito. 19 jogos no campeonato, 13 na Liga Europa e 7 na Taça de Portugal.

Esta época, sob o comando de Vítor Pereira, não joga desde 28 de Outubro de 2011. Contudo, não foi uma das "ervas daninhas" que saiu no período de transferências de Janeiro, apesar de durante muito tempo nem sequer ter feito parte da lista dos 18 convocados.

Com Fucile no Santos, Danilo lesionado e indisponível durante o próximo mês e meio (pelo menos) e Mangala também lesionado, é desta que teremos Sapunaru de regresso aos eleitos de Vítor Pereira, mantendo-se Maicon na posição em que iniciou os últimos jogos (defesa-central)?
É que se assim não for, fico sem perceber o que é que o internacional romeno está a fazer no plantel portista.

O Racismo

Há algumas coisas que me fazem alguma confusão devido ao burburinho que causam. Uma delas é o racismo.

Antes de mais, a desculpa dada pelo Rui Cerqueira é uma desculpa esfarrapada, houve gritos a emitar macacos dirigidos ao Balotelli e Touré - e não culpem só as claques, muito engravatado fez o mesmo.

O que me faz confusāo é a importância que se dá a umas situações e o que se ignora noutras. Numa coisa estou de acordo com o princípio teórico da UEFA, o importante é o respeito, seja com um branco, um negro, um cigano, ... 

Lembro-me de o Helton visitar o Dragão com a camisola do Leiria e passar a 2a. parte a queimar tempo ali na baliza sul, foi mimoseado com o "és um preto de merda! ...", pelos mesmos que uns meses depois o aplaudiam quando mudou de camisola. 

Isto é racismo ou pura falta de respeito?

E qual a diferença entre o "és um preto de merda" ou o "o Ricardo é paneleiro"? Ou a imitação de macacos e o "filho da puta" dirigido ao guarda-redes na marcaçāo de pontapés de baliza?

Que as pessoas se queixam de falta de respeito ainda percebo, que queiram empolar supostas situações de racismo já não percebo. Ou melhor percebo, o racismo vende melhor. Por isso é que o City só fala do Balotelli e Touré e se esquece do Joe Hart - quando este foi claramente o mais insultado.

Se alguém chamar outro de preto ou negro isso é racismo, outros fazem uma carreira a serem chamados de Branco e isso não é racismo - é uma mera característica diferenciadora.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O Miserável Prato das Lentilhas, para mim, não chega


O meu caro amigo e confrade de blogue, Mário Faria, acha que Vítor Pereira ainda lhe não deu provas ou convicções de incompetência.


Num sentido lato, eu diria que Vítor Pereira já mostrou que é "treinador de futebol". Não se trata de um curioso ou de um arrivista (até porque, se "arribou", foi porque o fizeram "arribar").


Mas no F.C. Porto estamos habituados a mais que isso. Já não preciso de recuar aos tempos de José Maria Pedroto e Artur Jorge, mas com Bobby Robson, António Oliveira, José Mourinho, André Vilas Boas - e até , Jesualdo Ferreira! - eu (ia a dizer "nós") esperava sempre, quando as coisas corriam mal, que do banco saísse um rasgo que resolvesse o problema.


De hoje em dia, perante um impasse ou um iminente descalabro dentro das quatro linhas, eu apenas me limito a esperar que esse tal "rasgo" saia de um dos nossos melhores jogadores, nunca do homem que do banco os lidera.


Esta é a diferença entre um treinador meramente "competente" e um treinador à altura do F.C. Porto.



PS: Não, não acompanho os treinos, não percebo nada de "metodologia de treino", mas acho que sei julgar um timoneiro, seja ele de uma equipa de futebol, de um governo ou de um barco de cruzeiro italiano.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Não há mais folgas!


Perdemos com uma equipa que foi muito superior ao FCP. Nem os criativos, nem os mais lúcidos, nem os mais rápidos, nem os mais lutadores, nem os mais experientes, conseguiram superar os jogadores do City.

Tacticamente os adversários mostraram-se muito superiores, nomeadamente na segunda parte em que dominaram e geriram o jogo como quiseram. Impuseram o ritmo, tiveram o meio campo sempre sob o seu controlo, aceleraram quando foi caso disso, e marcaram aproveitando as nossas fragilidades. Fisicamente a nossa equipa caiu a pique, e quando não há pernas a cabeça não corresponde. Só podíamos ganhar este jogo se conseguíssemos correr mais que o adversário, o que raramente aconteceu. Hulk perdeu quase todos os duelos. Nem ele, conseguiu ser mais forte, mais veloz e mais acutilante.

O pior da história do jogo foi a grave lesão de Danilo e, provavelmente, de Mangala. Não gostei da equipa do FCP e na segunda parte andamos sempre a cheirar a bola. Nem Moutinho, nem Lucho foram capazes de comandar a equipa e até Fernando perdeu algum fulgor. O lado esquerdo foi um buraco e Alvaro depois das escapadas à frente, juntava-se à defesa depois de uma eternidade. Acabou por fazer um auto-golo com uma intervenção trapalhona e pouco condizente com o seu valor. A defesa abriu brechas e tremeu, o meio campo não soube fechar e o trio atacante foi inexistente.

Porque estava no estádio, porque paguei 25€ para ver o jogo, porque estava do lado poente, excepcionalmente posicionado para seguir o ataque do FCP na segunda parte, realço o meu desencanto face ao comportamento de Hulk durante quase todo o jogo: uma exibição desastrada que revelou uma grande falta de solidariedade com os colegas e de respeito com o público. Perdi a paciência com os múltiplos passes cheios de letra e vazios de eficácia, entregando invariavelmente a bola aos adversários. Por uma vez saio zangado com um jogador, que provavelmente se considera insubstituível e foi recentemente promovido a capitão, por reconhecimento e mérito pessoal, certamente.

Fixemo-nos no campeonato e salvemos a época. Nada mais resta. Não há mais folgas.

Se a hipocrisia matasse...

A novela gerada pelo lance entre o Bruno Alves e o Rodrigo, no recente Zenit x SLB, está a revelar-se uma daquelas charopadas capazes de fazer chorar as pedras da calçada. Longe de mim defender o Bruno Alves - é aquilo que no Porto, tenha sido ou não jogador do Clube - se apelida de "besta"; mas eu gosto mesmo é da vitimização hipócrita de quem se anuncia como eterna vítima de perseguição e malfeitorias - quem não se recorda do lancinante "deixem jogar o Mantorras"? - enquanto dentro das quatro linhas angélicos algozes equipados de encarnado, têm até hoje praticado verdadeiros "milagres" - veja-se o número e duração dos castigos - indo desde coices a pernas partidas. Ainda não tiraram olhos, mas fiquem atentos porque a manipulação dos factos e da realidade está de tal forma enraizada, que talvez esse espectáculo passe despercebido.

Foi portanto com um sentimento de ternura que li a notícia de que o sr. Vieira - o Impoluto-Mor - e cito "O Jogo", "até saltou da cadeira quando Bruno Alves deixou Rodrigo estatelado no relvado", e "no final do encontro, Vieira, que tem especial carinho e sentido de protecção por Rodrigo, foi ao balneário cumprimentar os jogadores e dirigiu-se especificamente ao camisola 19, querendo saber tudo acerca do seu estado clínico". Em primeiro lugar, devo dizer que acho bonita esta espécie de relação pai-filho entre o Vieira e o Rodrigo. Percebe-se que é uma relação especial, quase tanto como aquela que o primeiro tem com o João Ferreira. Em segundo lugar, fico com a dúvida se quando o Katsouranis partiu a perna ao Anderson - conheço benfiquistas que ainda hoje se riem disto; sim, porque o Porto podia dar-se ao luxo de manter um jogador de 35 milhões de euros de fora da equipa, só para denegrir o Clube do Regime - ou quando o Petit enviou o Lisandro para o estaleiro durante uns meses, o sr. Vieira também se indignou e saltou da cadeira. É possível. Certo é que tais lances não chegaram à 1ª página dos jornais.

Estas considerações são naturalmente subjectivas. Tal como duvidar se o Bruno Alves só é considerado violento (e não apenas "viril") porque nunca jogou no Clube do Regime, se de facto tocou primeiro na bola ou no Rodrigo, ou se ao contrário do que sempre acontence com o Javi Garcia, não tentou sequer jogar a bola. O que não é subjectivo, nem para mim nem para ninguém - benfiquistas incluídos - é a justeza da decisão do árbitro em punir o tal lance com cartão amarelo e não vermelho.


É uma questão de coerência...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

General Inverno

Já perdi a conta ao número de vezes em que o FC Porto jogou no centro e leste da Europa, para as competições europeias, debaixo de temperaturas negativas.

Por exemplo, em Dezembro de 2010, caiu um nevão em Viena e as condições em que se disputou o Rapid Viena x FC Porto (1-3) estão ilustradas nas fotos seguintes:




Isto vem a propósito da choraminguice encarnada à volta da temperatura e estado do relvado do Zenit x slb de hoje. Coitadinhos dos meninos...

Paciência!


Estou cheio de vergonha porque receio que as minhas palavras sejam mal interpretadas e me considerem menos astuto e, pior, um homem que não percebe nada de futebol. A minha auto-estima estremece, nestes momentos, porque não sei como provar que sei. Fica sempre a ideia que quem “diz mal” está melhor preparado para a avaliação, porque se as coisas correrem mal fica provado o diagnóstico, se correrem bem apenas se ganha o direito à dúvida. Noutros momentos, basta que ocorra uma sucessão de factos que alinhem com um conjunto de ideias feitas.

Dito isto, não alinho nessa espécie de coveiro em que transformaram o VP. Não fora ele e, segundo muita gente, estaríamos a brilhar em todas as competições. “Mate-se” o teimoso, viva o homo sapiens. O tipo (VP) é um teimoso e não sabe ouvir os sócios (adeptos e encartados) que sabem. Tem algum jeito não meter o James a jogar, nos desafios que mais reclamam um criativo. Não o fez com o Feirense, o Olhanense, a AAC e o Gil? Se o fez não lhe distribuiu a função correcta, de certeza, ou então não o soube motivar. Está aí a causa de tanto desperdício pontual e tanta pomba assassinada. Não morro de amores pelo homem, é pelo menos tão culpado como os demais, mas vamos esperar o que futuro nos reserva. Medir é comparar. Esperemos um pouco mais. A história escreve-se melhor depois de depurada pelo tempo. Não tenho dúvidas que este treinador vai sair no final da época, tal como o Domingos já se foi e AVB também irá.

Não quereria que AVB regressasse de imediato ao FCP. O brilho está baço e o Chelsea, que tenho acompanhado, joga muito pior que o FCP. Aquilo é zero, o que não me agrada dizer, porque admiro imenso o AVB. Até o Barça - a melhor equipa do mundo - se tem revelado menos forte e vai a 10 pontos do primeiro. E tem o melhor treinador do mundo.


No jogo com o Leiria não foi apenas James que entrou bem. Defour esteve igualmente muito bem e esse matreco do Djalma, como por muitos é considerado, esteve igualmente bem, dando sempre um seguimento ajustado nas manobras ofensivas e até combinou melhor com Danilo. Quer-se tanto evidenciar o valor de James (que é indiscutível) e acusar o treinador de pecar por o deixar no banco, que até se omite que no lance do primeiro golo foi Moutinho que despoletou e dinamitou a defesa adversária, com um lance de ruptura excepcional.

Quando se joga contra um muro, não é fácil ocupar os espaços (há tão poucos) e desmoronar a barreira. Como dizia Mourinho, não há espaço para velocistas e o tempo fica mais curto para pensar e manobrar. Normalmente, nesses jogos, não vai com jeito, vai com força. Os muros dinamitam-se. O Real Madrid empatou através de uma grande penalidade mais que suspeita, com a respectiva expulsão; o SLB venceu com o primeiro golo obtido às três tabelas, saído de um canto, o que se tem repetido nos últimos jogos.

O FCP não goleou porque meteu os golos todos na segunda parte e quando o adversário estava em inferioridade numérica, sem jogar especialmente bem, e depois de uma expulsão forçada, como no seu artigo Bruno Prata não se cansou de repetir. Tudo serve para desvalorizar o treinador e fragilizar a equipa. O jogo com o SLB aproxima-se e a sua calendarização prova que as aves de rapina jogam com tudo para caçar a presa.

É minha convicção que o futuro treinador do FCP é o homem que treina o Braga, que no Dragão foi copiosamente assobiado pelos bracarenses presentes. Não gostavam do tipo, mas parece que PdC aprecia as suas qualidades e tem um acordo com o dito. Diz-se!

O último que criticarei no FCP é o treinador, enquanto não tiver provas (ou convicções sustentadas) da sua incompetência. Ivic, que ganhou quase tudo, perdeu espaço no FCP e não continuou. O balneário cilindrou-o. Com Co Adriaanse não se passou nada de muito diferente. É a vida, não é Domingos?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

SMS do dia

Sugestão para novo nome de um conhecido programa televisivo da 2ª à noite: O Pateta, o Patético e o Gozão.

O senhor que se segue para a cadeira de sonho

Ultimamente o tempo de vida estimado das cadeiras de sonho no Dragão tem sido bastante curto. Depois de Villas-Boas preferir o couro britânico antes de cumprir um ano de azul ao peito agora parece claro que Vítor Pereira não passará outro Verão como treinador principal do FC Porto. Nenhum adepto, nem os mais ferrenhos do técnico (ainda existem?) perspectivam uma sequela, mesmo que uma reviravolta surpreendente permita ao FCP revalidar o titulo de campeão nacional ou a própria Europe League.

Como SAD, treinador, jogador e adeptos já sabem que este filme tem data de caducidade marcada para Maio, é normal que arranque a especulação sobre qual será o próximo capitulo. Pinto da Costa tem sido um presidente bastante condescendente com os seus treinadores, especialmente os mais obedientes. Mesmo quando o público portista se mostrou farto de Jesualdo Ferreira ou Fernando Santos, por exemplo, estes mantiveram-se no seu lugar. Essencialmente porque a SAD – e o presidente – parece ter um especial apreço por treinadores que dão o corpo à bala, que se transformam no foco de contestação das massas e da imprensa e, por conseguinte, mantêm os focos distantes da gestão presidencial que nos casos de Fernando Santos (a partir de 2000), Jesualdo (o caso Apito Dourado) e Vítor Pereira (a péssima preparação da temporada) tem sido bastante criticável.


Mas até Pinto da Costa sabe que os seus homens de confiança e apostas pessoais (e os três foram-no) têm um limite e quando os resultados e as sensações deixam de acompanhá-los, tarde ou cedo a hora chega. Vítor Pereira sabe-o desde o principio, sente-o desde o empate com o Benfica e tem-no por garantido desde a eliminação da Champions. O despedimento de Domingos pode potenciar um cenário similar ao que ocorreu na troca de Octávio (outro adjunto que Pinto da Costa quis transformar em técnico ganhador) por José Mourinho (que esperava em Leiria pelo primeiro poiso livre). Mas apesar da velha glória do ataque portista ser um nome querido pelos adeptos, o seu péssimo ano em Alvalade, onde foi incapaz de produzir futebol e resultados, é um sério handicaap para quem quer dar um murro na mesa. Despedir um treinador que segue em segundo por um que é incapaz de saltar do quarto posto, por debaixo das expectativas do próprio clube, não parece ser o melhor dos sinais.

Quando Vítor Pereira foi eleito sucessor de Villas-Boas muitos adeptos torceram o nariz e pensaram em três nomes que, passado um ano, estão aí, disponíveis, mas com um historial distinto.

Á parte do tema Domingos, que promete levantar muitas suspeitas nas próximas semanas, estão na lista o seu herdeiro em Braga, Leonardo Jardim, há muito um protegido de Pinto da Costa e um técnico que tem feito um bom trabalho num clube que se tornou em viveiro dos grandes. Mas Jardim, é certo, ainda não deixou um destelho de genialidade que permita sentir que é “um treinador à Porto”.

Pedro Emanuel, filho adoptado da casa, passou o teste do ano de estreia com boa nota mas nem todos os treinadores que começam bem a sua carreira acabam por confirmar todo o potencial imaginado.


Depois há que manejar a opção Paulo Bento. Sempre se especulou sobre o seu futuro como treinador do FC Porto e tendo em perspectiva o fraco futuro de Portugal no “grupo da morte” do próximo Europeu, é bastante provável que o actual seleccionador esteja livre em Julho. Não será uma escolha consensual entre os adeptos face ao seu passado nos dois grandes da capital e o seu carácter conflictivo, mas analisando apenas o espectro de treinadores nacionais (pelos problemas de liquidez da SAD não os imagino a aventurar-se no caro mercado internacional) é dos técnicos que eventualmente estarão livres, o que mais curriculum tem.

Para o fim deixo a solução mais óbvia e, no entanto, mais complexa.
A péssima época de Villas-Boas com o Chelsea (a pior dos últimos dez anos a esta altura da temporada) parece deixar claro que os milhões de Abramovich vão procurar outro sucessor espiritual a Mourinho. Só uma inesperada vitória na Champions League salvaria a cabeça do técnico portuense que, provavelmente, em Junho procurará emprego. Desta vez nenhum grande da Europa vai obcecar-se com o seu talento e entre optar por um clube médio em Itália, Espanha e Inglaterra, e voltar ao Dragão, talvez AVB sinta saudade de um café nas esplanadas da Foz. Seria o regresso mais lógico, mas também o que provavelmente levantaria mais questões.

Com Pinto da Costa ao leme só dois treinadores voltaram a orientar o FC Porto. Tomislav Ivic foi um sucesso tremendo no seu primeiro ano, onde só faltou renovar a Taça dos Campeões, e um desastre no mandato de meio-ano em 1993/94. O outro nome é o de Artur Jorge. Com a subtil diferença de que o “rei Artur” saiu depois de três anos como treinador principal (e um par deles como homem de confiança de Pedroto), dois campeonatos, uma Taça dos Campeões europeus e que depois de fracassar no projecto Matra Racing, encontrou no regresso a casa uma forma de paliar o sofrimento do falecimento da sua esposa de então. Um regresso bem sucedido (mais um bicampeonato) e curto, antes que Portugal batesse à porta.


Villas-Boas seguramente iria ser bem recebido pelos adeptos mais saudosistas e mesmo aqueles que o tratam por “Libras Boas” são conscientes de que seria um técnico “right for the job”. Mas como reagiria o clube e, sobretudo os jogadores. Villas-Boas converteu-se em ídolo porque rompeu com os prognósticos e criou à sua volta uma aura de infalibilidade que o ano em Inglaterra ameaça destroçar. Voltaria como um técnico derrotado, incapaz de se impor numa liga mais exigente e isso pode deixar a sua marca como líder de um balneário que, já de por si, não anda propriamente de boa saúde. Tecnicamente seria uma opção desejável, psicologicamente é um enigma complexo de resolver.

Qualquer que suceda a Vítor Pereira terá um acolhimento caloroso, isso parece claro. Mas será isso suficiente para inverter a tendência suicida desta temporada?

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A rádio

Eh pá! Parece que hoje é o dia mundial da Rádio.



Abstenho-me de fazer comentários, basta ouvir.

SMS do dia

Olha, olha! O Janko não precisou de "período de adaptação"!

O problema e a solução estavam no banco

Moutinho e Hulk jogaram de início e, por aquilo que de bom fizeram, poderiam perfeitamente ser eleitos como melhores em campo (do lado do FC Porto). Contudo, conforme diz um anúncio muito em voga, a chave para “abrir o cofre” do Leiria estava no banco.

James entrou aos 60’ e aos 66’ estava a fazer a assistência para o golo inaugural do desafio. Aliás, nos escassos (para tanta qualidade que possui) 30 minutos que o treinador lhe concedeu, James fez duas assistências e marcou um golo, reforçando o estatuto de melhor marcador do FC Porto no campeonato.

«James, sacrificado no onze inicial, trouxe a verticalidade e objectividade que se pedia»
Maisfutebol

«[James] Evitou os “rodriguinhos” ou as fintas desnecessárias, preferindo jogar simples, mas eficaz, conseguindo descobrir autênticas auto-estradas para os companheiros onde outros não viam sequer uma viela. Apetece perguntar, que fazias tu no banco, James?»
in ojogo.pt

«Vítor Pereira pode ter a explicação mais lógica do mundo, pode até juntar-lhe o argumento dos equilíbrios tácticos, mas será sempre difícil perceber a aparente resistência ao talento de James. Sobretudo em jogos como este.»
in ojogo.pt


Nada tenho contra jogadores com as características de Varela, Djalma ou Cristian Rodriguez, que correm muito, defendem imenso, cobrem melhor o flanco e dão mais equilíbrio tático à equipa. Mas, num jogo no Estádio do Dragão contra o último classificado, é mais importante ter avançados que garantam este tipo de “equilíbrios” ou jogadores com qualidade técnica acima da média, visão de jogo e capacidade de decidir (através de golos e assistências)?
Vítor Pereira optou por, mais uma vez, deixar James no banco e contudo…

O jogo estava a pedir um jogador como o James. Um jogador que, quando o jogo está fechado, consegue descobrir o caminho, a solução e tomar a decisão. É um jogador muito forte em termos de qualidade técnica, acho que entrou bem
Vítor Pereira, na flash interview

Pois entrou bem, mas porque razão não entrou de início?

A solução do jogo de ontem saiu do banco mas, na minha opinião, o principal problema (que não o único) do FC Porto 2011/12 continua lá.

Não tenho dúvidas de que Vítor Pereira ambiciona ganhar os jogos todos e, estou certo, faz as suas escolhas de acordo com aquilo que pensa ser o melhor para a equipa. Contudo, a sua incapacidade para tirar partido e potenciar o lote de jogadores que tem à sua disposição é notória e o caso de James Rodriguez é apenas um dos exemplos mais flagrantes.

Mas, como disse Pinto da Costa numa das várias entrevistas que deu no período de Natal, os adeptos que contestam o atual treinador principal do FC Porto não vêem os treinos, nem percebem nada disto. É o meu caso.

P.S. Além de não perceber nada disto, reconheço que sou suspeito. Em Setembro de 2011, escrevi que, muito provavelmente, James era o melhor jogador Sub-20 do Mundo e, após o último SCP x FC Porto, disse que para mim era uma dor de alma ver de fora um jogador com a classe de James.

Fotos: José Coelho/LUSA

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Já vi melhor

Os números não são exagerados para a diferença entre as equipas - isto é o mínimo que se pede. Mas 4-0 pode dar a ideia de um bom jogo o que não foi de todo o caso. Nomeadamente na 1ª parte.

Esta equipa pode jogar muito melhor, esta equipa deve jogar muito melhor. 

Quando vi a equipa inicial, não pude deixar de interrogar: "O Varela?" Este não é decididamente um bom ano para ele, mas mais que a sua inclusão é a exclusão do James que é difícil de entender. Claro que é coincidência e fruto do desgaste dos 60 minutos anteriores, mas 5 minutos após a entrada em campo James faz a assistência para o 1º - embora o mérito vá mais para o Moutinho. 


Estava feito o mais difícil e o resto é história.

Foi uma 2ª parte contra 10, mas com 10 ou 11 a equipa da Marinha Grande é fraquinha e tem um treinador com ideias fraquinhas - aquilo é anti-jogo do 1º ao último minuto, todos fechadinhos lá atrás à espera de um milagre e depois poder dizer: "tivemos azar" ou "fomos gamados". Jogar com 10 ou 11 foi só uma questão de tirar o gajo que estava lá na frente a fazer nenhum, em termos defensivos foi absolutamente igual. Por falar em gajo plantado lá na frente, não pude deixar de recordar aquele golo ao 90º minuto na baliza sul, infelizmente deve ser o único momento marcante da carreira do Bruno.

Quando um guarda-redes a meio da 1ª parte em vez de marcar um pontapé de baliza se põe a beber água da garrafinha, só me apetece ir às trombas ao jogador, ao treinador e ao árbitro - sim ele é em última instância o culpado por permitir isto. Irritam-me muito mais esta situações que um possível fora de jogo ou grande penalidade. Num fora de jogo admito o erro, numa situação destas não percebo por que motivo se é complacente.

Os restantes golos:

Eleições

Eu sei que ninguém liga a isto e que é um mero pró-forma, mas amanhã há eleições na SAD.

Eu já nem digo que nos informassem de quais são os planos para os próximos 4 anos, que tipo de gestão vai ser efectuada, qual é o plano para combater a crise, ... já era estar a pedir de mais.

Mas que ao menos soubéssemos que nomes vão a votos nos vários órgãos é pedir muito?

3 – 5 = plantel mais equilibrado?


Após os empréstimos de Walter, Fucile, Guarín e Belluschi foi agora a vez de Souza sair, também por empréstimo (não há quem tenha dinheiro para contratar jogadores do FC Porto a título definitivo?), de regresso ao Brasil e com destino ao Grémio de Porto Alegre.

De acordo com o treinador principal do FC Porto, “o Souza já viajou, já não está cá, foi à procura de mais oportunidades. Sentia que aqui era difícil jogar muitas vezes, sentia que não estava a jogar o tempo que considerava justo, portanto foi à procura de mais”.

Eu olho para a equação das entradas e saídas e o que é que vejo?
Saiu Walter e entrou Janko.
Saiu Fucile e entrou Danilo.
Saiu o “substituto do Lucho” (Belluschi) e regressou o próprio Lucho.
E, além destas trocas quase diretas, saíram mais dois médios: Guarín e Souza.

Aceito perfeitamente que se diga que os que entraram têm mais qualidade do que os que saíram mas, ficando apenas com quatro médios – Fernando, Defour, Moutinho e Lucho – e um ponta-de-lança – Kléber – com possibilidades de jogar na Liga Europa, o plantel ficou mais equilibrado?
E se, devido a lesão ou castigo, um ou dois destes jogadores estiverem impedidos de jogar, qual será a solução?

Bem, de acordo com Vítor Pereira, “o James e o Danilo são jogadores que podem jogar no meio-campo, o James como número 10, o Danilo como médio interior”.

James como número 10 é uma solução que me agrada e onde ele já provou, mas uma coisa é jogar nesta posição com três médios atrás de si (num sistema de jogo em 4-4-2) e outra é se for apenas o jovem craque colombiano e mais dois médios. Este último cenário não me parece adequado, particularmente para os jogos mais difíceis.

Quanto a Danilo, se for jogar para o meio-campo, isso significa que muito provavelmente teríamos o Maicon de regresso à posição de defesa-direito. Acho mal.

Um plantel equilibrado requer dois jogadores para cada posição (três para a posição especifica de guarda-redes). Ora, tendo o FC Porto adotado, desde Jesualdo Ferreira, um sistema de jogo em 4-3-3, parece evidente que o plantel atual é desequilibrado em algumas posições.

Veremos o que vai acontecer mas, para uma equipa com as responsabilidades do FC Porto e que ainda se encontra a defender os seus títulos de campeão nacional e de vencedor da Liga Europa 2010/11, o risco que foi assumido com esta reestruturação do plantel a meio da época é muito elevado.

P.S. Dos 23 jogadores que constituem o plantel do FC Porto, 11 são caras novas - Bracalli, Kadú, Mangala, Alex Sandro, Danilo, Defour, Lucho, Djalma, Iturbe, Kléber e Janko. Para uma equipa que na época passada ganhou tudo o que havia para ganhar, renovar o plantel em quase 50% não será demais?

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Frases soltas

Foi-se o Souza e vem aí o Leiria e depois o City. O ano passado estava muito mais contente, e o "Venceremos! Venceremos! Venceremos outra vez!" fazia tanto sentido. Sobre o empréstimo do Guarin só não dou pulos de contentamento porque em Julho vamos ter o homem de volta. O novo Vinha parece jeitoso. A Porto Media é do clube, da SAD, ou do Oliveira? O Bruno é ladrão, mas felizmente sou portista e sei que ganha quem é melhor. No Vintage faltou o Jaime Magalhães e também o André, mas basta olhar para ele para se perceber. O Guarin vai voltar. Não acredito que o Sapunaru volte a jogar por cá, mas não percebo o porquê. O Lucho nunca me encheu as medidas, acho que tinha mais potencial do que aquilo que mostrou ao longo da carreira, mas o espírito do retorno encheu-me as medidas. O Guarin vai jogar muito pouco em San Siro. E depois dizem que a inteligência não é importante num jogador da bola. O Maicon é defesa direito, o Danilo é lateral direito. O Iturbe nunca vai ser um Messi, é bom que tenhamos essa noção. O que faz em concreto o Reinaldo Teles? Os Xutos vêm ao Dragão Caixa e estão aqui, nos auriculares, a cantar: "Serei eu um ladrão?". Quase que aposto que o treinador não obrigou ninguém a assinar um contrato com cláusula de 18 milhões. Desde que o Co tirou a braçadeira ao Baía para a dar ao Pedro Emanuel que me faz confusão essa ideia de que o capitão é diferente dos outros jogadores na relação com o árbitro. No Dragão nunca houve ameaça de nevoeiro e já lá vão mais de 9 anos a jogar essencialmente à noite - é o aquecimento global. Metade do hendeca já está. Tá frio - deve ser do aquecimento global - e os jogos são à noite. Para quando o Porto Canal nos canais RF do Meo? Se a ideia era manter o 443 bem me parecia que havia médios a mais. Ainda bem que o Inter se dá ao luxo de pagar o empréstimo de um lesionado. Suspeito que a Merkel não vai ser convidada para a inauguração do estádio dos Barreiros. Quem gostava do futebol do Porto de Jesualdo Ferreira queixa-se do quê?

Venceremos! Venceremos! Venceremos outra vez!

Falcao no Chelsea e El Niño em Madrid?


Já aqui falei dos muitos problemas que afetam o plantel do Chelsea, entre os quais avulta o do monumental flop que foi a contratação de Fernando Torres. Deste modo, este hipotético cenário, referido pelo Daily Star, é algo que a concretizar-se só me surpreende por tardio.

À partida, Falcao no Chelsea e novamente sob o comando de André Villas-Boas e El Niño de regresso ao seu clube do coração, juntamente com mais uns bons milhões, é um cenário que deve agradar a todas as partes envolvidas.

Falta saber o que acontecerá ao acordo entre o FC Porto e o Atlético Madrid, o qual prevê «o pagamento de uma remuneração variável, pelo que o montante global a receber poderá atingir os 47.000.000 € (quarenta e sete milhões de euros)».