terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A sucessão de D. Moutinho

I. Moutinho, o peso morto

«[o FC Porto] não só bancou 11 milhões, mais 25% numa futura transferência, como perdoou 2,5 milhões que o Sporting ainda devia de Postiga e, mais que tudo, acrescentou-lhe o passe de Nuno André Coelho. Quanto valerá o passe de Nuno André Coelho? Eu não sei, mas sei isto: o João Moutinho está em regressão há dois ou três anos: é um jogador regular, acertadinho, mas sem rasgo e, até ver, de progressão falhada; quanto a Nuno André Coelho, para mim, é a grande promessa para vir a ser o melhor central português do futuro. Eu não trocaria um pelo outro: o FC Porto trocou e ainda lhe acrescentou 13,5 milhões. Ou seja, por mais que se desvalorize o passe actual de Nuno André Coelho, a verdade é que, contas feitas, Pinto da Costa bateu a cláusula de rescisão de João Moutinho: 22,5 milhões. (...) Às vezes, há negócios (e só falo dos recentes) feitos pelo FC Porto que eu não consigo entender, que não como súbitos ataques de generosidade. João Moutinho é um deles»
Miguel Sousa Tavares, A BOLA, 06-07-2010 (aquando da contratação)


«Continuo a achar que, excepção feita a este jogo da Luz, Moutinho aparece regularmente como um jogador muito pouco decisivo no futebol da equipa: não marca golos, não assiste para golos, não é jogador de virar jogos ou comandar vitórias
Miguel Sousa Tavares, A BOLA, 26-04-2011 (época 2010/11)


«e Moutinho, o tão louvado Moutinho, é um jogador que não vai além de um futebol lateral e curto, de apoio e organização, que pode ser muito útil para quem joga recuado, mas é um peso morto como médio criativo e ofensivo, a quem se deve exigir o contrario disso: um futebol vertical e comprido, capaz de assumir o risco e romper com a organização»
Miguel Sousa Tavares, A BOLA, 08-11-2011 (época 2011/12)


«A propósito de João Moutinho, já aqui falei dos jogadores cuja verdadeira importância no jogo só se avalia bem ao vivo e não na televisão, por maior que seja o ecrã. Moutinho é um desses jogadores, sobre o qual mudei radicalmente de opinião, e para muito melhor, quando o vi jogar no estádio.»
Miguel Sousa Tavares, A BOLA, 27-11-2012 (época 2012/13)


O portista Miguel Sousa Tavares (MST), cronista de A BOLA, pelos vistos demorou alguns anos até ver Moutinho jogar ao vivo… Após isso acontecer, MST mudou radicalmente de opinião sobre o “peso morto”. Assim, depois de em Maio passado Moutinho ter feito parte de um negócio de 70 milhões, MST pôde voltar à carga com o seu discurso habitual (e que tem seguidores), de que todos os anos o FC Porto vende os seus craques e a SAD só compra “lixo” para os substituir…


II. Moutinho, o insubstituível

«o FC Porto perdeu João Moutinho, ventrículo direito e esquerdo da equipa»
José Manuel Ribeiro, O JOGO, 07-10-2013

José Manuel Ribeiro, O JOGO, 07-10-2013

O portista José Manuel Ribeiro, diretor de O JOGO, entende que Moutinho é praticamente insubstituível (imagino que não seja fácil substituir o ventrículo direito e esquerdo simultaneamente…). Mas, tal como MST, também deve ter mudado de opinião, porque não me lembro de ter lido idêntica opinião da sua parte (como atenuante para o treinador), aquando do Málaga x FC Porto ou Sporting x FC Porto da época passada…


III. O meio campo portista no pós-Moutinho

Ao contrário das teses miguelistas do “peso morto”, eu sempre fui grande admirador do Moutinho, cuja influência no bom desempenho do FC Porto nas últimas três épocas considero indiscutível. Contudo, também não alinho na tese do quase insubstituível e, por isso, logo após a sua transferência para o AS Monaco, escrevi o seguinte:
«A saída de um jogador do calibre de João Moutinho (a “maçã podre” de Alvalade, lembram-se?) é, obviamente, uma perda significativa em termos desportivos mas, como portista, estou mais preocupado em saber como vão ser colmatadas as carências óbvias que existem no ataque (extremos, avançados e pontas-de-lança) porque, em termos de médios, penso que há matéria-prima suficiente para, na próxima época, o FC Porto voltar a ter um meio-campo forte.»

De facto, o treinador do FC Porto tem à sua disposição um extenso lote de médios – Fernando, Defour, Herrera, Lucho, Carlos Eduardo, Josué, Quintero –, cuja qualidade, em termos globais, é bem acima da existente nos últimos anos, ao ponto de Paulo Fonseca ter dispensado Castro e Tiago Rodrigues.

Ah, mas não há um “Moutinho 2”. Pois não, como não houve um “Deco 2”, um “Maniche 2” ou um “Lucho 2”, após as respetivas saídas do FC Porto, entre as de muitos outros médios (Diego, Anderson, Raul Meireles, Guarín, etc.) que saíram nos últimos anos.

Ora, não havendo no plantel um “Moutinho 2”, compete ao treinador reestruturar o meio-campo, tirando o melhor possível dos bons jogadores que tem à sua disposição. Foi isso que aconteceu na 2ª parte do último FC Porto x SC Braga, em que o meio campo portista foi formado por Defour, Herrera e Carlos Eduardo e o que se viu foi o melhor FC Porto desta época. Dinâmica, intensidade, pressão alta, dois golos e mais quatro oportunidades flagrantes, tudo isto em 45 minutos sem Fernando, Lucho e… Quintero.

Carlos Eduardo, FC Porto x SC Braga

Depois destes 45 minutos à Porto (que se seguiram aos piores 135 minutos dos últimos dois anos), o que esperar daqui para a frente?
Na próxima jornada, em Vila do Conde, Paulo Fonseca terá coragem para deixar as “vacas sagradas” no banco e voltar a apostar nos “patinhos feios”?

23 comentários:

DC disse...

O Porto tem muitos e bons jogadores para o meio-campo, que com rotinas assimiladas fariam esquecer Moutinho. Como se fez esquecer Deco, Quaresma, Hulk, etc...
As rotinas poderiam ser diferentes, os jogadores seriam obviamente diferentes, mas o Porto tem todas as alternativas que precisa no plantel.

O que falta, como já várias vezes discutido, é um treinador que saiba o que anda a fazer. Um treinador que escolha 3 jogadores para o meio-campo e crie rotinas entre eles em vez de escolher uma dupla (sim porque Lucho não joga no meio-campo) diferente todos os jogos.
Com Lucho na posição dele, a posição 8, com Fernando na posição dele, a posição 6 e Defour, Carlos Eduardo, Herrera ou Josué ao lado de Lucho, o Porto estaria tranquilamente a ultrapassar a falta de Moutinho.
Com estes experimentalismos, com este estágio profissional para um treinador que veio para cá aprender, faz falta toda a gente. Até o Djalma deixa saudades...

Quanto a MST, ou é doente ou é desonesto, como também já referi. Não me merece o mínimo de credibilidade. Se tem dúvidas não faz afirmações categóricas. Se faz afirmações categóricas não pode ser um jogo no estádio a mudar essa opinião. Falta-lhe, no mínimo, muita vergonha na cara.

Unknown disse...

"Quanto a MST, ou é doente ou é desonesto, como também já referi. Não me merece o mínimo de credibilidade. Se tem dúvidas não faz afirmações categóricas. Se faz afirmações categóricas não pode ser um jogo no estádio a mudar essa opinião. Falta-lhe, no mínimo, muita vergonha na cara."

Completamente de acordo. Já cheguei a acreditar que o fazia para manter o seu emprego de cronista no jornal a bola. mas agora acho que é mesmo por ser burro. Então quando fala do Varela é de rir. ainda não vi a crónica mais recente mas se falar no Varela vai ser algo do género:
"Varela mais uma vez esteve horrível. acabou por ter sorte de a bola lhe ter ido parar aos pés e sem saber como cruzou para o golo. Porque é que o PF não coloca o quintero? "

Ricardo Rocha disse...

Ninguem faz esquecer Deco...

Esquecer Moutinho, sim... esquecer Zahovic, sim... esquecer Alenitchev, sim... esquecer Doriva, sim... no sentido de ter um meio campo mais ou menos equivalente. Mas temos 3 que ficaram, um dos quais nao tarda a pendurar as botas e um que nao da' garantias, por mais que o pintem.

Nao e' uma transicao tranquila.

O Galaico disse...

É fácil falar agora.

Eu, antes de Moutinho vir para o Porto, considerava-o um bom jogador e nada mais. Seria um substituto digno de Meireles e ponto. Nunca penei que ele viesse a ar no que deu e, se calhar, nem Moutinho pensou que a sua vinda seria tão recheada de sucesso.

E todos ou quase os Portistas pensavam assim. Quem disser que não, grande parte das vezes ou já tem alzheimer ou é mentiroso.

Quanto à parte do lixo que o porto compra há de facto substância para MST referir isso. Quem não aceitar esta realidade ou pelo menos "entender" de onde vem este argumento ou é cego ou parvinho.

Kieszec, Stepanov, Emidio Rafael, Sereno, Miguel Lopes, Addy, Tomás Costa, Souza, Mariano Gonzalez, Ruben Micael, Walter, Bracalli, Kleber, Kelvin, Djalma, Janko, Ruben Micael, Bolat, Quinones, Izmaylov, Liedson, Delatorre, Sebá, Josué, Licá. Carlos Eduardo, Ricardo etc etc-

Isso só a partir da época em que Moutinho cá esteve até ao presente. Mais para trás iria buscar Perdiguers, Valeris e mais uma tonelada de nomes.

O Porto, de facto, compra LIXO às TONELADAS e, no meio, vem alguns jogadores de qualidade que querem fazer crer serem descobertas dos "olheiros" quando qualquer rapazote a jogar FM já sabe da "pérola" há anos. E benfica e metade dos outros grandes clubes também.

MST diz disparates todos os dias mas não diz só disparates. Tb diz coisas que fazem sentido mas que chegam poucas vezes aos ouvidos das pessoas por causa do ruído habitual do seu discurso e pela força desgastante do exagero emocional da sua forma de escrever.

DC disse...

Deco é o meu jogador preferido da história do Porto. Quando digo esquecer, quero dizer que foi bem substituído. Demorou 1 ano, porque tivemos também treinadores medíocres após a sua passagem, mas com a chegada de Adriaanse e Jesualdo o nosso meio-campo estabilizou.

Actualmente, tenho a certeza que Defour é mais do que competente para o lugar (já o provou várias vezes em que Moutinho esteve castigado ou lesionado) e que Herrera, Carlos e Josué o seriam, se bem treinados e organizados.

DC disse...

Nessa lista tem:
- 1 jogador que foi contratado para ser 3º guarda redes,
- um bom lateral barato que teve o profundo azar de ter uma lesão gravíssimo que o podia inclusivamente ter obrigado a amputar o pé
- um lateral barato que neste momento joga no Lyon e que, portanto, podia perfeitamente ser o nosso lateral direito suplente,
- um médio defensivo dos melhores do Brasil que saiu apenas por não querer passar o resto da vida tapado pelo enorme Fernando,
- um extremo que veio a custo zero foi quase sempre titular,
- um médio centro português que era talvez o jogador mais apreciado do campeonato português fora dos 3 grandes à data da sua contratação,
- o ponta de lança que foi considerado o melhor do brasileirão esta época e que falhou apenas pela vida extra-futebol e não pela sua qualidade,
- outro guarda-redes que veio para 3º do plantel,
- um miúdo de 19 anos que lhe deu a maior alegria da sua vida,
- um avançado que nos deu um jeitão e nos permitiu ainda ser campeões e que depois saiu por tanto dinheiro como o que custou,
- um lateral esquerdo de 19 anos, considerado o melhor lateral do mundial de sub-20 pela Colõmbia,
- 2 jogadores que vieram emprestados para a equipa B, não tendo nunca sido contratados definitivamente,
- quatro jogadores que acabaram de chegar depois de se terem destacado no campeonato passado e serem referidos unânimemente pela crítica como destaques do campeonato passado.

Portanto, com 4 ou 5 excepções, todas essas contratações foram lógicas ou tiveram razão de ser.
Além disso é abominável que considere alguns desses jogadores lixo quando muitos deles provaram ser muito úteis e outros ainda agora chegaram e mal tiveram oportunidade de jogar.

Se não sabe de que clube é eu digo-lhe: Isto é o Porto não é o Real Madrid. Se quer ser adepto dum clube onde só se comprem jogadores de 30M mude-se para Espanha.
Em Portugal o Porto tem que contratar Josués, Rubens Micaeis e Migueis Lopes. Porque eram o que de melhor havia nos clubes portugueses com excepção dos 3 grandes. E como não temos o Florentino, temos que tentar aproveitar o que de melhor há no mercado interno.

Se Josué, Licá e Carlos Eduardo são lixo então o Porto não pode voltar a contratar em Portugal. Porque esse lixo foi o destaque do campeonato passado.
Mas aposto que você ainda terá a lata de criticar estas contratações ao mesmo tempo que diz que é uma vergonha ir ao Brasil ou á Argentina buscar jogadores medianos. Basicamente queria ser do PSG, Real Madrid ou Man City, não era?

Bluesky disse...

Eu acho que MST diz em casa do "inimigo" aquilo que nós dizemos no estádio... seja em forma de tochas, insultos ou assobios logo aos 10 minutos de jogo! Mas uma coisa é dizermos entre nós, outra é estupidamente dar pérolas a porcos - os titluos da Bola das crónicas de MST são sempre sobre aspetos negativos do nosso clube! - por isso acho que MST tambem faz imbecilmente disparates e é pago por isso.
De resto sublinho por baixo o comentário do Galaico na sua integra!

Tiago stuve disse...

Caro José Correia,

Comecei hoje um blog, pelo que gostava muito que o acrescentasse à sua lista de blogs. O blog pretende falar sobre o futebol em geral e sobre o FC Porto em particular, por isso convido-o a dar uma vista de olhos e a pedir a sua opinião sobre o mesmo.

Um abraço Tiago Stuve

http://opequeestamaisamao.blogspot.pt/

Franco Baresi disse...

Pois antes de vir para o FC Porto, vi o Moutinho pela primeira vez ao vivo (contra o FC Porto, 2 ou 3 anos antes da transferência) e fiquei muitíssimo (bem) impressionado. Antes, tinha visto apenas pela televisão e "considerava-o um bom jogador e nada mais". E, por isso, foi a única vez que um transferência anunciada para o FC Porto que me entusiasmou verdadeiramente. É realmente um jogador que só ao vivo se aprecia na totalidade.Como era o Maniche, p. ex.

Unknown disse...

Moutinho um "peso morto... MST a ser MST.

Será que as 16 assistências do Moutinho na época passada (foi o jogador com mais assistências da equipa) o convenceram?

A saída do Moutinho foi uma baixa considerável e a forma do treinador organizar o actual meio-campo não podia ter sido pior. Ficamos com um meio-campo quase inócuo, mas na 2ª parte com o Braga tivemos meio-campo e bastou uma 'simples' alteração táctica.

José Correia disse...

Com Lucho na posição dele, a posição 8, com Fernando na posição dele, a posição 6 e Defour, Carlos Eduardo, Herrera ou Josué ao lado de Lucho, o Porto estaria tranquilamente a ultrapassar a falta de Moutinho.

Eu reconheço grande qualidade ao Lucho (a jogar na posição 8) e ao Fernando (a jogar na posição 6) mas, para mim, não é obrigatório que ambos tenham que ser titulares deste FC Porto.

No plantel atual, existem outras configurações possíveis e outras alternativas de qualidade, que podem dar bom resultado, conforme se viu na 2ª parte do último FC Porto x SC Braga.

PF, vamos acabar com as "vacas sagradas".

José Correia disse...

Quanto à parte do lixo que o porto compra há de facto substância para MST referir isso

O MST (e não só) anda com esta conversa pelo menos desde Gelsenkirchen.
Ora, se nos últimos 10 anos a SAD só tivesse contratado "lixo" e não tivesse contratado N jogadores de elevada qualidade, como é que seria possível continuar a vender 2 ou 3 craques por ano?

Luís Vieira disse...

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Nem o Lucho e o Fernando são vacas sagradas, nem o Herrera, o Defour e o Carlos Eduardo são patinhos feios. Recordo que o Fernando e o Lucho têm sido dos melhores jogadores do FCP nesta época. O Fernando tem feito exibições excepcionais, principalmente na Liga dos Campeões. O Lucho tem apresentado uma regularidade impressionante, um verdadeiro capitão, dos que mais corre em campo, não obstante a idade, contribuindo com golos e assistências. Ambos justificam claramente a renovação de contrato e, pelo que deram ao Porto nos últimos anos, merecem todo o respeito e gratidão por parte dos adeptos. Mais: o rendimento em campo não põe em causa a sua titularidade. Quanto ao 3º elemento do meio-campo, acho que os 5 potenciais candidatos (Defour, Herrera, Carlos Eduardo, Josué e Quintero) já mostraram todos, a espaços, qualidade para serem titulares. Não é por falta de matéria-prima que se tem claudicado naquela zona do terreno. Compete ao treinador estabilizar um deles e rotinar a equipa a jogar com 3 titulares declarados. O meio-campo é essencial na produção da equipa, é o centro de operações e tem, obrigatoriamente, de ser estabilizado. Só assim se conseguiu, para falar nos anos mais recentes, triplas tão bem sucedidas como: Fernando/Lucho/Moutinho; Fernando/Lucho/Meireles; Paulo Assunção/Lucho/Anderson; Costinha/Maniche/Deco.

DC disse...

José, não são vacas sagradas. São enormes jogadores. Não há no plantel nenhum jogador com 1/10 da capacidade defensiva do Fernando nem com 1/10 da experiência e capacidade táctica do Lucho.
Nas suas devidas posições são fundamentais, por muito que Carlos Eduardo ou Josué, por exemplo, tenham potencial.

Franco Baresi disse...

Aahh!!!... Costinha - Maniche - Deco... Será que hoje jogariam Costinha e Maniche cá atrás em duplo pivot e tínhamos o Deco lá à frente encostado ao Jackson, sempre a correr e a pressionar os centrais adversários?...

Paulo Marques disse...

"Quanto a MST, ou é doente ou é desonesto, como também já referi. Não me merece o mínimo de credibilidade. Se tem dúvidas não faz afirmações categóricas. Se faz afirmações categóricas não pode ser um jogo no estádio a mudar essa opinião. Falta-lhe, no mínimo, muita vergonha na cara."

O mesmo se pode dizer das afirmações não futebolísticas. É prova que qualquer gajo famoso é pago para dizer disparates.

DC disse...

A crónica desta semana é mais uma vez abominável. Arrasa Varela, arrasa Defour (tendo os 2 jogado muitíssimo bem) e ainda chega ao ridículo de adjectivar Danilo como o "Danilo 18 milhões" fazendo uso de uma má fé que nem nos lampiões eu vejo.

DC disse...

Costinha e Deco passaram por um processo semelhante como Octávio em que jogava Costinha, Fredrik e Paredes lado a lado e Deco bem adiantado.
A diferença é que Deco sendo muito mais desequilibrador do que Lucho, podia realmente jogar a 10. Lucho não pode jogar ali.
E até Octávio percebia, que para jogar com o Deco a 10 precisava de 3 médios e não apenas 2.

José Correia disse...

Não há no plantel nenhum jogador com 1/10 da capacidade defensiva do Fernando nem com 1/10 da experiência e capacidade táctica do Lucho. Nas suas devidas posições são fundamentais

Estou de acordo que, quer o Fernando, quer o Lucho, são grandes jogadores (não faço parte dos portistas que dizem que o plantel atual do FC Porto não presta...).

O que eu digo é outra coisa.

Há jogos em que um deles, ou os dois, podem não ser titulares e defender isso não é um crime de lesa pátria.

Há jogos em que eu prefiro o Defour, em vez do Fernando, na posição 6, porque conduz a bola e chega à frente mais facilmente.

Há jogos em que, provavelmente, Carlos Eduardo será melhor opção do que Lucho, porque joga mais perto dos outros médios e dá mais linhas de passe, ou porque vem mais facilmente atrás buscar a bola.

Na minha opinião, é um erro partirmos do pressuposto que Fernando e Lucho têm de ser titulares e ao treinador resta apenas encontrar o terceiro elemento para o meio-campo portista.

José Correia disse...

Ambos justificam claramente a renovação de contrato e, pelo que deram ao Porto nos últimos anos, merecem todo o respeito e gratidão por parte dos adeptos. Mais: o rendimento em campo não põe em causa a sua titularidade

O que põe em causa a titularidade do Fernando e do Lucho não é aquilo que eles fizeram no passado, mas sim o que é melhor para a equipa em cada um dos jogos, algo que depende da forma dos jogadores e também das características do adversário.

DC disse...

Compreendo, principalmente a opção do Lucho.
Quanto ao Fernando, por gosto pessoal, eu prefiro as minhas equipas sempre com 1 posição bem definida em frente à defesa e como tal não considero que o Fernando, estando apto, deva alguma vez sair da equipa.

Lucho sim, pode alternar com Carlos Eduardo ou Josué (nunca com Quintero na minha opinião pois a posição de Quintero é bem mais à frente na mesma posição em que James jogava).

Outra das questões, é que, apesar de ele ter sempre correspondido na posição 6, também gosto de ver Defour a 8, com mais liberdade.

O meu meio-campo seria Fernando, Defour e Lucho. Depois, tendo em conta momentos de forma, castigos, lesões, etc poderiam entrar outros jogadores. Agora, algo que acho fundamental é definir-se de vez quem são os titulares.
Não me cabe na cabeça que um jogador continue a dar uns toques na B, seja titular um jogo na A e volte à B outra vez. Não me cabe na cabeça que em 4 ou 5 jogos consecutivos tenhamos 3, 4 meio-campos diferentes.

Luís Vieira disse...

Franco Baresi, acho que houve aí algures dificuldades interpretativas na leitura do texto. Em lado algum defendi a configuração táctica que descreve, apenas entendo essencial a estabilização de um 3º elemento titular como ponto de partida para melhorar o futebol da equipa. As variações constantes que têm existido em nada auxiliam um rendimento do meio-campo mais condizente com os pergaminhos do FCP. Espero que se tenha feito luz, desta feita.

DC, nada contra. O Lucho não é, nem nunca será um 10 puro como o Deco. São jogadores muito diferentes, sendo que o El Comandante joga melhor a 8, ou seja, a médio-centro. Ele tem jogado relativamente bem esta época porque a sua enorme qualidade e voluntarismo disfarçam alguma inépcia para aquelas funções. Mas o Porto ganharia muito mais se ele estivesse a jogar na sua posição de raiz.

José Correia, como referi, o único critério para se aferir do merecimento ou não da titularidade de qualquer jogador do FCP é o rendimento em campo, que no caso específico do Fernando e do Lucho, a meu ver, tem sido positivo. O que "eles fizeram no passado" garante-lhes apenas o respeito e a gratidão dos adeptos, bem entendido.

Franco Baresi disse...

Não era evidente, mas estava a ser irónico...