domingo, 31 de janeiro de 2010

Javi García e a “verdade desportiva”

No SLB x FC Porto, Javi García pontapeou uma bola contra a cara de Falcao, quando o avançado dos dragões se encontrava caído no relvado. Lucílio Baptista viu, mas fez de conta.

No recente SLB x Nacional, falou-se muito na bárbara agressão a pontapé (que ficou impune!) de Luisão sobre Leandro Salino, quando o jogador do Nacional estava caído no relvado. Mas nesse mesmo jogo, arbitrado por Olegário Benquerença, também se assistiu a uma agressão com o braço de Javi Garcia sobre Amuneke, o qual, aliás, respondeu. Consequências? Nenhuma!


Como não há duas sem três, e a impunidade é a imagem de marca para os lados da Luz, ontem, no SLB x Guimarães, o país futebolístico assistiu a uma patada, estilo coice, de Javi García sobre Valdomiro em plena área encarnada. O lance ocorreu no período de descontos da 1ª parte, com o resultado em 1-1.
É uma situação clara como água: penalty e expulsão do médio defensivo benfiquista e até o ex-empregado do SLB está de acordo (“era cartão vermelho para Javi García e grande penalidade a favor do Guimarães, porque a bola já estava em movimento”, António Rola, in O Jogo).
Pois é, imagine-se o que seria o SLB a sair para o intervalo a perder por 1-2 e, ainda por cima, a ter de jogar toda a 2ª parte com menos um jogador.
Mas como nenhum dos elementos do trio de arbitragem liderado por Elmano Santos viu (estavam a olhar para onde?), o SLB somou mais três pontos. Isto sim, é que é a “verdade desportiva” à moda do SLB!...

P.S. A SIC e a TVI prepararam resumos do jogo SLB x Guimarães que não fazem uma única referência ao coice de Javi Garcia. Manipulação jornalística? Que ideia...

Foto: Blogue ‘O Anti lampião’

Xistra e a SportTv


Um dia depois do jogo, a frio, sem estar condicionado pela habitual ladainha anti-Porto dos comentadores da SportTV, a minha visão sobre os principais casos de arbitragem no Nacional x FC Porto é a seguinte:

8': Primeiro Edgar Silva faz falta sobre Fucile e depois é este que agarra o jogador do Nacional. O árbitro deveria ter interrompido o jogo e assinalado a primeira falta mas, como o costume, há quem só tenha visto aquilo que lhes convém.

23': Felipe Lopes salta sobre as costas de Belluschi e faz falta para grande penalidade que Carlos Xistra não assinalou.

28’: Lance muito difícil de ajuizar entre Alex Bruno e Álvaro Pereira e, precisamente por isso, já ouvi comentadores/jornalistas com opiniões diferentes (o da SportTv acha que não foi penalty enquanto que o jornalista que fez o resumo para a RTP pensa o contrário). Depois de N repetições eu continuo com dúvidas.

52': Fucile faz falta sobre Nuno Pinto e este responde dando um pontapé para trás atingindo o jogador do FC Porto. Carlos Xistra viu perfeitamente, mas ficou-se por um cartão amarelo, quando o lance exigia a mostragem de um cartão vermelho ao jogador do Nacional.

Perante isto, não me parece que façam qualquer sentido as queixas do treinador Manuel Machado, mas eu compreendo que ele o tenha dito, porque os comentários feitos durante o jogo pelos elementos da SportTv é do mais faccioso e anti-portista que se pode imaginar.

Foto: A Bola

sábado, 30 de janeiro de 2010

Porque não golear para desanuviar?


Longe com o sofrimento, com o nervosismo e toda tensão que nos vem acumulando no corpo nos últimos tempos. Hoje foi dia de respirar fundo e recarregar os índices de confiança. Finalmente, o FC Porto consegue uma vitória robusta e tranquila no campeonato, ao bater o Nacional com quatro golos sem resposta. Um triunfo importante num terreno difícil, e imprescindível para que o primeiro lugar não se torne uma miragem.

Inevitavelmente, pese o resultado expressivo, o minuto 28 deste encontro será escalpelizado ao pormenor pelos abutres esvoaçantes da Mouraria. Num lance dividido com o central Alvinegro Alex Bruno, Álvaro Pereira força a queda na área da equipa madeirense, sacando de uma assentada penalty e expulsão do adversário. Reconheça-se, é muito forçado este castigo máximo assinalado por Carlos Xistra. Mas, perante aquilo que já nos “rapinaram” esta época, ainda temos algumas fichas para gastar. Por isso mesmo, aos moralistas da Capital do Império, lhes remeto os cumprimentos que Maradona brindou os jornalistas argentinos após o apuramento da sua Selecção para o Mundial da África do Sul, “sigue mamando…”.

Ainda antes do tal momento marcante desta partida, já o FC Porto vinha tomando ascendente nas operações, remetendo gradualmente o seu adversário para zonas mais recuadas. Jesualdo viu-se forçado a retirar Rodriguez por lesão, mas, para compensar sua saída abrupta, veio ao de cima a valia do seu compatriota Álvaro Pereira, que se exibiu em bom plano. A acompanhar a prestação colorida do lateral esquerdo estiveram Falcão, Varela e… Rúben Micael.



Pois é, ao 2º jogo com a camisola do FC Porto, o jovem médio madeirense que o Dragão foi contratar ao seu adversário desta tarde, já deixou a sua marca na equipa azul e branca e fez estragos na defesa contrária. E, assim mesmo, sem dó nem piedade, Rúben Micael deita por terra aqueles fastidiosos discursos que apelam à paciência dos adeptos sempre que um jogador tarda a engrenar numa equipa. Quando se tem qualidade nos pés, tudo escorre com grande naturalidade.

Fácil corria a vida para Micael, mas também para o FC Porto. Acima de tudo porque fizeram por merecer aquilo que obtiveram, não se contentando, como habitualmente, com a vantagem tangencial. A equipa portista dispunha da dinâmica Rúben, da profundidade de Pereira, carregando sobre a baliza de Bracali onde as oportunidades de golo sucediam-se. Falcão trocava as voltas aos defesas insulares, e aproveitou para dilatar o seu “score” pessoal, conferindo tranquilidade ao marcador que o Dragão fez por merecer.



Varela, já bem perto do fim, fechou a contagem no marcador. Contornou Bracali e encostou para a baliza deserta. A abertura – primorosa – saiu de quem? Ora adivinhem lá? Parece incrível como um só jogador faz toda a diferença.


Fotos: uefa.com, Lusa, Reuters

O túnel da Luz e a comunicação social

Ainda se lembram das imagens captadas no túnel da Luz no dia 30 de Agosto de 2008 e que foram divulgadas pela LUSA no dia 22 de Janeiro passado?
Pois, parece que este caso vergonhoso já caiu no esquecimento.
Talvez por causa disso, o semanário 'Grande Porto' de ontem volta ao tema e faz uma análise muito interessante da forma como a comunicação social tratou o caso.

A Bola - O desportivo praticamente ignorou a notícia sobre o caso do túnel. Não tinha qualquer referência na capa ao assunto. No interior tinha uma pequena nota que começava com o comunicado do Benfica.

Record - Faz uma chamada na capa aos incidentes do túnel da Luz, em 2008, e explica numa página o sucedido, dando ênfase à alteração da direcção das câmaras. Na página surge também uma coluna de opinião e outras peças curtas que contextualizam o incidente.

O Jogo - O desportivo chama à capa o assunto, que trata na última página sob o título: "Lusa revelou confusão no Túnel da Luz em 2008".

Correio da Manhã - O matutino de Lisboa puxa para a capa e para título o facto de Helton e Hulk terem agredido alguém, mas omite a identidade do segurança do Benfica que despoletou o caso e não aborda a possível premeditação.

Jornal de Notícias - O diário generalista resumiu os incidentes do túnel da Luz a uma curta notícia, onde titula que o "team manager" Acácio Valentim diz ter sido agredido na Luz.

TVI - A televisão de Queluz de Baixo ocultou na peça exibida nos seus serviços noticiosos as imagens da agressão ao funcionário do FC Porto e da mudança da direcção das câmaras, focando-se apenas na reacção do plantel portista.

RTP - A estação pública de televisão mostrou as imagens completas no próprio dia (sexta-feira), mas encurtou substancialmente a peça no dia seguinte, acrescentando-lhe as reacções dos clubes.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Kléber na Wikipedia

A contratação foi conhecida hoje, mas já faz parte da entrada do Kléber na Wikipedia, quer na versão em português, quer em inglês.

O Mercado de Janeiro e o Petróleo


"O F.C. Porto confirmou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) um princípio de acordo para a contratação de Kléber ao Cruzeiro por 5,5 milhões de euros mais 75 por cento do passe do argentino Ernesto Farías." (site TVI24).


Londres, 29 - O preço do Brent Crude Oil Futures subiu hoje 0,8% para os USD 72,72/barril. 

No XVIII Governo é 9-1!


XVIII Governo Constitucional:

Primeiro-ministro, José Sócrates - Benfica
Ministro da Presidência do Conselho de Ministros: Pedro Silva Pereira - Benfica
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado - Benfica
Ministro de Estado e das Finanças: Fernando Teixeira dos Santos - FC Porto
Ministro da Defesa Nacional: Augusto Santos Silva - Salgueiros
Ministro da Administração Interna: Rui Pereira - Benfica
Ministro da Justiça: Alberto Martins - Benfica
Ministro da Economia, Inovação e Desenvolvimento: José Vieira da Silva - Sporting
Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas: António Serrano - Benfica
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: António Mendonça - Sporting
Ministra do Ambiente e Ordenamento do Território: Dulce Pássaro - Sporting
Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social: Helena André - Benfica
Ministra da Saúde: Ana Jorge - Lourinhanense
Ministra da Educação: Isabel Alçada - Sporting
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: Mariano Gago - sem clube
Ministra da Cultura: Gabriela Canavilhas - Benfica
Ministro dos Assuntos Parlamentares: Jorge Lacão - Benfica


Quando alguém acusa o SLB de ter sido o clube do regime no tempo da ditadura, particularmente nos anos 60 e 70, os benfiquistas reagem dizendo que não senhor, que o clube do regime era o Sporting e sustentam a sua tese dizendo que a maior parte dos governantes e altas patentes militares eram do Sporting. Até dá vontade de rir, o roto a acusar o nu...

Ora, olhando para a constituição do Conselho de Ministros do XVIII Governo, verifica-se que para além do Primeiro-ministro, há mais oito ministros benfiquistas, quatro são sportinguistas e apenas um é adepto do FC Porto.
Claro que isto agora não tem qualquer influência, nem justifica que algumas más línguas digam que o SLB é o clube do regime...
Aliás, não me lembro da última vez em que vi o Nº 2 do Governo - Pedro Silva Pereira - ou o ministro das policias - Rui Pereira - sentados ao lado de Luís Filipe Vieira no camarote presidencial do estádio da Luz...

Já em termos dos líderes da oposição, há um empate 2-2 entre os clubes da 2ª circular. Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa são adeptos dos encarnados, enquanto que Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas são adeptos do clube de Alvalade.

Fonte: Record, 20 de Dezembro de 2009

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

EPUL compra ao SLB terreno doado pela CM Lisboa

«Segundo o documento, a que o DN teve acesso, "conclui-se que a participação da EPUL se traduziu num grave prejuízo" para a empresa, "que ainda hoje se reflecte na negativa situação patrimonial". (...)

A EPUL comprou ainda ao SLB uns terrenos à volta do Estádio por 32 milhões de euros. Ora, como referiu no processo Pedro Castel Branco, gestor do projecto Benfica Stadium de 2001 a 2004, a empresa pública adquiriu um terreno que "havia sido cedido em tempos, pela Câmara de Lisboa ao SLB para a construção de equipamentos desportivos".

Por fim, há ainda uma transferência de cerca de 10 milhões de euros da EPUL para o Benfica "a título de participação em lucros na venda de 200 fogos do Vale de Santo António". Como é que foi calculado este valor? Luís Cantante de Matos, gestor do projecto do Vale de Santo António de Novembro de 2002 a Janeiro de 2009, disse à PJ que quer o prazo quer o montante previsto como mais-valia lhe "foram impostos como objectivos a atingir". "Desconhece como terá sido calculado o valor de 9,975 milhões de euros", lê-se no relatório da Judiciária.»

A notícia completa pode ser lida no Diário de Notícias de hoje, aqui.


As notícias de hoje do JN e do DN são semelhantes, mas vale a pena ler as duas porque têm alguma complementaridade e dá para perceber melhor o esquema que foi montado.

E também vale a pena recordar que os apoios da CM Lisboa ao clube do regime não terminaram em 2002. No dia 31 de Julho de 2009, na última sessão antes de férias, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou o projecto do Benfica para a Urbanização Sul, na zona do Estádio da Luz, que tinha estado na origem de um dos diferendos do clube com a Euroárea.

Uma negociata de 65 milhões


«Carmona Rodrigues, à data dos factos vice-presidente da autarquia, é um dos cinco arguidos constituídos durante a investigação que a PJ acaba de concluir (...)
O inquérito centrou-se no contrato-programa assinado, em Julho de 2002, pela Câmara de Lisboa, EPUL, Benfica e Sociedade Benfica Estádio SA. (...)

Um relatório da Inspecção-Geral de Finanças (IGF), que suportou o trabalho da PJ, apontou défices de transparência ao contrato-programa, referindo que as formas de apoio acordadas e atribuídas ao Benfica "consubstanciam verdadeiras comparticipações financeiras, concedidas por instâncias municipais". "O contrato contrariou os normativos legais vigentes" (...)

A investigação conclui que, ao aprovarem o referido contrato-programa, a Câmara e a Assembleia Municipal de Lisboa "instrumentalizaram a EPUL", fazendo-a assumir encargos directos de 18 milhões de euros na prossecução de fins estranhos ao seu objecto social. Mas, além dos 18 milhões, o Benfica encaixou mais 47, pois o contrato-programa ainda lhe permitiu vender um terreno à EPUL e receber outro da Câmara de Lisboa.

Os 18 milhões referidos decorrem de dois negócios. Num deles, a câmara decidiu que a EPUL construiria 200 fogos, em terrenos seus, no Vale de Santo António, e entregaria um terço dos lucros da sua venda. O Benfica recebeu 9,9 milhões de euros, apesar de a EPUL nunca ter construído as 200 habitações. (...)
A outra parcela dos 18 milhões resulta do compromisso da Câmara de pagar, através da EPUL, os ramais de ligações às infra-estruturas de subsolo para o estádio. Isto valeu ao Benfica oito milhões de euros, sendo que 80% das facturas que cobrou à EPUL respeitavam a serviços de consultoria: só 20% tinham a ver com os ramais. De resto, parte das facturas tinha data anterior ao contrato-programa.

A IGF detectou ainda outra irregularidade naqueles oito milhões. Mais de um milhão era IVA, sendo que a operação em causa não estava sujeita a incidência deste imposto, por se tratar da comparticipação financeira, de uma entidade pública (EPUL), na construção de um equipamento desportivo.

Nenhuma irregularidade detectada nas facturas do Benfica foi valorizada, para efeitos de responsabilização criminal dos dirigentes do clube

A notícia completa pode ser lida no Jornal de Notícias de hoje, aqui.


O Miguel Sousa Tavares já falou várias vezes nestes "acordos" mas, 8 (oito!) anos depois, a verdade dos factos vem ao de cima em toda a sua plenitude. E desta vez a coisa está suportada num relatório da Inspecção-Geral de Finanças e num inquérito da PJ.

Défices de transparência, contratos que contrariam os normativos legais vigentes, instrumentalização da EPUL, facturas falsas, ilegalidades fiscais, IVA cobrado irregularmente... e ninguém vai preso? Que mais é preciso?
Os factos e a prova reunida pela Inspecção-Geral de Finanças e pela PJ não são mais do que suficientes?

E, como é evidente, tal como no caso dos impostos que ficaram por pagar durante os anos de 1998, 1999 e 2000, “nenhuma irregularidade detectada nas facturas do Benfica foi valorizada, para efeitos de responsabilização criminal dos dirigentes do clube”.

Mais uma vez se constata que o clube do regime e os seus dirigentes estão acima da lei.

P.S. Em 21 de Fevereiro de 2008, publicamos um artigo com uma foto tirada no denominado “Jantar do Desporto”, realizado em Rio Maior, em 04/03/2002, durante a campanha do PSD para as eleições legislativas de Março de 2002. Vejam quem está sentado ao lado de Luís Filipe Vieira e de Manuel Vilarinho.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

A Propósito da Estátua a José Maria Pedroto

Recentemente lancei aqui a ideia da colocação junto ao Estádio do Dragão de uma estátua homenageando José Maria Pedroto. Trago de novo o assunto à baila porque se atingiram as 300 assinaturas mas eu acho que é possível obter-se muitas mais, e o José Correia sugeriu-me este meio de chamar à atenção para a petição em curso.

Na altura dei alguns exemplos de grandes figuras do futebol homenageadas desse modo, entre elas Sir Bobby Robson, que tem uma estátua junto ao estádio do Ipswich Town, em Portman Road, Ipswich. Pois o saudoso Sir Bobby não é o único seu grande antigo treinador que aquele clube recorda dessa maneira. A não menor figura de Sir Alf Ramsey tem também uma estátua junto ao mesmo estádio.

Sir Alfred Ernest Ramsey (1920/1999), além de ter passado à História como o treinador que deu o título mundial à Inglaterra em 1966 (e de ter sido o provável inventor do 4-4-2, com a sua equipa de “wingless wonders”, que se pode traduzir livremente como “a equipa-maravilha sem extremos”), cometeu a proeza de sagrar-se campeão de Inglaterra, na época de 1961/62, à frente do referido Ipswich Town, e isso apenas um ano após ter promovido o clube pela primeira vez na História à na altura denominada Primeira Divisão. E anteriormente já levara o clube da 3ª à 2ª Divisão, onde após quatro épocas de consolidação se deu o tal famoso salto.

Sir Alf treinou o Ipswich entre 1955 e 1963 e a selecção de Inglaterra entre 1963 e 1974. Apesar do título mundial, acabou por ser um mal-amado do futebol inglês, devido à sua aparente teimosia, adopção de tácticas pouco afoitas e laconismo compulsivo (“no comments” era a expressão que mais usava). Curiosamente, depois dele o melhor desempenho inglês num Mundial deu-se com Sir Bobby Robson, que levou a Inglaterra às meias-finais do Mundial de 1990. Duas grandes figuras.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"mais um favorzinho"...


Para além da escuta em que Luís Filipe Vieira aparece a escolher árbitros, o "ugandês" que colocou escutas no YouTube também se esqueceu desta. São as chamadas escutas selectivas...

Lisandro e Aimar, descubra as diferenças



«(...) Outro exemplo: um golo marcado graças a um penálti batoteiro. O golo é irreversível mas a moldura penal difere em função do resultado final. Se a equipa do batoteiro empatar ou ganhar por um golo de diferença… alto lá!, é grave e suspende-se o actor! Se a equipa do batoteiro estiver a ganhar por margem mínima e acabar por golear despacha-se a coisa com uma multa, não interessa nada que o adversário, obrigado a mudar a estratégia de jogo, tenha sido prejudicado!»
Fernando Santos
in O JOGO, 27/01/2010

A history of violence

Sendo um confesso adepto da 7a arte, o mais recente episódio grave de violência de que o FCP foi alvo fez-me lembrar o filme de David Cronenberg que emprestou o título a este artigo.

Eu explico: a propaganda anti-FCP e acima de tudo lisboeta (e não é só no futebol…) alimenta e alimentou ao longo dos últimos anos o mito de que a cidade do Porto está cheia de “grunhos” e mafiosos, com o chefe de orquestra a dar pelo nome de Pinto de Costa.

No entanto sem puxar muito pela memória constato que em Lisboa e arredores já vi...

- um adepto do slb a assassinar um adepto adversário em pleno estádio;

- ultras do slb a meter um jogador de hóquei do FCP em coma à saída do estádio da luz com um taco de beisebol;

- adeptos do SCP a cair e morrer das bancadas por se atropelarem uns aos outros a ver quem mandava mais pedras à comitiva do FCP (que continuarem a fazer, mesmo quando o médico do FCP prestava cuidados às vítimas);

- uma autêntica chuva de pedras sobre os jogadores do FCP quando recebiam uma Taça no Jamor depois de vitória sobre SCP, e isto na bancada principal (onde os adeptos são supostos ser mais "refinados") sob o olhar do Presidente da República;

- um autocarro de adeptos do FCP incendiado sem qualquer provocação (aliás, felizmente não estava lá ninguém);

- um capanga de LFV a atacar fisicamente um team manager do FCP no túnel da luz (ver notícias de sábado), depois de já ter também feito o mesmo a empresários de q o LFV não gosta em esperas na Portela;

- adeptos do FCP a serem impedidos de entrar na cidade de Lisboa (agora que a China está na moda, alguns dos seus métodos parecem começar a ser copiados…);

- um forte conluio entre LFV e uma claque ilegal de adeptos (?), No Name Boys, apanhado com um autêntico arsenal de armas em pleno estádio da Luz (LFV que chegou ao ponto de despedir o chefe de segurança do clube por assistir a PSP nesse processo);

- LFV e motorista a dar um arraial de porrada numa dependência da CGD a alguém que tinha cometido o crime de estacionar mal o carro;

- um sobrinho do jogador Nuno Valente a ser esfaqueado em St Apolónia por adeptos dos No Name Boys, após perseguição e devido ao “pecado” de envergar um cachecol do SCP;

- um adepto do slb a invadir o relvado para agredir um fiscal-de-linha, perante a impassividade dos seguranças;

- ainda há umas semanas, tentativa de agressão a Pinto da Costa à saída do hotel,

- ... e inúmeros outros incidentes (começando pelos estádios da 2a circular, onde os adeptos do FCP costumam ter muito mais problemas do que o inverso),

... e agora isto: paralelepípedos atirados à comitiva do FCP de um viaduto sobre a auto-estrada! Imaginem a catástrofe que podia ter acontecido.

Mas pronto, o Porto é que é terra de capangas e mafiosos. Porto, onde por exemplo um anti-portista (do mais primário que existe) como um Ricardo Costa trabalha e passeia sem nunca ter sido alvo de qualquer ataque físico.

Já estou mesmo a ver o "filme": um dia destes a "tampa" salta a algum adepto do FCP e vai acontecer uma pequena desgraça no Porto, e aí lá virá o mito propagandístico em toda a sua força, ignorando totalmente os acontecimentos que acabo de referir (acontecimentos que, já agora, passaram com total impunidade na esmagadora maioria, começando pelo assassino do Jamor que anda por aí a monte).

Que fique claro: não quero com isto dizer que não hajam também incidentes no Porto, que os há (como os há, infelizmente, em muitos dos estádios deste país, com o de Guimarães a ser um caso notório), e lamento isso. Aliás, já aqui por diversas vezes deixei bem claro que não nutro qualquer simpatia pelo núcleo duro dos Super Dragões em particular.

Mas a haver uma história sustentada e sistemática de incidentes graves, não há qualquer dúvida que a Grande Lisboa (com os adeptos do slb, quando não são os próprios dirigentes, a serem os principais "protagonistas") ganha por cabazada - ou por “15-0”, como diz outro anti-portista primário bem conhecido…

PS – não deixei de reparar a forma (low profile) com que os jornais do regime (mais uma vez) mencionaram (?) este ultimo grave incidente. Só me admira que ainda não tenham chegado ao ponto de insinuar que os agressores eram adeptos do… próprio FCP. Será porventura uma questão de tempo, já que Goebbels é uma forte fonte de inspiração para aqueles lados.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O túnel da Luz, SLB x Nacional

O que Rúben Micael disse no dia 26 de Outubro de 2009, no final do jogo SLB x Nacional:

"Ao intervalo estava 2-1, analisem tudo o que se passou na segunda parte. O penalty sobre Aimar não existiu e no quarto golo houve falta sobre mim. São lances importantes, aconteceram muitos erros."

[Sobre o que aconteceu no túnel de acesso aos balneários]: "Há câmaras e delegados da Liga para analisar o que se passou. Não vou falar, perguntem aos delegados."

A equipa do Benfica saúda o público


Final da Taça de 1940, com "a equipa do Benfica saudando o público ao estilo que era uso na época".

Foto (clicar para ampliar) especialmente dedicada ao benfiquista António-Pedro Vasconcelos, atendendo às afirmações que fez há três semanas, no programa Trio d'Ataque do passado dia 5 de Janeiro.

Fonte: Livros de Ouro do futebol português, Diário de Notícias

P.S. Agradecemos ao Alex F., portista do Algarve, o envio desta foto.

Crónica de uma noite escaldante


Completamente alheio ao que me rodeava, ultrapassei a frutaria do Zé sem me dar conta. Sinto baterem-me no ombro, ao mesmo tempo que o vozeirão do amigo se fez ouvir:

- Oh chefe, desde que a sua casa virou ATL dos netos, ninguém o vê. Vou marcar um encontro dos portistas cá do bairro para debater a situação presente. Gostaríamos que estivesse e moderasse a reunião, a ver se a coisa desta vez corre melhor. É aberta exclusivamente a portistas e vai ter de ser no café do Luís. Já me prometeu que fecharia o café às 21h e que vai manter-se o mas longe possível. Não quer problemas.

Fiquei a saber que iam estar presentes: o Zé, a Rute Marlene (da peixaria e companheira do Zé), o Prof (de danças latinas), o Sousa (vigilante), o bispo Floribelo (de uma igreja evangélica, com sede em Paraíba), o Karaté Kid (ex-mestre de artes marciais), o Tó Zé (ciclista cantor), o Ricardo (da pensão Lua de Mel) e a Svetlana (diplomada russa).

Ficou marcado o encontro para 23 deste mês. O Zé garantiu-me que estava tudo tratado e combinado e que não haveria faltas. Ainda lhe perguntei se não temia os “túneis” do café do Luís. O Zé explicou-me que o Luís se tinha comprometido a estar totalmente “ausente”. Ia deixar o benfiquismo bem deitadinho no lar.

Feitas as apresentações, passo a resumir o que se passou. Tirei uns apontamentos que me servem de guião.

Comecei por pedir um minuto de silêncio em homenagem ao Marlboro Man, grande portista, pequeno empresário independente do mercado paralelo, falecido na véspera de Natal. Fez-se silêncio: era um bom homem e um bom amigo.

Depois do silêncio, seguiu-se um burburinho ansioso pela tomada da palavra e pela esgrima de ideias. Fiz um resumo, em que apontei as fraquezas da equipa do FCP, a falta de confiança, o nervosismo, os castigos, as armadilhas do rival, a perseguição do CJ da Liga, as arbitragens desfavoráveis, o andor das galinhas, as escutas no Twitter, as más exibições e um Jesualdo menos assertivo.

Ia falar na necessidade ou não de reforços, quando fui interrompido pela Rute Marlene (farta de carnes e com um decote muito generoso) que de forma estridente disse:

- Como está o FCP sabemos nós. Parece que não têm alma. O JF é uma excelente pessoa, mas falta-lhe talento. É trabalhador, mas não é criativo. É tudo esquematizado e nem falta o homem da maquete para explicar direitinho como as pedras se ajustam. Falta alegria e um pouco de malandrice no grupo. É triste e enfadonho o futebol que se pratica. Apesar disso, acho cruel quando o tratam por medroso. Como não havia de ser, quando até o Bruno está a jogar mal e com o Belenenses fartou-se de marcar um tal Lima com os olhos. A brigada de Argentinos foi chão que deu uvas. Temos de mudar de treinador, de jogadores e deixar de ser anjinhos.

O Bispo Floribelo – aproveitou uma pausa da Marlene – e referiu que o problema principal não é o Jesualdo. O grupo está dividido, a dupla tio Reinaldo e Antero Henriques não funciona porque se atropela, cometem-se erros desconhecidos no FCP e há jogadores que passam a vida (ou melhor as noites) em festas que mais parecem as orgias romanas. Treinam mal, andam cansados e jogam pior. Isto foi o que me sussurrou um seguidor da igreja que faz parte da claque e dá-se muito bem...

O Zé, já a ferver, disse exaltado: - Oh bispo quem lhe contou isso deve ser mas é um infiltrado. Temos jogado mal, mas mais decisivo nos resultado têm sido as arbitragens. As galinhas controlam tudo: o governo, a FPF, a Liga, os árbitros, o MP, o sindicato dos jogadores, os patrocinadores, as empresas públicas, a comunicação social, as autarquias, a polícia, o Freitas do Amaral e companhia. O SLB é o polvo gigante que tudo condiciona. Não compra, nem corrompe, não precisa. Todavia, sabe que pode contar com inúmeros servidores e bufos fedorentos, sempre atentos, veneradores e dispostos a tudo. O SLB é intocável. O Vale e Azevedo é provas disso. O SLB é uma cáfila de vampiros.

Ia interromper quando ouço a voz do Luís, absolutamente possesso a gritar ao Zé para sair imediatamente que não lhe permitia tais desaforos. Tem vergonha, gritava. Escondido da copa veio um cunhado com um aspecto ameaçador e com um pau de marmeleiro, disposto a pôr tudo na rua, a bem ou a mal.

O Karaté Kid reagiu, deu um urro colossal e quis dar um golpe de karaté (um mortal seguido de pontapé), mas falhou o alvo e partiu uma cadeira. A batalha tinha começado. O Floribello, escondeu-se debaixo de uma mesa, o Ricardo, o Tó Zé, e o Prof que estavam perto da porta escaparam e foram controlar os acontecimentos longe da refrega. O Sousa quis impor ordem, mas ninguém o ouviu. Calou-se e veio para junto de mim que assistia paralisado entre a surpresa e o não saber o que fazer em tais circunstâncias. Tentei pôr ordem, mas a voz fugiu, saiu frouxa e ninguém ouviu.

Foi a Rute Marlene que, aproveitando uma distracção do cunhado do Luís, lhe aplicou um pontapé dirigido ao baixo ventre que felizmente não acertou no alvo. Foi ligeiramente acima, mas com suficiente violência para o homem ficar a gemer de dores, deitado no chão. O Luís que andava engalfinhado com o Zé, largou a presa e tentou tirar desforço e atingir a Rute Marlene que estava ensandecida e descomposta com os seios a querer fugir do top que trazia.

Estava tudo engalfinhado, quando se ouviu uma voz de comando, bem modelada, firme e que convidava a ouvir, como se todos a esperássemos ansiosamente. “Alto e para o baile. Ouviram?” Parou tudo. Era Svetlana. Em cima duma mesa, vestida com uma curta mini-saia e um decote que mostrava a beleza daquele peito (e demais acessórios, que a custo escondia. Falou sensualmente(como quando Marilyn parabenizou Kennedy), e disse:

- Oh Luís é verdade que o Zé talvez tenha exagerado, mas afinal o teu café também tem um túnel com uma espécie de steward igualmente cheio de más intenções. O FCP é o clube do meu coração, e desculpa lá, mas acho mesmo que o SLB é o clube do regime (de ontem e de hoje) e goza de imenso poder. Não foi lapso quando o V/presidente disse que o SLB é o país, ou vice-versa. Ouviste algum reparo? Nem parece que nasceste no Porto. Eu sou mais tripeira do que tu! É um direito que te assiste e que deve ser respeitado. Haja paz. Aiiii... se o meu telemóvel quisesse falar. Ficámos hipnotizados. Sem palavras. Uma aparição muito, muito boa e um silêncio cheio de emoção.

Os que tinham saído aproveitaram a trégua, reentraram e não perderam este bocadinho bem apetitoso. Aproveitei a acalmia que se fez para encerrar o encontro que foi curto, mas antes tomei a liberdade de ler parte de um texto de Álvaro Magalhães editado no JN de 26/11/99, a respeito de um FCP/SLB:

“… Pacto de não agressão? Código de ética? Inimigos amigos? Está bem, mas cuidadinho com os excessos, se fazem o favor. O futebol é um jogo que deve ser servido bem quente, quase escaldante que tenha todos os condimentos de um prato suculento, cozido por vários fogos. E se assim não for, desvanece-se sem remédio a sua energias essencial. A menos que se suspendessem as competições nacionais, o equilíbrio será sempre saudavelmente instável e qualquer compromisso será sempre ténue e – porque não dizê-lo – insuportável. Não há acordo de cariz político que resista à descomprometida e obscura razão do futebol, que não respeita as ordens do pensamento consciente e leva consigo o apego irracional, a pulsão instintiva e o sonho tribal”.

Concluí: a nossa tribo é o FCP. Estamos na defensiva. Resistimos. Não chega. Não bastam as transições rápidas. Temos de saber atacar o “inimigo”, em todo o campo. E temos de ser mais competentes. Dentro e fora do terreno do jogo. FCP: sempre!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Matar o mensageiro


«É absolutamente lamentável a resposta do Benfica à notícia de ontem da Lusa, que inclusivamente tem um suporte vídeo a comprová-la, sobre incidentes no túnel da Luz após o Benfica-FC Porto da época passada.
Há, de facto, uma agressão e, muito pior do que isso, é que ela é verdadeiramente preparada por dois funcionários que têm o cuidado de antes desviarem a câmara de filmar para a parede de modo a não poder filmar a cena. E a agressão é consumada exactamente nesse lugar e conhece-se porque é captada por outra câmara de que, pelos vistos por "incompetência", aqueles funcionários se esqueceram.

Ora o comunicado em que o Benfica responde é uma diatribe contra um jornalista de grande craveira - e posso atestá-lo na primeira pessoa porque trabalhou muitos anos comigo, no "Público" - e que é, exactamente por ser um homem íntegro e um jornalista preparado e experiente, o editor de desporto da Lusa. Como já o foi do JN e do Púbico. Fossem todos os jornalistas como é o Francisco J. Marques e o país e o jornalismo estavam bem melhores, disso não tenho eu dúvida.
E isto não é corporativismo, nem amiguismo. É apenas justiça.

Responder aos factos atacando torpemente o mensageiro é algo que só faz quem sabe que não tem razão porque não tem argumentos. Em vez de apresentar uma razão para os lamentáveis comportamentos dos seus funcionários, o Benfica limita-se a atacar o jornalista que competentemente fez a notícia. Em vez de anunciar um processo disciplinar aos seus funcionários, vai fazer queixa do jornalista. É por tudo isto que fiquei sem dúvidas sobre o que estava por detrás.

E mais ainda: que o clube anuncie uma queixa à ERC, vá que não vá, sempre é uma entidade que tem autoridade directa sobre as empresas de comunicação; mas que anuncie também uma queixa ao ministro Jorge Lacão, sob o argumento de que é ele tutela a Lusa, é algo que foge à minha compreensão, até porque o ministro deve ter bem mais em que pensar e ainda não tutela a direcção de Informação. E tudo isto - a cena relatada pelas imagens e o comunicado - é algo que mostra como o discurso moralista que tem sido adoptado no clube é, no mínimo, hipócrita. E mais ainda, permite que se tenha os piores pensamentos - porque degradantes - sobre o que se passou no mesmo túnel já esta época.»
Manuel Queiroz, 24/01/2010
in 'De Trivela'


Numa altura em que a comunicação social está, mais do que nunca, dominada pelo clube do regime;
numa altura em que O JOGO e o JN fazem parte da Controlinveste;
numa altura em que Joaquim Oliveira procura renegociar com o SLB o contrato das transmissões televisivas;
é um oásis ainda haver jornalistas que não têm medo de perder o emprego e têm a coragem de chamar os bois pelos nomes.
Um grande bem haja ao Manuel Queiroz!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Venha de lá o Garnizé, na Taça SLB


Segue em frente o FC Porto na Taça SLB (Senhor Lucílio Baptista), depois de bater o clube satélite da agremiação do garnizé por duas bolas. Valeu o forcing exercido pela equipa azul e branca na 2ª parte, em que muito contribui as entradas ao intervalo de Álvaro Pereira e, sobretudo, Falcão, que é neste momento um oásis de clarividência no conjunto portista.

Com Rúben Micael em estreia pelo Dragão, e logo a titular, parecia que as novidades deste encontro não se quedariam por aí, já que Jesualdo fazia alinhar 4 médios na equipa inicial (Tomas Costa, Belluschi, Rúben Micael e Guarín), indiciando o ensaio a um novo esquema táctico. Puro engano. O Professor manteve-se fiel ao seu sistema, e entendeu remeter o médio Colombiano para o lado direito do ataque. Resultado disso, Guarín acabou substituído ao intervalo e o treinador perdeu uma boa oportunidade de trabalhar uma nova fórmula de reverter este mau momento da sua equipa.


Os primeiros 45 minutos foram muito enfadonhos, com o FC Porto a não dar-se bem com algumas adaptações à socapa já anteriormente referidas, com o exacerbar da capacidade de se auto-anular por parte de outros elementos (com Mariano logo à cabeça), e também pela qualidade do “ervado” do Estoril, que mais parecia um campo de rugby. Valia o aliciante de ver como Rúben Micael se saía na sua 1ª vez de azul e branco.

Para o 2º tempo estavam reservados os golos, e logo por intermédio de dois elementos que nunca haviam feito o gosto ao pé ao serviço do FC Porto, Belluschi e Orlando Sá. Mas foram as alterações processadas ao intervalo pelo Professor que fizeram o Dragão subir ligeiramente o rendimento do seu conjunto. Falcão e Álvaro deram mais sumo à partida, mas ainda assim só de bola parada o Campeão conseguiu adiantar-se no marcador por intermédio de um livre superiormente marcado pelo médio ofensivo argentino. O fecho das contas surgiu a partir de uma perda de bola da defesa do Estoril, onde Orlando Sá aproveitou o ressalto para fugir em direcção à baliza contrária e dar maior expressão ao marcador.



Para não deslustrar com nível desta competição (Taça SLB), o FC Porto voltou a andar aos papéis, salpicado aqui e ali por umas coisitas que me dizem estar no limiar dos princípios básicos do futebol. Quem dera poder dizer-se que esta vitória é um suplemento essencial para regeneração desta equipa sem chama. Mas os problemas são demasiadamente profundos para se conseguirem resolver com um simples bálsamo motivacional.

Agora venha daí o garnizé ao Dragão. Temos o túnel todo por conta deles…


Fotos: A Bola, Record, Lusa

Apedrejados na A5


De acordo com o Record on line, o autocarro do FC Porto e o carro de Pinto da Costa foram apedrejados na A5, próximo da saída para o Estoril, sendo visíveis vários danos nas duas viaturas.

Após a tentativa de agressão à porta do hotel, aquando do último SLB x FC Porto, não seria suposto a PSP estar mais atenta e tentar prevenir a ocorrência deste tipo de situações?

Foto: JN

Uma pergunta a ... - VIII

Como é que a Lusa teve acesso ao vídeo do túnel de 2008?

Se calhar, em vez de fazerem queixa à CNPD (Comissão Nacional de Protecção de Dados) ou coisa que valha, era-lhes mais útil saber quem é o bufo interno. Mas é deixá-los andar entretidos.

Eu sinceramente andava preocupado que os artistas tivessem percebido que os jogos se ganham tendo melhores jogadores e melhor treinador. Mas pelos últimos dias e nomeadamente pelas reacções às escutas do You Tube, verifico agradecido que afinal não o perceberam.

Ainda há uma luz no fundo do túnel, assim a queiramos aproveitar.

"estou a fazer isto por outro lado"



Na semana em que as escutas feitas a Pinto da Costa foram divulgadas no YouTube, que é feito do processo em que Luís Filipe Vieira foi apanhado a escolher árbitros para jogos do SLB? Já foi arquivado ou nem sequer foi aberto?

Nota: O mais engraçado é que esta notícia do PÚBLICO, em que as escutas põem a nu os métodos de Vieira ("eu estou a fazer isto por outro lado"), é assinada pela Tânia Laranjo (estava na fase pré-Correio da Manhã...).

Orelhas sensíveis

A propósito de escutas e de orelhas sensíveis...

No Marítimo x Guimarães, de nada valeu a Bruno ser o capitão da equipa madeirense. Em apenas três minutos, viu dois cartões amarelos por palavras dirigidas ao árbitro e foi expulso por Duarte Gomes.
Devido a esta expulsão, o capitão do Marítimo ficou impedido de jogar na jornada seguinte. E contra quem ia jogar o Marítimo? Contra o Benfica que, por coincidência, é o clube da simpatia do senhor Duarte Gomes, o tal que num célebre E. Amadora x SLB transformou um corte de cabeça de um defesa do Estrela num penalty a favor dos encarnados. Lembram-se?

Uma semana depois, faltava uma hora para o fim do Marítimo x SLB e, com o resultado completamente em aberto, Olberdam foi expulso por outro árbitro vermelhusco, o senhor João Ferreira. Qual o motivo? Palavras ofensivas.
Em declarações ao DN, o médio brasileiro explica o que se passou.
"Foi uma decisão injusta do juiz. Ele pensou que era para ele, mas o que eu disse era para o Paulo", adiantou o médio do Marítimo, explicando depois que ficou irritado com o companheiro de equipa, de quem diz ser "amigo", por causa do duelo que ele estava a travar com Di María. "O jogador do Benfica foi direito ao Paulo e eu disse-lhe para não cometer falta", explicou, revelando depois as palavras exactas com que se dirigiu ao lateral-direito dos maritimistas: "Eu disse-lhe foi 'Sem falta, c..., p... que pariu! Toda a hora falta, c...'." Ao admitir os palavrões, Olberdam chamou a atenção, de forma irónica, para o facto de que durante os jogos "não é hábito dizer por favor, meu querido ou amor".


Tendo em vista a imparcialidade e uniformidade de critérios apregoada pelo senhor Vítor Pereira, é pena que a sensibilidade dos ouvidos dos árbitros varie consoante as cores das camisolas, conforme refere Manú:
Todos os jogadores, de todas as equipas dizem o que disse o Olberdam. Ele foi expulso e complicou o jogo para nós, mas se fosse com outro adversário, tenho a certeza que isso não acontecia”.

se fosse com outro adversário tenho a certeza que isso não acontecia”, afirmou Manú, por sinal um ex-jogador do SLB.
Não é preciso dizer mais nada.

sábado, 23 de janeiro de 2010

A celeridade da CD Liga

Reagindo aos vários protestos e requerimentos do FC Porto, incluindo o que foi enviado recentemente a Hermínio Loureiro a apelar à rapidez no processo, a Comissão Disciplinar da Liga irá tomar uma decisão sobre os eventuais castigos a Hulk e a Sapunaru até ao final do mês de... Fevereiro!
in PÚBLICO, 23/01/2010


Sim senhor, isto é que é rapidez!
O Sistema ("é preferível ter pessoas na Liga do que contratar jogadores"), nas suas várias vertentes, continua a funcionar em pleno...

Allo, Allo

Por Filipe Sousa (*)

Anteontem, como quase todos os dias, as escutas ao Pinto da Costa (PC) vieram à baila. Não porque um dos fedorentos se lembrou de referi-las, repeti-las ou parodiá-las numa das muitas crónicas pseudo-cómicas (ou lavagens cerebrais?) que escrevem diariamente, mas porque finalmente - o meu grande bem-haja! - alguém fez o favor de torná-las públicas.

Assim que tive oportunidade, procurei ouvi-las, não movido pela curiosidade mas pela necessidade de saber o que fora dito de facto, e se correspondia ou não a aquilo que os almuadems impressos nos impingem diariamente como sendo A verdade. Em todo o caso, o conteúdo geral das escutas já não era novidade, tendo algumas das transcrições já sido publicadas nos ditos almuadems, de forma tão exaustiva e repetitiva que não há hoje benfiquista, que não saiba recitar palavra por palavra as ditas escutas. Aliás, faço aqui uma sugestão à Planeta Agostini, para que considere editar as escutas do PC numa daquelas colecções em vários fascículos, com CD incluído - mesmo agora, um sucesso de vendas garantido.

Poupei-me ao trabalho de fazer qualquer pesquisa no google ou no próprio youtube - bastou-me ir ao minaret... perdão, blog "antitripa", e sem surpresa já lá estava o link para os ditos vídeos; aposto que o tal "tripulha do uganda", é um dos membros desse blog, que aqui há uns anos mantinham outro, o "golden whistle", em que procuravam difamar o Porto além fronteiras.

Ouvidas as escutas em que intervém o PC, reti alguns factos: no caso da "fruta", é o próprio Jacinto Paixão - se é que o "JP" é mesmo o Jacinto Paixão, e não o Joaquim Pinheiro, irmão do Reinaldo Teles; mas vamos aceitar que é o primeiro - que pede a dita "fruta", o que convenhamos, é um pouco estranho quando quem foi acusado de corrupção activa foi o Pinto da Costa - que raio de corruptor é que não oferece nada, ou está à espera que os corrompidos venham ter com ele?

Já no "caso do envelope", não há grandes novidades, continuando sem explicação o que levou o Augusto Duarte a casa do PC - mas se as motivações são desconhecidas, não vejo porque se há de partir logo do princípio de que houve algum ilícito. As restantes escutas são pura e simplesmente ridículas. Já vi por aí muitos lampiões indignados com o António Tavares-Telles, interveniente nas escutas, por ser um "vendido ao serviço do Pinto da Costa". São opiniões e há que respeitar. Eu podia contrapor com os exemplos do Rui Santos, do José Manuel Delgado ou do João Querido Manha, mas não seria correcto porque a verdade é que eles não são jornalistas ... Pelo menos, eu tenho alguma reserva em considerar como Jornalismo, relatos como o do jogo de quarta-feira para a Taça de Portugal, feitos na TVI: cada jogada de perigo do Belém era acompanhada por um guinchinho de entusiasmo; pelo contrário, as jogadas do Porto pareciam o relato de um velório; fantástico é que há lampiões que acham que o Sousa Tavares é simpatizante do Porto ...

Resumido, apesar das escutas serem um nojo e altamente sujeitas a interpretações variadas, conforme dá jeito a quem as lê/ouve, o PC não sai muito bem disto tudo, como já se sabia. Não se percebe a sua ligação com o Araújo, que se nota ser um escroque da pior espécie, nem o porquê de receber um árbitro em casa, e logo em vésperas de um jogo que este iria arbitrar. Qualquer observador externo e imparcial, constataria que o Porto tem tido equipas e futebol que justificam os títulos que tem conquistado, pelo que estas "cortesias" aos árbitros são incompreensíveis, a não ser que estes as exijam - reforço, é o JP que pede a "fruta" - sob pena de prejudicarem as equipas que não as atendem ...?

É também curioso que nestas escutas não se ouve uma única vez aquelas que neste caso seriam as expressões mágicas - "eu quero" ou "eu exigo". PC é o magnífico corruptor a quem os corrompidos se oferecem, e quem sim, faz exigências. PC limita-se a ser inquirido por Pinto de Sousa, sobre a nomeação do árbitro X para o jogo Y, de novo inquirido por António Araújo acerca do pedido do JP, e por sua vez pede um "favor" ao Major. Acho que é legítimo dizer que, no mínimo, PC é um corruptor fraquinho porque raramente pede ou exige seja o que for.

Por fim, o que é verdadeiramente revoltante é que são estas escutas - e a haver outras, não serão muito mais comprometedoras, ou teriam sido também divulgadas - que provam 20 e muitos anos de crimes, de corrupção, de batota, quando em situações idênticas - escutas - em que o Impoluto-Mor Luís Filipe Vieira se viu envolvido, toda a gente age como se isso fosse a coisa mais natural do mundo, seja a escolher árbitros, seja a conluiar com membros de uma organização criminosa que faz vigilância a membros de outras claques, que rouba, mata, lida com armas e droga e tem sede no Estádio da Luz. E o mais grotesco, é a forma como branqueiam anos e anos de gestão danosa - Jorge de Brito, Damásio, Vale e Azevedo ... - com um suposto "sistema" arquitectado pelo PC, e deliberadamente esquecem episódios como os 7-0 de Vigo, e outras exibições memoráveis contra o Bastia, o Halmstads, Metalyst e demais humilhações, como demonstrações cabais de falta de capacidade e qualidade. Não foi o PC, o Augusto Duarte ou o Jacinto Paixão, que demitiram um treinador campeão (Toni), que descartaram o Jardel, o Deco, o Maniche, ou o João V. Pinto. E se de facto estas escutas são a "ponta do iceberg", alguém pode explicar como é que o todo-poderoso Pinto da Costa, que tudo corrompe e controla, que chegou ao ponto de "destruir" o Portimonense, permite que ainda hoje, e depois do famoso jogo de Campo Maior, que seja permitido ao Bruno Paixão arbitrar jogos do Porto (ou ainda ser árbitro sequer)? Isso é que dava uma escuta ...!

Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Filipe Sousa a elaboração deste artigo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

As imagens do túnel da Luz




Gosto, particularmente, das imagens captadas umas horas antes do início da partida, na tarde de 30 de Agosto de 2008, quando se vêem elementos do Benfica a levantarem o ângulo de uma das câmaras.
Quem os mandou fazer aquilo?
Que mais será preciso para provar a premeditação destes incidentes?

Luz ao fundo do túnel

"Foi tudo preparado e orquestrado para que houvesse uma reacção dos nossos jogadores. Felizmente conseguimos detê-los à porta do balneário. A agressão de que fui vítima aconteceu depois do jogo, quando me dirigia para o balneário depois de ter ido verificar a 'flash-interview', que é uma das minhas obrigações. Comecei a ser empurrado por elementos do Benfica que nem podiam lá estar e depois levei um pontapé, tipo karaté. Fui imediatamente queixar-me ao Rui Costa, que estava a poucos metros e presenciou tudo. Gera-se uma discussão e é nessa altura que os nossos jogadores vêm em meu auxílio. A pessoa que me deu o pontapé é a mesma que deu um estalo no aeroporto de Lisboa quando foi aquela história do Moreto"
Acácio Valentim, team-manager do FC Porto
PUBLICO, 22/01/2010


O Telejornal da RTP acaba de mostrar as imagens correspondentes a estas agressões, que ocorreram no túnel da Luz após o SLB x FC Porto da época 2008/09.

Qual é a posição da Liga de Clubes sobre estes factos?
"A Liga não comenta factos que não conhece. Não chegou à Liga desde tal jogo qualquer participação ou queixa que implicasse averiguar factos para além dos que foram analisados e sancionados aquando do jogo Benfica-FC Porto da época 2008/09".

Contudo, segundo a LUSA/PÚBLICO este episódio foi presenciado por pelo menos três agentes da polícia, que são visíveis nas imagens, pelo delegado da Liga Esmeraldo Augusto e por diversos elementos dos dois clubes, entre os quais Rui Costa e Reinaldo Teles.

Mais. A Direcção Nacional da PSP afirma que a PSP elaborou um relatório, que enviou para a Liga, sobre os incidentes registados no túnel do Estádio da Luz no jogo entre Benfica e FC Porto, disputado a 30 de Agosto de 2008.
"Efectivamente foi elaborado relatório e enviado à Liga Portuguesa de Futebol. A PSP apenas acalmou os ânimos e não houve necessidade de ter acesso às imagens".

Conforme se constata, o controlo que o SLB exerce sobre o Sistema ainda é maior do que aquilo que se pensava.

Fontes: PÚBLICO, LUSA

Em Belém não (re)nasceu a esperança


O jogo dos 30 penalties serviu para confirmar várias das debilidades da actual equipa do FC Porto, as quais nas últimas semanas/meses têm vindo a ser amplamente discutidas pelo universo portista.
Na minha opinião, uma das principais debilidades, senão mesmo a principal, é a falta de qualidade e nível competitivo dos jogadores que constituem o meio campo portista. Aliás, na época passada, este sector – meio-campo – já era o mais pobre da equipa (e do plantel) e é inegável que a saída do Lucho veio agravar o problema.

Recuando no tempo, se recordarmos as grandes equipas do FC Porto, quer nos anos 80, quer com Mourinho, verificamos que tinham um denominador comum: o meio-campo era o esteio dessas equipas, as quais tinham médios da valia de um André, Jaime Pacheco, Sousa, Frasco, Jaime Magalhães, Costinha, Maniche, Alenitchev ou Deco.
Ora, não há milagres, e se um meio campo formado por Fernando, Meireles e Belluschi já deixa muito a desejar, que dizer quando jogam Tomás Costa, Meireles e Valeri?

Reconheço que o Tomás Costa é um jogador esforçado, mas não passa disso. É uma espécie de Paulinho Santos das Pampas (até pela polivalência que revela), mas sem um pingo da mística que fazia do caxineiro um jogador temido pelos adversários e adorado pelos adeptos. Ainda por cima, a leitura do jogo não é o seu forte e é óbvio que não tem a cultura necessária para jogar na posição 6.

Dizem-me que o Valeri esteve em campo 74 minutos contra o Belenenses, mas eu duvido. Alguém o viu? Aliás, não há registos de que este médio-ofensivo tenha feito algo de relevante (um remate, uma desmarcação, um cruzamento, um passe a isolar um companheiro de equipa). Zero!
Se o futebol actual fosse jogado com os espaços e ao ritmo dos anos 60/70, talvez este argentino pudesse ser jogador de futebol, até porque parece que tem bons pés. Mas, em 2010, não percebo o que é que um jogador com estas características está a fazer no plantel de uma equipa habituada a jogar ao mais alto nível e a medir forças com os principais clubes do futebol europeu.
Seremos obrigados a ficar com ele durante os dois anos do empréstimo? Agora que chegou o Rúben Micael não o podemos devolver à procedência?

Sobra o Raul Meireles que, sem ser brilhante, já demonstrou que tem qualidade, e fê-lo quer ao serviço do FC Porto, quer da Selecção. Contudo, esta época está a jogar metade do que nos tinha habituado, o que não admira, porque ao lado de um jogador com a craveira do Lucho também o Fernando jogava muito mais.

Mas, caramba, com um orçamento superior a 80 milhões de euros, não há outras alternativas para o meio-campo?
Claro que há! Temos o Guarin, o Mariano e o ... Prediguer!

P.S. Chegou agora o Rúben Micael (alguém percebe porque não veio em Dezembro, logo após a 14ª jornada?), o qual evidenciou no Nacional estar num patamar acima da média. Contudo, ninguém lhe pode exigir que seja o salvador da pátria e, tal como em 2004/05, olhando para o estado actual da equipa, este e outros eventuais reforços de Janeiro não irão ter uma integração fácil.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

SMS do dia - XCIV


Oliveirense
Leixões
U. Leiria
Académica
P. Ferreira
Belenenses

Estes são os jogos que Sapunaru e Hulk já falharam desde que foram sumariamente suspensos. Veremos quantos conseguimos contar até ao fim desta "brincadeira". Do processo não se conhecem avanços...

Alguém arrisca?

Tetra de treta, na Taça e em qualquer lugar


Antes de mais, o essencial. O FC Porto está nos quartos de final da Taça de Portugal, onde só garantiu o apuramento após uma interminável serie de 30 grandes penalidades. Beto, que ao longo dos 120 minutos do tempo de jogo foi demonstrando alguma intranquilidade, foi o herói do Dragão ao segurar 5 bolas rematadas pelos homens de Belém a partir da zona de castigo máximo.

Agora, mergulhemos, num filme de horror, com 120 minutos. Já vinha sendo notória a quebra da equipa portista nos últimos encontros (Leiria, Académica e Paços), mas aquilo que todos observamos esta noite no Restelo não permite margem para qualquer justificação, dado o desnorte, a desorientação e desiquilibrio patenteados pelos comandados de Jesualdo Ferreira.

Neste momento o FC Porto é uma equipa à deriva, sem rumo e fio de jogo. Não existe acção em busca da vitória, apenas reacção à desvantagem. O ritmo do jogo azul e branco é apenas pautado a duas velocidades. Devagar, devagarinho. A intensidade imprimida no processo da equipa é nula. E como se isto tudo já não fosse mau, a equipa portista ainda permite que os seus adversários tenham espaço para jogar e recuperar bolas a seu bel-prazer.



O resultado desta confrangedora postura da equipa azul e branca espelha-se nas dificuldades com passou para conseguir eliminar o ultimo classificado da Liga Sagres. Esteve duas vezes em desvantagem, recuperou, mas os estragos podiam ter sido maiores, pois a cada contra-ataque do Belenenses, mesmo vindo do nada, o pânico era semeado na defesa do Dragão. Desde que Jesualdo está à frente do FC Porto, nunca se virá a sua equipa a perder o equilíbrio e organização como agora se vê.

Se no processo defensivo algo vai mal, na construção ofensiva a equipa só parece dar sinal de vida quando é acossada pelo resultado adverso. Com a velocidade e dinâmica tão diminuta, este Porto não tem capacidade para criar rasgo nas defesas contrárias. Os opositores sentem-se cómodos perante este ritmo baixo. Além disso, os movimentos são básicos, demasiado previsíveis e repetidos ad nauseam, o que também se torna fácil de anular. Vai valendo a veia goleadora de Falcão e a inspiração de Varela a espaços.



De resto, mais uma arbitragem perfeitamente normal para um jogo do FC Porto. Ou seja, em caso de dúvida em lances capitais em favor da equipa azul e branca, manda-se jogar. Jogo perigoso e faltas na área, no passa nada. Não se passa nada para o árbitro e, também, para os comentadores de serviço do canal televisivo que transmitiu o jogo. Estes “manhosos” não têm estado tanto em cena nos últimos tempos, mas dá para ver que continuam em forma como dantes.

Quanto ao nosso Porto, estamos conversados. Estamos a jogar pró Mundial!!!

Fotos: Agência Lusa

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ouvir a voz do povo portista

Um artigo de Bruno Prata, no Público de sábado, fazia um levantamento dos jogadores mais em destaque na 1ª. Volta. Nem um jogador do FCP mereceu a primeira escolha. O Bruno Prata não é da Bola, nem um ressabiado.

Comungo que individual e colectivamente o FCP tem tido um fraco desempenho, bastante inferior ao do SCB e do SLB. Embora perceba a revolta dos portistas relativamente ao tratamento que o FCP recebe dos diversos agentes (FPF, Liga e CS), não devemos considerar esse o problema principal.

Sobrevivemos aos Donos da Bola e ao Apito Dourado e não nos derrubam a não ser que a casa passe a ser menos bem governada e nos fiquemos pela choraminguice de atacar os "inimigos" que apenas agem para cumprir essa condição. Nada que não conheçamos. Atitudes avulsas a propósito de minudências não vão esconder a realidade, nem a equipa jogará melhor apenas com essas vitaminas.

O jogo com o Paços de Ferreira concretizou a promessa da semana anterior e que Helton salvou. O FCP, mais uma vez foi prejudicado pela arbitragem, mas não podemos ficar apenas com esse sabor amargo. Há que pensar na equipa, na sua composição, na repetição sistemática de erros técnicos e tácticos e ver bem o que há a fazer. Atirar todo o ódio para cima dos árbitros era (e é) hábito dos calimeros e dos seus vizinhos da 2ª. circular.

A equipa não funciona e não entusiasma. Joga com baixa intensidade e com uma atitude displicente de quem sabe que mais tarde ou mais cedo vai marcar e ganhar. O número de golos sofridos espelha que a equipa tem vários problemas de organização que não se remetem apenas ao labor atacante.

Tenho, para mim, que o campeonato está perdido e que temos de salvar o essencial: uma presença digna nas provas que não hipoteque o futuro. Não podemos ganhar sempre, nem cair no desespero por esta época estar a correr mal. Há que aprender com os erros cometidos e, se possível, corrigir o que for de corrigir. O que não vai ser fácil, pois há procedimentos e rotinas que se sacralizaram, até porque são tidas como o suporte do sucesso das épocas anteriores e, como tal, indiscutíveis.

Não sou capaz de transferir todo o ónus da culpa para JF, mas como é o mais cómodo e fácil, normalmente é por aí que a corda vai partir. Culpado já há, falta a sentença. Há problemas de disciplina e, no sábado, houve demasiado nervosismo e pouco futebol, com excepção dos minutos finais que jogámos com raiva. Ficamos sem o Bruno e o Meireles para a próxima jornada, e até isso, no passado recente, era gerido com todo o cuidado.

Precisamos de alguém no comando da equipa que não seja exclusivamente treinador. Faz-me alguma confusão que Tomás Costa tenha jogado muitos mais minutos depois de PdC ter referido que era um dos reforços de Inverno.

Não há que desesperar, insisto, mas é urgente dar sinais que esta derrapagem vai ser detida. Basta ir ao Dragão e ouvir a voz do povo portista. Há um descontentamento resignado que vai deserficando as bancadas. Ruben pode ser uma boa aquisição, a confirmar-se a sua vinda. Oxalá tenha o sucesso e uma integração rápida no FCP, como Cissokho, o que é uma coisa rara no FCP.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Rúben, a primeira contratação de 2010

O FC Porto confirmou ontem a contratação do Rúben ao Nacional da Madeira, tendo adquirido 60% do passe por 3M€ (como especificado em comunicado à CMVM).

Sobre este jogador, há alguns pontos que acho importantes referir:

1 – Posicionamento no esquema do treinador
O Rúben é um médio ofensivo mais ao gosto do Mestre JF do que as actuais opções Belluschi e Valeri. É um jogador dotado tecnicamente, abnegado nas tarefas defensivas, com raça e velocidade. Pode facilmente ser adaptado à posição menos fixa do meio campo, jogando na posição 8, fazendo o papel de médio atacante sem descurar a vertente defensiva. Deverá ser a terceira tentativa para substituir Lucho (quarta, se contarmos com Guarin).

2 – Experiência
Apesar de relativamente novo (tem 23 anos), o Rúben é um jogador com bastante experiência de futebol sénior. Tendo começado no União da Madeira com apenas 17 anos, já acumulou na sua precoce carreira mais de 150 jogos oficiais, distribuídos por diversas competições (incluindo jogos em competições internacionais) como se pode ver no quadro abaixo.

Fonte: wikipedia.org no dia 18/01/2010

3 – É o salvador?
O mais importante aspecto que o adepto precisa de perceber sobre o Rúben, é que ele não é o salvador. Ele não vai conseguir marcar 3 golos por jogo; não vai conseguir fazer os cruzamentos e cabecear para golo no mesmo lance; e não vai poder estar atrás do Helton em todos os lances em que a bola vá entrar na baliza para acrobaticamente retirar a bola com o chamado pontapé “de bicicleta”.
Os adeptos precisam de se lembrar que é um jogador novo na equipa, que não está adaptado ao estilo de jogo do FC Porto e que pode precisar de algum tempo (esperemos que não muito… ) para se adaptar a uma nova realidade.
Resumindo, é apenas mais um jogador da equipa, que também vai falhar alguns lances, mas que esperemos que possa ajudar!

4 – O nome
Sim, parece que ele vai ter que manter o nome. Podemos tratá-lo por uma alcunha “princepiana” como "jogador-com-nome-de-cantor-pimba", mas não podemos obrigar um jogador a abandonar o nome que os pais lhe quiseram dar. Como tal, e como tenho feito ao longo deste artigo, vamos chamar-lhe Rúben... Simplesmente Rúben.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O auxiliar António Vilaça

O árbitro auxiliar que anulou o golo ao Falcao no último jogo - o sr. António Vilaça - é o mesmo que no dia 14/01/2009, no jogo Rio Ave x Sporting (0-1) para a Taça da Liga, não assinalou um fora-de-jogo de quilómetros do Vukcevic, o qual beneficiou de uma posição irregular para dar a vitória ao Sporting a dois minutos do fim do jogo.

As imagens desse lance podem ser vistas no resumo do jogo.

Os auxiliares do andor

"Fomos prejudicados! O que aconteceu hoje começou no último domingo, pois foi mais um lance claro [o golo anulado a Falcao] em que o FC Porto faria um golo com o qual ganharia o jogo. (...) o FC Porto tem de começar a ter cuidado, os jogadores têm de estar dois metros atrás da linha de defesa. Em caso de dúvida não é a favor do FC Porto, em linha também não, por isso temos de rever os processos de trabalho. Os nossos atacantes jogam perto das linhas, no limite, e começam a ter desconfiança do que fazem, porque marcam golo e ele não é validado. (...) As regras dizem que, na dúvida, beneficia-se quem ataca, mas, neste caso, tem-se beneficiado sempre quem defende."
Jesualdo Ferreira, 16/01/2010

Ainda mais escandaloso que o golo anulado ao Falcao, foi o fora-de-jogo assinalado a Varela aos 77 minutos. Sobre este lance, Jorge Coroado disse o seguinte em O JOGO: «Precipitação do árbitro assistente, que deveria estar completamente distraído. Varela tinha entre ele e a linha de baliza contrária não dois, mas três adversários

Mas qual precipitação? Eles (árbitros auxiliares) estão é muito bem instruídos. Mal vêem um jogador do FC Porto isolado e em boa posição para marcar, zás, bandeirinha ao alto e pára o baile.

Dir-me-ão que ser prejudicado pela arbitragem acontece, são contingências do próprio jogo e é algo para o qual as equipas têm de estar preparadas. Certo, mas quando os "erros" são recorrentes e obedecem a um mesmo padrão...
Convém lembrar o seguinte. O FC Porto chegou à Luz a um ponto da liderança no campeonato, depois de ter recuperado quatro pontos nas jornadas anteriores. Contudo, em três jogos seguidos - SLB, Leiria, Paços Ferreira - viu-lhe subtraídos cinco pontos, com a preciosa ajuda dos árbitros auxiliares. De facto, eles têm-se fartado de auxiliar os adversários do FC Porto...

Na Luz perdemos por 0-1, com a jogada do golo dos encarnados a ter início num fora-de-jogo descarado (à frente do árbitro auxiliar).


Já na recepção ao União de Leiria, os critérios dos árbitros auxiliares variaram consoante a equipa que marcou os golos, anulando (mal) dois golos ao FC Porto e validando um golo aos leirienses.
O sentido e espírito da lei para estas situações é claro, tendo os árbitros recomendações para em jogadas no limite do fora-de-jogo beneficiar quem ataca. Contudo, o que se viu neste jogo foi uma interpretação da lei sui generis: em caso de dúvida, prejudicar o FC Porto (como, aliás, até foi reconhecido por adversários, caso de Rui Oliveira e Costa no programa 'Trio de Ataque').

Como não há duas sem três, os homens que andam de bandeirinha na mão voltaram a destacar-se no jogo com o Paços de Ferreira, quer no golo anulado ao Falcao, quer no referido lance do Varela.

E a esta lista de decisões de árbitros auxiliares com influência nos resultados, ainda podia acrescentar o golo anulado a Ernesto Farias no FC Porto x Belenenses (1-1), conforme pode ser (re)visto no resumo desse jogo.

A conversa e as explicações bondosas acerca dos erros dos árbitros são conhecidas, mas só com muita ingenuidade se pode pensar que esta sucessão de lances, todos ajuizados no mesmo sentido (sempre contra o FC Porto!), são coincidência.
Como é óbvio, esta série de roub..., perdão, erros não tem nada a ver com acasos ou coincidências. Todos sabemos que é habitual haver algum colinho para o clube do regime, mas desde o início do campeonato é notório que esta época há algo de diferente no ar. A pressão para que o SLB seja campeão é maior do que nunca e, evidentemente, o condicionamento sobre os árbitros faz o seu caminho e acaba por resultar no efeito pretendido, traduzindo-se em erros graves, com influência clara nos resultados, conforme foi visível nas últimas três jornadas.

Aliás, a importância dos árbitros auxiliares na decisão de campeonatos não é nova. Quando estava a ouvir as declarações do treinador do FC Porto após o jogo com o Paços de Ferreira, recuei 20 anos e lembrei-me de um célebre FC Porto x Benfica, disputado na época 1990/91, em que até o ponderado Artur Jorge não conseguiu manter a calma.
A propósito desse jogo (disputado em Abril de 1991), numa recente entrevista ao jornal i, Artur Jorge afirmou:
"Por mais calmos que estejamos, acabamos por perder a cabeça. Vi um cartão amarelo [de Carlos Valente] porque estava nervoso com o fiscal-de-linha, mas ele portou-se mal durante todo o jogo, assinalando foras-de-jogo indevidamente. Mas são já situações antigas que não vale a pena esmiuçar agora. Tudo isso pertence à história e nem vale a pena falar, porque é uma porcaria."

É sabido que os árbitros auxiliares assumiram uma importância crescente nos jogos de futebol e não é certamente por acaso que auxiliares como Devesa Neto, José Luís Melo (o benfiquista de Valongo), ou o "Ferrari" ficaram famosos.
Mas o mais impressionante de tudo isto é o sentimento de impunidade. Na próxima jornada lá estarão eles outra vez, nomeados pelo Vítor "Sistema" Pereira, e a desempenharem o seu papel nesse desígnio nacional que é levar o SLB ao colo até ao título.
E o Pinto da Costa escusa de pedir/exigir ao Ministério Público para investigar. Investigar o quê? É tudo feito à descarada, à vista de toda a gente.

Nota: Os destaques a negrito são da minha responsabilidade.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Alguém pediu um Porto Ferreira?

Podemos e devemos falar na arbitragem
Podemos e devemos falar no autocarro
Podemos e devemos falar nas constantes perdas de tempo
Podemos e devemos apupar o futebol do Paços
Podemos e devemos falar nas várias oportunidades perdida (ou defendidas)
Podemos e devemos falar na falta de sorte



Mas é bom que não enterremos a cabeça na areia, este Porto Ferreira não é um vintage, e dificilmente será um Porto que valha a pena saborear e recordar, muito - eu diria essencialmente - por culpa própria na preparação, gestão e colheita que se tem feito do plantel.



Apetece chorar, não é Alvaro?


Fotos gamadas a Miguel Riopa/AFP/Getty Images