domingo, 31 de maio de 2009

O homem do jogo...


... e, na minha opinião, o melhor jogador do FC Porto nas últimas duas épocas.

Lisandro encarna na perfeição o espírito do dragão e, por isso, uma das melhores notícias que os portistas poderiam ter é que Lisandro iria continuar a vestir de azul-e-branco nas próximas épocas.
Parafraseando um candidato à presidência do Sporting: Lisandro forever!

Foto: Record

Dobradinha e mais dois anos de Jesualdo



Foto: JN

Festa de dragões em Lisboa

Afinal, quem é o special one?


Homenagem ao presidente da AG do FC Porto


670 adeptos em festa, que grande almoçarada em Lisboa!


Luis Boa-Morte e uma familia de portistas


Quem são aqueles dois senhores ao lado da Claudia Vieira?


Fotos: Record, www.fcporto.pt

A Excepção

Jesualdo Ferreira tornou-se no primeiro treinador português tri-campeão nacional. Em Outubro passado, quando o FC Porto passava por um mau momento, Jesualdo viu o seu lugar muito tremido. Esteve bem a direcção que aguentou o treinador até ao “final da vindima”, pois ele seria sempre a melhor das opções para o FC Porto chegar ao tetracampeonato (o mesmo aconteceu a Guardiola no Barcelona acabando a época como se sabe).

Justo será dizer que o FC Porto desta época praticou na maioria dos jogos um futebol bastante mediano, em especial no Dragão, sobressaindo-se pela positiva nos períodos mais importantes da época: os jogos decisivos da Champions e do campeonato antes do Natal e nos derradeiros meses de Fevereiro e Março. Também não devemos esquecer que em 2007/08, a equipa de Jesualdo jogou um futebol de grande qualidade, dominador e categórico a nível nacional, ficando o sabor amargo da eliminação frente ao Schalke depois de vencer o grupo e da dobradinha falhada com a derrota na final da Taça.

Em jeito de balanço, acho que o FC Porto com Jesualdo a treinador realizou tantos bons como maus jogos. Pode ser uma exigência excessiva, mas o próprio Jesualdo Ferreira já demonstrou que é capaz de colocar a equipa a jogar mal ou bem, à defesa ou ao ataque tanto arrancando aplausos do público como levando os mesmos ao desespero. Jesualdo é capaz de gerir “ao minuto” os picos de forma e condição física dos seus jogadores, sendo verdade que o plantel do FC Porto assim o exige por ser curto. E tem um papel preponderante no crescimento de jogadores como Bruno Alves, Raul Meireles, Lisandro, Hulk, Rolando ou Fernando, não esquecendo alguns “falhanços” como Benítez ou Bolatti ou nas inexistentes oportunidades dadas aos jovens da casa.

Mas como um treinador vive dos resultados, é justo que Jesualdo Ferreira se torne na excepção a uma regra - que existe mais do desejo dos treinadores em abandonar o clube do que a uma estratégia directiva - e comande a equipa portista pelo quarto ano consecutivo. Para a história ficam os resultados...

2006/07
Campeão: última jornada, 1 ponto avanço
Champions: 2º lugar grupo com mesmo pontos que Arsenal; eliminado nos oitavos-final contra Chelsea
Taça Portugal: Eliminado pelo Atlético (4ª eliminatória)


2007/08
Supertaça: derrota contra Sporting
Campeão: 25ª jornada, 20 pontos avanço
Champions: vencedor grupo; eliminado nos oitavos-final contra Schalke através grandes penalidades
Taça Portugal: final perdida contra Sporting após prolongamento
Taça Liga: “taça da quê?”


2008/09
Supertaça: derrota contra Sporting
Campeão: 28ª jornada, 4 pontos avanço
Champions: vencedor grupo; eliminado quartos-final contra Manchester
Taça Portugal: (a aguardar resultado da final)

fotos: portistasdebancada.blogspot.com

sábado, 30 de maio de 2009

Os jogadores emprestados pelo FC Porto (IX)


"Quero continuar a boa época que tenho vindo a fazer. O meu sonho é regressar ao FC Porto. Se isso não for possível e o mister Jorge Costa quiser ficar comigo no Olhanense, é claro que dou preferência ao Olhanense. Gostei do ano que lá passei, mas nada está certo"
Castro (emprestado ao Olhanense), 27/05/2009

SMS do dia - LIX

Em que canal dá o hóquei?

Jesualdo Ferreira, aposta na continuidade

Por Justino Lourenço (*)

Acabei por aceitar o repto de escrever a propósito do percurso do Jesualdo Ferreira no último ano no F.C.Porto. Começo por dizer, que estou a escrever este texto, antes do resultado do Jamor, mas de qualquer forma penso que o próximo Domingo não irá de nada mudar as minhas convicções.

O F.C.Porto ao longo da sua longa história tem tido nas suas fileiras treinadores com os mais variados perfis. Assim, desde exemplos de treinadores que pela sua forma de estar e técnicas inovadoras de treino conseguiram sucessos nacionais e mesmo na senda internacional, sem querer esquecer ninguém, salientaria o exemplo do Pedroto, Artur Jorge, Bobby Robson, António Oliveira e José Mourinho.
Na segunda divisão desta minha classificação acrescentaria Co Adriaanse, que revolucionou a clássica forma de jogar, em especial a nível da defesa (sector com tradição no F.C.Porto), causando alguns calafrios aos adeptos em especial nos jogos internacionais, mas que para consumo interno conseguiu o esperado sucesso. Passaram, pelo historial do clube treinadores, que conseguiram gerir a equipa que herdaram, mas falharam a sua renovação como foi o caso de Fernando Santos (merecido obreiro do Penta).

Mas, o que é que estes treinadores tiveram em comum?
Um presidente do F.C.Porto no seu melhor, não sujeito a uma espécie de lei da rolha que foi habilmente cozinhada, porque justamente se pensava que se fraquejasse esse elo, fraquejaria o F.C.Porto. Ainda me recorda de ler na imprensa, que sempre que Pinto da Costa aparecia publicamente, dizia-se à boca cheia que condicionava as arbitragens.


Depois do despoletar, do Apito Dourado, surgiu um forçado silencio deste, que Jesualdo Ferreira inicialmente com dificuldades (por ter um perfil mais reservado) a gerir, complicou as coisas, mas não o impediu de ganhar. Este ano, já assistimos a um Jesualdo Ferreira mais desinibido nas suas intervenções que serviu muitas vezes de escudo do clube. Tal como o Sporting de Paulo Bento, o F.C.Porto deixou muitas vezes demasiadamente exposto o seu treinador.

O Jesualdo Ferreira, mais vezes apelidado de Prof. Jesualdo Ferreira quando se passeava pelas bandas da capital, com o seu perfil reservado, que não dá murros na mesa, que não abandona conferências de imprensa, que não é perito nos modernos mind games, lá foi com altos e baixos gerindo a sua carreira no F.C.Porto. Tendo no entanto desempenhado tarefas de relevo. Meio à pressa teve que substituir o treinador holandês (das birras), alterando o romântico sistema de três defesas que arruinava o clube quando jogava no plano internacional e mesmo com os seus rivais directos. Conseguiu alterar para melhor as coisas, com uma equipa que não tinha escolhido, sem ter uma pré-época para explanar o seu modelo de jogo. Conseguiu gerir ao longo dos anos, as necessidades de vender jogadores influentes e colmatar com sucesso as suas ausências, chegando a conseguir a nível interno um domínio tão intenso que deixou os adversários directos a cerca de vinte pontos.

No ano transacto, penso eu, teve o seu maior desafio, colmatar com sucesso as saídas de dois elementos fundamentais, que impulsionavam o ataque e traziam alguma magia à equipa, falo dos casos de Quaresma e Bosingwa. De tal forma foi a necessidade de reconstruir a equipa, que este ano terminou o campeonato com apenas quatro a cinco jogadores que alinhavam no ano passado, preenchendo a equipa de novos jogadores que a imprensa constantemente levantava dúvidas do seu valor.

Termino este texto levantando algumas questões importantes, que merecem a reflexão de todos os Portistas:
Existe mais alguma equipa portuguesa que apostando num 4X3X3 (dinâmico), consiga lançar defesas no ataque, e atacantes na defesa em momentos chave duma forma harmoniosa e eficiente?
Salvaguardando a natural distância, não é isso o motor do sucesso de Pep Guardiola?
E já agora que treinador português da actualidade teria o arrojo de jogar em Old Trafford olhos nos olhos como Jesualdo o fez?


Não será de reflectir na componente de preparação, igualmente implementada, que permitiu ao F.C.Porto ter um índice de lesões musculares inferior aos seus adversários?
E a evolução nas qualidades de jogadores como Hulk, Fernando, Raul Meireles e mesmo Bruno Alves e Mariano Gonzalez?

Penso que o leitor nem que não concorde na íntegra com todas estas questões que eu levantei, pelo menos concordará que neste momento, me parece que Jesualdo Ferreira será a melhor solução de continuidade. Apesar de não ser o Mourinho 2 nem a Paula Rego do futebol, é uma pessoa humilde, educada e competente que faz falta no futebol português.

(*) Docente Universitário e, segundo o próprio, Portista desde o dia em que nasceu.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Assim vai o jornalismo

Eu há muito que deixei de me importar com as capas de jornais, notícias de jornais, interpretações nos jornais, reportagens nas TVs, comentadores nas TVs, ... Ou melhor, pensava eu, que me tinha deixado de importar.

Tendo, um dia destes, apanhado a meio Pinto da Costa numa reportagem, penso que no Porto Canal, a dizer sobre a final da Liga dos Campeões:
Na teoria o resultado final é-me indiferente, mas, se calhar, o coração vai empurrar-me para o Barcelona. Tenho excelentes relações com a direcção e é um clube e uma cidade que se identificam muito com Porto e o F.C. Porto.
Ouvi e concordei.

No dia seguinte, li que na mesma conversa com os jornalistas PdC comentou a frase do palhaço da Madeira (não é o João Alberto, é o outro):
É fantástico para mim marcar em Portugal, porque é o meu país e sinto orgulho. Mas fico ainda mais feliz por marcar ao FC Porto
Ao qual PdC respondeu com a ironia de sempre (e é nestes casos que adoro a ironia dele):
Ele diz que gosta muito de marcar golos ao F.C. Porto e eu gostava muito de o ver marcar golos pela selecção.
Infelizmente sofremos um golo a 35 metros numa baliza em que duas semanas antes ele tinha falhado um golo a 35 centímetros.
Em nenhum momento, PdC faz a relação entre as duas respostas, e é mesmo claro a dizer, e volto a citar: "Na teoria o resultado final é-me indiferente, mas, se calhar, o coração vai empurrar-me para o Barcelona. Tenho excelentes relações com a direcção e é um clube e uma cidade que se identificam muito com Porto e o F.C. Porto."

E basta ler as notícias, por exemplo no Público, para se constatar que em momento algum PdC faz a associação entre as duas respostas, os nossos belos jornalistas é que começaram a escrever coisas como "Pinto da Costa não esclarece se é por isso que vai torcer pela vitória do Barcelona na final da Liga dos Campeões" in A Bola, ou  "Talvez por isso, Pinto da Costa garante que vai estar a torcer pelo Barcelona" in IOL Diário.

E nunca tendo sido referido por PdC, facilmente se passou do 'não esclarece se é por isso' e do 'talvez por isso' escritos por jornalistas, para um facto dito por PdC. 

Por isso, quando começo a ouvir interpretações como as que ouvi no Trio de Ataque de terça-feira, e que se lêem por essa net fora, de que PdC queria que o Barça ganhasse para se vingar do palhaço da Madeira (sim, o gajo que estampou o Ferrari), começo a pensar se as pessoas sabem ouvir e ler e se usam o cérebro para processar as informações recebidas. 

Mas se aquilo que a maioria das pessoas, futebolisticamente, pensa ou não pensa, já me passa ao lado, irritou-me profundamente ver os jornalistas (e peças jornalísticas) e comentadores a criticar PdC por algo que não disse, para depois concluirem que iam apoiar o Barça, pelas afinidades com o clube e com o futebol praticado pelo Barça - ao fim e ao cabo as mesmas razões apresentadas por PdC. 

Ai ka burros!

À terceira será de vez

O Benfica venceu FC Porto de vencida por 23-20 esta noite na Luz, num jogo em que a primeira parte dos portista mostrou-se fatal para levar de vencida os benfiquistas. Ferreirinho que tem estado sempre em destaque foi a grande figura do jogo. Com sucessivas defesas (19 no total), o guarda-redes conseguiu pôr os portistas de cabelo em pé que tentavam marcar por todos os lados. Do outro lado do campo também Hugo Laurentino teve uma noite de grande nível com 15 defesas.

Na primeira parte, o Benfica foi dominando a partida e aos poucos conseguiu ganhar vantagem no marcador. A 5 minutos do intervalo, os benfiquistas conseguem uma vantagem de 4 golos o que desnorteou os portistas que acabariam por sofrer mais 4 golos, acabando a 1ª parte a perder 15-8. Uma vantagem justificada pelas 14 defesas de Ferreirinho e alguma incapacidade em parar Carlos Carneiro na defesa. Rui Silva, o pivôt do Benfica, não jogou por se encontrar lesionado e, pelo que se pode ver pela televisão, não deverá jogar na próxima quarta-feira.

Ao FC Porto restava regressar para a 2ª parte em grande, caso contrário a diferença de 7 golos deitaria por terra as hipóteses de conquistar o título na Luz. E começaram bem, pois rapidamente reduziram a diferença no marcador e com 15 minutos para o final o jogo estava completamente em aberto com 17-15. Foi então que o FC Porto voltou acusar dificuldades no ataque e Ferreirinho voltou a brilhar. O Benfica, que apenas tinha marcado 4 golos volvidos 25 minutos da 2ª parte, deparava-se com problemas físicos em várias jogadores cruciais. Mesmo assim, os portistas não conseguiram empatar a partida e à medida que o relógio se aproximava dos 60', mais os benfiquistas controlavam a partida.

O FC Porto jogou abaixo do que seria de esperar, mas muito por culpa de João Ferreirinho que esteve simplesmente fenomenal. Com Eduardo Filipe numa "noite não" e a defesa a voltar a ter dificuldades em parar o frenético Carlos Carneiro, o Benfica conseguiu forçar a decisiva "negra" para o próximo dia 3 Maio no Porto. O Dragão Caixa irá encher pela 3ª vez para desequilibrar a final de uma vez por todas e assim fazer regressar o título de campeão à Invicta. A inauguração da nova casa dos Dragões às festas do título será já na próxima semana.

Estatísticas oficiais jogo 4

fotos: eurohandball.com, fcporto.pt

quinta-feira, 28 de maio de 2009

SMS do dia - LVIII

A final da taça vai ser um FC Porto - Paços de Ferreira ou um Paços de Ferreira - FC Porto?
Cá por mim prefiro um Paços de Ferreira - FC Porto.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ter ou não ter

Ter equipa, ter posse de bola e uma boa circulação, ter jogadores criativos em exercício, ter personalidade, ter sentido de passe, ter uma boa gestão na ocupação de espaços, ter bons jogadores, ter um treinador jovem e ambicioso, ter uma cultura táctica que é marca da equipa, ter Messi.

Foi demais para um MU que só foi superior nos primeiros minutos. Depois não conseguiu desmontar a estratégia do Barça e aquele tricotado de passes sucessivos, sempre com a bola correr e sempre com jogadores libertos para a receber. A equipa sobe e recolhe-se de uma forma irrepreensível.

O MU não foi capaz de marcar primeiro como fez o Chelsea, para poder estacionar o autocarro bem cá trás, e depois procurar através dos seus jogadores mais velozes tentar obter mais golos em contra-ataque.

O Barça marcou na sua primeira oportunidade e aí manifestou-se o contraste que foi constante em todo o jogo das duas equipas: um jogador (Etto) imagem de uma equipa hábil e solta, um defesa duro de rins (Vidic), imagem de uma equipa pouco flexível e com poucas ideias.

Quer na 1ª. parte, quer na segunda o MU não foi capaz de contrariar o jogo do Barça e nem as tentativas individuais resolveram. Nos primeiros 45 minutos a bola só chegou à baliza do Barça pela via dos remates de longe. O MU não conseguiu entrar na área adversária. Na 2ª parte tentou o jogo directo e fez mais cruzamentos. Não foi feliz e só por uma vez esteve verdadeiramente perto do golo, logo a seguir ao segundo do Barça.

Apesar dessa inépcia, o MU na 2º parte, em alguns momentos, circulou melhor a bola, abriu brechas, mas o último passe normalmente não saiu e toda a resistência acabou com o golo de Messi que sentenciou o jogo.

O MU rendeu-se e jamais foi capaz de contrariar o melhor jogo do Barça a que só faltou dar um pouco mais de acutilância no último terço do campo. Sem os laterais habituais que são importantíssimos no modelo de jogo, Puyol foi um suplente de luxo, poi soube subir e fechar sempre muito bem a sua zona defensiva. Xavi, Iniesta e Piqué estiveram em muito bom nível e considero que Messi fez um jogo irrepreensível e foi um verdadeiro jogador de equipa, muito pouco preocupado (aparentemente) com o duelo com CR.

Sem ser um jogo de encher o olho porque o MU foi uma caricatura, é justo referir que uma equipa joga o que a outra lhe consente. Hoje, o Barça foi muito superior e mereceu por inteiro a vitória.

Tacticamente relevo o posicionamento do Etto sobre a ala direita a fechar o corredor e a liberdade consentida a Messi para jogar nas zonas interiores, quer como mais um transportador de bola quer como jogador mais avançado, sobretudo depois da substituição Henry.

O MU tentou jogar com o Barça como fez com o FCP no Dragão, só que Anderson não esteve bem, Giggs não se viu, e a defesa oscilou em demasia. Os laterais não subiram e o colectivo perdeu-se na teia que o adversário montou à sua volta. Registo o pundonor de Rooney e a "raiva" de CR que começou bem e depois se perdeu em quezílias.

Ferguson mostrou neste jogo uma certa falta de inspiração táctica quando é preciso dar a volta ao jogo e ao resultado. Falhou. Ainda bem, pode ser que perca um pouca de arrogância.

Os jogadores emprestados pelo FC Porto (VIII)


"Sei que estão atentos [dirigentes do FC Porto] e por isso vou ficar à espera da decisão que quiserem tomar. Nas próximas semanas terei novidades. Se não ficar no FC Porto, é preciso procurar as melhores soluções"
Diogo Valente, jogador emprestado ao Leixões, 24/05/2009


O Diogo Valente fez uma época muito superior à do Hélder Barbosa, mas eu continuo a achar que este último é um jogador com mais potencial.
Continuarão estes dois extremos esquerdos emprestados, ou algum deles terá oportunidade de fazer a pré-temporada da próxima época integrado no plantel dos dragões?

Jamor? ‘Jamais’!

Não vou ao Jamor
Nunca fui ao Jamor
Nunca irei ao Jamor

E ao contrário de um certo ministro os meus ‘Jamais’! são cumpridos.

Nestes dias o meu ser radical entra sempre em conflito com o meu ser racional, e é nestes dias que tenho vergonha de partilhar este rectângulo à beira-mar plantado com certa gente. E só me apetece ouvir Kurt Maxixa. A soluçom perfeita é termonuclear!

Falam de tradição, de capital, de símbolo nacional e coisas que tais, e são os mesmos que chamam auto-estrada “do Norte” à auto-estrada que percorre o centro do País.

Para eles o País é o seu umbigo.

Recuso-me a ter esta visão do meu País.  

Mas se a ideia, de disputar a final na capital do império, sempre me pareceu absurda, de um nacionalismo bacoco, nos dias de hoje já não é só uma questão centralista, é uma questão de pura e simples estupidez. 


Defender a realização da final da Taça, num estádio que não tem acessibilidades decentes, onde toda a gente (excepto os VIPs) entra e sai pelo mesmo local, onde quase toda a gente tem de entrar horas antes e ficar a suportar o pico do sol, num estádio que não tem sanitários, que não tem bares, que em caso de necessidade de evacuação está a um nível de um Heysel, … defender a realização de um jogo de futebol num estádio com estas condições, não é defender a festa do futebol, é pura e simplesmente ser burro.

Um estádio assim tão bom, e tão nacional, não ser utilizado pela Selecção Nacional só pode ser pelo facto dos senhores da UEFA e da FIFA não gostarem do cheiro a sardinhas que sai do mato.

E já nem falo de very-light.

Como diria o Bruno Aleixo: Ai ka Burros!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Os jogadores emprestados pelo FC Porto (VII)


Como o Saint-Etienne tem opção de compra e basta clube aderir que o FC Porto já não tem mais nada a dizer. Depois, se o clube ficar na primeira Liga acho que vai accionar a opção de compra. Eles já falaram mais ou menos comigo e vamos ver o que acontece no final da época
Paulo Machado, 15/05/2009


De acordo com noticias que vieram a público em Dezembro, supunha que o Saint-Etienne já tinha decidido exercer a opção de compra (por cerca de 1,5 milhões de euros). Afinal...

P.S. Já só falta uma jornada para terminar o campeonato francês e o mais provável é que o Saint-Etienne desça mesmo de divisão.

O desespero do Ministério Público


“O procurador que representou o Ministério Público (MP) no caso do "envelope", do Apito Dourado, arrasa a juíza de Gaia que absolveu Pinto da Costa, num recurso para o Tribunal da Relação. A visada já fez queixa a Pinto Monteiro.
O uso de expressões como "santa inocência"; críticas por não ter censurado as "mentiras" e a "grande peta" dos arguidos, e perguntas sobre um eventual preconceito da magistrada Catarina Ribeiro de Almeida em relação a Carolina Salgado, que visaria, de antemão, absolver o líder do F. C. Porto, fazem parte dos argumentos adoptados por José Augusto Sá para convencer o Tribunal da Relação do Porto a anular a absolvição do crime de corrupção desportiva decretada no Tribunal de Gaia.
Pinto da Costa, o árbitro Augusto Duarte e o empresário António Araújo também não escapam à ironia do procurador. O dirigente portista chega a ser designado como "Papa" e "engenheiro", numa alusão a escutas telefónicas interceptadas pela PJ a 16 de Abril de 2004, quando aquele árbitro visitou a casa na Madalena, em Gaia. "Se até o primeiro-ministro José Sócrates é engenheiro por que é que o Pinto da Costa também não há-de ser?!", escreveu, em nota de rodapé.”

in JN, 2009-05-24


Com esta amostra já podemos ficar com uma noção bem clara do desespero que assola o Ministério Público na hora de recorrer para o Tribunal da Relação na tentativa de anular a decisão de 1ª instância que inocenta Pinto da Costa de todos os crimes de que era acusado no caso do “envelope”. A postura deste procurador não é diferente daquela que norteou todo o trabalho da super-equipa da Super-Morgado: Pinto da Costa era culpado e havia que o condenar a todo custo. Os fins justificavam os meios. Desde “meter a martelo o nome de Pinto da Costa” no caso relativo ao jogo Nacional x SLB, passando por uma testemunha instrumentalizada desde o início por pessoas perfeitamente identificadas com interesses ligados ao SLB, e acabando agora com uma derrota histórica na sentença do caso do “envelope” mas com um apelo à Relação em que o procurador que acusa recorre a todo o tipo de ataques “ad hominem” aos arguidos, não poupando sequer a Juíza imputando-a de “julgar para absolver”. Desgraçado o cidadão que é alvo de uma Justiça nestes moldes dentro do seu próprio país.


Muito melhor esteve o Dr. Gil Moreira dos Santos, advogado do presidente do FC Porto, que caracterizou este procurador recorrendo a António Aleixo (aquela piada de mau gosto que compara Pinto da Costa ao primeiro-ministro não teria melhor quadra para descrever o procurador do MP):

És um rapaz instruído
És um doutor, em resumo,
És um burro que espremido
Não dá caroço nem sumo

Tenho a certeza de que os Juízes-desembargadores do Tribunal da Relação serão sensíveis aos argumentos falaciosos do Sr. José Augusto de Sá e que, se pensarem no "prestígio da justiça" e se esquecerem a "alma clubista" irão de certeza condenar Pinto da Costa, porque esse é objectivo dos mentores do Apito Dourado. Factos, nexo de causalidade ou versões divergentes da testemunha-chave são uma maçada que esta Justiça à la carte não tolera mas que a Relação se vai ter de confrontar.

O Dr. Pinto Monteiro, perante a derrota estrondosa que sofreu nos três casos que envolveram Pinto da Costa e para os quais concentrou os seus melhores recursos, limitou-se a afirmar que “pode não se provar que sejam culpados, mas já se provou que houve indícios para terem de responder perante a justiça”. Ou seja, o mais importante foi ter conseguido acusar, ainda que sem fundamento, e com isso ter conseguido uma “sentença popular”. É este o estado actual da Procuradoria e do MP.


De notar que este mesmo Procurador-Geral da República, que decretou que o MP iria recorrer até às últimas instâncias na acusação a Pinto da Costa, é o mesmo que negou por diversas vezes as pressões sobre os magistrados do MP que têm a cargo a investigação do caso Freeport e que afirmaram convictamente terem sido altamente pressionados para o arquivamento do caso, e é o mesmo que desvalorizou a gravação de uma conversa entre os intervenientes no caso com frases incriminatórias relativas ao Primeiro-Ministro, e é o mesmo que resolveu reunir com Lopes da Mota para dias mais tarde e debaixo de forte censura da opinião pública lhe ter instaurado um processo disciplinar. Assim vai o Ministério Público em Portugal...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vitória categórica, vantagem reposta


Regresso ao Dragão Caixa e nova oportunidade para repôr a vantagem na final da Liga LPA. A equipa de Carlos Resende soube compreender os erros que ditaram a derrota no jogo 2, evitando perdas de bolas ingénuas, anulando as peças fundamentais do ataque benfiquista e defendendo muito bem.

O jogo começou muito equilibrado com ambas as equipas a sentirem dificuldades em ultrapassar a defesa adversária, à semelhança do que tinha acontecido nos dois primeiros jogos. Do lado portista, a equipa esteve muito coesa, conseguindo anular as ofensivas individuais de Carlos Carneiro e, deste modo, evitar que o mesmo alimentasse Rui Silva (os dois "carrascos" na Luz). Do lado benfiquista, o extraordinário guarda-redes João Ferreirinho executava grandes defesas que conservavam o equilíbrio no marcador.

Mas Ferreirinho não consegue defender tudo e o FC Porto foi aos poucos ganhando vantagem no marcador com 9-6 aos 20 minutos e 14-10 ao intervalo. No regresso dos balneários, o FCP entrou "a matar" e marcou 5 golos, conseguindo uma folga no marcador (19-11) volvidos 5 minutos no segundo tempo. A partir daí só deu FCP com os jogadores adversários a mostrarem-se incapazes para reagir. A 5 minutos do fim, os portista tinham uma mão cheia de golos de vantagem, altura em que ambos os treinadores já procuravam dar alguns minutos aos menos utilizados.

Grande jogo do FC Porto, particularmente na defesa, onde foi notório o trabalho feito para evitar os erros de quinta-feira passada. Especial destaque para Eduardo Filipe. O melhor marcador dos playoffs voltou a ter um jogo em grande com 9 golos - alguns de grande classe - e um papel fundamental na defesa azul e branca. Um gigante e líder dentro do campo que intenciona acabar a carreira no final desta época. Esperemos que reconsidere e que nos continue a brindar com andebol de grande nível.

Termino com a opinião pessoal na primeira visita ao Dragão Caixa. Um pavilhão em sintonia com a arquitectura do Dragão. Pequeno para as grandes finais, sem dúvida, como comprovam os inúmeros adeptos que ficaram do lado de fora. Possivelmente não será muito pequeno para grande parte da época, mas é de prever um aumento na média de espectadores em relação aos últimos anos. Com o estádio mesmo ao lado estão de regressos as tardes desportivas com modalidades seguido de futebolada. Hoje foi a primeira de muitas, espero.

Estatísticas oficiais jogo 3

A tarde era de festa, não de futebol


A tarde era de consagração, dos campeões, Tetracampeões de Portugal, perante o seu “povo” que pintou de azul e branco o Dragão por completo. Um a um, com as respectivas famílias, os atletas subiram ao relvado para receber a ovação merecida. Nem Morgados, Vieiras ou Pinhões, conseguiram derrubar o sublime prazer de todo o portista gozar este tipo de emoções!

Está mais do que visto que o motivo principal que levou este mar azul ao Palco de Emoções, ficou remetido para segundo plano. E foi isso mesmo a que os adeptos assistiram, um espectáculo de linha secundária, no que respeita ao jogo propriamente dito. Uma partida a que o FC Porto se permitiu a um relaxamento e desleixo, que felizmente não foi regra ao longo da temporada.



Não foi de estranhar que o Braga tenha sido quase sempre no primeiro tempo a equipa mais esclarecida. Pertenceu mesmo aos homens de Jesus a ocasião mais soberana de golo dos primeiros 45 minutos, onde Matheus a desperdiçou escandalosamente. O nulo a que parecia estar condenado o encontro ao intervalo, foi contrariado por Farias, num lance que espelhou a atabalhoada construção de jogo portista durante o 1º tempo.

No regresso das cabines, os Arsenalistas empataram, pelo pé de Edimar. Um pequeno travo amargo no arraial do campeão. Era tempo de por de lado o traje carnavalesco e vestir o fato de macaco, partindo em busca da vitória. Os serviços do Incrível Hulk foram requisitados, e muito solicitados, enquanto esteve em campo. O único que remou contra o marasmo instituído, sendo insuficiente para desfazer a igualdade do marcador.



Fechadas que estão as contas do campeonato, e com elas todos os excessos dos festejos pela conquista do Tetra, agora a ordem é para reunir e voltar a cerrar fileiras. Domingo há mais um troféu para arrebatar!


Fotos: uefa.com, Record

domingo, 24 de maio de 2009

E ainda não bateram no fundo...


Alguém acredita que a fragorosa queda do Boavista já chegou ao fim? 

Lisboa pintada de azul-e-branco




Hoje a festa vai ser nas ruas do Porto, mas no próximo fim-de-semana, com o almoço comemorativo no sábado e a final da Taça de Portugal no domingo, será a vez da festa azul-e-branca invadir Lisboa.

SMS do dia - LVII

Logo vamos ter uma festa ou uma "guerra" entre cervejas?

Os jogadores emprestados pelo FC Porto (VI)

[JN]: É portista?

[Hélder Barbosa]: Sou. Nasci no Porto, a minha família é portista, obviamente que, como acontece com muita gente, ao ser educado por portistas, acabei por torcer pelo clube.

[JN]: O contrato com o F. C. Porto acaba no fim da época. Já sabe onde vai jogar depois?

[Hélder Barbosa]: Não. Isso é algo que irei decidir no fim da época. Não é um assunto que me preocupe muito. Com certeza que, no final do campeonato, eu e o F. C. Porto teremos de resolver isso. Mas, como há no contrato uma cláusula que permite estender a ligação por mais uma época, tudo pode acontecer. Por isso, primeiro terei que resolver com o F. C. Porto

[JN]: Admite, por exemplo, jogar no Benfica ou no Sporting?

[Hélder Barbosa]: Isto agora é uma questão de profissionalismo. Não se escolhe a equipa a dedo e não se pensa que por se ter representado uma equipa, não se vai para outra. Posso representar outro clube grande, ter outras perspectivas no nosso país ou ir para o estrangeiro.

[JN]: No F. C. Porto, há muitas soluções como extremos, o que prejudica a sua afirmação. Concorda?

[Hélder Barbosa]: Não há só riqueza no lugar de extremos. É uma questão de as pessoas analisarem e dizerem se terei ou não lugar lá. Eu trabalho, tenho qualidades e confio em mim.

Extractos de uma entrevista de Hélder Barbosa, publicada no JN de 15/05/2009

sábado, 23 de maio de 2009

Elogio (in)suspeito

«(…) espero ficar no Sporting, com a longevidade e saúde de Pinto da Costa.
(…) O FC Porto tem um modelo eficiente de poucas pessoas, mas ambiciosas, trabalhadoras, que põem os interesses do clube acima de tudo, com uma pessoa que manda. Todos sabem qual é.
O Sporting tem gente a mais a todos os níveis.»
José Eduardo Bettencourt, em entrevista à RTPN, 21/05/2009


Ando a ficar confuso. E eu que pensava que o Sporting só não ganhava os campeonatos todos por causa dos árbitros...

O Porto é nosso

in O Jogo:

Um curto e simbólico percurso entre a Ribeira e a Avenida dos Aliados constitui a “Via Tetra”, em que o grupo de trabalho do FC Porto vai festejar domingo o título com os adeptos na Invicta.

O autocarro aberto inicia o desfile a partir das 22:00 na Praça do Infante, subindo depois pela Rua Mouzinho da Silveira e Largo dos Lóios até se instalar na Avenida dos Aliados, no regresso ao palco onde a população costuma festejar os êxitos dos "dragões".


Ao longo destes últimos anos, em que festejámos o título na varanda do Dragão, sempre defendi que não era ali que o devíamos fazer. Por isso, ler esta notícia é música para os meus ouvidos.

É verdade que a varanda do Dragão é na nossa casa, e festejando ali estávamos a festejar em casa em família, que é bonito mas acho que é curto.

As nossas vitórias mais que vitórias do Futebol Clube do Porto, são vitórias do Porto. E festejar na baixa é partilhar a vitória com a cidade. É extender a nossa matriz desportiva à nossa matriz social.

Todos à baixa!

O SLB, a CMVM e a impunidade encarnada


Como habitualmente, as negociações entre o SLB e o Cruzeiro de Belo Horizonte para a transferência de mais um jogador para o clube da Luz – Ramires – foram feitas na praça pública e acompanhadas diariamente pela comunicação social portuguesa (ou deverei dizer encarnada?).
Ao fim de não sei quantos dias de negociações e declarações dos envolvidos – dirigentes do Cruzeiro, empresário, jogador, companheiros e ex-companheiros de equipa, etc. – na passada 5ª feira, dia 21 de Maio, o Cruzeiro anunciou o seguinte no seu site oficial:

«A diretoria celeste e os representantes do atleta concluíram nesta quinta-feira a venda de 100% dos direitos econômicos do volante Ramires ao Benfica por 7,5 milhões de euros. O Cruzeiro acertou com o Joinville, detentor de 30%, o repasse de 1,5 milhão de euros, e firmará com o clube catarinense uma parceria para a cessão de jogadores»
in site oficial do Cruzeiro

Nesta mesma nota, o clube de Belo Horizonte revelou que os valores da transferência entre os dois clubes "foram fechados na noite de terça-feira".

Estranha e inexplicavelmente, cerca de uma hora antes da nota de imprensa do Cruzeiro, a Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM) divulgava informação privilegiada fornecida pela Benfica SAD, na qual esta sociedade garantia que não estava a negociar a transferência do jogador.

«A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248.º do Código dos Valores Mobiliários e da alínea i) do artigo 3.º do Regulamento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários nº 4/2004, informa não serem verdadeiras as noticias veiculadas pela comunicação social sobre a existência de negociações para a aquisição, por esta Sociedade, do passe do jogador Ramires
in site oficial da CMVM, 21 de Maio, 21:18

Como é possível que a Benfica SAD negue, num comunicado oficial, a existência de negociações para a aquisição do passe do jogador Ramires, quando as negociações foram públicas e, inclusivamente, o acordo foi confirmado pelo clube vendedor?

Seria possível que todo o folclore à volta da transferência de Ramires tenha sido invenção da comunicação social?
Se não havia negociações para a aquisição do jogador Ramires, porque razão o Cruzeiro anunciou a conclusão das mesmas e que o acordo entre os clubes tinha sido fechado dois dias antes?

Evidentemente, alguém tinha de estar a mentir, mas quem?
A resposta chegou no dia seguinte, sexta-feira, num novo comunicado enviado pela Benfica SAD à CMVM:

«A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248.º do Código dos Valores Mobiliários e da alínea i) do artigo 3.º do Regulamento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários nº 4/2004, informa que as negociações para aquisição do passe do atleta Ramires Santos Nascimento evoluíram, e por negociações directas com o Cruzeiro Esporte Clube, desenroladas nas últimas horas, foi possível chegar a acordo para que esta Sociedade adquira a totalidade do passe do referido atleta por um montante de € 7.500.000,00.»
in site oficial da CMVM, 22 de Maio, 12:40


Como é possível que, por um qualquer interesse estratégico e/ou negocial, a Benfica SAD tenha tido a desfaçatez de mentir descaradamente à CMVM, enganando o mercado?

A prestação de informações falsas à CMVM, por parte de uma empresa cotada, não tem consequências?

Depois da OPA fictícia dos chineses e da "pseudo-OPA" do Berardo, como irá, desta vez, reagir o regulador?
Estaremos, mais uma vez, perante a habitual impunidade encarnada?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Castigos e castigos

«Jorge Costa foi hoje suspenso 25 dias e multado em 1500 euros pela Comissão Disciplinar da Liga de Clubes, na sequência da expulsão do ‘banco’ no jogo com o Gondomar, disputado no passado domingo.


Quique Flores vai poder marcar presença no ‘banco’ do Benfica no jogo com o Belenenses, no próximo sábado, em virtude de não ter sido punido com pena de suspensão pela Comissão Disciplinar da Liga de Clubes, na sequência da expulsão no jogo com o Sp. Braga. O técnico espanhol foi advertido e condenado ao pagamento de 150 euros de multa.»

in A Bola, 19 Maio 2009

Suponho que estas suspensões e não suspensões de treinadores expulsos do banco dependam dos relatórios dos árbitros. É curioso que o agora suspenso Jorge Costa foi expulso por Bruno Paixão, o mesmo árbitro que expulsou Paulo Bento – que não foi suspenso – e não escreveu no relatório o que inexplicavelmente não tinha visto, mas que depois disse ao CD que tinha visto e desconsiderado os insultos de que tinha sido alvo e mais não sei o quê, evitando uma suspensão por um lado e um sumaríssimo pelo outro.

Com este historial de decisões, é possível compreender os “rigorosos” critérios à la carte pelos quais árbitros e CD Liga se regem para expulsar treinadores, escrever relatórios de jogo e aplicar suspensões.

Ser portista em Lisboa...

Entre Abril de 1992 e Dezembro de 1995, ocorreu na Bósnia-Herzegovina um conflito armado que envolveu os três principais grupos étnicos e religiosos da região: os sérvios (cristãos ortodoxos), os croatas (católicos romanos) e os bósnios (muçulmanos).
Nessa altura, fazendo uma analogia com o conflito que decorria na Bósnia-Herzegovina, o mais conhecido portista da Capital - Miguel Sousa Tavares - proferiu uma das suas frases mais bombásticas:
"É mais difícil ser portista em Lisboa que muçulmano na Bósnia-Herzegovina"

Penso que hoje em dia ser portista em Lisboa já não será tão "perigoso" como foi nos anos setenta e oitenta, altura em que as sucessivas vitórias do Fê-Cê-Pê começaram a incomodar fortemente o status quo que vigorava anteriormente. Aliás, começa a ser normal encontrar portistas em Lisboa e que não têm medo, nem vergonha, de se assumir como tal.

A demonstração desse facto irá ocorrer no dia 30 de Maio, num almoço comemorativo do Tetra e do 39º aniversário da Delegação do FC Porto de Lisboa, em que, contando com a presença de Pinto da Costa, os portistas da Grande Lisboa irão, tenho a certeza, demonstrar mais uma vez que a chama do dragão está bem viva e cada vez mais forte no “território do inimigo” (*).

(*)"Não estamos em risco de perder o Norte, estamos sim a ganhar o Sul. O País não está dividido"
Pinto da Costa, em 15/05/2009, na reinauguração da Casa do FC Porto da Afurada

P.S. Apesar de ser tripeiro de gema e viver no Porto, tenho pena de não poder ir e participar nesta festa azul e branca organizada pelos Dragões de Lisboa.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Devagar, devagarinho e grandes penalidades

Bastante gente, tempo quente, algum entusiasmo que o decorrer do jogo não confirmou. Ouvi o nosso Presidente na rádio a dizer (simpaticamente) que tinha sido um jogo interessante e que os rapazes do FCP se comportaram como verdadeiros campeões.

O jogo foi uma sensaboria pegada. Na primeira parte ocorreram algumas jogadas de perigo: destaco uma perdida de Rabiola de cabeça na cara do guarda redes e uma excelente defesa do Ventura a um pontapé traiçoeiro, uma espécie de chapéu de aba muito larga a que o nosso guarda redes se opôs muito bem. A segunda parte foi pior, as substituições não trouxeram nada de novo e ambas as equipas preferiram esperar pelas grandes penalidades.

Jogo sempre de intensidade muito baixa, a bola quase sempre longe das duas grandes áreas, muitos passes transviados e muita perda de bola. O adversário não conseguiu tirar partido do seu maior poder atlético e pouco fez para ganhar o jogo. Diria que o FCP foi menos maus, e acabou por vencer justamente. Ventura, Rabiola e os nossos centrais mereceram.

Só vi a equipa de juniores nos jogos da Liga Intercalar. Uma apreciação justa deveria ser feita em jogos do mesmo escalão. Apesar de não ter tido essa oportunidade, acho esta equipa do FCP não especialmente prometedora: não vejo jogadores rápidos, especialmente criativos ou possantes e não devo enganar-me muito se disser que o trio atacante não será muito forte porque Rabiola nunca foi bem acompanhado nos jogos a que assisti.

Tive oportunidade de ver na Eurosport o campeonato europeu sub-17 e vi equipas muito adultas, com excelente porte atlético e bons de bola, nomeadamente a Alemanha, a Holanda e a Turquia. Perdemos pedalada, atrasámo-nos e contam-se pelos dedos da mão os jogadores que passam para os escalões seniores nos grandes clubes. No FCP, se a memória não me falha, foram Bruno Alves e Postiga os últimos a entrar.

No campeonato nacional começámos bem, mas perdemos com o SLB e segundo me disseram levámos um baile de bola. Dou de barato os campeonatos, se houver recrutamento ao escalão sénior condizente com o investimento. Se não houver, teremos que rever porque se falha tanto na detecção de talentos.

Ganhámos a Liga Intercalar, um torneio oficial e ganhar é sempre bom. Pode ser que anime a rapaziada e os catapulte para o resto do campeonato nacional. Parabéns e boa sorte!

Estava um calor ...

Há 6 anos foi assim, nas palavras de Cristiano Pereira (Jornalista JN):

* Recomenda-se que pessoas não habituadas ao Portuense, se abstenham de ler o texto e se limitem a ver uns vídeos no You Tube.

CRÓNICA DE UM DRAGÃO

O meu dia 21

6 da manhã, Alfama, Lisboa - Acordo, isto é, salto da cama (mal fechei os olhos com a ansiedade), tomo um duche, enrolo o cachecol e saio à rua.. Está sol. E sinto uma felicidade rara, um furacão de contentamento de quem ainda se está a aperceber que afinal, foda-se, afinal vou. Afinal vou à final. E vou mesmo. Há 12 horas atrás chorava de frustração e agora quase de emoção. Já estou a ir. Caralho. As ruas parecem bonitas, o planeta é belo. Desco a Santa Apolónia rumo à estação do Oriente onde fiquei de me encontrar com 4 amigos que estavam a chegar do Porto. As pessoas que se cruzam comigo(e com o azul que me abraça o tronco) lançam-me luminosos sorrisos, erguem o polegar e não raras vezes vociferam "Boa sorte" ou "hoje somos todos da mesma cor". Há carros que apitam.

7 horas, Lisboa - Frente ao Vasco da Gama, vislumbro o carro dos meus amigos. Um deles tem o cabelo pintado de azul e metade do corpo fora da janela. É o Giró, figura incontornável do punk rock tripeiro (foi baterista dos Renegados de Boliqueime). Ele grita. O carro apita. São sete da manhã e estes gajos chegam bebados a Lisboa. Menos o condutor, claro. Siga para Andaluzia, a duzentos à hora, num Audi xpto turbo qualquer coisa e a ouvir o disco dos Dr. Frankenstein. Meio dia, Sevilha

- Escusado será dizer que o rapaz do cabelo azul aterrou a meio do Alentejo. Já acordou. Estamos em Sevilha. Foda-se. Já vemo o estádio ali à frente. E só dá gajos vestidos de verde. Parecem lagartos. Estacionamos o carro. Está um calor filho da puta. E bota filho da puta nisso: estão 41 graus. No início achamos piada à temperatura. Estamos todos de tronco nu e decidimos ir até ao centro da cidade. Estamos desidratados. Um calor filho da puta.

15 horas - As principais artérias do centro da cidade estão cortadas ao trânsito. As ruas estão apinhadas de gente vestida de verde. É impressionante a quantidade de escoceses que aqui estão. Diz-se que são mais de cem mil. Não sei. Mas são mais do que as mães. Penso: Glasgow deve estar deserta. O calor parece aumentar até se tornar insuportável. Bebe-se muito. Há escoceses que nos abraçam. Fazemos brindes. Pagam-me copos. Cantam. A polícia observa. E já há centenas de gajos literamente aterrados no passeio. Depois de não sei quantas cervejas aparece, caído do céu, um verdejante legume. É erva. E não é uma erva qualquer. É skunk. Enrolo o charro enquanto um grupo de escoceses tece rasgados elogios ao Cadete. Acendo o charro e penso que, para mim, o Cadete mais não é do que um jogador medíocre e um cromo do Big Brother. O charro começa a bater.. E de que maneira. Filho da puta de calor.

16 horas - Estamos todos meio desorientados. É impossível andar mais de 50 metros debaixo deste sol sem parar para beber mais uma cerveja. Começo a sentir-me totalmente alterado pela mistura de aditivos e pela ansiedade trepidante. Sou assaltado por uma lucidez que me faz pensar: "Foda-se, não bebas mais. Não entres no estádio ainda mais bebado. Ainda aterras e não vês o jogo". Há que ir para o estádio. Ainda fica longe. Não há táxis. Os autocarros estão cheios. Vamos indo a pé. Filho da puta de calor. Milagre: um dos autocarros abre-nos a porta. Está cheio como um ovo de escoceses que berram e muito, eles cantam, e muito. Ficam todos contentes por partilharmos o mesmo Bus. Somos os únicos portugueses dentro do autocarro. Eles recebem-nos com cumprimentos e cantam. Estão sempre a cantar, estes gajos. Filho da puta de calor.

17,30 horas - Chegamos ao estádio. É preciso ter cuidado com o bilhete. Anda aí gente capaz de matar só para roubar o apetecido rectângulo de papel. O meu está guardado dentro da sapatilha, envolvido em plástico. Entro no estádio. Nem sequer me revistam. Subo ao meu lugar,. Estou na bancada central, "Grada Alta, Puerta P, Sector 201 B, Fila 20, Asiento 25". Sento-me. Agora sim. Penso: foda-se, estou mesmo aqui. Fico durante minutos calado a saborear essa constatação. A realidade. Este lugar é excelente. Está mesmo a meio do relvado, uns metros acima do banco do Celtic. À minha volta portugueses misturam-se com escoceses. Até o verde do relvado parece adquirir uma luz especial. Um calor filho da puta.

18,20 - Ao meu lado está um puto castiço. Falamos da ansiedade e do desespero. Há logo uma sintonia incrível, uma inegável compreensão mútua. Ele, tal como eu, tinha arranjado bilhete poucas horas antes. Um calor filho da puta. Digo-lhe que vou ao bar comprar garrafas de água. Desco a bancada. Azar nítido: está uma fila interminável para o bar. Fico parvo a olhar para aquilo. Penso num esquema. Chego junto de um enfermeiro da "Cruz Roja" e peço-lhe água com açúcar. Ele leva-me ao gabinete médico, uma sala com ar condicionado repleta de escoceses que dormem que nem porcos derrotados pela coma alcoolica. "Pois", digo eu ao médico simpático, "não dormi nada com a ansiedade e alimentei-me mal. Este calor também não ajuda. Fiquei fraco", dramatizo, exagero, enfim, um teatro do caralho ajudado pela pedrada da erva. Ao médico não lhe passa pela cabeça que eu apenas ali estou para evitar a fila do bar. Dá-me um sumo energético. Fico lá durante uns 10 minutos a curtir o ar condicionado. O gajo aponta o meu nome num papel. Saio e trago outro sumo para o puto que me espera na bancada. Passo pela fila do bar e vejo que ainda está maior. E que não anda nem desanda. Feito esperto, rio-me para dentro com um inevitável e muy tripeiro pensamento: "vocês são mesmo morcões, caralho". Já não há ar condicionado. E, claro, está um calor filho da puta.

19 horas - A curva à minha direita está cheia. De azul. De vida. De beleza. Os portugueses entraram mais cedo no estádio. Canta-se muito. Eu também canto. Está um calor filho da puta. Entretanto, a primeira má cena do dia: os jogadores, lá em baixo, no relvado, a aquecer e, foda-se não estou a ver nenhum caralho de cabelos claros, o pânico e a dúvida apoderam-se de mim e berro: "CARALHO! ONDE ESTÁ O JANKAUSKAS?". Não está. O que está é o calor. E um calor filho da puta.

19,15 horas - Lentamente, a bebedeira vai desaparecendo e os efeitos da erva vão, claro, esmorecendo. Só o calor é que parece aumentar. E o nervosismo, claro. O estádio já está cheio. Olho para as bancadas e fico assustado com a quantidade de verde que vejo. Os gajos começam a fazer muito barulho. Foda-se. Só cantam. Umas atrás das outras. Um repertório maior do que o Frank Zappa. Esta merda vai começar e tenho que me acalmar.

19,45 - Começa o jogo. Confusão do caralho. Ninguém domina ninguém. Está tudo nervoso. Com medo. Olha, o Costinha foi ao chão. Caralho. Filho da puta. Não era ele que dizia que tinha recuperado da lesão? Foda-se, já ficamos sem o Costinha. Caralho. Não estou a gostar disto. (não olhei mais para as horas, só para o horário do jogo)

20,30 (mais ou menos) - O Porto sobe, Deco levanta a puta da bola, Alenitchev está lá, eu levanto-me, vejo o gajo a rematar de primeira, uma bomba autêntica, o cabrão do Celtic não completa a defesa, e caralho, foda-se!!! Está ali o Derlei, foda-se, caralho AS REDES ABANAM E É GOLO CARALHO! Bem, aqui eu não sei bem, acho que mando um salto, desco uns sete ou oito pisos da bancada e atropelo tudo à minha frente, desde escoceses a portugueses, passando por garrafas de água e sei lá que mais. Estou fora de mim. Acho que nem grito "golo" porque a euforia me corta a capacidade de articular sílabas. Só berro qualquer coisa. Já estou como o outro: não há orgasmo que se compare a isto. intervalo. Tento acalmar-me. Vou buscar mais água. Não há fila. É estranho. Porquê? Que cena do caralho: acabaram as bebidas. Foda-se. Nos dois únicos bares de uma bancada cheia debaixo de 38 graus e não há agua, sumo ou a puta que os pariu? A espanhola giraça que está no bar depara-se com centenas de gajos desesperados e desidratados. Começa a distribuir cubos de gelo a toda a gente e a pedir calma. Num acto de desespero apanho umas garrafas vazias do chão e vou à casa de banho, torneira aberta, encho as garrafas e ainda molho o meu corpo todo. Começo a aperceber-me que a minha garganta está esquisita, isto é, a minha voz, caput, foi com o caralho. Segunda parte. Os gajos marcam o golo. Foda-se. Um barulho descomunal. Nunca (ou)vi nada assim. É impressionante. Chega a ser assustador. Fico na merda. Novo golo do Porto. Foda-se. Agora já nao atropelei ninguem, abracei-me ao puto, caralho, vamos lá ganhar esta merda. "Vamos ganhar 3-1, vocês vão ver", diz-me um tripeiro mais velho. E volta a dizer o mesmo. Outra vez. E mais uma vez. E pimba!, os gajos empatam novamente, eh pá, puta que pariu, como é que deixam aquele cabrão ali sózinho na area, caralho? Olho para o tripeiro profeta com aquela cara de quem diz "devias ter estado calado meu ganda boi de merda". Os escoceses fazem outra vez um barulho ensurdecedor. O estádio até parece tremer. Os que estão atrás de mim berram-me ao ouvido. Há um deles que chega a pôr a mão na minha cabeça e despenteia-me todo. Eu estou fodido, claro, mas tenho fair play, nem olho para trás, o gajo está na boa, desde que não me meta a mão no cu. E não só. Começo a ficar fodido. Fico calado minutos a fio. Já nao sei se sinto nervosismo, ansiedade ou depressão. Estou sentado, calado que nem um rato, as mãos na cabeça, o coração a 320 batidas por minuto. Estou a sentir-me mal. Vejo o Celtic a dominar o jogo. Os gajos sempre a cantar. É tudo deles, foda-se. É uma tortura: começo a pensar que não devia ter ido, que sofrimento já chegava, que aquilo é tudo uma merda, que o futebol não vale um caralho, que são só meia dúzia de gajos básicos atrás da bola, que o que eu gosto é de música e poesia e que caralho, eu juro, foda-se, juro mesmo que nunca mais vou ao futebol na puta da minha vida. O puto ao meu lado deve estar como eu. Não diz nada. Às tantas abre a boca e diz-me: "Eu já não sei". Foda-se. Começo a experimentar a amargura do sofrimento mais forte que alguma vez senti. Tenho a vida reduzida a merda. Às tantas visualizo na minha mente pessoas e alguns nicks do pessoal aqui do forum (O Flash, O Plasmatron, o Manel Poças e a Anfield Road, tudo gente que nunca vi) e tento imaginar onde estarão eles àquela hora, e a pensar que deviam era estar aqui, mas, caralho, como não estão, tento entrar numa espécie de comunicação telepática com eles, de forma a, sei lá, encontrarmos um ponto de convergência mental, juntar as forças, lança-las para dentro do relvado, como se a nossa vontade pudesse cair ali dentro como uma espécie de relâmpago e fazer com que o Porto não perca bola e faça passes certos, foda-se.... eu quero que a bola esteja no meio campo deles, não passem a bola ao Baía, caralho, é para a frente que se joga, e às tantas há alguém (não me lembro quem) que volta a passar a bola ao Baía e eu aí é que me passo mesmo dos cornos. Levanto-me. Grito: "Ó FILHO DE UMA PUTA DO CARALHO É PARA A FRENTE CARALHO PARA A FRENTE CARALHO!!!!!!! (ou coisa do género, não me lembro bem). À minha volta, num raio de 20 metros está tudo sentado, o pessoal olha, quem é que aquele portuga lingrinhas e de tronco nu, cromo do caralho, a gritar qualquer coisa? Os escoceses atrás de mim comentam algo entre eles num calão indecifrável. E riem-se muito. Riem-se de mim. Estão-se a rir de mim, filhos da puta? O jogo acaba, há prolongamento e eu começo a ficar preocupado com a minha saúde. Tento respirar fundo durante alguns minutos e começo a sentir-me relativamente melhor. Até porque o Porto já parece saber jogar à bola. Vejo o tempo a passar e só desejo mais um golo, caralho, não peço mais, basta um, foda-se, onde está o Postiga quando preciso dele?, caralho, e entro outra vez no transe de sofrimento, estilo começar a pensar para mim "foda-se, eu até dou os meus discos todos e o meu ordenado só para ganharmos esta merda" e outras merdas do género completamente inconcebíveis num momento mais racional. Segunda parte do prolongamento. Sinto-me perto da morte. Tento acender um cigarro. A mão direita treme de tal forma que nem sequer consigo encostar a chama à ponta do tubo de nicotina.O telemóvel treme no bolso. É uma mensagem escrita do Junqueira a dizer "tem calma pá.... a gente já resolve isto" e, de repente, volto a pensar na história da telepatia, e pergunto-me "mas como é que o gajo sabe que eu estou assim?" e depois penso que s calhar até é natural ele imaginar mas não deixo de pensar na telepatia e sinto-me mais confortável com aquelas letras "tem calma pá" como se eu fosse um puto assustado com algo e tivesse chegado o pai para proteger. Há o 3º golo do Porto. Não sei o que escrever. É um momento muito prateado, uma espécie de luz branca à minha volta. Devo ter gritado e saltado, sei lá, eu já nem estava no lugar, fui para os degraus mais abaixo e estava a ver aquela merda em pé, pá, nem sei bem. Sim, era tudo branco, uma espécie de névoa, estava tudo meio desfocado, e convenci-me que era Deus que ali estava a ajudar-me e fiquei fodido por nunca ter ido á missa e essas merdas e o caralho, e por já ter tido a mania que era anti-cristo na minha adolescência, e que afinal, caralho, Deus existe, e estava ali ao meu lado e eu sem saber como agradecer-lhe e pedir-lhe desculpa por todos estes anos de falta de fé. O jogo acaba. Acho que abraço toda a gente e toda a gente me abraça e que tenho os braços no ar e que tento gritar qualquer coisa mas que não consigo porque já não tenho voz e então limito-me a saltar que nem um cavalo. Os escoceses atrás de mim dão-me os parabéns e apertam-me a mão e eu, pimba, toma lá um abraço também, e a puta da vida é isto e nada mais existe na vida para além disto e deste resultado.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Basquetebol, entra o ex-seleccionador de Espanha

«El seleccionador portugués de baloncesto vive en las faldas del Monte Aloia. A punto de cumplir los 40, Moncho López firma un currículum atípico. "No es muy normal que a mi edad haya dirigido dos equipos nacionales", reconoce. Con 29 años subió al Gijón a la ACB, con 33 llevó a España a la plata en el Eurobasket de Suecia (...)
López, natural de Narón, se había comprado una casa cerca de Tui y decidió que podía hacer de ella un buen centro de operaciones. Se ha acostumbrado a cruzar el Miño. Lo mismo baja hasta Oporto, Ovar o Guimarães para seguir partidos de la competición lusa, que acude a Lisboa a compromisos federativos o sigue a las estrellas de su selección que juegan en la LEB española. "Hago muchos kilómetros", reconoce. (...)
Con todo, un técnico de 40 años está legitimado para echar de menos el día a día de un equipo. "No me aburro, pero tengo tiempo libre", reconoce. Su contrato contempla la posibilidad de entrenar un equipo en cualquier competición. "Me apetece hacerlo y me gustaría que fuera en Portugal porque sería más sencillo compatibilizar los trabajos". Ya ha habido interés de algunos equipos, del Oporto, por ejemplo, un histórico en horas bajas. (...)»
in El País, 18/05/2009




Não gostaria de deixar de transmitir ao Júlio Matos, um atleta de longa duração no FC Porto, uma palavra de apreço. Infelizmente, as coisas não correram como esperávamos, mas uma palavra pelo esforço e trabalho desenvolvido e dizer que pela sua postura terá sempre uma porta aberta
Fernando Gomes, administrador da FC Porto, Basquetebol SAD, 19/05/2009

Sinto falta dos títulos do basquetebol, há quatro anos que não vencemos e isso para o FC Porto é muito tempo (...) Espero que este seja o primeiro de muitos contratos. Pode estar seguro que está num clube que lhe dará todas as condições e dirigentes do melhor que há em Portugal. Este é um projecto novo que procura um novo rumo
Pinto da Costa, 19/05/2009

Quero agradecer ao FC Porto por confiar em mim e permitir-me liderar nos próximos dois um projecto que acho que será de sucesso e agradecer também ao presidente da Federação, Mário Saldanha, o entendimento e a compreensão para que eu possa partilhar as duas funções. (...) Não se pode prometer títulos, mas prometemos que vamos trabalhar para consegui-los. Assumimos que essa é uma responsabilidade, mas primeiro temos de construir uma equipa com elementos que nos permitam um bom trabalho e ter uma opção que nos dê títulos. Sabemos que será difícil, há equipas que vão manter um projecto de continuidade e nós vamos iniciar um projecto. A experiência diz-me para não prometer títulos. (...) O grupo não vai mudar muito naquilo que é o seu núcleo duro. Júlio Matos fez um trabalho honesto e não podemos esquecer que ao longo do campeonato o FC Porto foi uma das equipas mais castigadas pelas lesões
Moncho López, 19/05/2009



Apesar do péssimo desempenho do FC Porto na época 2008/09, Moncho López não se esqueceu de elogiar o anterior treinador e, inclusivamente, avançou com uma justificação para tão fraca prestação. Com esta atitude, o galego (natural de Ferrol), cujo currículo é indiscutível, já começa a marcar pontos. Contudo, terá de ter cuidado com dois aspectos fundamentais:
- impor uma autoridade clara dentro do balneário, doa a quem doer;
- escolher com muito cuidado os reforços, nomeadamente ao nível dos americanos.

Fala-se na contratação do Gregory Stempin (Ovarense) e no regresso de Jorge Coelho. Parece-me bem, mas o mais importante é acabar com a indisciplina, “lutas de poleiro” e conflitos dentro do balneário. Sem um grupo coeso, em que todos os jogadores respeitem a autoridade do treinador e remem para o mesmo lado, não iremos a lado nenhum.

Quanto a Pinto da Costa, antes de mais nada é de salientar a sua presença, nada habitual nestes actos (contratação de treinadores para as modalidades). Além disso, duas das suas afirmações são sintomáticas: a necessidade de dizer que os dirigentes do Basquetebol são “do melhor que há em Portugal” (onde estava Fernando Assunção?) e que o FC Porto iria iniciar “um projecto novo que procura um novo rumo” (o que significa que o rumo anterior não era o mais adequado).