quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Apuramento à vista



E agora ao contrário: 15 bons minutos no final.

Com um "11" inicial mais por defeito de que por opção, a única dúvida estaria entre T.Costa e Guarín. Jesualdo, ao contrário de Londres, não apostou desta vez no colombiano mas viria a emendar a mão nos últimos 20 minutos. O argentino voltou a não se confirmar.

Jogo muito semelhante ao do passado Sábado: muito sofrimento mas novamente um final feliz.
O Atlético, apesar desta época ter ganho apenas por 2 vezes em nove partidas, deu a mesma luta que o scp. Principalmente o seu ataque, que nunca deixou a nossa defesa sossegada.
O mais marcante do primeiro tempo, acabou por ser a lesão do guarda-redes espanhol, Roberto.
Devido a isso, aconteceu a inesperada entrada do terceiro guardião do plantel "colchonero". Um jovem de 18 anos em estreia absoluta.

Poderia ser por aqui que os espanhóis começassem a falhar, pensou-se na altura.

Porém, tudo acabou por se decidir apenas nos últimos minutos. Tudo começou com o suposto penalty de Pereira sobre Aguero (não nos pareceu falta e ainda temos a reclamar o fora-de-jogo, mal marcado, a Meireles na primeira parte).
Seria o ínicio do fim para os homens de Madrid.

Logo de seguida, Guarín entra e teve um logo remate perigoso.
Cresceu então o FCP e veio o golo decisivo, minutos depois. Hulk não marca à primeira mas ainda foi a tempo de, no ressalto, assistir Falcao para mais um grande golo deste.
Que seja o primeiro de muitos grandes golos com o pé, para juntar aos bons que já lhe vimos de cabeça.
Não foi propriamente de calcanhar à Madjer, mas quase.

Estava feito o mais dificil. O Atlético, voltava a mergulhar na escuridão da sua aguda crise interna e foi-se completamente abaixo.
O segundo golo surgiu ainda neste período de desnorte dos "nuestros hermanos".
Salto fantástico de Bruno Alves e recarga atenta de Rolando.

O FCP, desmente assim os apostadores on-line e é, agora, claro favorito ao apuramento.

Está tudo bem quando acaba bem? O jogo foi bem equilibrado. Os espanhóis não estão bem na liga caseira mas tentaram dar luta na Champions. E ganhar a uma equipa do país vizinho é sempre, obrigatóriamente, um resultado muito positivo.

Devemos é crescer bem mais do que estes actuais "bons 15 minutos de cada vez" se queremos voltar a chegar à frente, cá pelo nosso campeonato.

O Génio faz hoje 100 anos


Julgam que o Cristiano Ronaldo é o único génio do futebol oriundo da Ilha da Madeira? Estão enganados. Muito antes dele, no início do Século XX, a 30 de Setembro de 1909 nasceu naquela ilha o jovem Artur de Sousa mais conhecido por "Pinga" (uma alcunha que herdou do seu pai).

“Talvez o maior talento de jogador do nosso futebol, um jogador fulgurantíssimo, verdadeiramente genial”, escreveu Cândido de Oliveira no jornal “A Bola”, em Abril de 1945.

Artur de Sousa "Pinga", craque do F. C. Porto nos anos 1930 e 1940, foi o maior de todos. Mas, por mais que se busque no Youtube, não há maneira de se encontrar um videozinho que seja para comprovar a convicção dos adeptos mais velhos, que o viram jogar na Constituição ou no Ameal e que se deliciaram com o maior talento dos primórdios do futebol português, perdido nos efémeros tempos da Rádio. Mas a injustiça do que será a extemporaneidade de um futebolista genial só enriquece ainda mais o imaginário e o enredo épico de Pinga. Se fosse vivo, um dos maiores símbolos da antologia portista celebraria, hoje, o centésimo aniversário.



“Pinga” foi, pelo FC Porto, duas vezes campeão nacional, três campeão da Liga e por uma vez campeão de Portugal. Por vinte e cinco vezes representou a Associação de Futebol do Porto, por outras tantas representara a Associação de Futebol da Madeira, e por três vezes foi campeão do Funchal pelo Marítimo.

A 7 de Julho de 1946 despediu-se, como jogador, dos campos de futebol. O Estádio do Lima encheu-se para presenciar um festival que contou com um desfile em que tomaram parte mais de 500 atletas de dezenas de colectividades, com um jogo em que o FC Porto venceu um “Misto Nacional” (de cuja composição não encontramos registo) por 5-4 e teve como ponto alto o momento em que o Governador Civil do Porto condecorou “Pinga” com a Medalha de Ouro da Federação Portuguesa de Futebol.

Quando, depois de ter treinado a Sanjoanense, o Tirsense e o Gouveia, trabalhava nos infantis do FC Porto e iria passar a coadjuvar mestre Artur Baeta na equipa júnior, a morte levou-o.

Eram 13 horas e 40 minutos do dia 12 de Julho de 1963. Internado três dias antes, sucumbiu às malfeitas que, já há anos, o atormentavam – cirrose e úlcera gástrica. Era o desaparecimento de uma gloria do futebol nacional, da “1ª legenda do futebol portista” (como pode ler-se nos “100 anos de História” de Álvaro Magalhães e Manuel Dias), daquele “interior-esquerdo-patrão-da-equipa” que constituiu, com Valdemar Mota e Acacio Mesquita, o famoso trio atacante azul e branco popularizado ad eternum como “OS TRÊS DIABOS DO MEIO DIA”.

Luis César in fcporto.pt

Bolsa de apostas - II

Para o jogo de hoje as casas de apostas, vêem as coisas assim:

Probabilidade de Vitória do FC Porto: 48%
Empate: 27%
Derrota: 24%

O resultado mais provável é 1-1 (12,98%), com golos de Falcao (36%) e Forlan. A vitória mais provável do FC Porto é 1-0 (12,90%). Darmos 3 tem uma probabilidade de 5,8%

Ao intervalo o mais provável (43%) é que se registe um empate, mas se uma das equipas estiver a ganhar, a probabilidade de haver uma reviravolta no marcador é de 3%.

Entretanto a nossa probabilidade de qualificação baixou ligeiramente de 50% para 49,2%, continuando a ser o 3º melhor posicionado do grupo.

Continuando a simular a aposta de € 1,00 sempre a favor do FCP, a coisa está assim:


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nuvens carregadas


Muito raramente uma vitória teve um sabor tão estranho como esta última do passado Sábado. Isto devido a uma exibição tão pobre, durante 75 minutos, que não pode augurar nada de bom.

Fez lembrar - e de que maneira - aquela outra, no primeiro jogo oficial de Fernandez como nosso técnico, em que também vencemos por 1-0, contra o slb na final da Supertaça. Também na altura, tivemos direito a um grande golo (Quaresma) mas tudo o resto foi confrangedor.
Seria, aliás, a perfeita antevisão do desastre que aconteceu em toda essa época de 2004/05.


Contra o scp, coube a Falcao marcar o golaço. Em tudo o mais, o colombiano esteve pouco menos do que desastrado. Só oportunidades flagrantes de golo teve 3, em todas elas ficou aquém do esperado. Pode ter sido apenas um dia mau (sim, apesar do golo), mas fica a nítida sensação de que se trata de uma avançado muito melhor com a cabeça do que com os pés.
Estaremos na presença de um novo Mike Walsh?

Mas o que verdadeiramente assustou foi a nossa total incapacidade para trocarmos 4 ou 5 bolas que fossem, consecutivamente, entre os nossos jogadores. Uma posse de bola aterradora, de tão baixa. E nós que até já estamos habituados a pouco neste campo...
E como jogamos, muito tempo, contra 10 homens apenas, então só pode ser mesmo incompetência de base.
Mesmo naqueles escassos instantes em que chegaram a ser 10 contra 9, onde ainda seria - teoricamente - mais evidente a nossa superioridade numérica (com "hectares" de relva livres para se jogar), ainda assim eram sempre os de verde que tinham a bola.
Bem, também não deixa de ser verdade que, para muita gente, ter Mariano e este Meireles, em simultâneo em campo, equivale a jogar com menos 2...

Como foi possível chegar a um ponto destes, pergunta-se?


E tudo tinha começado tão bem. Foram 15 minutos de luxo, cortesia única e exclusiva de Hulk, o tal que muita boa gente (e O JOGO...) queria ver, de castigo, no banco de suplentes.
A partir daí, foram uns longos 75 minutos de súplica para que aquilo acabasse o mais rapidamente possível, dada a pobreza reinante.
Impossível usufruir de qualquer prazer intelectual, perante um futebol de submissão daqueles.

O resto - as duas expulsões e quejandos - são o folclore habitual e não nos dizem minimamente respeito. Que ninguém perca um segundo que seja a debate-los. Isso são problemas "deles" e só deles.

Nós, por cá, já os temos que chegue.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Lisandro, 425 mil euros mensais


Lisandro Lopez, le mieux payé

Dans une enquête sur l'inflation des salaires des stars de la L1, L'Equipe révèle jeudi matin que le Lyonnais Lisandro Lopez est le joueur le mieux payé de l'élite avec 425.000 euros bruts mensuels. Il dépasse le Bordelais Yoann Gourcuff (310.000 euros) et le milieu de l'OM Lucho Gonzalez (300.000 euros). Parmi les entraîneurs, c'est aussi l'OL qui occupe le haut du panier avec 231 000 euros mensuels.

L'Equipe explique que le niveau moyen des salaires en L1 a tendance à se tasser (34.880 euros contre 36.729 euros la saison passée) mais que le recrutement qualitatif de cet été a eu pour conséquence d'accroître les écarts de rémunération entre les stars et les joueurs moyens. La moyenne des salaires en France reste bien inférieure à ce qui se pratique à l'étranger (85.000 euros en Espagne, 80.000 en Angleterre).

La tendance devrait s'accompagner à court terme de la généralisation des primes d'objectif, pour accompagner cette baisse du salaire fixe. Un agent confie même que «plusieurs joueurs qui gagnent plus de 50.000 euros par mois vont devoir accepter une diminution de leur salaire de base de 30 à 40 % lors des deux ou trois prochaines années».
in L'Equipe, 24/09/2009


Lisandro, 425 mil euros por mês!
Lucho, 300 mil euros por mês!

Conforme era previsível, a equipa desta época está a sofrer imenso com a saída destes dois extraordinários jogadores. É que não estamos a falar "apenas" de dois jogadores de grande categoria, mas sim das duas peças fundamentais do colectivo portista nos anos do Tetra, quer nas movimentações atacantes, quer nas defensivas.
Infelizmente, e apesar de há uns anos para cá conseguir ter o maior orçamento do futebol português, olhando para estes valores facilmente se percebe porque razão era impossível a FC Porto SAD manter esta dupla argentina.

116



Imagem gamada no Photobucket

domingo, 27 de setembro de 2009

Um tiro logo à abrir, para o resto do jogo dormir


Na antevisão do primeiro clássico desta época, as discussões entre os adeptos portistas centravam-se na já tradicional dificuldade do FC Porto em marcar um golo e dominar o losango meio campista do Sporting. Os homens de Jesualdo cedo resolveram o primeiro dilema, mas voltaram a falhar redondamente no segundo. Valeu o golo madrugador de Falcao, espantando os espíritos iníquos das últimas partidas, mas insuficiente para uma exibição convincente.

A entrada foi à Dragão. Cheia de força e vitalidade. Tão assertiva a ponto de ditar os 3 pontos em disputa a nosso favor. Alem do golo oportunista de Falcao, o FC Porto gizou um bom par de lances prometedores, perante uma certa apatia do sector mais recuado do Sporting. Sol de pouca dura, pois o Campeão foi perdendo fulgor e também o domínio no miolo do terreno. Apesar disso, em bola corrida, os pupilos de Paulo Bento não mostravam engenho para contornar a defensiva azul e branca. Apenas de bola parada tentavam um golpe de fortuna.



O segundo tempo começou como haviam sido os primeiros minutos da partida. O FC Porto voltou a conseguir ascendente no encontro, mas muito longe de deslumbrar. Hulk, que se colocava estrategicamente na fragilíssima lateral esquerda sportinguista, foi semeando o pânico por ali. Numa dessas suas incursões, Polga fez questão de mostrar toda a sua falta de classe, cometendo uma grande penalidade que tem tanto de justa como de ridícula, cumulativa com a respectiva expulsão. Falcao não carimbou o bilhete da tranquilidade, deixando o Dragão a bater o pé até ao final da partida.

Mesmo a jogar com mais um elemento, o FC Porto não foi capaz de acabar com as ilusões leoninas. Pelo contrário, quase se mutilou com os seus dogmas existenciais, evidenciando falta de estofo mental por não saber ultrapassar a contrariedade do penalty falhado, e por não ter encontrado alternativas validas aos inexistentes Mariano e Meireles. Tomás Costa e Valeri não mostraram ser solução para o problema bicudo do nosso meio campo. E as ausências de Varela e Rodriguez por lesão não explicam tudo. Sem poder contar com Fernando frente ao Atlético de Madrid, como vai Jesualdo arrumar a sua equipa em três dias, na importante partida da Liga dos Campeões da próxima Quarta-Feira?



Já perto do apito final, Paulo Bento lá conseguiu arranjar assunto para tecer considerações sobre a equipa de arbitragem na sala de imprensa. Há coisas que nosso “futebolzinho” já começam a ser muito fáceis de antever.

Fotos: A Bola

sábado, 26 de setembro de 2009

SMS do dia - LXXXII

Hóquei - Supertaça António Livramento

FC Porto 6 - ben7ica 4

Andebol - 3ª jornada

FC Porto 29 - Xico Andebol 33

SMS do dia - LXXXI

As novas regras do hóquei:

http://www.fpp.pt/ficheiros/pdf/hoquei-patins/regras/RegrasJogo09_07.pdf
(copiar o endereço para o browser, uma vez que o link directo não funciona)

e um resumo alargado com algumas explicações:
http://www.anahp.com/ficheiros/formadores.pdf

Era domingo

Era domingo - algures no início dos anos 90, não havia jornais desportivos diários e por ser domingo só havia o Record.

Era domingo e dia de jogo grande nas Antas: FC Porto - lagartos.

Era domingo e o jogo era à tarde, mas o pessoal tinha de ir para o estádio cedo para arranjar um bom lugar, e por isso dava jeito levar um jornal para ajudar a passar o tempo.

E como era domingo levava-se o Record, e nesse domingo a capa do Record era um tal de Ivkovic a dizer: "Sei como o Geraldão marca os livres".

Coisa que já tinha dito n vezes ao longo da semana, ele era "Eu estudei a forma como o Geraldão marca os livres, sei perfeitamente como ele faz aquilo, é sempre igual", ou "O Geraldão tem tido alguma sorte, isso não dura para sempre e, quando se conhece os truques das pessoas, as coisas ficam mais difíceis "

5 ou 10 minutos de jogo, mais minuto menos minuto, e alguém saca uma falta ali numa zona relativamente longe da área (uns 30-35 metros). Um tal de Geraldão pega na bola, posiciona-a e aí vai milho. O gajo que sabia como o Geraldão marcava os livres, seguiu-a com o olhar, e depois foi recolhê-la para que, a redondinha, fosse para o centro do terreno.

E vi pela primeira vez nas Antas uma coreografia espontânea: milhares de Records no ar, e uma pergunta a sair de milhares de bocas: "Então! Não sabias como o Geraldão marcava os livres?"

(que saudades daqueles livres)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Antevisão (e bitaites) para o Clássico


Este seria o meu 11 para defrontar o Zbording amanhã, e passo a explicar:
Na baliza, claro, estará o Helton. Seria muito injusto tirá-lo do onze só por causa de um golo sofrido daquela forma em Braga. É certo que não se tratando de um capão de Freamunde, aquilo foi, quanto muito, um franguinho à Guia.

A defesa precisa de ser reforçada com a entrada de Maicon e Nuno A. Coelho uma vez que os defesas laterais são demasiadamente ofensivos. A presença dos três defesas centrais travará o ímpeto sportinguista de chegar à nossa baliza. A segurança defensiva é a grande prioridade porque é aí que se asseguram as vitórias.

A grande novidade desta equipa seria a passagem do capitão Bruno Alves para o meio campo, à semelhança do que fez o Prof. Carlos Queiroz com o Pepe. O efeito surpresa nas hostes adversárias será muito positivo.

Já ouvi dizer que Guarín e Mariano são exímios no “jogo sem bola” e os que “mais garantias nos dão no posicionamento táctico” e por isso a sua presença simultânea na equipa será o factor-chave. Assim este meio campo será uma simbiose perfeita de músculo e talento para o “jogo sem bola”. O Mariano, se estiver em dia sim e não tropeçar tantas vezes, será a nossa arma mais letal.

A presença solitária de Hulk no ataque será para marcar de forma impiedosa os centrais do Zbording e segurá-los lá atrás. Depois disto quero ver o que é que vai fazer o Paulo Bento no Dragão. Com o FC Porto não se brinca!

PS - O Rabiola e o Castro marcaram dois golaços em Alvalade pelo Olhanense. Quero ver quantos golos é que nós vamos marcar em Alvalade. Gostava de ver o Rabiola e o Castro a integrarem o plantel principal do FC Porto mas compreendo que ainda lhes falte alguma experiência para o "jogo sem bola". Ou isso ou então deveriam chamar-se "Rabioli" e "Castrín".

O maior “exportador” do futebol português


«Em pouco mais de oito anos e meio de século XXI, FC Porto, Sporting e Benfica transferiram 79 jogadores para outros clubes, obtendo um encaixe financeiro total de 535,5 milhões de euros. No mesmo período, os três principais clubes, que monopolizam o mercado do futebol em Portugal, gastaram 343,6 milhões de euros em novos jogadores, tendo contratado 290 profissionais, muitos deles mais tarde dispensados sem qualquer contrapartida.
Entre compras e vendas, os três clubes geraram mais-valias de 191,9 milhões de euros, valor que torna a Liga portuguesa um dos campeonatos europeus mais capazes de promover e rentabilizar jogadores.

Neste particular, o FC Porto é um caso de sucesso quase ímpar, mesmo no plano europeu. Neste século, os “dragões” apresentam um lucro de 190,6 milhões de euros, consequência dos 340,6 realizados na venda de passes de jogadores contra os 150 milhões gastos no mesmo período em contratações.
A época de 2004/05 foi aquela em que o FC Porto mais gastou (29,6 milhões), tendo efectuado uma autêntica “revolução” no plantel após conquistar a Liga dos Campeões. Mas foi igualmente quando mais recebeu (81,8), nomeadamente com as transferências de Deco para o FC Barcelona (16) e de Paulo Ferreira (20) e Ricardo Carvalho (30) para o Chelsea.

A transferência do central português foi, aliás, das mais lucrativas para os portistas, tal como a de Pepe para o Real Madrid. O médio brasileiro Anderson, que rumou ao Manchester United por 31,5 milhões de euros, continua a ser a transferência mais cara do FC Porto e da história do futebol português.

A aquisição mais dispendiosa foi a do médio argentino Lucho González (10,2 milhões, divididos por duas parcelas), seguida pelas do avançado sul-africano Benni McCarthy (7,8), em 2003/04, do médio brasileiro Diego (7), em 2004/05, e do avançado uruguaio Cristian Rodríguez (7), em 2008/2009.

O Sporting aparece na segunda posição dos clubes que mais lucraram com passes de jogadores, ao registar um saldo positivo de 32,7 milhões, quase seis vezes menos que os rivais do Norte. Com um total de 87,9 milhões provenientes das vendas de passes e 55,2 milhões gastos em aquisições, os “leões” são, entre os “três grandes”, quem menos gasta em contratações de jogadores, mas também quem menos recebe.

A época da conquista do último título (2001/02) foi aquela em que a equipa de Alvalade mais gastou (10,8 milhões), enquanto o início de 2007/08 foi a fase mais produtiva para os “cofres” do Sporting, ao encaixar 30,3 milhões de euros.
Foi precisamente nesse período que o clube lisboeta conseguiu a maior transferência da sua história, quando Nani rumou ao Manchester United por 25,5 milhões, quase 10 milhões a mais do que o valor pago pelos “red devils” por Cristiano Ronaldo, em 2003 (16).
No “top” dos jogadores que mais dinheiro custaram ao clube encontram-se o defesa/médio chileno Rodrigo Tello, contratado em Janeiro de 2001 por sete milhões, o goleador brasileiro Mário Jardel (5,5) e o avançado romeno Marius Niculae (5,3), ambos no início de 2001/02.

O Benfica é o único dos “três grandes” a registar um saldo negativo entre compras e vendas, com 31,4 milhões de euros de prejuízo. Ainda assim, encaixou uns apreciáveis 107 milhões, contra um gasto de 138,4.
O maior investimento na contratação de jogadores foi realizado em 2007/08 (34,5 milhões), mas, em contrapartida, foi nesta época que o clube registou o maior encaixe (42,2).

O antigo “capitão” Simão Sabrosa continua a liderar a lista dos jogadores mais caros da história dos “encarnados”, após ter sido contratado ao FC Barcelona por 12 milhões, em 2001/02, mas é seguido de perto pelo avançado paraguaio Óscar Cardozo (11,6).
Curiosamente, também foi Simão Sabrosa quem proporcionou a transferência mais valiosa, quando, no início da época 2007/08, trocou o clube da Luz pelo Atlético Madrid a troco de 20 milhões de euros, depois de seis anos a envergar a camisola encarnada.»
in LUSA e PUBLICO, 23/09/2009


O saldo dos clubes da 2ª circular é quase nulo, visto que o saldo positivo do Sporting (32,7 milhões) é praticamente anulado pelo saldo negativo do SLB (-31,4 milhões). Ora, isto significa que o saldo do futebol português é basicamente o resultante das vendas e contratações do FC Porto.

Mas estes números reforçam um dos mistérios do futebol português, que é perceber como é que um clube que nesta década acumulou prejuízos na compra e venda de jogadores e que raramente disputou a Liga dos Campeões, é apresentado como sendo um caso de sucesso em termos saneamento das contas e estabilidade financeira.
Eu sei que há quem seja especialista em “engenharias financeiras”, mas quando uma sociedade está cotada em bolsa a supervisão não é (deveria ser) mais apertada?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Jogo, solução ou problema?

O jornal O Jogo manteve-se até há poucos anos atrás o mais independente e imparcial dos três jornais desportivos diários. Actualmente tem uma linha editorial que vai de encontro aos interesses dos clubes da 2ª circular, facto a que não é alheia a entrada dos "pontas-de-lança" Marcelino e Tadeia. Disso já tinhamos dado conta aqui no Reflexão Portista.


Vale sempre a pena comparar a capa do O Jogo do dia seguinte ao último FC Porto x SLB, em que o FC Porto venceu com a conversão de um penalty sobre Lisandro (que valeu uma suspensão ao próprio jogador por "simulação evidente") com a capa do O Jogo do dia seguinte ao Leiria x SLB em que o SLB venceu com um golo de penalty marcado por "falta" sobre Aimar.

"Aimar fez de saca-rolhas"?! Que subtileza!

Dez olhos são melhores que um olho de falcão

Tem sido um tema recorrente nos últimos tempos e agora que começou a experiência dos árbitros de área na liga Europa, voltou à baila e toda a gente bota faladura. E era tão bom se não ouvíssemos e lêssemos tanta estupidez.

Pela minha parte recuso toda e qualquer introdução de meios tecnológicos, novas tecnologias ou o que se queira chamar que não tenham uma resposta em tempo real. No dia em que isso acontecer podemos ter um desporto com menos erros, mas seguramente não teremos FUTEBOL. 

Introduzir um sistema qualquer que diga em tempo real se a bola entrou ou não. SIM
Introduzir um sistema qualquer que implique analisar na TV, seja por um 5º árbitro, pelo árbitro, ... NÃO 

Por estes dias leio tanta gente a desancar nos 5 árbitros, em experiência da Liga Europa, e vejo-os a defenderem a introdução de meios tecnológicos, falam do olho de falcão do ténis, ... Mas vamos ser claros: não há neste momento nenhum sistema tecnológico que possa ser utilizado no futebol com, já não digo total - mas grande fiabilidade. Se existisse, a conversa era outra, mas como não existe era bom que as pessoas falassem da realidade e deixassem a ficção científica para outras alturas. E entre um erro humano ou um erro tecnológico, prefiro o erro humano.

Se queremos, no imediato, reduzir o erro no futebol temos que ir inevitavelmente pelo lado humano e aumentar o n.º de olhos que decidem ou ajudam a decidir, e é por isso que 10 olhos são melhores que 6 e muito melhores que um olho de falcão. No ténis o olho de falcão é utilizado e utilizável, mas numa área/terreno de jogo completamente aberta/o, em que no máximo existe 1 jogador a encobrir a "visão do falcão" e a decisão é sempre sobre o momento em que a bola toca o chão. 



Este mesmo sistema no futebol é impraticável: 
1º a decisão em 90 e tal porcento dos casos não é sobre o momento em que a bola toca o chão, é sobre o momento em que a bola está no ar. E isto não é um mero requisito.
2º é absolutamente normal que haja vários jogadores a encobrir a "visão dos falcões". 
Por isso, o problema não é a FIFA, nem os velhotes do International Board, é a falta de solução tecnológica. E quem diz olho de falcão, diz sistemas de chips na bola. Com chips são problemas: a deformação que a bola sofre e a forma de efectuar a triangulação para detectar se toda a bola ultrapassou a linha.



Como dizia o João Querido Manhã (estou a ficar preocupado - já que é a 2ª vez que concordo com ideias dele) um dia destes na TVI, é óbvio que se existisse solução tecnológica e sendo por exemplo a Adidas uma das empresas que mais tem investido na investigação desta área, e com as relações que a Adidas tem no mundo do futebol, o factor negócio (e dinheiro) que isso ia trazer convencia num instante os tesoureiros da FIFA e UEFA. E já se sabe que quem convence os tesoureiros, ...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A onda vermelha

Ouvia muita gente a falar em onda vermelha e eu já andava desconfiado, mas ainda não tinha percebido bem o que era. Finalmente, no último fim-de-semana fez-se luz e tudo ficou mais claro.
















Não tenho dúvidas que esta “onda vermelha” vai ser avassaladora, como o comprova a liderança destacada do SLB na “classificação dos penalties” (4 em apenas 5 jogos).
O mais interessante é que todos os penalties foram assinalados nas segundas partes dos jogos e três deles numa altura em que os encarnados (não confundir com os árbitros...) estavam a perder ou empatados. Mas tenho a certeza que estes FACTOS são meras coincidências...

O crime de ser portista

Há duas semanas atrás, no dia 10 de Setembro, soube-se que Júlio Magalhães tinha aceite o convite da administração para ser o novo Director de Informação da TVI. De acordo com o insuspeito ‘Correio da Manhã’, “a administração de Bernardo Bairrão aconselhou-se com vários jornalistas da TVI e o nome de Júlio Magalhães foi o que reuniu mais consenso para o cargo de director de Informação”. Além disso, e conforme o próprio Juca referiu, recebeu o apoio de Manuela Moura Guedes e do ex-homem forte da TVI – José Eduardo Moniz – que fez questão de o felicitar.

Júlio Magalhães começou a sua carreira de jornalista aos 16 anos, na secção desportiva do 'Comércio do Porto' tendo, posteriormente, trabalhado nos semanários 'Europeu' e 'Liberal' e sido um dos fundadores da Rádio Nova. Em 1990 entrou para a RTP e pouco tempo depois já era uma das caras mais conhecidas da RTP Porto, de onde saiu para a TVI, em 1999, a convite de José Eduardo Moniz.

Com 46 anos de idade e 25 de carreira jornalística, Júlio Magalhães era actualmente editor, pivô dos telejornais de fim-de-semana e responsável da delegação da TVI no Porto. Aliás, segundo foi relatado por alguns jornais, o facto de trabalhar no Porto contribuiu para o afastar das guerras que dividiam a redacção da TVI e torná-lo menos permeável aos problemas internos.

Após ter garantido que não ia haver grandes alterações, Júlio Magalhães optou apenas por jornalistas da casa para formar a nova direcção de Informação da TVI. Assim, escolheu Mário Moura, da direcção demissionária, para director-adjunto de informação, e para os cargos de subdirectores de informação as escolhas recaíram em Luís Sobral (director do sítio maisfutebol e editor de desporto da TVI) e no pivô José Carlos Castro.

Olhando para a enorme experiência que Júlio Magalhães possui no desempenho de diferentes funções, para os apoios que recebeu dos jornalistas da TVI e para as escolhas que fez na formação da sua equipa, tudo levava a crer que a escolha do ex-responsável da TVI no Porto fosse relativamente pacifica, certo?
Errado. Júlio Magalhães tem duas características que o tornam inaceitável para talibãs anti-Porto e para alguns gurus do centralismo lisboeta: recusa imitar Rui Veloso e emigrar definitivamente para a capital e, pior ainda, assume o seu portismo de forma descomplexada.



Um dos primeiros indivíduos a manifestar o seu incómodo por Júlio Magalhães ter aceite o convite para director de Informação da TVI foi Paulo Guinote que, no seu blogue, escreveu:

Não é que seja ilegítimo mudar de opinião, mas ele [Júlio Magalhães] já é crescidinho, sabia que mesmo estando no Porto há telefones e até telemóveis. E há autoestradas e até comboios daqueles que pendulam para vir a Lisboa.”

A petulância e tom de desdém usados para se referir ao parolo do Porto são sintomáticos e, no caso concreto de Guinote, mostram até onde pode chegar a arrogância de alguém que passou do anonimato ao estrelato, apenas por ter sabido tirar proveito e cavalgar a luta dos professores nos últimos quatro anos. Sim, porque é à custa dos milhares de professores que visitam diariamente o seu blogue, que Paulo Guinote se transformou numa “estrela mediática”, e é também às cavalitas dos professores que ganhou o estatuto de comentador do PUBLICO e se tornou “escritor”.

Mas Guinote não se ficou pela tentativa de achincalhamento a (des)propósito das comunicações e viagens entre Porto e Lisboa. O que parece preocupar mais este professor de História e de Português do 2.º ciclo do ensino básico é a cor clubista de Júlio Magalhães e, por isso, escreveu:

A primeira medida vai ser mudar as cores do estúdio para várias gamas de azul. A segunda colocar um quadro panorâmico com o Pinto da Costa, o Bobby e o Tareco na redacção e a terceira mudar o símbolo da estação para um dragão.”

Custa a acreditar que este nojo tenha sido escrito por um dos gurus da luta dos professores, lançando lama para cima de um jornalista com uma carreira irrepreensível, cujo único “crime” é viver no Porto e ser portista. É impressionante como pode haver tanta azia e tanto ódio ao azul-e-branco, naquele que é o principal blogue sobre... Educação!
Será este tipo de conduta que o senhor professor Guinote ensina aos seus alunos? Fiquei elucidado.


E, já agora, o senhor professor Guinote pode ficar descansado, porque na nova direcção de Informação da TVI o SLB continua a estar em maioria. Só foi pena que o professor Guinote não se tenha lembrado das cores dos estúdios da TVI durante os muitos anos em que José Eduardo Moniz era frequentador habitual dos camarotes da Luz ou, pelo menos, quando recentemente o mesmo Moniz se pré-candidatou à presidência do SLB. Deve ser um daqueles lapsos de História...

Foto: Revista VIP

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O desprezo do CJ em relação ao STA


"Mas o que nos impressiona é o desprezo do CJ por um Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de 30 de Outubro, decisão que abalou fortemente a tese da admissibilidade das escutas."
(...)
Em suma, a FPF e o seu CJ decidiram com base em algo que já não podiam valorar – porque assim decidiu um tribunal superior deste infeliz país –, pura e simplesmente não cumprindo a intimação judicial e actuando “por conta própria”, em ostensivo desrespeito pelo STA. Nesta forma de agir, a FPF e o seu CJ já não encontram nada de complexo; é tudo simples e linear.
José Manuel Meirim
PUBLICO, 21/09/2009

O artigo de opinião completo pode ser lido aqui.

Sporting também ganha à custa de penalty roubado


O Sporting sofreu 2 golos em apenas 15 minutos no jogo em casa com o Olhanense. A recuperação parecia ser difícil mas quando assim é, em Alvalade, aparece sempre o amigo árbitro para dar uma mãozinha aos da casa. O penalty de Alvalade já é um clássico, uma certeza, só não se sabe em que altura do jogo irá ocorrer. Porém, quando os calimeros estão a perder, o árbitro não espera pela demora e à primeira oportunidade lá está ele imponente a apontar para a linha dos onze metros, mesmo que seja desta forma tão grosseira. O jogador sportinguista rematou e o olhanense Anselmo domina a bola com o peito, sem margem para dúvidas.

Um filme já visto vezes sem conta.


41' Foi bem assinalado o penálti a favor do Sporting, por mão de Anselmo?

Jorge Coroado
De modo algum. Anselmo jogou com o peito e não com a mão, pelo que não deveria ter sido sancionado o castigo máximo, menos ainda punido o jogador com o cartão amarelo.

Rosa Santos
Não foi penálti. Foi uma invenção do árbitro. Os que deviam ter sido assinalados, não assinalou e depois inventou esse lance. Não é verdade que Anselmo tenha jogado a bola com o braço, porque a jogou com o peito.

António Rola
Não. Segundo erro grave do árbitro. Anselmo dominou a bola com o peito, e o árbitro, de uma forma errada, considerou grande penalidade. Para além do erro técnico, o jogador foi penalizado indevidamente com o cartão amarelo.

E agora marioneta?


A comissão disciplinar escreve que ficou demonstrado que o jogador "tombou no relvado sem que tenha sofrido rasteira, fazendo com que a equipa de arbitragem assinalasse, erradamente, essa falta" (...)
A comissão disciplinar esclarece ainda que de acordo com os regulamentos, "o jogador que provoque uma decisão errada da equipa de arbitragem por ter simulado de forma evidente falta inexistente que conduza à marcação de pontapé de grande penalidade a favor da sua equipa, com beneficio para a sua equipa na atribuição final dos pontos em disputa (...) é punido com pena de suspensão de um jogo na primeira infracção (...)".
No documento lê-se também que existiu "uma simulação evidente" na medida em que "o único contacto físico entre os dois jogadores verificou-se ao nível da mão esquerda do jogador adversário na região abdominal do jogador arguido, sendo manifestamente insuficiente para justificar 'a falta reflectida na intervenção técnica e disciplinar do árbitro'".
E conclui: "Em rigor, ao contrário do sustentado pelo jogador arguido quando inquirido, a sua queda nunca poderia ter ocorrido como ocorreu: para a frente e de corpo direito".
in JN, 01/04/2009


Esta foi uma notícia do JN de Abril deste ano quando a Comissão de Disciplina da Liga presidida pelo benfiquista fanático Ricardo Costa decidiu punir Lisandro Lopez com um jogo de castigo por “simulação evidente” de grande penalidade. Podia perfeitamente ser uma descrição do lance que deu origem à grande penalidade que acabou por dar a vitória ao slb no jogo contra o Leiria.
77'
Foi bem assinalado o penálti, a favor do Benfica, por falta de Mamadou Tall sobre Pablo Aimar?

Jorge Coroado:
Não. Não houve qualquer grande penalidade. Existiu, sim, jogo perigoso activo de Mamadou Tall. E o contacto deu-se também pelo movimento frontal do jogador do Benfica.

Rosa Santos:
Não, não é penálti. O jogador do Leiria joga primeiro a bola. No máximo, seria livre indirecto, nunca penálti. E isto se houver falta.

António Rola:
Não vale a pena transcrever a opinião do ex-funcionário do slb.

Agora vamos ter a oportunidade de saber se o Presidente da CD da Liga, que tem sido uma autêntica marioneta ao serviço do slb, vai agir em coerência com aquilo que escreveu há uns meses e aplicou ao FC Porto e ao seu jogador Lisandro Lopez ou se vai mais uma vez assobiar para o lado quando se trata de questões relacionadas com o seu clube.

Pela boca morre o peixe… Se fosse minimamente perspicaz não se tinha alongado a explicar as Leis da Física para justificar que a queda de Lisandro deveria ter sido para trás e não para a frente. É que o Aimar, estúpido, também caiu para a frente, mas segundo as Leis do Ricardo Costa deveria ter caído para trás. E agora, vai haver castigo semelhante?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

SMS do dia - LXXX

Não é que a Sónia Araújo não dê, sozinha, conta do recado, mas falta ali o Júlio Magalhães.


Já agora, ficam para memória futura os Dragões de Ouro 2008/2009:

Atleta do Ano: Bruno Alves
Futebolista do Ano: Raul Meireles
Atleta de Alta Competição do Ano: Ricardo Moreira (Andebol)
Atleta Amador do Ano: Sara Loureiro (Natação)
Atleta Jovem do Ano: César Fidalgo (Hóquei em Patins, a título póstumo)
Atleta Revelação do Ano: Fernando Reges (Futebol)
Técnico do Ano: José Alexandre Silva (Natação)
Seccionista do Ano: Manuel Pereira (Basquetebol)
Dirigente do Ano: Paulo Teixeira
Funcionário do Ano: António Costa (FC Porto – Futebol, SAD)
Quadro do Ano: Acácio Valentim (FC Porto – Futebol, SAD)
Sócio do Ano: Rui Pedro Soares
Filiais e Delegações do Ano: Casa do FC Porto de Leiria (Nacional) e Casa do FC Porto de Gross Umstad (Internacional)
Recordação do Ano: Joaquim Tamagnini (a título póstumo)
Dedicação do Ano: Rui Vicente (Desporto Adaptado)

Benfica ganha à custa de penalty roubado


As imagens são claras. O jogador do Leiria joga e corta a bola, havendo depois o contacto com Aimar. No máximo seria livre indirecto (se o árbitro considerasse jogo perigoso activo de Mamadou), nunca penálti.

"Não, não foi penálti. O meu jogador cortou a bola e o Aimar aproveitou para se jogar para cima dele. Aliás, já tinha avisado antes para essas situações por parte de alguns jogadores do Benfica. É claro que tinha de haver contacto, mas não houve falta nenhuma. Os meus jogadores não mereciam perder assim."
Manuel Fernandes, treinador do Leiria

"Quanto muito, pode haver jogo perigoso, não penálti. Já se sabe que jogadores como o Saviola ou o Aimar conseguem tirar partido destas situações. Tenho a certeza absoluta de que, se fosse do outro lado, nem jogo perigoso marcaria."
Silas, capitão do Leiria



P.S. Nenhuma das capas dos jornais desportivos de hoje faz referência a "escândalo", "roubo" ou "penalty fantasma". Ainda bem, é sinal que o futebol português está no bom caminho, com transparência e muita verdade desportiva...

As declarações de Jesualdo

"O Sp. Braga venceu bem, o F.C. Porto esteve irreconhecível e nervoso sem haver razão para isso. (...) A equipa não jogou aquilo que sabe e pode. Deixámos o Sp. Braga ter supremacia e, curiosamente, quando o jogo começava a ficar equilibrado, surgiu um golo estranho. A partir daí, a equipa jogou emocionalmente descontrolada e não soube escolher o caminho certo. (...) É demérito total nosso. (...) Não estivemos bem, vamos encontrar as razões para o sucedido, perceber por que é que a equipa não conseguiu jogar."
Jesualdo Ferreira, em declarações à SportTV


"Estranhamente, o F.C. Porto esteve intranquilo, nervoso e acabámos por perder muitas bolas. (...) Na primeira parte, o jogo foi muito equilibrado, mas sentimos que não era este F.C. Porto que queríamos. (...) Ficamos com alguma vergonha, porque não estivemos ao nível do que já fizemos, e queremos fazer no futuro. (...) sem tirar mérito ao Sp. Braga, não foi por haver mais Sp. Braga que perdemos, o F.C. Porto é que foi pequeno. Tínhamos a obrigação de chegar aqui e fazer o nosso jogo e não o fizemos."
Jesualdo Ferreira, na conferência de imprensa


Há algum exagero nestas declarações demolidoras de Jesualdo. É verdade que o FC Porto esteve longe de fazer uma boa exibição e que uma parte significativa dos jogadores estiveram em sub-rendimento, mas nos últimos três anos vi o FC Porto fazer jogos muito piores sem que Jesualdo tivesse sido tão duro para a sua equipa.
Aliás, se olharmos para as estatísticas, verificamos que os dragões fizeram mais ataques, mais remates e tiveram mais posse de bola que os bracarenses. E mesmo que queiramos desvalorizar as estatísticas, se revirmos o jogo completo constatamos que as melhores oportunidades foram do FC Porto e que, ao contrário de Eduardo, o Helton não teve de fazer qualquer defesa difícil.

Por tudo isto, a análise que eu faço ao jogo é parecida com a que o treinador do Braga fez em declarações à SportTV após o jogo:

"Vitória justa no sentido de que fizemos o golo. Fomos felizes aí. Este foi um jogo muito dividido, com oportunidades de parte a parte. (...) Acabámos por fazer um golo com felicidade e saímos vencedores."

É inevitável os resultados condicionarem as análises e discursos no final dos jogos, e mais ainda no FC Porto, que não está habituado a perder e muito menos a duas derrotas consecutivas. Mas mais do que a exibição em Braga, penso que a razão que levou Jesualdo a proferir declarações tão duras para a equipa, são os dois desafios importantíssimos que se avizinham: Sporting para o campeonato e Atlético Madrid para a Liga dos Campeões.

Contudo, devo dizer que acredito pouco em tratamentos de choque. Acredito mais em competência, trabalho e tempo, para que, tal como na época passada, a equipa cresça e atinja os patamares que todos pretendemos. No imediato, espero que os jogadores mais sobrecarregados nas últimas semanas - Fucile, Alvaro Pereira e Meireles - se apresentem a 100% e que o Hulk se convença, de uma vez por todas, que o futebol é um jogo colectivo. Se assim for, estaremos mais perto de ganhar a leões e colchoneros, com ou sem Guarin...

sábado, 19 de setembro de 2009

Ó tempo volta para trás... (Braga,1 - FCP,0)



E como tudo parecia ir tão bem...há apenas uma semana atrás.

O problema é que a época - a sério - apenas começava precisamente na última terça-feira. Até aí, tinham sido apenas jogos para entreter.
E foi nessa terça-feira fatídica, que tudo começou a alterar-se. Dentro de campo? Não. Ainda antes disso, as coisas mudaram, em primeiro lugar, na cabeça do nosso treinador.
Tudo mudou na equipa, tudo mudou também em termos de resultados.
Restou apenas, e para alguns, a "boa imagem" deixada em Inglaterra.

Por via disso (jogo de Londres), e a pedido de várias famílias, Guarín voltou a ser chamado à titularidade, hoje à noite, em Braga. E logo aos 10 minutos, ironia do destino, acabaria por falhar, clamorosamente, uma das poucas oportunidades que o nosso clube teria em toda a partida.
O jogo poderia, muito bem, ter ficado logo ali resolvido.



Passado o susto, o Braga ganhou confiança e nunca mais se deixou subjugar.
Por outro lado, em mais uma inovação da liga lusa, Hulk, num lance a meio-campo, salta por cima do adversário para não se magoar. O árbitro da partida, viu logo ali motivo para "amarelo", quando nem sequer estava em causa uma grande penalidade ou algo do género.
O brasileiro nunca mais seria o mesmo após este cartão.

Segundo problema resolvido para o Braga, e ainda íamos a meio da primeira etapa...

Dois lances, um para cada lado, com a bola a tirar tinta aos postes (um deles, seria um belo auto-golo dos bracarenses), foi tudo o que se viu no que restava da primeira parte.



Na segunda metade, Jesualdo demora menos que o habitual e faz troca inédita de 2 elementos em simultâneo (Falcao por Farías e, o mais uma vez apagado, Meireles por Rodriguez).
Como a sorte nunca quer nada connosco, Alan, bem ao jeito do Naval na época passada, marca sem saber bem como.
Porém, desta vez, Helton não terá tanta culpa como o seu colega Nuno, há ano ano atrás, na Figueira da Foz.
Percebeu-se que não era dia (noite) para o FCP.

Daí e até ao apito final, nem sequer tivemos direito àquela reacção de Stamford Bridge. Nada.
Muita pouca cabeça e, contrariamente ao habitual, nem sequer um "coração" por aí além.

E, desta vez, nem direito teremos aos elogios da imprensa inglesa...

O duelo

JF fez um bom trabalho na época passada, mas parte desse mérito foi muito bem conduzido dialecticamente pelo professor, quando insistiu e sublimou o conceito de “equipa em construção” que só falhou (quando falhou) porque teve de passar por essa fase de aprendizagem.

Em função do reconhecimento da obra feita por JF e do facto do FCP, na presente época, carecer mais uma vez de um técnico capaz de formar equipas, não houve coragem ou oportunidade ou interesse para fechar o ciclo de JF. O progresso na continuidade é o máximo que podemos pedir e exigir ao professor. Os seus processos são conhecidos. Desconhecido é o seu nível de intervenção nas escolhas para a reformulação do plantel.

Quando muita gente se mostra espantada com a equipa montada por JF para se bater com o Chelsea, e o critica por falta de coragem, porque teima em jogar como uma equipa pequena, de tracção atrás, quando devia jogar sem medo, dado o facto de ser treinador de uma equipa grande com tradição na CL e a melhor de Portugal. Foi de certa maneira a coragem competitiva que tramou Adriaanse e nos levou ao último lugar na fase de grupos na CL. Coragem ou loucura?

Talvez JF tenha apenas tentado discutir o jogo, mas essa opção é muitas vezes mais ganhadora que outras bem mais de conquista, principalmente quando se joga com equipas claramente mais fortes que o FCP. Medroso, pouco confiante nas potencialidades da equipa, ou simplesmente realista?

Mourinho fez as meias e a final da CL, com uma equipa montada sobrepovoando o meio campo e apenas com Derlei na frente de ataque e com Carlos Alberto sobre a faixa esquerda a fazer de segundo ponta de lança.

JF para este desafio com o Chelsea – autêntica prova de fogo – preferiu montar uma equipa com jogadores que conhece melhor e que o conhecem melhor e que, por isso, estarão em melhores condições de cumprir a programação do professor. Mariano é um jogador da sua confiança, Guarin é um preferido e uma aposta que não recebeu ainda carta de alforria da maioria dos adeptos, mas é um daqueles que JF acha que vai acabar por fazer render, de acordo com o potencial expectável do colombiano em função das suas boas exibições ao serviço da sua selecção.

Quer Mariano, quer Guarin são jogadores mal amados, como antes foram durante algum tempo Pepe, Bruno Alves ou Semedo. E há algum exagero, se tivermos em conta a boa época que Mariano fez em 2008/9 ou a dificuldade de qualquer novo recruta entrar de caras na equipa base do FCP. Guarin, Tomás Costa, Valeri e até Belluschi ainda não convenceram, e aquele rapaz argentino de nome esquisito nem sequer conta para uso externo. No FCP a integração parece difícil. Só Lucho terá sido excepção.

Muito mais preocupado que a derrota com o Chelsea e o escalonamento da equipa para esse jogo, preocupou-me o rendimento da equipa nos jogos que fez até agora, salvo a 1ª. parte com o Leixões. E assusta-me porque nesses jogos (incluindo a 2ª. parte com o Leixões) vi uma equipa pouco disponível para pressionar, para jogar com intensidade e sem rotinas para baixar o ritmo, sem perder o controlo do jogo.

Como o SLB aparece a jogar a um ritmo superior, em ataque continuando, fazendo da pressão alta uma arma consistente e bem programada, foi criada com o apoio da CS do costume, uma dinâmica de vitória ao nosso mais directo rival, como há muito não se via por aqueles lados, e cuja responsabilidade vai direitinha para o seu treinador: Jesus, o exterminador.

É óbvio que vão e vamos comparar os modelos conforme o sabor dos resultados das duas equipas, e neste momento há inevitáveis comparações entre o trabalho dum e doutro treinador, atendendo ao facto do valor dos planteis ser muito semelhante. Um FCP aparentemente receoso da sua valia, pela mão do seu treinador, tira-nos confiança, num momento em que a competição aperta. Até acredito que não seja assim, mas no futebol como na política o que parece é. E com o SLB tão perto, tão confiante e em bom momento, não podemos vacilar nem deixar dúvidas quanto à confiança nos nossos recursos. Precisamos que nos temam.

Sem menosprezo pelo SCP e o SCB a luta vai ser entre o FCP e o SLB. E promete ser dura. Para que o duelo nos seja favorável é indispensável que os nossos mais cotados jogadores estejam ao seu melhor. Bruno Alves, Fernando, Meireles, Rodriguez e Hulk têm de render mais. São essenciais para a equipa estabilizar.

O resto é tarefa do treinador e o que se espera de JF é que seja capaz com os homens que dispõe de constituir uma equipa forte. O passado já era e o "ajuste de contas" vai-se travar esta época. E a esse julgamento, JF não vai poder fugir. A seu favor está o histórico recente, porém vai ter de contar com um adversário muito forte, confiante, apoiado, que descobriu a fórmula mágica e a poção milagrosa que transformou marretas em vedetas e cágados em lebres, e que se diz predisposto a ganhar tudo.

Vamos esperar e ter confiança. Tal como no atletismo pode ser que o FCP (em termos de capacidade) faça uma corrida de trás para a frente e que a cada jornada renove a nossa confiança. Depois do Chelsea, apesar da derrota e das críticas, fiquei menos pessimista. O SCB é já a seguir e vai ser um teste muito importante à nossa capacidade. Os próximos jogos são autênticas finais para o FCP, e as finais são para ganhar. Força Porto!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Caiu-lhes a máscara


«O que é que faz o treinador do Benfica no restaurante de um conhecido barbudo benfiquista, na companhia de dois... jornalistas da RTP? Almoça, naturalmente. E conversa. Mas sobre que temas? O Labaredas suspeita que Jorge Jesus não estará propriamente interessado no jornalismo ou em recordações de um defunto programa dominical, por isso o assunto que os une nesta altura é, indiscutivelmente, outro: o vermelho.
«Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és». Neste caso, o que és. Se Carlos Daniel e Hélder Conduto fossem «apanhados» a almoçar em grande cumplicidade com os técnicos do Paredes e de um clube do interior alentejano ou gritassem, alto e bom som, em pleno local de trabalho, que o clube da sua terra é o maior, não viria mal ao mundo.
Assim, porém, é mais grave e despudorado: Que tipo de imparcialidade pode esperar-se quando, amanhã, coordenarem ou comentarem trabalhos sobre o Benfica e, já agora, sobre algum dos rivais azuis e brancos e verde e brancos?»
in Labaredas, 18/09/2009


A "isenção" dos jornalistas Carlos Daniel e Hélder Conduto não é novidade. Já tínhamos falado dela em dois artigos:
Livre conduto para denegrir o FC Porto
Co(s)me e cala!

O enigma Prediger

Sebastian Prediger foi contratado em Julho ao Colón por cerca de 3,3 milhões € (diz-se, já que nunca foi comunicado à CMVM). Diz-se que alguns grandes emblemas europeus (como Ajax) estavam também interessados na sua contratação.

Prediger tem 23 anos, é trinco e já jogou (uma vez, num particular) pela selecção argentina.

Tendo em conta isto e - acima de tudo - que para além de Fernando é o único trinco no plantel, fiquei deveras surpreendido quando não foi inscrito na Liga dos Campeões.

Não fiquei surpreendido de todo que alguém ficasse de fora nas inscrições, já que (infelizmente) já sabia que teríamos que deixar jogadores de fora devido a termos apenas um jogador formado na casa dentro do plantel (e havendo 4 vagas nas inscrições para esse tipo de jogadores, acabámos por ficar com 3 vagas por preencher).

N. A. Coelho também ficou de fora, já que segundo o critério da Liga e da UEFA não foi formado na casa (passou apenas 1,5 anos no FCP antes dos 21 anos, quando o critério é um mínimo de 3 anos). Essa opção de Jesualdo pareceu-me natural, tendo em conta que já tínhamos 3 centrais e N. A. Coelho era o mais inexperiente dos três.

Mas quanto a Prediger não compreendo que não se inscrevam 2 trincos, principalmente tendo em conta que 1) se investiu consideravelmente nele, 2) com 23 anos não é exactamente uma criança inexperiente, e 3) já foi internacional.

Quando saiu a notícia, comentei logo: então e se o Fernando se lesionar ou apanhar 2 cartões amarelos (o que em 6 jogos da LC é provável para um trinco), vamos andar em adaptações longe do ideal? E um jogador que custa 3,3 milhões e é internacional argentino, trinco de raíz, não serve para o banco do FCP mal chegue ao clube?

Mal sabia eu que Fernando ia apanhar 2 amarelos logo no primeiro jogo da Liga dos Campeões...

Entretanto para médios de transição/ofensivos inscrevemos uma "carrada" de jogadores, quando (normalmente) só jogam 2 ao mesmo tempo. Bem sei que há um custo de oportunidade, mas parece-me que seria muito mais natural deixar outro médio de fora.

Agora contra o A. Madrid lá teremos que fazer adaptações no meio-campo. Se já com a saída de Lucho fomos obrigados a uma pequena revolução de rotinas, etc, ainda mais a teremos se, por exemplo, se adaptar Meireles a trinco contra o A. Madrid (com um efeito domino').

Quanto a Prediger, um efeito secundário desta não-inscrição é que a probabilidade de ser utilizado no campeonato baixa também drasticamente (pelo menos até Dezembro), mesmo que tenha um óptimo desempenho nos treinos. Isto porque duvido imenso que Jesualdo prefira utilizar um jogador que sabe não poder jogar na LC, em vez de outros que podem ganhar rotinas e ritmo para os tais jogos da LC.

Espero que o jogador não se deixe abater (acabando por ser dispensado ao fim de 6 meses, tal como Bolatti que há um ano também não foi inscrito na LC pela mesma razão, i.e. insuficiente nr de jogadores da casa no plantel), sabendo-se que a partir de Janeiro terá mais probabilidades de ser utilizado.

Espero também que a solução de recurso de Jesualdo para o jogo com o A. Madrid seja bem sucedida. Será Meireles (com Guarin e Belluschi a acompanhá-lo no meio-campo)? Ou será que Maicón será adaptado ao lugar? Ou outro? Pessoalmente e à partida preferia adaptar Meireles e jogar com Rodriguez um pouco recuado ao lado de Belluschi, com Varela/Falcao/Hulk à sua frente - mas depende da forma dos jogadores.

Para concluir, a grande lição que tiro desta história é que para evitarmos (ou melhor ainda, para Jesualdo evitar) andar a fazer estas contas e a gerir a moral dos jogadores não-inscritos, convinha que se levasse a aposta em prata da casa um pouco mais a sério - relembro que ficaram 3 vagas nas inscrições por preencher devido a termos apenas B Alves como prata da casa. Há 3 anos tínhamos 4, hoje temos 1...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Salvem o Apito!

6 de Fevereiro de 2008, era editado o livro 'Apito Dourado - Toda a História', o qual foi distribuído juntamente com o jornal Record. Vivia-se a época dourada do apito e, depois de Carolina, também Eugénio Queirós escrevia o seu livrinho.


17 de Setembro de 2009, no Record online um desiludido, amargurado e inconformado Eugénio escreve o seguinte:

«Conscientes que estamos todos, hoje, quanto à credibilidade de uma das principais testemunhas, a senhora Carolina Salgado, e verificados os arquivamentos de alguns processos e absolvições no que chegaram à sala de audiências, somos hoje confrontados com a possibilidade de toda a construção jurídica que sustenta o processo cair abruptamente. A U. Leiria tem na mão uma decisão irrevogável, de um tribunal superior, que manda desentranhar dos processos disciplinares de natureza desportiva escutas telefónicas. Reclamando 50 milhões de euros pelos danos causados.
Ora, se a U. Leiria reclama 50 milhões de euros, quanto não devem reclamar também FC Porto e Boavista à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga (por solidariedade)?
(...)
O futebol mais uma vez andou a reboque do monstro da justiça e até sentiu a tentação de ultrapassá-lo. Foi de desastre em desastre até à derrota final.»


Já tinha ouvido o António Pedro Vasconcelos e o Rui Oliveira e Costa clamarem contra o facto da Justiça dos tribunais comuns (a Justiça a sério!) ter, sucessivamente, contrariado as decisões "corajosas" da "Justiça desportiva".
Mas ver um "especialista do apito", com livro publicado e tudo, a baixar os braços desta maneira, quase que tenho pena.
Pobre Eugénio, tanto trabalho, tantas horas, tantas esperanças que desta vez é que ia ser e afinal...
Mas a coisa ainda pode piorar. Querem ver que o FC Porto e o tenebroso Pinto da Costa ainda vão ser indemnizados?

A Liga dos Tostões


Em Dezembro de 2007, durante um encontro realizado em Lucerna, na Suíça, o Comité Executivo da UEFA aprovou o fim da Taça UEFA e a criação da ‘UEFA Europa League’ a partir da época 2009/10.

Seguindo os mesmos passos da Liga dos Campeões, a Liga Europa tem exploração centralizada dos direitos de transmissão, um patrocinador (não exclusivo) e uma bola de jogo oficial havendo, a partir dos 16 avos-de-final, centralização total dos patrocínios.

Mas para além da imagem e da mudança de nome, foi decidida a alteração do formato da Taça UEFA, com a criação de uma verdadeira fase de grupos (jogos em casa e fora), abrangendo 48 equipas – 12 grupos com 4 equipas cada. Os dois primeiros classificados de cada grupo passarão aos 16 avos-de-final, onde também entrarão os oito terceiros classificados na fase de grupos da Liga dos Campeões. A partir daí a competição disputa-se em eliminatórias até à final.

Evidentemente, apesar da cosmética, a nova ‘UEFA Europa League’ nunca terá o prestigio, notoriedade e receitas da Liga dos Campeões. Basta ver que cada uma das 48 equipas da fase de grupos irá receber um prémio de presença de apenas 900 mil euros (600 mil euros, acrescido de 50 mil por cada um dos seis jogos a disputar), contra os 7,1 milhões dos participantes na LC, e cada vitória dará direito a um prémio de 140 mil euros (na LC são 800 mil euros).

As projecções da UEFA indicam que as equipas apuradas para os 16 avos de final receberão 200 mil euros cada, a presença nos oitavos-de-final vale 300 mil, os quartos-de-final dão 400 mil e as meias-finais 700 mil euros. Quem vencer a prova deverá receber dois milhões de euros, cabendo ao finalista vencido uma verba de um milhão.
Deste modo, um vencedor da Liga Europa que fosse 100% vitorioso, arrecadaria cerca de seis milhões de euros na soma dos prémios de presença e de vitórias acumuladas. Não é mau mas, por exemplo, é pouco mais de metade do valor que o FC Porto já garantiu à partida para a LC 2009/10.

Seja como for, as alterações introduzidas são positivas e talvez consigam reanimar uma competição – Taça UEFA – que vinha definhando ano após ano. Mas será sempre a Liga dos Tostões, ou quanto muito a Liga dos Milhares, em contraponto à verdadeira Liga dos Milhões onde estão os colossos europeus (Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Liverpool, Arsenal, AC Milan, Inter, Juventus, Bayern Munique) e onde todos os outros querem ou sonham estar.
Aliás, perante as profundas alterações que as provas da UEFA tiveram nos últimos anos, não me admirava que um dia as coisas evoluíssem para uma "Europa League Division 1" e "Europa League Division 2"...

Desportivamente falando, e olhando para os clubes que esta época estão na fase de grupos, constata-se que alguns deles têm tradição e curriculum na Liga dos Campeões. É o caso do Ajax (Holanda), Valencia (Espanha), AS Roma (Itália), PSV (Holanda) e Werder Bremen (Alemanha).
Numa 2ª linha, temos clubes como o Anderlecht (Bélgica), Génova (Itália), Hamburgo (Alemanha), Celtic (Escócia), Hertha Berlim (Alemanha), Fulham (Inglaterra), Panathinaikos (Grécia), Galatasaray (Turquia), Villarreal (Espanha), Lazio (Itália), Fenerbahce (Turquia), Everton (Inglaterra), Shakhtar (Ucrânia), Athletic Bilbao (Espanha), Sporting e Benfica.

Grupos da Liga Europa 2009/10 (clique para ampliar)

Deste modo, se em Fevereiro do próximo ano grande parte deste lote de equipas estiverem apuradas para os 16 avos de final da Liga Europa, juntando-lhe as oito que virão da Liga dos Campeões poderemos ter um conjunto de eliminatórias competitivamente interessantes até à final de Hamburgo.

Até lá, teremos a imprensa lisboeta a fingir que a Liga Europa e a Liga dos Campeões são parecidas (ambas são competições europeias, não é verdade?) e em êxtase perante as anunciadas goleadas sobre os BATE Borisov deste Mundo.

Fonte: uefa.com