domingo, 30 de novembro de 2008

Os Balanços

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A análise aos quadros acima, relativa dos componentes dos Balanços da FC Porto, Futebol, SAD do período 2001-2008 e à sua estrutura percentual permite fazer os seguintes destaques (com percentagens aproximadas):

1) O Activo não corrente, ou Imobilizado, constituído essencialmente pelas instalações, viaturas e passes dos jogadores representa, em média e para o período em questão, 45% do total do Activo e o seu principal componente é o Valor do Plantel. No entanto o peso deste Activo não corrente no Total do Activo tem vindo a diminuir dado que em 2001-02 e 2002-03 representava 50% e 61%, respectivamente, e em 2007-08 representa apenas 36%. Por outro lado, o Activo corrente, ou Circulante, tem visto o seu peso no Activo total aumentar ano após ano até 2007-08.

2) O aumento do valor das Dívidas de terceiros, quer em termos absolutos quer em termos relativos, indicia falta de capacidade da sociedade para cobrança das dívidas que se vão acumulando ou alargamento voluntário dos prazos de recebimento como consequência do poder negocial de fornecedores e terceiros.

3) Há um enorme desajuste entre prazos de pagamento e prazos de recebimento, que já é uma constante ao longo dos últimos anos e que confirma essa incapacidade da SAD em cobrar dívidas. Daqui ressalta naturalmente uma maior pressão sobre a tesouraria (também confirmada por uma degradação nos rácios de liquidez).

4) O capital próprio tem vindo a diminuir desde 2001, ano do último aumento de capital, e representa neste momento cerca de 11% do Activo total, como consequência de resultados negativos elevados (acumulados) e frequentes. Em 2006-07 e 2007-08 a sociedade recuperou em termos de capital próprio mas muito pouco sendo de cerca de 10 M€ a soma dos dois últimos Resultados Líquidos que não chegam para compensar o prejuízo de 30 M€ em 2005-06. Como tal a sociedade continua descapitalizada.

5) Temos assistido a uma progressão da função financeira com o aumento do endividamento bancário, em especial o de curto prazo, que aumentou em 22 M€ no último ano. No que respeita a endividamento bancário total este aumentou cerca de 43% só neste último ano. O clube está hoje mais dependente da banca o que é um factor de maior risco dada a situação complexa que o sistema financeiro está a viver a nível global. O aumento da dívida aparenta dois objectivos: suportar os investimentos feitos no plantel e fazer face ao aumento do ciclo de tesouraria. Poderá no entanto ser uma opção estratégica por parte da administração da SAD (uma empresa muito endividada é, em condições normais, uma empresa menos apetecível aos “apetites” do mercado no que respeita a OPA’s hostis).

6) A questão do aumento do Passivo, tão abordada publicamente, não é um problema per si se o Activo aumentar na mesma ou em maior proporção. Neste caso significaria que os Capitais Próprios teriam aumentado o que não deixa de ser positivo (e foi o que na realidade aconteceu em 2007-08). O Passivo cresceu 21%, cerca de 24,5 M€, mas o Activo cresceu 26%, cerca de 32,5 M€. Mais preocupante do que o aumento do Passivo é, em minha opinião, o aumento do endividamento bancário supra referido.

Nota: a partir do ano 2005-06 a SAD passou a publicar as contas no novo normativo IAS/IFRS, no entanto optei por fazer os ajustamentos para apresentação dos Balanços em POC para haver homogeneidade ao longo dos vários anos. As diferenças originadas por esses ajustamentos não são significativas.

sábado, 29 de novembro de 2008

E terminamos na 7ª posição

O FC Porto foi 7º classificado (das 18 equipas que competiram) na época de estreia da SuperLeague Formula que teve a sua última prova no fim-de-semana anterior.


O FC Porto teve um começo de época sofrível, notando-se claramente que estava num patamar inferior ao dos restantes competidores.
Apesar disso, tivemos um inicio de campeonato bastante constante, tendo conseguido acabar as 6 primeiras corridas (correspondentes às 3 primeiras provas da época), apesar de nenhum dos resultados merecer realce.

A prova do Estoril (4ª da época) marca um momento importante: a troca de equipa de manutenção do carro (o piloto continuou a ser o piloto francês).
O facto de o carro não ter estado pronto a tempo para o inicio da segunda corrida do dia, depois de um problema no carro que levou à desistência na primeira corrida, deve ter chamado à atenção de que algo de errado se passava com a equipa Alan Docking Racing (que por sua vez tinha substituído a equipa Team West-Tec que fez a pré-época).
Por decisão do FC Porto ou da organização da SuperLeague, a equipa responsável pelo carro do FC Porto passou a ser a Hitech Racing, não tendo sido apresentadas razões oficiais para a troca.

As duas últimas corridas superaram quaisquer que fossem as expectativas geradas pelo início de época. Gommendy conseguiu vencer a segunda corrida em Vallelunga, Itália depois de se ter classificado em 8º lugar na primeira corrida. Na primeira corrida em Jerez, Espanha, consegui outro pódio (com um segundo lugar), obtendo na segunda corrida a 12ª posição.

O FC Porto e Tristan Gommendy conseguiram assim recuperar algumas posições na classificação geral, terminando a época na 7ª posição.
O vencedor da época foi o carro do Beijing Gouan FC, a ilustre desconhecida equipa representante do campeonato chinês.


A terminar a época, Tristan Gommendy revelou que gostava de continuar como piloto do FC Porto na Superleague Formula.
"Há possibilidade de correr na Superleague Formula. O FC Porto está a estudar como organizar tudo para poder bater-se pelos lugares da frente no próximo ano. Disseram que estavam contentes com o trabalho que fiz este ano. Quero ficar no FC Porto", disse o piloto à Lusa.

Pelo final de época que realizou, acho que Gommendy merece continuar no FC Porto, com uma equipa de manutenção séria.
O FC Porto parece também que vai começar a levar a prova mais a serio, envolvendo-se no planeamento da prova desde a pré-temporada, como deveria ter feito na época transacta para evitar as constantes trocas de equipas.


A competição em si foi extremamente interessante. Os pilotos são interessantes e os carros e os motores são muito bons.
Quem beneficiou mais foram os espectadores, que assistiram quase sempre a corridas disputadas com emoção até à última volta. As corridas foram sempre pródigas em ultrapassagens, acidentes e constantes alterações de classificação.
Na prova que Gommendy conseguiu a vitória (pode ver o artigo FC Porto vence em Vallelunga), tinha partido do 11º lugar, conseguindo conquistar a primeira posição apenas a 500 metros do fim da última volta: um espectáculo! Em várias provas os pilotos vencedores conquistaram as primeiras posições nas últimas voltas.

Aguardo com alguma ansiedade o início da próxima época.
Quero saber se vamos finalmente ter uma equipa à altura do piloto, quais vão ser as novas equipas e quais vão ser as novas corridas (mais 3 corridas, sendo uma delas fora da Europa).

SMS do dia - XXIII

Se o futebol fosse a preto e branco a culpa era do Nuno e o responsável pelo regresso das vitórias era o Pedro Emanuel.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Os recordes de Istambul

Lisandro instantes antes de marcar o 2º golo

Com os dois golos que marcou ao Fenerbahçe, Lisandro atingiu os 10 golos em 23 jogos na Liga dos Campeões e tornou-se o melhor goleador do plantel na maior competição de clubes do Mundo, ultrapassando outro argentino - Lucho Gonzalez (que tem nove).

Mas, numa época em que os sportinguistas festejam efusivamente o terem chegado pela primeira vez aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, passou quase despercebido o facto de o FC Porto, com a vitória obtida em Istambul, atingir essa fase pela 10ª vez! Neste aspecto, à frente do FC Porto só há três colossos europeus: Real Madrid, Manchester United e Bayern Munique.
Aliás, em 14 participações na Liga dos Campeões (recorde que o FC Porto partilha com o Manchester United), só por quatro vezes é que os dragões não chegaram à fase a eliminar: em 1995/96, 1997/98, 1998/99 e 2005/06.

Por outro lado, este terceiro apuramento seguido para os oitavos-de-final da LC é um recorde para o FC Porto e, claro, para o futebol português.

Jesualdo na conferência de imprensa

Quem também bateu um recorde, que já era seu desde a vitória em Kiev, foi o treinador do FC Porto, Jesualdo Ferreira, ao conquistar a 5ª vitória fora de casa para a Liga dos Campeões.
Mais. Esta foi a 10ª vitória de Jesualdo em 21 jogos na Liga dos Campeões, superando a anterior marca de Fernando Santos (9 vitórias em 22 jogos).
E se daqui até Março tudo correr normalmente, Jesualdo irá também ultrapassar Fernando Santos, tornando-se o treinador do FC Porto com mais jogos (24) nesta liga dos milhões.
Coisa pouca...

Fotos: uefa.com (clique nas imagens para as ampliar)

Diogo Viana, mais uma jovem promessa


«O F.C. Porto venceu, esta quarta-feira, o Varzim, por 0-2, em jogo da 8ª ronda do Campeonato de Inverno da Liga Intercalar (Zona Norte). Numa partida em que os Dragões se exibiram ao mais alto nível, é justo isolar o desempenho de Diogo Viana, autor dos dois golos azuis e brancos e protagonista de uma série de lances de qualidade inquestionável.

O extremo, contratado esta temporada para a equipa de sub-19, já havia revelado em desafios anteriores excelentes pormenores, traduzidos, hoje na Póvoa de Varzim, em golos, um prémio mais do que merecido para um jovem que transpira talento
.

O primeiro, digno de todos os elogios e inúmeras repetições, foi alcançado aos 18 minutos, através de um remate forte e colocado, que não deu hipótese de defesa ao guarda-redes Rui Barbosa. O segundo – não tão vistoso; ainda assim, de um tremendo sentido de finalização – surgiu na sequência de um cruzamento de Dias, que o nº 11 aproveitou da melhor forma: em cima da pequena área, dominou e enviou, determinado, a bola para o fundo das redes da baliza do adversário
in www.fcporto.pt


O jogo anterior da Intercalar tinha ficado marcado pelo regresso de Rabiola à competição, após 7 meses de paragem, e com o ponta-de-lança contratado na época passada ao V. Guimarães a marcar o golo que abriu caminho à vitória sobre o Freamunde.

Na Póvoa foi a vez de brilhar o extremo contratado ao Sporting, no âmbito da negociação do passe de Hélder Postiga (a Sporting SAD mantém 50% dos direitos económicos e de formação de uma eventual transferência do jogador da FC Porto SAD para um terceiro clube).


Confesso que nunca vi jogar este Diogo Viana mas, perante os elogios que tem tido, espero que, em breve, o professor Jesualdo lhe possa dar uma oportunidade (porque não em Cinfães?)

No jogo com o Varzim o FC Porto alinhou com: Ventura «cap.»; David, Roberto, Tengarrinha e Benítez; Dias (Ramon 80'), Bolatti e Josué; Candeias, Rabiola (Claro 69') e Diogo Viana

Para além de Diogo Viana, também li elogios ao desempenho Candeias e do júnior Dias. Já relativamente aos dois "seniores" que integraram o onze do FC Porto, o JOGO escreveu o seguinte:

«Numa avaliação ao desempenho do misto de juniores e profissionais, José Gomes, adjunto de Jesualdo Ferreira, viu dois sul-americanos desperdiçarem esta oportunidade para mostrar serviço. Na verdade, Bolatti e Benítez, com mais ou menos aplicação, deram uma pobre imagem.»

Bolatti e Benítez parecem ser, de facto, dois casos perdidos. Haverá alguém que os queira, nem que seja por empréstimo, na reabertura do mercado em Janeiro de 2009?

O FC Porto é o líder da Zona Norte, com 16 pontos, e na próxima jornada (última ronda desta fase) recebe o Paços de Ferreira, no Estádio do Centro de Treinos e Formação Desportiva do Olival. Ao FC Porto basta um empate para seguir para os quartos-de-final da Liga Intercalar.

Fotos: www.fcporto.pt, Academia de Talentos

Chapa 5

Curioso é rever, agora, as capas dos pasquins lisboetas nas vésperas dos dois jogos. Qualquer semelhança entre delírio extremo e a realidade é pura coincidência. Que nunca percam a noção do ridículo.

Foi mesmo uma "Grande Final" (2-5) e uma "Subida ao Olimpo" (5-1). Pena que os Deuses do Futebol não apreciem a mediocridade.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Clubes da 2ª circular solidários na chapa 5





Houve quem, arrogantemente, se fartasse de gozar com o descalabro do FC Porto em Londres.
E agora?
Será que o "sistema" e a crise no futebol português vão reaparecer?...

Fotos: uefa.com, Record (clique para as ampliar)

Fim de linha para Adriano


Longe dos grandes palcos e votado ao esquecimento, Adriano vai-se treinado diariamente à parte no complexo de treinos do Olival. Os tempos de glória com a camisola azul-e-branca vestida não passam já de ténues memórias e a esperança de voltar a competir de Dragão ao peito é uma miragem.

Na sua edição de Sábado, o jornal Record deu à estampa mais um capítulo do “braço de ferro” que envolve o jogador, treinador e SAD:
«A guerra de nervos entre o FC Porto e Adriano está prestes a chegar ao fim. Há um dado novo que permite antecipar tal cenário: o avançado está farto de se treinar sozinho e de não competir, pelo que vai facilitar a saída em Janeiro, mês em que completa 30 anos. Perante a ameaça de estagnação na carreira, o brasileiro desiste do braço-de-ferro para permitir uma resolução a contento de todas as partes.

É evidente que o seu nome não consta das opções portistas (não está inscrito e nem sequer compete na Intercalar), pelo que o futuro de Adriano no futebol está dependente de um novo projecto.

É aqui que voltam a opor-se interesses. O FC Porto investiu 1,4 milhões de euros na compra do passe do ex Cruzeiro e, com salários e prémios, as despesas ultrapassam claramente os 2 milhões. Resta saber onde podem os dragões garantir algum retorno numa eventual transferência definitiva, cenário que, obviamente, mais interessa a todas as partes.

O mercado brasileiro é, nesse sentido, o mais provável destino de Adriano, até porque é notório que o jogador não pretende regredir significativamente nos seus vencimentos, incomportáveis para os emblemas nacionais

in Record, 22/11/2008

Num artigo sobre Adriano publicado há 2 meses atrás aqui no Reflexão Portista, onde é descrito o assinalável percurso do avançado brasileiro no FC Porto, José Correia aventou da seguinte forma o mais provável desfecho deste imbróglio: «Sinceramente, tenho pena que a ligação de Adriano ao FC Porto esteja nestes moldes e termine (tudo o indica) com o jogador a treinar sozinho e, mais dia menos dia, a sair em conflito com o clube. Pelo seu passado e por aquilo que já deu ao FC Porto, acho que o Adriano não merece este tipo de tratamento».

Independentemente das razões que levaram à exclusão de Adriano do plantel do FC Porto, – o que até hoje não foi esclarecido, tendo já sido elencadas várias hipóteses, desde a mera opção técnica até a retaliação por o avançado não aceitar um empréstimo – nada justifica a forma como o jogador tem sido quase ostracizado no Clube.


Actualmente, continuo com a convicção de que Adriano apresenta características singulares em todo o plantel que poderiam ser importantes para a equipa, mormente o seu forte jogo aéreo, que é um aspecto decisivo em muitos encontros.

Á excepção de Lisandro, que amiúde finaliza com êxito de cabeça, nem Farias nem Hulk são jogadores talhados para esse tipo de lances. E já que estamos numa simples análise comparativa, diga-se que o avançado argentino, nem de perto nem de longe faz esquecer Adriano que, para alem de ter sido bem mais caro, tem uma média de golos muito inferior à do avançado brasileiro.

Mas, dado conflito existente entre o jogador e quem gere os destinos do FC Porto, não é plausível que Adriano volte a envergar a camisa azul e branca, sendo que a sua transferência para outro clube fora de cá do burgo é o mais provável que se venha a verificar.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A saga continua


Grande resultado, muita luta e alguns momentos muito bons permitiram ao FCP chegar à fase seguinte, depois de mais uma vitória fora, desta vez sobre o Fenerbahçe que entrou bem e fez perigo por Alex que recebeu um centro da meia direita (rasteiro) e rematou por alto, em muito boa posição. Estavam decorridos pouco mais de 3 minutos.

Pouco antes desta boa ocasião para o adversário, Hulk tinha furado pela direita, possante e rápido, e sobre a linha centrou, mas o guarda-redes turco defendeu sem dificuldade. Iniciativa individual, pois então, era o que se lhe pedia para pôr em sentido o último reduto do Fenerbahçe.

Nos momentos iniciais, os laterais sentiram grandes dificuldades e fizeram faltas sucessivas. Pedro sentiu grandes dificuldades e quando o Rodriguez não conseguia suster o lateral do seu lado, as coisas tendiam a complicar-se, e então, lá vinha o recurso à falta. Fucile na primeira parte esteve inseguro e faltoso, igualmente.

Aos 13 minutos já o FCP igualava as operações, passava a ganhar mais bolas no meio campo e a desferir contra-ataques perigosos. O jogo estava mais dividido, os duelos mais cerrados: o Fenerbahçe com mais pendor atacante, o FCP mais no controlo e no contra-golpe.

Aos 19 e 27 o FCP marca por intermédio de Lisandro. Dois golos com sotaque e muita raça. O primeiro com um passe longo de Fernando para o segundo poste para Bruno, que levantou para a zona da pequena área: Rolando fez-se ao lance e ajudou à insegura saída do gr adversário que afastou a bola para perto, tendo sobrado para Lisandro que, à meia volta, rematou para o fundo das redes.


Antes do primeiro golo Lisandro teve uma jogada brilhante: na esquerda partiu o defesa por duas vezes, atrasou para Meireles que rematou para excelente defesa do guarda redes. Jogada de equipa com boa circulação e variação do flanco; a equipa mais perto de render a um nível interessante, que só tem de ser mais constante.

O 2º golo saiu de um lançamento de bola de Fucile (uma 2ª. parte muito boa porque corrigiu o posicionamento e encontrou o momento certo de intervir e atacar o jogador que se lhe opunha), Lisandro parou com o peito e marcou (à segunda) um golo à boa maneira de um matador. Os nossos comentadores estavam mais preocupados com uma possível bola no braço do nosso avançado que dizer baixinho, como é costume, que tinha sido o 2º. Golo do FCP. Lá o disseram, sabe-se lá com que sacrifício.

Aos 33 minutos tivemos, talvez, a jogada mais brilhante de todo o jogo. Uma transição rápida com um passe a sobrevoar o campo da direita para a esquerda que apanhou completamente desmarcado o Tomás Costa que se isolou e num gesto técnico excelente, à saída do guarda redes contrário, fez um chapéu acabando a bola por bater no poste direito. Um belo lance do melhor que se viu na primeira metade.

Depois foi muita luta e muita perda de bola, de parte a parte, até ao final da 1ª. parte.

A 2ª parte com Kassim Kassim do lado direito, Pedro tornou a sentir enormes dificuldades na marcação. Foi por aí que o Fenerbahçe ensaiou as jogadas de maior perigo. No entanto, e apesar desse mais fulgor dos turcos nos minutos iniciais, perdemos boas situações aos 57 min., num remate de cabeça de Rodriguez num canto de Meireles e aos 59 numa perdida de Hulk depois de se ter isolado, e só com o gr na frente, não foi capaz de o bater, tentando marcar um golo em jeito, quando se pedia que fizesse o que sabe fazer melhor: atirar em força.


Os jogadores do FCP começaram a acusar desgaste e numa perda de bola de Fernando, Kassim Kassim rematou de muito longe a bola em bateu Bruno Alves ganhou altura e Helton, apesar de se ter feito bem ao lance, não foi capaz de defender.

Depois foram as substituições Tomás Costa (todo partido) foi rendido por Guarin, Hulk por Pelé e Rodriguez por Mariano. Foi ocupar espaços, foi lutar muito e defender com alma. Pouco mais atacámos: os jogadores saíram exaustos, nomeadamente Lisandro que se fartou de lutar, e como referiu: saiu morto. O adversário não incomodou muito, mas lá tivemos que sofrer até ao fim.

Um jogo difícil, em que mostrámos alguma irregularidade. Não somos uma equipa categórica, a circulação de bola nem sempre sai bem, mas a atitude, a serenidade e o companheirismo estiveram lá. Jogámos à Porto. É preciso tornar este porto vintage, mas ainda falta bastante caminho para lá chegar, mas com a alma também se ganha.


Os melhores: a atitude, a capacidade de luta, a superação de algumas fragilidades, os centrais, Fucile (uma 2ª. parte estupenda e um espírito indomável) e Lisandro.
O meio campo nem sempre se mostrou afinado, Meireles teve lances geniais outros nem por isso, Tomás Costa lutou até à exaustão e Fernando falta-lhe um pouco de experiência para ser um jogador muito acima da média. Andou algumas vezes perdido, como no lance do golo em que colocou a bola nos pés do adversário.
Hulk tem talento, tem força, só se espera que sem perder o seu apetite pela baliza e pelo golo, que troque melhor a bola quando o momento for mais de circulação e de controlo que de ruptura e insistência em jogadas individuais. Rodriguez esforçado, continua a não brilhar: até parece que a bola o atrapalha.
Dos suplentes utilizados, nota mais para Guarín.

Fotos: Record

De regresso a Istambul

A República da Turquia é um país eurasiático constituído por uma pequena parte europeia, a Trácia (23.764 km²), e uma grande parte asiática, a Anatólia (755.688 km²). O país é banhado pelo Mar Negro ao norte, pelo Egeu e o Mar de Mármara a oeste e pelo Mediterrâneo ao sul.

A capital é Ancara, mas a principal cidade do país é Istambul, a qual se encontra entre a Trácia e a Anatólia, dividida ao meio pelo estreito do Bósforo.
Istambul foi denominada Bizâncio até 330 d.C. e Constantinopla até 1453. Durante o período otomano, os turcos chamavam-na de Istambul, nome oficialmente adoptado em 1930.
As zonas históricas de Istambul foram declaradas património da Humanidade pela UNESCO, em 1985.

Basílica de Santa Sofia


Após a vitória em casa no primeiro jogo desta fase de grupos, o FC Porto está de regresso a Istambul, onde o ano passado foi feliz, tendo derrotado o Besitkas (1-0) com um golo de Quaresma nos últimos minutos do jogo.

O Fenerbahçe não é o Besitkas e ainda por cima falta o Lucho, mas a esperança num bom resultado é grande.













Em termos de público, que tipo de ambiente espera o FC Porto?
Para responder a esta questão, o JN de hoje publica uma pequena entrevista com um ex-jogador do FC Porto, o defesa turco Fatih Sonkaya.

[JN]: Que ambiente espera o FC Porto?

[Sonkaya]: O público faz-se ouvir do início até ao fim. Não vai ser fácil para o FC Porto. No relvado, dá para sentir a atmosfera nas bancadas. Os adeptos fazem tudo para a sua equipa ganhar.

[JN]: São os mais fanáticos da Europa?

[Sonkaya]: Sim. Parecido com a Turquia, só a Grécia e, talvez, a Itália. Para os turcos, o futebol é tudo. São apaixonados. Os líderes das claques reúnem-se antes dos jogos e decidem as coreografias.

[JN]: Dá para comparar com os adeptos portugueses?

[Sonkaya]: Não dá para comparar. Na Turquia, são mais radicais.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Milan Stepanov, um fiasco?


Em finais de Julho de 2007, após ter vendido Pepe ao Real Madrid, a FCP SAD investiu cerca de 4 milhões de euros naquele que, supostamente, seria o novo parceiro de Bruno Alves: Milan Stepanov.

Após o FC Porto ter chegado a acordo com a equipa turca do Trabzonspor, Stepanov afirmou o seguinte:
«Estou felicíssimo, só penso em pisar a relva do Estádio do Dragão. Estou num dos dez melhores clubes da Europa. O FC Porto tem uma longa tradição, foi duas vezes campeão da Europa e tem sempre grandes resultados no seu país

Stepanov não era um total desconhecido para os portugueses. Cerca de um ano antes, ao serviço da selecção de sub-21 da então ainda denominada Sérvia e Montenegro, tinha defrontado a selecção portuguesa num jogo disputado em Barcelos.
Sobre a actuação de Stepanov nesse jogo, que os sérvios venceram por 2-0, o Maisfutebol escreveu o seguinte:
«Apetece dizer que só mesmo por referendo alguém teria permissão para o ultrapassar. Impressionante a solidez, quer no jogo aéreo, quer à flor da relva, demonstrada pelo atleta que representa os turcos do Trabzonspor. Implacável na marcação e consciente na forma como ocupou os espaços, não deu quaisquer hipóteses a Hugo Almeida, confirmando as excelentes indicações que já dera no confronto com a Alemanha. Se mantiver este nível, arrisca-se a sair de Portugal com um contrato milionário debaixo do braço

Ao contrário das expectativas, o promissor defesa-central sérvio não se conseguiu impor na equipa azul-e-branca e, 16 meses depois de ter chegado, em declarações recentes à comunicação social, afirmou que não está feliz no FC Porto e que pondera abandonar o clube na próxima reabertura de mercado.
Sou jogador de futebol e, como tal, quero jogar. Mas não posso dizer muito mais. Ainda há muitos jogos pela frente, muitas competições por disputar. Estou aqui, faço parte de um grupo. Resta-me trabalhar e continuar à espera de uma oportunidade. Futuro? Logo se vê o que vai acontecer em Dezembro ou Janeiro.”

Na época passada, Stepanov realizou nove jogos para o campeonato e mais quatro na Liga dos Campeões e, feito um balanço, o melhor que se pode dizer é que o sérvio esteve longe de mostrar valor para ser titular do FC Porto.


Deste modo, não surpreende que, actualmente, seja a última escolha de Jesualdo para a sua posição, tendo disputado apenas um jogo oficial esta temporada, para a Taça de Portugal, contra o Sertanense.

Com Pedro Emanuel em final de carreira e a fazer, previsivelmente, a sua última época e Bruno Alves na calha para ser transferido (possivelmente para Inglaterra), o que fazer com Milan Stepanov?
Se houvesse alguém que pagasse o que ele custou…

domingo, 23 de novembro de 2008

Emir Kusturica, camisola 10






Emir Kusturica e a «No Smoking Orchestra» no Pavilhão Municipal de Vila Nova de Gaia, na última sexta-feira à noite, perante cinco mil espectadores.

Fotos: Maisfutebol

Pinto da Costa, o F.C.P. e os Políticos

A propósito do interessante artigo do Mário Faria sobre as relações entre Rui Rio e o F.C. Porto e da posição do presidente da Câmara Municipal do Porto acerca da “promiscuidade” entre política e futebol ocorreu-me historiar em breves linhas o que foi ao longo dos anos a atitude do próprio presidente do F.C. Porto em relação à política e aos políticos. Se nos dermos ao trabalho de recuar no tempo chegaremos à conclusão de que, de certa maneira, Jorge Nuno Pinto da Costa foi, nesse aspecto, uma espécie de imagem simétrica de Rui Rio.

De facto, logo desde os tempos do “Verão Quente das Antas” de 1980 que Pinto da Costa se insurgiu contra a intimidade entre o clube e a política, especialmente a propósito do cargo de deputado a que o presidente da altura, o Dr. Américo Sá, acedera devido à notoriedade que a presidência do clube lhe dera. Mais, no âmago da questão em liça nesse atribulado verão, estava o que Pinto da Costa, José Maria Pedroto e outros viam como a submissão do Dr. Américo Sá à vontade de colegas seus de bancada com posições de relevo no panorama futebolístico da capital, entre os quais o Dr. Martins Canaverde, antigo presidente do Benfica e da F.P.F. Teria sido, na óptica da facção “pintista” de 1980, por pressões de Canaverde & Cª que Américo Sá acabara por deixar cair Pinto da Costa do cargo de chefe do departamento de futebol, com isso arrastando a demissão de Pedroto e todos os factos daí decorrentes.

Foi, pois, a distanciação do clube da política e dos políticos uma das palavras-fortes da campanha de Pinto da Costa para a presidência do clube em 1982. E, se bem o pensou, melhor o fez. De facto, nos primeiros anos do seu consulado, Pinto da Costa manteve uma linha inflexível no trato com os políticos, bem ilustrada por dois episódios: em 1986, aquando da participação da selecção nacional no Campeonato do Mundo do México, o recém-eleito Presidente da República, Dr. Mário Soares, convidou os presidentes dos clubes com jogadores na selecção para assistirem com ele em Belém, pela televisão, ao jogo inaugural da nossa equipa contra a Inglaterra. Todos marcaram presença. Todos? Não! A Norte um resistente rejeitou o convite e primou pela ausência: o presidente do F.C. Porto.

De igual modo, poucos anos depois, o Engº Armando Pimentel, de saudosa memória, vice-presidente do clube, foi eleito vereador da Câmara Municipal do Porto e, acto contínuo, demitiu-se do cargo que ocupava no clube, por tácita e implícita incompatibilidade de funções. Aliás, o próprio Jorge Nuno Pinto da Costa foi várias vezes sondado pelos mais díspares partidos (creio que, segundo o próprio, apenas com a excepção do P.C.P.) para uma possível candidatura à Câmara e sempre o recusou. Ao contrário de muitos outros, cargos no futebol e na política eram para ele incompatíveis (posição que, estou certo, manterá).

Mas, de um período inicial de total ou quase total alheamento do clube, sob Pinto da Costa, do mundo da política, começaram a dar-se alguns passos de aproximação. O princípio da não ingerência nos assuntos políticos era inatacável mas - terá Pinto da Costa pensado – algum contacto aqui e ali não seria prejudicial ao clube, antes pelo contrário, já que não era para ele próprio que algum dia procuraria tirar vantagens de um relacionamento com os políticos. O primeiro desses passos veio a ter lugar no relacionamento de Pinto da Costa com o Gen. Ramalho Eanes, que conheceu através de um amigo comum, o comendador António Gonçalves Gomes, “o Samarra”. Esse relacionamento viria a dar lugar a uma grande amizade, como é do domínio público. E em Eanes Pinto da Costa encontrava, aliás, um político bem à sua medida: era, por excelência, o político anti-políticos, e até criara um partido anti-partidos.

É com mágoa que actualmente vemos a equipa do F.C. Porto não ser recebida nos paços do concelho aquando dos seus êxitos, e da varanda dos mesmos festejar com a massa anónima dos adeptos. Essa suposta tradição (um bom hábito, diga-se) foi quebrada pelo Dr. Rui Rio. Mas a verdade é que se não tratava de tradição alguma: antes da presidência do Dr. Fernando Gomes nunca as equipas do F.C. Porto eram recebidas na Câmara para daí festejarem com os adeptos.
Nem mesmo no tempo do antecessor do Dr. Gomes, por sinal um antigo vice-presidente do F.C. Porto, o Dr. Fernando Cabral, tal se verificou, inclusivamente aquando da vitória na Taça dos Campeões Europeus em 1987. A Câmara Municipal do Porto ignorava o clube mais importante da cidade e a este, por sua vez, desagradava o convívio com os políticos.

O atrás referido Dr. Fernando Gomes foi, pois, o precursor do estreito relacionamento entre câmara e clube. Mesmo antes de chegar ao topo da edilidade tripeira o Dr. Gomes, sobre quem, aliás, sempre pendeu uma nunca satisfatoriamente desmentida suspeição de sportinguismo, ensaiara já uma aproximação (alguns diriam colagem) ao F.C. Porto. Efectivamente, na qualidade de euro-deputado convidou o nosso bi-Bota de Ouro, também ele Fernando Gomes, para ser apresentado no Parlamento Europeu. Na sua gentileza o Dr. Gomes, que já fora presidente da Câmara de Vila do Conde, sua terra natal, mais do que apresentar o seu homónimo aos deputados de Estrasburgo, pretenderia era apresentar-se ele mesmo aos eleitores tripeiros.

Não sei se alguém algum dia votou no Dr. Gomes levando em conta a sua simpatia para com o F.C. Porto mas, caso isso tenha acontecido, aí sim, estaríamos perante um caso a merecer reflexão política e sociológica, para usar a expressão do Mário Faria. Bem sei que, por causa do futebol, até dois países da América Central em tempos se envolveram em guerra, mas daí a acreditar que o portuense médio, mesmo adepto do F.C. Porto e com toda a paixão pelo clube, dê muito relevo a aspectos dessa ordem na hora de votar em eleições autárquicas, vai uma distância. Isso mesmo explicará o aparentemente paradoxal reforço de votação do Dr. Rio de 2001 para 2005, manifestamente não afectado pela sua antipática posição para com o F.C. Porto.

Sejam as coisas como forem, o Dr. Gomes, aquando do anúncio público da sua tentativa de reconquista do lugar de presidente da edilidade em 2001, estava ladeado por Jorge Nuno Pinto da Costa. Este não estava ali como presidente do F.C. Porto, mas JNPC e o presidente do F.C. Porto são a mesma pessoa, além de que o apoio público de JNPC, se nunca tivesse sido presidente do FCP, pouco interessaria ao Dr. Gomes. Decerto que Pinto da Costa manifestou esse apoio por motivos para ele bons e sãos, mas as aparências são, em muitos aspectos da vida, fundamentais. Nada terá, portanto, impedido o Dr. Rio de, na sua sanha anti-“promiscuidade” e na sua imaginação aquecida pelo fragor da luta eleitoral, ter achado que defrontava realmente Pinto da Costa e não o Dr. Gomes, e que a sua vitória acabou por ser sobre JNPC e não sobre o candidato socialista. Ele próprio, aliás, declarou depois de eleito que a sua vitória se fizera contra “os poderosos”. Nessa sua sanha a figura de Pinto da Costa teria assim assumido na imaginação do Dr. Rio contornos semelhantes aos de um cacique saído das páginas de um romance de outro eminente portuense, Júlio Dinis.

Perguntar-se-á: e se Pinto da Costa não tivesse apoiado o Dr. Fernando Gomes em 2001, teria a atitude do Dr. Rui Rio no caso do Plano de Pormenor das Antas sido diferente? Isso, ninguém pode dizer, mas cada um que avente a sua hipótese.

De toda esta saga de distanciamentos e aproximações entre Jorge Nuno Pinto da Costa e os políticos uma conclusão me parece legítimo tirar: JNPC gere essas relações conforme lhe parece convir ao F.C.P. em cada momento; nunca se aproxima de um político por qualquer interesse pessoal, nem pelos seus lindos olhos. Fá-lo friamente e em nome do que considera ser o interesse do F.C. Porto, e em nome desse mesmo interesse, tal como se aproximou, pode afastar-se. Jorge Nuno Pinto da Costa tem um lado sentimental na sua actividade à frente do F.C.P., mas reserva-o exclusivamente para aqueles que, como atletas, treinadores ou adeptos, estão directamente ligados à vida do clube.

sábado, 22 de novembro de 2008

Obri quê?

O Estrela da Amadora está em crise desde há uns meses. O Evangelista presidente do sindicato dos jogadores veio incitar os jogadores do Estrela a fazerem greve ao jogo da oitava jornada que por acaso se realizava no estádio da Luz contra a equipa local. Já em 2005 o mesmo presidente tinha incitado os jogadores do V. Setúbal a apresentarem um pré-aviso de greve antes de um jogo contra o SLB, à 14ª jornada. Coincidências.


Entretanto o presidente do Estrela da Amadora prometeu aos jogadores, antes do jogo com o SLB, de que lhes ia pagar um dos meses em atraso. Tinha conseguido um cheque de um sponsor que iria cobrir a verba necessária para pagar um mês de salário aos atletas. Por outro lado, no último programa “Tempo Extra” da SIC Notícias, Rui Santos fez a revelação de que o tal cheque que serviria para pagar aos jogadores do Estrela viria da empresa Obriverca.


“A empresa que se dispunha a viabilizar algo mais de um mês de salários aos jogadores do Estrela tem fortes ligações no ramo do imobiliário na Área Metropolitana de Lisboa - com investimentos designadamente nos concelhos de Vila Franca de Xira, Odivelas, Loures e… Amadora. A Obriverca (com sede em Alverca) teve como sócios fundadores Eduardo Rodrigues, actual presidente do Conselho de Administração, Luís Filipe Vieira, que dela se desvinculou em 2001, e Joaquim Marto, entretanto falecido. O actual homem-forte da Obriverca é natural da aldeia de Grade, distrito de Castelo Branco e, avesso a mediatismo, sempre que resolve dar uma festa em sua casa tem um amigo que invariavelmente convida: Joaquim Raposo, o presidente socialista da Câmara Municipal da Amadora. O universo Obriverca agrupa 12 outras empresas, algumas das quais têm na administração as duas filhas de Eduardo Rodrigues. O futebol não é de todo desconhecido para Eduardo Rodrigues, através do cargo de presidente do Conselho Fiscal do Alverca.”
in O JOGO, 18/11/2008


O facto de o presidente do SLB, Luis Filipe Vieira, ser um dos fundadores da Obriverca é mais uma daquelas infelizes coincidências de que o futebol em Portugal está cheio. O cheque, segundo o jornal Record “até existia desde há alguns dias, mas o “mecenas” terá dado o dito pelo não dito e retirou o prometido apoio ao E. Amadora. Esta marcha atrás poderá ter a ver com o facto de este apoio ter sido tornado público num programa de TV no domingo à noite”.


Estou curioso para ver qual será a (in)acção que será levada a cabo pela Super Morgado - a Super-Procuradora com Super-Poderes, pelo presidente da Liga (o mesmo que sempre prometeu que iria afastar o clima de suspeição permanente no futebol português) e pela própria Ricardina quando uma empresa da qual fez (faz?) parte Luís Filipe Vieira aparece na véspera do jogo SLB x E. Amadora para “ajudar” este clube em dificuldades com um cheque de 150 mil euros, ainda por cima quando o saque só é tentado no dia a seguir ao referido jogo (17/11/2008) e depois da notícia ter sido divulgada terem surgido “irregularidades de saque” que impediram o Estrela de receber o dinheiro. Mais uma confusão em que aparece envolvida esta empresa criada por Vieira que "meteoricamente se transformou num império"…

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

SMS do dia - XXII

Eu sei que é estranho ver o Leixões no nosso lugar, mas estranho, estranho é ver o José Mota na flash-interview sem o belo boné da JCA.

O Rio, a cidade e o clube

Não é fácil falar de Rui Rio e de Pinto da Costa, exclusivamente no âmbito político e desportivo, respectivamente, como se a vida de cada um começasse e terminasse nessa condição.
O homem que é Presidente do FCP tem todo o direito de fazer as suas escolhas políticas, mas deve-o fazer em seu nome pessoal e não misturar o clube com motivações do tipo partidário.

O mesmo tipo de registo seria exigível ao Presidente da Câmara e a Rui Rio, relativamente ao FCP, embora não seja a mesma coisa, porque os cargos que ambos exercem pedem responsabilidades diferentes.


Relativamente ao Presidente da Autarquia, é esquisito que não lhe interesse o desporto – ainda que profissional – e os clubes que moram cá no burgo, nomeadamente o FCP que é uma marca que beneficia claramente a cidade. No seu programa, fala no apoio ao desporto amador. Deve ser, por isso, que a autarquia tanto se empenhou nas corridas de automóveis e aviões. Entre o desporto amador (que fica muito bem em qualquer programa) e o ego do nosso presidente, ganharam os motores e as acrobacias aéreas.


Nem oitenta como era com Fernando Gomes, nem abaixo de zero como faz Rui Rio. Um Presidente da Câmara tem todo o direito de não se querer misturar (nem parecer que o faz) em situações que sejam (ou pareçam) promíscuas. Com o FCP, Rui Rio não se distanciou: criou a ruptura. Houve exageros e alguma violência absolutamente reprovável por parte da claque, mas o pecado original foi cometido por Rui Rio e a sua entourage, que na sua grande maioria detesta o futebol ou o FCP. Pior, agiu como se o facto fosse uma mais valia política. Depois da vitória nas eleições, o que antes era um desejo - partir a espinha dorsal ao FCP -, passou a ser um projecto exequível. Se já tinha ganho as eleições contra tudo e todos, porque não aspirar chegar mais longe?


Como atrás referi, da sua agenda (pessoal e informal) constava quebrar a espinha ao FCP (e a PdC) e retirar-lhes todo o apoio que até aí tinham recebido da CMP. O PPA que viabilizou a construção do Dragão, era o instrumento que precisava para consolidar a personalidade de antes quebrar que torcer. Serviu, ao mesmo tempo, para funcionar como um instrumento fundamental para o seu projecto político. Com um cajado matou dois coelhos: o PS, despesista e promíscuo, o FCP uma espécie de tecto que encobria toda um seita de malfeitores.

Com a ajuda da Associação de Comerciantes do Porto tudo fez para bloquear o projecto do Dragão. Amorim que é um conhecido apoiante da causa do PSD, interveio e conseguiu um acordo.

Sinceramente, era interessante conhecer como tem sido monitorizado esse empréstimo e o que é que ganharam os Comerciantes, para além da exploração do cinema Batalha. Parece-me óbvio que o problema dos pequenos comerciantes é sistemático e não vai com as bolhas de dinheiro que Rio generosamente lhes "concedeu", via acordo com o Grupo Amorim.

Para que serviu tanto alarido? Obviamente, prejudicar o FCP e ficar bem na fotografia para a opinião publicada. Para além disso, servirá para memória futura, quando o partido for chamado a eleger um novo presidente, o que deverá acontecer a curto prazo. Aliás, esta é a fórmula ganhadora, que Scolari seguiu e que tem o nome de “Princípio de Rio”: hostiliza o FCP e tens o país aos pés.

Depois do acordo entre Rio, Amorim e os Comerciantes, o que ganhou a cidade? E que problemas viram os comerciantes resolvidos? A quem interessa isso agora? Fazer todo o mal de uma vez, relativamente ao FCP, foi a estratégia. Agora, o seu desprezo, mais silencioso e cuidadoso, é quase reconhecido como um benefício.

Firmou acordos com o Grupo Amorim e com a Soares da Costa. Satanizando o FCP, obviamente só podia criar anti-corpos junto do clube, dirigentes e adeptos. O tempo cura algumas chagas, mas as marcas ficam lá. Apesar disso, honra lhe seja feita, conseguiu fixar e aumentar o seu pecúlio eleitoral, o que é obra que merece reflexão, política e sociológica.

A ambiciosa intervenção do Plano de Pormenor das Antas visava o propósito de criar uma nova centralidade com funções variadas. Para aqui previram-se três mil fogos, dois hotéis, um estádio de futebol, um pavilhão multiusos, um centro comercial, equipamentos de saúde e de ensino, um parque urbano com dez hectares, estacionamento para três mil viaturas e um interface para o metro.


Parte do Plano de Pormenor das Antas está construído mas, o equipamento de saúde, o de ensino e o tal parque urbano ficaram pelo caminho, confirmando o imobilismo camarário instalado há anos na cidade.

A revitalização da baixa, os bairros camarários, as corridas de automóveis e aviões, o recente amor pelo fogo de artifício, são a obra que é elencada pelos seus seguidores como meritória. O Metro serve para demonstrar a sua sanha regionalista, e mostrar os dentes a Lisboa, sem morder.

A relação entre o FCP e Rui Rio já foi bem pior. Agora, simplesmente preferem silenciar o ódio de estimação que merecem um do outro. A Rui Rio já não interessa afrontar o clube porque já não retira dividendos disso – os ganhos conquistados estão consolidados, não é preciso bater mais no ceguinho – e o FCP porque sabe que a maldição de Rui Rio há-de passar e o FCP há-de continuar por muitos e bons anos como o clube de referência da cidade.

Devo confessar que sou de mais do FCP e de menos do PSD, apesar disso, desejo a melhor sorte para o Dr. Rui Rio. Estou ansioso por vê-lo no Parlamento, ou noutro qualquer lugar, bem longe da Câmara e da nossa cidade. O país espera-o!

Luis Fabiano, o Fabuloso


Na madrugada da última 5ª feira, num jogo disputado no estádio Bezerrão (que nome apropriado…) a selecção brasileira de futebol infligiu uma goleada das antigas (6-2) à sua congénere portuguesa.

Quando se esperava por um duelo entre Kaká (o actual melhor jogador do Mundo para a FIFA) e Cristiano Ronaldo (o anunciado próximo eleito como melhor do Mundo), quem brilhou a grande altura foi Luís Fabiano, que fez um hat-trick e ainda o passe para o golo do seu companheiro de equipa Maicon.

Este Luís Fabiano é bem conhecido dos portistas.
Em Agosto de 2004, a FCP SAD comprou 25% do seu passe e Luís Fabiano chegou ao Dragão com o apelido de “Fabuloso”, devido aos 61 golos que tinha marcado em 85 jogos com a camisola do São Paulo, entre 2001 e 2004.

Contudo, Luís Fabiano não foi feliz no FC Porto, nunca vimos o tal “Fabuloso”, e em 22 jogos com a camisola azul-e-branca marcou apenas três golos.


Ao contrário do que é habitual (veja-se os casos actuais de Mariano Gonzalez e de Ernesto Farias), infelizmente os dirigentes portistas não tiveram paciência e à primeira oportunidade o Fabiano foi vendido, no caso ao Sevilha, pelo mesmo valor que tinha custado 10 meses antes.

Vestindo a camisola do clube andaluz, Fabiano encontrou as condições para voltar a brilhar e, desde que chegou a Sevilha (a partir da época 2005/06) marcou 62 golos em 130 jogos para o campeonato, taça de Espanha e competições europeias.


De regresso à Selecção do Brasil (onde já marcou 14 golos em apenas 23 jogos), veste actualmente a camisola 9, sucedendo a Ronaldo e deixando no banco avançados como Adriano.

Tivemos um diamante nas mãos e deixamo-lo fugir entre os dedos…