terça-feira, 28 de novembro de 2017

Farsa em tons de encarnado

No dia seguinte ao CD Aves x FC Porto, o SLB, através da sua conta de Twitter oficial para a imprensa, divulgou um vídeo com imagens do lance do penálti (não assinalado) sobre Danilo, acompanhado do seguinte texto:

A farsa do penálti que na verdade nunca existiu. E as imagens do VAR devem ser muito mais concludentes

Análise ao vídeo manipulado feita na CMTV (clicar na imagem para ampliar)

Ontem, após uma análise frame a frame, feita por um técnico de imagem da CMTV, o qual comprovou que o vídeo difundido na conta do Twitter ‘SL Benfica Press’ tinha sido manipulado, o SLB tentou escapulir-se:

O SL Benfica reafirma que não efectuou nenhuma manipulação da gravação difundida. Feita uma perícia interna a única ocorrência que pode explicar alguma discrepância tem a ver com a fonte de onde foi obtida a gravação.

Pois, no vídeo difundido pelo SLB “só faltava um frame” que, por mero acaso, é aquele onde se vê o pontapé do jogador do CD Aves na perna do Danilo. Uma “pequena” discrepância…

O Francisco J. Marques‏ já comentou esta tentativa de “sacudir a água do capote”…


Mas eu acho que estamos a ser injustos e devíamos agradecer ao departamento de comunicação do SLB por, ao propagar um vídeo manipulado, ter contribuído para três coisas:

Capa do CM de 28-11-2017
1º) A colocação de um lance polémico do CD Aves x FC Porto na agenda mediática de programas de televisão e jornais (veja-se a capa do Correio da Manhã de hoje).

2º) A demonstração que, tal como já era notório com a divulgação dos e-mails, a atual estrutura do SLB é composta por indivíduos sem escrúpulos, que não olham a meios para atingir fins.

3º) Sublinhar a farsa que existiu no CD Aves x FC Porto, em que, no minuto 90, ficou por assinalar um penálti indiscutível a favor do FC Porto.


De facto, o penálti (não assinalado) sobre Danilo é de tal forma indiscutível, por ser tão escandalosamente evidente, que “obrigou” os fazedores de farsas a argumentarem com base num vídeo manipulado.

E se a farsa do vídeo difundido pelo SLB é hilariante, a farsa da arbitragem do CD Aves x FC Porto foi muito grave e tem de ter consequências.

Ora, tendo em vista o apuramento de todos os factos, será que o FC Porto já solicitou o áudio das palavras trocadas entre o árbitro (Rui Costa) e o VAR (Bruno Esteves)?

O FC Porto já solicitou as imagens (todas as imagens) a que o VAR teve acesso, antes de emitir a sua opinião?

Com base nesta informação, podemos chegar à conclusão que o árbitro Rui Costa, o vídeo-árbitro Bruno Esteves, ou ambos, não reúnem condições (técnicas, psicológicas ou morais) para continuarem a ser nomeados para jogos da I Liga.
E, se assim for, o FC Porto não pode ficar calado, tem de exigir o afastamento imediato destes árbitros.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

“As gentes do Porto são ordeiras”

O penálti sobre Danilo visto de vários ângulos (clicar na imagem para ampliar)

Uns minutos após o final do CD Aves x FC Porto, Pedro Henriques (ex-árbitro da AF Lisboa), o comentador de arbitragem da SportTv, afirmou o seguinte:

Há penalti! Não deixa dúvidas. O jogador tentou pontapear a bola mas pontapeou o Danilo. Não interessa se é sem querer.

No dia seguinte, nas páginas dos três jornais desportivos, a opinião dos comentadores de arbitragem era unânime.

No jornal O JOGO, Jorge Coroado (ex-árbitro internacional da AF Lisboa), José Leirós (ex-árbitro da AF Porto) e Fortunato Azevedo (ex-árbitro internacional da AF Braga), que constituem o painel do ‘Tribunal de O JOGO’, são perentórios: ao minuto 90, ficou por assinalar um penálti a favor do FC Porto.

Duarte Gomes (ex-árbitro internacional da AF Lisboa), na análise à arbitragem nas páginas do jornal A BOLA, confirma e diz que existiu um penálti (por assinalar) sobre Danilo.

Nas páginas do jornal Record, Marco Ferreira (ex-árbitro internacional da AF Funchal) e Jorge Faustino (ex-árbitro) também não têm dúvidas e escreveram o seguinte:

Amilton foi surpreendido pela antecipação de Danilo e, quando pretendia jogar a bola, acabou por apenas acertar na perna esquerda do jogador do FC Porto. Pontapé de penálti que ficou por assinalar

O jogador [Amilton] tenta pontapear a bola, acabando por acertar na perna de Danilo de forma imprudente dentro da sua área. Penálti por assinalar, não tendo a devida ajuda do VAR

Sete ex-árbitros, colaboradores de diferentes jornais ou televisões.
Sete ex-árbitros, de diferentes gerações.
Sete ex-árbitros, de diferentes associações do país (maioritariamente da AF Lisboa).
Sete ex-árbitros, a maior parte dos quais ex-internacionais, são unânimes:
Ao minuto 90 do CD Aves x FC Porto, ficou um penálti por assinalar a favor do FC Porto!

Mais. O penálti é de tal forma descarado que, vendo a unanimidade dos ex-árbitros e não tendo outros argumentos, a máquina de propaganda do SLB até se deu ao trabalho de pôr a circular um vídeo com imagens manipuladas.

O vídeo manipulado foi publicado no Twitter 'SL Benfica Press'

A razão desta rara unanimidade em relação ao penálti sobre o Danilo que ficou por assinalar é simples: trata-se de uma falta demasiado evidente para se poder usar a desculpa do “em caso de dúvida…”. Ou, dito por outras palavras, não é um “penálti de televisão” (outra desculpa que era habitual). É um lance claríssimo, que não deixa qualquer tipo de dúvida (a pessoas minimamente honestas), sendo perfeitamente visível mesmo sem se ter acesso a imagens televisivas e repetições (como é o caso do VAR).

E contudo, no ‘Dragões Diário’ do dia seguinte ao jogo (26-11-2017), a referência ao lance foi esta:

«… um penálti por assinalar de Amilton sobre Danilo, que nem árbitro nem vídeo-árbitro conseguiram analisar corretamente…»

É só isto que a estrutura do FC Porto tem para dizer, sobre o erro de arbitragem mais grave deste campeonato?

Com tantos paninhos quentes, com tanto cuidado na escolha das palavras para não ofender a APAF, só faltou pedirmos desculpa aos “padres”…, perdão, aos excelentíssimos senhores árbitros, que estiveram de serviço (e que servicinho fizeram…) na Vila das Aves.

E não me venham com a conversa de que temos que relativizar e que este é "só" mais um penálti (o sexto desta época) que ficou por assinalar a favor do FC Porto.
Eu não aceito esse tipo de conversa.
Este é O penálti que ficou por assinalar ao minuto 90, de um jogo que estava empatado (1-1) e, por isso, as consequências do "erro" são muito mais gravosas do que noutros casos.

Em resumo, perante um lance destes, com toda esta envolvência, o FC Porto não pode reagir de forma encolhida, timida, quase envergonhada, como o fez no ‘Dragões Diário’.

E pior ainda, dois dias após a equipa liderada por Sérgio Conceição ter sido espoliada de 2 pontos na Vila das Aves, o presidente e a administração da FCP SAD continuam em silêncio.


O mestre Pedroto a apontar o caminho

As gentes do Porto são ordeiras porque, se não fossem, há muitos anos teriam recorrido à violência perante os enganos dos árbitros que têm decidido da perda de muitos campeonatos e Taças de Portugal.
― José Maria Pedroto

Que saudades do mestre Pedroto e do seu companheiro de então, Jorge Nuno Pinto da Costa. A dupla que, há 40 anos atrás, se insurgiu contra os poderes instalados na capital do ex-Império e iniciou a transformação dos “andrades” em “dragões”.


P.S. O "polvo encarnado" estende-se para todas as áreas, do futebol à comunicação social, passando pelo poder político e judicial. Por isso, não tenhamos ilusões. Este "polvo" gigante não será derrotado se continuarmos com falinhas mansas e boas maneiras.


domingo, 26 de novembro de 2017

aVARiados


Aguardemos, com grande expectativa, a divulgação das comunicações entre o árbitro desta partida e o respectivo VAR. Que lhe terá este garantido? "Sim, o defesa chuta na perna do Danilo, mas acho que não é penalty claro"? Ou terá antes, o homem sentado em frente ao ecrã, afirmado que não viu toque algum? Seguramente, terá sido algo de surrealista do género.
Por muito menos se marcaram penalties a favor do slb e, principalmente, do scp na presente época.

Mas falemos, então, do jogo.
Surpresa da grande no "11" inicial: o regresso de Soares após longa ausência. Estaria na assistência para o bom golo de Ricardo Pereira mas, claramente, ainda não está a 100% fisicamente. E, possivelmente, não terá ainda o ritmo ideal nos tempos mais próximos.
O resultado final (fora a decisiva questão arbitral) é justo. O Aves teve 4 oportunidades claras para marcar e o FCP, além do tal golo, só conseguiu mais uma, em todos os 90 minutos: Aboubakar desmarcou-se bem, a passe de Danilo, mas rematou por cima. O camaronês poderia ter feito mais e melhor. Golos mais difíceis já ele marcou na presente temporada.
Porém, foi efectivamente o Aves quem mais produziu. Uma bola na nossa trave e uma super-defesa de Sá, numa brilhante "mancha" ao atacante adversário, explicam bem que nos deveríamos dar por satisfeitos com a vantagem ao intervalo.
Contudo, após o reatamento, Corona, uma vez mais apagado em termos atacantes, decidiu pender a balança definitivamente para o lado do Aves.
Ele que já na primeira parte tinha feito faltas em número excessivo e teve ainda uma mão-na-bola que lhe poderia ter custado mais um amarelo.

Mas não há sorte que sempre dure e o nosso adversário, sempre muito perigoso, acabou mesmo por marcar, após bom cruzamento do lado direito da nossa defesa (Ricardo+Maxi mais não é do que jogar com dois defesas-direitos e nem sequer com grandes resultados) e grande falha de Felipe ao deixar Vítor Gomes à vontade para cabecear para o fundo das redes.
Conceição terá considerado que um empate, nestas circunstâncias, era melhor do que nada e foi retirando de campo todo o trio da frente, um-a-um. Certo que ainda tentou o "joker" Marega, também ele de regresso, mas isso foi pouco se a ideia era tentar vencer esta partida. E depois, já sabe, se não é Brahimi a resolver, muito poucos ou nenhuns o farão. E o argelino terá realizado a exibição menos conseguida da temporada.
Pelo meio, houve ainda a rábula das inúmeras escorregadelas dos nossos jogadores. Estranho que o FCP não tenha encontrado solução para este problema.

Quase no fim, foi então o momento em que o VAR terá "avariado". Literalmente ou em sentido figurado. Não foi a primeira vez, nem será seguramente a última. Nesta época e nas seguintes. Prejudicados? Os mesmos do costume: nós.
Vira o disco e toca o mesmo, ainda que exista agora um tipo pago para ver as imagens da TV.

sábado, 25 de novembro de 2017

O penálti, o roubo, os "ladrões" e as "aves amigas"





As imagens captadas por diferentes cameras, vistas de vários ângulos, não deixam qualquer tipo de dúvida.

Como é possível que o árbitro Rui Costa, estando bem posicionado, não tenha assinalado um dos penáltis mais escandalosos que se viu esta época no campeonato português?

Como é possível que o VAR Bruno Esteves, tendo à disposição as imagens que o país inteiro viu, não tenha dado indicações ao árbitro do encontro, que se tratava de um penálti claríssimo?

Perante isto, perante aquele que é um dos maiores escândalos de arbitragem dos últimos anos, o CA da FPF considera que os árbitros Rui Costa e Bruno Esteves têm condições, técnicas e psicológicas, para continuarem a ser nomeados para jogos da I Liga?


Acho bem que, no final do jogo, o treinador do FC Porto tenha sido impedido de se dirigir ao senhor Rui Costa.

Acho bem que, na flash interview e na conferência de imprensa, o treinador do FC Porto tenha sido contido nas suas declarações.

Contudo, não podemos fazer de conta que este roubo foi um erro normal, que este jogo foi limpo e que nada de grave se passou em termos de arbitragem.

Não podemos ficar em silêncio, porque isso é ser cumplice deste roubo. Perante a gravidade do que se passou, com consequências diretas no resultado final (a equipa do FC Porto foi expoliada de 2 pontos), o presidente, a administração da SAD e a estrutura do FC Porto têm de reagir. E têm de o fazer já, de uma forma dura, alto e bom som, sem medo, sem tibiezas.

A seriedade do campeonato português exige-o.

Os sócios e adeptos do FC Porto exigem-no.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Sobreviventes


Foram quase 30 minutos, durante a segunda parte, em que a equipa foi encostada às cordas, como antes nunca tinha acontecido nesta presente época. As muitas lesões que nos têm afectado começam a apresentar a factura. Com um "11" muito diferente do habitual, se calhar o FCP não podia mesmo aspirar a mais do que este empate final, perante um Besiktas que é a melhor equipa turca dos últimos larguíssimos anos e que justificou o apuramento.

Surpreendentemente, S.Conceição fez apenas duas alterações durante todo o encontro, a primeira das quais quase ao minuto 80. Com a equipa muito cansada e sem nunca conseguir verdadeiramente o controlo da partida, este terá sido mais um sinal enviado à SAD do que propriamente uma opção táctica: reforços precisam-se e com urgência.

Regressando à primeira parte, uma vez mais o FCP conseguiu um golo de muito pouco, o que até poderá ser visto como algo de positivo, desde que não se abuse do facto.
Jogada estudada e Ricardo Pereira a fazer, praticamente, a única coisa positiva que se lhe viu: um cruzamento perfeito para Felipe inaugurar o marcador.
A vantagem não era muito justificável em termos estatísticos e, por isso mesmo, ninguém ficou verdadeiramente espantado com o empate ao caír do pano dos primeiros 45 minutos. Talisca, uma vez mais, facturou numa boa jogada em que faltou alguém naquela nossa defesa (Marcano?).

Visto o empate interessar a ambas as equipas, foi com alguma surpresa que se assistiu àquela entrada de rompante dos turcos no segundo tempo. O FCP defendeu como pode e sobreviveu, com sorte (bola ao poste), mas também mérito (boa defesa de Sá a grande remate de Quaresma).

Contra a corrente, Ricardo Pereira teve uma oportunidade flagrante de golo que desperdiçou de forma infantil.
Seria, reconheça-se, de uma injustiça tremenda para o Besiktas, caso o FCP tivesse vencido a partida.
Finalmente, nos últimos 15 minutos, os turcos tiraram o pé do acelerador e, dessa forma, conseguimos descansar um pouco.

E, com este empate que foi melhor resultado que exibição, não dependemos agora de mais ninguém.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

E o SLB revelou um… power point


Na véspera do programa semanal ‘Chama Imensa’, da BTV, o SLB anunciou, no seu site oficial, que iria fazer revelações bombásticas, acerca daquilo que designou o “novo Apito Dourado”.

Visto o programa (transmitido ontem), o que é que o SLB revelou?

Documentos comprometedores para elementos ligados, direta ou indiretamente, ao FC Porto?
Não.

E-mails suspeitos trocados entre elementos ligados, direta ou indiretamente, ao FC Porto e agentes das estruturas do futebol português (FPF, Liga, arbitragem, TAD)?
Não.

SMS confidenciais trocados entre elementos ligados, direta ou indiretamente, ao FC Porto e agentes das estruturas do futebol português?
Não.

Escutas de conversas telefónicas entre elementos ligados, direta ou indiretamente, ao FC Porto e agentes das estruturas do futebol português?
Não.

O que o SLB apresentou foi um… power point!
Um power point feito pelo próprio SLB, baseado em… nada. Ou melhor, baseado em teses mirabolantes, sem qualquer suporte em provas, filmagens, fotografias, documentos, e-mails, SMS ou escutas. Absolutamente nada.

Contudo, José Marinho, elemento do departamento de comunicação do SLB, anunciou que tem um e-mail. Um “e-mail de um alto dirigente da FPF para um diretor-geral da SAD do FC Porto”, mas que o SLB não divulga, porque está “a ser analisado pelas autoridades” e as autoridades “não podem fazer tudo ao mesmo tempo”.

A sério?
Fantástico!

Em 1996, numa entrevista ao semanário EXPRESSO, Artur Jorge, depois de ter passado pelo SLB como treinador, disse que o benfica era um circo.

21 anos depois desta afirmação, o SLB tratou de arranjar uns palhaços (sem ofensa, principalmente para os palhaços), para o seu departamento de comunicação…


P.S. Entretanto, no jornal O JOGO de hoje, um dos principais visados no power point do SLB - Monteiro da Silva, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da AF Braga -, veio confessar que era… benfiquista! E, para que não ficassem dúvidas, acrescentou que era assinante da BTV e, no passado, tinha aderido à "Operação Coração" e comprado 500 ações da Benfica SAD. Ó José Marinho, que grande tiro no pé!

Monteiro da Silva, O JOGO de 21-11-2017

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

5 minutos à Porto, já depois dos 90

E bastaram.
Mas Sérgio Conceição voltou a arriscar com um "11" sem Brahimi. O argelino é absolutamente imprescindível no FCP actual. Ainda para mais com Corona e Hernâni completamente fora de forma.


E tudo começou bem demais: um golo aos 5 minutos é coisa que raramente nos acontece e parecia que teríamos um jogo tranquilo pela frente de modo a poupar as pernas para a Liga dos Campeões.
Errado. O Portimonense é uma bela equipa de contra-ataque e chegou ao fim da primeira parte com mais ataques do que o FCP. Vítor Oliveira não é mesmo um treinador qualquer.
O empate surgiu até com alguma naturalidade, em lance em que diversos jogadores falharam: Ricardo Pereira, Corona e Casillas.
O espanhol, que estava de regresso, não deu propriamente um frango mas poderia ter feito mais.

Na segunda parte pouca coisa mudou para melhor. A coisa estava de tal forma má que Conceição nem esperou quase nada para fazer entrar Brahimi. Mas com este actual Óliver e A.André no meio, só por engano o FCP consegue criar perigo. Aboubakar também não parecia muito inspirado. O Portimonense marcou um grande golo e aí as coisas ficaram realmente negras.
Tudo mudou com a entrada de Layún que, embora falhando aqui e ali, entrou de tal forma com gás que nem se percebia quem era o jogador mais avançado pela direita: se ele ou se o apagado Ricardo Pereira. A expulsão posterior de um defesa algarvio, foi o despoletar de um final de jogo empolgante.
Já com o nosso treinador de fora do banco, Alex Telles descobriu o caminho certo para a desmarcação de Aboubakar que, como os bons pontas de lança, não falhou no momento decisivo. Se o tivesse feito, o FCP teria sido eliminado, já hoje, da Taça de Portugal. Mas o FCP queria mais e tudo fez para evitar mais 30 minutos dolorosos. Os 7 minutos de desconto (aleluia!), dariam ainda tempo para mais um golo. O jovem André Pereira, lançado às feras logo no momento mais difícil da partida, cruzou para Aboubakar que não conseguiu controlar a bola que, por sua vez, acabaria nos melhores pés possíveis: os de Brahimi. Este não falhou e foi a festa completa num Dragão pouco habituado a estes golos tardios.

O scp também marca alguns nestas alturas finais das partidas, mas os dois desta noite foram 100% de acordo com as regras do futebol.

domingo, 12 de novembro de 2017

Dos e-mails à REDE ENCARNADA

Investigação ao caso dos e-mails no principal telejornal da TVI

Em 10 de junho passado, uns dias após o Diretor de Informação e Comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, ter iniciado a bombástica revelação pública de e-mails, que nos últimos anos foram trocados entre diferentes personagens com ligações ao SLB, eu publiquei um artigo (Oremos pelos “padres” pecadores), onde escrevi o seguinte:

«Chegados a este ponto, pode dizer-se que todos os objetivos imediatos (de curto prazo), resultantes da denúncia feita no último ‘Universo Porto da Bancada’, foram alcançados. Eu diria mesmo que foram ultrapassados, tal foi o impacto mediático e a desorientação evidente que provocou nos “milhafres” de carnide, que mais parecem galinhas tontas.»

De facto, os benfiquistas ficaram atarantados, sem saber o que fazer ou dizer e, em termos de reações, houve de tudo. Silêncios ensurdecedores, falhas de memória seletivas, reações envergonhadas, não-reações e até confissões implícitas (do tipo “vocês fizeram parecido”).

Cinco meses depois, a partir da revelação de outros e-mails (feitas no Porto Canal, no jornal EXPRESSO e na revista SÁBADO), tudo é muito mais claro. Os adeptos do futebol e o público em geral, ficaram a saber que a rede de poder e de influências montada pelo SLB é enorme e abrange, ou abrangeu, todas as áreas do futebol português, nomeadamente:

- um ex-Presidente da Liga de Clubes (Mário Figueiredo);

- um ex-Presidente da Assembleia Geral da Liga de Clubes (Carlos Deus Pereira);

- um ex-VicePresidente do Conselho de Arbitragem da FPF, responsável pela classificação dos árbitros (Ferreira Nunes);

- vários ex-delegados da Liga (com destaque para Nuno Cabral, o “menino querido”);

- um ex-responsável pela nomeação dos delegados (o engenheiro Fidalgo);

- um ex-árbitro da AF Braga (Adão Mendes);

- um membro do Tribunal Arbitral do Desporto (Miguel Lucas Pires);

- um ex-presidente da Comissão Disciplinar da Liga e atual membro do TAD (Ricardo Costa);

E, claro, o presidente e vários elementos da estrutura do SLB (Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves, Pedro Guerra).

Chegados a este ponto, a grande novidade dos e-mails não foi revelar que havia (há) uma vasta rede subterrânea a “trabalhar” em prol do SLB. Mesmo sem termos acesso às provas digitais/documentais que foram divulgadas, isso há muito tempo que era óbvio (em março de 2014, eu publiquei um artigo que intitulei Os aliados e “criadas de servir” de Vieira).

O grande mérito dos e-mails foi o de identificar, de forma inequívoca, vários rostos desta rede, revelar uma extensa teia de ligações, que envolveram os mais altos responsáveis do SLB e mostrar o refinamento a que se chegou nos métodos adoptados para ganhar jogos e campeonatos.

O esquema seguinte, publicado no JN, mostra apenas uma parte da REDE ENCARNADA.

Ligações entre diferentes rostos da Rede Encarnada (JN)

Cinco meses depois, este caso deixou de ser, unicamente, um caso de e-mails divulgados no Porto Canal.
Este caso “saltou” dos programas do Porto Canal para a generalidade da comunicação social, fez capa em jornais insuspeitos de terem uma agenda portista e chegou às televisões generalistas, mesmo aquelas cuja orientação é mais pró-SLB e anti-FCP.

Duas capas do Correio da Manhã de Junho de 2017

Investigação ao caso dos e-mails (Jornal 8 da TVI)

O mailingate, a rede de influências (Tempo Extra, SIC Notícias)

E o impacto deste caso é cada vez maior, como o próprio SLB reconhece. Por exemplo, no recurso que apresentou no Tribunal da Relação à sentença do Tribunal Cível do Porto, o qual recusou a providência cautelar que visava proibir o diretor de comunicação do FC Porto de continuar a divulgar e-mails, o SLB refere que a contínua divulgação de mensagens de correio eletrónico dos seus dirigentes, tem provocado um enfraquecimento da ligação emocional dos adeptos ao clube.
Pudera, ao verem revelado publicamente o “segredo” de como foi ganho o treta campeonato, quem é que não ficaria emocionalmente afetado?

Cinco meses depois, penso que devíamos deixar de chamar a este caso o “caso dos e-mails”. Os e-mails são, apenas, um elemento de prova (como seriam escutas, se algum juiz tivesse a coragem de pôr os telemóveis do presidente do SLB ou de Paulo Gonçalves sob escuta).

Este caso deve ser designado de acordo com o cerne da questão, isto é, como o caso da REDE ENCARNADA (ou algo parecido), porque é disso que se trata. Continuarmos a chamar a este caso o “caso dos e-mails” é desviar o foco para o assessório e um favor que fazemos ao SLB.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Basquetebol com um começo difícil

FC Porto x Kapfenberg Bulls

Após a surpreendente vitória no primeiro jogo oficial (em Israel), a equipa de basquetebol do FC Porto averbou seis derrotas seguidas.

FIBA Europe Cup (FEC):
03-10-2017: Bnei Herzliya x FC Porto (65 - 68)
11-10-2017: FC Porto x Bnei Herzliya (83 - 85)
18-10-2017: KK Mornar x FC Porto (81 - 70)
25-10-2017: Kataja BC x FC Porto (88 - 84)

Liga Portuguesa de Basquetebol (LPB):
07-10-2017: FC Porto x Illiabum (76 - 80)
15-10-2017: FC Porto x UD Oliveirense (78 - 93)
21-10-2017: SL Benfica x FC Porto (77 - 71)

Seis derrotas seguidas é algo inédito, o que fez com que tivesse lido, nas redes sociais, alguns adeptos portistas a desconfiar deste plantel, desta equipa e deste treinador.
Foi com este peso aos ombros, que a equipa de basquetebol se deslocou aos Açores (Ilha Terceira), de onde regressou com duas vitórias em dois jogos.

28-10-2017, LPB: Terceira Basket x FC Porto (75 - 81)
29-10-2017, LPB: SC Lusitânia x FC Porto (84 - 93)

A que se seguiram mais duas vitórias no Dragão Caixa: frente à equipa austríaca do Kapfenberg Bulls (com um cesto no último segundo!) e contra o Galitos do Barreiro, no passado fim-de-semana.

01-11-2017, FEC: FC Porto x Kapfenberg Bulls (85 - 84)
04-11-2017, LPB: FC Porto x Galitos (83 - 67)

11 jogos (oficiais), 5 vitórias e 6 derrotas.
Está a ser um inicio de época de altos e baixos, mas quem acompanha de perto esta modalidade e, particularmente, a equipa de basquetebol do FC Porto, não pode ficar muito surpreendido.

Sem assistir aos treinos, nem estar por dentro do que se passa no balneário, parece-me que são várias as razões para este começo difícil.

1) Alterações à Equipa
Da época passada para esta, houve uma mudança radical na equipa do FC Porto. Do cinco-tipo (cinco mais forte) da época passada, só continuou um jogador (Sasa Borovnjak). Ora, perceber o que o treinador pretende, as jogadas ensaiadas, na defesa e no ataque, os mecanismos e sincronismo entre os jogadores, é algo que não se adquire de um dia para o outro. Exige muitos treinos e muitos jogos.
Neste aspeto, penso que a equipa irá melhorar substancialmente. Só pode.

2) Lesões
Um dos três novos americanos – Will Sheehey – lesionou-se (com alguma gravidade), esteve quatro semanas sem sequer treinar e só pôde dar o seu contributo, embora de forma limitada, a partir do 7º jogo oficial (na deslocação à Finlândia, para defrontar o Kataja).
Apesar do atraso na integração e no conhecimento dos companheiros de equipa, o regresso de Will Sheehey, que está a ser gradual, irá fazer subir os patamares qualitativos desta nova equipa (porque é de uma nova equipa que se trata) de basquetebol do FC Porto.

3) Calendário e Viagens
Na fase mais difícil deste calendário inicial, entre os dias 3 e 29 de outubro, a equipa de basquetebol disputou nove jogos, dos quais seis fora de casa. Para se fazer uma ideia das dificuldades que a equipa teve nesse período, na semana em que foi jogar a casa do KK Mornar (no dia 18 outubro), a equipa partiu do Porto dois dias antes (dia 16 outubro) para o Montenegro (com escalas…) e só regressou a Portugal, por Lisboa, na sexta-feira (dia 20 outubro). No dia seguinte jogou no pavilhão da Luz, sem ter feito um único treino!
Um calendário inicial com muitas deslocações – Israel, Montenegro, Lisboa, Finlândia, Açores –, com o inerente cansaço a tantas viagens e com poucos dias no Porto para treinar e corrigir, tinha de se fazer sentir.

4) Limitação de estrangeiros
Este é um problema antigo, do qual Moncho Lopez já se queixou várias vezes. De facto, não faz muito sentido que o FC Porto tenha de jogar contra equipas israelitas, finlandesas, austríacas, holandesas, alemãs, etc., cheias de jogadores norte-americanos e, por imposição da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), as equipas portuguesas só possam jogar com três.
Aquilo que, supostamente, seria uma medida para promover os jogadores portugueses, acaba por, na prática, se transformar numa enorme limitação, impedindo as equipas portuguesas de ter outro tipo de ambições e de ir mais longe nas competições europeias.
Urge continuar a pressionar a FPB para alterar esta regra, mesmo que, internamente, isso vá contra os interesses do clube do regime (que domina o mercado dos jogadores de nacionalidade portuguesa).

Os cinco reforços (contratações) para a época 2017/18 

5) O trio de norte-americanos
Da época passada para esta, o FC Porto trocou a totalidade do trio de norte-americanos.
Saíram Brad Tinsley, Jeff Xavier e Nick Washburn.
Entraram Marcus Gilbert, Will Sheehey e Will Hanley.
Acertar nos americanos é crucial e basta que um deles seja um flop, devido a lesões, falta de adaptação ou mesmo por razões extradesportivas, e as ambições da equipa ficam, desde logo, comprometidas.
Nesta altura, é cedo para ter uma opinião definitiva acerca destes novos jogadores americanos (e, no caso do Will Sheehey, demasiado cedo), mas parece-me que, ao contrário da época 2015/16, o segredo do sucesso da equipa poderá estar mais na integração e complementaridade com os restantes jogadores do que na valia individual deste trio de americanos.

6) Jogadores provenientes do “projeto Dragon Force”
Mais do que ganhar títulos na formação ou nos escalões secundários do basquetebol português, o “projeto Dragon Force Basquetebol” tinha como objetivo principal a deteção de talentos e a formação de atletas de elite.

Moncho López, O JOGO, 20-08-2012

Para quê?
Para alguns deles (os melhores) serem integrados no plantel da equipa principal.
Eu acompanhei de perto o trajeto do basquetebol Portista nos escalões secundários e tive grandes expectativas no crescimento daquele lote de jogadores. Contudo, olhamos para o plantel 2017/18 e vemos que, do projeto inicial, sobram apenas dois jogadores – Pedro Bastos e Ferrán Ventura.
E mesmo estes, que eram os melhores e a que podemos juntar o Miguel Queirós (integrou o projeto mais tarde, vindo do Illiabum), evoluíram pouco ou nada nos últimos dois anos, ficando num patamar competitivo aquém das necessidades de uma equipa que quer lutar pelo título de campeão nacional.
A não ser que o FC Porto passe a canalizar mais meios para as modalidades e, particularmente, para o basquetebol, o sucesso da equipa, este ano e nos próximos anos, vai depender muito do crescimento competitivo destes jogadores – Pedro Bastos, Ferrán Ventura, Miguel Queirós – e do contributo de outros, como André Bessa e António Monteiro.

7) Nível dos jogadores portugueses
Depois da geração de Paulo Pinto, Nuno Marçal, Carlos Andrade, Miguel Miranda, entre outros, nos últimos anos o basquetebol português não produziu suficientes jogadores de nível elevado (veja-se os resultados da seleção nacional de basquetebol).
Ora, havendo uma forte limitação de estrangeiros (comparativamente com outros países), os escassos jogadores portugueses de maior qualidade emigram ou são disputados a “peso de ouro” (para a realidade do basquetebol português) acabando, na maior parte dos casos, contratados pelo clube de maior orçamento (o SLB).
Foi o caso do José Silva (um dos melhores jogadores portugueses), que recusou renovar com o FC Porto para as próximas três épocas desportivas, tendo aceitado uma proposta do SLB para idêntico período.
Sem ser os portugueses que estão no SLB (e que são inacessíveis), talvez jogadores como Miguel Maria (V. Guimarães), Henrique Piedade (Galitos) ou Loncovic (Illiabum), entre outros, pudessem reforçar o plantel do FC Porto. Contudo, olhando para a realidade do basquetebol português, parece-me que a grande aposta tem de ser na melhoria da formação e em criar condições para o crescimento competitivo de jogadores provenientes da Equipa B / Dragon Force (talvez a rodagem, por empréstimo, em outros clubes da I Liga).

8) O Base da equipa
Nenhum dos novos americanos é um base, ou tem perfil para jogar na posição 1, como era o caso de Brad Tinsley. Assim, para colmatar a saída de Tinsley, o FC Porto contratou Pedro Pinto, um base internacional português de 29 anos.
Na época passada, ao serviço do Vitória de Guimarães (onde esteve quatro temporadas), Pedro Pinto registou médias muito interessantes para um base (12,4 pontos, 2,3 ressaltos e 3,9 assistências por jogo). Contudo, ao serviço do FC Porto, ainda não se afirmou como a escolha indiscutível para a posição 1, revelando inconstância exibicional de uns jogos para outros.
Não há boas equipas de basquetebol sem um bom base e, por isso, é fundamental que o Pedro Pinto complete rapidamente o processo de integração no FC Porto e se assuma como o líder (organizador de jogo) da equipa dentro do campo.

9) Os Adeptos
The last but not the least, os adeptos. Faltam adeptos às modalidades do FC Porto. E, particularmente, faltam adeptos ao basquetebol portista.
Esta nova equipa de basquetebol do FC Porto não tem o melhor plantel, nem tem um Troy DeVries e, por isso, precisa ainda mais do apoio de adeptos Portistas. Precisa ainda mais que os adeptos encham o Dragão Caixa e que, nos momentos mais difíceis, ajudem a ganhar os jogos.
Apesar do Dragão Caixa ser um pavilhão de reduzida lotação (cerca de 2000 lugares) e dos muitos convites / bilhetes gratuitos que são distribuídos para cada jogo, na maior parte dos jogos está menos de metade da lotação. Chega a ser deprimente, principalmente em jogos europeus, ver as duas bancadas de topo quase vazias.
Hoje à noite não há futebol mas, a partir das 20h30, há uma equipa do FC Porto que joga numa competição europeia. Há um FC Porto x KK Mornar (equipa do Montenegro), para a fase de grupos da FIBA Europe Cup.
Era bonito ver o Dragão Caixa cheio. Moncho, a equipa técnica e os jogadores da equipa de basquetebol do FC Porto merecem a nossa presença e apoio.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

BTV, Sport TV e a concorrência desleal

Miguel Almeida (NOS) e Luís Filipe Vieira (SLB)

«É histórico, o FC Porto tem sempre de vencer não só o adversário no campo, mas também mais alguns que, do lado de fora, tentam atrapalhar o seu caminho. Desta vez foi a Sport TV que não quis que o período de recuperação da equipa tivesse mais umas horas, recusando a proposta para que o jogo se disputasse às 16h00 de ontem. O que terá levado o canal a ter um comportamento tão antiFC Porto não sabemos, até porque já foi há quase dois anos que foi assinado o contrato com a Altice, que apresentou a proposta mais alta. Tempo mais do que suficiente para Joaquim Oliveira digerir o tema. Azar deles, com mais ou menos descanso, Sérgio Conceição e a equipa continuam sem vacilar.»
in ‘Dragões Diário’, 06-11-2017


Em A BOLA, o jornalista Rogério Azevedo fez um levantamento e publicou um artigo que intitulou "FCP e os três dias de descanso":

"FCP e os três dias de descanso", Rogério Azevedo, A BOLA


Há dois dias atrás, o diretor adjunto do Record, escreveu o seguinte:

Bernardo Ribeiro, Record de 04-11-2017

Claro que há concorrência desleal, mas este problema não é de hoje, nem tão pouco desta época.

A concorrência desleal, nomeadamente a que decorre do facto do SLB transmitir os seus jogos em casa num canal próprio, é algo que existe há vários anos e de que eu venho falando desde 2012.







E esta época a coisa ficou ainda mais grave, devido à possibilidade (real) do SLB, através das transmissões da BTV, influenciar o VAR dos seus jogos em casa.

Mas há um outro aspeto, relacionado com as transmissões dos jogos do SLB na BTV, que merecia análise e interesse jornalístico (se não se tratasse do SLB, claro…).

A NOS adquiriu os direitos de transmissão dos jogos em casa do SLB.
A NOS adquiriu os direitos de transmissão dos jogos em casa do Sporting.
A NOS é acionista da Sport TV.
Os jogos do Sporting em casa são, naturalmente, transmitidos pela Sport TV.
Contudo, os jogos do SLB em casa continuam a ser transmitidos pela BTV (detida a 100% pelo SLB), em vez de serem transmitidos por um canal em que a NOS tenha interesses, ou de que seja coproprietária.

Haverá alguma boa explicação para isto?

O interesse público imporia que alguém questionasse o CEO da NOS (que anda tão preocupado com as implicações da compra da TVI pela Altice) acerca deste assunto, mas…

Porque, sem uma explicação cabal, é legitimo pensar que há “cláusulas secretas” neste estranho acordo entre o SLB e a NOS.

sábado, 4 de novembro de 2017

E agora venha o merecido descanso


Este era o típico jogo para, em épocas anteriores, irmos até ao minuto 90+ para tentar vencer a partida.
Sinal positivo dos novos tempos, agora esperamos até ao último minuto...mas para marcarmos o segundo golo.
Foi, portanto, um daqueles jogos em que a bola parece não querer entrar por mais domínio que se tenha ou oportunidades que se criem.
Mas em 2017/18 a música é outra e Herrera marcou na melhor altura para evitar um crescendo de nervosismo: já bem perto do final da primeira parte.
Segundo golo do mexicano em outras tantas partidas e com semelhanças entre ambos. Podia até ser o terceiro em outros tantos jogos, não tivesse Herrera desperdiçado uma oportunidade clara no Bessa.

Inovou Sérgio Conceição para esta partida: Reyes por Danilo (castigado) era por alguns esperada, já Hernâni por Corona foi uma surpresa para quase todos.  O português começou bem e criou até, por alguns instantes, a ilusão de ser opção para o futuro, dada a inconstância exibicional do mexicano. Porém, Hernâni foi-se apagando ao longo da partida e verdadeiramente não criou perigo por aí além. Acabou até por ser substituído pelo seu adversário directo pelo lugar. E Corona acabou até por estar melhor, apesar de ter menos minutos para o demonstrar.
Já Reyes pouco acrescentou. Bem sabemos que aquele não é o seu lugar natural mas talvez se esperasse uma outra disponibilidade para quem poucas mais partidas terá para o fazer.
A.André voltou a fazer de Marega e muito provavelmente continuará a fazê-lo nos próximos tempos mas, obviamente, é algo de completamente diferente. Teve várias oportunidades para matar a partida e optou quase sempre mal.

Os segundos 45 minutos foram penosos para a nossa equipa em termos físicos. Conceição bem que avisou que precisávamos de mais 24 horas de descanso.

Sérgio Oliveira teve, também ele, uma nova oportunidade e, mal entrou, falhou um golo cantado por duas vezes. Em boa verdade, porém, este guarda-redes do Belenenses defendeu quase tudo. Só não pode fazer mais no golo de abertura e, depois, no golão de Aboubakar em cima do minuto final: correria desenfreada de Herrera e finalização sublime do camaronês. Ele que foi até acusado de ser meio-tosco aquando da sua primeira passagem pelo FCP.

A paragem para as selecções chega, pois, na melhor altura. Estávamos a ficar nas lonas, em termos físicos, depois de tanta partida de elevada exigência.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

No caminho certo


Foram 5 os remates à baliza nesta partida e 4 deles originaram golos.
O FCP fez mesmo o pleno: 3 em 3. E é bom ver esta equipa a fazer golos de muito pouco. Precisamente o contrário do que sucedia nas últimas épocas de muita parra e pouca uva.

Um FCP a perder gás em relação à condição física de início de época, a que se juntam lesões musculares em catadupa, mas sem nunca perder o rumo, mesmo em noites desinspiradas como a de hoje. Todos estes factores transformam esta numa vitória muito importante, em termos psicológicos, para o que resta da temporada. Um FCP a vencer nas cavalgadas de Brahimi, Aboubakar e Marega e, agora, a ganhar também nas noites de eclipse deste trio.

Sérgio Conceição foi fiel ao seu 4-2-4 (em ataque), quando qualquer outro treinador teria optado pelo caminho mais fácil de fortalecer o meio-campo para esta partida de Liga dos Campeões. Ainda para mais, tendo ainda bem fresca a traumatizante derrota caseira com o Besiktas.
Esteve bem o nosso técnico ao manter aquilo que tão bons frutos nos tem dado. Coragem e audácia em igual medida.

Porém, todo o seu plano inicial foi tendo que ser alterado ao longo de 90 minutos acidentados.
Primeiro, e muito cedo no jogo, teve que colocar A.André a fazer de Marega. Mais tarde, colocou Maxi a fazer de Corona, quando todos pensariam que seria Ricardo Pereira a adiantar-se para o meio-campo, pelo lado direito.

Correu tudo bem no final, com a cereja em cima do bolo de ter sido precisamente o uruguaio a marcar o golo que, finalmente, descansou todo o estádio, já no último minuto.
Pelo meio, mais dois golos para as nossas cores: Herrera rematou com a força necessária, após um ressalto na área, e Danilo cabeceou, com garra, após uma bola parada que parecia demasiado longe da área adversária.
Isto quando o Leipzig tinha já conseguido o empate e continuava a ser bem perigoso no ataque.
Estes alemães, aliás, assustaram durante praticamente toda a partida e são, de facto, uma boa equipa europeia. Ter a Red Bull a financiar dá asas a qualquer um.

Tudo em aberto neste grupo, pois, pelo menos em relação ao segundo lugar. Siga para bingo, como diria Casillas.