quarta-feira, 22 de julho de 2015

Uma entrevista deselegante e contraditória

Pinto da Costa deu uma entrevista ao jornal El Pais, a partir do Dragão, capitalizando o eco mediático que as primeiras semanas de Casillas no Porto estão a provocar na imprensa espanhola. Nada mais normal e resultado de um bom trabalho do gabinete de comunicação do clube, que tem sabido posicionar-se correctamente nesta onda de "histeria" em Espanha com a saída de Casillas do seu clube de sempre. Não é qualquer dirigentes desportivo estrangeiro que tem honras de video-reportagem no El Pais - com leitores em toda a América Latina em valores muito superiores ao que tem em Espanha - e isso é sempre de saudar como reconhecimento mediático da aposta no guarda-redes espanhol.

A entrevista, em si mesma, teve um pouco de tudo. Pode ser lida aqui na integra.
Houve coisas óbvias - como é natural que haja - houve confissões que interessam mais à imprensa espanhola que a nós (a história Messi vs Ronaldo) e afirmações interessantes. O que houve, sobretudo, foi contradições e deselegâncias que não trazem nada positivo e que espelham bem o distante que está o presidente do Porto da sua melhor versão, aquele autêntico génio mediático que fazia parar o país com cada entrevista que concedia. A idade nota-se, cada vez mais, em cada intervenção, o que não deixa de ser algo absolutamente  natural. Poucos dirigentes se mantêm no activo com esta idade e não parece haver sinais de que Pinto da Costa pare neste último ano de mandato. Talvez seja essa falta de memória ocasional que o passar do tempo provoca ou talvez seja, pura e simplesmente, uma acção deliberada e selectiva. Isso é algo que cai no campo da imaginação pessoal de cada um, a verdade só ele a tem. E seguramente, não a vai partilhar.

O certo é que Pinto da Costa, nessa mesma entrevista, tocou em alguns pontos relevantes:

a) pela primeira vez, sem piedade, acusou o Benfica de ter sido campeão com erros arbitrais para justificar o ano sem titulo de Lopetegui à imprensa espanhola (essa era a pergunta original). 

Ora, se algo foi criticado, por grande parte dos portistas, foi precisamente a passividade e o silêncio de PdC - e da SAD - ao longo do ano, e como Lopetegui foi forçado a aguentar sozinho o peito às balas. Sair agora, já com a próxima época mais perto que a anterior, a falar num "pseudo estudo" que ainda para mais é pouco realista (o Benfica teve muito mais de sete pontos a mais do que devia) para justificar o que, durante o ano, se calou, é uma contradição. Faltou voz mais critica durante o ano. Criticas a posteriori valem de pouco. Se PdC eestava consciente - claro que estava, estavamos todos - de que o Benfica estava a ser levado ao "Colinho", porque não disse o mesmo durante o ano? Porque é que, desde o Apito Dourado - um tema tocado ao de leve e esquivado - se ouve cada vez menos Pinto da Costa falar dos erros de arbitragem que prejudicam o clube e se deixa os treinadores (como Jesualdo e Vitor Pereira bem sabem) como únicos porta-vozes? Não vale estar calado de portas para dentro para depois ir lá fora dizer algo que, além de ser óbvio, devia ter sido feito internamente. Não foi.



b) PdC por um lado reclamou que sempre está ao lado do treinador e que são escolhas pessoais e por outro deixou cair a alfinetada de que uma equipa com Falcao, Hulk e James só podia ganhar titulos, retirando mérito aos seus treinadores.

Foi uma frase sem qualquer tipo de contexto e que apenas fica mal ao presidente. Deselegante é o minimo que se pode dizer. Jesualdo teve Falcao e Hulk e perdeu uma liga por um escândalo arbitral. Villas-Boas teve os três e ganhou tudo, mas James era ainda um actor muito secundário e sugerir que qualquer treinador tinha feito o mesmo é retirar todo o mérito a um ano memorável. Não faz sentido. Por fim, Vitor Pereira teve Hulk e James mas passou um ano sem avançado e ainda assim foi campeão nacional. PdC pode afirmar isto como desculpando a Lopetegui não ter essas figuras mas nenhum desses jogadores era o que é hoje na altura em que aqui chegaram e deixar no ar a velha ideia que sempre reinou no Dragão de que se ganhavam titulos em "piloto automático" entra em contradição com a velha politica de escolher treinadores a dedo. Ou se escolhe treinadores porque se acredita na sua valia e competência ou se acha que qualquer um é capaz de ganhar e então não há mérito na eleição, a tal ponto de a mesma ser catalogada de ser "indiferente".
Foi Vitor Pereira um treinador indiferente para si, senhor presidente? Foi-o Villas-Boas? Foi-o Jesualdo? Se quiser esclarecer, tomaremos nota!

c) "Caros são os que não jogam!"
Essa frase, lapidar, faz parte de qualquer manual de gestão de grupo. Se só podem jogar 11 e se contamos com 25, convém que parte desses 25 sejam baratos o suficiente para rentabilizar o investimento nos 11. Ter 11 jogadores muito bons só compensa, financeiramente, se podemos permitir-nos ter outros 11 não tão bons mas que cumpram o papel. Ou isso disse Pinto da Costa.

Na prática, não há maior contradição possivel na entrevista.
Pinto da Costa, necessitado de justificar o investimento deste ano tanto no valor de passes - Imbula - como no aumento da banda salarial - Imbula, Maxi e Casillas...de momento - optou por outro salto em frente dizendo o óbvio, é preciso saber gastar bem e, se gastamos muito numas fichas, temos de poupar noutras. O curioso é que o FC Porto tem feito, nos últimos 10 anos, precisamente o oposto. O clube contratou dezenas de jogadores e dessas dezenas uma percentagem altamente relevante, a rondar os 35%, nunca trouxe nada ao clube. Excluímos já dessa lista as apostas que tinham tudo para dar bem e não deram, porque ninguém é infalivel e todos cometem erros. Mas mesmo excluindo esses casos, num clube com os problemas de financiamento do FCP 35% é uma cifra muito significativa. Que o homem que sancionou essa politica - e essas cifras - seja o mesmo que agora a renega como se nada fosse com ele, deixa perfeitamente clara a falta de critério em alguns negócios do clube. O plantel não teve dinheiro para ser investido nos anos pré-Lopetegui (e tanto Vitor Pereira como Paulo Fonseca sofreram isso na pele, ao contrário do espanhol que teve sempre quase tudo o que pediu) mas nesses anos o FC Porto continuou a ir atrás dos Djalmas, Sebas, Sammir, Quiñones, Izmailovs e companhia, continuando a pagar os seus salários durante anos sem nenhum retorno financeiro. Um mea culpa? Não, para quê? Se basta virar o rumo do navio para o lado oposto que ninguém se dá conta que o sol ficou do outro lado. Sempre e quando haja resultados - e o problema, para alguns, tem sido a ausência dos mesmos - tudo vale como politica.

d) o caso Artur Jorge. Felizmente há ainda quem tenha memória. Pinto da Costa saca peito de ter "descoberto" um Artur Jorge que ao "descer" o Portimonense era a escolha mais improvável, dando a sensação de que o FCP foi campeão europeu em Viena por um golpe de asa seu.

Todos os que conhecem a fundo a história do Porto sabem perfeitamente que, desde 1980, que Artur Jorge ia ser treinador do clube. Isso foi seis anos antes de ter sido contratado. Artur Jorge tinha, inclusive, um pre-acordo assinado com Pinto da Costa, a pedido de Jose Maria Pedroto, para tomar conta da equipa, uma vez que o "Zé do Boné", depois do bicampeonato, tinha tomado a decisão de passar a um posto de "Manager" com o "Rei Artur" como treinador de campo. O "Verão Quente" acabou com essa possibilidade. Pedroto, fiel á sua palavra, recrutou Artur Jorge para a sua equipa técnica em Guimarães e quando voltou ao Porto, apalavrou com Pinto da Costa e Artur Jorge que, uma vez que a ordem voltasse a estar estabelecida no clube, o plano original era recuperado. Morais, um treinador querido por jogadores, adeptos e alguns dirigentes, nunca esteve realmente destinado a treinar equipa, e só o agravar da condição de Pedroto o colocou como treinador principal no final da época 83/84. Pinto da Costa sabia que Artur Jorge - até porque Pedroto ainda vivia e nessa altura a sua palavra ainda era "lei" - seria o treinador para 84/85 independentemente do que sucedesse com Morais. Mas a memória não só é selectiva. Também pode ser traiçoeira. O que não retira - porque é impossivel - o absoluto mérito de Pinto da Costa nos seus longevos dias de cem anos

PS: Originalmente a data inserida, no caso do Artur Jorge foi, erroneamente, a de 1980. A mesma foi corregida, a história pertence a esse momento no tempo.

47 comentários:

José Rodrigues disse...

Bem, acho que o Miguel exagera em varios pontos mas no fundamental acho que tem razao: 1) PdC foi deselegante para os treinadores anteriores e 2) foi inconsistente em algumas afirmacoes.

Ele lá saberá porque é que quis ser deselegante para os treinadores anteriores.. A bem dizer acho que nao lhe ficou bem e foi injusto, mas sinceramente isso nao me aquece nem arrefece, os atingidos que se defendam se quiserem.

Mas acho particularmente interessante a forma como tentou defender Lopetegui na epoca passada, nomeadamente dando claramente a entender que tera' havido menos investimento do que em anos anteriores.

Ora nada podia estar mais longe da verdade: nao so' gastámos tanto em passes como nos 2 ou 3 anos anteriores (e muito mais do que se fossemos a recuar mais uns anos) como nunca gastámos tanto em salários, nem pouco mais ou menos (fruto em boa parte dos reforcos que vieram por emprestimo).

Paulo Malheiro disse...

Imagino se isto fosse um blog benfiquista...
Tristeza!
Falou no Palminhas? Voltar a investir em Licás e Josués...
O ano passado o clube que ganhou mais financeiramente foi o Fcp! Desportivamente não o deixaram ser campeão!
Reparem como lá em baixo...o investimento e a torneira fechou!
A época passada com gente a minar o trabalho e a informar o 11 ao adversário?

Pinto da Costa apoiou Duque com a esperança que este tomasse medidas...já que Fernando Gomes mostrou as suas verdadeiras cores! Atentem ao sorteio que será chumbado porque não agrada a um certo clube!

José Rodrigues disse...

De qualquer forma, esta entrevista do PdC pouco me aquece ou arrefece, seja pela positiva ou negativa. Os tempos em q as entrevistas dele tinham uma importância considerável já lá vão.

Mas nao deixa de ser positivo que tenha dado uma entrevista ao El Pais, claro, independentemente do conteúdo.

Unknown disse...

Deselegante foi a forma como por exemplo Vilas Boas se quis ir embora da Cadeira de sonho....
Já com Vitor pereira até pode ter sido deselegante....mas nada que a maior parte dos adeptos na altura diziam.
Eu até sempre gostei do VP.

Relativamente aos planteis... sem duvida que O VP e o AVB com o Hulk só poderiam ganhar.... e etão Falcão e HULK claro...muito mais Facil era.
Nesta próxima época os 3 Avançados que provavelmente jogaram... não fazem tanta mossa como um hulk sozinho conseguia fazer.... disto não tenho duvidas.
Há que utilizar outras armas...



Unknown disse...

Muito gostam alguns portistas de "rezar a missa ao padre". Tende vergonha, vocês ensinam nada a Pinto da Costa. Mesmo "velho" sabe mais disto do que vocês todos juntos.

Miguel Lourenço Pereira disse...

André,

Villas-Boas foi um profissional como qualquer profissional a quem, estando bem no seu trabalho, lhe foi oferecido algo muitissimo superior a nivel desportivo e financeiro. 99,9% (não vou dizer 100% para não ferir susceptibilidades) teria feito o mesmo. Com VP foi, naturalmente, deselegante, mas não é de agora. Uma pena, tendo em conta que foi o último treinador bicampeão nacional pelo clube nos ultimos sete anos!

Luís Vieira disse...

A entrevista é interessante, porque nos traz visibilidade em Espanha, mas não acrescenta nada de especial. O único comentário que me merece tem que ver com a desnecessária desconsideração dos anteriores treinadores. Diz PdC que quando não tem Hulk, James e Falcão, precisa de um treinador como Lopetegui. Ora, o Lopetegui não teve Jackson, Brahimi e Óliver, por exemplo? O investimento não continua alto? Desculpas esfarrapadas não, Sr. Presidente.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Pinto da Costa foi um dos dois maiores presidentes da história do futebol. É um mérito que ninguém lhe pode tirar. Também é um tempo verbal distinto do presente do indicativo!

Luís Vieira disse...

O mais engraçado é que o Vítor Pereira responde hoje à letra nos jornais desportivos, fazendo referência ao alto investimento do FCP e à necessidade urgente de ganhar.

DC disse...

Provavelmente a boca terá sido para o VP. Não consegue engolir o facto de que o grande obreiro desses dois títulos foi o treinador e não ele. Que VP ganhou apesar da direcção e não graças à direcção.
E muito menos consegue engolir que a sua aposta pessoal em PF, com direito a bocas ao futebol de VP, tenha resultado num profundo fracasso e no fim dum ciclo de 30 anos sem um bicampeonato do slb.

Sobra em azia e falta de humildade nesta entrevista o que tem faltado em lucidez. Um dia em que veja a direcção a assumir os erros das últimas duas épocas se calhar veremos o renascimento da cultura de vitória.

Paulo Marques disse...

Pronto, é hoje que o Miguel é atirado aos leões...
Não discordo, mas também não esperava que fosse mais do que uma acção de marketing, por isso tá tudo bem. É pena que continue a desrespeitar o VP, que diz sempre bem do FCP, mas que é que se há-de fazer.

Mefistófeles disse...

Gostaria de dizer que hoje deixo aqui o meu último comentário. Foi um prazer acompanhar este blogue pela qualidade de alguns dos seus comentadores, mas ultimamente não me revejo no blogue e sinto-me revoltado com o nojo que alguns estão a meter. Como gosto demasiado do FCP, sinto que se disser tudo o que penso aqui não só serei ofensivo para gente que se calhar não merece como darei um enorme prazer aos que querem ver os adeptos desavindos e desunidos.

Até sempre, e viva o FC Porto ! Nada mais interessa.

Pedro disse...

"Diz PdC que quando não tem Hulk, James e Falcão, precisa de um treinador como Lopetegui. Ora, o Lopetegui não teve Jackson, Brahimi e Óliver, por exemplo?"

- É que não há, mas não há mesmo qualquer comparação possível entre esses jogadores. Meter Brahimi e Oliver no mesmo saco que James e Hulk.... Meu Deus.

De resto, e acreditando que a entrevista é uma transcrição correcta, não me fio muito nos jornais espanhois, concordo que foi deselegante a forma como menospreza treinadores passados. Mas claramente a saida de VP não foi pacifica, e claramente a equipa de Villas Boas demorará algum tempo a ter uma de valor semelhante no FCP. PC guarda rancores durante muito tempo, é um facto.

Alexandre Burmester disse...

Deixas aqui um certo cheiro a enxofre, Mefistófeles! ;-)

PortoMaravilha disse...

Viva,

Não entendo onde Pinto da Costa foi deselegante ou contradito'rio.

E' uma entrevista dada a um dos jornais mais lidos e mais prestigiados do mundo. Um artigo que contribui para dar dimensão ao Porto.

Não vou comentar os feitos e não feitos dos treinadores passados. Abro apenas uma excepção para a esto'ria de Artur Jorge. A alcunha "Rei Artur" foi divulgada e "solidificada" pelo dia'rio "L'Equipe" apo's a vito'ria de Viena em 1987 e, sobretudo, pela sua contratação pelo Matra Racing, criação artificial do miliona'rio Lagardère: no fundo, a primeira tentativa do que a hoje assistimos com o psg, chelsea, etc. A esmagadora maioria dos so'cios e dos adeptos não era absolutamente nada favora'vel contratação de Artur Jorge que, embora tendo jogado futebol, era visto como um teo'rico, um "fazedor" de palavras.

Tal como va'rios comentadores acima, não compreendo a ana'lise que é feita do artigo do jornal ja' que as palavras de Pinto da Costa que me parecem mais importantes são: "mudança radical". A aposta em Lopetegui é, para Pinto da Costa, uma mudança radical para mudar mentalidades. - para quem não entende a li'ngua espanhola: cambiar significa também mudar...

Porquê essa aposta? Que futuro se desenha no / para o futebol Europeu? Qual o lugar do Porto nesse âmbito? Qual o interesse dos ti'tulos Portugueses senão a qualificação para a Europa...

A entrevista de Pinto da Costa abre inu'meras perguntas. Pena que estas não tenham sido abordadas...

E Viva o Porto

Luís Vieira disse...

Pedro, recorda-se do James e do Hulk nas suas 1as épocas? Tem presente o desempenho do Brahimi, na 1a metade da época, e, sobretudo, do Óliver durante o ano todo? Descubra as diferenças.

DC disse...

Que é como quem diz, ou aceitam tudo o que diz o presidente ou não são do Porto...
Reflexão? Para quê?

Anónimo disse...

Miguel Lourenço Pereira, este é o exemplo mais claro do blogging sem acrescentar alguma coisa a conversa/debate de que tenho memoria. A sua analise é pura e simplesmente demagogia da primeria linha a ultima linha. Estou convencido que ja tem estas criticas e ideias na sua cabeca ha algum tempo e agora teve oportunidade de ajustar a historica para justificar a sua conclusao.

Nao me recordo de alguma vez o PdC nao ter sido cheio de contradicoes. As linhas mestras, pelo contrario sempre foram:
- Formular a missao do porto como o combate ao poder instalado;
- A valorizacao de quem esta no Porto neste momento, nem que seja com o desprestigio de outros que ja nao estao.
- Muito pouco apelo a memoria; claramente algo passado ha mais de 1 ano pouco importa para o que se vai passar a seguir.
- Um discurso que é mais preocupado com o posicionar a luta que ai vem, motivar os que estao no FCP e defende-los qualquer custo.
- Solidariedade sim mas para quem foi sempre fiel, 1 pequena pseudo-traicao e acabou.
- Humor, muito humor. (nao sempre, mas frequente).

Vamos la agora a demagogia, vou lhe mostrar como com os mesmos dados invento uma historinha tao convincente que a sua:

A) - Criticas a arbitragem podem ter sido feitas agora porque vai haver novo presidente da liga, o Vitor Pereira esta nas bocas do mundo e agora sim ha como influenciar decisoes na Liga e na FPF. Gastados os cartuchos antes agora era polvora seca. Ja para nao falar que o novo Diario é caustico o suficiente para mostrar que a estrutura esta a mudar a posicao de passiva para activa.

B) - Vai-me dizer que a equipas como a do AVB com Danilo, Mangala, Fernando, Moutinho, James, Falcao e Hulk nao sao necessariamente melhores que as que temos tido nos ultimos 2 anos? A menos do Jackson e do Danilo que ca esteve os ultimos 2 anos, quem sao exactamente os substitutos dos outros jogadores de calibre mundial? Mande-me la a lista de quem esta ao nivel do Mangala, Fernando Moutinho, James e Hulk. O brahimi nao é o James (pelo menos ainda), o Casemiro estava a leguas de como o Fernando estabilizava a equipa, o Mangala domina fisicamente qualquer adversario e em velocidade era imbativel. Hulk.... bem, nem sei por onde comecar a procurar um substituto, tera sido o Tello um jogador que estamos a reconstruir depois de anos sem jogar 10 jogos e sem confianca?

C) - Sim, caros sao mesmo os que nao jogam porque nao se valorizam nem acrescentam ao projecto desportivo. Podiamos ter tudo jogadores comprados por 15M cada um e ser mais barato que alguns planteis onde tinhamos 25 jogadores com um custo medio de 7-10M e que no fim de contas mais de metade se perde. As vezes mais vale caro e de valor certo que 3 invencoes a pressao onde nenhuma rende.

D) Artur Jorge.... nem sei por onde comecar. A sua descricao parece uma novela. Digo-lhe so isto: Sabe quantos treinadores estao apalavrados para clubes que acabam por nunca representar? Devem todos ter esta experiencia ao fim de uns anos de futebol profissional.

Tenho saudades das analises do reflexaoportista com estatisticas interessantes e dados concretos, com analises aos modelos de jogo, com informacoes que nao vemos na comunicacao social.

Nao tenho qualquer saudade das redes de pseudo-argumentos cheios de demagogia e pressupostos sem sustentacao; redes estas edificadas para tentar justificar uma conclusao que ja se tinha assumido como verdadeira antes da analise.

Claramente muito romance e pouca sustentacao.

Com tantos pontos interessantes como: Conseguiremos agora ter um 442 depois e tantos anos em 443? Vamos conseguir enquadrar tantos jogadores de meio campo? Temos muitos jogadores para o meio campo, mas nao temos um 10 puro para alem do Quintero, havera aqui alguem para adaptar? O que tras alguem com a experiencia do Casilhas a um grupo de trabalho? .... perde-se tempo com isto?









Daniel Gonçalves disse...

Relativamente ao ponto d) tenho a dizer que a versão do Miguel está incorrecta e não corresponde à realidade dos factos. Nunca em 1978 Artur Jorge poderia ser considerado, quer por Pedroto ou por Pinto da Costa, como um futuro treinador para o FC Porto porque ainda era futebolista no Belenenses, e ponderava acabar a carreira como atleta nessa temporada – como aconteceu -, e no ano seguinte realizar o que actualmente designamos por Pós-graduação em Literatura Germânicas (que era a sua formação académica), de forma a valorizar o currículo profissional para encetar definitivamente a vida de funcionário da Direcção Geral de Desportos, que já exercia mas em part-time. Foi com esse objectivo que seguiu para a então DDR, mas entretanto mudou de ideias e acabou por tirar um curso de desporto/treinador de futebol. Regressado a Portugal pediu a Pedroto, que fora seu treinador nos Juniores do FC Porto, para entrar na sua equipa técnica do Vitória de Guimarães, que serviria como uma espécie de “estágio” para um futuro como técnico de futebol. Foi então aí que Pedroto se apercebeu das suas qualidades de liderança e de estratégia, apesar de António Morais ter continuado a ser o braço-direito e principal adjunto do Mestre. No regresso às Antas em 1982 é que Pedroto começou a conjecturar Artur Jorge como um possível futuro treinador do FC Porto e seu substituto. Devido à doença Pedroto não pôde continuar a treinar a equipa, e terá advertido Pinto da Costa que deveria apostar em Artur Jorge como futuro treinador do FC Porto, que teria grande valor, mas não especificando se seria uma aposta de imediato ou num futuro. Qualquer Presidente mais prudente e ajuizado não teria levado a sério o conselho de Pedroto e a priori ninguém, analisando os incipientes resultados de Artur Jorge, consideraria contratá-lo para liderar uma equipa que lutava para ser campeã nacional e triunfar na Europa do futebol, mais facilmente julgariam tal hipótese uma tolice e insensata, que levaria a um desastre desportivo. Portanto mérito de Pedroto em reconhecer qualidades técnicas e antever um futuro promissor em Artur Jorge, e mérito de Jorge Nuno Pinto da Costa em apostar, contra toda a análise racional, nele e correr um elevado risco que também poderia colocar em causa o seu lugar de Presidente do Clube.

Desconheço onde o Miguel foi buscar essa teoria de que em 1978 o Artur Jorge estava “destinado” a ser futuro treinador do FC Porto, quando o próprio ainda não considerava vir a ser treinador de futebol nem era sua a sua primeira alternativa de futuro profissional.

Alexandre Burmester disse...

Daniel,

O Miguel pode estar errado em relação a 1978 - também creio que sim - mas vocês não está mais certo que ele. Em 1980 já estava decidido que o Artur Jorge se juntaria à equipa técnica do FCP na época seguinte, mas o "Verão Quente das Antas" impossibilitou isso. Américo Sá, antes de contratar Hermann Stessl, ainda tentou trazer o AJ, mas este achou por bem não seguir esse caminho. Foi por isso, por já estar indigitado para acompanhar Pedroto no FCP que, na época de 1980/81, após uma "chicotada psicológica" no V. Guimarães, a ele se juntou quando o Zé do Boné foi escolhido como treinador vimaranense.

Alexandre Burmester disse...

«Devido à doença Pedroto não pôde continuar a treinar a equipa, e terá advertido Pinto da Costa que deveria apostar em Artur Jorge como futuro treinador do FC Porto, que teria grande valor, mas não especificando se seria uma aposta de imediato ou num futuro.»

Agora digo eu, Daniel: não sei onde você foi buscar esta teoria! ;-) Eu baseio-me apenas na versão que o próprio Pinto da Costa, logo na altura da escolha, ou pouco depois, deu dos factos: que escolhera Artur Jorge como sucessor a conselho do próprio Pedroto. Nunca referiu que esse conseho era vago e não implicaria necessariamente a sucesão imediata. Claro que, à parte os conselhos de Pedroto, nada impede que Pinto da Costa já tivesse também esse intuito.

Daniel Gonçalves disse...

Considero que classificar, como o fez o Miguel, de contraditório o actual discurso desportivo de Pinto da Costa em contraposição com a postura e o discurso no passado - ou seja desde o início da Presidência - que era cheio de coerência e destituído de contradições um erro e uma análise superficial. Pinto da Costa sempre teve um discurso, e consequentemente uma postura, que possuía as suas contradições, que navegava ao sabor das circunstâncias e do contexto desportivo da altura, se hoje era necessário sustentar uma política desportiva e amanhã fosse necessário abandonar essa política e sustentar outra totalmente diferente tendo como objectivo último, e supremo, a defesa do FC Porto, Pinto da Costa não tinha problemas de consciência nessa mudança. Os «meios» podiam ser contraditórios conforme as circunstâncias e conjunturas, e descartáveis – até porque a realidade exterior em que nos movemos não é estática -, mas o «fim» nunca podia ser susceptível de contradição ou de dúvidas, e esse era tornar definitivamente o FC Porto como um grande Clube a nível nacional e singrar a nível europeu. Evidentemente que um compromisso absoluto e rígido com uma única postura poderia levar a que os inimigos o acusassem de falso e fingidor – dizendo hoje uma coisa e amanhã outra - quando ele mudasse abruptamente de estratégia, portanto nunca se comprometeu com nenhum meio táctico em particular mas manteve uma sempre uma abordagem flexível para possibilitar margem de manobra quando fosse necessário mudar de acordo com o contexto. Porque o seu compromisso foi com o FC Porto e não com a coerência, com a “verdade” ou com a harmonia do futebol português, para triunfar teria de quebrar o status quo do desporto nacional.
Analisando o passado do Presidente vemos que numa altura era aliado de Pimenta Machado, para posteriormente romper com essa aliança, para voltar novamente a uma coligação com ele quando necessário. Idem com a atitude para Valentim Loureiro ou outras personalidades do futebol. Portanto um mundo de contradições, ou uma “comédia de enganos” como diria Shakespeare. Obviamente que existe um limite de auto-estima, respeitabilidade e dignidade que poderá ser ultrapassado como muito bem apontou o Mário Fário num comentário ao post anterior “SMS do dia” referindo-se ao apoio dado a Luís Duque e a posterior retirada de apoio à mesma personalidade. Há limites ao tacticismo disse o Mário Faria, tenho a sensação que Pinto da Costa concordaria com esta posição, mas não existem limites na defesa do FC Porto e das suas legítimas ambições também diria Jorge Nuno, se para tal for necessário um tacticismo “maquiavélico” então que seja.
Outro exemplo de contradição em Pinto da Costa foi a sua política de contratações, nos tempos iniciais do mandato com o objectivo de fortalecer a equipa, e vencer uma prova europeia, desprezou o possível risco financeiro inerente e trouxe – além do regresso de Gomes – Paulinho Cascavel, Juary, Madjer, Elói, Mlynarzky, Casagrande. Passadas umas temporadas quando o nosso rival benfica contratava, por avultadas somas financeiras, jogadores como Mats Magnusson, Jonas Thern, Valdo, Mozer, Ricardo Gomes e Aldair tendo em vista recuperar a primazia do futebol nacional perdida para nós, Pinto da Costa escarnecia dessa política dizendo que não enveredava por esse caminho, para logo na temporada posterior contratarmos o Aloísio, o Emil Kostadinov, o Stephane Paille, o Baltazar, o Lubomir Vulk. Ainda se lembram das palavras de Jorge Nuno, na última temporada do Jesualdo afirmar que “não há petróleo no Porto”, e agora com a actual política de contratações simbolizada na vinda do Imbula que concluímos? Um mar de contradições.
Com os seus defeitos e as suas virtudes um Estadista do timbre de um Lourenço de Médicis ou de um François Du Plessis.

Daniel Gonçalves disse...

Alexandre,

Que prova temos que a versão que Pinto da Costa deu dos factos é totalmente correcta e conforme à realidade dos factos? O próprio pode ter dado essa versão para "embelezar" e mitificar futuramente a sua escolha. É uma hipótese credível.

Em 1980, portanto após o regresso de AJ a Portugal, é que este se juntaria à equipa técnica de Pedroto fosse nas Antas, que foi inviabilizada pelo "Verão Quente", fosse em Guimarães, mas nunca poderia ter sido em 1978 por motivos profissionais e académicos era isso que eu queria dizer no meu comentário anterior, posso ter-me explicado mal. Em 1978, AJ estava com a “cabeça” noutro lugar. A minha versão baseia-se em testemunhos pessoais, frequentei a Faculdade de Letras, embora num curso diferente do de AJ, e a minha fonte é pessoal e extremamente credível, sem me querer estar a gabar deste facto.

Alexandre Burmester disse...

Daniel,

A minha fonte, embora indirecta, também é pessoal e credível.

Alexandre Burmester disse...

Não quereria dizer Armand-Jean du Plessis, em vez de François?

Daniel Gonçalves disse...

A versão do Miguel, e do Alexandre Busmester, defende que Artur Jorge já estava "destinado" - e portanto comprometido - a acompanhar a futura equipa técnica de Pedroto, ainda aquele estava no estrangeiro para tirar o curso, portanto anteriormente à ida para a então DDR, ou durante essa mesma estadia AJ já estava "apalavrado" com o FC Porto. A ideia que tenho, pelo que me contaram, é que só após o regresso a Portugal de Artur Jorge é que houve contacto nesse sentido e um acordo para que ele entrar para adjunto de Pedroto.

Daniel Gonçalves disse...

Correcto Alexandre... o Cardeal, embora o François já tivesse o mesmo carácter e personalidade.

Alexandre Burmester disse...

Se me ler com atenção, Daniel, a minha versão não é coincidente com a do Miguel. Eu falo em 1980, e reitero que estava tudo combinado (não digo contratado porque não posso garantir isso) para que Artur Jorge viesse para o FCP na época de 1980/81. Acabou por, nesse mesmo ano de 1980, juntar-se a Pedroto em Guimarães, sinal evidente de que já não estava na Alemanha Oriental, pois, que eu saiba, não tinha o dom da ubiquidade.

Daniel Gonçalves disse...

Entendido Alexandre. Interpretei incorrectamente os seus comentários anteriores.

Pedro Mota disse...

Texto Perfeito e corajoso como quase sempre o Miguel, Parabéns. Concordo com quase tudo.
Quanto a entrevista, com muitos pontos completamente ao lado, o ataque aos ex-treinadores ,todos campeões , é desnecessário. E torna-se ridiculo tendo em conta as nossas ultimas 2 epocas.
Ora vejamos:
1) Se os treinadores não são importantes porque não vencemos estes 2 anos??Pela Equipa ser fraca??

2) Se a equipa é fraca quem escolheu os jogadores , não consegui fazer um equipa forte mesmo com o maior orçamento de sempre??

3) Se um equipa fraca se compensa com um bom treinador, e segundo PC Lopetegui é melhor do queosanteriores, porque não fomos campeões??

4)Fala das arbitragens agora??Porque não falou durante o ano e deixou o treinador dar a cara??Foi estrategia para que Lopetegui passas-se como martir portistas ou foi mesmo desinteresse??

5) Quanto Messi-cr7 deu a sua opinião e respeito e até partilho em parte.

6)Pena a falta de coragem para se meter com Mourinho, "forte com os fracos e fraco com os fortes" é algo que não apreciei.

Enfim ,uma entrevista interessante bem aproveitada do ponto de vista de alargamento da imagem do Porto, e para dar apoio e defender o treinador mas infelizmente com tiradas desnecessárias contra quem sempre nos defendeu e deu cara por nós.

Felizmente maioria dos Portistas pensam que esteve mal, apenas os Portistas Caviar/Lopeteguistas podem ter gostado.
Abraço

Pedro Mota disse...

"equipas como a do AVB com Danilo, Mangala, Fernando, Moutinho, James, Falcao e Hulk" AVB nunca teve Mangala,Danilo. Teve um Jamez acabado de chegar e sem experiência,longe do jogador que se tornou depois com VP. E repare esses jogadores tornaram-se melhores com AVB e VP, compete aos treinadores ajudar jogadores com talento a tornarem-se excepcionais.
Óbvio que o Porto sempre teve grandes jogadores e bons 11, todos treinadores tiveram,mas infelizmente nem todos conseguiram ter sucesso e ganhar títulos.
Se calhar os Hulks,Falcao et com outros treinadores não teriam vencdio nada e os deste ano com o VP e AVB teriam vencido tudo, e estariamos agora a dizer que estes eram melhores do que outros.

Brahimi,Tello,Casemiro,Jackson, Danilo etc tem tanto talento como os outros falta-lhes é um treinador que saiba tirar partido disso. Reyes, Indi,Quintero tudo jovvens com talento que são fracos ou não lhes souberam fazer evoluir??!! Essa é a questão.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Daniel,

Naturalmente há um lapso, o ano é 1980. A história é veridifica e confirmada por protagonistas directos da mesma.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Obrigado José ;-)!

DC disse...

Exactamente. Se os treinadores não são importantes porque é que investiu menos na equipa de PF? Pensava que PF era um génio?
Olhe-se por que perspectiva se olhar, a época de sucessão a VP tem 100% de culpas da direcção. E culpas assumidas? Zero.

José Rodrigues disse...

PdC sempre foi de fazer fugas para a frente e evitar mea culpas (e auto-elogiar-se sempre que possível). Nada de novo nesse aspecto, nao ia ser agora que ia mudar - e compreende-se... em certa medida.

José Rodrigues disse...

Para concluir o raciocino anterior...

A mim nao me incomoda esta postura de PdC (mesmo que nao possa dizer que me agrade), está a "vender o seu peixe" e demonstra ser um animal político no que isso tem de melhor e pior. Habituei-me a dar pouca importância a estas declarações, o q me interessa é o q ele faz e nao faz.

Mas acho piada a quem "bebe" das palavras dele como se fosse o Oráculo de Delfos - e o facto de q há gente assim só lhe dá razão para adoptar estes ziguezagues e fugas para a frente nas declarações.

Alexandre Burmester disse...

De facto, certas interpretações que por vezes se faz das palavras - e até dos actos - de Jorge Nuno Pinto da Costa - fazem-me lembrar o Hegel, que um dia, a propósito de um seu texto, disse: "Francamente, já não me lembro bem onde queria chegar, mas o que me vale são os intérpretes do pensamento alheio, que já me esclareceram."

Nuno Leal disse...

Excelente artigo. Concordo com tudo em absoluto. Também fiquei estupefacto com algumas das coisas dúbias que ouvi.

Carrela disse...

Desde já deixar bem claro que não li este artigo (sinceramente acho que nem vale a pena, por razões óbvias).


Em relação à entrevista de PC, lamento a forma como desvaloriza anteriores treinadores, não concordo mesmo nada, mas faço as minhas avaliações com base no que conheço, que é o que vai vindo a público e tomo conhecimento. Ele lá terá as suas razões... digo eu.


O facto de sair num jornal estrangeiro para mim vale muito.
É por estas e por outras que eu gosto das contratações no mercado Espanhol, porque são elas que nos estão a abrir essas portas.
Já o ano passado, o #colinho foi notícia por lá... este ano, a exposição será ainda maior!!! Sempre é outra imprensa a olhar para a nossa liga que não a prostituta comunicação social da capital que mastiga todo e vomita como quer.

A parte em que fala de investimento, é outro assunto que levanta alguma comichão.

Eu como sei que o clube do #colinho o ano passado investiu cerca de 56M em passes de jogadores e nós "apenas" 37M... Diria que percebo o nosso presidente.
Já outros que se deixaram intoxicar pelo "all in", pela loucura, pelo tudo ou nada, pelo desespero... têm mais um tema para bater. Nada de novo!

E há outra coisa, o investimento tem de ser contextualizado, os tempos mudam... é só ver que o mercado está cada vez mais inflacionado.
Além disso, se num ano se investe em jovens, ou seja, investimentos a médio/longo prazo, não é justo cobrar esses valores investidos no imediato ao treinador que estiver em funções!!
Da mesma forma que se um clube investe em 2 ou 3 jogadores para a mesma posição, não se vai cobrar ao treinador se este só valorizar 1...

E outra coisa, se antes era "fácil" ao FCP comprar "barato".
Com o sucesso e exposição mediática passou a ser mais complicado.

Ou alguém vê o Real a comprar jogadores por 1M? Claro que se o Real está interessado, se valia 1, passa a valer muito mais!

O mesmo se aplica ao FCP... por motivos diferentes, no nosso caso, é pelo sucesso na valorização - mas atenção, não passam de uns sacanas vampíricos!!!

Não gosto de algumas coisas, e como nada é perfeito, é perfeitamente normal!

Mas estou a 100% com o presidente e com este treinador... e com restante equipa!
Acredito muito no sucesso, já achava que o ano passado fizemos as coisas bem, em termos de equipa, infelizmente, não foi suficiente, pelas razões que se sabe...


VAI PORTO!

Anónimo disse...

Miguel adorei o seu agradecimento!! Imagino que 100% Ironico, mas nao me impede de apreciar a muita graca teve, adorei. :D

Tem um optimo canal á sua disposicao, é uma pessoa muito articulada, so falta dedicar-se aos temas nao folcloricos.... :P. Alias diria mais, so precisa de repetir o bom humor que teve neste 'obrigado' e ja me tem mais 1 leitor habitual.

1Ab

Anónimo disse...

Pedro. Estou 100% de acordo que o AVB e VP desenvolveram-se jogadores, mas o talento estava la de forma mais clara do que me parece ver em muitas aquisicoes recentes. (Se calhar um problema de scouting, nao faco ideia).

Nao estou ainda a ver jogadores que sairam recentemente que estavam mal aproveitados (talvez so o Iturbe), e que sao agora jogadores de classe mundial. Tivemos em tempos alguns exemplos como o Diego e Luis Fabiano que eram bons jogadores nao desenvolvidos no nosso clube e la fora renderam mais.

Acredito que tenha razao e ate possa depender tanto do Treinador como dos jogadores. O Lopetegui com o Ruben Neves e Brahimi (talvez ate o Casemiro e Oliver) tem trabalho para mostrar, pode ser pouco no entanto.

A menos do Brahimi nao senti ainda noutra contratacao recente o potencial que se via logo no Hulk/Falcao/James/Mangala.

Pedro Mota disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Mota disse...

Estou em sintonia em relação a abertura de Portas em Espanha e na não concordância com as desvalorizações aos ex treinadores.

Uma pergunta onde foi buscar os valores investidos em transferências do Porto e Benfica?? Se me puder dizer agradecia.

O nosso CEO afirmou que no Porto os jogadores tem um ciclo de 3 anos em que se valorizam e são vendidos, ora se vender faz parte do nosso negócio é natural que o treinador ,seja quem for, tenha que ter capacidade para valorizar jogadores rapidamente. Se compramos 2 ou 3 jogadores para mesma posição, parece-me um erro investir em 3 jogadores para uma posição só, mas temos que valorizar pelo menos 1, não se pede que se valorize os 2 ,mas sim 1.

É óbvio que com o passar dos tempos os preços aumentem e exposição mediática também inflacione os preços, mas é possivel comprar bom e barato. Quanto custou Marcano,Evandro,André, Sergio Oliveira, Danilo,Maicon,Ricardo, Brahimi etc é sempre possível continuar a comprar qualidade a preços reduzidos , comprar caro não é garantia de acerto nem é algo inevitável. Se fosse assim Quintero,Adrian,Reyes,Indi, Ghilas seriam todos titulares indiscutíveis do Porto.

Mas como é lógico nada é perfeito. Todos portistas estão com a equipa ,presidente, treinador isso é obvio, mas isso não impede que se possa criticar ou não gostar de algumas coisas que se façam.
E sem duvida este ano vamos ter uma excelente época e limpar estas 2 más épocas que tivemos..Este ano seremos felizes, sem desculpas e contra tudo e contra todos.

Pedro Mota disse...

José muitos dos que saíram. que foram ou são classe mundial, tornaram-se classe mundial aqui. Por vezes o que rendem lá fora não retrata o valor dos jogadores, veja-se Fernando e Mangala que tiveram um epoca bastante apagada e com criticas,mas há duvidas que são grandes jogadores ?! Se calhar tiveram azar com o o clube e treinador para onde foram..O que eu quis dizer é que ter o treinador certo é muito importante. Não acho que Brahimi tenha evoluído, ele sempre foi este jogador com oscilações entre o brilhante e péssimo, isso é algo que espero Lopetegui consiga melhorar nele, que o torne mais consistente. Oliver e Casemiro foram os 2 jogadores que mais evoluíram com Lopetegui, infelizmente são logo 2 jogadores que não são nossos. Louvável é também a aposta em Ruben,mas agora terá que ter continuação não pode ser abandonado.
Você não viu? Por exemplo Indi chega ao Porto com muito mais cartel que Mangala, vinha de ser titular na selecção holandesa no Mundial se isso não é potencial o que é??..Herrera e Reyes vinham referenciados como as grandes promessa do futebol mexicano com vários pretendentes, Quintero chegou com mais potencial e perspectivas do que Hulk, que era um jogador que ninguém conhecia, Tello veio do Barça etc .Potencial e talento é o que não falta, agora é preciso que os jogadores e treinadores saibam aproveitar e valorizar. É como eu disse os treinadore anteriores do Porto tiveram muitos méritos,por isso é que fica mal lhes dar bicadas como PC lhes deu. Da mesma forma que não gostarei que um dia façam o mesmo ao actual treinador caso ele tenha feito um bom trabalho.

DC disse...

Só quem desconheça o percurso de Casillas ou se tenha deixado levar pela conversa da treta do Mourinho é que fica surpreendido.
Se há coisa que me deixa com grandes esperanças é mesmo isso, saber que ele é e sempre foi um excelente profissional. Que mesmo tendo passado momentos muito difíceis e injustos com adeptos idiotas, manteve sempre a postura e o profissionalismo (ao contrário de alguns colegas de equipas muito conhecidos por birrinhas).
É um jogador cuja influência no balneário será certamente muito positiva.

DC disse...

ora e peço já desculpa porque verifiquei que ao abrir dois tabs ao mesmo tempo coloquei o comentário no tópico errado.

PortoMaravilha disse...

Viva

O artigo foca bem que Pinto da Costa é eleito em 1982.

Assisti a reuniões informais, em peri'odos de férias grandes, muitas vezes ja' com as portas dos cafés ja' fechadas (não sei se o Diu' ainda existe na rua da Boavista) em que a vinda de Artur Jorge não era nada consensual entre os so'cios, apesar de ser um menino do Porto, apesar de ser recomendado por Pedroto que também não estava nas boas graças de muitos, ja' que em 1982-83 não ganha nada, perdendo a final da taça nas Antas. Em paralelo, existe um debate sério, na altura, em saber se a prioridade deve ser a modalidade futebol.

Não contando a época Paulo Fonseca, o balanço europeu de Vi'tor Pereira é catastro'fico: Em 17 jogos vence 7, marcando 19 golos e sofrendo 21.

E' eliminado dos oitavos de final pelo Apoel (entre outros) na fase de grupos e nos confrontos directos perde 2-3 (1-1 e 1-2). Pela primeira vez uma equipa Cipriota atinge os oitavos, evento execepcional para um clube com o orçamento de 8 milhões de euros (ha' quem escreva 12 milhões) que evolui num pai's de 11 mihões de habitantes.

A imagem internacional do Porto ressente-se e é estilhaçada na imprensa internacional. Jornais em nada desportivos "Les Echos" (dia'rio econo'mico), "L'express", etc. citam e comentam o desaire do Porto e/ou o feito do Apoel.

A pergunta vai se tornar cada vez mais evidente: Pode - ou deixam - o Porto existir em Portugal sem visibilidade externa?

E Viva o Porto!