segunda-feira, 28 de julho de 2014

Muita pedra para partir



Quem esperava um FCP dominador, enganou-se. Se na primeira parte tivemos mais bola, raramente chegámos à baliza. Algumas boas jogadas, mas notou-se as dificuldades habituais de sair com a bola na primeira fase de construção e o recurso do passo para o lado e para trás foi excessivo. Um modelo que nos enfastiou nas épocas passadas. Foi um jogo muito combativo e os franceses mostraram serviço e empenho. Muita pressão em todo o campo,  que raramente se conseguiu ultrapassar com qualidade. Nesse período gostei muito de Óliver Torres e do miúdo Ruben Neves que desenharam os melhores momentos do primeiro tempo.

No segundo tempo, entraram muitas figuras novas e a equipa não melhorou: criou duas boas oportunidades, mas a organização do jogo deixou muito a desejar. A equipa perdeu segurança, circulou a bola com pouca lucidez e praticamente não se ganhou um duelo individual. Das novas vedetas não retirei qualquer nota positiva. Valeu-nos Fabiano que esteve muito bem. Os laterais não conseguiram subir, os alas não romperam e o Saint Etienne foi demasiado forte para este FCP. Muita disponibilidade física, muita entreajuda e um contragolpe sempre muito bem ensaiado pelos franceses que nos criaram muitos apuros. Saí algo desiludido, nomeadamente pela  segunda-parte que foi muito fraca. Maicon foi uma boa surpresa.

Por momentos, jogámos com três centrais e foi a confusão total. Gostaria que o FCP tivesse mostrado mais competência e que os novos recrutas me entusiasmassem. Mas, não foi assim que aconteceu.
As expectativas estão, agora, em linha com o nível deste ensaio. Não dá para cantar loas, não serve para anunciar o funeral. Mas, a tarefa vai ser dura. Não valia a pena assobiar. Mas, os adeptos que encheram o Dragão mereciam mais. Mas, atenção, os franceses jogaram muito bem e aparentemente estão num estádio superior da preparação.

A CL segue dentro de algumas semanas. Ainda não desisti de ter esperança que a coisa corra bem. Mas a equipa tem de melhorar muito. Menos conversa e mais trabalho, recomenda-se.

16 comentários:

rbn disse...

Eu pra já contratava hoje mesmo o nº 21 dos franceses, aquele do cabelo esquisito.
Se ele realmente joga aquilo tudo que jogou hoje, o problema de centro-avante tava resolvido.

Voltando ao FCP, era difícil ter qualquer futebol coletivo organizado com gente que foi contratada na 2ª. 3ª, 4ª e 5ª feira da semana passada.

As duas formações, a da 1ª e a da 2ª parte, nunca jogaram juntas, era pedir muito para termos um mínimo de coletivo.

Com 3 defesas, piorou ainda mais, pois no meio-campo era uma buraco gigantesco, não tinha lá ninguém e a tática parecia 3-0-7...

O preparo físico também não anda lá grandes coisas, mas o 1º 11 inicial me agradou...

Se eu fosse o Lope The Guy, definia o 11 inicial com Danilo, Maicon, Indi e Alex; Casemiro, Herrera e Quintero(Oliver); Quaresma, Jackson(Sami) e Tello.

Se sai Jackson, eu trocava para 4-4-2, com Herrera e Casemiro à frente da defesa, Quintero( Adrian) à direita, Oliver( Carlos Eduardo) à esquerda e Quaresma e Tello como dupla de ataque.

Mas como não sou Lope The Guy, a ver vamos...

Unknown disse...

Gostei do jogo que Porto fez. Acho que o Saint Ettiene foi um teste muito bom. Foram muito competitivos todo o jogo e colocaram grandes dificuldades em todos os sectores. Não foi o jogo ideal para apresentar a um estádio cheio. Gostei do estilo de futebol, embora faltassem oportunidades de golo e faltasse muita profundidade.
À parte do jogo, este Porto entristece-me por não ter (ainda) um ou dois líderes de balneário e dentro de campo, aqueles jogadores com a mística do Porto, aquela atitude contagiante, aquele carisma e que unem os adeptos ao clube. Não há Luchos, Bruno Alves, Jorge Costas, Moutinhos, Heltons....Talvez Maicon se torne esse jogador. Talvez. O Porto está a montar uma boa equipa, mas para já parece um clube que deixou entrar espanhois estranhos em sua casa. Talvez esteja errado e tenha sido o jogo de Deco e daquela geração de ouro na sexta feira que me tornou nostálgico.

Pedro ramos disse...

Nao me surpreendeu o jogo que o Porto fez. Quem pensa que formar uma equipa é só juntar nomes nao acompanha futebol a sério.
Mesmo que Lopetegui se revele um bom treinador (e isso ainda está por provar) os primeiros meses vao ser muito duros, ainda para mais porque a revoluçao, no meu entender, está a ir longe demais, chegando demasiados jogadores de "para-quedas" sem qualquer relaçao/afinidade com o clube e sem referencias na equipa que os possam enquadrar, tornam o trabalho do treinador ainda mais dificil.
Preocupa-me também que os adeptos nao estejam minimamente sensiveis a este facto e começem a assobiar a equipa logo no jogo de apresentaçao (para além dos comentários que ouvi no estádio) o que prenuncia falta de compreensao se as coisas nao começarem a correr bem desde o inicio. O que acontecerá se falharmos o acesso à liga dos campeoes? Iremos voltar as costas à equipa?

Este jogo, também reforçou as minhas preocupaçoes com este modelo de jogo, com um bloco muito subido, sem um nº6 puro como Fernando e muito espaço nas costas dos DC em que nenhum deles é particularmente rápido, num campeonato em que 99,9% das equipas vao jogas com um bloco baixo em contra-ataque...

PS. Volto a dizer que ficar com Sami em detrimento de Ghilas é das piores decisoes que me lembro nos últimos anos (considerando que foi uma decisao técnica), mesmo sendo previsivel a contrataçao de mais um avançado para o banco.

DC disse...

Só no Dragão é que se vê disto, a equipa assobiada num jogo de preparação. Enfim, gente ridícula, que pelos vistos cada vez é em maior número.

Quanto ao jogo, normal para quem ainda praticamente não fez um treino com os novos jogadores todos juntos. A única má impressão com que fiquei foi da forma de defender as bolas paradas.

Pyrokokus disse...

Não era previsível que o FC Porto estivesse a praticar um bom futebol a esta altura. Muitas mudanças no plantel e na equipa técnica precisam de tempo para amadurecer processos e verificar quais são os pontos fortes e os fracos.
Neste momento considero preocupante os espaços que a defesa/ meio campo dá aos adversários nos processos defensivos, pois considero que as equipas se devem começar a construir da defesa para a frente. De certeza que vai melhorar, mas era o ponto que contava que estivesse mais adiantado.

No entanto já se nota algum trabalho no desenvolvimento de jogadas de ataque, coisa que na época passada nunca assisti.

O adversário não veio passear e apresentou-se bem fechado, pressionante e sem dar espaços nem presentes aos da casa. Bastante profissional.

De resto parece-me que a equipa tem potencial para fazer uma boa época.

Luís Vieira disse...

Depois do chorrilho de reforços de nomeada, havia muita gente à espera de uma goleada e de futebol-espectáculo neste jogo de apresentação. Naturalmente, não aconteceu. O Saint-Étienne está mais adiantado na preparação, porque o campeonato francês começa uma semana mais cedo e, nestas alturas, isso faz-se notar. Mostrou-se uma equipa muito organizada, compacta e a sair bem para o contra-ataque. O Porto, pelo contrário, embora munido de matéria-prima de qualidade, ainda é uma amálgama pouco ligada de jogadores. Na primeira parte houve alguns bons sinais, designadamente a vontade em preservar a bola, o envolvimento dos laterais e a defesa subida para aumentar a pressão ofensiva. No entanto, houve, em contrapartida, um certo défice físico, quiçá provocado pelo estágio na Holanda, que não permitiu manter com qualidade aqueles bons princípios (no Adrián, por exemplo, foi evidente, não podia com uma gata pelo rabo). Na segunda parte, com as mexidas, a situação tornou-se um bocado caótica e foi notória a falta de entrosamento de jogadores recém-chegados (Brahimi, Casemiro, Tello, etc.), que, no futuro, deverão ser muito importantes. Do ponto de vista individual, destaque para Fabiano (um punhado de boas defesas a responder à potencial contratação de um novo guarda-redes), Maicon (excelente sentido posicional, muitos cortes providenciais e "dobras" aos companheiros de sector), Rúben Neves (muita personalidade de um miúdo de 17 anos que jogou pela primeira vez no Dragão e não tremeu, pelo contrário, jogou descomplexado e fez jogar) e, por último, o maior destaque - Óliver Torres (mostrou aquilo que já lhe tinha visto ao serviço do Atlético: técnica, visão de jogo, capacidade de passe, velocidade de execução, enfim, um craque em potência). Sem dramatismos (e assobios), e como diz o título do artigo, há muita pedra para partir, muito trabalho a fazer e espero que, com o tempo e a gradual integração dos reforços, a coisa vá ao sítio. Aqui e ali já deu para ver bons pormenores de cada um deles, mas isso não basta: precisa-se de um colectivo.

Costa disse...

«Das novas vedetas não retirei qualquer nota positiva»

O Oliver já cá estava o ano passado, ou não é vedeta ?!

DragaoMinho disse...

Acho que todos os Portistas que percebem alguma coisa de futebol entenderam que ontem foi mais um jogo de preparação com uma equipa numa fase de preparação mais avançada!!
O que não entenderam os "assobiadeiros" é que o Lopetegui esta-se nas tintas para lhes agradar e que de futebol percebem zero!
Ontem nem sequer deu para perceber qual será o onze base da equipa, percebeu-se algumas ideias de jogo, fora isso deu para ver os novos jogadores em campo!

Jorge Vassalo disse...

Caros Reflexionistas,

Devo dizer que estou um pouco espantado com o pessimismo reinante na bluegosfera. Talvez porque foi a primeira apresentação a que fui, posso não ter termo de comparação, mas devo dizer que gostei do que vi.

Achei muito bom que Lopetegui não quisesse desperdiçar uma oportunidade boa de estudo e de trabalho a agradar a massa adepta pura e simplemente.

Achei sábia a forma como ele dividiu os grupos - tirando Evandro que me preocupa não ter minutos - e achei fantástico que ele tivesse testado soluções de jogo limite.

Achei que Fabiano está muito mais sólido, Maicon está um pilar, Danilo deu um salto gigante de qualidade, Ruben Neves não parece ter 17, Oliver quando tiver entrosamento com os colegas vai ser um Juggernault, bem como Brahimi e Tello, e que as soluções que temos a extremos são muitas e de boa qualidade - incluindo as que ontem estiveram a Ponta de Lança que não acho que sejam, como Sami e Adrián. Falta-nos PL, Casemiro tem de melhorar a forma, Bruno Martins Indi deve jogar no lugar de Reyes e Alex Sandro precisa de concorrência ONTEM.

Mas acho que há muita e boa margem de progressão, ADOREI que Lope se estivesse a borrifar para os assobios ridículos e patéticos de gente que tem tanto de Portista como eu de 5lb.

Temos, no meu entender, um treinador forte, consciente e que sabe, que a solidez leva tempo.

E, icing on the cake, vi um Capitão Quaresma que está comedido, partilha bola e deixa que os outros joguem também. Repararam que ele não marcou tudo-o-que-havia-para-marcar?

E quem não achar que o 11 verdadeiro vai ter mistura das 2 equipas apresentadas levante o braço.

Obrigado.

Orgulhosamente Porto!

RS disse...

Não podemos criticar e gozar os outros quando se afirmam como campeões da pré-época e depois desatarmos a assobiar a nossa equipa quando empatamos um jogo de preparação em casa.
Independentemente da exibição de ontem, estamos a 3 semanas do inicio oficial da época. Por mim podem perder até lá todos os jogos de preparação, se isso servir para afinar a máquina e entrar a todo o gás quando as coisas forem a sério. Relembro que nem com o Villas-Boas houve uma pré-época de encher o olho e ao primeiro teste real na Supertaça, foi o que se viu.
Para já é prematuro tirar conclusões a não ser que o plantel está claramente enriquecido em quantidade e qualidade. Tenha agora o Lopetegui arte e engenho suficientes para montar o puzzle.

Unknown disse...

O quaresma não marcou tudo claramente porque o treinador não quer. Porque senão, se fosse por estatuto, nunca na vida um puto de 17 anos ia marcar cantos. E está bem assim, é o normal o treinador decidir essas coisas.Nós é que estava-mos habituados a ter uma barba como treinador.

Unknown disse...

por agora prefiro pensar que há diamantes por lapidar :)

miguel.ca disse...

No ano passado limpamos tudo o que foi de pré- epoca. Cada jogo cada cabazada e andávam os assobiantes profissionais com a passarinha aos saltos que até a Champions limpáva-mos. Depois... bem, depois foi a pior época de que os meus 40 anos de Portismo se lembra.

Nuno Leal disse...

Obviamente, estou a gostar das contratações, incluindo o novo Angel. Apenas duvido de uma, e logo numa área tão importante como a baliza. Fomos de Keylor Navas para Andres fernandez? O benfica conseguirá o Romero? É que este jovem do luta-pela-manutenção-Osasuna é tão arriscado como o Roberto, levou 7-0 do barcelona e do real, fez um enorme frango num livre do CR7, isto só nesta época passada. O fabiano parece mais credível e isso numa equipa como esta não chega para ser uma boa notícia. Quem tem um Tello ou um Casimiro terá de ter um grande guarda-redes. Vamos ver.

RS disse...

Concordo. Não me parece que esse Fernandez acrescente mais à equipa do que o Ricardo, por exemplo. Será um bom 3º guarda-redes, quando muito.
Além disso, o Navas não foi único guarda-redes em destaque no Mundial.Assim de repente, lembro-me do M'Bolhi da Argélia, o Enyeama da Nigéria ou o Ochoa do México (penso que este até está sem clube).

Nuno Leal disse...

Tb gostei muito do M'Bolhi e sobretudo do Ochoa, que acho estranho ainda não ter clube. Admito que a SAD e Lopetegui decidiram apostar no Fabiano e que este espanhol é para colocar pressão nele, a par de quiçá um regresso do Helton. Mas a idade deste já não perdoa, e continuo a achar que tal como o nosso querido Helton por vezes na hora H da champions vacilava, não sei se tudo isto não é areia de mais para a camioneta do Fabiano. Mas de repente, se calhar o Fabiano tinha sido melhor do que o avô Julio César e aí a conversa era outra.