quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Impunes até quando?

As deslocações de qualquer equipa do FC Porto ao estádio da Luz têm sido autênticas aventuras que podem pôr em risco a própria vida, tanto dos adeptos como dos atletas. Disso se pode queixar o nosso hoquista Filipe Santos, que há uns anos ficou em estado muito grave depois da claque benfiquista ter assaltado o autocarro do FC Porto em que seguiam os atletas e o terem agredido brutalmente na cabeça. No passado dia 20 de Junho um autocarro de adeptos do FC Porto que se deslocaram a Lisboa para assistir ao quarto jogo do play-off de hóquei em patins ficou totalmente destruído depois de ter sido incendiado por um grupo de adeptos benfiquistas.

O discurso dos dirigentes benfiquistas, nomeadamente de Luís Filipe Vieira, tem contribuído de forma significativa, diga-se, para o aumento dos ódios entre adeptos dos dois clubes, incendiando constantemente o ambiente com as suas suspeições e acusações que têm servido apenas para esconder a sua débil presidência.


A claque e os adeptos do FC Porto, que têm a fama de serem “feios, porcos e maus”, quando se deslocam a Lisboa para acompanhar a equipa são usualmente tratados como animais, com constantes provocações e ameaças, incluindo dos próprios polícias à civil que fazem a escolta de e para o estádio da Luz.


Por outro lado, as claques benfiquistas são “tudo bons rapazes” como já pudemos constatar há uns anos pela apreensão de inúmeras armas, incluindo “armamento de guerra”, nas suas instalações no estádio da Luz. Constou-se que haveria uma investigação mas pela ausência de notícias posteriores suponho que a polícia se tenha quedado pelas intenções. O costume, portanto, quando estão em causa os superiores interesses dos “encarnados”.
Continua também a ser introduzido no estádio da Luz, sem controlo, material proibido por lei como tochas, petardos e very lights. Neste último jogo contra o FC Porto estes “artefactos” foram perfeitamente visíveis e audíveis. No que diz respeito a utilização de very lights a claque benfiquista tem um passado negro, tendo um dos seus membros causado a morte de um adepto do Sporting numa final da Taça de Portugal no estádio de Oeiras.


Como se estes antecedentes já não bastassem agora presenciámos um novo incidente no estádio da Luz, com um adepto benfiquista que, provavelmente descontente com a actuação do árbitro auxiliar José Ramalho, resolveu entrar em campo e agredi-lo com uma valente cachaçada no pescoço (a que eufemisticamente a comunicação social lisboeta apelidou de “empurrão”), para total incredulidade da assistência. Notou-se, apesar de tudo, muita parcimónia na polícia para deter o indivíduo. Sabe-se agora que, “segundo os regulamentos, a agressão ao auxiliar de Jorge Sousa deverá custar apenas uma multa ao clube da Luz uma vez que não implicou a interrupção do jogo, nem lesão de especial gravidade, sendo o caso enquadrado nos artigos 148 e 149 do Regulamento Disciplinar da Liga. Considerada uma infracção disciplinar leve, poderá ser punida com multa de 1250 a 2500 euros”. A interdição do estádio, que seria a medida a tomar num país a sério, está fora de hipótese. O presidente da CD da Liga já deve estar preocupadíssimo a tratar de alterar os regulamentos para que agressões à equipa de arbitragem sejam punidas com descidas de divisão e extinção do clube.


Face a tudo isto, cabe perguntar até quando ficarão impunes: este clube, os seus dirigentes, as suas claques e as acções criminosas dos seus adeptos?
A julgar pela presença assídua do Ministro da Administração Interna (que miraculosamente ou talvez não ainda não foi demitido depois da intensa onde de crime violento que grassa no país) no camarote presidencial do estádio da Luz, ao lado de Luís Filipe Vieira, a resposta parece óbvia.

5 comentários:

Mefistófeles disse...

E que dizer da visita do Orelhas ao balneário dos árbitros quando está suspenso ? Ah pois, foi para pedir desculpa pelo comportamento do Alarve de Gaia. Foi sem querer.

Como alguém já aqui disse, Portugal é uma Nação dentro de um Estado: o do sport lisboa.

José Correia disse...

A impunidade benfiquista, no que diz respeito aos órgãos do Estado, irá obviamente continuar, quer se trate de questões de Segurança, quer sejam impostos por pagar (que há uns anos atrás Manuela Ferreira Leite resolveu num abrir e fechar de olhos).

Já no que diz respeito à impunidade que decorre da benevolência com que os órgãos da "Justiça" desportiva julgam o SLB, aí poderá haver mudanças a partir do campeonato 2009/10, se, e sublinho o SE, os dirigentes do FC Porto tiverem capacidade para dinamizarem uma lista alternativa à de Hermínio Loureiro / Ricardo Costa para as próximas eleições da LPFP.

Metz disse...

O problema para mim é mais grave, não defendo o que vou dizer por ser "contra" o Benfica, mas a impunidade no caso deste adepto, pode abrir um precedente gravíssimo: Imaginem um adepto mais (???) violento que perca a cabeça e pense "se não aconteceu nada aquele gajo nem ao clube, a mim tb não vai acontecer".

Temo que esta impunidade acabe com aquilo que se criou depois do Euro e eu tanto duvidei sem redes no estádio: civismo.

Cumpz

Mefistófeles disse...

Concordo consigo, José Correia.

Temos que voltar aos bastidores e em força, porque só o relvado não é suficiente.

E por bastidores quero dizer todos os sectores da sociedade. Imprensa, poder político, moda, poder desportivo, etc, etc.

A corja tem que ser combatida e, se possível, perseguida e punida.

Temos que contra-atacar e à bruta !

Estou farto que nos enxovalhem e persigam quando fomos a única força social e desportiva a dar expressão feliz a um triste País !

Mefistófeles disse...

Mas para já, palhacinhos hermininho e ricardinho: RUA !!!