quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Paixão sem condições para apitar o FC Porto


Como todos estamos fartos de saber, Bruno Paixão não tem quaisquer condições para apitar jogos do FC Porto. Ele não consegue ser imparcial e demonstra um ódio primário em relação aos jogadores do FC Porto.
Sobre isso já muito escrevemos aqui no Reflexão Portista. Basta dar uma vista de olhos na nossa etiqueta com o seu nome e os casos, ao longo da última década e meia, são mais que muitos. Uma vergonha na arbitragem em Portugal.

Vítor Pereira, o presidente da Comissão de Arbitragem que está a contas com acusações muito graves de um ex-árbitro, por ter favorecido o Benfica, sabe do que Paixão é capaz de fazer e, mesmo assim, optou pela sua nomeação para um jogo do FC Porto. É este o estado da arbitragem nacional: um responsável capaz de influenciar os seus para beneficiarem um clube específico e árbitros que apesar de anos e anos de provas dadas de que não conseguem ser imparciais com determinados clubes a serem nomeados para jogos desses mesmos clubes. O incompetente sob a batuta do indecoroso.

Espero uma reacção forte da SAD em defesa dos superiores interesses do FC Porto.
   

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Outra vez, Lopetegui?!

E pronto, quando o FC Porto poderia aproveitar um jogo directo entre rivais para aumentar a vantagem relativamente a um deles, recebeu o Braga no Dragão e permitiu um empate sem golos. À semelhança da época passada, a equipa bloqueia nos momentos em que não deve e volta a ceder pontos em casa numa fase precoce do campeonato.

O treinador não é capaz de apresentar uma equipa competitiva e pressionante que mande nos jogos em casa. A não ser na Liga dos Campeões, claro, onde Lopetegui faz questão de apresentar sempre o melhor “onze”. Desta vez Rúben Neves e Corona foram deixados no banco e o inconsequente Tello voltou a ser titular, tendo ficado os 90 minutos em campo(!). Espero que a SAD não tenha a infeliz ideia de accionar a opção de compra ao Barcelona…

A posse de bola cá atrás é totalmente estéril e a equipa usa e abusa deste expediente. Há demasiados passes atrás da linha de meio campo. A bola demora uma eternidade a chegar de um flanco ao outro. E há muita cerimónia na hora de rematar à baliza. Este tipo de futebol lento e previsível não resulta contra equipas bem organizadas na defesa e cujo principal objectivo é não sofrer golos, como é o caso deste Braga.

E pronto, lá está o FC Porto atrás de um adversário directo ao fim de 8 Jornadas. Em 8 jogos na Liga vencemos apenas 5 e empatámos 3, um deles em casa. Nas últimas 4 partidas obtivemos uma prestação “veve” (vitória-empate-vitória-empate). Se continuarmos na onda “veve”, em breve estaremos arredados da luta pelo título. Parece que Lopetegui não aprendeu o suficiente sobre o campeonato português na época passada. Ainda não conhece os adversários e ainda pensa que pode ser campeão sem dar o máximo em todos os jogos.


Neste momento há 6 jogos por disputar até à deslocação a Alvalade para medir forças com o Sporting na 15ª Jornada. Esses 6 jogos têm de ser ganhos. É o objectivo mínimo a exigir ao treinador. O principal objectivo tem de ser a vitória no campeonato. Sem esse desiderato Lopetegui não terá condições para continuar a orientar a nossa equipa. Espero chegar ao fim da época e estar muito enganado sobre o que aqui escrevi em 29 Setembro 2015.
   

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Um amigo meu


Tinha um amigo, o Júlio,  que sempre sonhara ser jogador de futebol.
O sonho do Júlio era o de ser o ponta de lança de uma grande equipa.
E o Júlio tinha tudo para ser um grande ponta de lança.
O Júlio media 1 metro e 95 cm, pelo que ganhava muitas bolas de cabeça aos adversários
O Júlio tinha também uma boa velocidade, não obstante a sua altura, pelo que também conseguia isolar-se frequentemente, aparecendo sozinho em posição de golo.
O Júlio era, igualmente, detentor de um excelente remate: puxava o pé atrás e o disparo era sempre muito forte.
O Júlio, além do mais, era um trabalhador incansável: treinava com afinco; nunca faltava a um treino; vivia uma vida regrada e não andava em noitadas.
O Júlio tinha apenas um pequeno problema: não marcava golos nos jogos e, portanto, nunca decidia nenhum. Os cabeceamentos em que conseguia superar os defesas, iam por cima da barra. Nos lances em que aparecia isolado, o guarda-redes roubava-lhe a bola. Os potentes remates passavam sempre ao lado.
Ele, nos jogos, gritava, gesticulava,  pensava bem as jogadas, decidia bem. Mas nunca marcava.
Quando era preciso o seu golo para a equipa manter o comando do campeonato distrital em que jogava, o golo nunca aparecia.

A massa associativa - gente conhecedora de futebol e que adorava o clube da freguesia - não ficava contente com os resultados, mas raramente culpava o Júlio, pois dizia que ele fazia sempre o possível.
O Presidente também não se contentava, mas ia sempre acreditando que o Júlio haveria de fintar o destino. Foi assim que, numa reunião da assembleia geral do clube, no café da sede, sentenciou com voz grave perante dois dos sócios que questionavam o rendimento do Júlio: "Eu sei que vocês estavam habituados aos anteriores pontas de lança,  o José, o André e o Vítor,  que, com os seus golos nos ajudavam a  ganhar sempre qualquer coisa (ou mesmo muitas coisas) desta prova distrital. Eu sei que eles quando cabeceavam, marcavam; quando se isolavam, faturavam e quando rematavam faziam as redes abanar por dentro. Mas o Júlio faz tudo bem. Isto há-de mudar. Era muito pior se tivéssemos um treinador que não ganhasse os jogos que devia ganhar".
   

domingo, 25 de outubro de 2015

Pela enésima vez...


...o FCP falha quando não o podia, de todo, fazer.

Agora, uma eventual derrota em Alvalade significará uma história quase a papel químico da época passada: um atraso considerável, que muito nos custará a reverter.


Surpreendeu Lopetegui no "11" inicial: Rúben Neves estranhamente de fora (mas afinal de contas, é já jogador com físico para uma época inteira ou ainda não?) e um Imbula de pedra e cal, vá se lá saber bem porquê.
Corona que, em boa verdade, tirando os golos, pouco tem feito em termos de jogo-jogado, foi também ele para o banco e lá voltamos, assim, a termos direito à habitual inconsequência de Tello.
Para aumentar os nossos problemas, Brahimi insiste em confirmar que as suas exibições da segunda metade da época transacta são mesmo aquelas a que, infelizmente, nos temos de habituar.
Ah, e ainda há Cissokho. E mais valia que não houvesse...

Para além do mais, e após ter andado enganado, meses e meses, com Fabiano e Herrera, Lopetegui poderá muito bem ter-nos agora enganado acerca de Bueno: que faz um jogador destes, de garra e remate fácil, no banco de suplentes, durante meses a fio?
Até parece que não precisamos de golos.



Mas chega de falar em assuntos secundários. O verdadeiro mal, já todos nós sabemos qual é: qualquer semelhança com aquela nossa raça, querer e entrega dos anos 80 e 90 é, hoje em dia, pura coincidência.
Hoje, a braçadeira de capitão, a mesma que tanto peso simbólico transportou durante épocas e épocas no nosso clube, como que "caiu dos céus" no braço de Martins Indi, que até é bom rapaz e não tem culpa nenhuma de apenas estar cá há pouco mais de um ano.
O problema está aqui: até se pode juntar, todos os anos, meia-dúzia de atletas, com algum valor, que vêm substituir outra meia-dúzia que partiu, mas quando já não existe aquele "extra" que era o que nos verdadeiramente distinguia dos demais, a coisa acabará por dar para o torto, mais tarde ou mais cedo.

O "até os comemos" está praticamente terminado.


Colinho em espanhol, tapem lá agora a vergonha!

O diário desportivo As publicou na sua edição de hoje uma entrevista a duas páginas no coração do jornal com o árbitro português Marco Ferreira. Uma decisão com um timing perfeito tendo em conta que estamos em véspera de derby lisboeta e, como todos sabemos, há meses que a comunicação social portuguesa montou um silêncio espectral ás declarações originais de Ferreira, o árbitro que não teve medo de denunciar as pressões sofridas por Vitor Pereira para facilitar nos jogos com o Benfica.

—¿Cómo se eligen los árbitros para los partidos en Portugal?
—Es Vitor Pereira el que tiene total libertad para elegir a quien le apetece.

Todos conhecemos a história de Marco Ferreira, algo que não devemos a nenhum jornal ou web portuguesa que preferiram não investigar declarações que são, para mim e para qualquer pessoa com dois dedos de testa, tão ou mais graves do que o famigerado Apito Dourado. Porque claro, o protagonista, não sendo o FC Porto, o importante é calar, já sabemos todos. Dizer que o responsável da arbitragem portuguesa procura constantemente beneficiar um clube é muito menos grave do que comer um croisant e tomar um chá com um árbitro em casa. Claro.

Yo y muchos compañeros recibimos llamadas del presidente del Consejo de Arbitraje, Vitor Melo Pereira (homólogo en Portugal de Sánchez Arminio), en la misma semana que estamos nombrados para arbitrar al Benfica. Vitor Pereira tiene muchos enemigos y muchos opositores, entre ellos la gente del propio Consejo de Arbitraje y muchos clubes de Primera. No le quieren ahí. Ahora, el único de los grandes que apoya a Pereira es el Benfica.

A entrevista de Marco Ruiz não falha um só tiro no alvo e é um trabalho jornalistico que só podia ter sido feito por alguém de fora, alguém que não estivesse tapado pela ameaça centralista e asfixiante tão portuguesa de nunca se tocar nos podres dos clubes da capital. Que esse mesmo jornalista tenha sido um dos habituais enviados do As ao Porto para cobrir o dia-a-dia da vida de Iker Casillas - temas recorrentes semanalmente no jornal - pode dizer muita coisa ou pode não dizer absolutamente nada. Pessoalmente gostaria, e muito, que esta entrevista tivesse sido facilitada pelas boas relações entre o jornalista e o FC Porto, como uma forma de denunciar publicamente, e para toda a Europa ver, a podridão que é o futebol português que o senhor Vitor Pereira quer manter a todo o custo. Seria um excelente golpe a quem nos ofende e raramente leva o tratamento que merece. Mas ninguém o pode afirmar a ciência certa pelo que deixemos isso no campo da especulação.




A entrevista é claro e põe todos os nomes nos bois e não há boi maior nesta história que o maior hooligan da arbitragem portuguesa das últimas décadas. Marco Ferreira não acusa directamente o Benfica - faz exactamente o contrário, afirmando categoricamente que nem o Benfica nem qualquer outro clube, nos seus nove anos de carreira, alguma vez o abordou pessoalmente (nove anos e nem uma chamadinha de fruta do Porto? Que desilusão deve ter sido ouvir isso no departamento de escutas lançadas ao YouTube desde fontes anónimas não é??) - mas não perdoa ás pressões sofridas por Vitor Pereira.

Ferreira repete o mesmo discurso. As ameaças de Pereira e as chamadas em vésperas de jogos com o Benfica (e só com o Benfica), o clamor de que não ligue aos insultos que vinham do banco encarnado (e que provocaram a expulsão de Jesus num jogo no Bessa) porque um lider da arbitragem não está para defender os árbitros de serem insultados, ou o aviso claro de que Ferreira tinha de se portar bem no jogo do título do Benfica. No jogo do título não se refere ao Benfica - Porto, claro, porque como Ferreira diz, é o próprio Pereira, quase a comportar-se como um "paineleiro" encarnado, que afirma que o Benfica precisa de receber o Porto com 4 pontos de avanço para não haver problemas. Todos sabemos o que se passou.
O Benfica perdeu. O Porto não aproveitou. O Benfica foi campeão vendendo cachecóis a relembrar o escandaloso colinho e Ferreira foi despromovido depois de ter sido considerado como um dos eventuais sucessores do actual Presidente da Liga Portuguesa de Futebol na cúspide da arbitragem nacional.

Después del Braga-Benfica del que le hablé, Pereira me nombró para un Rio Ave-Benfica. Esa semana me llamó dos veces. El martes y el jueves. El jueves me dijo que, si no hacía un buen partido, no me podría nombrar para el Benfica-Oporto, que era en abril. Dijo que tuviera cuidado, que “eran los que se quejaban” y que “era el partido del título del Benfica”. Y yo le dije que no, que no era el partido del título porque el Benfica llevaba cuatro puntos de ventaja con respecto al Oporto. Y me contestó: “Es muy diferente jugar en contra del Oporto en abril con una diferencia de cuatro puntos que con dos puntos o uno”. Esto, bajo mi punto de vista, es grave. Porque claramente estaba refiriéndose al Benfica.

Todos sabemos perfeitamente que o que Marco Ferreira afirma encaixa perfeitamente com a politica seguida por Vitor Pereira nos últimos anos. As nomeações dos árbitros e dos assistentes a dedo, a sua posição inflexivel de abandonar um posto para o qual não tem nivel e o apoio inequivoco do Benfica são realidades indismentiveis. Que este lodaçal tenha cruzada a fronteira - onde se tentou abafar tudo - para chegar a um dos jornais desportivos mais lidos da Europa é um triunfo inequivoco para a verdade desportiva. Nada vai mudar. Isto é Portugal, um país onde um presidente pode ameçar partidos e ir jantar como se nada tivesse passado. Pereira continuará a ser Pereira e os árbitros continuarão a receber chamadas noite dentro para portarem-se bem. Mas lá fora já não há manto protector que esconda a vergonha. O Colinho é agora tema de conversa mundial. Da próxima vez que encarregarem cachecois na Luz, não se esqueçam também de fabricar versões internacionais em espanhol, francês ou inglês. Porque já todos sabem do que se trata!

sábado, 24 de outubro de 2015

Rúben Neves não é “património do Estado”

Espero que ele [Rúben Neves] fique muitos anos no FC Porto. O Rúben tem contrato até 2019 e não até 2017, como por vezes vejo escrito, e nós gostaríamos de o manter no clube, como uma espécie de João Pinto. Ou seja, que ele fosse um símbolo da transmissão da mística por várias gerações. Nunca quererei que saia do FC Porto
Pinto da Costa, 21-10-2015


Eu não duvido da sinceridade destas declarações do Presidente do FC Porto, MAS…


E, além disso, …

«[Rúben Neves] Já foi apontado, entre outros, a Liverpool, Chelsea e Arsenal (Inglaterra), Real Madrid e Barcelona (Espanha), mas agora chegou também ao radar do vice-campeão europeu, os italianos da Juventus. Pese o facto de estar em fase embrionária da sua carreira, a cumprir aquela que é a sua segunda época no principal plantel portista, Rúben Neves já seduz os mais conceituados emblemas dos principais campeonatos europeus, ao ponto de a Vecchia Signora ter enviado, na terça-feira, um seu emissário ao Dragão para se centrar exclusivamente na performance do camisola número 6 dos azuis e brancos.»
in record.pt, 24-10-2015


Não conheço um único adepto portista, que não subscreva as declarações de Pinto da Costa e que não desejasse manter Rúben Neves muitos e bons anos no FC Porto. Contudo, apesar de Rúben Neves ter contrato com o FC Porto até Junho de 2019 e estar “protegido” por uma cláusula de rescisão de 40 milhões de euros, são poucos os que acreditam nessa (im)possibilidade.

De facto, e realisticamente falando, é muito pouco provável que, já na próxima época (2016/2017), Rúben Neves ainda seja jogador do FC Porto.

40 milhões? E depois?
Por acaso, é este valor que vai impedir clubes milionários, como o Chelsea, Liverpool, Real Madrid, FC Barcelona, entre outros, de contratar Rúben Neves?

Para os adeptos, é triste verem sair jogadores da casa, como é o caso do Rúben Neves. Mas felizmente (infelizmente para alguns saudosistas), há muito que acabou o tempo político-desportivo em que os clubes eram donos dos jogadores. E em que, segundo governantes portugueses, determinados jogadores-símbolo não podiam sair para o estrangeiro porque eram “património do Estado”

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Casa de família - bilhete de família


Uma das boas sensações que costumo ter no ano futebolístico é a do primeiro jogo da época no Dragão. Há um sentimento de reencontro, de reunião "familiar" e de regresso a casa.
Ora, várias vezes penso nesta sensação e nas dificuldades que a maioria das famílias têm, em especial em momentos de crise como os que temos presenciado, para poder viver esse momento de "família portista" em família (de sangue).
Um lugar anual é algo que muitas famílias não conseguem dar a todos os seus membros, e muito menos quando algum ou alguns dos membros não logram garantir presença num número mínimo de jogos.

Parece-me que seria de estudar a hipótese de haver cartões familiares com obrigação de aquisição de entradas anuais para um certo número de membros mas que permitisse duas coisas:
1. Por um lado,  a entrada livre de qualquer membro da família usando para tanto os lugares anuais adquiridos. Por exemplo, na minha família, composta por 7 pessoas, não obstante sermos todos sócios, só 4 membros têm lugar anual. Ora não há qualquer direito a que os outros 3, caso um dos 4 não possa ir a um jogo, entre no seu lugar.
2. Por outro lado, a aquisição a um preço reduzido (por sócios do mesmo agregado familiar de sócios com lugar anual) de entradas nos jogos aos quais compareçam os seus familiares. Isto estimularia cada jogo como um "momento de família" e poderia conduzir,  inclusivamente, à possível aquisição de lugares anuais pelos membros que, inicialmente não os tinham. Esta aquisição a preço reduzido poderia até estar sujeita à condição de que, no princípio do ano, se pagasse um pequeno fee para que cada um dos sócios pudesse fazer valer esse direito mais tarde (o que garantia logo uma receita por um direito que até poderia nunca ser exercido).

Não duvido que a estrutura do FCP esteja atenta ao pricing e às possibilidades existentes, mas penso que este tipo de relação teria vantagens financeiras e clubisticas (associativas) a considerar.
Quanto a mim só  posso confessar que me custa sempre um pouco estar "em família" no Dragão e ter deixado parte da família em casa...
 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Que bom é resolver cedo

No papel seria este o jogo mais desinteressante desta fase de grupos e a prática confirmou-o.
Não sem antes o Maccabi ter causado alguns calafrios, ainda o nulo subsistia no marcador.
Continua, pois, muito por fazer nos acertos defensivos.


Mas o que tem que ser tem mesmo muita força e tanto Aboubakar teimou que acabou por ver a sorte sorrir-lhe, após muito ter ele tentado antes.
E tratou-se mesmo de sorte, sem aspas, pois o guarda-redes sérvio foi mal batido.
E como quem tem o camaronês, tem muito mais que um mero "matador", eis que, logo após, Aboubakar decidiu acabar definitivamente com a partida ao assistir Brahimi na perfeição. O argelino, mesmo que muito abaixo daquilo que produziu contra o Chelsea, não perdoou e sentenciou a partida.

E como é raro ver um 2-0, antes do intervalo, nos tempos que correm.

Como é bom de ver, seguiu-se um tranquilo segundo tempo, apenas à espera que o tempo passasse.
Deu até para fazer descansar algumas unidades. Um luxo, portanto.

O facto mais marcante desta nossa jornada europeia acabou por ser mesmo a promoção de Ruben Neves a capitão aos 18 anos. Record absoluto na Liga dos Campeões. Excelente para ele mas o que, efectivamente, diz isto de nós? Será mesmo inevitável apresentar um "11" em que ninguém tem mais de ano e meio no nosso plantel?

domingo, 18 de outubro de 2015

Missão cumprida. Próximo…

Onze inicial no Varzim x FC Porto, 3ª eliminatória da Taça de Portugal

O onze inicial que Lopetegui apresentou no estádio do Varzim (sim, ao contrário do SLB e do Sporting, o FC Porto não disputou esta eliminatória da Taça de Portugal em campo neutro…) estava cheio de novidades:

Helton na baliza (esteve bem, mas não me lembro de ter feito uma única defesa difícil);
Layún a defesa direito (deverá ser ele a ocupar a posição de Maxi no jogo contra o SC Braga);
Cissokho a defesa esquerdo (não deslumbrou, longe disso, mas deverá ser ele a ocupar a posição de Layún no jogo contra o SC Braga);
Estreia absoluta de Lichnovsky, fazendo dupla com Martins Indi (os dois jogadores que formam a dupla de defesas centrais titular – Maicon e Marcano – estão lesionados);
Um meio campo totalmente diferente, com Imbula mais recuado e dois médios ofensivos – Evandro e Bueno (também ele numa estreia quase absoluta).

Contudo, este Varzim x FC Porto não foi propício a grandes destaques individuais.
Os jogadores poveiros foram pouco mais do que aguerridos e, depois do muito que correram na 1ª parte atrás da bola (apenas 22% de posse de bola), a maior parte dos “lobos do mar” terminou o jogo de “rastos”.

Na minha opinião, os maiores destaques (pela negativa) foram o trio de arbitragem e Osvaldo.

O senhor Manuel Oliveira, para além de ter anulado (mal!) um golo ao FC Porto, perdoou dois penalties ao Varzim, teve um critério disciplinar incompreensível e, numa 2ª parte com cinco substituições e outras tantas paragens para recuperação/assistência a jogadores, deu apenas 3 minutos de descontos.

Quanto ao Osvaldo, teve uma noite não.

Osvaldo em ação no Varzim x FC Porto

Logo ao 6º minuto, com o resultado em branco, viu o auxiliar do senhor Manuel Oliveira anular-lhe um golo limpo.
Um pouco antes do FC Porto inaugurar o marcador, foi derrubado na área do Varzim (o defesa poveiro atinge-o na perna esquerda), mas o árbitro fez vista grossa.
E depois, com um misto de azar e displicência, foi um festival de golos falhados, aos 45’, 73’ e 80’.
O Osvaldo é um ponta-de-lança com uma qualidade acima da média e ontem mostrou que, fisicamente, já está a 100% (ficou na retina um sprint que fez perto do final do jogo) mas, para convencer o treinador (e os adeptos), não pode desperdiçar tantas oportunidades flagrantes num só jogo.

Missão cumprida na Póvoa. Próximo…

sábado, 17 de outubro de 2015

De lobos (do mar) a dragões

Na década de 70 e 80: Fonseca (guarda-redes); Lima Pereira (defesa-central)

Fonseca e Lima Pereira, discípulos de Pedroto

Na década de 80 e 90: André (médio defensivo); Vitoriano (defesa direito); Rui Barros (médio ofensivo)

Rui Barros e Bruno Alves, os emigrantes

Na década de 90 e século XXI: Bruno Alves (defesa-central)

André e André André, pai e filho

No século XXI: André André (médio)



Curiosidade: Deste lote de sete jogadores, que primeiro foram “lobos do mar” e depois dragões, o único que não se afirmou como titular do FC Porto foi Vitoriano.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

É disto que o povo gosta

5 de Outubro de 2010, RTP N, Trio D'Ataque
Rui Moreira versus António Pedro Vasconcelos





1 de Abril de 2013, SIC Notícias, Dia Seguinte
Dias Ferreira versus Rui Gomes da Silva



12 de Outubro de 2015, TVI 24, Prolongamento
Eduardo Barroso versus Pedro Guerra


Eduardo Barroso abandona em directo

Por que razão há programas destes (na RTP, SIC, TVI, CM TV, ...)?

Por que razão determinados “trogloditas” são convidados para estes programas?

A resposta é simples: porque o povo gosta.
E, claro, porque dá audiências (seria interessante, aliás, saber-se quais foram as audiências do “Show Guerra” nas últimas semanas).

Por isso, e enquanto assim for, não tenho dúvidas que este tipo de programas vão continuar a existir e a multiplicar-se nos vários canais televisivos.


P.S. Um comunicado oportuno, que põe o dedo na ferida e alguns pontos nos iis.

domingo, 11 de outubro de 2015

Quo vadis basquetebol português?

Após três anos a disputar os campeonatos secundários, sob a marca Dragon Force, a equipa sénior de basquetebol do FC Porto (detentora de 11 campeonatos, 13 Taças de Portugal, seis Taças da Liga e cinco Supertaças) regressou ontem à LPB (liga principal do basquetebol português).

E regressou precisamente no Pavilhão Municipal de Ponte de Sor onde, em 23 de Maio passado, tinha terminado o percurso vitorioso da equipa Dragon Force Basquetebol.

Eléctrico x FC Porto, Proliga 2014/2015

O FC Porto venceu, naturalmente, o Eléctrico (61 - 78), mas o encontro começou 20 minutos mais tarde e esteve mesmo em risco de não se realizar.
E porquê?
Devido ao diferendo entre os árbitros, oficiais da mesa e a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB). Só a associação de árbitros reclama uma dívida de 137 mil euros (!), referente à época transacta.

Em Ponte de Sor houve as condições mínimas para disputar o jogo, mas o Ovarense x Maia Basket e o SL Benfica x V. Guimarães foram adiados. E também não se realizaram três dos quatro jogos agendados para a Proliga.

Isto prejudica, pois preparámos e treinámos para um jogo que não se realizou. Houve desgaste na viagem e gastos, de um clube com um orçamento reduzido
Paulo Cunha, jogador do V. Guimarães

O Vitória terá de fazer outra viagem a Lisboa para poder jogar contra o Benfica. E quem é que paga mais uma deslocação e as refeições?
Domingos Almeida Lima, vice-presidente responsável pelas modalidades do SL Benfica


Há vários anos que o basquetebol português passa por muitas dificuldades (essencialmente económicas) e não será exagero afirmar que está a atravessar o pior período dos últimos 50 anos.

De facto, após o fim da modalidade em alguns clubes vencedores de títulos nacionais (em seniores masculinos) – Sporting, CA Queluz, Estrelas da Avenida, Portugal Telecom –, nos últimos anos acentuaram-se os casos de clubes/SADs que desapareceram, ou que extinguiram a sua equipa principal.

2007: Aveiro Basket (a SAD, que incluía a CM Aveiro, Galitos, Esgueira e Beira-Mar, foi dissolvida, deixando atrás de si um rasto de dívidas e prejuízos).

2008: CF Belenenses (extinção da equipa sénior).

2012: FC Porto (extinção da SAD do Basquetebol), FC Barreirense (extinção da equipa sénior).

2013: Académica (extinção da equipa sénior, com uma dívida global na ordem dos 300 mil euros e ações de penhora devido a dívidas antigas a treinadores e jogadores).

A estes casos acrescem os do CAB Madeira ou Lusitânia, os quais também já admitiram publicamente essa possibilidade, devido às dificuldades económicas que atravessam.

Perante estes factos, não surpreende a queda da qualidade competitiva da LPB, composta, na sua esmagadora maioria, por equipas com plantéis modestos em quantidade/qualidade.
E também não surpreende o péssimo desempenho que a seleção nacional de seniores masculinos tem tido nos últimos anos (veja-se, por exemplo, as 10 derrotas em 10 jogos na fase de qualificação para o Eurobasket 2013).

É num cenário destes, que os próprios agentes da modalidade – dirigentes federativos, árbitros, oficiais de mesa – não se entendem, põem os (legítimos) interesses pessoais à frente dos da modalidade e espetaram mais um prego no caixão do basquetebol português.

Tudo isto é triste, até porque o basquetebol é uma modalidade espectacular, para "gigantes" e para pessoas com uma altura normal, para super atletas (em termos físicos) e para jogadores que privilegiam a estratégia/inteligência de jogo, onde raramente existem polémicas com as arbitragens.

Mais. Ao contrário do Andebol (que, ao alto nível, é jogado essencialmente na Europa) e do Hóquei em Patins (que apenas tem expressão em Portugal e em algumas regiões de Espanha, Itália e Argentina), o Basquetebol é um desporto de massas, com ídolos planetários inspiradores, como não existem noutras modalidades (futebol à parte), jogado ao mais alto nível em todos os continentes, incluindo PALOP com fortes ligações a Portugal.


Ou seja, o Basquetebol tinha tudo para ser a 2ª modalidade mais popular em Portugal (a seguir ao futebol), despertando um muito maior interesse das televisões e patrocinadores.

Por que razão isso não acontece?

Ontem, após o adiamento do SL Benfica x Ovarense, o vice-presidente dos encarnados responsável pelas modalidades (o clube que, de longe, mais gasta com a sua equipa sénior), sugeriu a suspensão da Liga de basquetebol “até que a federação se entenda com os árbitros”...

É caso para dizer: Quo vadis basquetebol português?


P.S. O basquetebol é a minha modalidade favorita (a seguir ao futebol) e, daqui a pouco, tenciono deslocar-me ao Dragão Caixa para assistir ao FC Porto x Ovarense, marcado para as 18:30.
Haverá árbitros?
Haverá oficiais de mesa?
Haverá jogo?
Haverá público? Até quando?...

sábado, 10 de outubro de 2015

O resumo das contas 2014/2015

Ontem, a FC Porto SAD emitiu um Comunicado com um resumo dos Resultados Consolidados do exercício 2014/2015 (correspondente ao período entre 1 de Julho de 2014 e 30 de Junho de 2015) e fez, também, a apresentação das contas à comunicação social.

(fonte: O JOGO)

Entre outros aspectos, a Administração da FC Porto SAD fez os seguintes destaques:

«Os Proveitos Operacionais, excluindo proveitos com passes, crescem 20.976 m€, o que corresponde a 29%, atingindo agora os 93.589 m€, fundamentalmente devido ao incremento das receitas obtidas pela participação nas provas europeias.»

Nota: No exercício 2014/2015 foram contabilizados dois prémios de presença na fase de grupos da Liga dos Campeões (épocas 2014/2015 e 2015/2016).

«Os Custos Operacionais, excluindo custos com passes de jogadores, crescem 16%, equivalente a 15.159 m€, acompanhando o acréscimo dos custos com o pessoal. No entanto, realça-se o facto de, neste exercício, estarem registados os prémios associados à boa performance desportiva da equipa nas competições europeias.»

Nota: Infelizmente, a FC Porto SAD não teve de registar (poupou...) os valores correspondentes aos prémios associados à conquista do campeonato nacional 2014/2015.

«O Resultado Líquido Consolidado atinge os 19.958 m€, sendo 19.352 m€ atribuíveis aos detentores de capital da empresa mãe, bastante superior ao obtido no período homólogo, principalmente devido ao crescimento dos resultados com transacções de passes de jogadores, que atingem os 82.500 m€.»

«O Activo Líquido aumenta 80%, atingindo os 359.235 m€, pela incorporação do Estádio do Dragão, propriedade da EuroAntas, cujo valor líquido a 30 de Junho de 2015 ascende a 138.800 m€.»

«O Passivo total atinge os 276.131 m€, o que representa um crescimento de 42.668 m€ face a 30 de Junho de 2014, justificado, em grande parte, pela agregação do passivo da EuroAntas, sociedade que assumiu o project finance para a construção do Estádio.»


Ao contrário da Administração da FC Porto SAD, o Record, na sua 1ª página, entendeu destacar outro aspeto das contas 2014/2015…

Parte superior da 1ª página do Record

Eu, para além do excelente resultado líquido consolidado (no contexto do futebol português, fechar um exercício com 20 milhões de euros positivos é muito bom), destacaria o forte alinhamento entre aquilo que tinha sido previsto – Orçamento – e o executado – Relatório e Contas – ao nível dos proveitos e custos operacionais.

Orçamento versus Relatório e Contas (fonte: O JOGO)

Finalmente, recomendo a leitura da análise feita no blogue ‘O Tribunal do Dragão’ (Impressões gerais do Relatório e Contas 2014-15), a qual, sem qualquer surpresa, é muito melhor e mais completa do que aquilo que pode ser lido na comunicação social.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O “sargentinho” e o “engenheiro”

Sim, este grupo de apuramento era acessível.

Sim, atendendo aos critérios de apuramento, a seleção portuguesa tinha a obrigação de ser (como foi!) uma das 24 seleções apuradas para a fase final do Europeu 2016 (em França).

Mas, olhando para o "estado comatoso" em que estava a seleção portuguesa há 13 meses atrás, é impossível não ver as diferenças.

Onze inicial do Portugal x Alemanha (0-4), Salvador da Bahia, 16-06-2014

A vergonha do Portugal x Albânia (0-1), 08-09-2014

E a diferença principal foi a substituição de um (in)tranquilo “sargentinho”, com tiques autoritários, por um experiente “engenheiro fazedor de pontes”, que soube (re)unir o grupo e formar uma verdadeira equipa.

Jogadores como Ricardo Carvalho, Tiago, Dani e Quaresma que, por razões diversas, não faziam parte do leque de escolhas de Paulo Bento, foram recuperados por Fernando Santos e tiveram um papel importante neste trajeto vitorioso – 6 jogos oficiais, 6 vitórias.


Uma fase de qualificação difícil, em que começámos mal mas acabámos bem. A vinda de Fernando Santos foi uma mais-valia, recuperou alguns jogadores que faziam falta
Cristiano Ronaldo

O míster [Fernando Santos] foi a pessoa mais importante neste apuramento, conseguiu formar um grupo muito forte, pois seis vitórias seguidas não são fáceis no apuramento. Nós temos a nossa parte mas o míster é sem dúvida a cabeça do sucesso
Tiago



Que isto sirva de lição, não só aos dirigentes da FPF, mas a todos os adeptos de “sargentões” ou “sargentinhos”.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Por falar em ofertas aos árbitros…

Infografia do Record

Por falar nas ofertas do SL Benfica aos árbitros…








Com tantas ofertas coloridas (e “fruta”!) ao longo dos tempos é preciso ter lata e bastante falta de memória, para apenas se apontar o dedo às cortesias do FC Porto.

É caso para dizer que uns (a Norte) têm a fama e outros (na capital) têm o proveito.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Alguns recordes e bons indicadores

Ontem, ao golear o Belenenses por 4-0, o FC Porto de Lopetegui alcançou a 19ª vitória seguida em casa e igualou uma série estabelecida pelo FC Porto de… José Mourinho (na época 2003/2004, em que ganhou a Liga dos Campeões).

Nota: A última não-vitória dos dragões em casa foi no FC Porto x SLB da época passada (0-2), disputado a 14 de dezembro de 2014.

Mais. Ao não sofrer qualquer golo frente aos azuis de Belém, o FC Porto de Lopetegui já vai no 14º jogo seguido em casa sem sofrer golos. Nada mau…

Para além dos recordes (positivos), o jogo de ontem teve também algumas boas indicações:

Brahimi – Depois da boa exibição contra o Chelsea (para a motivante Liga dos Campeões), voltou a ser o MVP (num jogo do campeonato), numa exibição que incluiu uma assistência, um golo (o primeiro desta época) e vários torcicolos no pescoço dos jogadores que o tentaram impedir de brilhar.

Brahimi festeja com Maxi - 2º golo do FC Porto

Maxi Pereira – Mais um cartão amarelo e mais uma assistência para golo. A 4ª assistência desta época.

Corona – Quatro jogos no campeonato, quatro golos marcados.

Osvaldo – Substituiu um desinspirado Aboubakar (que já não marca há 4 jogos) e, tal como em Moreira de Cónegos, mostrou pormenores de classe. No golo que marcou (o primeiro com a camisola do FC Porto), bastou um desvio subtil, para que o guarda-redes do Belenenses ficasse fora do lance.

Osvaldo festeja com Fernando Brandão (roupeiro) - 3º golo do FC Porto

Rúben Neves – Com a saída de Maicon ao intervalo (por lesão), regressou para a 2ª parte com a braçadeira de capitão do FC Porto. Aos 18 anos! Não é para todos.

domingo, 4 de outubro de 2015

FC Porto B, um caso de estudo

FC Porto B (fonte: O JOGO, 03-10-2015)

Ontem (sábado) à tarde, o FC Porto B foi a Olhão e mesmo sem Raul Gudiño (está nos EUA, em representação da seleção olímpica do México) e sem André Silva (a recuperar da entrada criminosa que sofreu na Tapadinha) ganhou por 2-0.

Foi a sexta vitória consecutiva do FC Porto B no campeonato da II Liga e a oitava se forem considerados jogos para outras competições. Notável!

Contudo, convém ter consciência que a II liga é uma longuíssima maratona de 46 jornadas (!) e o objetivo principal não é ser campeão, mas sim desenvolver as capacidades destes jovens jogadores e promover os melhores à equipa principal.

Seja como for e aconteça o que acontecer até ao final da época, atenção a vários dos jogadores que constituem esta equipa - Gudiño, Chidozie, Rafa, Francisco Ramos, Graça, Pité, Gleison, André Silva, etc. - e ao trabalho que está a ser feito por Luís Castro (tão criticado noutros anos).

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O melhor sub19 do Mundo

Olhem para qualquer lista das maiores promessas do futebol mundial. Coloquem a fasquia na idade onde a etapa de formação júnior habitualmente termina, os sub19. A partir de aí começa o salto definitivo ao futebol profissional. Alguns demoram mais do que outros a chegar lá. Outros, génios precoces, chegam antes. São predestinados para o jogo. Aqui está uma lista de 100 jogadores que cumprem em 2015 os 20 anos de idade. Com menos um ou dois anos é ainda mais dificil encontrar futebolistas que possam já ser consideradas primeiras figuras. Entre eles está Ruben Neves, o filho do Dragão que é o melhor do Mundo na sua faixa etária.

Não é fácil encontrar na formação do Porto casos como o de Ruben.
Houve grandes jogadores formados na casa mas alguns foram de afirmação tardia (caso de Ricardo Carvalho) e outros, apesar de terem agarrado a titularidade cedo, não eram nos seus primeiros anos primeiras figuras mundiais (casos de Baía ou Gomes, por exemplo). Ruben Neves tem tudo. Não só se afirmou antes do tempo e de toda a lógica - "gracias Lopetegui" - como é claramente o mais completo futebolistica a nivel mundial com a sua idade. Há muitos bons jogadores com menos de 19 anos mas custa-me encontrar alguém que seja tão adulto, tão profissional numa etapa que ainda é, a todos os efeitos, de formação.

Não se enganem. Ruben vai ser, daqui a quatro anos - quando cumprir os 22 e se assume definitivamente na etapa adulta de um profissional de futebol - um jogador diferente. O seu processo evolutivo, como o de qualquer jogador, será forçosamente progressivo. Quem viu jogar Xavi, Iniesta ou Pirlo com 18 anos e com 22 sabe perfeitamente que eram diferentes. Mas aos 18 nenhum estava ao nivel onde hoje está Ruben, estrela em jogos da Champions League por mérito próprio, futebolista determinante nos processo defensivos e ofensivos de uma equipa que pertence à eltie do futebol continental. Não. Habitualmente, a essa idade, brilham os jogadores tacticamente anárquicos, os que triunfam pelo instinto da grandeza. Os extremos endiabrados, os avançados oportunistas. Jogadores que chamam à atenção precisamente porque quebram a ordem com a sua irreverência juvenil. O tempo e a formação tratará de determinar se assimilam ou não os processos colectivos de jogo. A maioria fica pelo caminho. Alguns chegam á elite mundial. Mas quando médios organizadores ou pivots defensivos - e aqui pivot é mais no sentido de regista do que de trinco - começam a dar cartas a essa idade? Muito, muito poucos. Ruben é um deles.

O jovem que foi 6 e 8, que sabe patrulhar bem a linha interior ou varrer a bola à frente da defesa com igual frieza, tem uma maturidade sobrehumana. Fisicamente tem crescido muito (há dois anos disputava jogos de 80 minutos de duração contra miudos da sua idade, hoje joga contra os melhores do mundo e quem nota realmente a diferença?) e ainda aprenderá a gerir melhor o seu esforço. Sabe ler o campo como quem joga xadrez, abrindo e fechando espaços com aberturas largas ou passes curtos. Também domina a progressão com o esférico, recorrendo a um truque aqui ou ali que nos seus pés soa quase a exótico mas que é o mais normal num jogador da sua idade, procurar sempre a estética antes do pragmático. Ruben podia estar perdido na equipa sub19. Podia estar perdido na equipa B. Podia até estar emprestado a um Paços de Ferreira. Graças a Lopetegui - e daqui a 10 anos Lopetegui talvez seja mais conhecido por ser o homem que lançou Ruben que por outra coisa qualquer - temos a sorte de poder viver a ascensão de uma carreira que promete ser impar. A importância de Ruben para o futuro do futebol português (tanto na selecção como mediaticamente) é imensa mas o que realmente importa é não estragar o menino.

Ruben já mostrou ter muita cabeça ao rejeitar uma oferta do Chelsea no ano passado. Sabe que precisa de crescer e muito e que não há sitio melhor para o fazer do que em casa, com alguém que confia nele e sabe medir os minutos e os jogos onde deve ser protagonista. A SAD deve entender o mesmo e não olhar para o Ruben como um próximo James, um próximo negócio da china. Por uma vez é preciso tentar guardar os trunfos até ao fim, deixar passar o máximo de tempo possível. Não só porque Ruben precisa desse tempo, como futebolista, como também o Porto precisa, cada vez mais, de um "Ruben" como referência emocional e um sinal de que, quando queremos, podemos fazer as coisas bem na formação (talvez o problema esteja cada vez mais na prospeção ou no salto aos seniores do que no trabalho feito nas primeiras faixas etárias). E claro, Ruben valerá amanhã (e depois) muito mais do que pode valer hoje. É desse tipo de jogadores. A situação financeira do clube convida à decisão fácil, a de aceitar os primeiros 40 ou 50 milhões que alguém ponha na mesa mas Ruben e o "portismo" merece um pouco mais de paciência. Daqui a 4 anos - são 4 anos - Ruben Neves terá apenas 22 anos de idade. Aqueles que querem vender William Carvalho ou Bernardo Silva como "the next big thing" farão bem em lembrar-se de que a grande promessa do futebol português nem sequer pertence a essa geração. Poder ver ao nosso "menino" três ou quatro anos mais de Dragão ao peito seria importante a todos os sentidos. Não há dinheiro que pague, agora mesmo, tudo aquilo que Ruben pode ainda dar ao clube. Resta desfrutar de um jogador que é, actualmente, o melhor futebolista do mundo da sua geração.