terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Benfica e Rui Vitória exercem coacção sobre árbitros


"Pizzi e Samaris tinham de ser expulsos. Fomos beneficiados no segundo golo, talvez, não vi mas disseram-me, mas ninguém fala dos jogadores do Benfica, da pressão do banco do Benfica sobre o quarto árbitro e o assistente. Não vale tudo para ganhar o jogo."
Declarações de Inácio (treinador do Moreirense) na conferência de imprensa após a meia final da Taça da Liga que ditou o afastamento do SLB

Na conferência de imprensa de análise ao jogo, e quando questionado pelos jornalistas presentes sobre o que teria ido dizer à equipa de arbitragem no final, Rui Vitória afirmou que "eles [árbitros] sabem aquilo que lhes disse e a que propósito me manifestei, mas não vou tornar publico. O que disse só a nós diz respeito".

Portanto, um treinador vai queixar-se aos árbitros da performance destes e aquilo diz apenas respeito aos próprios... O relatório do árbitro e do observador devem ser omissos quanto àquilo que ouviram. É este, basicamente, o entendimento de Rui Vitória. E isto diz muito da sua personalidade.

["Depois venham queixar-se. Tens o que querias. Era isto que querias? Conseguiste." Terão sido estas as frases dirigidas em tom ameaçador a um elemento da equipa de arbitragem, liderada por Tiago Martins, que levaram à expulsão de Rui Vitória após o jogo com o Moreirense, quinta-feira, no Algarve, em que o Benfica perdeu (1-3) e foi eliminado da Taça da Liga. O Correio da Manhã sabe ainda que Augusto Inácio, técnico do Moreirense, tinha razão quando afirmou que Rui Vitória passou parte do encontro a dirigir-se ao quarto árbitro (Paulo Ramos) com expressões do tipo: "Não são sérios. Estão a deixar-se intimidar. Estão com medo. Lindo serviço."

No final da partida, o treinador do Benfica dirigiu-se ao centro do terreno, onde estavam os árbitros, e voltou a reiterar as mesmas críticas, mas terminou com um intimidador e ameaçador: "Depois venham queixar-se." O árbitro Tiago Martins (Lisboa) não tolerou as ofensas, expulsou Rui Vitória e escreveu no relatório tudo o que se passou.]


Estas declarações foram retiradas do CM. Dada a proximidade e o notório afecto existente entre a administração do grupo Cofina e a direcção do SLB, vertida nos escritos diários deste "meio de comunicação social", admito que as declarações nele atribuídas a Rui Vitória já mereceram o devido "desconto" e que, portanto, as expressões citadas se tratam de eufemismos...

Ainda assim, é interessante concluir que, face ao desespero causado pela percepção de uma iminente eliminação do SLB (daquela que é a sua competição favorita) às mãos de um modesto clube minhoto, o treinador e todo o "staff" benfiquista, incluindo jogadores, não se inibiram de ameaçar e de tentar coagir o comportamento da equipa de arbitragem.

Aparentemente Rui Vitória sabe que os árbitros se queixam, ameaçando-os que depois não vale a pena queixarem-se. Mas queixarem-se de quê?! E queixarem-se a quem?! Das classificações que lhes são atribuídas? Das nomeações (ou falta delas) de que são alvo depois de "incidentes" nos jogos em disputa pelo Benfica?! Das idas para a "jarra"?!

Estas declarações, a quente e em plena ressaca do escândalo que foi a eliminação com o Moreirense, são lapidares e reveladoras do poder do Benfica no seio da arbitragem. Veja-se o que aconteceu a Marco Ferreira por não ter agradado ao SLB em algumas arbitragens da época 2014/15.

(Kit oferecido aos árbitros pelo Benfica. Inclui uma camisola, entradas em museu e vouchers para refeições)

Os tempos de lua-de-mel entre o Benfica e os árbitros parecem agora mais distantes. Impossibilitado de presentear os homens do apito com vouchers e camisolas do Eusébio pelo escândalo causado pela oportuna divulgação pública de Bruno de Carvalho, presidente do Sporting Clube de Portugal, e que acabou por originar uma pífia investigação da Liga de Clubes, o Benfica parece agora adoptar a "linha dura" para com os árbitros: "quem não é por mim, então é contra mim".

O facto de a maioria dos novos árbitros, promovidos recentemente a internacionais, ser benfiquista não parece sequer tranquilizar o clube lisboeta. Isso não parece ser suficiente nem dará as "garantias" que Luís Filipe Vieira tanto gosta. Caso contrário teríamos visto Rui Costa e o restante "staff" menos apreensivo no Algarve.

Veremos o que acontecerá a Tiago Martins e às suas próximas arbitragens que envolvam o SLB ou os seus principais rivais para percebermos se a coacção de que foi alvo terá deixado marcas.
   

domingo, 29 de janeiro de 2017

Parabéns, Campeão de Inverno!

Parabéns, Moreirense FC, Campeão de Inverno! Um título que assenta como uma luva - até parece que quando decidiram dar este cognome à Taça da Liga, já estavam a prever a vitória da equipa de Moreira de Cónegos!

Nuno a brincar com o fogo


O filme da presente época 2016/17 tem sido um em que NES tem, permanentemente, puxado a fita para trás.
Já ficou provado cinco, seis, sete vezes que o FCP tem que jogar com extremos para abrir estas defesas da liga portuguesa. Mesmo assim, o nosso treinador voltou ontem a insistir em iniciar a partida com Brahimi e Corona no banco, oferecendo pelo menos 37 minutos de borla ao adversário. O nosso filme volta, deste modo, sempre ao seu início. Assim, não chegaremos a um final feliz.

Trinta e sete minutos em que praticamente nada se passou. Apenas dois foras-de-jogo duvidosos que não tiveram direito a repetição, sabe-se lá bem por que razão. No mais, apenas um ou dois remates, sem grande perigo, e aquela nossa desesperante calma habitual, de quem nunca tem muita pressa em se colocar na frente do marcador.
O Estoril agradeceu.

Um "11" inicial totalmente falhado, pois. Tão falhado que NES foi obrigado a algo completamente inédito: uma substituição nos primeiros 45 minutos. De tão rara, deverá haver gente mais nova que julgará tratar-se de algo não permitido pelas regras da FIFA.
Infelizmente, saiu Diogo Jota que estava a ser o actor menos mau daquele nosso triste filme.

Mas tivemos ainda que esperar até ao minuto 66 (!) com as entradas de R.Pedro e, finalmente, Corona (e que eternidade levou esta dupla substituição...) para que a partida, efectivamente, se iniciasse a sério. E porque? Porque finalmente Brahimi teve autorização para se colocar numa das alas (até aí, o nosso treinador não o permitiu) e, tão ou mais importante, Herrera saiu de cena. O nosso capitão falhou, praticamente, todo e qualquer lance em que interveio. Espera-se agora, e para que haja coerência, um "castigo" semelhante aquele a que Layún teve direito, após a sua falhada exibição na jornada anterior.
Nota negativa também para André André. Devemos continuar a apostar nele mas o jogador tem que tomar consciência que tem que dar muito mais. Fazer apenas faltas, é muito curto para quem quer ser titular de um clube tão grande como o nosso.

Tivemos assim direito a apenas 24 minutos de um FCP na sua máxima força.
Por mero acaso, e desta vez, ainda fomos a tempo.

Abençoada eliminação da Argélia na CAN...

sábado, 21 de janeiro de 2017

Com cabeça


Antes do mais, uma nota sobre Carlos Alberto Silva. Um treinador que não teve um grande número de fãs aquando da sua passagem pelo FCP, pese embora um registo vitorioso de dois campeonatos em outras tantas épocas. Mas o seu mérito esteve nisso mesmo: nunca levantou grandes paixões pró ou contra. Aproveitou bem o trabalho que vinha de trás e nunca foi um técnico de grandes revoluções ou invenções. Foi esse o seu segredo. Muitas vezes, evitar grandes mexidas no que já está bem, demonstra apenas inteligência.

Quanto ao jogo, mais um grande sofrimento até praticamente ao fim. Jogos tranquilos são cada vez mais uma raridade. Tal como o Chaves, também o Rio Ave terá feito uma das suas melhores exibições de sempre no nosso estádio. Tiveram, inclusive, uma posse de bola superior à nossa. Verdadeiramente inédito. Há clubes a crescer a olhos vistos na Liga Portuguesa. Nem tudo se resume à nossa pouca eficácia. Há algo de novo a acontecer no nosso futebol.

E por falar em crescimento: mas que exibição gigantesca de Danilo. Como aqui já foi escrito, é o nosso jogador que mais tem evoluído. Que saudades de ver um "trinco" a fazer mais do que apenas defender. E mesmo no aspecto defensivo tem, ultimamente, batido aos pontos os anteriores ocupantes do cargo.
Logo após o nosso campeão europeu, tivemos hoje também direito a um Alex Telles vintage. A sua melhor exibição desde que cá chegou. Que assim continue.
No sentido contrário, o grande jogador que é Layún teve um regresso completamente desastrado (e o penalty, desta vez, é mesmo penalty).
A sua longa ausência pode não explicar tudo. Precisamos com urgência que volte aos seus melhores dias, até porque a dupla Telles-Layún parece ser mesmo a melhor escolha para as laterais.

Esteve bem NES ao retirá-lo do jogo. Até poderia tê-lo feito mais cedo.
Aliás, nesta partida, o nosso técnico esteve bem nas três substituições. Todas elas fizeram sentido.
Poderia até ter voltado atrás na entrada de Rui Pedro já que o 2-2 surgiu imediatamente antes. Não o fez (talvez já não fosse a tempo) e isso deu um sinal positivo a todos: hoje era para atacar com tudo.
Igualmente inteligente a entrada de João Carlos Teixeira: é com jogadores destes, que seguram a bola, que se controlam resultados favoráveis e não com aqueles outros mais defensivos. O segredo é ter a posse de bola. O adversário, não a tendo, não pode causar perigo.

Por fim, houve também "estrelinha". Finalmente tivemos direito a ela depois de jogos e jogos em que a sorte nada quis connosco. O Rio Ave teve duas chances seguidas para o 3-3 e nós, na jogada seguinte, matámos o jogo.

Por falar em "estrelinha", esta nossa vitória teve algo de slb na forma como foi conseguida. Principalmente na forma como recuperámos rapidamente a vantagem no marcador. Do 1-2 ao 3-2 passaram-se apenas 14 minutos. Coisa habitual pelas bandas de Lisboa mas raríssima no nosso caso. A diferença é que nós o conseguimos sem apoios externos. O golo de Felipe vai ser tema de conversa mas este está apenas milimetricamente em posição de fora-de-jogo. Em caso de dúvida, deve-se beneficiar sempre quem ataca. Aconteça isso na Luz ou no Dragão.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Crise de quase-meia-idade?

Pinto da Costa e os Super Dragões estão em sintonia como nunca. São tudo rosas nos dias que correm entre o presidente e a claque, num contraste gritante com o corte de relações há 10 anos atrás, quando no final de uma sequência de 10 jogos, com 7 vitórias e 3 empates - o último dos quais contra o Rio Ave, em Vila de Conde, e numa altura em que liderava o campeonato com 4 pontos de vantagem sobre o segundo classificado - os Super Dragões sentiram-se na necessidade de "amachucar" o então treinador do FC Porto, Co Adriaanse, à saída do Olival. O confronto com o treinador foi a gota de água numa relação que se vinha a degradar, levando os Super Dragões a questionar por vezes a gestão da SAD em pleno Estádio do Dragão.

Na altura, não sabiam o que faziam, mas agora já sabem.
O Duda tinha tudo, menos o empresário certo.
Curiosamente - ou talvez não - 10 anos se passaram, o Clube está hoje - exclusivamente em resultado da tal gestão - numa posição muitíssimo mais delicada do que alguma vez esteve, desde que a claque foi fundada, e dos Super Dragões, não se ouve sequer um queixume. Chegou-se ao extremo de a posição oficial ser a de que o Clube "batera no fundo". Reacção? Calma, muita calma, apenas interrompida por umas bocas aos jogadores - a par dos treinadores, sempre os bodes expiatórios.

Batemos no fundo? Lá vamos ter de pintar mais uma faixa...
Os Super Dragões ocupam uma posição de relevo no universo do FCP. Estão sempre lá, faça chuva, sol ou neve, na Boavista ou em Moscovo. E em resultado do seu número e da sua história, têm uma voz que nenhum outro grupo de sócios ou simpatizantes consegue equivaler. É por isso trágico, que quando o FCP mais precisa que o defendam, os Super Dragões assistam impávidos e serenos. E ao invés de serem uma entidade autónoma e crítica, se tenham tornado em "facilitadores" da SAD. Pinto da Costa sabe que enquanto tiver os Super Dragões no "bolso", ninguém se atreverá a fazer-lhe frente ou a contestá-lo sequer de forma a fazer mossa; e se não cabe aos SuperDragões decidir sobre o destino do Clube, ou sobre quem deve ser ou deixar de ser presidente, também é improvável que o papel de quem certamente sofreu na pele - frio, longas viagens, pancada... - ao longo de tantos anos, seja agora tornar-se um mero acessório, cúmplice de uma gestão que vive enxameada de empresários e outras figuras que certamente não têm o interesse do FC Porto no topo das suas prioridades. Ou então - quem sabe? - era exactamente isso que os Super Dragões andavam à procura: um lugar à mesa. Mas será que há lugar para todos? E por quanto mais tempo?

Uma Supertaça em 3 anos? Chin chin!
Especulação à parte, certo é que aliando-se à SAD, os Super Dragões serão parte responsável pelo que aí vem (e que não se afigura nada bom) - para o final da época, já estão previstas e anunciadas mais-valias com a tranferências de jogadores no valor 115 milhões, que a concretizarem-se ainda vão obrigar o Clube a recorrer a alguns atletas do Canelas 2010 para compôr um plantel para próxima temporada. A hora de defender - sem violência e sem invasões patéticas - o Clube (e não a SAD) é agora, e não quando for tarde demais. Aconteça o que acontecer, Pinto da Costa será sempre lembrado mais pelos seus sucessos do que pelos seus fracassos. Aquilo pelo que os Super Dragões serão lembrados, depende deles próprios: a maior claque do FC Porto... ou o "escudo da SAD".


P.S.: Como já foi abundantemente referido em ocasiões anteriores, cada autor do Reflexão Portista, é exclusivamente responsável pelos seus textos; não há revisão, aprovação prévias ou uma "linha editorial" conjunta. Eu, e mais ninguém, sou responsável por este texto.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Lances iguais, decisões opostas

Uma das formas mais eficazes para demonstrar o atual estado da arbitragem portuguesa é pegar em lances iguais (muito idênticos), mas que, em função da cor das camisolas (azuis e brancas ou encarnadas), tiveram decisões opostas por parte das equipas de arbitragem.

Foi isso que a newsletter ‘Dragões Diário’ (Francisco J. Marques) fez hoje…

«A diferença de critérios tem sido um cancro esta época no futebol português. Este é só mais um exemplo de como alguns árbitros aplicam de forma diferente as universais regras do futebol. A fava, como de costume, saiu ao FC Porto.»

… salientando estes dois lances:

Há agarrar o braço e agarrar o braço...

O mesmo já tinha sido feito na passada terça-feira à noite, no programa ‘Universo Porto – Bancada’ do Porto Canal, ao ser comparado o lance da expulsão de Alex Telles logo na 1ª jornada (em Vila do Conde), com um lance muito idêntico de André Almeida num jogo do SLB (em que nem sequer foi assinalada falta).

Há anos que venho escrevendo sobre isto no ‘Reflexão Portista’ e, por isso, não posso estar mais de acordo com esta nova política de comunicação do FC Porto, quer em relação às arbitragens, quer ao “polvo” que, desde 2002 (quando Cunha Leal entrou para a Liga), domina o futebol português.

Contudo, nestas denúncias feitas pelo FC Porto, falta dizer três coisas:
1) Dizer o nome dos árbitros intervenientes nestes lances;
2) Dizer o nome dos observadores dos árbitros nesses jogos;
3) Se possível, dizer qual foi a classificação que os árbitros tiveram nesses jogos.

Não tenhamos ilusões, perante a podridão que grassa no futebol português, só escarrapachando os nomes dos “bois”, conseguiremos expor o “polvo encarnado” e, aos poucos, cortar alguns dos seus tentáculos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O e-tiro pela culatra

Em mais uma clara demonstração do seu crescente desfasamento com a realidade, este FCP, julgando-se ainda no século XX - quando bastava pegar no telefone e ligar a uns amigos jornalistas para fazer passar uma mensagem - achou que publicando no Facebook um vídeo onde se assiste à vandalização da propriedade de uns dos membros da Direcção, um imenso bruá de e-condenação se alevantaria, com sócios e adeptos a teclarem furiosamente contra o meliante. Nada mais errado. As redes sociais são péssimas fontes de informação, mas são óptimas a medir o pulso da comunidade. E a comunidade, quer na forma, quer no conteúdo, está muito longe daquilo que este FCP está habituado: nem a comunidade, numa relação de sentido único, se resigna a ouvir os ditames da Direcção, nem a comunidade é tão ignorante dos factos como a Direcção julga que é.

Não fui eu que o fiz. Mas teria vontade de escrever exatamente tudo o que foi escrito, e exatamente nos mesmos locais. 

É triste ver a direcção usar canais oficiais do clube para fazer propaganda.

Continuem a atirar areia aos olhos das pessoas e desviar as atenções do que realmente interessa.

Em vez de estarem preocupados em partilhar o vídeo deveriam estar preocupados com os atos de gestão desportiva e financeiras vergonhosos dos últimos 4 anos.

etc, etc...

Para completar o ramalhete, este FCP dá largas a certos tiques fundamentalistas, questionando se o coração do protestante "bate pelo FC Porto". Sobre isto valerá a pena dizer, até a propósito de declarações proferidas recentemente pelo próprio Presidente (), que até hoje nunca foi votado pelos sócios - sim, porque é aos sócios que a decisão cabe e a mais ninguém - um "código de conduta do Portista", pelo que até lá, ninguém tem o direito de tecer considerações sobre o que é mais ou menos portista. O problema dos fundamentalismos é a sua falta de limites; o portista que hoje só veste roupa interior azul-e-branca, se recusa a comer carne vermlha por causa da cor, e dá aos filhos o apelido Pinto da Costa (apesar de o seu ser Silva ou Antunes), é o "infiltrado" e o "portista menor" de amanhã.


O que os sócios e simpatizantes do FC Porto querem, incluíndo aquele que pichou as paredes, entre outras, do Adelino Caldeira, é abundantemente claro. Está lá escrito, não podia ser mais óbvio. Só este FCP ainda não o percebeu. Nem parece querer perceber.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Foi-se?

Com duas ou três excepções ao longo desta meia temporada já decorrida, na maioria dos jogos do FCP parece que estamos sempre a ver a mesma partida. Parece que pouco ou nada aprendemos com os desaires anteriores e, num cenário como este em que tudo aparentemente se esquece, tendemos a repetir sempre os mesmos erros.


Por exemplo, apesar de tudo o que foi dito e escrito, visto e revisto nos últimos meses, lá tivemos hoje direito ao regresso de Herrera a titular para a Liga. Muitos dirão que foi dos menos maus. A pergunta é: e qual foi o efeito prático disso? Se num jogo em que ele é "razoável", este jogador pouco ou nada acrescenta de real e concreto, que esperar dele naquelas outras partidas (a maioria) em que ele está ao seu nível habitual, ou seja, fraco?

Uma das virtudes do slb dos últimos anos é aprender com os erros cometidos, coisa que não sucedia em tempos anteriores por aquelas bandas. Já nós, pelo contrário, parece que queremos chegar a um resultado diferente, repetindo sempre os mesmos erros.
Os outros agradecem.

E depois, claro, temos os já nossos habituais falhanços de todas as primeiras-partes.
Bola bem trocada de pé para pé, sim, mas poucas oportunidades reais de golo e com estas sempre desperdiçadas sem que ninguém se pareça aborrecer muito como isso, erradamente acreditando que ainda falta muito tempo e que novas chances virão.
Que jogador do "11" do slb falharia aquela oportunidade do Diogo Jota, completamente isolado? Se calhar, nenhum. E quando é que Óliver vai deixar de se comportar como um júnior na hora do remate?
Mas NES e os jogadores acreditam sempre que no segundo tempo é que vai ser. Ora, muito raramente o é.
A equipa perde gás, de uma forma gradual, até quase desaparecer por completo.
As substituições, essas, são cada vez são mais tardias e, nunca por nunca, são feitas antes de cada jogador a entrar ter uma aula de Desenho ministrada pelo nosso treinador adjunto.
O factor-tempo jamais parece ser uma fonte de preocupação para os nossos lados.

E, claro, para a tempestade ser perfeita, e como se já não bastassem estes inúmeros problemas, temos ainda direito a esta lenga-lenga, que já vem de longe:
E agora sem Layun. E agora sem Otávio. E agora sem Brahimi. E agora sem Danilo.
Num clube tão disfuncional como o nosso actual e ainda com estas ausências de peso, não há quem aguente.

"Fizemos mais de 20 remates. Temos de trabalhar bastante esse aspecto para que não volte o problema que já foi". Pois, Nuno, mas isso já vimos ouvindo desde o início da época.
O que nós pretendemos saber é o que, neste aspecto concreto, foi feito até ao momento (e que não deu resultados) e o que será feito no futuro para resolver de vez o problema.

E já não falta muito para o dia 31...

sábado, 7 de janeiro de 2017

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Um dragão sem chama... 9 anos depois

O 'Reflexão Portista' foi criado no início de 2008.
Poucos meses depois, publiquei um artigo a que chamei 'Um dragão sem chama'.
Quase nove anos depois, ao reler esse artigo, decidi voltar a publicá-lo sem alterar rigorosamente nada.
E porquê?
Leiam-no (a seguir) e vejam se muito daquilo que escrevi há nove anos atrás não é perfeitamente atual.

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9 de Maio, 20h00, abertura dos telejornais.
Os três canais – RTP1, SIC e TVI – estão em directo do auditório do Piso 3 do Estádio do Dragão (bancada poente), para transmitirem a reacção de Pinto da Costa e da Administração da F.C. Porto – Futebol, SAD aos processos disciplinares instaurados pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
A expectativa é grande e milhões de portugueses estão de olhos nas televisões, particularmente os portistas.


20h03, Pinto da Costa inicia a conferência de imprensa:
«Senhores jornalistas, o FC Porto foi hoje notificado, às 15h50, das decisões da Comissão Disciplinar (CD) da Liga, sobre o denominado processo ‘Apito final’.
Em primeiro lugar, deploramos o facto desta notificação oficial ter sido antecedida, em quase dois dias, por uma divulgação oficiosa num órgão de comunicação social do grupo Cofina. Se nada podemos fazer para impedir a promiscuidade evidente entre a equipa especial da Dr.ª Maria José Morgado, a PJ e o ‘Correio da Manhã’, a qual tem servido para alimentar dezenas de capas desse jornal, o mesmo não se passa em relação à Liga de Clubes, da qual o FC Porto é um dos membros.
Por isso, e desde já, exigimos ao presidente da Liga de Clubes a abertura de um inquérito, para apurar quem, dentro do CD da Liga, são os informadores, ou agentes infiltrados, do ‘Correio da Manhã’.

Dito isto, queremos dizer a todos os portugueses e, particularmente, aos milhões de adeptos portistas espalhados por todo o Mundo, que o FC Porto considera esta decisão aberrante e irresponsável, sem qualquer tipo de sustentação nos factos ocorridos, a não ser nas declarações da dona Carolina Salgado. Aliás, recordamos, mais uma vez, que no âmbito do processo ‘Apito Dourado’ estes inquéritos tinham sido arquivados e apenas foram reabertos na sequência da publicação do livro escrito a meias entre a dona Carolina e a dona Leonor Pinhão.

Esta decisão da CD da Liga veio, de algum modo, dar razão ao presidente do Benfica, quando afirmou que era mais importante ter pessoas na Liga do que contratar bons jogadores. De facto, se Carolina Salgado tem sido a ponta-de-lança do Ministério Público, o Dr. Ricardo Costa mostrou ser um fantasista, quiçá com capacidades inatas para substituir outro Costa, o Rui Costa, como distribuidor de jogo dos encarnados.

Ora, quer a FCP SAD, quer o seu presidente, não aceitam esta punição ditada em tons de encarnado e irão, solidariamente, recorrer até às últimas instâncias em que tal for possível, ao nível desportivo e civil, para que seja feita justiça e para verem ressarcidos a sua honra e bom nome.


Relativamente à eventualidade de nos serem retirados 6 pontos e às declarações feitas esta tarde, pelo presidente da CD da Liga, de que se o regulamento da Comissão Disciplinar não exigisse o que exige, os clubes que hoje perdem pontos seriam punidos com descida de divisão, quero desafiar o Dr. Ricardo Costa a propor essa alteração ao regulamento e que, já agora, a mesma tenha efeito retroactivos. Tenho a certeza que esta sua iniciativa terá todo o apoio do presidente do seu clube, bem como, da comunicação social que o Dr. Ricardo Costa usa como instrumento para se auto-elogiar e pavonear.


Em função de tudo isto, a Administração da F. C. Porto – Futebol, SAD informa que tomou as seguintes decisões:

a) Até que sejam encontrados e punidos os informadores do 'Correio da Manhã' existentes no CD da Liga, o FC Porto corta relações com todos os órgãos sociais desta Liga de Clubes, mantendo apenas os contactos mínimos institucionais a que seja obrigado.

b) O FC Porto considera persona non grata todos os elementos dos órgãos sociais desta Liga, os quais não são bem vindos nos jogos disputados no estádio do Dragão. Contudo, como os regulamentos prevêem que os mesmos tenham lugares reservados no camarote presidencial, avisamos que nenhum dirigente da FCP SAD os receberá, nem ocupará lugares nesse camarote ao seu lado.

c) O FC Porto irá solicitar reuniões à UEFA e à FIFA, de modo a expor as suas razões sobre este assunto. Nessas mesmas reuniões irá apresentar um conjunto de documentação e vídeos sobre casos do futebol português, com ênfase para os escândalos que ocorreram na época 2004/05 e que passaram impunes.

d) Se os tribunais civis derem razão ao FC Porto, conforme esperamos e estamos convictos, o FC Porto irá exigir a demissão dos elementos que constituem o CD da Liga e a convocação de eleições antecipadas para este órgão da Liga.

e) Se os tribunais civis derem razão ao FC Porto, conforme esperamos e estamos convictos, o FC Porto irá exigir uma indemnização à Liga de Clubes, pelos prejuízos causados à sua honra e bom nome.

f) O FC Porto avisa os patrocinadores e canais televisivos detentores dos direitos da Taça da Liga, que na próxima época irá apresentar uma equipa de recurso nos jogos que tiver de disputar nesta competição e apela aos seus adeptos para boicotarem os jogos, deixando as bancadas vazias.

Muito obrigado pela vossa presença.
Viva o FC Porto! Viva o Porto! Viva Portugal!»

Era uma conferência de imprensa deste género que eu estava à espera.

Em vez disso, ouvimos o presidente do FC Porto afirmar:
«O FC Porto vai ter subtraídos seis pontos aos muitos que já ganhou este ano. (...) Não vamos, no que diz respeito ao FC Porto, recorrer da perda desses seis pontos. Nem precisarei de dizer porquê e, naturalmente, também não precisarei de dizer qual a razão (...) não recorremos e vamos passar a ter apenas 14 e 15 pontos de avanço. Mas a honra do FC Porto ficará salvaguardada, porque eu, pessoalmente, como presidente e como cidadão, vou recorrer, na segunda-feira, para o Conselho de Justiça. Esperamos, através desse recurso, que a verdade seja reposta e possamos mostrar que não existe qualquer razão para o FC Porto ser penalizado.»


Numa altura em que o FC Porto enfrenta uma poderosa coligação de interesses, formada por parte do Ministério Público e da PJ, clubes da 2ª circular e comunicação social, os sócios e adeptos do FC Porto estavam à espera de uma reacção enérgica, dura, sem contemplações e sem medo de eventuais sanções. Estávamos à espera de um Pinto da Costa que chamasse os “bois pelos nomes”, que desmascarasse esta teia encarnada que foi montada na “capital do Império” para atacar, denegrir e humilhar o FC Porto.
Mais do que nunca era preciso dar um murro na mesa, olhar essa gente olhos nos olhos e dizer-lhes que não temos medo e se querem guerra tê-la-ão. Dentro e fora das quatro linhas.

Em vez disso vimos um homem sem chama, sem o fulgor de outros tempos, quase resignado. Um velho leão cansado, que preferiu o calculismo de uma derrota com poucos feridas, ao risco de uma batalha pela justiça e verdade que sempre clamou e em que nós acreditamos.

Este não é o Pinto de Costa que, ao lado do saudoso José Maria Pedroto, não teve medo de enfrentar e derrotar os poderes instalados que estavam a sul.
Este não é o Pinto da Costa, que enfrentou e derrotou um presidente da FPF, o sportinguista Silva Resende, quando este ameaçou mandar o FC Porto para a 2ª divisão a propósito da marcação de uma final da Taça de Portugal.
Este não é o Pinto da Costa que enfrentou e derrotou um ministro das finanças de Cavaco Silva (Catroga), aquando da penhora da retrete do estádio das Antas.
Este não é o Pinto de Costa que eu e milhões de portistas aprendemos a admirar ao longo das últimas três décadas.


Não me revejo neste Pinto da Costa e menos ainda na gente que o rodeia.

P.S. De acordo com o jornal O JOGO, mal terminou a conferência de Imprensa, Pinto da Costa foi para a Casa das Artes de Famalicão, ao Festival Internacional de Música de Câmara Stellenbosch, tendo jantado com o maestro Vitorino d'Almeida. Ainda bem que depois de um dia negro para a honra e orgulho dos portistas o presidente do FC Porto tem disposição para ir ouvir música...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Absolutely nothing


A arbitragem estulta no último jogo da fase da grupos da Taça da Liga, ontem, em Moreira de Cónegos, foi motivo de chacota na imprensa internacional. Os ingleses do Mirror exclamam mesmo que Danilo foi "expulso por nada".

Há anos que afirmo aqui que esta competição não serve o Desporto e que, nessa medida, o FC Porto deve pura e simplesmente abandoná-la. Continuo sem entender o porquê de, ano após ano, a SAD sujeitar os jogadores e os adeptos a espectáculos tristes e encenados como o de ontem à noite.

A pergunta óbvia é: porquê?
Porque é que a Direcção não toma uma atitude face a estas arbitragens?
Porque é que a Direcção continua a levar a equipa a esta competição?
Porquê?