terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Sobrou Casemiro

Do onze base desta época (os 11 jogadores mais utilizados por Lopetegui nos 23 jogos anteriores), sobrou apenas Casemiro como titular em Vila Conde.

Onze inicial do FC Porto em Vila do Conde

Para mim, este é o aspecto mais relevante do Rio Ave x FC Porto de hoje e é ilustrativo do modo como o FC Porto continua a encarar a Taça da Liga.

Em consequência disto, veremos, como diria Jorge Jesus, com que “andamento” os dragões irão chegar ao próximo jogo do Campeonato (em Barcelos), após uma paragem competitiva de 16 dias para grande parte dos habituais titulares.

De resto, Lopetegui voltou a dar uma oportunidade ao seu compatriota Adrián López, mas o “senhor 11 milhões” voltou a desperdiça-la de uma forma estrondosa.

Em sentido oposto, Ricardo Pereira, apesar de ser um extremo e estar num processo de adaptação a lateral-direito, voltou a agarrar a oportunidade e, na minha opinião, foi o melhor jogador do FC Porto.

Ricardo Pereira em acção no Rio Ave x FC Porto

O azar do Ricardo é o lateral-direito do FC Porto se chamar Danilo e ser, nesta altura, um dos 10 melhores laterais-direitos do Mundo.

Dois lamentos finais.

Se não era para ser titular, se não era para jogar, para quê convocar Helton, um jogador com 36 anos, saído de uma lesão grave?

Helton "congelado" no banco de suplentes

Estando Ivo Rodrigues no banco de suplentes, por que razão Lopetegui esgotou as substituições metendo Óliver, para jogar… numa ala?
Ah, já sei, porque, segundo Lopetegui disse na véspera do jogo, a Taça da Liga é uma competição interessante, com uma série de regras que favorece e regula a presença do jogador português jovem…

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Taça da Liga a pensar no Campeonato

«Sobre esta polémica gerada em torno da próxima eliminatória da Taça da Liga, que se disputa no dia 04 de Fevereiro de 2009, os participantes nesta votação consideraram que o FC Porto se deve apresentar ao jogo e deve “poupar todos os habituais titulares”, tendo esta opção reunido 51 votos (40%).
“Assumir a falta de comparência”, foi a segunda opção mais votada com 26% das votações (33 votos). As terceira e quarta opções foram “jogar com a sua melhor equipa” e “poupar apenas os jogadores com mais minutos” que obtiveram respectivamente 22 votos (17%) e 19 votos (15%).»


O JOGO, 27-12-2013
«Sendo uma competição sem história, sem prestigio (bem pelo contrário!), sem proporcionar o apuramento para competições europeias e com prémios monetários baixos (para os padrões do FC Porto), para que serve a Taça da Liga?
(…) a Taça da Liga é uma competição que serve, acima de tudo, para dar minutos aos jogadores menos rodados, testar outros e fazer algumas experiências.
Este ponto de vista é partilhado pelos responsáveis do FC Porto (ou vice-versa, para ser mais correcto), os quais têm seguido esta política desde que a Taça da Liga foi criada. Primeiro com Jesualdo Ferreira, nos últimos três anos, e esta época com André Villas-Boas.»


«(…) a Taça da Liga é a competição dos 3 S - sem história, sem prestigio e sem interesse competitivo. Acresce a isto que o prémio monetário para o vencedor é baixo, sendo inclusivamente um valor menor que o da Taça da Portugal (na época 2008/09, o vencedor da “Taça Lucílio Baptista” recebeu um total de 349 mil euros, o que corresponde a cerca de 0,37% do orçamento que a FCP SAD aprovou para esta época – 94,7 milhões de euros).
Para que serve então a Taça da Liga? Tal como defendi em anos anteriores, na minha perspectiva a Taça da Liga deve ser aproveitada para testar/avaliar jogadores, ensaiar novas soluções sectoriais e dar minutos aos jogadores novos e/ou menos utilizados.»


«(…) para mim a Taça da Liga é uma competição com um reduzidíssimo interesse competitivo e, sendo o FC Porto obrigado a participar e a ter de cumprir com as quotas mínimas em termos de jogadores, estou inteiramente de acordo com as opções que foram seguidas, quer por Jesualdo Ferreira, quer por André Villas-Boas.
A questão que se coloca é a seguinte: Havendo uma competição de regularidade – o Campeonato -, em que jogam todos contra todos a duas voltas; uma competição a eliminar – a Taça Portugal – envolvendo os clubes de todas as divisões; e uma competição entre os vencedores destas duas competições tradicionais – a Supertaça; porquê e para quê a Taça da Liga?
O que é que a Taça da Liga traz de novo, ou de diferente, relativamente às outras três competições nacionais?
Se nem sequer o seu vencedor é apurado para a Liga Europa, para quer serve a Taça da Liga?»


«(…) se em relação à Taça de Portugal compreendo (e na maioria das situações estou de acordo) que os treinadores do FC Porto poupem vários dos habituais titulares, na Taça da Liga ainda mais.
Na realidade, para um clube com o historial do FC Porto, cujas prioridades fundamentais (a nível desportivo e financeiro) são vencer o campeonato e atingir os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, para que serve esta aberração…, perdão, competição?
Para aumentar a notoriedade do clube a nível interno? Não.
Para enriquecer o currículo?
Compreendo que, por razões várias, o slb e a comunicação social que lhe é afeta procurem valorizar esta competição; compreendo que ganhar esta prova seja relevante para os clubes pequenos ou médios do nosso campeonato; mas algum portista, que tenha vivido as vitórias alcançadas nos últimos 30 anos, acha que é uma Taça da Liga que enriquece o currículo do FC Porto?»


Record, 22-03-2009
«(…) a Taça da Liga é, desde a sua criação (época 2007/08), um “nado morto”, sendo uma competição híbrida, sem lógica e sem interesse competitivo, ao ponto de vários jogos, incluindo de “clubes grandes”, não terem transmissão televisiva (foi o caso do Nacional x FC Porto da época passada). Como se isto não bastasse, a prova tem regulamentos pouco claros, que já foram alterados N vezes e, ainda por cima, ficou marcada por escândalos de arbitragem (os sportinguistas, e não só, chamam-lhe Taça Lucílio Baptista).»


O enquadramento e pressupostos competitivos da Taça da Liga não mudaram (deixou é de haver prémios financeiros para os clubes!) e, consequentemente, a minha opinião sobre a tacinha da Liga também não mudou. Penso hoje o mesmo que pensava no tempo em que o treinador do FC Porto era… Jesualdo Ferreira.

Assim sendo, o jogo de amanhã (Rio Ave x FC Porto) seria uma boa oportunidade para, no contexto da equipa principal, dar minutos a jogadores como Helton, Daniel Opare, Diego Reyes, José Campaña, Aboubakar ou… Ivo Rodrigues.

Contudo, há um aspecto que deverá ser ponderado por Lopetegui. Os jogadores estão sem competir desde o dia 19 de Dezembro e, no dia 4 de Janeiro, o FC Porto tem uma deslocação a Barcelos (tradicionalmente difícil) para o Campeonato.

Ora, não convém que uma parte significativa dos jogadores que irão ser titulares no Gil Vicente x FC Porto, cheguem a esse jogo com uma paragem competitiva de 16 dias!

domingo, 28 de dezembro de 2014

23 jogos depois…

Em 17 de Novembro, após os primeiros 17 jogos oficiais desta época, publiquei um texto com o título O “9 base” de Lopetegui.

Algumas das tendências que existiam confirmaram-se e, nesta altura, após 23 jogos oficiais – 14 para o Campeonato (D1), 8 para a Liga dos Campeões (LC) e 1 para a Taça de Portugal (TP) – os números dizem-nos que já se pode falar num onze base de Lopetegui:

Guarda-redes: Fabiano
Quarteto defensivo: Danilo, Maicon, Martins Indi, Alex Sandro
Trio do meio-campo: Casemiro, Herrera, Óliver
Trio de ataque: Brahimi, Jackson, Tello

Números dos primeiros 23 jogos do FC Porto (clique para ampliar)

Estes onze jogadores foram utilizados em, pelo menos, 18 dos 23 jogos oficiais já disputados pelo FC Porto e apenas um deles – Cristian Tello – tem menos de 1000 minutos nas pernas.

O 12º jogador (em termos de minutos de utilização) é Quaresma. Aliás, a diferença entre Tello e Quaresma não é muito significativa, mas o extremo emprestado pelo FC Barcelona leva uma pequena vantagem em termos de minutos, número de jogos e número de vezes em que foram titulares.

Entre os “não-titulares”, os mais utilizados por Lopetegui são Quaresma, Marcano, Rúben Neves, Quintero e Adrián López, todos já utilizados em, pelo menos, 10 jogos.

No pólo oposto, os menos utilizados por Lopetegui são: Diego Reyes, José Campaña, Kelvin, Ricardo Nunes, Helton, Daniel Opare e Otávio (os quatro últimos com zero minutos de utilização).
Perante estes níveis de (não) utilização, penso que ninguém ficaria surpreendido se, destes sete jogadores, dois ou três saíssem por empréstimo no minimercado de Janeiro.

Algumas curiosidades…

A melhor série do FC Porto foram os primeiros cinco jogos – 5 vitórias, 9 golos marcados, 0 golos sofridos – todos disputados em Agosto (numa altura em que até seria de esperar que a equipa não estivesse “bem afinada”).

Esta série foi interrompida em Guimarães (1-1), num jogo marcado por uma arbitragem tenebrosa de um árbitro em final de carreira – Paulo Baptista – em que foi anulado um golo limpo a Brahimi, ficaram por assinalar dois penáltis a favor do FC Porto e, ainda na 1ª parte, deveria ter sido expulso um jogador do Vitória.

À melhor série sucedeu a pior série, com apenas uma vitória nos cinco jogos seguintes (E-V-E-E-E).

Entre as duas derrotas (ambas no Estádio do Dragão, contra os rivais lisboetas da 2ª circular!), os dragões disputaram nove jogos, nos quais cederam apenas dois empates: no Estoril (2-2), em que, mais uma vez, o FC Porto foi prejudicado pela arbitragem e em casa contra o Shakhtar (1-1), em que Lopetegui decidiu poupar oito dos habituais titulares.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Árbitros que auxiliam o SLB

8 dos 37 pontos conquistados pelo SL Benfica neste campeonato (em quatro vitórias obtidas pela margem mínima), estão directamente ligados a decisões altamente “polémicas” (vamos chamar-lhes assim…) de árbitros auxiliares.



Golo anulado ao Boavista (2ª Jornada)

Golo anulado ao Rio Ave (9ª Jornada)

Golo anulado ao Nacional (10ª Jornada)

Golo validado ao SL Benfica (14ª Jornada)

Ou, dito de outra maneira, não fosse o “auxílio” de quatro árbitros auxiliares (nos jogos em que enfrentou o Boavista, Rio Ave, Nacional e Gil Vicente) e, provavelmente, nesta altura o SL Benfica teria menos 8 pontos.

E, nesta extensa lista de decisões favoráveis ao SL Benfica, protagonizadas por árbitros auxiliares, ainda tivemos um golo mal anulado ao Vitória de Setúbal (4ª Jornada), quando o SLB vencia por apenas 1-0, e um golo mal validado a Luisão (estava em fora-de-jogo), contra a Académica (11ª Jornada).

Golo anulado ao Vitória Setúbal (4ª Jornada)

Golo validado a Luisão (11ª Jornada)

A quem gere a arbitragem nacional, não interessa saber por que razão tantos árbitros auxiliares revelam esta tendência para se “equivocarem” a favor do SL Benfica?

Aliás, a coisa é tão bem feita, que nós, os adeptos, nem sequer sabemos o nome (já nem digo a cara) destes intervenientes no jogo - os árbitros auxiliares - os quais têm intervido, e de que maneira, nos resultados de alguns jogos.

Capa de O JOGO de 23-12-2014

Embora muito ao de leve, Pinto da Costa fez bem em ter chamado à atenção para os árbitros auxiliares, mas temo que o tenha feito demasiado tarde.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O top 100 do Guardian

O JOGO, 24-12-2014



Na minha perspectiva, mais interessante do que haver três jogadores do FC Porto neste Top 100 do “The Guardian” é não haver qualquer jogador do Sporting ou do SL Benfica.

Sim, podemos discutir a constituição do Júri e os critérios adoptados (necessariamente subjetivos);
podemos discutir a (falta de) visibilidade do campeonato português;
podemos discutir a influência do melhor ou pior desempenho das equipas portuguesas nas competições europeias (no ano 2014);
podemos discutir tudo isto e outras coisas, mas…

… por alguma razão, Brahimi, Jackson e Herrera estão no World's top 100 footballers 2014 do “The Guardian” e, por exemplo, Gaitan, Enzo Perez e Nani ficaram fora deste ranking.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Quero ser presidente do… SLB!

Luís Filipe Vieira e o BES


Querido Pai Natal,

Como sabes, sou sócio do Futebol Clube do Porto e, como prenda, gostava de ser presidente do… SL Benfica!

Sim, não é engano. Parece que o Luís Filipe Vieira também é (ou foi) sócio do meu querido Fê-Cê-Pê e, por aquilo que pude ler em jornais da Capital, desde que ele assumiu a presidência do clube do regime, tem convivido com gente poderosa, da política e da finança, e nunca mais lhe faltou capital… Consta mesmo, vê lá, que o homem, qual tio Patinhas, passou a “nadar” em dezenas ou centenas de milhões de euros. Para um ex-comerciante de pneus, é obra!


Luís Filipe Vieira entre "amigos"

Ah, e o Luís deve andar a divertir-se bastante com estas notícias de que está, ou esteve, a ser investigado. Como se algum dia, um presidente do clube do regime, enquanto estivesse em funções, pudesse ser incomodado pela Justiça portuguesa… LOL

Imagino que muitos “meninos” devem ter pedido a mesma prenda, mas olha que eu, este ano, portei-me bem (quer dizer, mais ou menos…).

Zezinho

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Eu quero ser como Vieira
Henrique Monteiro

Diário Notícias, 21-11-2013
Eu gostava de ser como Luís Filipe Vieira (tirando a parte de ele ser do Benfica, sendo eu do Sporting e talvez em matéria de orelhas prefira as minhas). Porque o Estado assumiu uma dívida do presidente do Benfica no valor de 17 milhões de euros. Vieira e a sua empresa deviam esse dinheiro ao BPN e parece que foi dado como incobrável.

Eu juro que não preciso tanto, mas se for preciso fico incobrável também. A mim quaisquer 170 mil, que é só 1% do que lhe perdoam, já me deixava feliz. Mas 1,7 milhões, ou seja 10% deixava-me muito rico, mas se não quiserem dar-me mais de 0,1%, ou seja 17 mil euros, eu já vos agradeço bastante.

Pensando melhor, isto deve ser tudo mentira, uma cabala contra o presidente do Benfica (apesar de ainda não ter visto qualquer desmentido). Porque um senhor que tem uma dívida de 17 milhões não deve poder estar à frente de uma instituição de utilidade pública que recebe dinheiros públicos. Se acaso o presidente do Sporting, do Porto ou do Braga forem também prejudicados por uma norma assim, paciência. Gosto muito do meu clube, mas gosto mais de contas bem feitas e de verdade e transparência.

Se for verdade, no entanto, deixem-me gritar: ESCÂNDALO! Ao pé disto, o que se diz dos políticos é – como dizia o Berardo – ‘penauts’, ou, em português, amendoins. Não gozem mais com o Zé pagante, porque eu sinceramente já não aguento!

Luís Filipe, grande homem. Andar todos os dias na televisão sabendo que nós lhe pagamos as dívidas (mesmo aqueles que como eu foram contra a nacionalização do BPN porque já sabiam no que ia dar…) é de homem. E de homem corajoso!

Eu não tinha cara para isso…


Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

domingo, 21 de dezembro de 2014

“Eles” [os árbitros] não deixam…

Fora-de-jogo (descarado) de Maxi Pereira precede golo do SLB (clicar na imagem para ampliar)

Já estivemos a ver [o golo do Benfica]. É um lance irregular e é uma pena perder assim. (…) Eles [encarnados] só marcaram num golo irregular.
João Vilela, jogador do Gil Vicente


(…) mostrámos qualidade e sofremos um golo em fora de jogo (…) Fechámos bem, com a nossa estratégia, e o Benfica só marcou em fora-de-jogo
Gabriel, jogador do Gil Vicente


Esse lance [o golo do Benfica, precedido de um claro fora-de-jogo] determina o jogo, é muito evidente. Perdemos o jogo, é claro que condiciona. Não me quero debruçar sobre o lance. Vi as imagens, o auxiliar estava bem posicionado e devia ter assinalado.
José Mota, treinador do Gil Vicente, durante a conferência de imprensa

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O JOGO, 22-12-2014
«O líder [do campeonato] voltou a aumentar a vantagem para seis pontos, mas com um triunfo sustentado num golo ilegal. (…) o Gil Vicente esteve na discussão do jogo até ao fim, mesmo sem ser brilhante, e ninguém ficaria escandalizado com o empate. No final os adeptos benfiquistas brindaram a equipa com assobios, totalmente justificados.»
Nuno Travassos, Maisfutebol


«Frente ao último classificado da prova, o líder Benfica esteve particularmente desinspirado e acabou por valer um golo irregular para arrecadar o 12.º triunfo da prova e manter a vantagem de seis pontos para o FC Porto no encerramento da Liga em 2014. (…) Numa partida sem grandes motivos de interesse, os mais de 40 mil adeptos que resistiram ao frio nas bancadas da Luz não tiveram direito a uma prenda natalícia mais convincente da sua equipa. Mas tiveram mesmo assim um brinde da arbitragem, que não assinalou um fora-de-jogo no lance do golo de Nico Gaitán, aos 30’.»
Paulo Curado, PÚBLICO

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Perante o que se passou no SL Benfica x Gil Vicente de hoje (e de mais 2 pontos que o clube do regime ficou a dever a um erro grosseiro de arbitragem), vou concluir com o mesmo texto que utilizei na passada sexta-feira (na sequência da eliminação do SL Benfica da Taça de Portugal), num artigo – Um campeão banal – que terminei da seguinte maneira:

E é por estas e por outras, que eu considero que será muito, muito, muito difícil o SLB perder a liderança do campeonato porque, parafraseando novamente Jorge Jesus (da vez em que foi ao estádio da Luz como treinador do SC Braga), “eles” (os árbitros) não deixam…

sábado, 20 de dezembro de 2014

8 segundos

«Os últimos seis minutos foram de grande emoção, com um constante ping-pong no marcador: os azuis e brancos conseguiam vantagem e os lisboetas respondiam sempre. Até que se chegou ao último minuto e Ricardo Moreira, na conversão de um livre de sete metros, pôs de novo os Dragões na frente (29-28), com apenas 12 segundos por jogar.
Depois de uma verdadeira rábula protagonizada pela equipa de arbitragem, o FC Porto ficou reduzido a apenas cinco jogadores para os últimos oito segundos, com Obradovic a ser sancionado e, aparentemente, também Edgar Landim, apesar do tempo estar parado. No último lance de ataque do Sporting, Alexis Hernandez originou um livre de sete metros e foi expulso, deixando nas mãos de Rui Silva e de Alfredo Quintana a decisão: ou se ia para prolongamento (e o FC Porto apenas poderia apresentar três jogadores de campo nos primeiros dois minutos) ou a Supertaça ia para o Dragão.»
in www.fcporto.pt

FC Porto vence Supertaça de Andebol (fonte: www.fcporto.pt)


No passado mês de Outubro, na sequência do jogo ABC x FC Porto, publiquei um artigo intitulado ‘Andebol de nove?’, onde escrevi o seguinte:

«O FC Porto venceu (26-23), mas a arbitragem dos senhores Tiago Monteiro e António Trinca de Lisboa, não pode ser branqueada, nem passar impune.
Não há que ter medo das palavras. Aquilo a que se assistiu no sábado, no pavilhão Flávio Sá Leite, (felizmente, o Porto Canal transmitiu o jogo em direto e todo o país pôde ver), foi a uma arbitragem vergonhosa da dupla lisboeta, que até parecia trazer alguma “encomenda” nesta sua deslocação a Braga. (…)»


No início de Dezembro, a propósito do FC Porto x SL Benfica (28 - 24), escrevi um artigo que intitulei ‘O 8º jogador’, onde escrevi o seguinte:

«O FC Porto venceu um jogo em que esteve a perder desde os segundos iniciais até ao minuto 41; em que teve mais jogadores excluídos pela dupla de arbitragem (chegou a ter dois em simultâneo); em que beneficiou apenas de um livre de 7 metros (contra sete que beneficiaram o SLB); mas em que contou, sempre, com o “8º jogador”.»


Hoje, em Águas Santas (Maia), a equipa de andebol do FC Porto voltou a ganhar (16ª vitória em 16 jogos oficiais disputados, esta época, a nível interno) e conquistou a 6ª Supertaça do seu historial. Contudo, o que se viu neste jogo, particularmente aqueles vergonhosos últimos 8 segundos, veio apenas confirmar algo que, para mim, cada vez é mais óbvio:

- o FC Porto tem a melhor equipa de andebol de Portugal;

- tudo indica, que os dragões irão ganhar (folgadamente) a fase regular do campeonato (disputada em poule, a duas voltas, todos contra todos);

- sendo a fase final do campeonato disputada num sistema de play-off, mesmo beneficiando do factor casa (se, como tudo indica, terminar a fase regular em 1º), o FC Porto terá de ser muito superior aos seus adversários (ABC, Sporting ou SL Benfica) para conseguir ganhar o heptacampeonato.


P.S. Quem não viu, sugiro que veja os últimos 12 segundos deste FC Porto x Sporting, disputado no pavilhão municipal de Águas Santas.

Parabéns ao Colectivo e aos Super Dragões


21’: [1-0] Manú puxou Danilo. Quaresma converteu o penálti de forma competente.

26’: [2-0] Tello cruzou e Jackson, completamente isolado e com a baliza escancarada à sua frente, limitou-se a “encostar”.

88’: [3-0] Quintero rematou, o guarda-redes do Vitória Setúbal (Ricardo Batista) defendeu para a frente e Brahimi limitou-se a empurrar a bola para o fundo da baliza.

90+3’: [4-0] Ricardo Batista derrubou Brahimi e foi expulso. Zequinha ocupou o seu lugar, mas foi incapaz de deter o penálti marcado por Danilo.

E sobre este jogo, contra um Vitória Setúbal que mais parecia uma equipa da distrital, é isto, não há muito mais a dizer, a não ser que o resultado foi muitíssimo melhor que a exibição fria dos dragões.

Numa noite gelada, em que grande parte dos jogadores azuis-e-brancos pareceram mentalmente congelados, a única coisa de verdadeiramente positiva foi o comportamento das duas claques do FC Porto que, mesmo durante os períodos mais sombrios da exibição portista, nunca se cansaram e nunca deixaram de tentar puxar pela equipa.

Parabéns aos elementos do Colectivo e dos Super Dragões que, esta noite, estiveram no Estádio do Dragão.



P.S. O FC Porto é obrigado a ficar com Cristian Tello dois anos? Ou, se as exibições de Tello continuarem a ser do nível da de hoje, poderá devolvê-lo ao Barça no final desta época?

P.S.2 A entrada de Brahimi ao minuto 87, após ter estado a aquecer desde o início da 2ª parte, fez-me lembrar um caso idêntico: a entrada de Quaresma, ao minuto 88, no jogo que o FC Porto disputou em Lille. Muito bem, é assim que se lida com as “vedetas da companhia”, quando eles começam a pensar que são maiores do que a EQUIPA.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Um campeão banal

“… vendo a banalidade que é este SL Benfica, eu ainda quero acreditar que é possível e, por isso, jogadores e adeptos não podem baixar os braços”


De facto, este SL Benfica 2014/2015 é uma equipa banal (sem qualquer sombra de dúvida, a equipa encarnada mais fraca da era Jorge Jesus). E não é por ter ganho no Estádio do Dragão (onde, esta época, também empatou o recém promovido Boavista), que passou a ser uma equipa melhor.

Record, 19-12-2014
A derrota de ontem, em casa, frente ao SC Braga (a segunda derrota que, em poucas semanas, Sérgio Conceição impôs a Jorge Jesus), veio apenas confirmar que os 5 pontos em 18 possíveis, conquistados pelos encarnados de Lisboa nos seis jogos da Fase de Grupos da Liga dos Campeões, não foram obra do acaso. Ou melhor, se calhar até foram, porque nos dois jogos que o SL Benfica fez contra o AS Monaco, a equipa de Leonardo Jardim foi melhor e merecia muito mais.

Significa isto que estou mais optimista do que estava há cinco dias atrás?

Não. Apesar de mais uma derrota do SLB (a segunda em pleno estádio da Luz e a 5ª derrota em jogos oficiais esta época), vi coisas no jogo de ontem que confirmam um determinado padrão.

Que coisas?

Jonas apoia-se e impede o defesa do SC Braga de saltar no golo do SL Benfica (fonte: Maisfutebol)

Poderia falar de várias situações, mas vou dar dois exemplos “invisíveis” (que não fazem parte dos resumos do jogo e de que ninguém fala), do que foi a “uniformidade de critérios” e “coerência” do árbitro deste SL Benfica x SC Braga, em termos disciplinares.

Durante os primeiros 45 minutos do SL Benfica x SC Braga, o bracarense Rúben Micael sofreu 5 ou 6 faltas, quase todas cometidas por Enzo Pérez, duas das quais para cartão amarelo (conforme foi reconhecido pelo próprio comentador da Sport Tv, o benfiquista Pedro Henriques). Pois bem, não só Enzo saiu do jogo (ao intervalo) com a folha disciplinar limpinha, como Rúben Micael, na 1ª falta que cometeu na segunda parte (ao minuto 56, junto à área do SLB…), viu imediatamente um cartão amarelo.

Mais. Tal como já tinha acontecido no jogo em Braga, para o campeonato, a equipa de Sérgio Conceição, depois de estar a perder, deu a volta ao resultado e colocou-se em vantagem no marcador ao minuto 58. Pois bem, apenas três minutos depois, o senhor Artur Soares Dias (lembram-se dele do SL Benfica x FC Porto da época passada?) foi implacável com o guarda-redes bracarense (o russo Stanislav Kritciuk) e mostrou-lhe um cartão amarelo por estar a queimar tempo. Nem aviso, nem nada, zás, toma lá um amarelo e ficas avisado (condicionado) para o resto do jogo.
Aliás, ao minuto 61, cinco jogadores do SC Braga já estavam amarelados e, no final, o SC Braga “ganhou” por 6 a 1 em cartões amarelos…

E nem sequer vale a pena falar no penalty (mais um!) que ficou por assinalar contra o SLB, devido a um corte com a mão, de Jardel, em plena área benfiquista. Além de ter sido um lance de descarada mão na bola e de não haver a desculpa de ter sido à “queima roupa”, foi na sequência de uma bola parada. Como diria Jorge Jesus, os árbitros não viram porque não quiseram…

E é por estas e por outras, que eu considero que será muito, muito, muito difícil o SLB perder a liderança do campeonato porque, parafraseando novamente Jorge Jesus (da vez em que foi ao estádio da Luz como treinador do SC Braga), “eles” (os árbitros) não deixam…

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

“Favoritos” surpreendidos pelo FC Basel

Conforme escrevi antes do sorteio dos Oitavos-de-final da Liga dos Campeões, ponderando diversos aspectos, a minha preferência era o Bayer Leverkusen.

Contudo, se considerarmos, apenas, o grau de dificuldade teórico, penso que o FC Basel seria a melhor opção entre os sete clubes possíveis (juntamente, talvez, com o Schalke 04, que não deixou grande imagem nos jogos contra o Sporting).

Dito isto, o tom e a forma como a generalidade da comunicação social lisboeta… perdão, portuguesa, reagiu a este sorteio, acentuando a facilidade do adversário que calhou ao FC Porto (só faltou dizer que os dragões tinham um tapete vermelho estendido até aos Quartos-de-final), parece-me completamente despropositada.


«O Basileia é a equipa menos cotada e a segunda pior classificada no ranking entre as que poderiam calhar ao FC Porto nos oitavos de final da Champions. Ocupando o 17º lugar fica, apenas, acima da Juventus, que é 21º
in Maisfutebol, 15-12-2014

«O FC Porto nunca defrontou o Basileia nas competições europeias, mas o clube suíço cruzou-se várias vezes com adversários portugueses na última década. E o registo é claramente favorável aos clubes nacionais. Foram seis confrontos com o Sporting e mais dois com o Benfica: metade na Liga dos Campeões, a outra metade na Liga Europa. De todos eles, o Basileia apenas venceu um, precisamente o último
in Maisfutebol, 15-12-2014


Estes factos são corretos mas, se olharmos para eles mais de perto, verificamos que as quatro derrotas do FC Basel em jogos com o Sporting foram todas há mais de seis anos (nem sei se algum jogador dessa altura ainda se mantêm nas duas equipas).

Jogos do FC Basel contra equipas portuguesas

Ora, se considerarmos um período mais recente, constatamos que, nos últimos três anos, o FC Basel só perdeu um dos quatro jogos que disputou contra equipas portuguesas.

Mais. Analisando o desempenho do FC Basel nas competições europeias ao longo dos últimos três anos (épocas 2011/2012 a 2014/2015), encontrei onze jogos em que a “pera doce” suíça se transformou em “chocolate amargo” e surpreendeu alguns dos principais clubes europeus.

11 jogos recentes do FC Basel nas competições europeias (épocas 2011/2012 a 2014/2015)

Em termos teóricos, o FC Porto parte para esta eliminatória na pele de favorito, mas convém que toda a gente, a começar pelo treinador e jogadores portistas, se lembrem do que aconteceu ao “favorito” Manchester United de Sir Alex Fergusson (na época 2011/2012), ao “favorito” Tottenham de André Villas-Boas (na época 2012/2013), ao “favorito” Chelsea de Mourinho (na época 2013/2014) e, já esta época, ao “favorito” Liverpool.

Momento em que o árbitro apitou para o fim do Liverpool x FC Basel

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

É complicado...



Este tipo de derrotas são as mais difíceis de digerir e não apenas por ter acontecido contra o nosso principal rival.
Desta vez, contra o que frequentemente acontece, esta não teve causas óbvias e, por isso mesmo, as obrigatórias correcções poderão levar mais tempo.

Sim, é certo que, hoje por hoje, um Quaresma tem ainda mais futebol e experiência do que um verde Tello e que, por isso mesmo, deveria ter mais "tempo de antena" em campo. É também verdade que Óliver promete sempre muito mais do que aquilo que na realidade produz. E, se formos bem a ver, temos também um razoável número de titulares que dificilmente poderão ser considerados mais de que apenas "regulares" em termos de qualidade e classe (Fabiano, Marcano, Herrera e até, muito provavelmente, Casemiro).
Sendo tudo isto certo, o facto é que ainda soa a pouco para explicar estes 0-2.

O resultado é um misto de azar e de erros individuais (Danilo, Fabiano, Herrera e, em menor escala, Jackson).
O FCP fez muita coisa bem até sofrer o primeiro golo. Só depois, sim, é que deixou de ter a cabeça no sítio certo. O próprio slb terá perdido muitos jogos no Dragão em que terá feito bem mais do que neste Domingo. A questão é que, nas mais recentes épocas, o slb precisa de metade das nossas oportunidades para marcar o dobro dos golos. Para além disso, o árbitro auxiliar do slb-Rio Ave, explicou-nos, na perfeição, o resto que falta aqui dizer.
E, assim sendo, 6 pontos ressoa mesmo a sentença de morte. Eles que perderam apenas 5, até ao momento...

E isto nem começou aqui.

Colocando de parte os "compreensíveis" empates em Guimarães (sim, este com "mãozinha") e em Alvalade, a nossa primeira "morte" aconteceu mesmo naquela chuvosa noite contra o Boavista no Dragão (ainda hoje estamos para perceber a razão de Jackson ter escolhido jogar, na primeira parte, para a baliza onde o relvado pior se encontrava...).
Depois, o 2-2 no Estoril fez o resto, A partir desse empate estávamos mesmo obrigados a bater o slb em casa. Coisa, já se sabe, nunca garantida.

Demasiada pressão para ainda antes do Natal.

Que, ao menos desta vez, na Champions façamos a nossa obrigação de passar aos "quartos" dada a nossa clara superioridade em relação ao adversário. Que as derrotas passadas com Schalke e Málaga nos tenham servido de lição definitiva.

Quanto à liga, pouco mais nos resta que continuar a fazer a nossa obrigação e sofrer.
O que é uma pena pois, inversamente ao nosso rival, já vencemos outros campeonatos em que a nossa matéria-prima não era tão interessante como esta actual.

P.S.: A factura de não termos comprado o Lima continua por saldar...

Mão na bola ou bola na mão

Ponto prévio: não acho que tenha sido pela arbitragem que o FCP perdeu com o slb. 

Mas como já disse aqui anteriormente, acho que o árbitro esteve muito mal na tolerância do anti-jogo, esteve relativamente mal no critério disciplinar e esteve em geral bem no capítulo técnico.

Com uma excepção, e uma excepção em que - pelo que tenho visto - discordo de praticamente toda a gente, portistas incluídos (o que não me incomoda nada, já que não tenho espírito de manada, seja pela positiva ou pela negativa): o golo anulado a Jackson.

Parece-me que em Portugal se tornou moda tomar como falta todo e qualquer lance em que haja contacto da bola com a mão, desde que o jogador tire daí vantagem. E de facto o Jackson tirou vantagem do lance (já o FCP não, já que o remate que Jackson interceptou levava o selo de golo).

Ora onde a porca torce o rabo é que não é isso que as regras dizem: o que interessa é a intencionalidade. Ora revendo o lance parece-me que Jackson não tem intencionalidade de jogar com a mão; pelo contrário, na fração de segundo em que reagiu, pareceu querer afastar o braço do lance (o braço não vai na direcção da bola, mas sim a afastar-se).

Até aceito que haja quem discorde de mim na base de que pensam que houve mesmo intencionalidade; o que não aceito é que o façam dizendo que a intencionalidade não interessa.

Aqui ficam as regras sobre o assunto, para que o pessoal perceba o que dizem de uma vez por todas:

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A lei diz que tocar a bola com as mãos implica um acto deliberado em que o jogador toma contacto com a bola com as mãos ou com os braços. O árbitro deve ter em consideração os seguintes critérios:
  1. O movimento da mão na direcção da bola (e não a bola na direcção da mão);
  2. distância entre o adversário e a bola (bola inesperada)
  3. A posição da mão não pressupõe necessariamente uma infracção
  4. O facto do contacto com a bola ser feito com um objecto que tem na mão (peça de vestuário, caneleira, etc.), não deixa de constituir infracção.
  5. o contacto com a bola ser feito através de um objecto lançado com as mãos (bota, caneleira, etc.) também constitui infracção.

A lei não é muito clara em relação a aspectos como o facto de ter o braço junto ao corpo ou os braços afastados. Salienta-se o facto de, para ser penalti, tem de haver um acto deliberado, ou seja, alguma intencionalidade em usar o braço na jogada. Como tal, abrir os braços durante um salto para impedir por exemplo um centro, pode ser considerado uma intencionalidade e um uso dos braços para a jogada, e na minha interpretação da lei, nestas situações é passível de grande penalidade. Note-se que o movimento da mão na direcção da bola é o único movimento considerado para marcar a falta, e não o movimento da bola na direcção à mão.
Quanto à distância, fica ao critério do árbitro em decidir se esta é curta o suficiente para que qualquer movimento da mão em relação à bola não seja considerado intencional, uma vez que o tempo decorrido é menor que o tempo médio de reflexos do jogador. Só a partir do tempo médio de reflexos do jogador é que se pode dizer que qualquer movimento de braços do jogador é consequência directa da sua intencionalidade para com a jogada.

Em resumo: é penalti só se o jogador mexer o braço com intenção de tocar a bola, independentemente de onde se situar o braço (junto ao corpo ou afastado).

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Whatsapp do Dia

Não gosto de falar de sorte ou de azar - como muita gente fez, e com alguma razão, em relação ao jogo de ontem - mas uma coisa é certa: os deuses da bola estiveram connosco no sorteio dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões Se a memória me não atraiçoa, trata-se também do nosso primeiro regresso a Basileia desde a nossa estreia em finais europeias, na Taça dos Vencedores de Taças de 1984. Desperdiçar esta clara oportunidade de, apenas pela segunda vez desde o nosso êxito de 2004, avançar para os quartos-de-final seria, a meu ver, pior que a derrota de ontem. Mas estou convicto que não falharemos. E depois disso...nunca se sabe.

Eu ainda quero acreditar

A tristeza de Jackson no final do FC Porto x SL Benfica (fonte: Maisfutebol)

Custa sempre perder com o SL Benfica, seja em que modalidade for.
E custa ainda mais perder em pleno Estádio do Dragão, principalmente se o jogo for para o Campeonato.

A noite de ontem estava muito fria mas, no final do jogo, os portistas estavam a “ferver”. Ora, como a quente se dizem muitos disparates, ontem abstive-me de dizer o que quer que fosse (já chegam os disparates que eu disse durante o jogo).

O JOGO, 15-12-2014
Numa análise a frio, o jogo de ontem, golos à parte, foi aquilo que eu estava à espera.
Contra um SLB que joga pouquinho (na minha opinião é a equipa encarnada mais fraca da era Jorge Jesus), o FC Porto, sem deslumbrar (longe disso), dominou do primeiro ao último minuto, superiorizando-se em todos os indicadores do jogo – posse de bola, ataques, cruzamentos, remates, oportunidades de golo, cantos e livres.

Mas houve duas coisas que não estavam no “Programa das Festas”:

i) a defesa menos batida do campeonato (até este jogo) a oferecer dois golos de bandeja, em erros não forçados e sem que o SL Benfica tenha feito seja o que for (nesses lances ou no resto do jogo) para justificar marcar um golo que fosse;

ii) o melhor ponta-de-lança a jogar em Portugal ter um desempenho 100% perdulário (incrível a forma como Jackson falhou um golo feito, após um excelente cruzamento do Quaresma, na 2ª bola que enviou à trave);

O certo é que o FC Porto perdeu em casa e, por isso, é muito fácil “bater” no treinador (e, já agora, “bater” também no Antero, na SAD, no Presidente, etc.) mas, depois de um jogo destes, em que, à meia hora, os jogadores encarnados ainda não tinham sequer importunado Fabiano, custa-me ir por esse caminho.

Prefiro olhar para quatro aspectos da exibição portista que, não sendo inéditos, neste jogo voltaram a ser notórios e que precisam de ser corrigidos/resolvidos:

1) As bolas paradas ofensivas – Falta um jogo para a paragem de Natal e o FC Porto continua pouco mais do que inconsequente nas bolas paradas ofensivas (cantos e livres, porque dos penalties já nem falo…). Admito que as treinem mas, nos jogos, não se veem jogadas estudadas bem trabalhadas e, muito menos, resultados concretos desse “trabalho de laboratório”. Mais. Nuns jogos o jogador encarregue das bolas paradas é Quaresma, noutros Quintero, ontem foi Tello e nenhum deles o tem feito de forma capaz.

2) As bolas paradas defensivas – Ainda não percebi se Lopetegui quer que os jogadores defendam individualmente, à zona ou um misto das duas coisas. O que eu sei é que os jogadores (e os adeptos!) tremem nas bolas paradas defensivas e os últimos dois jogos – Shakhtar e SL Benfica – foram exemplares das fragilidades que a equipa revela nestes lances. Sofrer golos de bola parada é sinal de adversários mal estudados e de insuficiente trabalho nos treinos.

3) A dupla de Centrais – Já falei neste assunto várias vezes. Mais do que o valor individual de cada defesa-central, importa avaliar uma dupla como um todo. Ora, chegados a esta altura da época (após quase 30 jogos, entre particulares e oficiais), o FC Porto ainda não tem uma dupla estabilizada e rotinada. Pior. O elemento comum – Martins Indi – às duas duplas mais utilizadas por Lopetegui, quando faz dupla com Maicon joga do lado esquerdo e quando faz dupla com Marcano joga do lado direito! O centro da defesa é um elemento crucial de qualquer equipa e, com esta sucessiva rotatividade imposta por Lopetegui, não vamos lá.

4) O Guarda-redes – Fabiano é um guarda-redes grande, mas não é, nem nunca será, um grande guarda-redes. Debaixo dos postes é bom, mas o “gigante” brasileiro tem limitações que são conhecidas e que ontem voltaram a ser visíveis: é mau a jogar com os pés, é lento a executar e a reagir e, nas saídas da baliza, deixa muito a desejar. Por aquilo que já mostrou, Andrés Fernandez também não parece ser guarda-redes para uma equipa de top (Lopetegui identificou cedo o problema e, por alguma razão, queria que a SAD tivesse contratado Keylor Navas… antes do Mundial). Se Helton estiver fisicamente recuperado a 100%, não tenho dúvidas que é a melhor solução existente no plantel atual.


Estou convencido que este campeonato ficou ontem entregue (ao SL Benfica), mas ainda faltam muitos jogos e há uma réstea de esperança.

Para alimentar essa pequena chama, eu recordo um FC Porto x Panathinaikos (Quartos-de-final da Taça UEFA 2002/2003, 1ª mão), disputado no Estádio das Antas (que saudades!), em 13 de Março de 2003, que os dragões dominaram completamente, mas perderam por 0-1.

No final do jogo, José Mourinho, ao atravessar o relvado, virou-se para a Superior Sul, onde estavam os Superdragões, e fez este gesto:

José Mourinho no final do FC Porto x Panathinaikos, da época 2002/2003

No jogo seguinte, os Superdragões mostraram uma tarja onde se podia ler: «Se vocês acreditam nós também acreditamos».

Faço daqui um apelo aos Superdragões, para recuperarem essa tarja já no próximo jogo.

Sim, eu sei que, ao contrário de 2003, o FC Porto deixou de depender só de si para conquistar este campeonato; eu sei que esta equipa não se compara ao FC Porto 2002/2003 (na minha opinião, a melhor equipa de sempre do FC Porto); e, claro, Julen Lopetegui está muito longe de ser um treinador de top internacional (como é José Mourinho); mas, vendo a banalidade que é este SL Benfica, eu ainda quero acreditar que é possível e, por isso, jogadores e adeptos não podem baixar os braços.

domingo, 14 de dezembro de 2014

SMS do dia

"Pido "temporalmente" disculpas a los adeptos"

O treinador do FC Porto inventou uma nova forma de desculpar-se. A forma "temporal".
Claro que Lopetegui não tem culpa de ser um treinador fraquissimo, sem qualquer ideia de jogo e que foi totalmente engolido por um Jesus em modo "raposa" que soube explorar muito bem as nossas fragilidades. Lopetegui também não tem culpa de ter perdido os dois jogos em casa contra Sporting e Benfica porque são coisas que passam. Lopetegui também não tem culpa que o FC Porto tenha interrompido quase uma década sem perder em casa contra o Benfica para a liga. Felizmente para os portistas Lopetegui só tem culpa de ter sido escolhido por gente ainda mais incompetente que ele que transformaram o FCP num cordeirinho que está a caminho de testemunhar uma mudança de ciclo histórica. Quem dirigia o clube sabia a importância desta época e com o Benfica a seis pontos e sem Europa em Dezembro só lhes toca rezar. E rezar muito. Para isso tinham trazido o Scolari e a "Virgem" com ele!

Comparar o incomparável

«Más notícias para o treinador José Couceiro: três dos elementos-chave do Estoril saíram do jogo com o Dínamo Moscovo “tocados” e estão em dúvida para a receção ao FC Porto, amanhã [9 de Novembro] à noite. Kléber, Diogo Amado e Kuca juntam-se assim a Balboa, Mano e Bruno Miguel no grupo de lesionados e, dado o pouco tempo que falta até ao duelo com os dragões, podem mesmo falhar a partida. (…) Os três jogadores não se treinaram ontem [7 de Novembro], tal como os outros que nem foram a Moscovo (…)»
in record.pt, 08-11-2014


Claro que há quem tenha memória muito curta e ontem, para os mais distraídos, o treinador do Estoril – José Júlio de Carvalho Peyroteo Martins Couceiro – recordou o motivo que o impediu de utilizar Kléber no jogo contra o FC Porto, da 10.ª jornada do campeonato:

Três dias antes jogamos em Moscovo contra o Dínamo e o Kléber saiu lesionado por volta do minuto 72.
Tive indicações claras do departamento médico de que não o podia utilizar contra o FC Porto. Ele já não estava a 100% no jogo com o Belenenses [no dia 26 de Outubro], depois fomos a Moscovo e o Kléber saiu lesionado. Voltou a jogar? Sim, contra o PSV Eindhoven [no dia 28 de Novembro].
Sabíamos desde início que o Kléber não competia há quase dois anos. Começou a trabalhar connosco no início de Setembro e está agora a entrar num período melhor. Ele vai crescer, devagarinho, sem nos precipitarmos. Todos sabemos que ele tem um potencial fantástico, mas não podemos exigir dele aquilo que ainda não pode dar.


Mais do que responder às idiotices de Bruno de Carvalho, o sobrinho-neto de Fernando Peyroteo e candidato derrotado nas últimas eleições do Sporting Clube de Portugal, respondeu a todos aqueles (jornalistas, comentadores, etc.) que quiseram lançar poeira e inventar um caso.

José Couceiro enquanto candidato à presidência do Sporting

Eu sei que isso dá jeito a muitos defensores da “verdade desportiva”, mas só por desonestidade intelectual ou evidente má fé, se pode meter no mesmo saco a situação do Kléber com o inaceitável caso Miguel Rosa – Deyverson.


P.S. Se o empréstimo de Kléber ao Estoril possibilitar a recuperação de um ponta-de-lança, que parecia perdido para o futebol, isso são boas notícias para o jogador, para o Estoril, mas também para a FC Porto SAD que, deste modo, ainda pode vir a recuperar um importante “activo”.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Os brasileiros do FCP e do SLB

Ontem, a redacção portuguesa do UEFA.com escolheu um “onze” de jogadores brasileiros que se destacaram na fase de grupos da UEFA Champions League, onde constam quatro jogadores do FC Porto e… zero do SL Benfica:

Guarda-redes: Fabiano (FC Porto)
Lateral-direito: Danilo (FC Porto)
Defesa-central: Maicon (FC Porto)
Defesa-central: David Luiz (Paris Saint-Germain)
Lateral-esquerdo: Marcelo (Real Madrid)
Médio-defensivo: Casemiro (FC Porto)
Médio-direito: Alex Teixeira (Shakhtar Donetsk)
Médio-esquerdo: Lucas Moura (Paris Saint-Germain)
Médio-centro: Willian (Chelsea FC)
Avançado: Neymar (FC Barcelona)
Avançado: Luiz Adriano (Shakhtar Donetsk)


A BOLA, depois de, na quarta-feira passada, ter antecipado o clássico entre dragões e águias (talvez para evitar falar no “excelente” desempenho europeu do SLB…), dizendo que os encarnados de Lisboa vinham ao Estádio do Dragão para ganhar…



… hoje decidiu “responder” à redacção portuguesa do UEFA.com:


E, claro, A BOLA não se esqueceu de salientar que o lateral-direito do FC Porto está de saída, enquanto que o lateral-direito do SL Benfica está perto na renovação. O costume…

1500 bilhetes… para sócios

O JOGO, 13-12-2014


A propósito disto

… a 48 horas do FC Porto x SL Benfica, ainda havia 1500 bilhetes disponíveis…

… mas só para sócios do Futebol Clube do Porto.

Por que razão, no dia do jogo, não é aberta a venda ao público em geral (adeptos portistas, adeptos benfiquistas e adeptos de outros clubes)?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Adeptos de sofá

O seguinte artigo de opinião chegou-me por email (recuso-me terminantemente a visitar sequer o site deste pasquim). Apesar de ser escrito por uma lampiã, concordo com o ponto essencial (diga-se de passagem, como ponto totalmente acessório, que pelas imagens que vi até pensei que tivessem estado muito menos no galinheiro no jogo em questão):

'Grande parte do País padece de uma doença que desconhece. Clubite aguda. Doença essa que não pressupõe que o enfermo goste de futebol. Na verdade, bem antes pelo contrário.
A clubite aguda, um pouco como a doença bipolar, manifesta- se em estados de euforia e de depressão. Um dia está tudo bem, no outro é só trevas. Talvez estarei a exagerar (estou, claro, é uma coisa que gosto de fazer), mas na terça-feira tivemos um grande exemplo de clubite aguda no Estádio da Luz, manifestada na sua pior forma. Num jogo de Champions, frente a uma das boas equipas alemãs, apareceram 17 mil pessoas. O jogo não contava para nada? Era dia da semana? Estava frio? Sim, para tudo. Aliás, aquilo não era bem frio, era como se um icebergue estivesse a correr na minha direção. Mas não me parece que isso seja desculpa para tal debandada. 
Aqui está a prova que nós, portugueses, não gostamos de futebol. Gostamos de clubes e, normalmente, só gostamos deles quando ganham. As clareiras que na terça- -feira se viram nas bancadas do Estádio da Luz dão um ar muito pobre ao adepto português, ainda para mais numa competição transmitida a nível planetário. E o que terão pensado os adeptos alemães presentes, eles habituados a não haver sequer uma cadeirinha à vista a cada jornada da Bundesliga! Nem é preciso ir mais longe.O Borussia Dortmund vai passeando indigente pelos últimos lugares do campeonato. O estádio? 81mil pessoas, sempre. Para o bem e para o mal. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da vida deles.' LÍDIA PARALTA GOMES Jornalista do diário ‘Rascord


Bem, a situação no nosso FCP (que é o que me interessa) não é tão diferente como isso da do slb ou do SCP: quando a coisa corre bem há grandes clareiras nas bancadas, e quando corre mal - o que é muito mais raro connosco, felizmente - é um autêntico deserto. 

A crise económica é usada frequentemente como desculpa para as fracas assistências. 

Ora, antes de mais, reparei que quem tem lugar anual (e é a maioria do estádio) nao tem desconto por não aparecer... mas temos muito jogos em q só para aí metade desses lugares anuais, ou pouco mais, é que estão ocupados (muitos deles por familiares ou amigos do dono do lugar). Logo por aí a bota não bate com a perdigota.

Em segundo lugar, com crise ou sem crise (basta olhar para as assistências de há 10 anos atrás, em que as assistências eram semelhantes), os estádios portugueses estão regra geral vazios ou meio-vazios (aliás, há 6 anos atrás já eu falava disso aqui no RP). O problema é portanto crónico, acima de tudo.

Em terceiro lugar, se é verdade que o poder de compra (mesmo sem crise) não é equiparável ao que se vê numa Alemanha, também é verdade que:

1) os bilhetes/lugares anuais em Portugal são muito mais baratos

2) o nosso estádio tem uma capacidade muito menor do que os 80mil do B. Dortmund, e por acaso até temos mais adeptos a menos de 30mins do estádio do que o B. Dortmund (e da esmagadora maioria dos «tubarões» europeus).

3) mesmo que muitos portistas não tenham condições financeiras para ir ao estádio (ainda mais hoje em dia), certamente pelo menos metade dos adeptos devem tê-la. Ora 50% que seja dos portistas no Grande Porto é equivalente a 10x a capacidade do Dragão. Repito: 10 VEZES.

Finalmente, vejo pessoal que também se desculpa com o tempo para não ir ao estádio; curiosamente não vejo ninguém com essa desculpa em países com um clima muito mais inclemente.

Haverá sem dúvida outros factores que servem de atenuante (como os horários, por exemplo; já no extremo oposto as condições de acesso por transporte público ou privado e estacionamento são do melhor que há no Mundo), mas concluo que os adeptos em Portugal fundamentalmente são mais «espectadores» que propriamente «adeptos». A experiência pessoal que tenho em Inglaterra e Alemanha (directa- ou indirectamente em conversas com os muitos amigos que lá tenho) só reforça essa percepcão.

PS - aparte: o que é indiscutível é que, até ao fim da época, TODOS os adeptos do slb vão ser meros espectadores de sofá no que à Europa diz respeito.