quarta-feira, 30 de julho de 2014

E vão onze !?


Andrés Fernández; Opare, Marcano (?), Indi, José Ángel; Óliver Torres, Casimiro, Brahimi; Tello, Adrián López, Samir.
Com a saída de Jackson e Ghilas prevejo as entradas de Gutiérrez (ou Jiménez) e Éderdzinho. A (r)evolução continua.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Muita pedra para partir



Quem esperava um FCP dominador, enganou-se. Se na primeira parte tivemos mais bola, raramente chegámos à baliza. Algumas boas jogadas, mas notou-se as dificuldades habituais de sair com a bola na primeira fase de construção e o recurso do passo para o lado e para trás foi excessivo. Um modelo que nos enfastiou nas épocas passadas. Foi um jogo muito combativo e os franceses mostraram serviço e empenho. Muita pressão em todo o campo,  que raramente se conseguiu ultrapassar com qualidade. Nesse período gostei muito de Óliver Torres e do miúdo Ruben Neves que desenharam os melhores momentos do primeiro tempo.

No segundo tempo, entraram muitas figuras novas e a equipa não melhorou: criou duas boas oportunidades, mas a organização do jogo deixou muito a desejar. A equipa perdeu segurança, circulou a bola com pouca lucidez e praticamente não se ganhou um duelo individual. Das novas vedetas não retirei qualquer nota positiva. Valeu-nos Fabiano que esteve muito bem. Os laterais não conseguiram subir, os alas não romperam e o Saint Etienne foi demasiado forte para este FCP. Muita disponibilidade física, muita entreajuda e um contragolpe sempre muito bem ensaiado pelos franceses que nos criaram muitos apuros. Saí algo desiludido, nomeadamente pela  segunda-parte que foi muito fraca. Maicon foi uma boa surpresa.

Por momentos, jogámos com três centrais e foi a confusão total. Gostaria que o FCP tivesse mostrado mais competência e que os novos recrutas me entusiasmassem. Mas, não foi assim que aconteceu.
As expectativas estão, agora, em linha com o nível deste ensaio. Não dá para cantar loas, não serve para anunciar o funeral. Mas, a tarefa vai ser dura. Não valia a pena assobiar. Mas, os adeptos que encheram o Dragão mereciam mais. Mas, atenção, os franceses jogaram muito bem e aparentemente estão num estádio superior da preparação.

A CL segue dentro de algumas semanas. Ainda não desisti de ter esperança que a coisa corra bem. Mas a equipa tem de melhorar muito. Menos conversa e mais trabalho, recomenda-se.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Todos os jogadores são iguais

Nota prévia: eu gosto do Deco; foi dos melhores jogadores que vi jogar, e dos melhores jogadores que já passaram pelo Porto.

Todos os jogadores são iguais, mas alguns são mais iguais que outros. O Deco foi um dos jogadores mais importantes da história recente do Porto, e marcou presença (e deixou a sua marca) no "ressurgimento internacional" do Clube. A juntar isso foi dos poucos jogadores (nos tempos mais recentes) a passar 3 anos no Porto, sem vencer um campeonato - é obra. No entanto, por maior que tenha sido o impacto do Deco, na história do Porto, outros jogadores houve que contribuiram pelo menos tanto como o "Mágico" para o sucesso do Clube, e não tiveram direito a jogo de homenagem (ou sequer de despedida). Os exemplos são muitos e variados; cito apenas aqueles que me são mais "próximos": João Pinto, André, Jorge Costa, Vítor Baía e (porque não?) Domingos; [não se exigia um jogo por cada um, mas porque não um jogo a cada 3 ou 5 anos, em que vários fossem homenageados em conjunto?] 




Sempre tive a impressão que o Porto, não trata muito bem aqueles que deram tudo pelo Porto; essa impressão é reforçada pelo facto de o Porto não tratar muito bem aqueles que gostariam (mas não lhes é dada oportunidade) de dar tudo pelo Porto. Resignemo-nos então a ver a equipa com cada vez menos jogadores da formação, da Areosa, de Sta. Maria da Feira ou das Caxinas, à Porto - já não há lugar sequer para aqueles que compensam a "falta de jeito" com "amor à camisola"; esses, como aqueles que os antecederam, nunca serão homenageados. Essa honra calhou ao Deco (que a merece) - é melhor que nada.

Espero que seja um bom espectáculo; que não seja o último; e que não assobiem o Messi - é suposto ser uma festa!




quinta-feira, 24 de julho de 2014

Achismos

 
Acho que o FCP fez bem em contratar Lopetegui e lhe dar voz na formação do plantel que carecia de adequados ajustes; acho que o FCP precisa de um gr porque considero que Fabiano não serve para defender uma equipa que na maioria dos encontros joga em ataque continuado e com a defesa subida; acho que Ghilas mostrou que não tem perfil para jogar no modelo de posse e deveria ser vendido/emprestado; acho que Bolat é um não assunto; acho que a maioria das contratações tem sido ajustada, salvo no que diz respeito a Adrián López, a menos que demonstre invulgares qualidades o que de todo ainda não confirmou; acho que se negociou bem os jogadores contratados por empréstimo; acho que se definiu bem os jogadores sujeitos a desvinculação; acho que Gonçalo precisa de tempo e deve continuar na equipa B; acho que a novela Rolando é lamentável e que o FCP SAD está a gerir o conflito de uma forma pouco inteligente; acho que Martinez é para sair e o resto é conversa da treta.

Obviamente, que estou preocupado. Esperava que PdC impusesse mudanças, mas não contava com uma revolução; muito menos prevejo que tenhamos condições para acomodar este nível de investimento e a gorda folha salarial que vai produzir. E, por isso, devemos estar mais atentos.
Esta revolução vem provar, por outro lado, que na época passada só se fizeram asneiras e que PdC persegue a redenção. É difícil perceber este frenesim. Acompanho com expectativa positiva a próxima época em termos desportivos, mas muito inquieto quanto aos danos colaterais que pode produzir no balneário (Helton reforma-se, Quaresma fica destinado ao banco e vai haver muitas ciumeira$) e nas desgastadas finanças da SAD e do clube, por arrasto.

Resumindo: estou de acordo (em termos gerais) com a reconstituição do plantel, mas não entendo esta estratégia em contraciclo, demasiado aventureira na minha perspectiva. Ou encontrámos petróleo ou encontrámos petróleo. Não pode ser de outra maneira, penso eu de que!
 Devo, porém, uma explicação mais cuidada relativamente a alguns dos meus pontos de vista, atrás referidos, pela polémica que julgo poderem suscitar. Jackson, Ghilas, Quaresma, as referências ou a falta delas após este ajustamento do plantel ou como poderá o modelo da posse sobreviver depois de Martinez, vão ser objecto de mais alguns sábios achismos.

Não sou treinador, nem director e não sei ao certo o que vai na cabecinha de quem decide. A leitura que faço é que o FCP não vai conseguir aguentar o Jackson. Entre baixar a cláusula de rescisão ou ter um jogador contrariado, preferiria negociar. Se a SAD o vai fazer não sei, mas recomendá-lo-ia, sem deixar de esticar a corda o mais possível. Aliás, PdC garantiu que não queria jogadores contrariados. Acho que Jackson é o jogador mais valioso do plantel e que Lopetegui estará a fazer tudo para o manter. E a vontade do jogador não conta? E pudemos contar com o seu profissionalismo se a sua vontade for afrontada?  O dossier Jackson vai ser o mais complicado, a não ser que haja quem bata os 40m€ ou ele não queira sair porque adora o FCP.

Ghilas é um jogador banal na minha perspectiva e foi demasiado caro. Mas, essa é uma opinião não especialmente avalizada e que aplico ao avançado argelino, quer quando joga em posse, quer em transições rápidas. Neste momento, o plantel tem gente melhor para o efeito. No passado também: acho que o Varela era bem melhor para cumprir essa função. Quanto às referências, sobrevivemos quando saiu Fernando Gomes, Jorge Costa, Baia ou o Pedro Emanuel e tivemos como capitão o Lucho acabadinho de chegar e que se tornou uma lenda; entretanto, já saiu e novos capitães apareceram.

O Quaresma é outro caso bicudo. Pessoalmente, admiro algumas das suas qualidades técnicas, porque não tem medo de assumir o jogo. Mas tem menos velocidade e abusa da tendência de centrar em si demasiado protagonismo. É minha convicção que Lopetegui não lhe aturará sinais exteriores de vedeta-patrão-referência-capitão. O chefe da banda é ele, o treinador. Recordo como Quaresma saiu, no passado, muito agastado por ter sido substituído. Nem Luís Castro foi poupado. A situação e o aproveitamento do Quaresma tem de ser gerido com muita lucidez, mas não auguramos uma vivência pacífica.

A Alemanha foi provavelmente a equipa que jogou melhor em posse no último mundial. E nem sempre utilizou um avançado mais posicional. Jackson é muito bom, mas acho um exagero dizer que a estratégia de Lopetegui não faz qualquer sentido sem Jackson. Não creio que se baterem a cláusula de rescisão, nos reste o dilúvio.

terça-feira, 22 de julho de 2014

A novela Jackson

22 de Julho de 2014
Juan Quintero, que esteve no Mundial do Brasil, ao serviço da seleção do seu país, regressou aos treinos.
Jackson Martinez, outro futebolista colombiano, que também esteve no Mundial do Brasil, continua longe do Porto, supostamente para tratar de assuntos particulares.

22 de Julho de 2014
Capa do jornal O JOGO: “Jackson só sai pelo valor da cláusula de rescisão”

Coincidência?
Obviamente que não.

Isto é uma mensagem clara da SAD para Jackson Martinez, para o seu empresário (um tal de Luís Henrique Pompeu) e, talvez, para alguns dos clubes interessados no jogador.

Como não acredito que haja algum clube disposto a pagar 40 milhões de euros pelo passe do Jackson, o mais provável é termos novela até aos primeiros dias de Setembro (altura em que fecha o mercado na Rússia).

E, enquanto dura este impasse, o que deve fazer a SAD?
Avançar para a contratação do muito falado Raúl Jiménez (avançado do América)?
Ou esperar tranquilamente porque, mesmo que Jackson saia, Adrián López, Sami e Gonçalo Paciência serão capazes de dar conta do recado?

domingo, 20 de julho de 2014

Leocísio Júlio Sami

Leocísio Júlio Sami tem 25 anos (nasceu em Bissau, a 18 de Dezembro de 1988) e, como sénior, já representou cinco equipas – Eléctrico Futebol Clube; Desportivo das Aves; Marítimo B; Centro Desportivo de Fátima; Marítimo – sem atingir um particular brilhantismo.

Carreira de Sami ( fonte: www.foradejogo.net )

Vindo do Marítimo (a custo zero), Sami chegou ao FC Porto há três semanas, de forma quase clandestina, sem dar nas vistas, até que…

Sami, Genk x FC Porto

Será possível que um jogador com o trajecto futebolístico deste avançado guineense, possa ser o principal candidato a Nº 9 da equipa principal do FC Porto se, como alguns sinais sugerem, nos próximos dias/semanas Jackson Martinez juntar o restante corpo à cabeça (que há muito está noutras bandas)?

Adrián López, Nabil Ghilas e Gonçalo Paciência que se cuidem…

sábado, 19 de julho de 2014

Casemiro, o sucessor de Fernando

Casemiro é um jogador formado no São Paulo Futebol Clube, onde começou aos 11 anos.

Tendo-se destacado, quer com a camisola tricolor do SPFC (fez a sua estreia pela equipa principal, com 18 anos, em 25 de julho de 2010), quer nas seleções jovens do Brasil (fez parte das seleções sub-17 e sub-20), Casemiro despertou o interesse do Real Madrid e, em Janeiro de 2013, os dois clubes acordaram um empréstimo (com opção de compra).

Casemiro (juntamente com Danilo, Alex Sandro, Neymar, ...) na Seleção do Brasil de Sub-20

Inicialmente contratado para jogar pelo Castilla, Casemiro foi promovido à equipa principal dos merengues, por José Mourinho, em 19 de abril de 2013.

Dois meses depois, em 10 de junho de 2013, o Real Madrid não teve dúvidas, exerceu a opção de compra e Casemiro assinou um contrato de quatro épocas com o colosso de Madrid.

Evidentemente, tendo o Real Madrid médios do calibre de Xabi Alonso e Khedira (já para não falar em Illarramendi), o caminho para a titularidade da equipa de Carlo Ancelotti estava tapado mas, mesmo assim, ao longo da época 2013/2014, Casemiro participou em 25 jogos (12 no Campeonato, 7 na Taça do Rei e 6 na Liga dos Campeões). Nada mau para um jovem de 21 anos.

Casemiro (juntamente com CR7, Pepe, Di Maria, Modric, ...) na equipa inicial do Real Madrid

Contudo, com a contratação de Toni Kroos, o Real Madrid passou a ter excesso de jogadores de top para a mesma posição de Casemiro.

Havendo disponibilidade do Real Madrid para deixar sair Casemiro (por empréstimo), o FC Porto aproveitou, avançou e o médio/volante brasileiro já está no Porto.

«O Real Madrid C. F. e o FC Porto chegaram a acordo para o empréstimo do jogador Casemiro durante a temporada 2014-2015.
Ao FC Porto fica reservada a opção de compra no final da próxima temporada. Se o clube português avançar para a aquisição do passe do jogador, ao Real Madrid C. F. fica reservada uma cláusula de recompra.»

Em condições normais, parece-me que muito dificilmente um clube português conseguiria contratar um jogador do Real Madrid, que estivesse em fase de afirmação e que, ainda por cima, fosse apreciado pelo treinador e pelos adeptos madrilenos.

Casemiro e Ancelotti

Casemiro e os adeptos

O FC Porto conseguiu (provavelmente com a preciosa ajuda de Lopetegui) e, precisando urgentemente de colmatar a saída de Fernando, penso que não seria fácil (e barato) o FC Porto arranjar uma solução melhor do que Casemiro para chegar e “pegar de estaca”. Veremos…

Uma “pérola” de La Masia no Porto

No dia 23 Fevereiro de 2012, o jornal catalão El Mundo Deportivo noticiou o interesse do Benfica em Cristian Tello, adiantando que Valência, Málaga e Liverpool eram outros emblemas que tinham o futebolista debaixo de olho.

Perante esta notícia, Nuno Farinha, jornalista (Subdiretor do Record) e um assumido adepto “doente” do FC Barcelona, escreveu o seguinte no seu blogue dedicado ao Barça: “Cristian Tello? E não querem mais nada?” (vejam os comentários)

Cerca de um ano depois, em 18 de Abril de 2013, num post intitulado “Cláusula de alto risco”, o mesmo Nuno Farinha escreveu o seguinte:

«Tello continua a sua assombrosa evolução que está a surpreender, até, o próprio Barcelona. Só assim se compreende que a cláusula de rescisão do extremo seja de apenas 10 milhões euros - perfeitamente acessível a qualquer clube grande. É preciso rever com urgência o contrato de Tello e atualizar, igualmente, esta perigosíssima cláusula: 10 milhões é a cláusula de vários "garotos" das equipas B em Portugal. Tello reclama um lugar na melhor equipa do Mundo. Atenção, pois.»

E quando se começou a falar, de forma mais insistente, na hipótese de Tello vir para o FC Porto, num novo post, intitulado Tello é a "bomba" do FC Porto, o sócio 129800 do FC Barcelona, escreveu o seguinte:

«O negócio não está ainda garantido, mas há mesmo fortes possibilidade de Tello ser cedido ao FC Porto por empréstimo. A titularidade no Barça é um objetivo impossível: as três vagas do ataque para a nova época estão reservadas para Messi, Neymar e, em princípio, Luis Suárez. Ainda "sobram" Alexis Sánchez, Pedro e Deulofeu. Mesmo que Alexis venha a sair (ou mesmo Pedro), é fácil perceber que a vida não está fácil para Tello. Não é por isso que deixa de ser um jogador de top. É mesmo: velocidade de ponta impressionante, praticamente impossível de parar no 1x1 (quando embala para a linha de fundo) e com muito golo (sobretudo para um extremo). Se Lopetegui o convencer a mudar-se para o Porto... é de tirar o chapéu!»


E Tello veio mesmo, num empréstimo de dois anos.

«O FC Porto assegurou a cedência, por empréstimo, do extremo espanhol Cristian Tello, do FC Barcelona, para as próximas duas épocas desportivas, com opção de compra, findo esse período.»

«FC Barcelona and FC Porto have reached an agreement for the loan of striker Cristian Tello for the next two seasons, with the latter having an option to buy. The loan will operate on a payment basis, and FC Barcelona withhold the right to cancel the option to buy as well as the loan agreement itself at the end of the first season.»


No seu site, o FC Barcelona referiu que pode anular a opção de compra, bem como, o acordo de empréstimo no final da primeira temporada mas, segundo o jornal O JOGO, nesse caso o FC Porto será compensado (financeiramente).

De facto, o FC Porto “corre o risco” da 1ª época de Tello no Porto ser tão boa que, no final da temporada 2014/2015, o colosso catalão irá/poderá anular a opção de compra e compensar financeiramente a FCP SAD.

Ou seja, investindo muito pouco, o FC Porto irá usufruir de um produto de La Masia durante dois anos, isso é (quase) certo.

Qual é o risco desta operação?

O “risco” é o Tello fazer duas excelentes épocas de dragão ao peito, ajudar o FC Porto a alcançar sucessos desportivos e de, ao fim desses dois anos, o FC Barcelona o querer de volta.

Como adepto e sócio do FC Porto é um cenário que, a concretizar-se, não me parece nada mal, bem pelo contrário.

terça-feira, 15 de julho de 2014

7,7 milhões por Indi

Entra um internacional holandês - Bruno Martins Indi -, por 7,7 milhões de euros (falta saber o valor dos encargos e comissões deste negócio)...


... e, tudo indica, sairá um internacional francês - Mangala (falta saber por quanto).

Ainda o Mundial

Há quem queira ver na chegada do Guardiola à Bundesliga, a razão maior para a vitória da Alemanha no Mundial - uma busca por "guardiola alemanha mundial" permite ter uma noção de como essa ideia está disseminada, sendo inclusive defendida por alguns alemães.

Eu simpatizo com o Guardiola, acho-o um grande treinador, mas daí a afirmar que num ano consegue ter tal influência, parece-me não só um exagero, mas até mesmo uma falta de respeito, para com, por exemplo, o Joachim Löw, que comanda a selecção há uns seis anos - e com resultados que só não foram melhores, unicamente por causa da Espanha.

Espanha, essa sim, influenciada por Guardiola, assim como o Barcelona, e o Bayern de Munique - em diferentes escalas; porém a primeira teve uma péssima prestação no Mundial; o segundo não fez uma época muito melhor, e o Bayern, apesar de campeão de forma inquívoca, falhou com estrondo na Liga dos Campeões.

É natural que a selecção alemã, em grande parte, "fornecida" pelo Bayern seja influenciada por Guardiola, mas daí a apelidá-la de "Alemanha de Guardiola", parece-me demasiado, considerando a longevidade da actual equipa técnica, e o número de anos que o núcleo de jogadores partilham juntos.

domingo, 13 de julho de 2014

Adrian Lopez - mudar de rumo

A SAD do FCP comunicou à CMVM que contratou Adrian, comprando 60% do passe por 11M€.

Isto é o que se pode chamar de «investir forte e feio» e pode despoletar várias discussões (e vou abordar aqui três). A primeira que me vem à cabeça é sobre a política de contratações da SAD.

No passado muito se constatou (e elogiou) que a prioridade do FCP era gastar muito dinheiro acima de tudo em jogadores jovens com alta margem de progressão. Ora ao contratar um jogador de 26 anos avaliado (pelos vistos) em 18M€ parece que a SAD está em boa parte a mandar essa linha de rumo às malvas (daí o título deste artigo). 

Aliás, em termos de € por % de passe, esta contratação é, de longe, a mais cara de sempre no FCP (não entro nestas contas com % de passe compradas pouco antes de vender o jogador e muito depois de se o contratar, em que o contexto é completamente diferente - como aconteceu com Hulk e James por exemplo).

Outra linha comum (ainda que não exclusiva, longe disso) na política de contratações da SAD tem sido um fascínio pelo mercado latino-americano. Pelos vistos de uma época para a outra mudaram completamente de ideias e afinal o mercado espanhol é que «está a dar»...

Mas será que isto só acontece porque o treinador é espanhol e, quem sabe, a contragosto da Direção? Bem, nesse caso teríamos também uma inversão na política de contratações, nomeadamente: passar a dar-se prioridade a fazer as vontades todas ao treinador (muito ao contrário do que é tradição no Dragão).

Mas adiante. Outra discussão (e que mais interessa ao adepto comum) aborda as implicações desportivas desta contratação.

Parece-me mais ou menos claro que isto implica que Jackson estará de saída. Não me passa pela cabeça que Adrian venha para ficar no banco, nem tampouco que seja para enviar Jackson para o banco. A passagem a um 4-4-2 parece-me também muito pouco provável (pelas características de Jackson mas também porque nesse caso não entenderia a vinda de Tello, por exemplo).

Nesse caso será Adrian uma boa solução? Bem, pelo pouco que conheço do jogador tenho dúvidas que justifique o investimento, apesar de lhe reconhecer qualidade; pelas características que lhe conheço, e porque o seu track record não dá lá muita confiança, convenhamos (bem sei que tem andado tapado por grandes jogadores no A. Madrid, mas mesmo assim marca muito poucos golos por minuto jogado - por ex, na última época marcou 3 em 1300 minutos, ou o equivalente a um golo em cada... 5 jogos completos).

Finalmente, a terceira discussão aborda o seu preço.

Sinceramente parece-me sobreavaliado, pela idade e CV (relativamente modesto para o pricetag) que tem.

O que me leva em conclusão ao facto mais saliente desta contratação: o empresário, que dá pelo nome de Jorge Mendes. Bem, dizia-se muito que com uma nova «parceria estratégica» [sic] ele nos ia fazer grandes favores, mas ao olhar para o preço deste jogador vs. CV fico na dúvida sobre quem anda afinal a fazer favores a quem... (já a contratação de Lopetegui não me tinha parecido ser um «favor» - não estamos a falar propriamente de um treinador conceituado com meia Europa à perna...).

Bem, em jeito de remate constato o óbvio: desejo a Adrian Lopez toda a sorte do mundo, que bem jeito nos dava!

sábado, 12 de julho de 2014

"Obituário" do Dia

Pior que perder 7-1, é perder 7-1 e não poder ir logo para casa - ter de voltar a um estádio poucos dias depois, é como esfregar sal na ferida. Mas tens de aproveitar, "Flipão", porque é provavelmente o último dessa fraude a que chamas carreira.

"Pode-se enganar poucas pessoas durante muito tempo; pode-se enganar muitas pessoas, por pouco tempo, mas não se pode enganar toda a gente, todo o tempo."

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Nota 15


O que está a dar é o mundial que tenho seguido com particular atenção. Porém, estou mais interessado no FCP, na próxima época e em alguns escritos que têm saído sobre o momento do clube. Vou participar nesse debate, desorganizadamente.

Vítor Baia, Fernando Gomes, João Pinto, Jaime Magalhães e Domingos, não passaram pelo crivo do empréstimo; a maioria dos jovens jogadores (por essa altura) teve que cumprir noutros clubes uma fase de transição até regressar ao FCP. Perdemos André Gomes como no passado Pedro Barbosa. O FCP tentou promover alguns jogadores, como Postiga e Sérgio Oliveira, em tempos diferentes. Também, com Ivanildo, Paulo Machado, Vieirinha ou Hugo Almeida. Saíram e não deixaram saudades, pelo que me apercebi. Recrutaram-se jovens promessas portuguesas que servem de chacota para muitos porque não corresponderam às expectativas; só na época passada: Josué, Tiago Rodrigues, Licá e Ricardo constituíram-se como exemplo disso. Sentença: o FCP não tem prospecção, escolhe mal e paga caro.

A formação é uma espécie de D. Sebastião da bola: sempre que a coisa corre mal, no FCP ou na selecção, toda a gente se vira para ela, emergindo como uma personagem saída do nevoeiro, para preparar a redenção do futebol; os directores dos clubes são eleitos como os principais responsáveis pelo défice, por interesse próprio. Os estrangeiros são mais lucrativos, acusa o pessoal. Que os jornalistas e os adeptos o façam, percebe-se, porque não se tem produzido valores de qualidade suficiente nas nossas oficinas e, desse facto, resulta um sentido de desperdício, pronto a esquecer logo de seguida ao próximo êxito, e a ressuscitar imediatamente após o próximo insucesso. Tem a palavra a FPF que deve ser o motor da mudança. A palavra aos técnicos. Espero que não se fiquem por lugares comuns e “no olha para o que digo, não olhes para o que faço”, como fez há uns dias VP na TV.

Portugal é um país pequeno e avesso a praticar desporto e ao exercício físico. Tem, segundo penso saber, o triângulo invertido no que concerne à distribuição etária da população que pratica futebol, inscrita federativamente. Estes são dados estruturais. Mas há outros. A obrigação de chegar a resultados desportivos que garantam receitas compatíveis, a obrigatoriedade da presença na CL para engrossar os proveitos e a fragilidade dos vínculos contratuais, face à pressão que os jogadores fazem para fugir quando estão em alta, apelam a um tipo de gestão imediatista ou de curto prazo que obviamente acarreta muitos inconvenientes na sustentabilidade do negócio e da coesão dos grupos. Cada época é um calvário. Este circo aborrece. Não me revejo nesta fúria, mas sigo a par e passo, esta prática que se vem entranhando no panorama futebolístico. Alguma vez, teremos de arrepiar caminho, mas não creio que se regresse ao passado. O futuro é incerto, o que não o é?

Para explorar e criticar o presente nada melhor que cantar loas ao passado. Fica bem e melhora o perfil de quem acusa. Mas, no passado, cometeram-se erros: fiquei indignado quando exportámos Rui Barros para a Juventus; nessa época batemos no fundo e não apenas pelo recrutamento de Quinito para treinador, para sossegar (em parte) os detratores de Ivic que defendiam que não jogávamos bem e que, por isso, tínhamos de mudar. Relativamente às escolhas dos treinadores por este ou aquele jogador, lembro que Bobby Robson não hesitou em sentar Domingos (vindo da formação) para colocar no eixo do ataque Yuran (raptado ao SLB) na mesma semana em que foi recrutado pelo FCP. Não houve drama. E Domingos acabou por tomar o lugar e tornou-se imprescindível, porque tinha muita qualidade. Lamentavelmente, a nossa formação não tem produzido jogadores de futebol com qualidade, ultimamente. Nem alma se nota nas equipas de formação.

Velho como sou, aprecio a estabilidade, a segurança no emprego e os jogadores como fazendo parte de um futebol mais romântico em que o amor à camisola deveria contar; por isso, acolho estas novidades que o negócio atrai, com natural desconfiança. No FCP gostaria que houvesse práticas mais transparentes e dirigentes irrepreensíveis. O futebol mudou: não é do clube, é de uma sociedade anónima desportiva. Nas actuais circunstâncias, estou de acordo com o plano do FCP SAD para a próxima época. Aceitei muito bem a escolha do treinador, o empréstimo do Tozé (eleito à condição de mártir), o recrutamento de um guarda-rede e o que vou lendo sobre a época de 2014/15. Desagrada-me não haver uma adequada blindagem, relativamente aos alvos que o FCP pretende contratar. E são tantos!? Que orgia! A indefinição da formação do plantel, que pode arrastar-se até ao final de Agosto, é mais um elemento indesejável na constituição da equipa. Aumenta a incerteza e a CL tão perto. Esta época, estou prudentemente confiante. Dou nota 15 ao programa. A revisão segue dentro de momentos.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Scolari segundo o representante de Neymar

Wagner Ribeiro, representante de Neymar, no Twitter

Depois disto, fico à espera que os defensores do "Filipão" (portugueses e brasileiros) digam alguma coisa...

terça-feira, 8 de julho de 2014

Senhora, porque me abandonaste?


Tirar de letra


Apesar de uma política de compras, até ao momento, de difícil compreensão (mesmo que os "emprestados" resultem em cheio, o que deles restará daqui por um ano?) e do inacreditável empréstimo/venda de Tozé, é no entanto verdade que Lopetegui tem dado, aqui e ali, sinais de que não se trata de um treinador qualquer.
A instalação da torre para filmagem dos treinos e as suas palavras aquando do primeiro dia de trabalho e também durante a festa de apresentação dos equipamentos, mostram um técnico que não vai nem pelo óbvio nem pelo caminho mais fácil. Existe ali uma profundidade, uma não-banalidade, que esperemos que dê os seus frutos.

Seguiu-se a mão paternal no ombro de Kelvin, na imagem mais marcante e simbólica, até ao momento, da presente pré-temporada. Lopetegui sabe ou acabará por descobrir, que não é "letra" que o FCP precisa do pão para a boca de jogadores que não fujam nem se escondam, comodamente, durante as partidas mesmo que, oh juventude!, exagerem algumas vezes.

Madjer era acusado de ser individualista, Domingos era "brinca-na-areia", Hulk levava muitas vezes a bola para casa e Quaresma, então, basta ainda passar num qualquer Domingo destes pelo Dragão...
E, no entanto, são eles o melhor que o nosso futebol tem.
Kelvin não joga tanto como qualquer um deles e, provavelmente, nunca o fará mas tem a dose divina de "loucura" de, ao minuto 92 de uma partida de vida ou morte, não passar para trás nem para o lado.
Jogadores destes são para guardar e acarinhar.

Perigosos, pelo contrário, são aqueles que parece que não matam uma mosca e, de um momento para o outro, agora sim num acto de loucura sem aspas, entram com o pé a matar e com isso atiram para o lixo o trabalho de meses dos colegas e partem também os sonhos aos adeptos.

Mister, estas sim, são as "tonterias" a que é preciso estar atento.

domingo, 6 de julho de 2014

Liga 2014/2015: o calendário do FC Porto

I Liga 2014/2015 - Calendário do FC Porto:
1ª jornada: Marítimo (C)
2ª jornada: Paços Ferreira (F)
3ª jornada: Moreirense (C)
4ª jornada: Vitória Guimarães (F)
5ª jornada: Boavista (C)
6ª jornada: Sporting (F)
7ª jornada: SC Braga (C)
8ª jornada: Arouca (F)
9ª jornada: Nacional (C)
10ª jornada: Estoril (F)
11ª jornada: Rio Ave (C)
12ª jornada: Académica (F)
13ª jornada: Benfica (C)
14ª jornada: Vitória Setúbal (C)
15ª jornada: Gil Vicente (F)
16ª jornada: Belenenses (C)
17ª jornada: Penafiel (F)

Algumas observações:

O FC Porto começa e termina o campeonato em casa.

Nas primeiras cinco jornadas, o FC Porto joga sempre num raio de 50 Km do Porto.

Em termos teóricos, o primeiro jogo de grau de dificuldade elevado surge apenas a 28 de Setembro, na 6ª jornada, quando o FC Porto se deslocar a Lisboa para defrontar o Sporting. Esperemos que os dragões entrem em Alvalade com 15 pontos e que, no final do jogo, continuem na liderança do campeonato.

Em termos teóricos, a 2ª volta não vai ser fácil. O FC Porto vai ter deslocações a: Madeira (Marítimo), Braga, Madeira (Nacional), Lisboa (Benfica), Setúbal, Lisboa (Belenenses).

Volta a haver um jogo entre dragões e águias na 30ª jornada mas, desta vez, ao contrário das épocas 2009/2010, 2012/2013 e 2013/2014, no campeonato 2014/2015 não vai haver um FC Porto x SLB na última ou penúltima jornada.

sábado, 5 de julho de 2014

Está tudo doido

Tiro o chapéu à SAD do Estoril; isto sim, é argúcia, é saber montar um negócio sem risco. Será que o Estoril não está interessado no Jackson ou no Reyes? Se pedirem com jeitinho, levam os jogadores e um bónus em dinheiro.

"Com esta contratação, o Estoril encontrou o substituto para colmatar a vaga deixada por Evandro." - não sei se ria ou se chore!

As lágrimas do melhor


Ter o melhor jogador deste Mundial foi insuficiente para a Colômbia superar a equipa anfitriã.

P.S.1 James Rodriguez sofreu quatro ou cinco faltas duras, algumas delas a roçar a violência. Contudo, nenhum dos autores dessas faltas foi punido sequer com um cartão amarelo. E eu que pensava que a FIFA tinha dado instruções aos árbitros para protegerem os melhores jogadores…

P.S.2 No lance do penalty, por que razão o guarda-redes brasileiro, Júlio César, não foi expulso?

P.S.3 Alguém sabe quantas faltas foram cometidas, neste jogo, pela equipa do “Sargentão”? Eu perdi-lhes a conta…

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O futuro essencial da nossa formação nacional

O FC Porto nunca foi uma grande potência nacional em formação de jogadores. Sempre tivemos algumas posições onde fizemos escola (guarda-redes, centrais, sobretudo) mas nunca vivemos à sombra da fama que outros clubes tiveram com os seus "fabulosos" projectos de formação que em muitos casos foram fogos de vista. No entanto, a marca de jogadores à Porto, sobretudo recrutados e formados na região do Grande Porto sempre fez parte do nosso ADN, particularmente após a chegada de Pinto da Costa à presidência do clube. O FC Porto quer ter os melhores, seguramente, mas também quer - ou melhor, queria - ter os melhores no espaço físico que mais depressa se identificava com o clube. 

Foi com essa politica desportiva que se trabalhou muito e bem durante os anos oitenta. O FC Porto tinha uma excelente equipa de olheiros espalhados pelo país mas concentrados essencialmente na região Norte. Os jogadores estrangeiros que aterravam nas Antas eram, quase sempre, recomendações de empresários e não fruto do trabalho de prospecção. Foi graças a isso que as camadas jovens dos Dragões se encheram de jovens promessas que marcaram a geração do Penta, a dos Vitor Baía, Fernando Couto, Jorge Costa, Jorge Couto, Rui Filipe, Domingos Paciência, António Folha, Rui Jorge, Paulinho Santos que sucederam aos André, Jaime Magalhães, Fernando Gomes, Rui Barros ou Lima Pereira de outras eras. 
Esse modelo de gestão, complementado por alguns dos melhores jogadores estrangeiros da liga (os Drulovic, Zahovic e companhia) e alguns estrangeiros de grande qualidade como apostas certeiras da direcção (de Kostadinov a Jardel) funcionou até ao virar do século em que o abandono da formação se tornou evidente. Desde o ano 2002 que o FC Porto deixou de produzir jogadores de elite para passar a ser exclusivamente uma marca de importação. Primeiro de consumo nacional no biénio de José Mourinho (Maniche, Paulo Ferreira, Nuno Valente, Bosingwa, Raul Meireles, César Peixoto, Ricardo Fernandes, Pedro Mendes) para depois passar a ser exclusivamente um projecto de consumo externo. Desde 2002, quando Hélder Postiga se estreou na primeira equipa, os jogadores da formação quase que se tornaram personas non gratas para o Clube. 
Seguiu-se, brevemente, Hugo Almeida e Bruno Alves, hoje já instalados na casa dos 30, e depois as sucessivas gerações desaproveitadas dos Bruno Vale, Zé António, Ivanildo, Vierinha, Paulo Machado, Hélder Barbosa, Candeias, Ventura e companhia.

Qualidade pobre dos jogadores, poucos minutos na equipa A, predilecção por estrangeiros de qualidade duvidosa, falta de trabalho competente na base?
Tudo está certo e ainda sim tudo é manifestamente insuficiente para explicar a razia de jogadores da casa na primeira equipa. A criação do Projecto Visão 611 deveria servir para mudar a situação mas acabou por piorar ainda mais o esquema. Enquanto o Sporting se consolidava internacionalmente como a "cantera" por excelência do futebol português e o Benfica ia, pouco a pouco, "recrutando" alguns dos melhores olheiros e técnicos do Sporting para desenvolver o seu projecto, no Olival tudo continuou na mesma. Paralelamente o clube tem investido bastante em recrutar jovens promessas sub-18 espalhadas pelo Mundo. 
Sul-americanos (Kelvin, Victor Garcia, Caballero, Roniel, Elvis, Lichnovsky), europeus (Pavlovski, Djim, Johanssen) e africanos (Ba, Atsu, Mikel, Kaymbe) foram sendo integrados aos escalões de formação e à equipa B. Ainda nenhum com resultados excepcionais mas que dão conta de uma clara tendência de gestão. Parece-me, desde já, uma aposta extremamente inteligente da SAD. 
Não há dinheiro para continuar a gastar recorrentemente mais de 10 milhões de euros em Reyes, Herreras, Alex Sandro, Danilos ou Mangalas eternamente e fintar um mercado cada vez mais caótico e lotado de candidatos que oferecem melhores condições do que nós (o caso Bernard é exemplar) e descobrir essas promessas uns anos antes pode supor um desembolso infinitamente menor e um lucro desportivo e financeiro maior a médio prazo. É uma aposta sensata, inteligente e que seguramente dará frutos no médio prazo. Mas é insuficiente. 

O FC Porto não deve nem pode continuar a negligenciar o que devia ser o seu mercado primordial, o nacional. Num país capaz de produzir de forma surpreendente jogadores de elevada qualidade para a sua percentagem de população e atletas federados, Portugal é cada vez mais um mercado apetecível lá fora. Há olheiros de clubes franceses, italianos, ingleses e espanhóis a pescar futuros internacionais portugueses entre os 15-18 anos. Jogadores que podiam perfeitamente estar na nossa formação e que, inexplicavelmente, não estão. 
Bruno Fernandes, Marcos Lopes, Edgar Ie, Ruben Vezo são apenas exemplos de uma tendência crescente no mercado europeu. Paralelamente, enquanto é aceitável que seja difícil (e caro) recrutar atletas ao SL Benfica e Sporting, continua a não ser lógico que emblemas como o Vitória de Guimarães (Paulo Oliveira, Josué, Ricardo), Sporting de Braga (Rafa), Nacional da Madeira (Miguel Rodrigues) ou Maritimo (José Sá, Danilo) sejam capazes de produzir com regularidade jovens promessas e que esses jogadores escapem aos olheiros do FC Porto.


Tendo em conta os futebolistas portugueses que podem singrar na próxima década entre aqueles que contam com mais de 15 anos actualmente, o FC Porto conta com muito poucos. Rafa, Tozé, Tomás Podtawski e Gonçalo Paciência são as nossas melhores perspectivas de sucesso. Quase nenhum teve ainda minutos na primeira equipa nem convocatórias acumuladas. O Sporting pode apresentar, na mesma geração, jogadores que vão desde Ricardo Esgaio, Bruma (já transferido), João Mário, André Martins, Tobias Figueiredo a Alexandre Guedes, e o Benfica a Bernardo Silva, André Gomes, João Cancelo, Ivan Cavaleiro, Bruno Varela ou Nelson Oliveira.
Muitos desses jogadores entraram nos escalões de formação dos respectivos clubes entre os 14 e 16 anos, tendo antes feito a formação em clubes onde os olheiros do FC Porto se podiam ter antecipado. André Gomes e Alexandre Guedes são casos ainda mais paradigmáticos. O primeiro passou pela formação azul-e-branca e foi dispensado. O segundo foi recrutado aos 15 anos pelo Sporting do Arcozelo de Vila Nova de Gaia, o mesmo concelho onde a equipa treina. Ter olheiros no Grande Porto - ou na Grande Lisboa - não deveria supor nenhum gasto particular para os cofres do clube e em contrapartida poderia reproduzir significativos lucros futuros. Ter um onze titular futuro com jogadores formados em casa tem vários aspectos positivos. Máximo lucro em vendas, maior prestigio internacional na formação, cimentar uma cultura de balneário local que ajuda a integração das contratações estrangeiras que foi perdido com as saídas de Bruno Alves e Raul Meireles e jogadores formados localmente em número suficiente para garantir a inscrição constante de 25 jogadores nas provas da UEFA.

Não se trata de maior ou menor bairrismo, de querer uma "sportinguização" do FC Porto ou de deixar de apostar naquele que tem sido o core business da SAD de forma compulsiva. Trata-se de reinventar uma fórmula ganhadora, algo que a SAD já está a fazer com a sua aposta em sub18 estrangeiros. O que não me parece lógico é que o maior clube português, que graças ao sucesso obtido nos últimos trinta anos tem agora adeptos espalhados por todo o território nacional e milhares de miudos desejosos de vestir a camisola azul-e-branca, continue a negligenciar de forma tão evidente a prospecção e o treino da sua própria formação nacional. O futuro do futebol português não é tão negro como os catastrofistas pintam e não é motivo para o clube abandonar totalmente a prospecção local por outros (e interessantes) mercados. Ter um onze nos próximos sete anos competitivo com meia dúzia de jogadores portugueses é perfeitamente possível. Como também o é com jogadores formados em casa se esses forem recrutados antes que os nossos rivais e directamente em clubes com um bom trabalho na área. Ter um novo Ricardo Carvalho, Rui Barros, Domingos Paciência ou Vitor Baía não é só altamente desejável. É também possível. Basta fazer as coisas bem!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

SMS do dia

Depois do jogo de ontem à noite entre a Bélgica e os EUA, se houver americanos que viram o jogo e mesmo assim continuam a achar que o futebol é um desporto pouco interessante (para os espectadores)... então são mesmo um caso perdido. Isto foi entretenimento no seu melhor!

terça-feira, 1 de julho de 2014

O bom e o mau negócio (versão de Ramadão)

Um jogador que tem estado muito bem neste Mundial é Slimani, titular indiscutível na boa seleção argelina, relegando Ghilas para o banco. Ontem voltou a fazer uma boa exibição (embora não tão boa como nos jogos anteriores, na minha opinião).

Este jogador foi contratado pelo SCP há um ano a um clube argelino, alegadamente pelo valor de 400mil euros, o que corresponde a um negócio das mil e uma noites. Pouco antes o FCP tinha gasto 3,8M€ em 50% do passe de Ghilas (excluindo comissões e outros encargos) - «um pouco mais» do que o SCP pagou por Slimani. Imagino o que o palhaço presidente do SCP se deve estar a rir... (mas de certeza que já não se está a rir com a situação financeira global do SCP, já agora).

Há aqui várias coisas a reflectir.

Desportivamente, achei na altura que a aposta em Ghilas para 2a opção no banco era uma boa aposta (como aqui escrevi em artigo). E um ano depois, continuo a ter exactamente a mesma opinião dele (mas já não estou convencido que fiquemos bem servidos com ele a titular com uma saída de Jackson - acho que pode lutar pela titularidade ou ser ao menos substituto útil, isso sim, mais... não sei não). Aliás, o seu desempenho na época finda foi totalmente dentro do que eu esperava (e ainda tem a desculpa extra do treinador que tivémos...).

Mas tal como também aqui escrevi em artigo, considerei que seria uma boa contratação se tivesse custado uns 3M€ (por 100%...) como se falava na altura, e como seria de esperar para um jogador saído de um Moreirense (que ainda por cima tinha descido de divisão). 3,8M€ + comissões oficiais e outros encargos por 50% é quase o triplo... fazendo com que ache que não foi uma boa contratação, mas sim medíocre. Há quem considere normal que tenhamos pago isso, eu não acredito em histórias da Carochinha e acho que a história ficou muito mal contada. Mas adiante.

Tanto quanto se sabe, o SCP virou-se para Slimani após falhar a contratação de Ghilas. Terá tido portanto alguma «sorte», mas como diz o outro a sorte dá muito trabalho: afinal de contas porquê Slimani, e não outro gajo qualquer de outro campeonato qualquer? Alguém viu valor no jogador. Recordo que o CV de Slimani era de facto modesto, nunca tendo jogado fora da Argélia e tendo feito apenas meia dúzia de jogos pela selecção, tendo ele já 24 ou 25 anos na altura.

Com o CV que Slimani tinha, confesso que se o conhecesse (e não o conhecia) eu não o teria preferido a Ghilas para 2a vaga a avançado no plantel (principalmente porque este último já estava adaptado à Europa e mais especificamente a Portugal). Mas por 400mil euros e tendo em conta que não estávamos a nadar em opções para avançado sob contrato, longe disso, se houvesse indicações positivas porque não apostar nele como 3a opção, ou até mesmo empréstimo ou equipa B inicialmente. Temos gasto muito mais do que isso só em jogadores para a equipa B, carago, e coleccionado contratações em outras posições muito menos carentes (como médios).

Ora será que o SCP tinha indicações positivas que o FCP não tinha? E nesse caso, terão eles melhores olheiros no norte de África (e não posso já agora deixar passar em claro que temos um grande portista como treinador há muitos anos na Argélia, de seu nome Rabah Madjer, que tanto quanto sei tem muito boas relações com PdC)?

Ou será que o Slimani tinha o empresário errado (ou, visto de outra forma, os nossos empresários privilegiados não o conheciam)?