quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O e-tiro pela culatra

Em mais uma clara demonstração do seu crescente desfasamento com a realidade, este FCP, julgando-se ainda no século XX - quando bastava pegar no telefone e ligar a uns amigos jornalistas para fazer passar uma mensagem - achou que publicando no Facebook um vídeo onde se assiste à vandalização da propriedade de uns dos membros da Direcção, um imenso bruá de e-condenação se alevantaria, com sócios e adeptos a teclarem furiosamente contra o meliante. Nada mais errado. As redes sociais são péssimas fontes de informação, mas são óptimas a medir o pulso da comunidade. E a comunidade, quer na forma, quer no conteúdo, está muito longe daquilo que este FCP está habituado: nem a comunidade, numa relação de sentido único, se resigna a ouvir os ditames da Direcção, nem a comunidade é tão ignorante dos factos como a Direcção julga que é.

Não fui eu que o fiz. Mas teria vontade de escrever exatamente tudo o que foi escrito, e exatamente nos mesmos locais. 

É triste ver a direcção usar canais oficiais do clube para fazer propaganda.

Continuem a atirar areia aos olhos das pessoas e desviar as atenções do que realmente interessa.

Em vez de estarem preocupados em partilhar o vídeo deveriam estar preocupados com os atos de gestão desportiva e financeiras vergonhosos dos últimos 4 anos.

etc, etc...

Para completar o ramalhete, este FCP dá largas a certos tiques fundamentalistas, questionando se o coração do protestante "bate pelo FC Porto". Sobre isto valerá a pena dizer, até a propósito de declarações proferidas recentemente pelo próprio Presidente (), que até hoje nunca foi votado pelos sócios - sim, porque é aos sócios que a decisão cabe e a mais ninguém - um "código de conduta do Portista", pelo que até lá, ninguém tem o direito de tecer considerações sobre o que é mais ou menos portista. O problema dos fundamentalismos é a sua falta de limites; o portista que hoje só veste roupa interior azul-e-branca, se recusa a comer carne vermlha por causa da cor, e dá aos filhos o apelido Pinto da Costa (apesar de o seu ser Silva ou Antunes), é o "infiltrado" e o "portista menor" de amanhã.


O que os sócios e simpatizantes do FC Porto querem, incluíndo aquele que pichou as paredes, entre outras, do Adelino Caldeira, é abundantemente claro. Está lá escrito, não podia ser mais óbvio. Só este FCP ainda não o percebeu. Nem parece querer perceber.

17 comentários:

Unknown disse...

Uma vergonha de publicação, quem a ordenou saiu tosquiado, aquela gente não se enxerga.
Estive quase quase para tirar o meu like da página, mas depois refreei-me porque não posso confundir o meu clube com quem o dirige.

Saci Pererê disse...

Sendo eu um crítico à direção não como gelados com a testa, porque será que só agora que o FC Porto começou a atacar o Benfica é que aparecem estes jihadistas do portismo?
Então desde a época do Villas Boas que temos negócios de trampa, o ano passado aquilo parecia um circo, e de repente, nem 15 dias depois de o FC Porto mudar definitivamente a estratégia aparece isto.

Por muito que esteja à vista de todos negócios duvidosos ou mesmo vergonhosos, não foi isso que despoletou esta onda de grafiteiros, foi o Polvo que se viu atacado, usando uma das mais antigas e famosas formas de exercer o seu poder, "dividir para reinar" já o afirmava Maquiavel.

DC disse...

"nem 15 dias depois de o FC Porto mudar definitivamente a estratégia"

Mudou? Quer dizer que o APdC e o Caldeira vão deixar de mamar comissões? Olha que bom!

Nuno disse...

Filipe, estando eu também contra muitas das coisas que se passam no nosso clube à uns anos a esta parte, acho que este teu post, com todo o respeito, sai um bocado ao lado.
Concordo com o Saci Pererê e acrescento: Acha que algum portista verdadeiro, estando revoltado como estamos com as arbitragens, iria grafitar "E o Depoitre é culpa do ferrari vermelho?" Penso que aqui o grafiter deu um tiro nos pés. Todos nós concordamos que o Depoitre deve ter sido mais uma daquelas contratações para dar comissão alguém, mas daí a usar isso para "desculpar" as arbitragens vai uma grande distância.
Nuno

Pedro disse...

Tenho mesmo pena, sinto-me triste com o que se continua a passar, a continuar assim nem conseguiremos novos adeptos/sócios....

Rodrigo Guedes Medeiros disse...

Muito bem, Saci Pererê! Independentemente das críticas que podem e devem ser dirigidas à Direcção, a verdade é que não há nenhum portista (e não só) à face da Terra que não se tenha apercebido da existência de uma máquina muito bem montada com o intuito de beneficiar o clube do regime, o que, consequentemente, está a contribuir fortemente para o agravamento da fase negativa que o Porto atravessa. Ora, perante esse facto visível aos olhos de todos, nenhum portista iria pichar as paredes com remoques do tipo "polvo à la carte", insinuando que as acusações e denúncias mais do que justificadas que o Porto tem dirigido aos agentes desportivos e à arbitragem não passam de uma estratégia usada conforme as conveniências para desviar a atenção dos sócios. Este protesto e o timing do mesmo deixa muitas dúvidas sobre a intencionalidade de quem o perpetrou e isso tem de ser devidamente tido em conta, sob pena de nos tornarmos cúmplices das artimanhas em que os inimigos do clube são pródigos. Muito cuidado!

Mário Faria disse...

Não estou certo que tenha sido avisado o meio usado de denúncia dos danos causados a património de dirigentes portistas. Mas, isso é inverter a gravidade do acto. Odeio a violência e os violadores escondidos e covardes, cuja acção parece legitimada neste artigo, em função do fundamentalismo que orienta a prática directiiva. Quem quiser mudar o rumo dos acontecimentos e “salvar” o clube não pode deixar de repudiar este tipo de métodos. A crítica à direcção deve seguir o seu caminho e ser severa, mas os fins não justificam todos os meios. E os meios violentos e criminosos – ainda que de baixa intensidade – não podem ser tolerados.
O FCP vive um momento particularmente difícil. O nosso inimigo principal tomou conta do poder e parece uma barreira inexpugnável. Os maus resultados da nossa equipa principal, confirmam que as práticas de governação não estão em linha com a exigência das ameaças vindas dos principais adversários e que não é feita só do colinho que a arbitragem oferece. E perante os factos, o medo do regresso ao passado deve estar presente e incomodar, mas engana-se quem não o fizer através da acção cívica e indo a jogo de forma estruturada e organizada. Sim precisámos de oposição como de pão para a boca. Se não for assim de forma aberta e anunciada o nosso FCP subjugará às mãos de golpes de mão e de “grupos armados” prontos a fazer a justiça pelas próprias mãos. Não obrigado. A violência deve ser condenada e não deve ser menorizada porque o alvo mereceu.

Soluap disse...

As verdades são para serem ditas doa a quem doer. Tudo que escreveram é verdade.Também é verdade que temos uma Sad caquetica e ultrapassada que está acomodada e não luta pelo clube. Onde está o avançado que tanto precisamos? É o Éder?????? Só para rir. Uma outra verdade que nos custa a admitir é que os vermelhos têm muito melhor plantel do que nós é a nível de avançados nem se fala.Ganharam dois jogos em Guimarães com uma perna às costas quando nós nem em casa a feirense ganhamos.Comissionistas da Sad demitam-se.

HULK ONZE MILHAS disse...

Mais uma vez 100% sintonizado com o Mário Faria.

E chamo a especial atenção para a frase lapidar: " Sim precisámos de oposição como de pão para a boca". Aqui é que deveríamos todos concentrar os nossos esforços.

E deixo aqui a minha sugestão: porque não nos organizamos a nível de redes sociais e passamos a gastar mais tempo na promoção dum "governo sombra" que mais tarde possa ir a jogo eleitoral e menos tempo a escrever e a desabafar sobre situações que se repetem, arrastam, pioram dia a dia e para as quais não vemos luz ao fim do túnel???

Anónimo disse...

«porque não nos organizamos a nível de redes sociais e passamos a gastar mais tempo na promoção dum "governo sombra" que mais tarde possa ir a jogo eleitoral(...)?»

Mais tarde quando? Se não for nas próximas eleições já mais vale estar quieto. À espera que o Pinto da Costa saia de lá para se candidatarem já andam todos os outros.

Anónimo disse...

Fico contente que nem toda a gente esteja a embarcar em cantigas. Tudo bem que a direção do Porto tem de ouvi-las, mas este episódio dos escritos parece mais ter mão do inimigo que outra coisa. Pelo timing, pelo teor das mensagens (como foi dito aqui e bem não atacou só o Porto, ilibou as arbitragens e o Benfica), pelas fotos que o «artista» tirou no fim (para quê?)... Enfim, cheira a esturro, e se há coisa em que o Benfica se tornou perito foi em elaborar e montar estratagemas para influenciar a opinião pública e dividir os rivais, acima de tudo, mas não só, na comunicação social. Basta lembrar as mensagens de contestação ao Pinto da Costa o ano passado, colocadas também durante a madrugada. No dia seguinte apareceram fotos desses cartazes tiradas durante a noite.

HULK ONZE MILHAS disse...

Paulo Monteiro: "Mais tarde quando?"

Quando o FCP for para eleições, que podem ser daqui a 3 anos ou, mais cedo, se os sócios resolverem, em Assembleia Geral, destituírem os actuais corpos gerentes. Mas esta última hipótese é quase impossível pelas razões conhecidas por todos quantos participam nessas AG´s.

Mas para isso é preciso "militância clubística" e isso hoje em dia não existe.
É mais fácil e cómodo escrever umas coisitas nas redes sociais...

Ainda recentemente faleceu um dos últimos grandes militantes, neste caso político, que existiu neste país, goste-se ou não das suas ideias. Nos tempos que correm, as militâncias, políticas e clubísticas, funcionam mais através dos incentivos económicos do que por amor ao partido ou à camisola.

Paulo Marques disse...

"Odeio a violência e os violadores escondidos e covardes, cuja acção parece legitimada neste artigo, em função do fundamentalismo que orienta a prática directiiva. "

Está no seu direito, mas não confunda violência ou violação com vandalismo, com isso está a menorizar os efeitos destes.

Pedro disse...

Sem duvida continuamos a mostrar do que somos capazes, Ruben Neves lesionado, Evandro dispensado até rima !!!

miguel.ca disse...

Se calhar também era conveniente vandalizar as casas dos integrantes da comissão de apoio à recandidatura de Pinto da Costa... digo eu.

Anónimo disse...

HULK ONZE MILHAS:

Sim, hoje não há militância. Há televisões com 80 canais, e computadores e telemóveis com internet que nos dão a ilusão que estamos em contacto com o mundo, que estamos a viver e a fazer alguma coisa. Mas tudo o que dizemos aqui só serve para entupir a internet e ser esquecido após 3 minutos.

No tempo do Mário Soares a televisão era um privilégio de poucos. Havia o rádio e os livros. Quem queria viver realmente e fazer-se ouvir tinha de sair de casa e associar-se aos outros.

Hoje as pessoas são comodistas e calculistas. Só fazem uma coisa se houver garantia de resultados e não der muito trabalho.

Uma candidatura à presidência do Porto não tem forçosamente de ser oposição a Pinto da Costa mas sim uma alternativa a Pinto da Costa. Quando mais não seja para ele voltar a lembrar-se do que é fazer campanha para a presidência do Porto, coisa que já não faz há alguns anos. Candidata-se sem oposição e aguarda serenamente a reeleição. Estavam à espera de quê? Que esta direção não começasse a fazer o que bem lhe apetece? Parecemos aqueles filhos solteirões que ficam dependentes dos pais até eles morrerem, não podia dar noutra coisa.

HULK ONZE MILHAS disse...

Paulo Monteiro:
100% de acordo.
Eu ainda sou do tempo em que nem havia tv e em que nos entretínhamos a fazer "militâncias", frequentando diariamente o café da zona, conversando e/ou discutindo os temas da actualidade e muitas vezes partindo dali para participar em reuniões, assembleias e outros eventos.
Mas apesar da idade e da mudança dos tempos, não mudou a minha vontade de contribuir com a minha presença em eventos que possam a ajudar o FCP a sair da crise em que caiu. E como diz o Paulo, uma forte voz crítica, construtiva e credível é o que mais falta faz ao nosso clube neste momento.