sábado, 29 de junho de 2013

Finalmente o museu... by BMG


"Tal como aconteceu com o Dragão Caixa, que herdou o “Caixa” do patrocinador da obra, também o futuro museu do FCPorto seguirá essa linha. O nome oficial daquele que é o principal projeto do atual mandato de Jorge Nuno Pinto da Costa, na presidência portista, vai incluir o nome do banco brasileiro que financiará a construção do espaço e ficará, por isso, a ser conhecido por “Museu do FC Porto by BMG”.[...] Refira-se ainda que o museu do FC Porto deve, então, ser inaugurado no próximo dia 28 de setembro, ou seja, o mesmo dia em que o clube completa o seu 120.º aniversário, pelo que haverá novos motivos para celebrar a data."


Parece que finalmente lá vamos ter o museu de regresso daqui a 3 meses, ao fim de 10 anos (desde que o museu antigo fechou para a demolição do estádio das Antas).

10 anos. Parece-me uma eternidade, e como escrevi logo num dos artigos iniciais do RP (aqui), nunca percebi porque não se arranjou ao menos um espaço temporário (ainda que exíguo) para exibição dos principais troféus, o principal foco de interesse (e orgulho) para os adeptos.

Ao fim de tanto tempo as expectativas são naturalmente elevadas. Mas independentemente de ser muito ou pouco «prafrentex», estou certo que o museu rapidamente vai fazer parte do circuito turístico do Porto para muitos dos turistas estrangeiros que visitam a cidade.

Quanto ao patrocínio, desde que seja de montante jeitoso não tenho problema absolutamente nenhum que o museu tenha BMG no nome (o mesmo não diria do estádio... para me convencerem nesse caso teria que ser mesmo MUITO dinheiro).

... e isto por muito piroso que seja «Museu FCP by BMG» (se acham que vocábulos ingleses dão mais pinta - o que parece estar muito em voga em Portugal - podiam já agora chamar-lhe «FCP Museum by BMG» para serem consistentes). 

E vá lá que o patrocinador chama-se BMG, tivémos sorte. Sempre soa bem melhor do que «Museu FCP by Salsichas Nobre», por exemplo.

Para mim vai ser pura e simplesmente o Museu do FCP, e já não era sem tempo.

15 comentários:

Portista Sec XXI disse...

Completamente de acordo com o texto do José Rodrigues e ainda para mais escrito com finos recortes do melhor e saudável humor.

"... e isto por muito piroso que seja «Museu FCP by BMG» (se acham que vocábulos ingleses dão mais pinta - o que parece estar muito em voga em Portugal - podiam já agora chamar-lhe «FCP Museum by BMG» para serem consistentes).

LOL

E vá lá que o patrocinador chama-se BMG, tivémos sorte. Sempre soa bem melhor do que «Museu FCP by Salsichas Nobre», por exemplo.

e mais LOL.

Voltando ao assunto, chamo a atenção que este banco BMG é há muito um dos principais patrocinadores de equipas Brasileiras e que por motivos estratégicos começou a investir em equipas europeias:

“O Banco BMG esta como patrocinador com sua marca estampada em 31 clubes do futebol brasileiro e na maioria do clubes da elite. No entanto, o banco decidiu que é hora de diminuir a exposição e focar em investimentos que não precisam tanto de exposição da marca. O fundo de investimento BMG SPORTS vai continuar atuando no futebol, comprando jogadores e fazendo parcerias com os clubes, mas, sem a necessidade de fazer patrocínio. O BMG vai priorizar empréstimos para clubes de futebol com garantias. O BMG vai atuar com mais intensidade no futebol europeu, principalmente em Portugal e na Alemanha. O BMG já comunicou aos clubes que não irá renovar os contratos de patrocínios e vai sair paulatinamente das camisas dos clubes do futebol brasileiro, sendo o Santos o ultimo a permanecer com a marca do banco na camisa.” (retirado de um blogue brasileiro)

A aquisição de Danilo e Alex Sandro são por exemplo dois jogadores que foram comprados com a intervenção desta entidade bancária.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Não me lembro, assim de repente, de nenhum outro museu de um clube do topo europeu com o nome do patrocinador. Somos pioneiros, lamentavelmente.

Quanto ao estádio, não me admira muito que lá chegaremos algum dia!

Pedro Albuquerque disse...

Quanto ao Estádio não vejo tantas reservas em alugar o nome. Veja-se o caso do Arsenal ou Borussia. Não é por venderem o nome do Estádio que perdem identidade ou os adeptos deixam de ir aos jogos.
E os adeptos não iriam dizer "vais ao BMG ver o Porto?", não, continuariam a dizer "vais ao Dragão?".

O Museu já é diferente na minha óptica, pois é a sala dos troféus, aquilo que nós distingue dos outros.

José Correia disse...

O pavilhão foi construído através de uma parceria com um Banco, a Caixa Geral de Depósitos e, por isso, o nome oficial é Dragão Caixa.

O museu vai ser construído através de uma parceria com um Banco, o BMG e, por isso, o nome oficial irá incluir a sigla BMG.

Quer num caso, quer noutro, não vejo qualquer problema, bem pelo contrário.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé,

O FCP não podia "construir" o museu sem a parceria do BMG?

E partindo desse pressuposto, como o Dragão foi construido e pago pelo clube, pelos sócios e pelos empréstimos realizados pela direcção, parto do principio que és totalmente contra à venda dos naming rights?

Joao Goncalves disse...

Eu não tenho nada contra isto, alías até aplaudo estas medidas como medidas de maior encaixe de capital e/ou menor investimento nas construções.

Agora os contratos tem de ser por tempo limite e com continuidade de investimento seja de que forma for.

Mas nós já temos 3 situações destas... Dragão Caixa, Vitalis Park e agora o Museu FCP by BMG, que é um nome bem simpático.

Em relação ao nome do estádio e agora desculpem-me lá, mas se viesse um patrocinador oferecer digamos 15M€ por ano num contrato de 5 anos (75M€), para passar o nome do Estádio do Dragão para, por exemplo MEO Arena ou Estádio BMG ou Estádio do Dragão by CocaCola, qual era o problema?

Iamos dizer não a 15M€ por causa de querermos manter um nome?

Hoje em dia no mercado pobre em que estamos, todos os lucros são mais valias e uma situação dessas seria um equilibrador financeiro soberbo.

Foreval disse...

Foreval (pseudónimo de Luis A. G. Vieira) é Autor
e foi Jornalista; estando actualmente aposentado.

Para qualquer Club os patrocínios sâo importantes, bem como as
parcerias; pois geralmente sâo fontes de receitas, de regalias
e outras benesses. O caso do "Dragâo Caixa" (e agora o "Museu do FC do Porto by BMG", sâo exemplos disso. Os nomes mudam e as
formas também... sinais dos tempos!
Antigamente, na Alemanha, um Campo de Futebol denominava-se "Stadion"... hoje chamam-lhe "Arena"! Alguns nomes de Estádios
também foram alterados, como por exemplo o "Schalck 04" que se chama-va "Auf Schalck" e agora denomina-se "Veltins Arena"!
A mudanca é fácil de explicar: A fábrica (Firma) de cervejas
Veltins pagava anualmente ao Clube 6 ou 7 milhôes de euros
(anualmente); por ostentar o nome nas camisolas. Entretanto
surgiu uma proposta importante duma Firma de Gás Russa, que
estava interessada em ostentar o seu nome, nas referidas camisolas. Neste contexto, o Clube propôs à Veltins a cedência
das camisolas em troca do nome do Estádio... a Firma aceitou
e o pecúlio manteve-se. Em suma, o dinheiro (financiamentos)
sâo muito importantes para os Clubes; nomeadamente no tempo de
crise actual.

PS: Resido na Alemanha desde 1973 a cerca de 12 kil. do Estádio
do Schalck 04 (Geselkirchen), de quem sou fâ.
- Sou adepto do FC do Porto desde 1950! O meu pai (já falecido)
nasceu na Sé (Porto) e foi sócio do Clube.

José Correia disse...

parto do principio que és totalmente contra à venda dos naming rights

Miguel, sou totalmente a favor da venda dos naming rights do Estádio do Dragão e estou convencido que é algo que, inevitavelmente, irá acontecer num horizonte temporal máximo de 2 ou 3 anos.

Também fui, e sou, totalmente a favor das parcerias para o pavilhão ("Dragão Caixa"), renovação completa do campo da constituição ("Vitalis Park") e construção do museu ("Museu by BMG"?).

E, já agora, também fui totalmente a favor do FC Porto ter sido o 1º clube português a ter publicidade nas suas camisolas ("Revigres").

Nuno Dias disse...

E quem é contra a um patrocinador ao nome do clube, tipo FC Porto/BMG como acontecia com as equipas de basquetebol algum tempo atrás?

Qual era a verda mínima para aceitarem este patrocínio no nome no clube?

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé,

Como o teu argumento parecia estar envolvido na construção, pareceu-me que não. Mas, confesso, não me surpreende a tua resposta!

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

Parece-me uma boa ideia.
E que tal um contrato de 15 milhões ao ano para chamar ao clube Red Bull Futebol Clube do Porto?

Se vamos por esse raciocínio, tudo é possível (e clubes Red Bull e Pão de Açucar já há uns quantos).

O que eu descubro aqui é que para os adeptos - terminologia habitualmente ligada à emoção - tudo está à venda, tudo tem preço e todo o dinheiro que entre é bem vindo. Cada vez mais me surpreendo!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Nuno,

Pelos vistos aqui, muito pouca. O FCP, como tal, em muitas cabeças, já não existe. Só sobrou uma multinacional que, de vez em quando, joga à bola!

Joao Goncalves disse...

Miguel,

Estamos a falar de coisas completamente diferentes...

Uma é o nome da instutição e a Marca clube.

Outra completamente acessória, é o nome de algo que não tem uma conetação com a Marca.

O Estádio já trocou 3x de nome(salvo erro) sem que daí viesse mal ao mundo (Constituição, Antas e Dragão) e para mais nós não somos mais que o Bayern e que o Arsenal ou somos?

Mas se queres ir por aí, se bem me lembro a equipa de Basquetebol não tinha o nome do patrocinador?

Agora tu enquanto adepto, queres o mesmo que eu... ficar em 1º à frente das glinhas e humilha-los todos os anos sem excepção.

Para isso acontecer o dinheiro tem de entrar seja de que forma for (Vendas de passes, Merchandising, patrocinios, TV rights).

Agora podes-me dizer que existem fontes de receita mal explorada que eu não posso imitir opinião sobre isso sem ter umn conhecimento interno do que já foi feito e resultados práticos, mas se alguem acenar com muitos M por uma coisa tão trivial como o nome do Estádio, porque não?

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

um pequeno detalhe. O estádio do FC Porto teve três nomes porque, na realidade, foram 3 estádios diferentes. Nenhum mudou de nome.

Não vejo qual a diferença entre mudar o nome do estádio e do clube. Nenhuma, são elementos que fazem parte do mesmo ADN e que a cultura de adepto, claramente, está a perder. Se o resto dos clubes do mundo o fazem isso torna obrigatório que o façamos também? De verdade que voltamos ao velho argumento de se tu te atiras da ponte D. Luis com mais 50 eu também tenho de ir?

Há clubes que vendem os naming rights dos estádios, principalmente porque estão noutra dimensão e aspiram a outras coisas (such as ganhar a Champions League ou ser competitivos em ligas mais fortes que a nossa). O FC Porto não tem esse problema. Não vai competir nunca pela Champions, já é o rei do seu quintal. Vender a alma por uns trocos é não só um mau negócio. É imoral. Se eventualmente esse dia suceder, o meu cartão de sócio de 20 anos vai para debaixo da terra e não volta. Isso é garantido!

Eu sou adepto de um clube, de uma instituição única. Não de uma multinacional!

DC disse...

É curioso que às vezes dá um jeitaço dizer que na Alemanha é tudo muito bem organizado, os clubes fazem uma gestão perfeita e tal, e depois quando o Porto usa um naming num museu (!!!) já ninguém se recorda que o vencedor da Champions joga na Allianz Arena.
Ou melhor, recordam-se mas agora já está mal e afinal os clubes alemães já não são um exemplo de gestão.

Há gente que dá tanta cambalhota para poder criticar a direcção que não percebo como ainda não se magoaram nas costas.