sábado, 28 de dezembro de 2013

A tacinha da Liga

Miguel Lopes (fonte: O JOGO, 27-12-2013)

«a Taça da Liga é desde a sua criação (época 2007/08) um “nado morto”, sendo uma competição híbrida, sem lógica e sem interesse competitivo, ao ponto de vários jogos, incluindo de “clubes grandes”, não terem transmissão televisiva (foi o caso do Nacional x FC Porto da época passada). Como se isto não bastasse, a prova tem regulamentos pouco claros, que já foram alterados N vezes e, ainda por cima, ficou marcada por escândalos de arbitragem (os sportinguistas, e não só, chamam-lhe Taça Lucílio Baptista). Por tudo isto, não surpreendeu que na época passada a Liga não tenha conseguido arranjar um patrocinador oficial para a prova e os direitos das transmissões televisivas, após a Olivedesportos ter rompido o contrato que existia com a Liga, tenham sido vendidos ao desbarato a outro operador. Ao fim de apenas seis edições a coisa é de tal modo feia que, numa entrevista ao jornal Record, o próprio presidente da Liga, Mário Figueiredo, referiu que não fazia sentido manter a competição
Supertaça firme, Taça da Liga a definhar (in Reflexão Portista, 14-08-2013)


"[a Taça da Liga] É uma competição como antigamente existia o campeonato de reservas. É uma prova com pouco interesse. É claro que as duas equipas querem ganhar, mas se neste momento estivesse no FC Porto ou no Sporting jogava com os menos habituais. É uma competição para rodar e utilizar os jogadores que atuam menos minutos e uma oportunidade de poderem ganhar ritmo para ter uma oportunidade."
Paulo Futre (in SAPO Desporto, 27-12-2013)


Apesar de tudo, para os rapazes de Alvalade este clássico será muito importante, não só porque terão pela frente os tricampeões nacionais, mas porque os dirigentes definiram que um dos objectivos do Sporting para esta época é ganhar a Taça da Liga. Além disso, Bruno Carvalho parece querer fazer deste jogo a desforra da derrota (1-3) averbada pelos leões para o campeonato, em Outubro passado, no Estádio do Dragão.

E para o FC Porto, qual a importância deste jogo?
Bem, parece que o frenesim sportinguista não impressiona os responsáveis portistas e os sinais são os do costume.

O JOGO, 27-12-2013
Assim, no dia 20 de Dezembro, logo após o final do FC Porto x Olhanense, os jogadores portistas iniciaram um período de férias de 7 dias, que terminou com um treino agendado para o dia 27 de Dezembro, às 16:00 (a apenas dois dias do Sporting x FC Porto).
Terminou para alguns, porque os colombianos Quintero e Jackson tiveram autorização para se apresentarem ao serviço no dia 28 (hoje), véspera do “importante” jogo...

Entretanto, Izmailov continua ausente (supostamente devido a motivos pessoais) e o jornal O JOGO especulou com a forte possibilidade de Paulo Fonseca convocar alguns jogadores da equipa B.

E por falar em Paulo Fonseca, a habitual conferência de imprensa do treinador, de antevisão ao jogo, nem sequer se realizou, o que diz bem da relevância que os responsáveis do FC Porto atribuem a esta competição.

Neste enquadramento, que onze deverá apresentar Paulo Fonseca em Alvalade?

Na minha opinião, este jogo deve ser aproveitado para três coisas:
1) Utilizar jogadores do plantel com menos minutos nas pernas, aproveitando para experimentar opções diferentes das habituais;
2) Testar soluções sectoriais que poderão ser úteis em jogos fora de casa, principalmente contra adversários mais fortes;
3) Dar oportunidade a alguns jogadores da equipa B, principalmente em posições onde haja menos alternativas na equipa principal.

Dentro desta lógica, o meu onze (em 4-3-3), para tentar ganhar em Alvalade, seria o seguinte:
Fabiano
Victor García, Diego Reyes, Mangala, Alex Sandro
Fernando, Defour, Carlos Eduardo
Ricardo, Ghilas, Varela

Alternativas no banco de suplentes: Kadú, Maicon, Quinones, Herrera, Josué, Kelvin e Licá

De fora dos meus convocados, ficariam: Helton, Danilo, Otamendi, Lucho, Quintero e Jackson, entre outros.

A opção por Victor García e por Diego Reyes tem a ver com o facto de já terem feito vários jogos juntos na equipa B, por ser necessário rotinar uma alternativa para Danilo (poderá ser Victor García) e para efectuar um teste a sério ao jovem defesa-central mexicano (ainda mais importante se se confirmar a saída de Otamendi).

A opção por Ricardo, que só faz sentido se ele não for emprestado em Janeiro, tem a ver com o facto de ser português (há exigências, a este nível, no regulamento da prova), com as características do jogador (é um extremo com alguma cultura táctica, que também defende) e com o entrosamento que já existe na dupla Victor García (lateral direito) - Ricardo (extremo direito).

A opção pela dupla Alex Sandro - Varela tem a ver com a consolidação daquela que eu imagino irá ser a ala esquerda do FC Porto na 2ª parte da época (prevejo que a ala direita será formada por Danilo - Quaresma) e, também, para manter algumas rotinas e maturidade na equipa.

A opção por um meio-campo formado por Fernando - Defour/Herrera - Carlos Eduardo - visa testar uma solução sectorial que, penso, poderá ser muito útil em jogos contra adversários fortes, que exijam um meio-campo mais intenso, agressivo e de elevada rotação.

Finalmente, a opção por Ghilas é óbvia (se não for titular neste jogo nunca mais será num jogo a sério) e, para além dos minutos que precisa de jogar, penso que será um jogo em que existirão espaços para o avançado argelino explorar a sua mobilidade e capacidade física.

11 comentários:

Deco disse...

era um bom jogo para o Quaresma mostrar que ainda sabe...

Bluesky disse...

Eu convocaria tambem o Quintero, carago! Não vamnos ostracizar o puto só porque mandou umas bocas foleiras, e punha-o a jogar de inicio de modos que:
Fabiano
Vitor Garcia, Maico, Reyes, Mangala, Quiñones
Fernando, Defour, Carlos Eduardo
Ricardo, Ghilas e Kelvin

Bluesky

José Correia disse...

O Quaresma só pode jogar a partir do dia 1 de Janeiro.

José Correia disse...

Bluesky, a sua equipa tem 12 jogadores e não tem o Quintero...

Bluesky disse...

Fosga-se... e estava em jejum quando escrevi isto!!!!!!
Reformulo;
Fabiano
Vitor Garcia, Maicon, Reyes, Quiñones
Fernando, Defour e Quintero
Ricardo, Ghilas e Kelvin

Suplentes: Bolat, Alex Sandro, Herrera, Josué, Licá, Mangala e Varela

littbarski disse...

Há tantos jogos do campeonato, da Taça de Portugal (como o próximo, em casa, contra o Atlético) e da Taça da Liga que, se bem geridos, dão para fazer isso tudo. Para quê inventar em Alvalade (sabendo que o Sporting não fará poupanças), onde até a equipa principal se vê aflita? Para arriscar trazer 4 na mala, como da última vez que o Porto lá foi fazer turismo? Aprende-se o quê, nesse caso? Só se for o sabor da humilhação...

Para mim, deve jogar sempre a melhor equipa possível, tendo em conta o calendário e a gestão do mesmo. E, neste momento, não há jogos do campeonato nem das competições europeias. Quem precisa de ritmo competitivo e de treinar rotinas que tardam a aparecer são os jogadores que, duas semanas depois, vão estar na Luz, a fechar a primeira volta do campeonato.

Luís Vieira disse...

Ostracizar não, mas um "castigo" (não sei se será o caso), não lhe faz mal nenhum. Quanto à equipa para este jogo, genericamente concordo com o texto: deverá incluir uma mescla de jogadores menos utilizados com titulares absolutos. Se ganharmos, será fantástico, porque até a equipa B servirá para limpar o sebo aos leõezinhos. Se perdermos, a desculpa residirá na rotação, sendo que o empate também nos será mais favorável. Como dizia o outro, é uma faca de dois "legumes".

José Correia disse...

Para quê inventar em Alvalade (sabendo que o Sporting não fará poupanças), onde até a equipa principal se vê aflita? Para arriscar trazer 4 na mala, como da última vez que o Porto lá foi fazer turismo?

Caro littbarski, acha mesmo que com o onze que eu propus, era derrota certa e o FC Porto se arriscava a trazer 4 na mala?

Pois, na minha opinião, o onze que eu propus é potencialmente melhor que o melhor onze que o sporting poderá apresentar.

E, seguramente, é muito melhor que o onze do Nacional, que foi empatar (merecidamente) a Alvalade há uma semana atrás.

José Correia disse...

Quem precisa de ritmo competitivo e de treinar rotinas que tardam a aparecer são os jogadores que, duas semanas depois, vão estar na Luz

Uma das ideias subjacentes ao onze que eu propus, era aproveitar este jogo, teoricamente de grau de dificuldade mais elevado, para treinar um meio-campo formado por Fernando - Defour/Herrera - Carlos Eduardo.

Mas, pelos vistos, a explicação que eu dei foi pouco clara, ou então o littbarski decidiu ignora-la.

E o mesmo em relação a opção pela dupla Alex Sandro - Varela.

José Correia disse...

Paulo Fonseca vai para Alvalade na máxima força (só deixou Helton de fora) e não convocou qualquer jogador da equipa B).

Lista de 18 convocados:
- Guarda-redes: Fabiano e Bolat.
- Defesas: Danilo, Maicon, Mangala, Alex Sandro e Otamendi.
- Médios: Lucho, Josué, Herrera, Carlos Eduardo, Fernando e Defour.
- Avançados: Jackson Martínez, Ghilas, Varela, Licá e Kelvin.

littbarski disse...

José Correia, eu li as suas explicações. Simplesmente, acho que esta não é a melhor altura nem este é o jogo ideal para fazer experiências.

O trio e a dupla que sugeriu terão certamente mais condições para terem êxito, se não se mexer no resto da equipa. De um onze que precisa de consolidar rotinas e de estabilidade, como de pão para a boca, e que, se não aproveitar pelo menos um dos próximos dois jogos, chegará ao jogo da Luz com mais de três semanas sem competição.

De facto, não tenho certezas. Veja que o onze que sugeriu é potencialmente melhor do que o onze do Nacional que empatou em Alvalade e... do que aquele que empatou no Dragão, contra um onze melhor do que aquele que sugeriu (mesmo sem Carlos Eduardo). Portanto, tudo pode acontecer, seja qual for o onze escolhido. Mas a probabilidade de algo acontecer varia com as escolhas que se fazem, como certamente sabe.

Resumindo, acho que o Porto tem mais a perder do que a ganhar, se for para Alvalade fazer experiências.