Quando vejo espectáculos que me agradam e me tocam muito particularmente, sejam filmes, peças de teatro, a música em geral e a ópera em particular, fico com pele de galinha e imensamente feliz.
O Estádio do Dragão é na feliz citação de MST um palco próprio para recitais.
Deslumbro-me sempre que lá vou e não me canso de lá ir. É muito belo, por ser muito simples. Sinto-me bem. É um estádio que nos honra. Quando atravesso a alameda e revejo o estádio, não fujo à atracção de o ir espreitar de perto e de segui-lo ao longo do passeio da fama. É que à beleza do estádio junta-se um enquadramento único. O Estádio é o centro daquele pequeno universo. Lindo de ver. Próximo ou longe, de terra ou do ar, é um estádio que merece honras de monumento.
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Mas sou um apaixonado pelo Dragão.
Sinto-me bem, aprecio os cânticos, conheço a vizinhança com quem troco impressões e pormenores tácticos.
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O dragão, esse, estará lá sempre para nos receber, nos bons e maus momentos.
5 anos depois, continuo a gostar muito do Dragão: não foi amor à primeira vista, vai-me acompanhar pelo resta da vida fora. Nesta época de incertezas, tenho a certeza que deve ser preservado como pertença do FCP. Nem pensar em dedicar-lhe outro destino. Um lugar para admirar. Nosso.
Como dizia um articulista do Público: “…vir ao Porto e não visitar o Dragão por dentro e por fora e pelas suas redondezas é um pecado imperdoável…”.
Não deixemos que nos tirem.
7 comentários:
Encontrei nesta descrição do Mário fortes semelhanças na forma como sinto o Estádio, nos dias de jogo ou nos dias calmos, nos golos e nas tristezas. Já faz parte do nosso quotidiano e da nossa vida. Também comigo não foi amor à primeira vista mas hoje adoro-o.
Caro Mário Faria, antes de mais permita-me que o felicite pelo seu "grito de coragem" na última assembleia geral da nossa SAD.
Acredite que, mesmo tendo sido olhado de lado pelos restantes accionistas e administradores, foi o porta-voz de muitos portistas genuinamente preocupados.
Agora acerca do estádio do Dragão, é curioso que, não negando a sua beleza em termos meramente arquitectónicos, muita gente se queixa de alguma "falta de alma" do novo anfiteatro. Principalmente quando comparamos com a atmosfera, quase perfeita, que se vivia no Estádio das Antas.
O Mário Faria abordou, há uns tempos atrás e apenas ao de leve, que do mesmo se queixaram os saudosistas do campo da Constituição, nos anos 50.
Pedir-lhe-ia que fizesse um esforço de memória e nos recordasse melhor o que de facto então se passou.
De que se queixavam, ao certo, aqueles a quem as Antas não caíram inteiramente no goto? Terão esses "defeitos" sido atenuados ao longo dos anos seguintes?
Pergunto-lhe isto para melhor tentarmos entender a actual situação, em que muitos sócios e adeptos afirmam não se sentirem tão bem no Dragão em relação às Antas.
Obrigado, desde já.
gosto do estádio, pela sua beleza arquitectónica, funcionalidade e tudo quanto já melhor foi dito por vcs :)
pessoalmente, há um pormenor de que não gosto muito: estando na bancada inferior não posso ver o público que está na superior por trás de mim, o que me impede de partilhar as minhas emoções com todo o estádio :(
Mas lá que é bonito... :)
Era muito jovem quando o estádio das Antas foi inaugurado. O sócio pagava as suas quotas e tinha entrada em todos os eventos desportivos organizados e jogados no nosso terreno. Havia sócios de camarote, cativo, bancada, superior e peão.
Era vulgar – as classes mais abastadas – serem sócios de vários clubes. Muitos familiares meus eram sócios do SCS e/ou do BFC. Com as Antas – um estádio com um enquadramento paisagístico único e muito moderno – houve muitos adeptos do FCP que passaram a ser sócios. Mas, não foram só esses. Muitos simpatizantes de outros clubes, aproveitaram a excelência do novo estádio para poderem ver futebol . Acompanhados dos seus rádios, assistiam às peripécias que se passavam noutros campos de emblemas mais próximos do coração e ali viam ao vivo o futebol, com a família à espera no carro pelo fim do jogo. Era a maneira mais tradicional de passar um domingo : missa de manhã, à tarde o futebol.
As Antas vieram preencher esse vazio e a cidade passou a ser dotada de um belo e amplo recinto que permitia seguir a bola, nem que o clube não fosse o do coração. Obviamente que essa nova classe de sócios era diferente “sociológica e “clubisticamente” diferente do povo da Constituição.
O assobio que antes servia apenas (ou quase) para a equipa adversária e para o árbitro, passou a ser uma arma de arremesso para mostrar descontentamento face a o desempenho de determinados jogadores e mais tarde a toda a equipa. Vulgarizou-se. O rasgar cartões à primeira adversidade, também. Eram esses novos portistas que os mais velhos apelidavam de sócios das Antas.
Excelente post e respectivos comentários.
Eu gostei do Dragão logo à primeira mas é verdade, ainda suspiro pelas Antas, embora saiba que " a História não pode parar a vida ".
E por isso também tenho um prazer especial sempre que passo junto ao Dragão embora sempre com o sentimento contraditório de ver e passar pelo " santuário" do velhinho Estádio.
Embora tenha vivido grandes momentos no Estádio das Antas, não sinto nostalgia desse nosso anterior palco de jogos.
Sempre gostei do Dragão, o nosso novo Palco das emoções. Aliás, era impossível o Dragão ter tido um melhor baptismo (quem não se lembra do FC Porto - Man Utd de Março de 2004?) e teve a honra de, desde logo, ser pisado por algumas das melhores equipas europeias da época (incluindo a nossa).
Como anfiteatro de jogos, gostaria que os topos do estádio fossem fechados; como edificio/monumento integrado numa nova centralidade do Porto, gosto que sejam abertos, proporcionando uma ligação exterior-interior de uma beleza única.
O nosso Estádio do Dragão tem apenas 5 anos, mas já é a "menina dos olhos" dos sócios e adeptos portistas.
Há, contudo, uma coisa que me preocupa. Ouvi uns zuns-zuns de que um dia, quando o passivo da SAD se tornar incomportável, o nosso estádio do Dragão irá ser incluindo numa "engenharia financeira" para resolver o problema.
Não acredito, não quero acreditar nessa possibilidade monstruosa.
O Dragão é nosso, 100% nosso, não é dos accionistas da SAD.
Ouviram?
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