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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Duplo alívio

Cláusula de rescisão de Ricardo Pereira (O JOGO, 24-08-2017)

Perdi a conta às inúmeras notícias, que deram a saída de Ricardo Pereira como quase certa.

Após o interesse do Tottenham (que vendeu Kyle Walker ao Manchester City), ontem era a Juventus (que vendeu Daniel Aves ao PSG) a voltar à carga e que se preparava para bater a cláusula de rescisão.

E depois de ouvir um comentador da SIC (Joaquim Rita), dizer que 25 milhões de euros eram trocos para clubes como o Tottenham e a Juventus, hoje de manhã estava à espera de ver a transferência de Ricardo Pereira confirmada.

Afinal, o valor da cláusula era uns “trocos” acima dos anunciados 25 milhões e, embora 37,5 milhões de euros não dê para os adeptos do FC Porto ficarem descansados, sempre dá para ficarem um pouco mais aliviados.

Entretanto, por volta do meio-dia de hoje, tivemos uma outra boa notícia relacionada com o Ricardo Pereira: Fernando Santos voltou a não convocar o melhor lateral direito português para os jogos com as Ilhas Faroé e a Hungria.

Como, ao contrário de outros jogadores, o Ricardo Pereira não precisa da “montra” da Seleção para se valorizar (até seria contraproducente que se valorize mais), foi com alívio que soube que o Ricardo ia continuar por cá, integrado no grupo de trabalho de Sérgio Conceição.

Obrigado Fernando Santos, só foi pena ter convocado o Danilo Pereira.

P.S. Para passarmos de um duplo para um triplo ou tetra alívio, falta a Administração da FCP SAD renovar com o Ricardo Pereira, o Aboubakar e o Ivan Marcano.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Quem manda na Seleção Nacional?


A propósito de um desabafo que ouvi sobre o jogo de ontem da Seleção. “No jogo de ontem os laterais da Seleção foram o Cédric e o... Eliseu. Alguém percebe por que razão o Fernando Santos nem sequer convoca o Ricardo Pereira?”

A resposta que dei foi esta: Porque Fernando Santos é um Scolari parte II.
Observar jogadores dá muito trabalho. Pior: se não forem da cartilha Mendes nem vale a pena arranjar chatices. E, no futebol atual, as Seleções são usadas como plataforma para a valorização de jogadores. Se o Selecionador for “dócil” (check!), então ele é consensual nas esferas do poder, e como tal nos media, e lá se vai aguentando sem críticas de maior às suas convocatórias e à falta de renovação das suas equipas.

Hoje, o poder é do Benfica e do Jorge Mendes. Na FPF, na Liga, na comunicação social, nas relações institucionais com os maiores clubes do mundo.

Por exemplo, só foi aberto espaço na Seleção para o André Silva porque era do interesse do seu empresário, Jorge Mendes, e do seu patrocinador, a Nike. Aliás, foram certamente estas duas entidades que fizeram com que de repente o próprio Cristiano Ronaldo o começasse a elogiar publicamente, considerando-o até, pasme-se, o seu natural sucessor.

Foram estas idiossincrasias que o FC Porto deixou de entender - ou de levar muito a sério - ao longo da última década que contribuíram em boa parte para a situação em que nos encontramos hoje: um 'player' banal no seio dos grandes negócios de jogadores e dos grandes clubes europeus. Veja-se por exemplo o que aconteceu recentemente com o Emílio Peixe, o selecionador nacional de Sub-20: não levou o Rui Pedro ao Mundial na Coreia do Sul “por opção”. Ele que era dos melhores avançados disponíveis para os Sub-20. O facto de 3 dos 6 avançados convocados serem do Benfica será certamente uma coincidência. O Benfica teve 8 jogadores na convocatória, o Sporting teve 4, o FC Porto teve 3 e o Vitória teve 2 jogadores. Isto não quer dizer que os jogadores do Benfica não sejam muito melhores, mas a estatística é significativa e demonstra bem quem é que manda. 

O FC Porto tem de voltar a ganhar massa crítica dentro da FPF e das suas diversas estruturas. A convocação de jogadores para fases finais das seleções valoriza-os e valoriza os próprios clubes e o seu investimento no futebol de formação. 
   

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O “sargentinho” e o “engenheiro”

Sim, este grupo de apuramento era acessível.

Sim, atendendo aos critérios de apuramento, a seleção portuguesa tinha a obrigação de ser (como foi!) uma das 24 seleções apuradas para a fase final do Europeu 2016 (em França).

Mas, olhando para o "estado comatoso" em que estava a seleção portuguesa há 13 meses atrás, é impossível não ver as diferenças.

Onze inicial do Portugal x Alemanha (0-4), Salvador da Bahia, 16-06-2014

A vergonha do Portugal x Albânia (0-1), 08-09-2014

E a diferença principal foi a substituição de um (in)tranquilo “sargentinho”, com tiques autoritários, por um experiente “engenheiro fazedor de pontes”, que soube (re)unir o grupo e formar uma verdadeira equipa.

Jogadores como Ricardo Carvalho, Tiago, Dani e Quaresma que, por razões diversas, não faziam parte do leque de escolhas de Paulo Bento, foram recuperados por Fernando Santos e tiveram um papel importante neste trajeto vitorioso – 6 jogos oficiais, 6 vitórias.


Uma fase de qualificação difícil, em que começámos mal mas acabámos bem. A vinda de Fernando Santos foi uma mais-valia, recuperou alguns jogadores que faziam falta
Cristiano Ronaldo

O míster [Fernando Santos] foi a pessoa mais importante neste apuramento, conseguiu formar um grupo muito forte, pois seis vitórias seguidas não são fáceis no apuramento. Nós temos a nossa parte mas o míster é sem dúvida a cabeça do sucesso
Tiago



Que isto sirva de lição, não só aos dirigentes da FPF, mas a todos os adeptos de “sargentões” ou “sargentinhos”.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Uma Selecção do Carvalho

Após a equipazinha de Paulo Bento ter feito uma exibição miserável e sido derrotada, em casa, pela Albânia, logo no jogo seguinte, a Seleção de Fernando Santos foi à Dinamarca (teoricamente, o adversário mais forte deste grupo) e regressou a Portugal com uma vitória e “6” pontos (3 pontos para Portugal e 0 pontos para a Dinamarca) na bagagem.

Olhando para o onze inicial do jogo em Copenhaga, estavam lá três jogadores que não contavam, ou tinham sido proscritos por Paulo Bento: Tiago, Danny e Ricardo Carvalho.

Onze inicial da Selecção portuguesa em Copenhaga

E que jogo fez este “jovem” Ricardo de 36 anos, uma exibição do Carvalho!

Mas o melhor de tudo, a cereja em cima do bolo, foi aquele cruzamento teleguiado, ao minuto 90’+5, de outro Ricardo, outro dos mal-amados de Paulo Bento (e não só): Ricardo “mau balneário” Quaresma.

Eu imagino a azia que esta vitória do “engenheiro do penta”, com o forte contributo de alguns “proscritos de Paulo Bento”, causou nos geninhos deste país.

Ah, e ainda por cima a Seleção Nacional jogou de azul e branco!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A figura da época - I

Em cada dez épocas, Pinto da Costa será a figura-chave, em oito ou nove. Porém, desta vez, ao contrário do que é habitual, é a figura da época pelos piores motivos.

Como nunca desde meados da década de 90, a concorrência está mais forte, organizada e consistente - em particular, o SLB - mas isso não chega para justificar a pior época em décadas. A par da qualidade decrescente dos plantéis nos anos mais recentes - há 3 anos atrás, o Porto tinha nas suas fileiras, só para citar alguns: Falcao, Hulk e Moutinho; hoje não tem nenhum (ou se quisermos colocar a questão de outra forma: quantos titulares do SLB teriam lugar no Porto, há 3 anos atrás? E hoje?) - que tem vindo a ser disfarçada com uma maior variedade de opções, o Porto decidiu "convidar" um treinador campeão a sair, isto ainda antes do final da sua segunda temporada ao comando equipa. É a segunda vez que tal acontece nos tempos mais recentes, sempre(?) que o SLB se "agiganta": o Porto falha a conquista do campeonato, o responsável (único) é o treinador, logo deve ser substituído. É curioso que há uns anos atrás, Fernando Santos, contando com Jardel no plantel, e uma concorrência muito mais macia, também falhou ... mas manteve o lugar.


Ainda que o Porto tivesse falhado a conquista do (tri ou) bicampeonato, teria lutado até à última jornada; a opção mais simples seria reforçar a equipa, e não começar tudo de novo, o que só beneficiaria (e beneficiou) a concorrência. Este foi o primeiro erro.

Para substituir Vítor Pereira, foi escolhido Paulo Fonseca (PF), naquilo que na aparência tinha tudo para ser uma reedição dos fenómenos André Villas-Boas e José Mourinho. Só na aparência. Embora PF tivesse um currículo ligeiramente melhor que os outros dois à chegada, tinha muitíssimo menos experiência, e acima de tudo havia quase ou nenhum conhecimento mútuo entre o Porto e PF. Terá o selo de qualidade "Jorge Mendes" sido quanto bastou?

Apesar do início promissor, PF, vitimado pela sua inexperiência, e talvez até pelo deslumbramento natural de quem, em cerca de 4 anos chega do Pinhalnovense ao campeão nacional, sem nunca ter tido um dissabor, insistiu num modelo de jogo estranho à equipa, que não tardou a originar uma série de maus resultados, que permitiram ao SLB, não só recuperar uma desvantagem de 5 pontos, como chegar ao primeiro lugar e distanciar-se na pontuação. Pese embora a contestação dos adeptos, PF manteve-se no cargo até Março, tendo dirigido a equipa pela última vez, frente ao Vitória SC, em Guimarães (2-2), e numa fase da época em que a sua substituição no cargo, já de pouco ou nada serviria na luta pela revalidação do título de campeão nacional. Este foi o segundo erro.

Para tentar salvar alguma coisa da época, numa altura em que o Porto ainda tinha aspirações (legítimas) em provas como a Taça de Portugal e a Taça da Liga, e algumas esperanças na Liga Europa, Luís Castro (LC), foi promovido da equipa B a treinador principal. No papel, esta opção tinha boas possibilidades de sucesso: ao contrário do seu antecessor, LC já conhecia o clube, os jogadores, o nível de exigência, e sendo-lhe oferecida a oportunidade única na sua carreira, de orientar uma equipa de alto nível, seria expectável que tudo fizesse para se mostrar como uma opção de continuidade, para agarrar definitivamente o lugar. Na realidade, saiu tudo ao contrário. De novo, após um início promissor, uma série de más opções e um incompreensível temor perante o SLB, ditaram o afastamento de todas as provas que o Porto poderia pensar em conquistar. É injusto apontar a nomeação de LC como um erro, mas a verdade é que se revelou uma aposta completamente gorada.

(continua)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Os mal amados

Com excepção de Pedroto (que foi bem mais que um treinador no FCP) todos os restantes, uns mais do que outros, foram sujeitos a contestação por parte dos adeptos, do balneário ou de ambos.
Nem Robson escapou. Uma das críticas que lhe era dirigida frequentemente era sua incapacidade de ser mais interventivo no banco e, nessa perspectiva, gerir melhor “quem substitui quem” e o timing mais adequado para produzir essas mudanças. Rui Barros passou, a partir de certa altura, a ser o sacrificado da ordem e acho que o foi numa grande parte dos jogos. Também não foi muito bem entendido que tivesse recebido os “russos” do SLB e os tenha colocado a jogar de imediato e posto no banco o Domingos. Também não foi muito bem aceite, que tivesse sido eliminado da taça com o Marítimo e, pior, que tivesse levado 3-0 e um banho de bola do SCP de Octávio, na Supertaça em Paris. Estava no aeroporto quando a comitiva do FCP chegou de Paris e fiquei revoltado com a forma como foi recebida, tendo havido confrontos entre alguns dos palermas que lá se encontravam e alguns jogadores. Recordo que Vítor Baía e João Manuel Pinto eram dos mais inconformados com aquela estúpida recepção, depois de terem sido campeões com inteiro mérito.

Artur Jorge foi sempre muito contestado, e toda essa contestação começou no balneário e tinha como principal protagonista o Fernando Gomes, que queria a continuidade do António Morais no comando da equipa. Aliás, na época que vencemos a Taça dos Campeões perdemos o campeonato para o SLB e fomos eliminados da Taça pelo SCP, nas Antas. Artur Jorge trouxe modernidade ao futebol português e alguns conceitos novos, nomeadamente a “concentração” competitiva que exigia aos seus jogadores em todos os momentos de jogo. Octávio foi mais que um treinador adjunto, porque foi capaz de ser e fazer aquilo que Artur Jorge não era capaz, ou seja, assumir o lado desagradável do comando e ser duro e intransigente relativamente à disciplina dentro e fora do campo, ao que consta. Desse tempo vem as desavenças com Fernando Gomes e os Oliveira.

Ivic ganhou tudo no FCP, menos a Taça dos Campeões. Os sócios detestavam-no ainda mais que ao actual treinador e não foi por acaso que foi embora e substituído pelo Quinito, que fez haraquiri quando disse que o FCP era Gomes mais dez: ficou refém do balneário e sem mão na rapaziada. Depois foi o que se viu: uma equipa sem rumo do pior que tivemos nestes longos anos em que PdC comandou o clube.

Quanto ao actual treinador não alinho em muitas críticas que lhe são feitas, onde entra tudo, particularmente o que é suposto faltar-lhe: carácter, competência e experiência, um murcão como, de forma sucinta, alguns adeptos o qualificam. Estou em desacordo frequentemente com o treinador porque não “faz” como acho melhor, mas estaria com qualquer outro desde que não cumprisse o que eu acho melhor. No jogo com o SC Braga (para o campeonato) benzi-me quando meteu Kléber no fecho do jogo e não é que fomos ganhar por 2-0. No segundo, também não fez o que esperava que fizesse: meter mais gente no meio campo para equilibrar o jogo naquela zona, mas o brinde quem o deu foi Danilo, como antes Fernando tinha provocado uma grande penalidade com um claro erro individual. Quem ganha os jogos são os jogadores quem os perde é sempre o treinador, e nessa não alinho porque não é justo. A responsabilidade tem de ser partilhada, nomeadamente quando há erros individuais que influenciam o resultado final, por muito que se se especule que a desgraça já vinha a caminho. Acho que alguma coisa mudou desde o primeiro jogo com o SC Braga: Vítor Pereira apareceu muito tenso na entrevista após o jogo, pelo que – tendo em conta a cara muito zangada de Lucho quando saiu – se deva ter passado algo de desagradável no banco. Espero que se ajustem, se deixem de amuos e saibam dialogar.

Uma das criticas que têm feito ao nosso treinador é a eventual desvalorização dos activos do FCP, desde que VP tomou posse como treinador principal. Afinal, assim parece não acontecer a atentar na seguinte notícia:

“O plantel do FC Porto é o 18º mais valioso do mundo num ranking com 200 equipas, de acordo com um estudo efetuado pela empresa brasileira Pluri Consultoria, especializada em marketing desportivo, que lhe atribui um valor de mercado de 180 milhões de euros (ME) e 6,9 milhões (valor médio) a cada um dos 26 futebolistas”.

Por fim, considero que o Vítor Pereira se excedeu na rotação do jogo da Taça de Portugal, reagiu tarde quando Castro foi expulso e deixou James tempo demais em campo, já que era tempo de rodar os que haveria a proteger. Dito isto, considero que há jogadores que têm de “merecer tratamento especial”. Danilo e Alex porque estiveram nos Jogos Olímpicos, Moutinho, Varela, James e Martinez por causa das horas extra nas selecções, o Fernando porque saiu de uma lesão, voltou e teve uma recaída, logo no momento em que anunciou que gostava de sair, o Lucho porque é dos que corre mais e é quase um veterano. Nesse particular, dou o benefício da dúvida ao treinador, embora considere, insisto, que decidiu a rotação num laivo de deslumbramento que não é nada aconselhável.

Depois de Vercauteren e de avaliar a forma como tem dirigido o SCP, acho que devo continuar a conceder o benefício da dúvida a VP.

sábado, 4 de dezembro de 2010

O Homem do Leme ideal não existe (II)

Por Miguel Lourenço Pereira

(1ª parte)

Nas Antas ainda se lembra com saudade o espirito gentleman e determinado do fleumático Bobby Robson, que também saiu a mal com o clube mas que deixou uma imagem imborrável de um técnico de ataque, comprometido e que deixou escola (Mourinho e Villas-Boas que o digam).

No lado oposto dessa devoção estão certamente Fernando Santos e Jesualdo Ferreira, a quem o sucesso não foi nunca suficiente para entrar na galeria dos grandes. Também porque, o passado ligado ao Benfica acabou por ser um lastro nunca perdoado pelos adeptos em ambos casos.
O actual técnico do Panatinaikhos cometeu o feito histórico de ser tricampeão, algo a que o seu talento não estará alheio, mas nem isso lhe permitiu o mais leve elogio dos adeptos, incapazes de entender a sua postura esfingica no banco e fora dele.
Pior sorte sofreu o engenheiro do Penta, que chegou a sofrer na pele o desagravo dos adeptos depois de uma derrota frente ao Torreense. Dois anos sem vitórias e todo o seu passado foi questionado e o nome borrado da memória de quem vibrou com uma das equipas mais eficazes do futebol português dos anos 90.

Nem os titulados e imensamente talentosos Tomislav Ivic e Carlos Alberto Pereira, técnicos campeões, simpáticos e populares à época sobreviveram ao passar do tempo e hoje são poucos os que se lembram deles à hora de compilar a galeria dos grandes monstros dos bancos azuis e brancos. Perfis apagados que costrastam com a imagem guerreira que os dragões gostam de relembrar nas suas gestas.

No lado oposto estão incluidos os ódios de estimação de muitos em que se tornaram Octávio Machado (um caso de regressão progressiva, de jogador a técnico principal) e o holandês Co Adriaanse (ódio à primeira vista, com agressão fisica incluida pelo sector ultra dos adeptos furiosos após uma derrota em Vila do Conde) e até Victor Fernandez, espanhol e velho amor de Pinto da Costa que se tornou talvez no técnico campeão do Mundo menos respeitado pelos próprios adeptos.

Caso à parte para os portistas merece António Oliveira, imensa e polémica glória dentro e fora dos relvados. Há quem fique com o seu estilo guerreiro e insubmisso ao estilo da velha guarda e os que não esquecem quando se ajoelhou na Luz ou as suas túrbias relações com a empresa do irmão e o mundo da noite do Porto.

Os adeptos azuis e brancos não são diferentes dos demais, por muito especial que o clube nos pareça. Todos querem um treinador competente, talentoso, ganhador e com atitude, capaz de criar empatia com os jogadores, com a massa adepta e de impor respeito aos rivais. Talvez por isso a chegada do jovem André Villas-Boas, filho da casa, discipulo avantajado de dois grandes professores e um homem forjado no mundo da alta competição tenha encontrado uma empatia nas bancadas do Dragão que há muito não se via. Mas muitos dos que agora elogiam AVB podem acabar por sofrer o mesmo efeito provocado por Mourinho há seis anos, que rapidamente passou de bestial a besta. Porque o adepto segue um ideário colectivo e reage mal à afirmação individual. Passou isso no passado com aquele que é, provavelmente, a maior figura da história do clube.

Os que hoje talvez vetariam a Mourinho, os que num futuro possam fazer o mesmo com AVB caso siga o mesmo caminho, talvez fossem os mesmos que vetaram um tal de José Maria Pedroto, quando o seu “eu” individual, directo e frontal entrou em choque com a mentalidade da direcção e massa adepta de 1967. O mesmo que teve de ver a suspensão revogada antes de dar inicio ao FC Porto, abrindo a escola dos reis Artur, Jorge e (se possível) André que se seguiram. É impossível agradar a todos, os adeptos são assim.

Haverá algum dia um técnico azul e branco que consiga ser lembrado apenas pelo seu talento e não tanto pela sua postura de vida, atitude fora do campo ou passado clubistico? Uma tarefa bem mais dificil do que podemos imaginar, afinal somos todos humanos.


Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Miguel Lourenço Pereira a elaboração deste artigo.

sábado, 28 de junho de 2008

O bom futebol


O que é o bom futebol?

É o futebol do Jesualdo Ferreira que dá 21 de avanço, é o futebol do CAS ou é a loucura ofensiva do Co? Com o Octávio e nos 2 últimos anos do Fernando Santos em que não obtivemos títulos jogámos mal?

Claro que ninguém gosta de ver bom jogos e perder, mas às vezes há vitórias que sabem a pouco - parece que lhes falta o sal. O ideal é sempre aliar a beleza do jogo (o espectáculo) às vitórias, pelo que nem sempre as grandes vitórias correspondem a grandes espectáculos. Olhando para a minha memória, as épocas que na relação espectáculos/vitórias me deram mais gozo foram:
  • 2002/2003 - Mourinho - Conquista da Taça UEFA

  • 1984/1985 - Artur Jorge - Conquista do Campeonato (Curiosamente, ou talvez não, esta foi a época do Wrexham)

  • 2003/2004 - Mourinho - Conquista da LC

  • 1996/1997 - António Oliveira - Conquista do Tri

  • 1998/99 - Fernando Santos - Conquista do Penta (nomeadamente o último terço referente à altura do trio de meio-campo Peixe, Deco e Zahovic)
Fiz este exercício há 3 anos, e passadas estas três épocas estava na hora da actualização (ou nem por isso, já que nenhuma das últimas épocas entrou no top)