quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Caldo entornado?

«Infelizmente, a operação caiu por terra. Nesta altura, já não acredito que se faça. O FC Porto faltou à palavra porque, no ano passado, prometeu vender o Alvaro Pereira se surgisse uma proposta superior aos 20 milhões de euros. O Chelsea passou esse valor.
Cortaram a possibilidade de Alvaro crescer, mesmo tendo sido um jogador que deu tudo pelo Porto. Recusaram as propostas todas.
O Chelsea já está interessado há muitos dias, começou com um valor e foi sempre tentando aproximar-se do que o FC Porto pretendia. O Porto, por seu lado, nunca cedeu. Quando uma das partes não quer negociar, não há muito a fazer.
O senhor Antero é que sabe. Tinha feito a promessa ao Alvaro, dizendo que o deixariam sair por mais de 20 milhões. Depois do ano que ele fez, ajudando o Porto a conquistar o que conquistou, o Chelsea seria um prémio para ele. Vamos ver agora o que acontece. Bem ele não vai ficar. Veremos como irá reagir.
Creio que o FC Porto está mesmo, como se diz por aí, a usar o Alvaro para se vingar do Chelsea pela questão do Villas-Boas. Mas o Alvaro Pereira não tem nada a ver com essa questão. Era uma grande oportunidade, porque ninguém paga 30 milhões por um lateral, nem o Roberto Carlos custou isso. Bom, já não acredito, mas vamos continuar à espera.»
Flavio Perchman, sócio do agente FIFA Alejandro Savich (empresário de Alvaro Pereira)


Pensei que o caso Alvaro Pereira ia ter um final parecido com o do Quaresma mas, pelos vistos, enganei-me.

Ainda a Supertaça



Não sei quanto a vocês, mas para mim esta nossa participação na edição deste ano da Supertaça Europeia foi tudo menos uma boa experiência. E falo desde a convocatória até ao apito final (nunca assisto à posterior entrega do troféu quando o FCP não é o vencedor, para evitar um prolongar desnecessário do sofrimento).

Dou-me mal com o ficar, inicialmente, apenas a torcer para não sermos goleados e, depois, quando o resultado nem é assim tão pesado, encher o peito e ficar a reclamar do árbitro: "E se aquele penalty fosse marcado, nem sei se o Barcelona ganharia...".

Evitemos, pois, uma análise "à lá scp" (também os de Alvalade, da última vez que vieram ao Dragão, reclamaram que só perderam por uma decisão errada do árbitro perto do final) e, ao invés, reflictamos sobre os aspectos sobre os quais temos controlo.

Primeiro aspecto: deveremos dar-nos por satisfeitos com o "11" que apresentamos perante tão grandioso adversário?
Na época passada, apesar de termos uma grande equipa, particularmente na sua vertente ofensiva, a verdade é que sentimos grandes dificuldades nos dois jogos contra Sevilha, Villarreal e também em Moscovo, contra o CSKA.
Ora, se assim foi contra estes adversários, nesta época que agora se inicia, com a nossa participação na Champions e também neste jogo do Mónaco, seria prudente aparecermos reforçados no que à componente defensiva diz respeito.
Porém, na prática, a única diferença, até ao momento, foi a substituição de A.Pereira por Fucile na lateral esquerda. (Também é certo que VP parecia apostar em Souza em vez de Fernando, mas até isso deixou de ser uma certeza, após aquela alteração na parte final do jogo do Principado.)

Globalmente estaremos mais fortes, defensivamente falando, este ano? A resposta parece óbvia.

Mangala chegou tarde. Não seria a contratação de um defesa-central o assunto mais prioritário, pré-saída de Falcao?
É que acabou por ser o último/penúltimo a chegar...

Álvaro Pereira quer e vai mesmo sair, mas por que razão não pode jogar enquanto vai e não vai?
Esta era uma partida especial, contra um grande adversário, alguém acredita que ele se iria retrair?
Os jogadores com mais qualidade devem ser sempre os escolhidos, com mais razão ainda quando o adversário nos é superior.
Esta sua ausência prolongada, deixa apenas uma mensagem ao seu potencial comprador: "Não se preocupem que, mais milhão, menos milhão, ele vai mesmo acabar por ir para o vosso clube."

E chegamos ao ponto mais polémico: James não teria sequer lugar no banco?
Bem, parece que aqui o factor emocional passou um bocado ao lado.
O nosso adversário de sexta-feira, por exemplo, parece ter um ponto de vista diferente nestas coisas: Fàbregas, chegou num dia e jogou apenas dois dias depois. E logo contra o Real Madrid...
E, claro, é obrigatória a pergunta: em termos de rotinas e de adaptação rápida, tem mais hipóteses alguém que chegou duas semanas antes (Defour) do que alguém (James) que até fez a pré-temporada, vem com ritmo de competição e já cá anda há mais de um ano?

E o que dizer da utilização, a titular, de um atleta que, apenas 3 dias antes, não contava para nada nas contas desta época, que nem sequer estava inscrito para defrontar os Feirenses e Olhanenses da nossa ligazinha?
Como é que, de repente, lhe são oferecidos 70 (longos) minutos contra a equipa mais difícil do Mundo?

Muito provavelmente, mesmo o com nosso melhor "11" possível, perderíamos de igual forma, tão forte era a oposição. Porém, dessa forma, teríamos a vantagem de poder dormir com a consciência tranquila, de que tudo que estava ao nosso alcance teria sido feito.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O jornalismo que temos

O FC Porto fez uma exibição digna e de certo modo prometedora, contra aquela que é considerada a melhor equipa do Mundo, tendo merecido elogios de diversos quadrantes. Por exemplo, na sua crónica no jornal holandês De Telegraaf, Johan Cruyff pergunta "porque não há igual na Holanda" e antevê que o FC Porto "vai obter de novo bons resultados europeus".

Apesar dos (merecidos) elogios, convém não esquecer um pequeno pormenor: o FC Porto perdeu. Ora, isso, por si só, significa que houve falhas, erros e aspectos que têm de ser analisados, tendo em vista melhorar no futuro.

Contudo, como reagiu a imprensa portuguesa, nomeadamente aquela que eu costumo ler e que acompanha o FC Porto mais de perto?
Lendo os títulos do JN e de O Jogo, fica a ideia que a Supertaça Europeia se pode resumir em dois erros: um do Guarín e outro do(s) árbitro(s).

Ora, o jogo foi muito mais do que isso e, no que ao FC Porto diz respeito, há (haveria) aspectos que mereciam ser analisados por pessoas que são profissionais da comunicação social desportiva. Exemplos:

i) O impacto na movimentação atacante do FC Porto, resultante da substituição de Radamel Falcao por Kléber;

ii) O Hulk é um grande jogador (para mim, o FC Porto é Hulk e mais 10), mas qual tem sido o seu desempenho nas competições europeias, nomeadamente contra "equipas do pote 1" (não tenho a certeza, mas penso que o Hulk nunca marcou um golo em jogos contra o Arsenal, Manchester United, Barcelona, ...);

iii) Qual a razão da muito má forma de Varela neste início de época, a qual voltou a ser evidente nos vinte e tal minutos em que esteve em campo?

iv) O FC Porto fez apenas dois remates enquadrados com a baliza (mais três para fora). Quantas oportunidades claras de golo criou?

v) Faz sentido ser sempre o Hulk a marcar os livres directos frontais? Qual o aproveitamento desses livres?

vi) O FC Porto beneficiou de sete cantos. Por que razão não conseguiu criar perigo em qualquer um deles (apesar do Barça ser uma equipa baixa e, neste jogo, não ter a sua dupla de centrais habitual)?

Eu compreendo que, defrontando o FC Barcelona, as expectativas de sucesso eram reduzidas, mas isso não significa que os aspectos menos bons da exibição do FC Porto sejam ignorados e não sejam analisados, nomeadamente por aqueles que o deveriam fazer por obrigação profissional.
Um jornalismo subserviente, que por vezes chega a ser lambe-botista, pode alimentar alguns egos, mas não serve os interesses do FC Porto.

Em Portugal há aversão ao erro, mas é com os erros que se apreende e, se queremos fazer uma boa carreira na Liga dos Campeões, há aspectos da exibição do FC Porto que é preciso corrigir e outros melhorar.

P.S. As capas do JN e de O Jogo (edição Porto) fizeram lembrar as capas dos jornais do regime nos dias seguintes a derrotas do slb ou dos calimeros.

O Fecho da Janela


Faltam dois dias para terminar o período de transferências de Verão. Decerto que, por essa Europa fora, estes dois dias serão de, pelo menos, alguma azáfama.

No que nos diz respeito, há dois assuntos a prenderem a nossa atenção: a possível chegada de um ponta-de-lança (que O Esférico da Travessa da Escaldada diz não ser o bizarramente chamado Vagner Love - se calhar será o Beethoven Hate) e a partida do Álvaro Pereira, para cuja eventualidade já nos precavemos de antemão.

Haverá ainda a possibilidade de vermos partir o Fernando e o Cristian Rodriguez (e até o Rolando), mas isso afigura-se-me menos certo.

Aguardemos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O adiamento do jogo com o U. Leiria

FC Barcelona e FC Porto jogaram na passada sexta-feira a final da Supertaça Europeia.

Respeitando o intervalo previsto nos regulamentos - 72 horas -, e que os médicos consideram adequados para futebolistas profissionais, o Barça voltou a jogar hoje para o campeonato espanhol, recebendo e goleando (5-0) o Villarreal.

Por sua vez, o FC Porto decidiu (?) adiar o seu jogo - União Leiria x FC Porto - para 6 de Setembro, algo que irá ter diversas implicações:

«Oito dos onze jogadores que iniciaram a partida com o Barcelona na Supertaça Europeia - e mais três elementos do plantel - vão estar ao serviço das respectivas selecções nos próximos dias, deixando Vítor Pereira com uma enorme dor de cabeça para a deslocação a Leiria. É que destes, Guarín, Sapunaru e Otamendi têm jogos marcados para o mesmo dia da partida na Marinha Grande e são baixas certas; Hulk e Mangala têm compromissos na véspera e só poderão chegar a Portugal no dia do jogo, ficando em dúvida para a terceira jornada. (...)
Na teoria, e fazendo as contas ao calendário, Vítor Pereira teria oito dias para ensaiar esse jogo, mas na prática só poderá afinar a estratégia nos últimos dias e mesmo sem alguns dos internacionais. Na defesa, à parte dos guarda-redes, só ficam no Olival Maicon, Alex Sandro e Rafa, sendo que os últimos dois estão a recuperar de lesões. Depois, há dois médios de fora (Moutinho e Guarín) e mais três avançados (Hulk, Rodríguez e Varela).»
in ojogo.pt


À primeira vista, parece evidente a vantagem que o FC Porto teria em ter jogado hoje (conforme era seu direito), e não no dia 6 de Setembro, data em que, para além de serem certas as ausências de vários internacionais, há ainda o risco de algum dos outros se lesionar nos jogos das selecções disputados nos dias anteriores.
Assim sendo, por que razão vai o FC Porto efectuar o jogo da 3ª jornada do campeonato no dia 6 de Setembro, sabendo que o vai disputar com a equipa fragilizada por várias ausências de jogadores titulares?

Gostava de saber qual é a explicação oficial da SAD para esta decisão, porque não quero acreditar naquilo que me disseram, ou seja, que o jogo do FC Porto foi adiado, porque já havia duas transmissões televisivas esta segunda-feira (V. Setúbal x SC Braga e Nacional x slb).
Seria mau demais que o FC Porto fosse prejudicado desportivamente, para que os interesses da SportTv (leia-se, Joaquim Oliveira) não fossem beliscados. Repito que não quero acreditar que seja esta a explicação.

Uma coisa eu sei, nestas condições, se o FC Porto perder pontos no estádio municipal da Marinha Grande (onde se irá disputar o União Leiria x FC Porto), o responsável não será Vítor Pereira.

Os jogos só atrapalham os negócios

«Alguns treinadores, ingénuos, já manifestaram vontade de ver o mercado fechar a 15 de Agosto. Dizem eles que lhes estraga o trabalho. Montam um plantel, depois percebem que terão de trabalhar com outro. (...)
Eu tenho uma proposta diferente. Acho que os jogos de futebol deveriam ser cancelados no Verão. De todo. Acabarem em Maio e regressarem apenas a 1 de Setembro. Uma espécie de férias escolares de antigamente. E isto por uma razão relativamente simples: os jogos de futebol podem atrapalhar um bocado os negócios. Por exemplo: um empresário pode querer contactar um futebolista, coisa urgente, e ele estar equipado, no relvado. É inconveniente, um comboio que passa e vai parar a outra gare. É desagradável.
No fundo, os negócios são o que verdadeiramente importa no futebol. (...)»
Luís Sobral
in Maisfutebol, 2011-08-18


Sobre este assunto - período de transferências -, e em resposta a uma pergunta na conferência de imprensa que antecedeu a final da Supertaça Europeia, Vítor Pereira afirmou:

"Trabalho com os jogadores que tenho, mas também já disse que, do meu ponto de vista, o mercado devia fechar a meio de Agosto e não no final, para que este tipo de jogo pudesse ser realizado com os plantéis definidos, com a estabilidade necessária que exige um jogo deste estilo. Este é um período em que os jogadores às vezes, pensando na própria vida, estarão sujeitos a alguma instabilidade emocional"

Quaresma, Raul Meireles, Falcao, Ruben Micael, Álvaro Pereira, Nasri (do Arsenal para o Manchester City), Forlán (do Atletico Madrid para o Inter), Pizzi (do Sp Braga para o Atletico Madrid), etc. São tantos os exemplos de transferências após 15 de Agosto, já com os campeonatos e as competições europeias (pré-eliminatórias) a decorrer, que até assusta.

Mas, porque razão alguns treinadores e jornalistas sugerem, aparentemente como sendo uma boa solução, que o mercado deveria fechar a 15 de Agosto?

Atendendo a que, por exemplo, a 3ª pré-eliminatória da competição mais importante da UEFA foi disputada a 26/27 de Julho e a 02/03 de Agosto, parece óbvio que o entra e sai de jogadores deveria terminar antes disso.
Nesse sentido, e atendendo a que os campeonatos e competições europeias terminam em Maio, parece-me mais do que suficiente um período de 45 dias, ou seja, até 15 de Julho, para que os clubes europeus fizessem os negócios que entendessem.

O que não faz sentido, e desvirtua a verdade desportiva, é as competições arrancarem com os planteis dos clubes a sofrerem mutações significativas, com jogadores a sonharem com outros clubes e, em alguns casos, com jogadores amuados porque não os deixaram sair.

E quem sofre mais com isto?
Os clubes vendedores, porque os clubes compradores, por sinal os mais ricos, têm os seus planteis seguros e podem sempre atacar as "presas" no timing que lhes der mais jeito.

A criação das melhores condições possíveis para que haja verdade desportiva, deveria ser a preocupação principal de quem organiza as competições, mas a UEFA parece pouco preocupada com este assunto e continua a permitir esta autêntica pouca vergonha.

Para além dos empresários, fundos de jogadores e outras entidades parasitárias que gravitam à volta do futebol, a quem mais interessa que o período de transferências na Europa se estenda até 31 de Agosto?

domingo, 28 de agosto de 2011

Um sorteio de viagens longas

"É um dos grupos mais difíceis. Os clubes ucranianos e os clubes russos são dos que mais investem no futebol e têm normalmente excelentes equipas. Mas também porque são viagens muito longas, que obrigam a um desgaste enorme."
Fernando Gomes, representante do FC Porto no sorteio da Liga dos Campeões


"Fomos muito felizes no sorteio, também pelas viagens. Com um campeonato competitivo como é o nosso, fazer viagens muito longas não é bom."
Fernando Couto, director-geral do SC Braga


aqui foi feita uma primeira análise ao sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, mas importa olhar mais atentamente para um dos aspectos que, normalmente, é ignorado pelos jornalistas, mas que é muitas vezes referido e valorizado pelos jogadores e responsáveis dos clubes: as viagens.

Porto - St. Petersburgo: 3378 Km
Porto - Nicosia: 3698 Km
Porto - Donetsk: 3699 Km





Ir e vir, estas três deslocações irão obrigar a percorrer cerca de 22000 Km.

Mas qual é a relevância das viagens?

Nunca fui jogador de futebol, nem tão pouco atleta de alta competição, mas não me parece que Fernando Gomes e Fernando Couto, ex-jogadores internacionais e profundos conhecedores da realidade do futebol por dentro, se dessem ao trabalho de explicitamente destacar este aspecto nos seus comentários aos sorteios, se as viagens fossem um pormenor irrelevante.

Para além de não ter experiência, também não tenho formação profissional adequada para avaliar o impacto que sucessivas viagens têm em termos de desgaste físico ou psicológico, principalmente quando às viagens do clube se juntam as das selecções. Contudo, imagino que o acumular de quilómetros em poucas semanas, nomeadamente nos jogadores internacionais, seja algo que provoque algum desgaste.

Uma coisa é certa, também neste aspecto o FC Porto não foi feliz no sorteio e não sei mesmo se algum dos outros 31 clubes presentes na Liga dos Campeões terá de fazer mais quilómetros. Só para se ter uma ideia, a deslocação mais curta do FC Porto é mais longa que a mais distante do slb...

Algemas para Messi


Na véspera da final da Supertaça Europeia, Vítor Baía deu a receita para o FC Porto tentar travar o Barça: "Levar umas algemas para Messi era uma boa solução".

Contudo, nesse mesmo dia, questionado se tinha preparado alguma fórmula especial para travar Messi, Vítor Pereira respondeu:

"Messi não se pára com coisas especiais, mas com um colectivo forte, com uma equipa concentrada na defesa, com entreajudas constantes, com coberturas e com o antecipar de intenções. Não tenho nem sou apologista de qualquer marcação especial ou de qualquer coisa que fuja à nossa identidade para nos adaptarmos ao adversário."

Na esmagadora maioria dos jogos, o FC Porto enfrenta adversários mais fracos ou, quanto muito, de valia equivalente, os quais não dispõem de jogadores que desequilibrem e, por si só, sejam capazes de decidir um jogo. Nesses jogos, parece-me pacífico que faz pouco sentido recorrer a marcações individuais.
Contudo, não é todos os dias que se disputa a Supertaça Europeia, ainda por cima enfrentando o FC Barcelona. Mas o mais relevante é que o Barça dispõe de Lionel Messi, o qual é "apenas" o melhor futebolista da actualidade e, na opinião de alguns, o melhor de todos os tempos.

E qual a importância de Messi na máquina de jogar futebol que é este Barça?

Brutal, como toda a gente sabe. Aliás, as declarações do seu companheiro de equipa, Dani Alves, após o jogo são elucidativas: "Nos momentos difíceis sabemos manter a calma. E no final, nós temos Messi, e as outras equipas não. Neste jogo, como em muitos outros, a diferença esteve em Messi."

De facto, nesta final europeia, o astro argentino limitou-se a marcar o primeiro golo, em fazer a assistência para o segundo (foi mais de meio golo) e em sacar a expulsão de Rolando, que teve de fazer duas faltas no limite para não o deixar fugir. Coisa pouca...

Mas é possível parar, ou pelo menos condicionar, Messi através de uma marcação individual?
É, Mourinho demonstrou-o em dois jogos da época passada, quando colocou Pepe a médio com a missão especifica de anular Messi.

E o destino do jogo teria sido diferente se, por exemplo, Fernando tivesse entrado de início com a missão de ser a sombra de Messi, andando colado a ele, estorvando-o, atrapalhando-o e não o deixando ter tempo e espaço para desequilibrar no último terço do campo?
Não sabemos, da mesma maneira que não sabemos qual teria sido o destino do jogo se Guarín não tivesse cometido um erro crasso, ou se o árbitro tivesse assinalado um penalty evidente conquistado pelo mesmo Guarín aos 80 minutos.

O que sabemos, porque os factos demonstram-no, é que ter deixado Messi à solta não foi uma boa ideia.

Esta Supertaça Europeia está perdida e já não há nada a fazer. Contudo, como lição para o futuro, penso que não faz qualquer sentido encarar um jogo de futebol e um adversário especifico com base em ideias feitas. Por exemplo, dizer que não se vai fazer marcações individuais, porque isso "foge à nossa identidade" é algo que me parece disparatado.

Por que razão não se há-de fazer marcação individual a um jogador fora do normal e que é capaz de decidir jogos sozinho, se isso contribuir para emperrar o jogo atacante da outra equipa e evitar que ela marque?

Espero que o Vítor Pereira não esteja mais preocupado em ficar bem na fotografia do que em ganhar jogos.

sábado, 27 de agosto de 2011

Um substituto para o Falcao... no presente

No dia 12 de Julho, à noite, Pinto da Costa foi o convidado de honra no encerramento do quinto ano de tertúlias no Casino da Figueira, tendo sido entrevistado por Fátima Campos Ferreira.

Nessa entrevista, sobre entradas e possíveis saídas, Pinto da Costa afirmou:

"Admito que possa sair alguém, mas também não ficaria nada admirado que não saísse ninguém. Se sair, temos substitutos para 10 jogadores. Se saírem dez, eu tenho um para cada lugar e até ficam mais baratos. Há um para que não tenho substituto, que é o Hulk. Posso substituir qualquer jogador, melhor ou pior, menos o Hulk. Se sair o Álvaro Pereira tem um substituto. O Falcao faria falta, mas também encontrámos alguém para o substituir... Se sair o Hulk, entrará outro, mas como não há nenhum com as características dele e o nosso jogo teria de ser diferente".

Quando fez estas afirmações, Pinto da Costa não estaria concerteza a pensar nem no Walter, nem no Kléber para substituir Falcao, até porque esses já cá estavam (a treinar com o plantel) e não precisavam de ser encontrados.

Aliás, sobre o Kléber, nas declarações que fez após a final da Supertaça Europeia, o próprio treinador admite, implicitamente, que ele terá de evoluir bastante:

"Kléber é um grande jogador, tem uma margem de progressão enorme e vai-se tornar uma referência no futuro. Não tenho dúvidas nenhumas. É bom recordar que os pontas-de-lança que saíram do FC Porto como grandes referências do futebol europeu, não eram esses jogadores quando chegaram no FC Porto. A qualidade do FC Porto permitirá esse trabalho, com certeza que faremos do Kléber um grande ponta-de-lança, uma referência no futuro.

Também me parece que o Kléber tem qualidade e até admito que poderá vir a ser a tal referência no futuro. Contudo, os grandes clubes, e o FC Porto é um grande clube, vivem do presente. E no presente são precisos resultados, vitórias, golos.

Por isso, espero que até 31 de Agosto a SAD encontre o tal substituto adequado para suprir a saída de Radamel Falcao. É que temos uma Liga dos Campeões para disputar...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Uma boa estratégia e um mau intérprete


É a melhor equipa da actualidade – na minha opinião a melhor de sempre pela sua regularidade – e esta noite, no Mónaco, o FC Barcelona voltou a impor a sua supremacia perante o nosso clube. Não à custa de uma tremenda exibição, mas sobretudo pelo maior domínio e controlo que teve do jogo. O FC Porto foi organizado e mostrou trabalho de casa sobre o adversário. Apenas não se precaveu para o erro de Guarín e como saber inverter o rumo dos acontecimentos em desvantagem.

O conjunto de Vítor Pereira entrou destemido e personalizado no jogo. Com uma boa ocupação dos espaços e pressão elevada sobre o jogador em posse dos baulgrana, conseguiu arrumar o jogo mais perto da baliza de Valdés. João Moutinho primeiro, e Hulk depois, criaram frisson no estádio Louis II, confirmando o bom inicio de encontro da equipa azul e branca.

O Barça foi tentando alargar o seu jogo com incursões de Dani Alves pela esquerda e através da deambulação do esférico de um lado ao outro do terreno. Facilmente anulado pela linha portista, que esteve irrepreensível. A equipa mostrava confiança com sua organização e os catalães não conseguiam deslindar a teia em que estavam enredados. Infelizmente, Guarín, num atraso despropositado, ofereceu o 1º golo da noite a Messi.

O erro inesperado do colombiano lançou o jogo em bases diferentes. Os Dragões viam-se na obrigação hercúlea de pegar na partida diante o pior dos adversários para o fazer. O adiantamento dos médios foi a face mais visível dessa necessidade, mas faltou acutilância, controlo e capacidade de suster a bola na frente, mormente onde Kléber ainda revela toda a sua “verdura”.

O jogo arrastou-se nisto, com o FC Porto a tentar e o Barça a deixar rolar. O homem do apito, o tal Holandês que jantou com Pinto da Costa, ofereceu uma “sobremesa” a Guarín, numa penalidade escamoteada. Para piorar as coisas, Rolando foi expulso e a rapaziada de Guardiola fez o 2-0 final.

O colombiano Guarín – outra vez ele – volta a meter verdete e recebe guia de marcha, numa exibição para esquecer. O intérprete que derreteu a estratégia de Vítor Pereira padece, provavelmente, do mal que o nosso treinador apontou ao mercado de transferências. E assim sendo, vê-se por aí, muitas cabeças no ar…

David e Golias

Sob a batuta de Pinto da Costa, o FC Porto cresceu imenso nas últimas décadas, passando de um clube regional para um clube de sucesso internacional e tornando-se no clube Nº 1 de Portugal (em termos de títulos e resultados). Contudo, o JN de hoje publicou uma infografia que ilustra o fosso que ainda existe para um dos principais clubes europeus - o FC Barcelona.

(clicar na imagem para ampliar)


Mais do que as diferenças de orçamentos (o do FC Barcelona é "apenas" 450% superior ao da FC Porto SAD...), há três números que impressionam: i) as diferenças nas receitas de publicidade e televisão; ii) a diferença na verba dos salários (35,5 M vs 235 M); o número de casas do clube que o Barça possui.

P.S.1 O título deste pequeno post é propositadamente exagerado, embora seja um facto que há enormes diferenças na dimensão e, principalmente, nas receitas dos dois clubes hoje em confronto.

P.S.2 Se acontecer hoje, não seria a primeira vez que o "David" derrotava o "Golias" numa final europeia.

Era um dia de sonho

Este artista estragou um dia de sonho ao Juary, e sempre que há um Porto - Barça não há forma de me esquecer dele. 


Hoje quando ganharmos a Supertaça europeia vou-me, finalmente, sentir vingado.

SMS do dia - CXXXI

Eu até sou defensor dos árbitros de baliza (ou lá como se designam os artistas) mas ainda não consegui perceber a alteração efectuada este ano: colocá-los do lado direito do ataque - o mesmo lado do bandeirinha.

Se são para complementar o trio de arbitragem, fazem muito mais sentido do outro lado. Eu diria que só lá é que fazem falta.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nem a pedido!


"Nem a pedido!"
Foi este o comentário ao grupo do slb, efectuado por um dos jornalistas que acompanhou o sorteio na RTP1, isto perante a circunstância de ao 2º classificado do campeonato português terem calhado as equipas mais fáceis que estavam nos potes 3 e 4 - FC Basel 1893 (Suíça) e o estreante FC Oţelul Galaţi (Roménia), respectivamente.
De facto, estando no pote 2, era impossível o slb ter tido um sorteio melhor. Perante tamanha sorte, o apuramento do clube do regime para os oitavos-de-final está garantido, com pelo menos 12 pontos.

Quanto ao FC Porto, estando no pote 1, seria expectável um grupo acessível, mas mais uma vez a sorte foi madrasta.

Do pote 2 calhou-nos o FC Shakhtar Donetsk, campeão da Ucrânia e que na época passada, após ficar em 1º num grupo com o Arsenal e o SC Braga, chegou aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, tendo apenas sido eliminado pelo futuro vencedor da competição (o Barça).

Mas do pote 3 o azar foi ainda maior. Entre tantos adversários acessíveis (que o diga o slb...), a "sorte" destinou o campeão russo - FC Zenit St Petersburg.

Ainda não sei qual é a ordem dos jogos mas, para além de mais uma vez a equipa ter de fazer viagens longas ao extremo leste da Europa (já é sina), só faltava ter de ir à Rússia ou à Ucrânia em Dezembro.

P.S. A não ser que aconteça uma surpresa descomunal, as duas equipas apuradas dos grupos C, D e H já estão definidas.

O prestígio do pote 1


É hoje que se vai realizar o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões 2011/12. Como habitualmente, as 32 equipas apuradas estão distribuídas por quatro potes e o FC Porto está colocado no pote 1, o pote dos cabeças-de-série, o pote dos oito clubes presentes com o melhor ranking da UEFA.

FC Barcelona (Espanha), 141.465
Manchester United (Inglaterra), 151.157
Chelsea FC (Inglaterra), 129.157
Bayern Munique (Alemanha), 118.887
Arsenal FC (Inglaterra), 108.157
Real Madrid (Espanha), 103.465
FC Porto (Portugal), 100.319
Inter Milão (Itália), 100.110
...
slb (Portugal), 81.319

De salientar que neste pote estão seis clubes que já venceram a UEFA Champions League (não confundir com a Taça dos Clubes Campeões Europeus) e dois finalistas desta mesma competição.

Não sei quantas pessoas irão assistir ou acompanhar, directa ou indirectamente, o sorteio que se vai realizar esta quinta-feira, às 16h45, no Fórum Grimaldi, mas serão seguramente dezenas de milhões por essa Europa fora. E sim, todas elas irão ver que o FC Porto está no pote 1, o pote dos mais fortes, entre a elite do futebol europeu.

Esta notoriedade, este prestígio, não se compra no supermercado, nem se consegue com balelas. É fruto dos resultados alcançados dentro das quatro linhas. O resto é conversa da treta de perdedores e inveja, muita inveja de medíocres (e Portugal está cheio deles).

Os falsos moralistas

«"Não percebo como é que existe no site do Record um blog do Barcelona." "Que estupidez! Como é possível torcerem pelo Barcelona num jogo contra o Real Madrid, que tem vários portugueses?!" São duas das ideias que recorrentemente surgem em comentários aqui neste "Campo Novo". Alguns não chegam a ser publicados porque, para além disto, ainda existem palavrões impublicáveis e ofensas gratuitas. E para que serve esta introdução? Só para lhes dizer que os que se indignam por existirem portugueses que preferem o Barcelona ao "Real Madrid-que-tem-portugueses", são os mesmos que andam agora - por várias redes sociais e até aqui pelos blogs do Record - a desejar que o Barcelona "arrase" o FC Porto. E o FC Porto é, só para lembrar, um clube com jogadores portugueses, um treinador português e um presidente português. E ainda é, só por acaso, um clube que tem sede em Portugal. Então e agora?»
Nuno Farinha
in Record


Nuno Farinha é o actual director-adjunto do Record e é assumidamente doente pelo FC Barcelona de que, inclusivamente, é sócio.

Para além de artigos de opinião "normais", é o autor de um dos blogues associados ao jornal Record (de onde extraí o artigo anterior) e onde vai remando contra a maré do politicamente correcto nos duelos entre os bleu granas e o Real Madrid de Mou.

Eu, que nunca alinhei nessa treta do patriotismo futeboleiro e que sempre torci pelo Barça nos jogos contra os da capital espanhola, tenho agora razões acrescidas para o fazer: i) o futebol espectáculo proporcionado por Messi e companhia; ii) CR7 e o seu séquito insuportável; iii) as atitudes de Mou.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cristian in, Alvaro out

Ontem à noite, o Daily Telegraph publicou no seu site uma notícia segundo a qual o Chelsea teria oferecido €20 milhões (£16.6 milhões) por Álvaro Pereira:

«Pereira is regarded as a direct replacement for Yuri Zhirkov, who was sold to Russian club Anzi Makhachkala, and can provide cover for Ashley Cole as well as play in midfield.

It is understood that although Pereira has a €30 million buy-out clause in his contract, Porto are willing to sell for lower having already signed the 25 year-old’s replacement, Alex Sandro. There is less pressure for Porto to sell, however, following the deal they struck for Radomel Falcao to join Atletico Madrid.

Chelsea’s interest in Pereira may surprise supporters — it would not appear to be a priority position — and would also raise further doubts over the future of Florent Malouda as well as that of Yossi Benayoun, who is available for transfer. However Villas-Boas believes Pereira would make a big difference to his squad.»


O Jogo de hoje diz que a proposta foi rejeitada, mas garante (?) que, até 31 de Agosto, o Chelsea fará uma segunda tentativa.

Todos os indícios (incluindo as declarações do seu empresário) apontam para uma saída iminente de Álvaro Pereira e daí que não tenha sido uma surpresa o facto dele ter ficado de fora dos 18 jogadores chamados para a Supertaça Europeia.
Surpresa, e grande (pelo menos para mim), foi a entrada de Cristian Rodríguez na lista de convocados, em vez do outro Rodríguez - James.

Convocados para o Mónaco



Lista dos 18 convocados por Vítor Pereira para a disputa da Supertaça Europeia contra o FC Barcelona na próxima sexta-feira.

Guarda-redes: Bracali e Helton.
Defesas: Fucile, Maicon, Otamendi, Rolando e Sapunaru.
Médios: Belluschi, Defour, Fernando, Guarín, João Moutinho, Souza, Cristian Rodríguez e Djalma. Avançados: Hulk, Kleber e Varela.

Destaques:
- A ausência de Álvaro Pereira, o que faz duvidar ainda mais da sua continuidade no FC Porto face ao recente interesse do Chelsea (ou a hipotéticas negociações a acontecer);
- A exclusão do avançado Walter. Não se entende. Se nem sequer é opção agora que ficámos sem Falcao então quando será? E se não é opção válida porque ainda não se resolveu a sua situação?
- A entrada da recente contratação Steven Defour;
- O regresso de Cristian Rodríguez, ele que era um dos jogadores que o FC Porto prescindiria mas aparentemente não apareceram clubes interessados.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Hulk no meio contra o Barça?


Kléber foi titular nos três jogos oficiais que o FC Porto já disputou esta época, mas não se pode dizer que tenha sido muito feliz. Deste modo, perante o desacerto/nervosismo revelado pelo ponta-de-lança brasileiro nestes três jogos, não ficava surpreendido se contra o Barça outro brasileiro - Hulk - actuasse no eixo do ataque, repetindo algo que já se viu na época passada, nomeadamente durante o período em que Falcao esteve lesionado.

Num cenário destes, acredito que o FC Porto jogaria em 4-4-2, reforçando o meio-campo com mais um médio (Belluschi) e que o parceiro atacante de Hulk seria James, visto Varela estar a atravessar um período de muito pouca inspiração e baixíssimo rendimento.

Como treinador de bancada, o meu onze para a Supertaça Europeia, disposto em 4-4-2 (4-1-3-2), seria o seguinte:
Hélton
Sapunaru, Rolando, Otamendi, Fucile
Souza, João Moutinho, Guarin, Belluschi
Hulk, James

Prémio Fair Play da FIFA


Com a cordialidade que lhe é peculiar, e que lhe vai granjeando a simpatia de todos aqueles que, pelo mundo fora, gostam de futebol, o famoso José Mário Félix cumprimenta o treinador adjunto da equipa adversária depois de mais um retumbante sucesso por terras de Espanha.

Imaginem só o que por cá se teria escrito se esta cena tivesse tido lugar em Alvalade com o famoso Paulinho ou com a camisola do Rui Jorge!

Pois, mas como não foi por cá, nem ao serviço do F.C. Porto, os media portugueses, na sua desvertebração (desconheço se este termo consta do Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo, mas presumo que não) limitam-se a um comprometido silêncio, até porque os portugueses, quando no estrangeiro, "têm sempre razão" (assim a modos como o cliente).

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Voltou a "crise no futebol português"

Quando o FC Porto está em alta por mais de uma época é normal aparecerem a público uns passeriformes lisboetas clamando por uma suposta "verdade desportiva" e carpindo pelo estado de "crise no futebol português". Ou seja, quando começa o campeonato e o FC Porto vai na frente isso significa que "o futebol está em crise". E quando se diz futebol quer-se dizer, invariavelmente, arbitragem. A arbitragem é, em Portugal, o último pretexto daqueles que não se conseguem impôr dentro do campo.



No programa de ontem "Tempo Extra", o homem que se penteia com azeite da melhor acidez e qualidade chamou a atenção para o facto do FC Porto ser o clube que controla as arbitragens e de ser largamente favorecido por elas, além dos habituais dislates sobre Pinto da Costa. E pôs em prática a sua conhecida desonestidade intelectual afirmando que se o árbitro assinalou penalty pela falta cometida pelo defesa gilista sobre Hulk ao minuto 10 então também deveria ter assinalado penalty contra o FC Porto ao minuto 87 num lance que envolveu Sapunaru e um jogador do Gil Vicente. Como se os dois lances fossem iguais...

Só faltou dizer que o jogo Beira-Mar x Sporting foi apitado por um voluntário por culpa do Pinto da Costa. Esperam-se mais ataques de azia nas próximas semanas.



Hoje de manhã, a TSF entrevistou o caquéctico ex-presidente sportinguista Dias da Cunha que, quando instado a pronunciar-se sobre a actual situação do seu clube, veio afirmar que "o futebol português bateu no fundo", que a arbitragem já afastou o Sporting da luta pela liderança e que o próximo a ser afastado será o slb.

E isto foram apenas 2 testemunhos que tive oportunidade de ouvir porque, por esses pasquins desportivos, a azia deve ser muita.

Numa altura em que:

- a Selecção Nacional de sub-20 acaba de perder a final do Campeonato do Mundo com a poderosa Selecção do Brasil;

- há três meses 3 equipas portuguesas jogaram as meias-finais da Liga Europa e 2 chegaram à final;

- FC Porto e slb fizeram o maior investimento financeiro de sempre em novos jogadores;

é caso para dizer que o futebol em Portugal bateu mesmo no fundo o que, por um lado, até nem é mau, porque significa que o FC Porto tem estado muito bem.

Começam Cedo...


Depois da patética cena da bandeira a meia-haste aqui há uns anos, e de uma constante choraminguice relativamente às arbitragens, a crónica postura anti-árbitros por parte do Sporting (cada vez mais intensa, há medida que se distancia no tempo o seu último título de campeão nacional) atingiu o paroxismo com a extraordinária conferência de imprensa de há dias, com as consequências que conhecemos a nível da nomeação de um árbitro para o jogo daquele clube em Aveiro.

Eu até concordo que o Sporting tem razões de queixa da arbitragem do jogo com o Olhanense, mas - que diabo! - será que nunca serão beneficiados ao longo das restantes 29 jornadas? Só para os ajudar no seu turvo raciocínio, saliento que na época passada a equipa de Alvalade marcou 5 ou 6 golos irregulares, incluindo um (contra o V. Guimarães, em casa) em que a bola nem sequer entrou!

As nossas arbitragens estão longe de ser boas, mas como costuma dizer o Miguel Sousa Tavares, e eu concordo, não deve haver campo em Portugal onde a equipa da casa seja tão beneficiada como o Alvalade XXI. Nós portistas, por exemplo, raramente saímos de lá sem razão de queixa...

Acresce que as instâncias que governam o futebol português são fracas por natureza, e isso deve-se essencialmente ao peso excessivo de apenas três clubes no panorama futebolístico nacional (fundamentalmente, mas não só, por razões demográficas) e à falta de pessoal dirigente, a nível de Liga e Federação, que goste mesmo de futebol - ou que goste mais de futebol que do seu clube - e que tenha a personalidade e a credibilidade para se impor no meio da constante confusão, má-fé e turbulência que campeiam na modalidade. Porque se assim não fosse haveria mão pesada para dislates como aquele a que acabámos de assistir - e talvez desse modo eles ocorressem menos vezes.

Como dizia o outro, joguem à bola, "mas é"!

PS: Depois de escrever este apontamento, o Sporting empatou em Aveiro com o Beira-Mar, como, aliás, já tinha empatado na Dinamarca a meio da semana com um modesto clube de amadores ou semi-profissionais. Com esta perspectiva, a reacção "comunicacional" de Godinho Lopes mais digna de Tartufo se torna. Mais uma vez: "joguem à bola!"

Apelo à Calma


Pede-se ao pessoal que está a manifestar-se junto ao Colombo que volte para casa com calma. Parecem ser infundados os rumores segundo os quais o Kadafi teria fugido para Angola.


PS: Segundo a Reuters também não têm fundamento as notícias que diziam ter fugido para Alverca.

domingo, 21 de agosto de 2011

Dar o Braço a Torcer (parcialmente...)


Se há assuntos em que me não custa dar o braço a torcer, são aqueles em que revelo pessimismo prematuro em relação ao F.C. Porto. De facto, depois deste meu artigo, o clube fez o astronómico encaixe de € 45 M com as vendas de Radamel Falcao e Ruben Micael. Porventura terei subestimado as já proverbiais capacidades negociais de Jorge Nuno Pinto da Costa, o qual, de facto, como um comentador deste blogue recentemente referia (não necessariamente com bondade), sabe mais disto a dormir que alguns bloguistas (ou coisa equivalente) acordados. E não cessa de nos surpreender, de facto.

Fica assim equilibrada a conta do "deve" e do "haver" em matéria de transferências (e digo isto sem ter ido fazer as contas ao pormenor), embora as nossas necessidades de dinheiro vão para lá de um simples saldo neutro entre vendas e compras, como é evidente (e convém não esquecer que na época passada não houve dinheiro da Liga dos Campeões). Mas o mais provável é que daqui até ao dia 31 haja mais movimentações (entradas e saídas), como, aliás, se vai falando nos media.

Contudo, o essencial da minha preocupação, que conforme escrevi, não se referia exclusivamente ao nosso clube, mas também à situação do futebol em geral, mantém-se. Vive-se tempos de grande aperto financeiro, o dinheiro está muito caro (e que o diga a SAD, que preferiu optar por uma emissão de obrigações ao juro de 8%, a ir ao banco "buscá-lo"), e é minha opinião que um bocado de contenção e prudência não nos faria mal nenhum. Quando os outros entrassem em asfixia, nós teríamos mais "oxigénio", embora eu entenda que haja quem possa socorrer-se de certas fortunas da antiga África Portuguesa. Mas também não deixa de ser verdade que a sorte protege os audazes, o que se aplica bem ao nosso caso.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sem nota artística, mas com eficácia


A primeira jornada já tinha deixado o aviso. Este Gil Vicente sabe tratar bem a bola e é uma equipa com um nível de agressividade positiva, capaz de desconstruir conjuntos organizados. Não demorou muito a prová-lo uma vez mais no Dragão. Só não foi capaz de suster o fulgor de Hulk e a reacção rápida do FC Porto ao golo sofrido. A vitória acabou por ser tranquila, mas a qualidade artística, como dirá Vítor Pereira, está bem longe da nota máxima.

O encontro começou logo tremido. E azedo para Sapunaru. Uma perda de bola infantil do lateral romeno abriu uma auto-estrada a Hugo Vieira, “obrigando” Otamendi a recorrer ao penálti. A nossa equipa entrava no jogo a perder e só não ficou com menos um elemento em campo por má avaliação da equipa de arbitragem. Há que assumi-lo; o central argentino deveria ter sido expulso, não pela impetuosidade do lance, mas pela iminência de golo.


A equipa sentiu o abalo e teve dificuldade em reagir à adversidade. Felizmente a ingenuidade de Sapunaru foi retribuída com gentileza por parte de João Vilela. Carga sobre Hulk que o mesmo tratou de converter e restabelecer o empate. Sem deixar respirar, e apenas 5 minutinhos depois, Sapunaru já estava a fazer a cambalhota no marcador, correspondendo a um canto preciso do Incrível.

Longe de se exibir a um nível a preceito, com um enorme susto logo a abrir, o facto é que o campeão nacional foi capaz de inverter a marcha no marcador com relativa facilidade. A equipa serenou e foi tentando ser contundente na iniciativa. Varela esteve muito interventivo, mas nem sempre decidiu bem. Os homens de Barcelos ainda não se tinham eclipsado. Criaram até alguns momentos de aperto para as redes de Helton. Felizmente não foram capazes aproveitar.


Mais ponderada e equilibrada, a nossa equipa na 2ª metade foi mais fiel à sua doutrina. Na posse, na gestão e no controlo do jogo. O Gil Vicente perdeu margem de manobra e a bomba de Hulk retirou-lhes as esperanças. A tranquilidade reinou, num triunfo que terminou fácil, mas muito longe de ser brilhante. Enalteça-se Souza, com uma prestimosa actuação e o inevitável Hulk, que já vai disparado na lista dos melhores marcadores.

Vítor Pereira aventou na antevisão deste encontro para a maior importância da vitória em detrimento de uma possível menor qualidade de jogo neste prólogo da época. Compreende-se. Assim como também é compreensível todo este entra e sai que vem agitando o plantel por estes dias. Mas, no próximo jogo não haverá espaço para ressalvas e paninhos quentes, porque é o melhor dos melhores que vamos ter pela frente e está também mais um caneco em disputa!

Perguntar não ofende...


Uma perguntinha: qual era o valor da cláusula de rescisão do Ruben Micael? Decerto muito superior ao valor da sua venda.


Antes que os espíritos malévolos digam alguma coisa, devo referir que esta minha pergunta pretende apenas demonstrar que, de hoje em dia, as cláusulas de rescisão não são para ser levadas a sério.

A confirmação



«A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, nos termos do artigo 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, vem informar o mercado que chegou a um acordo com o Atlético de Madrid para a cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do jogador profissional de futebol Radamel Falcao pelo valor de 40.000.000 € (quarenta milhões de euros). Este acordo prevê o pagamento de uma remuneração variável, pelo que o montante global a receber poderá atingir os 47.000.000 € (quarenta e sete milhões de euros). Mais se informa que a formalização final deste acordo está dependente da celebração do contrato de trabalho do atleta com o Atlético de Madrid, assim como da conclusão dos exames clínicos a que se irá submeter, com o consentimento da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD.»




«A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, nos termos do artigo 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, vem informar o mercado que chegou a um acordo com o Atlético de Madrid para a cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do jogador profissional de futebol Ruben Micael pelo valor de 5.000.000 € (cinco milhões de euros). Mais se informa que a formalização final deste acordo está dependente da celebração do contrato de trabalho do atleta com o Atlético de Madrid, assim como da conclusão dos exames clínicos a que se irá submeter, com o consentimento da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD.»

P.S.1 = A SAD do FC Porto, segundo o seu último Relatório e Contas do 3º Trimestre, detinha em 31/03/2011, 95% do passe do Falcao e 80% do passe do Rúben Micael.



P.S.2 = Uma saudação especial ao pasquim da Travessa da Queimada!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Notícias do circo (VI)

"O benfica é um circo"
Artur Jorge, ex-treinador do slb, numa entrevista ao Expresso em 1996


"Comecei a arbitrar com 18 anos e não tenho culpa nenhuma de nessa idade já ser um ser humano e ter as minhas opções bem definidas a nível pessoal, profissional e desportivo. Sou adepto do Benfica. Sempre fui... Nunca o neguei sempre que me foi solicitado o preenchimento de questionários relacionados com arbitragem. Mas suspendi as minhas quotas de sócio do Benfica a partir do momento em que passei a ser árbitro."
Duarte Gomes, entrevista ao site Relvado, 11 de Julho de 2011


Sim senhor, gosto desta frontalidade, embora fosse desnecessário, porque toda a gente já sabia qual é a simpatia clubística deste árbitro de Lisboa. Podia era, dentro do campo, disfarçar um bocadinho melhor, de modo a evitar escandaleiras como a do último slb x FC Porto, em que o seu desempenho fez lembrar Campo Maior.

Sócios: paixão e razão (V)

Paixão e razão (I)
Paixão e razão (II)
Paixão e razão (III)
Paixão e razão (IV)

Carlos Barbosa, vice-presidente do conselho directivo do SCP para a Comunicação e Marketing, deu uma entrevista ao Record, publicada em 23 Julho passado, de onde extraí as seguintes frases:

«Por muito que os ferrenhos sportinguistas deixem outros pagamentos por efectuar para pagar a Gamebox, nós sabemos a realidade e temos de contemplar tudo isso. Agora há o sonho, há a paixão, a emoção...»

«O que nós queremos não é ter 90 mil sócios. O que queremos é ter 100 mil pagantes. É a grande diferença. (…) Ter sócios não me diz nada. Quero é ter sócios pagantes. Dizer que tenho 300 mil sócios...»

«Tenho de ir procurar o sócio onde ele está e dar-lhe aquilo que ele quer. O que estou a fazer no Sporting é, de certa forma, uma cópia daquilo que fiz no ACP [Automóvel Clube de Portugal], onde tenho cerca de 260 mil sócios pagantes e entrei com pouco mais de 150 mil [Carlos Barbosa é o presidente do ACP]. É preciso ter várias categorias de sócio: para aquele que não vem, o que é atleta, o que vem todos os dias, o que tem Gamebox mas não pode vir a um determinado número de jogos e quer vender o lugar recebendo 50 por cento do valor.»

«Há sócios que querem dar mais dinheiro ao Sporting. E há os que não têm tanto dinheiro e os que só vêm uma vez por ano. Mas mesmo os sócios que estão em Bragança querem ter regalias. O cartão de sócio do Sporting deve ter o mesmo valor que o do ACP, por exemplo. Deve dar descontos, ter promoções. O sócio que está em Bragança quer ter vantagens por pagar a quota. As contrapartidas têm de ser superiores ao que ele paga, que é o que acontece no ACP e eu quero transportar para o Sporting. A quota do sportinguista deve ser paga pelas vantagens que o cartão lhe dará.»

«O [sócio] que paga mais tem mais vantagens, os que pagam menos têm menos vantagens.»

«Os jogadores fazem parte do marketing de qualquer clube de futebol. Blindar os jogadores é uma má opção. O público quer estar com eles, quer conversar, quer tirar fotografias. (…) Um jogador lesionado pode, no dia do jogo, fazer várias acções que ajudarão na parte comercial. Vamos refazer a Loja Verde, criar outro tipo de merchandising e, se calhar, vamos mudar a localização da Loja, integrando-a com o Museu. (…) Temos de transformar o Museu, juntamente com a Loja, num local de peregrinação.»

«Queremos ter actividades com os sócios antes dos jogos fora de casa. Brevemente anunciaremos um programa, que inclui o bilhete do jogo, para que os sócios locais possam participar e, depois, apoiar a equipa. Nós precisamos do apoio dos sócios e não podemos contar só com as claques que andam atrás da equipa.»


Carlos Barbosa é uma pessoa que assume perceber pouco de futebol (ele é mais carros…) e, por isso, não surpreende que quando se põe a falar do que se passa dentro das quatro linhas, ou da arbitragem, diga um chorrilho de disparates. Contudo, a sua visão sobre os sócios e do relacionamento entre os sócios e os respectivos clubes, tem aspectos que me parecem relevantes, alguns dos quais já tinha focado em artigos anteriores, e que merecem reflexão.

Apesar de estarmos a atravessar um período de crise, com particular incidência na região Norte, penso que há boas condições para o Futebol Clube do Porto aumentar o seu número de sócios pagantes. A reboque do sucesso desportivo, o numero de adeptos cresceu muito nas últimas três décadas. Ora, esse facto, tem de se traduzir num aumento efectivo do número de sócios. A gestão do futebol tem feito a sua parte, agora é preciso que o marketing azul-e-branco acompanhe o sucesso que tem havido dentro das quatro linhas. Há que inovar e dar um salto qualitativo, procurando o sócio onde ele está e dando-lhe aquilo que ele quer.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Caminho do Abismo?


Este defeso provavelmente assistiu ao maior dispêndio conjunto de todos os tempos dos três grandes (e, prosa politicamente correcta à parte, não ponho aspas, porque são de facto os três únicos grandes, até porque Portugal apenas tem dois grandes centros urbanos).

Estávamos até habituados a que esses clubes gastassem muito, mas normalmente isso sucedia depois de venderem bem. Mas os "lagartos" aparentavam até uns cofres exauridos, mas que, de repente, se apresentaram plenos de pujança. Do Benfica já ninguém se admira, até porque Luís Filipe Vieira é o maior gestor e "businessman" desde os tempos de John D. Rockefeller, e muitos ficaram até surpreendidos que tenha sido preterido em favor do Prof. Álvaro Santos Pereira (que prefere ser tratado por "Álvaro") na pasta da Economia, etc...

Mas no nosso clube, que é o que de facto me preocupa - e onde, ainda não há muito, o presidente declarava não haver petróleo, no que eu acredito piamente - também se entrou numa maré gastadora que ninguém que saiba fazer contas entende. Claro que as fortunas já dispendidas na compra de jogadores sem que nenhum tenha sido vendido virão, muito provavelmente, a ser arcadas em parte pelos fundos que por vezes aparecem nestas alturas. Mas mesmo assim, é caso para apreensões. Pelo menos de minha parte. Pinto da Costa habituou-me à ideia de que gastava com entusiasmo quando tinha e poupava avaramente quando não tinha. Agora, quer-me parecer que gasta quando não tem... Ainda agora acabamos de adquirir dois jogadores ao Standard de Liège, clube de um país com um nível de vida bem superior ao nosso, mas onde os clubes de futebol são geridos com algum rigor.

Aqui pelos "fundos" da Europa, os estados (Portugal, Grécia, Espanha) andam de mão estendida, mas os clubes de futebol são um caso à parte, especialmente na "vizinha Espanha", onde o Real Madrid e o Barcelona provavelmente virão a protagonizar o maior estouro financeiro do futebol de todos os tempos, a não ser que apareçam uns árabes a salvá-los in extremis (o que nem seria fácil, pois nenhum daqueles clubes está constituído em sociedade).

Esta situação causa-me uma desagradável sensação e um apreciável pessimismo. É que - anos a fio - também nos disseram que o Estado podia gastar à fartazana - e estamos a ver onde isso nos conduziu. Quem for accionista da SAD - eu há muito que deixei de o ser - que levante estas questões aquando da próxima Assembleia Geral, que a elas decerto a Administração responderá de bom grado, como é seu timbre.

Porque tudo isto dá que pensar...

PS É fartar, vilanagem: chamem-me Velho do Restelo, ingrato, burro, o que queiram. No problema, como diria o saudoso Sir Bobby Robson!;-)

Sentimentos antagónicos



Dois aspectos curiosos na partida de Guimarães.
Primeiro, Fernando sentou-se na bancada, junto aos SuperDragões. Operação de charme ou simples táctica para evitar males maiores?
Bem, o jogo, por mero acaso, até esteve cheio de "fernandos" de um lado e outro. Porém, Souza foi dos raros que se safou.
"Ornamenta demasiado para quem joga naquela posição crucial", acusam-lhe os críticos. Mas por onde andaram estes franco-atiradores nos últimos anos? Parece que é pecado ser trinco e ter alguma habilidade e intimidade com o esférico.

O segundo aspecto curioso, foi a presença de uma comitiva do Atlético Madrid, ao seu mais alto nível. Apenas e só para estudar o Vitória, evidentemente.

Jogo lento, lentinho (virou moda, após aquele muito morno Argentina-Portugal dos sub-20).
Jogadores desconcentrados, pouco aplicados.
O FCP terá jogado pior que no empate da época transacta. Mas ganhou.
Sim, e aí começam as reflexões antagónicas que esta primeira jornada suscitou.

Sim, estamos já na frente ainda a bola mal rolou. E logo fazendo um melhor resultado em comparação com a época anterior (a tal praticamente perfeita)

De onde vêm, então, as reticências?

Primeiro, porque nem todos pareciam ter a cabeça em Guimarães. Algo que não se via na nossa equipa desde...2004/05.


Segundo, porque alguns que tinham a cabeça e o resto no jogo, deixaram mais interrogações que certezas no ar.

Kléber, aquilo não se pode falhar. Ponto.

Mais uma vez, Hulk foi o único a criar perigo. Os restantes parecem que continuam à espera que ele resolva sempre.

Do meio-campo, ninguém brilhou. Souza, como se disse, terá sido o menos-mau.
Guarín estará apenas sem pernas ou sem motivação? Acredito que seja apenas o primeiro.
Belluschi continua a jogar na posição errada. Professor Vítor, coloque lá o rapaz onde ele mais se sente à vontade.
E quanto a Moutinho, não lhe fazia nada mal ficar a treinar remates após os treinos. Nunca é tarde para aprender.

Varela, como outros já disseram, parece que está lá apenas para ganhar cantos.
Irá perder a titularidade em breve. Se bem que, estranhamente, James e Iturbe ainda terão direito a mais uns diazinhos de férias...

Otamendi esteve seguro e ainda bem. Precisamos muito dele a jogar assim. Principalmente quando teremos o adversário mais difícil, possível e imaginário dentro de pouco mais de uma semana.

Alvaro Pereira também deverá estar de regresso ao "11". Esperemos que de corpo e alma.
Que não seja Fucile o sacrificado, mais uma vez.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O fantasma de Falcao

Todos os jogadores pensam em alinhar em Inglaterra, Espanha ou Itália. Quem disser o contrário está a mentir. (...) O Atlético de Madrid tem grandes adeptos e seria uma boa oportunidade para a minha carreira.

«Radamel Falcao quis falar com os jornalistas após a vitória do F.C. Porto em Guimarães. O jogador portista parou em frente das câmaras e fez questão de abordar o seu futuro.
A situação causou alguma surpresa na comitiva do F.C. Porto, embora o colombiano não tenha assumido uma postura clara de ruptura.»
in Maisfutebol

De acordo com a comunicação social, Pinto da Costa parou e ficou a ouvir atentamente as declarações que Falcao quis fazer.
Terá sido apanhado desprevenido? Não acredito. Os dirigentes do FC Porto andam nisto há muitos anos e, a não ser que tenha havido uma ruptura com o empresário de Falcao – Jorge Mendes – este é o tipo de situação que não acontece por acaso.

Aliás, estou convicto que a titularidade de Kléber nos primeiros dois jogos oficiais, particularmente neste último, tem dois objectivos:
1) Mostrar ao Falcao que ele não é indispensável e que, se não estiver no Porto de alma e coração, vai para o banco;
2) Testar o ponta-de-lança brasileiro em jogos e ambientes muito mais difíceis que os da pré-temporada.

E é aqui que a porca torce o rabo. Depois de uma pré-temporada em que excedeu as expectativas (pelo menos as minhas), nos dois jogos oficiais já realizados Kléber esteve muito nervoso e precipitado na hora de finalizar. Isto foi particularmente evidente neste último jogo, em que, após excelentes desmarcações, Kléber esteve três vezes isolado na cara do guarda-redes do Vitória Guimarães e das três vezes decidiu mal.

Kléber tem qualidade e a vontade de marcar os primeiros golos em jogos oficiais deve ser imensa. Contudo, o fantasma de Falcao, com Radamel sentado no banco de suplentes, parece estar a perturbar o avançado que veio do Marítimo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Seriedade à moda de Guimarães

"Nem o V. Guimarães, nem ninguém, consegue segurar uma combinação ofensiva como aquela que resultou no golo do FC Porto. Uma movimentação maravilhosa, com vários jogadores, onde quase não se consegue ver a bola, a não ser no fundo da baliza. Gostaria de ver outras equipas a conseguir fazer este tipo de combinações para que o campeonato esteja equilibrado no final da temporada. Espero não ter de encontrá-las muitas mais vezes, se não o caldo está entornado"
Manuel Machado, na flash interview

Uns minutos depois, na conferência de imprensa, o mesmo artista de verbo fácil, saiu-se com a seguinte declaração:

"Não me parece que tenha sido [penalty]. Assim fica complicado, perder é sempre difícil mas assim torna-se tudo ainda mais incomportável. Lamento sofrer um golo da maneira que foi, e peço aos intervenientes, a todos eles, que tenham mais seriedade."

Seriedade?

«Leonel Olímpio fez uma gravata a Sapunaru, cometendo uma grande penalidade inequívoca. Um lance que não oferecia dúvidas e no qual o árbitro esteve bem.»
Jorge Coroado

«Foi correcta a decisão do árbitro, pois o Leonel Olímpio, com o braço por cima de Sapunaru, agarrou-o e derrubou-o. Uma infracção passível de cartão amarelo e de grande penalidade
Pedro Henriques

«Com o seu braço esquerdo, Leonel Olímpio agarrou Sapunaru pelo pescoço. Cartão amarelo e grande penalidade eram as decisões que se impunham. Portanto, o árbitro tomou a decisão correcta.»
Paulo Paraty


O penalty assinalado contra o Vitória Guimarães é claríssimo, absolutamente inequívoco e não deixa dúvidas a ninguém que seja... sério.
Mas, será que Manuel Machado é uma pessoa séria e, após rever calmamente o lance, irá reconhecer que se precipitou nas declarações que fez no final do jogo?
Será que, tal como André Villas-Boas fez na época passada, Manuel Machado irá reconhecer que errou e pedir desculpas?
Duvido muito. Há "burros velhos" no futebol português que já não têm emenda.

domingo, 14 de agosto de 2011

De barba rija logo a abrir



Arrancada vitoriosa do FC Porto no campeonato, num jogo em que a equipa foi obrigada a arregaçar as mangas para suster a vantagem mínima ate ao final. Não faltaram momentos para que os últimos minutos da nossa equipa fossem mais tranquilos, mas lá na frente faltou eficácia. Sofreu-se, vestiu-se o fato de macaco e foi-se à luta, logo à 1ª jornada. E assim se vai construindo um campeão.

Num inicio de jogo lento e pastoso, com o Vitória a resguardar-se de calafrios de confrontos anteriores, a equipa azul e branca assumiu linha da bola sem grande velocidade. Apenas na segunda metade do 1º tempo a diplomacia foi jogada às malvas com Kléber a surgir na cara de Nilson. O primeiro de vários duelos. O conjunto da casa respondeu e numa das raras desatenções da retaguarda portista, com Rolando e Otamendi a ver a bola a passar, Barrientos conseguiu a proeza de não acertar com o remate.



Os últimos 5 minutos da 1ª parte foram intensos e bem jogados. O FC Porto puxava galões ao alto, e tornava-se finalmente incisivo nas redondezas da área vimaranense. Kléber, novamente diante de Nilson, falha escandalosamente o golo. Felizmente ele não tardou. Numa gravata de Leonel Olímpio a Sapunaru, surge o penalty indiscutível que nos garante os 3 pontos. Golo com assinatura de Hulk.

Nos segundos 45 minutos a equipa de Manuel Machado tentou subir um pouco. Procurou mais a bola e tentou assumir o jogo. Mas o controlo quase nunca escapou aos nossos rapazes. Lá na frente Kléber continuava a ode ao desperdício e Falcao acabou por rende-lo, naturalmente. Guarín esgotado cedeu o lugar a Rúben Micael e Belluschi fechou as substituições, promovendo, em sequência, o novo figurino táctico.


Houve tempo para El Tigre e Hulk espreitarem o golo. E o melhor momento vitoriano começou nos pés do nosso Incrível avançado. Os pormenores que o distanciam dos melhores. Enfim, teve graça, houve raça, viu-se entrega, mas também muita atrapalhação. Um relvado a fazer lembrar um jogo em pleno Novembro diluviano. Muita disputa e pressão. Ou não estivéssemos em Guimarães.

Três pontos no bolso, numa partida de barba rija e sempre complicada do nosso calendário. Vantagem sobre os directos adversários. Que melhor começo de campeonato?

Fotos rapinadas no site da organização presidida por aquele franciu que se gosta de armar ao pingarelho com o FC Porto.

Sentimento de desforra em Guimarães


Espero um Vitória a tentar aproximar-se do adversário e a fazer um resultado melhor ao que conseguiu na época passada, no encontro em casa. Isto é, não temos outra ideia que não seja vencer. (…) Esperamos corrigir os dois factores em que estivemos menos bem [no jogo da Supertaça], nomeadamente as bolas paradas e o movimento ofensivo. Se mantivermos o mesmo espírito guerreiro, e com a ajuda do nosso público, penso que temos mais hipóteses de fazermos melhor.
Manuel Machado, 12/08/2011


A equipa do FC Porto está em processo de afinação, com jogadores importantes ausentes e outros a chegar aos bocadinhos, havendo ainda a indefinição acerca dos que ficam e saem (nunca mais chega o dia 31 de Agosto…).

Neste contexto, o jogo da Supertaça deu indicações de que o desafio de hoje em Guimarães será bastante complicado. O Luís Carvalho já fez aqui a antevisão, referindo diversas situações relacionadas com a equipa do FC Porto, mas há um outro aspecto que me preocupa: a forma “guerreira” como os jogadores do Vitória actuaram no jogo de Aveiro, perante a complacência de Pedro Proença. Num jogo em que valeu quase tudo (tackles, agarrões, faltas sucessivas sobre os atacantes, etc.), o primeiro amarelo mostrado pelo árbitro de Lisboa a um jogador vimaranense foi aos 64 minutos!

Depois das derrotas na Final da Taça de Portugal e na Supertaça, o sentimento de desforra é grande no castelo de Guimarães. E, com uma arbitragem idêntica à de domingo passado, se o resultado se mantiver apertado, não tenho dúvidas que será muito difícil.

sábado, 13 de agosto de 2011

Dragõezinhos na TV


Mesmo sem exibições brilhantes (três vitórias, todas por 1-0, e um empate), a selecção portuguesa de Sub-20 apurou-se para os quartos-de-final do Mundial e vai hoje, a partir das 23h00 de Portugal continental, defrontar a Argentina.

Será uma oportunidade para os portistas verem em acção alguns dos dragões presentes neste Mundial Sub-20, nomeadamente Tiago Ferreira, Dias, Sérgio Oliveira e… Iturbe.

Dragon Force Brasil

Há tempos tinha lido qualquer coisa sobre isto, mas como a fonte era um jornal mouro e a coisa parecia-me tão megalómana nem dei muita relevância - só pensei os Deuses devem estar loucos.

Mas ontem O Jogo voltou à carga:
Daqui a dois meses será colocada a primeira pedra no "Dragon Force Brasil", academia do FC Porto naquele país idealizada há alguns meses e recentemente formalizada com todas as assinaturas necessárias para que a construção comece. O projecto custará 44 milhões de euros aos dragões e será comparticipado pela prefeitura de Pará de Minas Gerais, cidade onde as instalações se erguerão. Na coordenação técnica do projecto estará Carlos Alberto Silva, ex-treinador do FC Porto, agora com 71 anos, e campeão nacional em 1992 e 1993. "Poder dirigir um centro de treinos nos moldes que aqui está a nascer é um sonho que tinha. Espero vê-lo pronto, a funcionar e a trazer benefícios para Pará, Minas, Minas Gerais e Brasil", disse o técnico. O complexo terá um estádio para 15 mil espectadores, um pavilhão multiusos, um hotel e uma escola e servirá para que o FC Porto detecte talentos precoces, os forme e traga para a equipa principal. Segundo a projecção dos construtores, o Dragon Force Brasil estará pronto durante o ano de 2013.

Tudo isto me suscita muitas questões:
- Se não temos um centro de estágio próprio cá, vamos fazer um no Brasil?
- Vamos gastar 44 milhões, quase metade do custo do Estádio do Dragão? Qual a comparticipação da prefeitura?
- Vamos mesmo investir ou estamos a fazer franchising do nome?
- Quem está metido nisto, o clube, a SAD, a Porto Estádio, ...?
- Isto não é um acto de gestão do qual os sócios / accionistas deveriam ser informados antecipadamente? E com o qual deviam concordar? Isto não merecia um facto relevante na CMVM?
- Se tudo isto é mentira, quem perde tempo a desmentir notícias d'A Bola, não tem 5 minutos para escrever algo a desmentir isto?
- Se tem algum fundo de verdade, não era tempo de informar os accionistas, sócios, adeptos, ...?