terça-feira, 28 de março de 2017

O clube “beato” com uma claque sem nome

Na semana em que responsáveis do SLB vieram a público, falar em claques lideradas por "pessoas que são reconhecidas por insultos a adversários e ameaças a árbitros", vale a pena lembrar umas coisinhas...

Um very-light lançado por Hugo Inácio matou um adepto na final da Taça de Portugal de 1996

«O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, vai ser chamado para ser ouvido como testemunha no âmbito do processo que levou hoje à detenção de 30 elementos dos 'No Name Boys'. O Ministério Público quer esclarecer como é que uma claque que não estava legal tinha direito a uma sede no estádio do clube, avançou ao Expresso fonte policial. O espaço é conhecido como “A Casinha”.

A 'Casinha' dos No Name Boys que existia no estádio da Luz

A operação da PSP teve início na madrugada de hoje e visou membros dos 'No Name Boys' que têm vindo a agredir adeptos de claques rivais e também elementos das forças policiais. Além das instalações da claque benfiquista, foram ainda realizadas buscas em 43 residências da Grande Lisboa. Trinta elementos do grupo foram detidos, incluindo os dois supostos líderes: Miguel Claro e José Pité. Os detidos estão indiciados por ofensas corporais, associação criminosa, tráfico de droga e danos e incêndio a um autocarro que transportava adeptos do FC Porto para um jogo de hóquei em patins, em Junho deste ano.
A operação, efectuada no âmbito de uma investigação a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, resultou ainda na apreensão de haxixe, cocaína, heroína, ecstasy. Foram também confiscados bastões, soqueiras e tochas incendiárias
in EXPRESSO, 16-11-2008

Material apreendido aos No Name Boys

«Cerca de quatro dezenas de elementos da claque do Benfica No Name Boys foram acusados de vários crimes e o presidente do clube, Luís Filipe Vieira, foi alvo de uma participação à Comissão Disciplinar da Liga de clubes por apoiar aquele grupo de adeptos. A certidão foi também remetida para o Conselho Nacional Contra a Violência no Desporto, entidade junto de quem a claque se deveria ter legalizado, identificando todos os seus membros.
O mais conhecido grupo de apoiantes do Benfica foi alvo de uma aparatosa acção policial há cerca de meio ano, através da operação Fair Play, desencadeada pela Unidade Especial de Combate ao Crime Especialmente Violento (UECCEV) do DIAP de Lisboa com a colaboração da Polícia de Segurança Pública. Das mais de três dezenas de detidos, três ficaram presos preventivamente, quatro em prisão domiciliária e pelo menos dois proibidos de frequentar recintos desportivos.
A acção policial saldou-se ainda na apreensão de armas proibidas, material pirotécnico e mais de dez quilos de haxixe e 115 gramas de cocaína. O libelo sustenta que a claque era financiada através da venda de ingressos para os desafios e de substâncias estupefacientes, nomeadamente haxixe e cocaína
in PUBLICO, 16-05-2009

No Name Boys: bilhetes, droga, tacos, bastões, machados, armas, munições, etc.


«Luís Filipe Vieira garantiu ao Ministério Público nem sequer reconhecer os No Name Boys, acusando a polícia e a segurança privada por mau controlo de armas e material incendiário nos estádios – mas a PSP, num relatório a que o CM teve acesso, arrasa o presidente do Benfica. Pode ler-se que Vieira reúne com a claque para lhes dar todo o apoio, deixando entrar as tochas nas bancadas da Luz; despede o chefe de segurança do clube por ajudar a PSP a identificar os criminosos e almoça com o comandante da polícia para lhe pedir que “facilite” na presença policial junto dos No Name Boys. Muitos deles entretanto presos por droga, armas, roubos, incêndios e espancamentos a adeptos rivais. (…)

Luís Filipe Vieira e os No Name Boys

Diz a PSP que os No Name Boys nunca se quiseram legalizar como associação para não serem identificados. Mas a direcção do Benfica 'não cumpre a lei e cede bilhetes a preço reduzido e instalações' a um grupo que, nas últimas épocas, intensificou 'a violência sobre a polícia e adeptos rivais'. (…)
Vieira almoçou com Diamantino Gaspar, comandante da PSP de Benfica e, segundo este, pediu-lhe para 'aliviar' a presença junto da claque. O objectivo seria fechar os olhos 'a artefactos pirotécnicos', proibidos por lei, 'para as pessoas verem o que é o inferno da Luz'. Estas informações estão na Comissão Disciplinar da Liga e, na pior das hipóteses, o Benfica arrisca suspensão da actividade desportiva. (…)
‘Zé Gago’ deu a conhecer à PSP a proximidade que a claque mantinha com Luís Filipe Vieira através de uma conversa ao telemóvel com o amigo Hugo Caturna, elemento 'extremamente violento' dos No Name Boys que nessa altura estava a ser alvo de escuta telefónica. Caturna é considerado um dos cabecilhas da claque ilegal, o mesmo que disse, em escuta, que 'os No Name Boys são o braço armado do Benfica'. Esteve no incêndio ao autocarro dos adeptos do FC Porto, em Junho passado, e no espancamento de um militar da GNR apenas porque usava um cachecol do clube do Norte. Depois incendiaram-lhe o carro com uma tocha. (…)»
in Correio da Manhã, 18-05-2009


Chega?

O SLB tem duas claques ilegais, uma delas com um historial negro, único em Portugal, e mesmo assim têm a distinta lata de vir falar em claques?

A desfaçatez destes tipos (SLB) não pára de me surpreender.


Para avivar a memória, principalmente dos benfiquistas mais "esquecidos", alguns links sobre este assunto:






O relatório da PSP (07-09-2009)


(in)Justiça sem nome (21-01-2012)

Hugo Inácio detido na Luz (Record, 08-11-2012)



2 comentários:

iur disse...

Recordo aquele episódio da chegada do Moreto ao aeroporto de Lisboa, acompanhado pelo cadastrado e caloteiro Vieira, em que um cidadão brasileiro é cobardemente agredido por um lacaio,na presença de um agente de autoridade que nem se atreveu a intervir. Realmente, são uns anjinhos...

Abraço

Pedro disse...

Eu recordo o episódio do Filipe Santos, que com muita sorte sobreviveu e manteve a visão. Em que as claques de forma muito conveniente tiveram direito a 5 minutos com a comitiva do Porto, sem policia, e sem ninguém do SLB, num espaço supostamente protegido.

O problema é que existem demasiadas recordações. E nunca nada foi feito.