quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O problema de Fucile não era o VP

«Jorge Fucile, jogador do F.C. Porto, apelidou, esta quinta-feira, o treinador Vítor Pereira de “agente 007”, aludindo ao trabalho menos visível que teve nos sucessos da equipa de futebol na época passada como adjunto de André Villas-Boas.
Vítor Pereira já fazia parte da equipa técnica e mandava 50%. Era o agente 007, estava oculto, mas dirigia a meias os trabalhos com o André”, disse o jogador uruguaio.
Fucile realçou não ter sentido grandes diferenças no trabalho técnico: “Já nos conhecia e é um treinador muito sábio”.»
JN, 2011-07-14


«Vítor Pereira era um treinador desolado na entrevista rápida à Sport TV, no final da derrota com o Zenit. E, à semelhança de Hulk, salientou que a expulsão de Fucile deitou tudo a perder.
O lance da expulsão do Fucile é um lance que não pode acontecer”, atirou o técnico, visivelmente zangado.»
2011-09-28


«Vítor Pereira abordou o caso que envolve Jorge Fucile, jogador que poderá estar de saída do FC Porto, de acordo com declarações do seu empresário a Bola Branca.
Para o treinador portista, “a questão é muito simples”: “Os jogadores jogam ou não, conforme a resposta dada nos treinos e nos jogos. Há exigência máxima para todos e quem der resposta merece a minha confiança, é isso que me faz decidir se joga este ou aquele. Quem corresponde, nos treinos e nos jogos, faz parte das escolhas, quem não o faz fica de fora”.
2012-01-12


«Jorge Fucile prepara-se para voltar a jogar com a camisola do FC Porto, depois de umas desavenças com o treinador Vítor Pereira, que acabaram por ditar o seu empréstimo ao Santos e um regresso em que se limitou a trabalhar à parte. O uruguaio garante que não há ressentimentos mas sublinha a ideia de que “as pessoas devem ter palavra” e deixa elogios...a Paulo Fonseca. (…)
Acompanhei a passagem dele pelo Paços de Ferreira com especial atenção e fiquei convencido do seu valor. Informei-me e sei que é muito bom no treino e que é uma excelente pessoa. Para além de tudo isso, sei ainda que é ótimo a motivar os jogadores e que tem qualidade para o FC Porto”, enalteceu.»
2013-06-14


«De malas feitas para regressar ao Dragão, Jorge Fucile responsabiliza Vítor Pereira pelo período de ostracismo a que se viu votado no FC Porto.
Fiquei de fora por questões pessoais e não pela minha condição [física]. Não fui opção por problemas pessoais do treinador comigo. Imagino que tenha sido mais um problema dele do que meu. Eu não tive qualquer problema. Acho que ele tinha problemas comigo e decidiu afastar-me da equipa, disse o uruguaio à RTP.»
2013-06-20


«Fucile admitiu que passou por um momento complicado quando Vítor Pereira orientava o FC Porto. No entanto, nos momentos difíceis encontrou forças para ficar mais forte.
Quando me pisam é quando me levanto mais depressa e saio ainda mais forte”, afirmou Fucile, que admitiu que passou “um período feio, muito feio”.
2013-09-05

O JOGO, 30-10-2013

Esta sequência de factos e declarações falam por si.

Na minha opinião, o problema de Fucile não são os treinadores, mas sim a atitude do jogador, o excesso de paleio e o autoconvencimento de que é melhor do que aquilo que realmente é. Se jogasse mais e falasse menos…

Não sei se imediatamente após o Mundial da África do Sul, algum clube manifestou interesse em Fucile. Olhando para o que se passou depois disso, não tenho dúvidas que teria sido a altura ideal para a FC Porto SAD vender o seu passe.

Tudo indica que irá sair brevemente do FC Porto e a custo zero. O Fucile pré-Mundial da África do Sul deixa-me algumas saudades; o pós-Mundial 2010 nem por isso.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

“O Porto fica lá longe…”


Um FC Porto x Sporting desperta sempre muito interesse, não só em Portugal, mas também noutros países. Assim sendo, não surpreende que, no último domingo, tenham estado no Estádio do Dragão, a assistir a este clássico do futebol português, elementos (“olheiros”) de 24 clubes europeus: Bayer Leverkusen, Borussia Dortmund, Colónia, Eintracht Frankfurt, Werder Bremen, Wolfsburg, Anderlecht, Paphos, Copenhaga, Atlético Madrid, Celta Vigo, Elche, Levante, Recreativo Huelva, Montpelier, Nice, Saint-Étienne, Everton, Queens Park Rangers, Manchester City, Manchester United, West Bromwich Albion, Inter Milão e Sampdoria.

O que surpreende (ou talvez não) é o facto do seleccionador nacional, o “frontal” Paulo Bento, empregado da FPF, não se ter deslocado ao Porto e tenha optado por ficar em Lisboa, para assistir, confortavelmente instalado no camarote presidencial do estádio da Luz, ao “importantíssimo” slb x Nacional.

E esta atitude é ainda mais surpreendente, se atendermos a que no relvado do Estádio do Dragão jogaram sete prováveis/potenciais convocáveis para a Selecção de Paulo Bento - Josué, Varela, Licá, Rui Patrício, Cedric, William Carvalho, André Martins.
Quantos potenciais convocáveis jogaram no slb x Nacional?

Esta cómoda opção de Paulo Bento fez-me lembrar uma célebre frase de Scolari, quando justificou uma sua não vinda ao Estádio do Dragão dizendo que “o Porto fica lá longe…”.

De facto, o Porto fica muito longe do centralismo lisboeta e das mordomias da capital.

Quanto a Paulo Bento, está cada vez mais parecido com o seu amigo “sargentão”. Talvez devêssemos passar a chamá-lo de sargentinho...

terça-feira, 29 de outubro de 2013

As “virgens ofendidas” de Alvalade

Ainda a propósito do circo que rodeou o último FC Porto x Sporting...

«Nas bancadas foram colocados vários cartazes (com acabamento gráfico profissional e por isso de acesso altamente questionável) exibidos por adeptos da equipa da casa, com frases provocatórias dirigidas ao Rui Patrício enquanto guarda-redes da Selecção Nacional. Sabendo-se que há proximamente um play-off importante para a nossa Selecção, esta atitude demonstra uma mesquinhez regional, não compatível com o Seculo XXI em que vivemos, e como tal um desrespeito por Portugal;»
Extracto do Comunicado da Direção do Sporting, publicado em 28-10-2013


Pelos vistos, alguns cartazes exibidos por adeptos do FC Porto com mensagens para Rui Patrício, os quais nada têm de insultuoso, incomodaram bastante os “viscondes de Alvalade”.
Por que será?
Pois é, como dizem os brasileiros, a mentira tem perna curta, mas a verdade dói…

Já a enorme faixa exibida por uma das claques leoninas (a Torcida Verde), no último jogo disputado em Alvalade, a qual tinha um conteúdo que pode, esse sim, ser interpretado como belicista, provocatório e insultuoso, não causou qualquer tipo de embaraço, ou reparo, a estes calimeros travestidos de “virgens ofendidas”.


Ao contrário do que já li, não digo que o Bruno Carvalho seja um palhaço, até porque isso seria um insulto para os palhaços, mas espero que continue a divertir-nos…

P.S. Apesar de terem voltado à carga com um comunicado rasca, a roçar o ridículo e revelador da mais pura cegueira e alienação, a Direção do FC Porto continua, e muitíssimo bem, a ignorá-los.

O pirómano, o manhoso e os homens de preto

Cerca de duas horas antes do início do último FC Porto x Sporting, um grupo de 94 indivíduos, maioritariamente vestidos de preto, juntaram-se na Avenida Fernão Magalhães, a partir de onde iniciaram uma onda de provocações e violência tendo como alvo adeptos do FC Porto que apanharam pela frente.
Este grupo dirigiu-se ao Estádio do Dragão, irrompendo pela Alameda das Antas, provocando o pânico e arremessando garrafas de cerveja e pedras, que atingiram, pelo menos, quatro pessoas.
Perante a natural reação de adeptos do FC Porto, incluindo alguns elementos das claques portistas, os “corajosos” indivíduos vestidos de preto correram em direção ao perímetro de segurança, saltaram os torniquetes (na zona da Entrada 25 do Estádio do Dragão) e fugiram para dentro do estádio.

Estes são os factos que foram vistos por muita gente, relatados pelos jornalistas presentes, confirmados pela polícia e dos quais há imensas fotos, filmagens e testemunhas.

Sobre estes tristes acontecimentos, a PSP emitiu no domingo à noite um comunicado com o seguinte teor:

«A PSP faz saber que um grupo com 100 indivíduos, vestidos de negro e sem qualquer identificação clubística, de forma organizada e muito coesa, provocou desacatos e forçou a entrada junto da porta 25 do Estádio. O referido grupo envolveu-se em agressões com adeptos do FC Porto, situação que foi prontamente sanada através de intervenção policial, que repôs a ordem pública.
Os indivíduos que provocaram os desacatos, foram intercetados no interior do Estádio, tendo sido dali retirados e conduzidos junto de departamento policial de forma a serem devidamente identificados (100 indivíduos) e averiguadas as circunstâncias em que cometeram aqueles factos.
São suspeitos da prática dos crimes de participação em rixa, assim como introdução em local vedado ao público, dando-se assim cumprimento aos procedimentos policiais adequados».


Mais tarde, soube-se, através de fontes policiais, que estes indivíduos fazem parte de um grupo denominado Sporting Casuals (estão referenciados pela Unidade Metropolitana de Informações Desportivas), não utilizam cachecóis, camisolas ou quaisquer adereços do seu clube (embora vários deles tenham tatuagens e outros símbolos do Sporting), não acompanham as tradicionais claques leoninas e vão ao futebol, sem bilhete, com um único objetivo: causar distúrbios.

Perante todos estes factos, a maior parte dos quais devidamente comprovados e outros sustentados em evidências, seria de esperar alguma contenção dos dirigentes, particularmente dos dirigentes do clube de que estes indivíduos são adeptos. Mas não, com a arrogância que caracteriza os “viscondes de Alvalade”, na segunda-feira à noite, a Direção do Sporting, liderada por um individuo provocador, que nas semanas que antecederam o clássico tudo fez para incendiar os ânimos, teve a desfaçatez de emitir um comunicado onde consta o seguinte:

«Vários Sportinguistas foram agredidos nas imediações do estádio do dragão. Ao invés do clube da casa repudiar totalmente estas atitudes, como esta Direcção já o fez em situações similares, começou a circular um rumor de que um grupo de Sportinguistas teria provocado desacatos, facto ainda não confirmado, que “justificaria” tais atitudes bárbaras e inqualificáveis. Até ao momento, ao serem vistas as imagens televisivas e fotográficas disponibilizadas, verificou tratar-se de um conjunto de pessoas onde as únicas que se conseguem identificar são do clube da casa.»

Mas nesta estratégia de “lavagem” e sacudir a água do capote, Bruno Carvalho e seus muchachos não estão sozinhos.

Nos dois dias seguintes a estes graves incidentes, o jornal dirigido pelo Querido Manha, fez duas capas (na 2ª e 3ª feira) que dizem quase tudo acerca da pouca vergonha e ética profissional que o caracteriza.

No meio disto tudo, não posso deixar de elogiar o comportamento que a Direção do FC Porto assumiu até agora. Primeiro deixou o Bruno a falar sozinho e, perante as cenas de violência provocadas pelo grupo Sporting Casuals, adoptou uma postura de contenção para não deitar mais achas para a fogueira. Impecável!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Lutar, ganhar e convencer


A vitória prometida do SCP afinal não se concretizou, apesar das múltiplas promessas e “ameaças” de jornalistas, comentadores, treinadores, jogadores e de outros pensadores, todos eles sábios em futebol e muito isentos, porque nunca olham à cor da camisola. Vencemos contra ventos e marés; o adversário saiu cabisbaixo porque acreditava que chegava ao Dragão e nos ia esmagar.

E como chegámos à vitória, que parecia não constar da ementa, poderá ter muitas leituras, mas fixo em dois pontos fundamentais: tacticamente a equipa esteve muito bem e o resto foi a superior qualidade dos nossos jogadores.

Não fizemos um jogo de embalar nem de maravilhar, mas o FCP jogou com intensidade e bateu-se contra uma equipa que se esforçou, aconchegada num primado de superioridade, sufragado pelos mesmos de sempre. Não sei o que escrevem as estatísticas, mas acho que a vitória, embora suada, foi de todo merecida. As finais são para ganhar e esse foi o guião que cuidamos de perseguir. Vencer era o mais importante, pelos pontos e para atenuar o alvoroço que andava por aí.

Na primeira parte o domínio e a superioridade do FCP foi clara, enquanto no segundo tempo o jogo foi mais dividido. O SCP subiu um pouco mais as linhas e fomos menos activos na zona de pressão. Demos um pouco mais de liberdade a William Carvalho que pautou o jogo em função da maior liberdade que passou a dispor. E nessa altura o controlo não foi tão eficaz.
Sofremos o empate, mas um momento de inspiração de Danilo fez toda a diferença, e passámos para a frente. Apesar de alguns ataques do SCP com algum perigo, voltámos a marcar e resolvemos o jogo numa transição rápida, o que saúdo porque não é muito normal este movimento sair com êxito na nossa equipa.

Vitória justíssima, e um bom jogo porque teve os ingredientes necessários para assim o classificar: luta, intensidade, empenho e bons momentos. Nem vou realçar que ainda perdemos demasiados passes e que a alguns jogadores ainda queima a bola. Muito contente com a vitória, a exibição e a capacidade de lutar e sofrer demonstrado pela equipa.

Boa arbitragem. Das individualidades destaco o Varela que tão “mal estimado é” e esteve a grande altura. Danilo marcou um golo portentoso. Herrera ainda não se adaptou ao jogo mais posicional e de controlo da bola, mas vai melhorar e constituir-se num bom reforço. Os restantes estiveram bem.

E depois do “desastre” do Zenit, brilhou uma luz de esperança. O futebol tem a inusitada função de nos demonstrar que as verdades no futebol são pouco duradouras. Esta vitória tão saborosa, associada à visita do Museu que cumpri no dia inauguração, amaciou, e de que maneira, as sombras que pairavam por aí. Obrigado FCP. Um pouco de alegria dá sempre jeito!

domingo, 27 de outubro de 2013

Bons números...

O JOGO, 25-10-2013

A história e a estatística não ganham jogos, mas dizem-nos qual é a tendência. E, neste caso, esperamos que Paulo Fonseca dê continuidade a esta boa tendência, iniciada nos tempos de Jesualdo Ferreira.

sábado, 26 de outubro de 2013

Contas Consolidadas

Durante anos, ouvi adeptos e comentadores afectos aos clubes da 2ª circular a desafiar o FC Porto a apresentar contas consolidadas que, para alem do perímetro de consolidação da FCP SAD, abrangessem o Clube e todas as empresas do Grupo FC Porto.
Pois bem, aqui estão.

O JOGO, 26-10-2013

Ficamos à espera que o slb e o sporting façam o mesmo e apresentem as contas consolidadas dos respectivos grupos.

Olhem para mim, olhem para mim!

Ia escrever qualquer coisa acerca do Bruno de Carvalho, e o seu estilo desbocado, as tiradas irónicas à la Pinto da Costa - eles odeiam o homem, mas não conseguem deixar de o imitar - o confronto aberto com o FCP e os seus dirigentes, e alegria com que se vem gabando que será mal recebido no Dragão. Mas não vou fazer nada disso. O presidente do SCP, clube que "não é dado a frutas" mas que aposta mais nos cheques, é irritante - ele deve inspirar-se no provérbio africano que diz "se pensas que és demasiado pequeno para fazer a diferença, tenta dormir num quarto fechado com um mosquito" - mas é em igual medida irrelevante (e esquece-se que um mosquito, por muito incómodo que seja, acaba invariavelmente "esborrachado"). Assim, e já que não é possível pedir a todos os Portistas que no próximo domingo, não recebam mal o sr. Bruno Carvalho, mas que lhe mostrem o mais perfeito desinteresse, faço aqui o desafio para que lhe ofereçam um ramo de flores, com um cartãozinho a dizer "seja muito bem vindo ao Estádio do Dragão!". Apresentem registos fotográficos da entrega do dito ramo, e da cara do indivíduo, e eu pago a despesa (até €20, vamos lá com calma!) - está prometido.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Que se passa com Otamendi?


Há cerca de um mês atrás, num artigo após o jogo Estoril x FC Porto, escrevi o seguinte:

«(…) o que se passa com a defesa do FC Porto e, particularmente, com o Otamendi? O que se passa com este defesa-central argentino que, tal como já tinha acontecido em Viena, voltou a ter intervenções de principiante e que só não enterraram mais a equipa porque não calhou.»


E daí para cá os erros de palmatória de Otamendi continuaram. Contra o Atlético Madrid deixou-se antecipar no primeiro golo dos colchoneros e contra o Zenit, para além da forma infantil como ofereceu um golo a Hulk, partilhou com Danilo a responsabilidade no golo de Kherzakhov.

Não partilho da opinião de muitos portistas de que Otamendi é um jogador medíocre. Pelo contrário, sou da opinião que Otamendi é um bom defesa central e ele já deu provas disso, jogando ao lado de Rolando, Maicon e Mangala. Mas não sou cego e, como é óbvio, este início de época tem sido mau demais.

Qual a razão para tão fracos desempenhos?

Uma tese é que o jogador teve oportunidades para sair no último defeso e terá ficado no Porto contrariado.

«Nicolas Otamendi, central do FC Porto, já chegou a acordo com o Atlético de Madrid, de acordo com o jornal Marca, de Madrid. O defesa é um dos objetivos do treinador Diego Simeone, que pediu a contratação do internacional argentino à direção do segundo clube da capital espanhola.
Jorge Mendes, um dos empresários do defesa central, esteve esta segunda feira em Madrid a falar com a direção do Atlético de Madrid, no sentido de perceber se poderá haver um entendimento entre o clube espanhol e o FC Porto, que só admite, neste momento, ceder o jogador por uma verba acima dos 15 milhões de euros.»

«O Atlético Madrid parece ter desistido de contratar o defesa portista Nicolás Otamendi, segundo revela o diário espanhol "As". Na base da desistência estará, aparentemente, o valor pedido pelos dragões, que exigem 15 milhões de euros.»




Eu acredito mais noutra possibilidade.

O FC Porto versão Paulo Fonseca é uma equipa menos organizada e que, globalmente, defende pior do que nos últimos anos, o que se reflete, de forma mais visível, no desempenho dos jogadores do quarteto defensivo.
Aliás, no jogo com o Zenit, também Mangala e Alex Sandro tiveram erros de palmatória, ao entregarem/perderem a bola para Hulk no primeiro terço do relvado, quando tentavam iniciar a saída para o ataque.

Comparativamente com a época passada, o FC Porto 2013/14 é uma equipa menos. Menos organizada, menos coesa, menos intensa e isso, naturalmente, reflete-se no desempenho da generalidade dos jogadores.
As excepções são o guarda-redes (Helton tem feito grandes defesas) e jogadores tipo bombeiro, como Fernando, que andam pelo campo a tentar apagar os fogos que vão surgindo.

Mas voltando a Otamendi, e independentemente das razões da sua má forma, não seria prudente Paulo Fonseca fazê-lo descansar durante uns jogos e dar uma oportunidade a Maicon?

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

E Fernando, não renova?

O jogo de hoje [FC Porto x Zenit] serve, ainda que não para outra coisa, demonstrar que na sua posição Fernando é um dos melhores do mundo. Ter um treinador que não é capaz de o ver dá pena. Quando a equipa voltou a um desenho mais parecido ao 4-3-3, um 4-3-2-1, lá foi o "Polvo" quem fez esquecer Herrera. Cortou tudo o que havia para cortar e ainda teve pulmão para ajudar no ataque. Imenso. Imenso. Imenso.
Miguel Lourenço Pereira, 22-10-2013


O JOGO, 24-10-2013

Por ausência de ofertas, ou porque as mesmas não atingiram o valor pretendido pela Administração da FC Porto SAD, Fernando não foi transferido no último defeso. Mas também não renovou o seu contrato com o FC Porto. Ou seja, daqui a pouco mais de dois meses, Fernando pode assinar por outro clube e sair do FC Porto a custo zero.

Se isso acontecer, será um enorme fracasso (do ponto de vista do modelo de negócio da FC Porto SAD) ver sair a custo zero um jogador que chegou ao Porto em Junho de 2007, com 19 anos, proveniente do Vila Nova Futebol Clube (clube da 3ª divisão brasileira) e que, ao longo destes anos, foi trabalhado e moldado para a alta competição no FC Porto.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Adeus Champions, adeus

A Champions League acabou. Há três jogos por disputar mas a festa chegou ao fim. Antes do previsto para muitos. Como era esperado para outros. Haverá quem alimente no próximo mês o discurso de que tudo é possível. Que é um ponto de atraso nas contas do grupo. A verdade é que é muito, muito mais do que isso. O FC Porto caiu por culpa própria, uma vez mais. Não por erros colectivos mas por falhas individuais. Foi assim em Málaga, foi assim com o Atlético de Madrid. Foi assim hoje. Desta forma não se vai a lado nenhum.

Acreditar que este FC Porto - este - é capaz de ganhar em São Petersburgo e em Madrid, é acreditar em fadas e duendes. Pode ser que eles existam e eu esteja enganado. Mas até os ver não acredito em contos. E é disso que se trata. Contos. Uma equipa que não ataque bem, que defende mal e que ainda para mais comete mais do que um erro grave por jogo (o de Otamendi não tem nome) está condenada a cair antes do esperado. Os adeptos seguramente não merecem este desfecho. Mas é a realidade. O FC Porto tem um treinador que não consegue dar a volta aos problemas que se lhe colocam em campo. E tem jogadores cujos comportamentos, mais do que infantis, diria, anti-profissionais, comprometem o esforço do colectivo. Hector Herrera tornou-se no jogador expulso mais rapidamente da história da Champions League. É preciso um dom para ser-se tão inocente. Tal como Defour, em Málaga. Tal como os erros de Otamendi e Mangala contra o Atletico. Erros e mais erros. Nos momentos cruciais.



O jogo em si não foi mau. A equipa reagiu bem à expulsão sobretudo porque o Zenit é muito menos do que aparenta ser e porque Hulk quer resolver à bomba todos os problemas da sua equipa. Teve nos pés resolver o jogo muito mais cedo mas se calhar lembrou-se dos bons tempos de Dragão ao peito, hesitou e permitiu a Hélton um desvio de milagre. O brasileiro foi um dos melhores em campo. Só Lucho, imenso até ter esgotado cada gota de suor que tinha para dar, e Fernando, foram melhores.
O jogo de hoje serve, ainda que não para outra coisa, demonstrar que na sua posição Fernando é um dos melhores do mundo. Ter um treinador que não é capaz de o ver dá pena. Quando a equipa voltou a um desenho mais parecido ao 4-3-3, um 4-3-2-1, lá foi o "Polvo" quem fez esquecer Herrera. Cortou tudo o que havia para cortar e ainda teve pulmão para ajudar no ataque. Imenso. Imenso. Imenso.
O FC Porto soube controlar o jogo na primeira-parte mesmo jogando com menos um. A falta de Herrera notava-se menos no miolo e mais no ataque onde Jackson foi engolido, literalmente, por Luis Neto e havia poucas opções de perigo sempre que Licá, uma nulidade, estava por perto. Lucho tentou a sorte, mas ela olhou para outro lado. Varela, o grande dinamizador do ataque do FC Porto na segunda parte (porquê a suplência?), também sofreu o mesmo destino. Quando a incompetência individual e o azar se unem não à volta a dar.
Parecia que a equipa ia aguentar o empate. Helton parava cada bomba de Hulk, Fernando engoliu a Danny, Shirokov e Arshavin, Lucho corria, corria e corria e as melhores oportunidades até aconteciam do outro lado, quando a bola durava mais de cinco segundos nos pés de Jackson. Mas não. Estava escrito que o segundo jogo em casa se saldava com uma segunda derrota perto do fim, quando os adeptos acreditavam que iam presenciar um milagre.



Em Viena, onde tanto sofremos para marcar, o Atlético de Madrid aplicou um festival de futebol e de golos e resolveu a liderança do grupo. Têm nove pontos em três jogos, precisam apenas de rematar o FK Austria em casa para confirmar a liderança. O que significa que contra o Zenit, primeiro, e contra nós, em segundo lugar, vão jogar apenas os milhões e o prestigio. Mas até lá, possivelmente, o grupo até já pode estar decidido. No jogo de São Petersburgo é o tudo ou nada. Uma vitória do clube cujo patrocinador e patrono também o é da prova, fecha praticamente as contas do grupo. Seriam sete pontos para os russos por três dos dragões com apenas seis para jogar. Se ambos vencessem o FK Austria os jogos com o Atlético seriam totalmente irrelevantes. Mesmo um empate na Rússia continua a jogar a favor dos russos. Só a vitória em terreno hostil pode mudar um destino similar ao de 2011. Mas parece altamente improvável.

Seguramente que haverá muito boa gente que se ponha de pé a clamar por traição, que isto é o FC Porto e que ninguém desiste antes do jogo terminar. Certo. Eu, pessoalmente, não desisto. Mas quem joga é a equipa, quem tem de fazer acreditar é a equipa. E quem a lidera. E o que a temporada tem trazido até agora dá pouco espaço para a crença, mais sabendo que os russos vão jogar como gostam em casa, tranquilamente, aproveitando espaços, precisamente onde a equipa com Paulo Fonseca é mais débil. Podem sonhar à vontade, que é grátis. O normal é que a equipa arranque o novo ano na Europe League, uma competição que seria para ganhar. Seria, mas com esta liderança tenho as minhas dúvidas!

PS: Se alguém conhecer uma equipa que chega aos oitavos-de-final de uma Champions League com o ratio de erros gravíssimos da sua dupla de centrais e dos seus médios que me avise. Foi em Viena, foi com o Atlético e foi hoje. Mangala, Otamendi, Herrera, Alex Sandro. Nenhum fica bem na fotografia e a situação em lugar de se corrigir parece que vai piorando. Á elite só lá chega quem merece. Esta linha defensiva, sobretudo, não a merece!

PS2: A arbitragem foi lamentável. A expulsão certeira, ninguém se pode queixar quando se cumprem as regras. Mas a partir de aí houve erros e erros, cartões por mostrar (a ambas partes) e o momento anedota da noite quando uma bola ao ar se transformou num livre quando o guarda-redes russo caiu em falta na área. Enfim, a elite europeia dizem!

SMS do dia

No ano passado ficamos sem Champions League por uma expulsão estúpida. Hoje corremos o risco de seguir pelo mesmo caminho por mais uma expulsão estúpida se não fosse, até agora, por Fernando, o homem que quando joga na sua posição é do melhor que há no mundo. Não há ninguém no FCP que ensine os seus médios a comportarem-se como senhorzinhos em jogos para adultos?

domingo, 20 de outubro de 2013

Fim de semana em cheio

O FC Porto x Trofense foi o centro das atenções. Os dragões cumpriram, venceram por 1-0 e seguem em frente na Taça de Portugal.

Mas o FC Porto não é só futebol e nas modalidades o desempenho foi brilhante.

No basquetebol, a jovem equipa do FC Porto/Dragon Force, superiormente orientada por Moncho López, foi a Ponte de Sôr defrontar a equipa que os tinha derrotado na final do Troféu António Pratas Proliga e venceu o Eléctrico FC, de forma clara, por 75-63.
Dois jogos, duas vitorias na Proliga. Melhor começo não podia haver.
E convém lembrar, a quem gosta de basquetebol, que daqui a uma semana, dia 27 de Outubro, às 16:00, há jogo no Dragão Caixa, frente ao Benfica B.


No hóquei em patins, na 31ª edição da Supertaça, disputada no Pavilhão Dr. Mário Mexia, em Coimbra, e com o "aliciante" de ser transmitida em directo na A BOLA TV, o FC Porto venceu a Oliveirense por 5-4 e conquistou a sua 19ª Supertaça (61% das edições foram ganhas pelos dragões)!

Finalmente e para fechar com chave de ouro, um dia histórico para o andebol portista. Num Dragão Caixa com apenas 1.102 espectadores, mas que nunca deixaram de apoiar, os dragões derrotaram os franceses do Dunkerque por 22-21 e alcançaram a primeira vitória do FC Porto na fase de grupos da EHF Champions League.


Quem quiser saber mais pormenores, recomendo a leitura da crónica deste jogo no 'Tribuna Portista'.

Daqui a quatro semanas, dia 16 de Novembro, disputa-se o FC Porto x Wisla Plock. Espero que, nessa altura, Ljubomir Obradovic já possa contar com os lesionados Alvaro Ferrer, Pedro Spinola e Hugo Rosário, bem como, com um pavilhão cheio, como esteve na recepção ao Kiel.

15 vezes!


«O número: 15
O número de vezes que a BenficaTV repetiu um lance de possível penálti sobre Cardozo [durante a transmissão televisiva do Benfica x Belenenses]. Curiosamente, da irregularidade do golo do Belenenses só muito depois deram conta no canal...»
Manuel Queiroz
in DN, 01-10-2013

sábado, 19 de outubro de 2013

Missão cumprida com serviços mínimos

(fonte: Maisfutebol)

Um FC Porto de serviços mínimos, contra um Trofense entrincheirado no seu meio-campo, deu como resultado uma vitória por 1-0 e a passagem do FC Porto à próxima eliminatória da Taça de Portugal.

A Taça de Portugal, tirando a final, ou eliminatórias contra o slb e em menor medida contra o sporting, não é uma competição que me desperte grande interesse.
Neste jogo, o meu interesse esteve em ver como se comportavam jogadores nunca/raramente utilizados por Paulo Fonseca na equipa principal - Victor Garcia, Diego Reyes, Carlos Eduardo, Ricardo, Ghilas, Kelvin - contra uma equipa que ocupa o último lugar da classificação da II Liga.

Gostei das exibições de Diego Reyes (ao contrário de Maicon, não me lembro de uma única falha), de Carlos Eduardo (salvaguardando as devidas distâncias, tem um estilo aproximado ao de Deco) e principalmente de Ricardo que, juntamente com Fernando, foi o melhor da equipa portista.

Olhando para o lote de extremos do FC Porto, penso que Ricardo justificaria mais oportunidades. E Carlos Eduardo também, até porque é um jogador que tem cumprido sempre, quer pela equipa B, quer nas poucas vezes em que foi chamado à equipa principal.

Enfim, como jogo de preparação, para os jogos contra o Zenit e Sporting, não foi mau. A maior parte dos habituais titulares foram poupados para as batalhas que se avizinham, ninguém se aleijou e Paulo Fonseca ficou a saber que pode contar com outros jogadores do plantel que tem à sua disposição.

P.S. Juntando o Portugal x Luxemburgo e o FC Porto x Trofense, esta semana foi Varela 2, MST 0.

P.S.2 Cinco meses depois, Kelvin voltou a jogar no Estádio do Dragão.

P.S.3 Mais de 21 mil espectadores? Bem bom...

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

3ª eliminatória da Taça de Portugal

Lista dos convocados por Paulo Fonseca para o FC Porto x Trofense:
Guarda-redes: Fabiano e Bolat;
Defesas: Danilo, Maicon, Diego Reyes, Mangala, Alex Sandro e Victor Garcia;
Médios: Lucho, Carlos Eduardo, Fernando, Defour e Quintero;
Avançados: Jackson, Ghilas, Varela, Ricardo e Kelvin.

Surpreende-me a não convocatória de Fucile e Herrera, jogadores que eu perspectivava como titulares neste jogo da 3ª eliminatória da Taça de Portugal.
Também me surpreende a convocatória de Jackson, em vez de Kleber ou Caballero.

Assim, olhando para os 18 convocados, e na antecâmara dos jogos com o Zenit e Sporting, o meu onze para este jogo da Taça seria o seguinte:
Fabiano, Victor Garcia, Maicon, Diego Reyes, Alex Sandro, Fernando, Defour, Carlos Eduardo, Quintero, Ghilas, Kelvin.

E o banco de suplentes seria de Lucho...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Basquetebol portista na antecâmara da LPB

Autor: Fernando Delindro

Depois do choque vivido no Verão de 2012, com a suspensão da equipa profissional de basquetebol do FC Porto e quando se receava que este facto se tornasse no abandono do FC Porto de uma modalidade com enorme historial no clube, a direcção do FC Porto, “pressionada” por algumas atitudes dos adeptos do clube em defesa do eclectismo, optou pela manutenção da secção baseada 100% na formação (participação em todos os escalões de sub-12 a sub-20 e ainda uma equipa com base no plantel sub-20 a participar no campeonato do CNB2).

O JOGO, 16/07/2012

O JOGO, 29/07/2012

Podemos dizer que esta aposta teve resultados positivos porque se viu novamente uma equipa do FC Porto a vencer um título no basquetebol de formação seis anos depois e no campeonato do CNB2 chegou brilhantemente à final, tendo alcançado o feito de 32 vitórias em 32 jogos.
Na final, disputada em Almada, ante o Imortal de Albufeira, a equipa foi derrotada, mas foi uma derrota que em nada belisca a brilhante época de um grupo de jovens que ao longo de uma desgastante época disputou 65 jogos e obteve 61 vitórias.

Se a época de estreia nestes novos moldes do basquetebol do nosso clube teve um retorno positivo, para a época que agora se iniciou o projecto é ainda mais aliciante, visto que as incorporações para a equipa que vai disputar a ProLiga antevêem uma época positiva.

O regresso de André Bessa, a contratação de um poste da equipa da FPB, o ex-Illiabum Miguel Queiroz e as contratações na Galiza do João Grosso e na Catalunha de Ferrán Ventura (http://www.youtube.com/watch?v=fJTKxBbtqa0), são claras mais-valias a juntar aos campeões nacionais de sub-20.

Plantel Dragon Force Basquetebol 2013/14 (fonte: O JOGO, 23-08-2013)

A participação no troféu António Pratas foi positiva, já que defrontamos duas equipas com experiência de ProLiga e, sem podermos contar com o reforço recrutado na Catalunha, vencemos um jogo e fomos derrotados na final.

Domingo passado iniciou-se a participação na ProLiga 2013/2014, com uma belíssima exibição e uma vitória frente ao Guifões.

O apelo que faço a todos os Portistas é que se desloquem aos pavilhões para apoiar os nossos atletas, numa época que nos pode devolver ao escalão maior do basquetebol nacional. Contudo, o objetivo principal passa pela consolidação deste novo projecto no basquetebol nacional, esperando que leve a modalidade para patamares de maior sustentabilidade, onde ordenados como os verificados por um dos clubes da Liga “Profissional” são claramente impensáveis.

Esperemos que a época seja de sucesso para o FC Porto como um todo.

Nota: O ‘Reflexão Portista’ agradece ao Fernando Delindro a elaboração deste artigo.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

FC Porto, o novo Real Madrid?

Em 2009 todos descobrimos a lua. Não viajamos até lá. Ela veio até nós sob a forma do Barcelona treinado por Guardiola. Era uma equipa que enchia qualquer medida futebolística possível. Uma equipa agressiva mas elegante. Uma equipa com uma qualidade individual impressionante mas que funcionava como colectivo. Uma equipa onde os baixinhos (Xavi, Iniesta, Messi) jogavam com os raçudos (Etoo, Pedro, Touré, Puyol), com os inteligentes (Pique, Busquets, Henry) sem que qualquer um de nós fosse capaz de os excluir das outras características principais. Provavelmente tivemos a sorte de ver uma das grandes equipas da história do futebol moderno. Mais, tivemos a sorte de que o nosso FC Porto fosse comparado, lá fora, com essa máquina de futebol.

Historicamente o FCP sempre se associou ao FC Barcelona.
Clubes de segundas cidades, burguesas, mercantis, marítimas, rebeldes contra o poder do centralismo e, também é preciso dizê-lo, clubes que viveram as suas maiores secas desportivas de forma similar (durante os anos 60 e quase todos os 70) e que renasceram nos anos 80 para tornarem-se na maior força desportiva do seu país. O FCP com um presidente, o FC Barcelona com um ideólogo chamado Johan Cruyff. Ambos ganhamos provas europeias desde então (mais que o respectivo rival), ambos ganhamos ligas (mais que o respectivo rival) e ambos ganhamos a admiração do Mundo. Nós por sermos o eterno underdog sobrevivente na elite europeia, capaz de encontrar pérolas no meio do Amazonas e transformá-los em diamantes, e eles por serem os herdeiros dessa escola danubiana mítica. Para qualquer portista era um motivo de orgulho a comparação. A associação de futebol de posse, de qualidade técnica e táctica, de gestão desportiva com o Barça seguia os mesmos padrões que a comparação Real Madrid-Benfica dos anos 50 e 60, ambas equipas alimentadas pela máquina estatal, habituadas a ser o símbolo da propaganda de regime ditatoriais e com duas grandes gerações que coincidiram no tempo e espaço.

Nos anos AVB e VP a comparação permaneceu.
O Barcelona de 2013 já não é o mesmo de 2009. A própria evolução de Guardiola introduziu matizes importantes. Messi passou a ser o falso-nove, a equipa passou a jogar mais em função do génio argentino e a procura de alternativas estancou com o modelo original. Com o passar dos anos a agressividade e o pressing na hora da recuperação que tinham sido marca de identidade do primeiro Pep Team tornou o Barcelona uma equipa mais previsível, salva recorrentemente pelo génio superlativo de alguns dos melhores futebolistas da história. O FCP, que com AVB teve um ano similar ao do primeiro Pep Team, seguiu um trajecto similar. No nosso caso o problema foi a falta de opções condicionada pelo mercado e pelo desejo de jogadores importantes em sair. Sem Belluschi e Guarin o ritmo do meio-campo seria sempre diferente. Sem Hulk e Falcao a eficácia ofensiva baixaria sempre com o tempo. Com Varela a cair de forma, James a nunca explodir verdadeiramente e com Fucile, Rolando e Alvaro Pereira em quarentena (primeiro) e fora de contas (depois) o processo obrigou a uma reconstrução durante dois anos que interrompeu a ascensão da qualidade de jogo. Mas a matriz permaneceu, mesmo nesses momentos, a mesma.
O 4-3-3 era inegociável, a segurança defensiva o primeiro passo para o sucesso (como foi com Pep) e o controlo de jogo a obrigatoriedade máxima para quem subia em campo. É certo que o ritmo de jogo era vitima das opções e tinha baixado muitas rotações. As transições eram mais lentas, a agressividade esfumou-se e a qualidade individual também. Mas quem tinha visto jogar os homens de AVB reconhecia o mesmo padrão com VP da mesma forma que entre as diferenças que existem entre Guardiola, Vilanova e Martino não impedem que o Barcelona continua a ser o Barcelona.



Agora podem dizer o mesmo?
Não!

Desde Agosto que a matriz dos últimos três anos foi abandonada por completo.
É o direito legitimo de qualquer treinador escolhido pela direcção de impor o seu estilo e modelo de jogo. Se o faz, imagino que seja de acordo com quem o contrata que é quem responde aos sócios e accionistas. Eles são conscientes do que custou criar essa matriz, do que significa manter um modelo ao largo dos anos a nível de estabilidade futebolista e de gestão de balneário. Se aprovam a mudança - não só do desenho táctico mas dos princípios básicos do jogo - saberão porque o fazem. Mas agora na Europa ninguém se lembraria de associar este FC Porto ao Barcelona. Como muito poderiam fazer uma comparação que é, para muitos portistas, odiosa: com o Real Madrid.
A equipa da capital espanhola é reconhecida mundialmente por não ter modelo de jogo. Vive para onde o vento sopra. A cada presidente e treinador que chega tudo muda. O importante são os jogadores, quanto mais mediáticos e caros, melhor. Bale custa 100 milhões, logo vale mais que Ozil que só custou 15, pensam muitos adeptos e dirigentes do clube espanhol. Com o esquema de jogo é o mesmo. Não há um modelo desde o fim da Quinta del Buitre, nos anos 80. A táctica muda, os princípios mudam, os jogadores mudam, os treinadores mudam. As vitórias só aparecem porque o valor individual e o dinheiro metido no plantel assim o ditam. De futebol, muito pouco.
Actualmente em Portugal passamos pelo mesmo cenário. O FC Porto ganha muitos jogos porque é o FC Porto. Não porque jogue bem, não porque tenha um padrão de jogo, não porque saiba o que faz. Ganha-o simplesmente porque Jackson é o melhor avançado da liga, porque Lucho coxo é melhor que a maioria dos médios do campeonato. Porque Mangala-Otamendi ainda é uma dupla que supera qualquer outra. Porque os frangos ocasionais de Helton não empalidecem comparados com os de Artur, Eduardo e Patricio. Porque ganhar no Dragão é impossível e defender com dez homens dentro da área nos jogos fora nem sempre resulta. Ganhamos por inércia da mesma forma que o Real Madrid ganha muitos dos seus jogos. Não pela qualidade do projecto que PF tenha a apresentar. E isso é, sobretudo, o mais preocupante.

Eu quero que o FC Porto tenha um modelo que seja válido hoje, com PF, e amanhã com o treinador X.
Para isso é preciso duas coisas.
Ter a direcção decidida a apostar fielmente nesse modelo de jogo (em vez de se preocupar tanto com modelos de negócio, que não é o mesmo) e contratar sempre treinadores e jogadores para cumprir esse preceito colectivo como tem feito o Barcelona (noutra escala, obviamente) ou então apostar como há muito defendo num nome sério para o banco. Num nome consagrado, com uma cultura futebolística suficientemente alta para manejar distintas situações e saber o que está a fazer, sem parecer um puto de olhar perdido. Falou-se muito em Pellegrini, um treinador que cumpre esse preceito, mas entendo que entre o Dragão e o City of Manchester, o dinheiro tenha falado mais alto. Mas o chileno não é o único dentro desse grupo de treinadores que sabem muito de futebol e colocam sempre as suas equipas a jogar muito bem e de forma coerente. A SAD prefere-os inexperientes, jovens e ambiciosos e está no seu direito. Acertou duas vezes. Mas se o faz, pelo menos que tenha o cuidado de escolher nomes que se enquadrem numa ideia colectiva que faça parte do nosso próprio ADN. De alguém que saiba onde vai entrar, que rotinas há que saber manter, que processos há que assimilar e que estruturas são fundamentais para manter o equilíbrio.



Em quatro meses a estabilidade defensiva de três anos desapareceu.
A organização na construção de jogo também. A equipa é mais vertical mas menos coerente. Os jogadores estão perdidos porque os que já cá estavam tinham rotinas bem treinadas que agora não podem por em prática e os novos ainda não entenderam o que se lhes pede.
Provavelmente todos eles gostariam de jogar como no ano de AVB, e os adeptos também não se importariam de rever esses jogos no presente. Mas para chegar aí não basta apenas ter opções individuais (e este plantel tem mais opções que o dos últimos dois anos). É fundamental ter alguém que siga um modelo, que seja fiel ao nosso ADN.

Em Madrid, Carlo Ancelotti - um treinador de títulos, onde é que já ouvi isso - não sabe a que joga. Nem ele nem ninguém. E a sua equipa é penosa. Em Barcelona, chegado do outro lado do Atlântico e sem experiência europeia, Tata Martino herdou uma ideia que apenas tem de gerir e controlar. Ás vezes é mais dificil não mexer do que inventar. PF tem, como Ancelotti, procurado inventar. Sem sucesso. Tem sido salvo pelos jogadores e pela inércia mas isso não durará para sempre quando for a doer. Talvez devesse ter sido mais humilde, como Martino, e procurar ver o bom naquilo que o precede antes de procurar melhorar a máquina já montada e oleada. Tem tempo para isso? Tem. Mas precisa de saber dar um passo atrás. Devolver aos jogadores a confiança nos processos de jogo perdidos (e isto vai muito mais longe do que só recuar Fernando e voltar ao 4-3-3) e a partir de aí procurar introduzir novas variantes que nos façam mais imprevisíveis e, portanto, mais fortes. Caso contrário até podemos ser Tetracampeões, vencer a Taça de Portugal e a Taça da Liga. Muitos adeptos irão para as ruas celebrar. Mas teríamos ganho por motivos que, mais tarde ou mais cedo, vão-se revelar mais um problema do que uma solução!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Contas: um copo meio cheio

Enquanto não sai o Relatório, deixo de seguida um primeiro olhar, superficial, sobre as contas de 2012/13 da FC Porto SAD, baseado no Comunicado do dia 11 de Outubro de 2013.

O Resultado Líquido do exercício 2012/13 foi de 20,356 milhões de euros, o que, na conjuntura actual, é muito bom e cerca do dobro do que tinha sido orçamentado (11,503 milhões de euros) pela Administração da FC Porto SAD.

O EBITDA – resultados obtidos antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – foi de 58,285 milhões de euros, o que também é bom.


Os Proveitos Operacionais, excluindo proveitos com transacções de passes de jogadores, foram de 78,441 milhões de euros, mas os Custos Operacionais, também excluindo custos com transacções de passes de jogadores, atingiram os 96,585 milhões de euros.
Isto significa que o Resultado Operacional, excluindo resultados com passes, é um valor negativo de 18,144 milhões de euros, o que não é bom.

Se juntarmos a estas contas as amortizações e perdas de imparidade com passes e o resultado das transações de passes, o Resultado Operacional já passa a ser bastante positivo (31,775 milhões de euros).

As mais-valias obtidas com transações de passes atingiram um valor incrível – 76,445 milhões de euros – mas, se atendermos a que as vendas dos passes de Alvaro Pereira (Inter), Hulk (Zenit) e James + Moutinho (AS Monaco) envolveram um valor total (valor pago por quem comprou) de aproximadamente 130 milhões de euros, quase que sabe a pouco.

Olhando para o Resultado Financeiro, onde se inclui o que a sociedade paga em juros (empréstimos bancários e empréstimos obrigacionistas), verificamos que este montante continua a aumentar. Em 2011/12 o Resultado Financeiro foi de -7,857 milhões de euros e em 2012/13 piorou para -9,122 milhões de euros! É mau.


O Passivo global baixou apenas cerca de 3 milhões de euros (de 223,385 para 220,225 milhões de euros), sendo que o Passivo Financeiro (dependência em relação aos bancos e empréstimos obrigacionistas) baixou de 97,993 para 95,373 milhões de euros.
A boa notícia é que o Passivo Corrente baixou cerca de 16 milhões de euros (de 170,317 para 153,927 milhões de euros), o que deve dar um pouco mais de folga na Tesouraria.

Finalmente, queria chamar à atenção para o seguinte gráfico publicado no jornal O JOGO do dia 12 de Outubro.

Evolução dos Resultados da FCP SAD entre 2003/04 e 2012/13 (fonte: O JOGO)

Conforme se pode constatar, nos últimos 10 anos a FC Porto SAD obteve resultados positivos em sete dos exercícios, o que é bom.
Mas, se somarmos os resultados destes mesmos 10 exercícios, o resultado global é negativo em 8 milhões de euros, o que não é bom.

Pesando tudo, o meu sentimento em relação às contas 2012/13 é a do copo meio cheio ou meio vazio…

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O “crime” de ser ex-jogador do FC Porto

«Um grupo de cerca de 15 adeptos do Benfica insultou e humilhou o jogador Nuno Marçal, do Maia Basket, depois da partida desta equipa com o Ovarense, disputada anteontem no pavilhão da Luz. Após disputar as meias-finais do troféu António Pratas, a equipa maiata dirigiu-se ao restaurante Terceiro Anel para jantar e foi confrontada com a presença do grupo.

Dirigiram-se a mim de forma agressiva e disseram-me que eu não podia jantar ali. Depois, um dos adeptos pegou no meu prato de sopa e entornou-mo na cabeça. Ainda consegui desviar-me e apenas fui atingido na orelha e no pescoço”, revelou a A BOLA Nuno Marçal, que não chegou a apresentar queixa.»
in abola.pt


Convém salientar o seguinte:

1º) A Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), dirigida pelo senhor Mário Saldanha, decidiu centralizar a fase final do Troféu António Pratas no pavilhão da Luz (porquê?).

2º) A equipa do Maia Basket, uma das quatro finalistas, foi jantar ao restaurante indicado pela Federação Portuguesa de Basquetebol, situado no estádio da Luz.

3º) Pelos vistos, nem a FPB, nem o clube anfitrião, acautelaram minimamente os aspetos relacionados com a segurança das equipas finalistas, que foram abandonadas à sua sorte.

4º) A equipa do Maia Basket, após os insultos, ameaças e ataque de que foi alvo Nuno Marçal, teve de abandonar o restaurante "Terceiro Anel" e precisou de escolta policial até à A1.

Equipa do Maia Basket a sair do estádio da Luz (fonte: Facebook do MaiaBasket Clube)

5º) O Maia Basket é um clube que esta época vai fazer a sua estreia na Liga Portuguesa de Basquetebol e, que se saiba, nunca houve problemas em jogos anteriores contra o slb.

6º) Estes graves incidentes ocorreram no sábado à noite e, que eu tenha conhecimento, o presidente da FPB, o senhor Mário Saldanha, ainda não se pronunciou publicamente.

7º) Que eu saiba, até este momento, ainda não foi publicado qualquer comunicado ou pedido de desculpas no site oficial do slb.



Depois de já terem atacado, com extrema violência, a equipa de hóquei do FC Porto à saída do pavilhão da Luz; depois de já terem queimado, nas imediações do estádio da Luz, uma camioneta de adeptos do FC Porto; desta vez o alvo do ódio benfiquista foi um jogador de 37 anos, internacional português, cujo único “crime” é ter jogado e sido capitão da equipa do FC Porto.

Deve ser isto a que alguns vândalos chamam, orgulhosamente, ser benfiquista…

domingo, 13 de outubro de 2013

Iniciativas para encher o Dragão

O país, e particularmente a região Norte, está mergulhado numa crise profunda, mas os responsáveis do FC Porto parece terem dado ouvidos ao que muitos sócios e adeptos portistas vinham reclamando nos últimos anos e, desde o inicio desta época, têm sido inúmeras as iniciativas para levar mais gente aos jogos disputados no Estádio do Dragão.

Bilhete + Boleia

Simulação de Seguro - Bilhete

Bilhetes a 5 euros

Pack Zenit + Sporting

Se a equipa ajudar, isto é, se o nível exibicional melhorar e passar a durar mais de 30 minutos, penso que estão reunidas as condições para o Estádio do Dragão registar assistências na casa dos 40 mil espectadores.

Fonte: Imagens obtidas no Facebook do FC Porto

sábado, 12 de outubro de 2013

Kiel num Dragão Caixa esgotado

É hoje, às 20:15, que uma das melhores e mais famosas equipas de Andebol do Mundo - o THW Kiel - vai jogar em Portugal, no Dragão Caixa, para a Liga dos Campeões de Andebol.

FC Porto x THW Kiel (Infografia: O JOGO)

A lotação do pavilhão esgotou dois (três?) dias antes do jogo, algo que deve ser inédito e revelador que, no coração de muitos adeptos portistas, o FC Porto não é só futebol.

Quanto à equipa azul e branca, é uma pena que o Pedro Spinola e o espanhol Alvaro Ferrer continuem lesionados e não possam dar o seu contributo mas, mesmo assim, não custa sonhar com a repetição da história de David e Golias...

FC Porto x Kiel (fonte: Facebook FC Porto)

P.S.1 O FC Porto perdeu por 27-31, mas os jogadores honraram a camisola e dignificaram o andebol português. Para ganhar a uma das melhores equipas do Mundo, o FC Porto teria de estar na sua máxima força e fazer uma exibição a roçar a perfeição durante os 60 minutos. Ora, isso não foi possível. Para além das ausências de Pedro Spinola e Alvaro Ferrer, Wilson Davyes pareceu-me com limitações físicas, Daymaro Salina foi expulso aos 40' (após a 3ª exclusão) e aos 45' Hugo Rosário saiu muito queixoso do seu ombro esquerdo (veremos se não será mais um a engrossar a lista de lesionados para os próximos jogos). Foram contrariedades a mais.

P.S.2 Apesar da derrota, os adeptos que encheram o Dragão Caixa nunca deixaram de puxar pela equipa azul-e-branca e despediram-se dos jogadores com uma estrondosa ovação. Até os jogadores do Kiel pareceram impressionados e, no final do jogo, saíram do recinto de jogo a aplaudir os adeptos portistas. Não sei se quem viu na SportTv se apercebeu do ambiente brutal que existiu no pavilhão mas, a quem puder, recomendo vivamente que vá ao Dragão Caixa assistir a um dos próximos jogos da Liga dos Campeões. O ambiente de festa, de apoio à equipa e de PORTISMO que se viveu durante todo o jogo foi impressionante, como há muito tempo não se vê nos jogos de futebol no Estádio do Dragão.

O estertor da nossa selecção !


Foi um jogo fraquinho, fraquinho, o que se tem repetido nesta fase de qualificação para o mundial, de forma preocupante. Há problemas de recrutamento óbvios, mas o Paulo Bento continua fechado no seu labirinto, alimentando guerras, convocando os do costume e ostracizando uns quantos com punições severas e que poderiam ser muito úteis “nesta fase do campeonato”.
Há jogadores que pensam que são bons e alguns são de uma confrangedora mediocridade como é o caso do Nelson Oliveira, outros apenas razoáveis e que representam a larga maioria dos jogadores seleccionáveis. Numa mão cheia, cabem os que são mesmo bons: dois deles gozam de um estatuto que não ajuda a reforçar o espírito de grupo. Os amarelos a CR e a  Pepe foram claramente a pedido dos artistas, que assim se autoexcluíram do próximo jogo com o Luxemburgo. Era uma chatice para vedetas de tal gabarito. O Real Madrid agradece e o Paulo Bento compreende.

Eduardo foi retirado e reconheça-se que não tem estado feliz na defesa das balizas do SCB, mas o Rui Patrício tem revelado nesta fase alguma irregularidade e tremedeira, nomeadamente na saída dos postes.
Corremos sérios riscos de não estar no mundial do Brasil e a perda dessa receita deverá constituir um enorme prejuízo para a FPF e para o futebol português. Em devido tempo, deveríamos ter recrutado dois ou três jogadores, de preferência brasileiros, para aumentar as opções e/ou compor alguns lugares em que estamos claramente deficitários. Obviamente,  que o caminho seguro para alimentar a equipa nacional deve vir dos escalões de formação e parece que estamos no bom caminho para o poder vir a fazer, mas neste ínterim dever-se-ia ter assumido as nossas fraquezas e, consequentemente, a assumpção  de medidas de curto prazo para combater as actuais debilidades,  com determinação.

Pode ser que o modelo português por excelência prevaleça no play off e o desenrascanço tuga consiga mais um milagre. Preferia que não fosse assim, mas é esse o nosso destino.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Fazer igual é fazer pior

Havia muitos portistas, talvez a maioria, que não gostava de Vítor Pereira. Ou melhor, penso que não tinham nada contra o Vítor Pereira, mas não gostavam do modelo de jogo que ele implementou no FC Porto (apesar da conquista de dois campeonatos e de apenas uma derrota em 60 jogos).

Embora discordando desses portistas (eu pertenço à minoria que defendia a renovação com Vítor Pereira), compreendo as criticas que faziam e as legitimas expectativas que tinham num novo treinador, que trouxesse um tipo de futebol mais atrativo, mais entusiasmante, mais ofensivo, com mais golos e que apostasse mais em jogadores como Iturbe ou Kelvin.

Lendo o que se ia escrevendo nas redes sociais, percebia-se que a pré-temporada e, principalmente, a digressão à Colômbia e Venezuela, alimentou o entusiasmo, reforçado pelo 1º jogo oficial, em que o FC Porto venceu e convenceu o Vitória Guimarães por 3-0.

O grande receio era o mercado e as constantes notícias que davam como quase certas as saídas de Mangala, Fernando e Jackson.


No início de Setembro, após o fecho do mercado, o novo treinador do FC Porto elogiou o arranque de temporada da sua equipa, mostrou enorme satisfação por, ao contrário do que tem sido habitual em anos anteriores, não ter saído nenhum jogador importante na reta final do mercado e afirmou publicamente que “não podia ambicionar mais”.


No dia 5 de Setembro, num artigo de opinião, escrevia-se o seguinte no jornal O JOGO:
«O mercado das entradas e saídas relevantes fechou para o FC Porto com uma antecedência invulgar, apresentando soluções imediatas para quase todas as questões que transitavam da época anterior. Para além de colmatar de pronto as saídas de Moutinho e James (também elas atempadas), a SAD deu ao novo treinador a tal sombra de Jackson (ainda não requisitada), preencheu um meio-campo deficitário e encontrou uma alternativa aos titularíssimos das laterais. (…) o momento do balanço não deixará de fazer justiça a um dos mercados melhor e mais rapidamente controlados pela SAD. Desta vantagem teórica sobre a concorrência sobe, pois, uma fasquia que Paulo Fonseca, mais artilhado do que Vítor Pereira (que perdeu Falcao e Hulk nos descontos) em qualquer uma das épocas, dificilmente contornará: fazer igual é fazer pior.»

Na véspera da estreia na Liga dos Campeões, respondendo aos elogios do treinador do Austria de Viena, Paulo Fonseca afirmou: “Podemos, devemos e vamos jogar mais”.


Infelizmente, daí para cá não se pode dizer que a equipa tenha melhorado e esteja a jogar mais, bem pelo contrário.

Perante tantas expectativas, incluindo do próprio Paulo Fonseca, o que está a falhar?