segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Com o escudo de Campeões ao peito

Num intervalo de tempo de apenas 42 horas (entre as 21h00 de sexta-feira e as 15h00 de domingo), a equipa de basquetebol do FC Porto disputou três jogos (a eliminar) para a Taça Hugo dos Santos.


Foram três jogos intensos, contra adversários da metade superior do campeonato – Illiabum nos quartos-de-final, Oliveirense na meia-final, SLB na final – e todos muito exigentes do ponto de vista competitivo.

Ontem, no jogo contra o SLB, a equipa do FC Porto pareceu cansada e perdeu (por muitos pontos de diferença) a final da Taça Hugo dos Santos. E se o desgaste físico é um factor que não pode ser ignorado (o SLB fez os seus três jogos num intervalo de tempo de 70 horas e o primeiro, contra a Sampaense foi, na prática (92-59), uma espécie de jogo-treino) há aspetos que têm de ser analisados.
Por exemplo, os 16.7% (3 em 18 tentativas) em lançamentos de 3P (contra os 48.5%, 16/33, do SLB) é uma percentagem muito fraca.
E aqui começam os motivos de reflexão para Moncho Lopez. Por onde andaram os atiradores do FC Porto?

Se alargarmos a análise aos três jogos e, por exemplo, olharmos para as estatísticas dos dois Bases portugueses da equipa, verificamos que o André Bessa marcou 5 pontos em cerca de 45 minutos de utilização e o Pedro Bastos marcou 1 ponto em 43 minutos de utilização!
O que se passa com estes dois jogadores e particularmente com o Pedro Bastos, talvez o melhor jogador “produzido” pela Formação Portista nos últimos anos e que, esta época, tem andado muito longe do valor que mostrou em épocas anteriores?

Para o FC Porto chegar aos play-offs em condições de discutir o título de campeão, é preciso que jogadores como o Pedro Bastos, mas também o Miguel Queiróz e o Ferran Ventura, voltem a jogar ao nível que já mostraram em épocas anteriores e atinjam, na equipa principal, o muito que prometeram enquanto atletas da equipa Dragon Force.

Nota: Um dos aspetos que merece reflexão no basquetebol portista, é percebermos se existe mesmo um projeto Dragon Force (com resultados concretos em termos de jogadores para a equipa principal), ou se o que existe é um "projeto Moncho Lopez", que exige padrões de qualidade mais elevados.

Thomas Bropleh
De resto, o aspeto mais positivo da participação do FC Porto nesta competição foram os desempenhos do jogador americano Thomas Bropleh. Não é um novo Troy (como alguns adeptos portistas suspiram desde o início da época), mas é um jogador de equipa (como o Moncho tanto gosta), bom defensor, forte fisicamente e bastante completo, conforme mostram as suas estatísticas nestes três jogos:
Illiabum: 27m04s, 6 pontos, 5 ressaltos, 5 assistências;
Oliveirense: 35m19s, 16 pontos, 6 ressaltos, 3 assistências;
SLB: 30m58s, 18 pontos, 5 ressaltos, 1 assistência.

Até ao final de Fevereiro, Moncho vai ter de decidir entre Jeff Xavier e Thomas Bropleh, para um deles ocupar a vaga de 3º americano do plantel mas, perante as indicações deixadas por Bropleh na Taça Hugo dos Santos, suspeito que a escolha está feita.

Voltando ao jogo da final de ontem, foi a terceira derrota consecutiva do FC Porto, em quatro jogos que esta época já disputou contra os encarnados de Lisboa.

Sempre que o FC Porto perde com o SLB, há adeptos portistas que entram em depressão e, nas redes sociais, atiram a torto e a direito contra tudo e todos. Contudo, eu quero lembrar duas coisas:

1º) O FC Porto continua a ser líder do campeonato, o qual ainda irá ter uma 2ª fase e só se decidirá nos play-offs.
2º) A equipa de basquetebol do FC Porto, com este mesmo treinador e sete dos atletas que jogaram ontem, sagrou-se campeã nacional na época passada e, portanto, merece o respeito e consideração de todos os adeptos portistas.

FC Porto Campeão nacional basquetebol 2015-2016

Mais. Esta equipa é a única equipa sénior coletiva do FC Porto que, esta época, ostenta o escudo de campeões nacionais na gloriosa camisola azul-e-branca.

Por isso, e porque o FC Porto não é só futebol, sugiro aos adeptos portistas, particularmente aos que gostam de basquetebol, que apareçam no Dragão Caixa, na próxima sexta-feira (10/Fevereiro), às 20h30, para assistir e apoiar a equipa no jogo contra o Vitória Guimarães.

É nestas alturas, e não na final do play-off, que marcar presença é mais importante.

2 comentários:

Madureira disse...

Esta equipa do Porto é a pior das modalidades do clube e digo isto por ser um seguidor de todas as modalidades do clube!

8 jogos Europeus, 8 derrotas!

Excelente jogo na Supertaça, fora isso tem sido uma época mediana, vamos com 3 derrotas nos últimos 3 jogos com o Benfica, os 2 últimos por números largos!

Falta muita época, falta a Taça de Portugal, playoffs e pode ser que a equipa cresça, agora uma coisa é certa nem Xavier nem Bropleh estão ao nível do Troy! Esse "senhor" levou o basquetebol do Porto para outro nível mas não foi possível mante-lo infelizmente. Por aqui também se vê a aposta na modalidade... agora no nosso basquetebol(de nível baixíssimo) temos por obrigação lutar pelos títulos e é isso que vamos fazer!

Uma palavra para o Moncho que toda a gente gosta... só digo, no Porto e com estes jogadores, havia muitos treinadores que faziam o mesmo ou melhor do que o Moncho!

P. Cardoso disse...

sinceramente, não vejo basquetebol, hoje em dia quase nem futebol.

Mas dado o comentário anterior, gostaria que esclarecessem:
O porto não acabou com a equipa sénior de basquetebol, e começou na proliga com uma equipa feita basicamente das escolas?

não obteve sucesso atrás de sucesso, com custos muito inferiores?
o projecto dragon force não é uma espécie de visão 611, mas que obteve sucesso, porque há menos dinheiro a meter ao bolso no basquete, menos comissões a pagar a empresários?

ou será porque o moncho lopez é competente e tem poder de decisão, numa estrutura com muito menos pessoas que o futebol?