quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Os mal amados

Com excepção de Pedroto (que foi bem mais que um treinador no FCP) todos os restantes, uns mais do que outros, foram sujeitos a contestação por parte dos adeptos, do balneário ou de ambos.
Nem Robson escapou. Uma das críticas que lhe era dirigida frequentemente era sua incapacidade de ser mais interventivo no banco e, nessa perspectiva, gerir melhor “quem substitui quem” e o timing mais adequado para produzir essas mudanças. Rui Barros passou, a partir de certa altura, a ser o sacrificado da ordem e acho que o foi numa grande parte dos jogos. Também não foi muito bem entendido que tivesse recebido os “russos” do SLB e os tenha colocado a jogar de imediato e posto no banco o Domingos. Também não foi muito bem aceite, que tivesse sido eliminado da taça com o Marítimo e, pior, que tivesse levado 3-0 e um banho de bola do SCP de Octávio, na Supertaça em Paris. Estava no aeroporto quando a comitiva do FCP chegou de Paris e fiquei revoltado com a forma como foi recebida, tendo havido confrontos entre alguns dos palermas que lá se encontravam e alguns jogadores. Recordo que Vítor Baía e João Manuel Pinto eram dos mais inconformados com aquela estúpida recepção, depois de terem sido campeões com inteiro mérito.

Artur Jorge foi sempre muito contestado, e toda essa contestação começou no balneário e tinha como principal protagonista o Fernando Gomes, que queria a continuidade do António Morais no comando da equipa. Aliás, na época que vencemos a Taça dos Campeões perdemos o campeonato para o SLB e fomos eliminados da Taça pelo SCP, nas Antas. Artur Jorge trouxe modernidade ao futebol português e alguns conceitos novos, nomeadamente a “concentração” competitiva que exigia aos seus jogadores em todos os momentos de jogo. Octávio foi mais que um treinador adjunto, porque foi capaz de ser e fazer aquilo que Artur Jorge não era capaz, ou seja, assumir o lado desagradável do comando e ser duro e intransigente relativamente à disciplina dentro e fora do campo, ao que consta. Desse tempo vem as desavenças com Fernando Gomes e os Oliveira.

Ivic ganhou tudo no FCP, menos a Taça dos Campeões. Os sócios detestavam-no ainda mais que ao actual treinador e não foi por acaso que foi embora e substituído pelo Quinito, que fez haraquiri quando disse que o FCP era Gomes mais dez: ficou refém do balneário e sem mão na rapaziada. Depois foi o que se viu: uma equipa sem rumo do pior que tivemos nestes longos anos em que PdC comandou o clube.

Quanto ao actual treinador não alinho em muitas críticas que lhe são feitas, onde entra tudo, particularmente o que é suposto faltar-lhe: carácter, competência e experiência, um murcão como, de forma sucinta, alguns adeptos o qualificam. Estou em desacordo frequentemente com o treinador porque não “faz” como acho melhor, mas estaria com qualquer outro desde que não cumprisse o que eu acho melhor. No jogo com o SC Braga (para o campeonato) benzi-me quando meteu Kléber no fecho do jogo e não é que fomos ganhar por 2-0. No segundo, também não fez o que esperava que fizesse: meter mais gente no meio campo para equilibrar o jogo naquela zona, mas o brinde quem o deu foi Danilo, como antes Fernando tinha provocado uma grande penalidade com um claro erro individual. Quem ganha os jogos são os jogadores quem os perde é sempre o treinador, e nessa não alinho porque não é justo. A responsabilidade tem de ser partilhada, nomeadamente quando há erros individuais que influenciam o resultado final, por muito que se se especule que a desgraça já vinha a caminho. Acho que alguma coisa mudou desde o primeiro jogo com o SC Braga: Vítor Pereira apareceu muito tenso na entrevista após o jogo, pelo que – tendo em conta a cara muito zangada de Lucho quando saiu – se deva ter passado algo de desagradável no banco. Espero que se ajustem, se deixem de amuos e saibam dialogar.

Uma das criticas que têm feito ao nosso treinador é a eventual desvalorização dos activos do FCP, desde que VP tomou posse como treinador principal. Afinal, assim parece não acontecer a atentar na seguinte notícia:

“O plantel do FC Porto é o 18º mais valioso do mundo num ranking com 200 equipas, de acordo com um estudo efetuado pela empresa brasileira Pluri Consultoria, especializada em marketing desportivo, que lhe atribui um valor de mercado de 180 milhões de euros (ME) e 6,9 milhões (valor médio) a cada um dos 26 futebolistas”.

Por fim, considero que o Vítor Pereira se excedeu na rotação do jogo da Taça de Portugal, reagiu tarde quando Castro foi expulso e deixou James tempo demais em campo, já que era tempo de rodar os que haveria a proteger. Dito isto, considero que há jogadores que têm de “merecer tratamento especial”. Danilo e Alex porque estiveram nos Jogos Olímpicos, Moutinho, Varela, James e Martinez por causa das horas extra nas selecções, o Fernando porque saiu de uma lesão, voltou e teve uma recaída, logo no momento em que anunciou que gostava de sair, o Lucho porque é dos que corre mais e é quase um veterano. Nesse particular, dou o benefício da dúvida ao treinador, embora considere, insisto, que decidiu a rotação num laivo de deslumbramento que não é nada aconselhável.

Depois de Vercauteren e de avaliar a forma como tem dirigido o SCP, acho que devo continuar a conceder o benefício da dúvida a VP.

25 comentários:

José Rodrigues disse...

Bom artigo.

"Uma das criticas que têm feito ao nosso treinador é a eventual desvalorização dos activos do FCP, desde que VP tomou posse como treinador principal. Afinal, assim parece não acontecer a atentar na seguinte notícia"

A noticia nao confirma nem desmente essa critica, ja' q nao e' comparativa: para isso seria preciso q dissesse q o nosso plantel tinha subido no ranking da posicao xxx para o 18o lugar, o q nao e' de todo o caso. Quem e' q disse q antes nao eramos, sei la', o 15o? ;-)

Eu nao tenho duvidas q o plantel este ano e' menos valioso do q o do ano passado, mas nao por culpa de VP (saidas de Hulk e Palito apenas parcialmente compensadas pela entrada do Jackson, sendo o principal factor).

Quanto 'a influencia do VP nisso, considero-a relativamente neutra: a meu ver ha' jogadores q ele contribuiu a valorizar, e outros a desvalorizar.

Anónimo disse...

O Pedroto que foi um grandissimo treinador e mais do que isso tinha e teve contestação mesmo depois de quebrar o jejum dos 19 anos.
Era frontal, desassombrado foi alvo da "cegueira" de uns e "odio estimação" de outros e depois os portugueses apesar do que dizem não gostam de gente frontal preferem as mais-tintas.

DC disse...

Temos uma massa adepta exigente o que é bom, mas quando a exigência passa a estupidez é muito mau.
Vejo outros clubes em todo o Mundo a ter muito mais respeito pelas pessoas que fazem parte da sua história.
Sou a favor da crítica mas da crítica fundada, construtiva. Aqueles por exemplo, que passam a vida a pedir a cabeça de VP e nem sequer se preocupam em apontar então qual seria a alternativa ao nosso treinador, não me merecem o mínimo de consideração.

Pedro disse...

Todo e qualquer treinador, em algum ponto, é sempre contestado pela massa adepta, nem que seja pelo simples facto de nao conhecer nenhum que seja 100% vitorioso. Mas existem vários graus de contestaçao. Uma coisa é contestar casos particulares, como uma substituiçao, uma determinada derrota, a falta de capacidade de mexer na equipa, etc., outra coisa bem diferente é contestar o conceito de jogo que treinador quer implementar na equipa, e aqui é que VP se distingue para pior para muitos adeptos. Quer queiram ou nao, neste momento existe uma facçao muito grande de adeptos que nao gosta do estilo de jogo, acha aborrecido, chato, monótono e está divorciado da equipa por isso mesmo, o caso do jogo de Braga é apenas um episódio sem importancia, o problema é que os "espectaculos" nao agradam à plateia.
Sei, que por outro lado, existem aqueles que defendem que o apoio à equipa nao pode depender da qualidade do futebol praticado, e os que fazem isso nao sao verdadeiros adeptos, mas com a crise este facto acaba por ser mais um incentivo a que os adeptos faltem à chamada.
A minha critica a VP tem 2 factores fundamentais:
1- Continuo a pensar que a equipa nao acredita a 100% naquilo que faz. Mais que a parte táctica, numa equipa como o Porto, é necessário existir um estado de alma em que todos remam com convicçao para o mesmo lado.
2- A equipa aparenta jogar, muitas vezes para o resultado minimo, quando chega à vantagem, logo entra em modo Stand-by, fazendo de conta que controla o jogo, permitindo que qualquer equipa dispute o jogo até ao fim dos 90 minutos, o que já fez e acredito voltará a fazer, com que os tais erros individuais de que muito se fala, tenham muita relevancia no resultado final dos jogos.
Dito isto, nao defendo a mudança de treinador a meio da época.
Quanto ao valor da equipa, enfim, temos um defesa direito que custou quase 20 milhoes.
Cumps

José Correia disse...

neste momento existe uma facçao muito grande de adeptos que nao gosta do estilo de jogo, acha aborrecido, chato, monótono

OK. Mas gostava de perceber qual é o "estilo de jogo" do Vítor Pereira (o deste ano, sem Hulk, é igual ao da época passada?) e, concretamente, o que é que o Pedro não gosta.

José Correia disse...

é necessário existir um estado de alma em que todos remam com convicçao para o mesmo lado

Na sua opinião, esta época isso não acontece?
Porquê?
Quer dar dois ou três exemplos?

José Correia disse...

A equipa aparenta jogar, muitas vezes para o resultado minimo, quando chega à vantagem, logo entra em modo Stand-by

No campeonato, em 11 jogos, a equipa tem 27 golos marcados e 6 sofridos.
Média de golos marcados: 2,45/J
Média de golos sofridos: 0,54/J

De seguida, apresento dois exemplos de épocas anteriores (se quiser escolha outros), que me parecem significativos (tendo em vista a opinião que os adeptos portistas tinham desses treinadores e do "futebol ofensivo" praticado por essas equipas do FC Porto).

Em 2003/04 (o treinador era o Mourinho), em 34 jogos, 63 golos marcados e 19 sofridos
Média de golos marcados: 1,85/J
Média de golos sofridos: 0,56/J

Em 2005/06 (o treinador era o "super ofensivo" Co Adriaanse), em 34 jogos, 54 golos marcados e 16 sofridos
Média de golos marcados: 1,59/J
Média de golos sofridos: 0,47/J

Carlos Santos disse...

Eu por acaso não concordo inteiramente com o artigo...

Não me lembro de por exemplo o Mourinho ou o AVB serem contestados, nem sequer no início. É claro que há sempre portistas, tipo o MST, que se acham sempre mais inteligentes que os outros e acham que conseguem ver coisas que os restantes não vêm.
A mim, o Mourinho entusiasmou-me desde o primeiro dia. Quem não se lembra da primeira coisa que ele disse quando chegou ao Porto?
"Este ano não sei se conseguimos, mas para o ano somos campeões sem dúvida alguma". E assim foi.
E o AVB? No primeiro jogo oficial da época espeta logo 2 secos às galinhas sem espinhas? Sim lembro-me perfeitamente de o MST, mesmo após os 5-0 no Dragão, ter afirmado que ainda não tinha visto o Porto de AVB a jogar melhor que o de Jesualdo Ferreira...Mas quem dos restantes portistas, os que não são tão inteligentes como o MST, não ficou logo entusiasmado com o AVB?

De qualquer maneira, eu sou dos que acho uma tremenda injustiça o que se tem dito de Vítor Pereira. Até agora, está a fazer um trabalho notável olhando para os resultados que é exactamente isso que interessa.

Pedro disse...

1- Eu nao disse que nao gostava, disse que existem muitos adeptos que nao gostam. Eu apenas penso que podem existir várias melhorias dentro do estilo que VP quer para a equipa. Já também aqui referi várias vezes que uma das melhorias, que conseguiu e que é muito importante para um jogo de posse é a transiçao defensiva.
2- Podia falar no caso concreto do Fernando, ou da reacçao da equipa ao auto-golo de Danilo, mas esses sao casos particulares, que podem nem ter nada com o caso.
O que sinto é que globalmente, os jogadores ainda nao foram completamente conquistados por VP. Gosto de ouvir os jogadores e sentir que estes vao até ao fim com o seu treinador. Sei que neste ponto posso ser picuinhas, mas por vezes parece que sinto falta de entusiasmo quando os jogadores falam do seu treinador.
3- É estatística. Diz-nos também que o Real Madrid na época passada foi o melhor campeao de sempre, superior até que o Barça.
A estatistica nao demonstra a dificuldade do triunfo em Braga, por exemplo.
Apesar disso, nao deixa de ser verdade que quando a equipa chega á vantagem, entra em modo de controlo, o que nao significa que em vários jogos tenha ampliado o marcador.
Só mais 2 aspectos, a contestaçao nao faz automaticamente que ele seja mau treinador, nem a prestaçao da equipa pode estar apenas ligado ao treinador mas também ao desempenho da estrutura e dos dirigentes do clube.

José Rodrigues disse...

Sim, contestacao pontual sempre houve e havera' havendo 3 milhoes de adeptos ou perto disso, mas isso nao e' sinal de constestacao geral e nao lhe se deve dar demasiada importancia. E depois, ha' contestatacao e contestacao... i.e. niveis de intensidade.

Por exemplo: pelo q me lembro o Ivic foi detestado em geral aquando da 2a passagem pelo FCP, mas nem por isso aquando da 1a (i.e. antes de entrar Quinito). Muitos nao ficaram contentes com as quezilias com Gomes, certo, mas na altura pareceu-me q em geral a contestacao era limitada, fruto das vitorias na Intercontinental e Supertaca Europeia e do grande avanco (e com muitos golos) no campeonato.

Ja' na 2a passagem sim.

Carlos Santos disse...

De acordo, José Rodrigues.

Mas por isso é que digo que não concordo inteiramente com o artigo, pois o primeiro parágrafo afirma algo que me parece estar longe da realidade.

Pedro disse...

Ps: Realativamente ao 2º ponto gostava apenas de dar um exemplo, referindo um outro ex-treinador do clube, Jesualdo. Quando ouvimos ex-jogadores dele eles referem muitas vezes o que aprenderam com ele, o quanto ele trabalhava e outros elogios. Sobre VP o máximo que ouvi até hoje, foi Hulk disser que nunca teve nenhum problema com ele.
Mas também quero deixar bem claro, que posso ser injusto neste ponto, nao estou no balneário nem na cabeça dos jogadores, isto é apenas a imagem que passa para fora.

José Rodrigues disse...

Quanto ao Robson, a maior critica q lhe vi no seu "reinado" foi ter metido o Aloisio a defesa esquerdo contra o Barcelona nas 1/2s da TC.

Alexandre Burmester disse...

Eu sou um façanhudo crítico do Vítor Pereira, acho que foi uma má escolha, independentemente do título de campeão que conquistou na época passada (Fernando Santos também foi campeão no FCP). Mas o último parágrafo do Mário Faria fez-me ver a luz: se a nossa bitola é o Sporting e o seu carrocel de treinadores e dirigentes, coisa de que, confesso, me não tinha apercebido, apresso-me a meter a viola no saco.

Abel Pereira disse...

Essa da bitola é forte!
Quanto a mim, todo o jogo actual do FCP é feito à base de circulação de bola, mas isso acontece não por culpa do treinador. Com o Barcelona passa-se o mesmo, a bola não para de girar, a mim aborrece-me esse modelo de jogo, mas ,de repente, o Messi passa por um, dois, três e desbarata a defesa adversária. Não um Messi, propriamente dito, mas um jogador com essas características é o que falta na equipa do FCP...

Nuno Costa disse...

Este FCP de Vitor Pereira, olhando os numeros do campeonato,é o 3o melhor porto da ultima decada... Só Mourinho e AVB fizeram melhor...

A constestação que lhe é feita vem requentada da nossa orfandade ao AVB e a essa epoca em concreto...

Caso contrario não tem fundamento...

Além disso é jovem, portista, treinou camada jovens, subiu a adjunto e agora treinador principal. Um treinador integralmente marca "porto"!

Não estão sempre a valorizar jogadores fracos como castro só porque é da formação? E então este treinador?

Admito as suas dificuldades de discurso mas até nisso tem melhorado... Ainda não mexe bem desde o banco e continuo sem perceber a sua fixação por Kleber... mas isto por si só não chega para por emcausa o grandissimo merito que tem tido... é obvio que comete erros como todos...

Mas isto não impede que se perceba que está a fazer um grande trabalho!E a coragem que teve em assumir o clube e ser campeao depois da época de AVB...

Abel Pereira disse...

O discurso é realmente o calcanhar de Aquiles de VP. A imprensa adversa ao FCP, que é quase toda, procura desestabilizar, o que para eles é o elo mais fraco, VP, o qual se deixa influenciar por essa campanha ao ponto de se ver na obrigação de afirmar que o Porto ia vencer de certeza o Moreirense: um treinador não tem nada que fazer afirmações desse tipo. Atenção! Nós, os portistas, não devemos dar uma achega para o descrédito do nosso treinador!

Alexandre Burmester disse...

Como referi, sou um façanhudo crítico do Vítor Pereira, acho que ele está na linha de vários treinadores pouco brilhantes que tivemos - na categoria do "foi o que se pôde arranjar" - como Quinito, Octávio, Victor Fernandez, Carlos Alberto Silva, José Couceiro, Co Adriaanse e Fernando Santos. Uns tiveram sucesso, outros não. Este lote que referi fica notoriamente atrás da "elite" dos nossos treinadores - Pedroto, Artur Jorge, Ivic, Robson, Mourinho e Villas Boas.

Isto não significa, claro, que ache que se deva "calçar os patins" a Vítor Pereira. Isso seria um absurdo, e isto não é o Sporting!;-)

Alexandre Burmester disse...

Para quem possa colocar a questão, faltaram - se a memória me não falha - dois nomes de treinadores da era Pinto da Costa na minha listagem, António Oliveira e Jesualdo Ferreira (acho que Luigi del Neri nem chegou a contar). Pois bem, em minha opinião, esses dois ficam num patamar intermédio entre a elite e os remendos.

Mário Faria disse...

Com excepção de Pedroto e Robson, todos os treinadores do reinado de PdC foram escolhas de risco. A promoção de VP foi tão arriscada, como a contratação de Artur Jorge (AJ), Mourinho (JM) ou Vilas Boas (AVB) que, quando chegaram ao FCP, o melhor do curriculum era o êxito que granjearam junto dos “artistas” principais.
AJ foi adjunto de Pedroto e depois andou por equipas secundária sem sucesso que o recomendasse.
JM foi adjunto de Robson e Van Gaal , esteve uns meses no SLB e UL, onde fez trabalho meritório, especialmente neste último, mas nada acrescentou de substancial à sua folha curricular. Teve uns meses de adaptação, pós Octávio e, nesse ínterim, não deu qualquer valor acrescentado à equipa até ao final da época, mas ganhou uma experiência e um conhecimento do que devia preservar, dispensar ou contratar para poder chegar a campeão como tinha prometido e cumpriu. AVB foi adjunto de Mourinho, encheu-se dele, teve uns meses na AAC que apresentou um futebol atraente nesse período, mas o que obviamente não poderia funcionar como um certificado de confiança.
PdC seguiu sempre a sua intuição e o saldo é claramente positivo.
O SCP está a viver um período muito difícil, mas não esqueço que o FCP já ficou em nono lugar e numa outra época tivemos de andar aos caídos : o SLB cedeu-nos o Abel e o SCP o Manhiiça e o Bernardo da Velha, pois não tínhamos dinheiro para nos reforçar. O facto do SCP estar numa situação muito complicada não deixa de ser um exemplo a reter, e o maior erro nos nossos dias que o SCP fez, na minha opinião, foi não ter mantido o Domingos. Mas isso, em Portugal só o pode fazer PdC, o que faz toda diferença entre o FCP e o SCP actual

José Correia disse...

A estatistica nao demonstra a dificuldade do triunfo em Braga, por exemplo

Certo, mas numa amostra alargada, dá uma ideia razoável do que, em média, foram os jogos (partindo do principio que a coisa mais importante no futebol são os golos - os marcados e os sofridos).

José Correia disse...

A promoção de VP foi tão arriscada, como a contratação de Artur Jorge (AJ), Mourinho (JM) ou Vilas Boas (AVB) que, quando chegaram ao FCP, o melhor do curriculum era o êxito que granjearam junto dos “artistas” principais

Exactamente. E nem é preciso recuar muito, para nos lembrarmos que aquando da contratação do AVB, o preferido da maior parte dos portistas (de acordo com as sondagens efectuadas na altura) era o Domingos.

Alexandre Burmester disse...

Concordo, no essencial, com o que diz, Mário; farei apenas uma correcção factual: quem veio do Sporting com o Armando Manhiça foi o Manuel Duarte, ex-Leixões. Ignoro se o Bernardo da Velha algum dia jogou no SCP, mas lembro-me que era poonta-de-lança transformado em defesa direito pelo Pedroto, e muito bom neste lugar, diga-se. Fez parte da equipa vencedora da Taça de Portugal em 1967/68, o primeiro triunfo de Pedroto no Porto, e o primeiro do clube em nove anos!

O Pedroto era um mestre prático do famoso provérbio que diz que "quem não tem cão, caça com gato"!;-)

Alexandre Burmester disse...

Concordo, também, Mário quando se refere às escolhas de risco. Mas quem lá está para decidir deve, em príncípio, ter mais dados que nós para tomar as decisões. E dentro dessas escolhas de risco há sempre umas menos arriscadas que outras. Por exemplo, eu tinha poucas dúvidas em relação ao Villas-Boas e ao Jesualdo Ferreira (e podia ter-me enganado, claro) e algumas em relação ao Artur Jorge - embora nunca mais me tenha esquecido de um banho de bola que o Portimonense do AJ deu no Bessa, em jogo a que assisti, a uma boa equipa do Boavista, ganhando por 3-0). Mas, segundo sempre constou, Pinto da Costa escolheu AJ em detrimento de António Morais a conselho do próprio Pedroto, que conhecia os dois muito bem.

Alexandre Burmester disse...

Se quer que lhe diga, meu caro, o discurso é o que menos me preocupa num treinador. Duvido que os benfiquistas se preocupem muito com o discurso do Jorge Jesus. Já o Sá Pinto, por exemplo, tinha um discurso supostamente excelente, mas como treinador, vou ali e já venho!