segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Os sócios e a SAD

O FC Porto sempre viveu sob a influência, maior ou menor, dos sócios. Essa influência é renovada de três em três anos (podendo ser estendida por mais um ano se não existirem listas concorrentes) de modo democrático através de eleições para os órgãos administrativos do clube.
A SAD veio introduzir um novo actor neste sistema: o accionista. O accionista investe o seu dinheiro na SAD (do futebol ou de outra modalidade) e mediante os estatutos da mesma pode ou não ter poder suficiente para decidir quem são os administradores da SAD.

Com a cada vez mais eminente saída de Pinto da Costa do FC Porto (os anos passam, e infelizmente o Presidente não fica mais novo), e como consequência do Conselho de administração da SAD, começo a preocupar-me seriamente com o rumo que o futebol do FC Porto possa vir a tomar. A minha preocupação não tem a ver com a maior ou menor capacidade das pessoas que possam ser nomeadas para esses cargos, mas com o facto de poder deixar de representar tudo aquilo que esperamos de uma equipa do FC Porto.

De momento o FC Porto tem 40% do capital da SAD. Este capital é suficiente para garantir, até ao momento, o controlo da mesma. Mas os tempos e as situações também mudam... E se por ventura aparece um Americano ou Russo multimilionário com interesse em "investir" no FC Porto, Futebol SAD? E o que acontece se esse investidor se esquecer do FC Porto, Futebol SAD ou achar que não faz sentido existir o FC Porto, Futebol SAD? É nessa altura que nos devemos preocupar, ou devemos começar já?

Os sócios devem começar a pensar seriamente se querem correr estes riscos! É possível fazer alguma coisa para o evitar? Claro que é! Para começar os sócios devem participar activamente na vida do clube (e por força da representação dos 40%, na SAD), participando nas AGs e nas eleições. Podem pensar em qual será o perfil das pessoas que queremos à frente do Clube, que garantam que o mesmo vai ter sempre a maioria das acções da SAD, e que estas não vão ser alienadas.

Nesta perspectiva, vejo com bom olhos qualquer iniciativa que vise agregar as vontades dos sócios e adeptos (à semelhança do que aconteceu por exemplo em Inglaterra com o Man. Utd., que foi criada uma associação de adeptos/accionistas), que tivesse como único interesse o sucesso do FC Porto, Futebol SAD associado ao Clube. Por muito poucas que sejam as acções detidas por sócios/adeptos, conjugadas com as do Clube, podem fazer a diferença.

Da minha parte, vou fazendo o que posso para estar preparado para tomar as minhas decisões: frequento assiduamente as AGs do clube, adquiri acções do FC Porto, Futebol SAD, e vou falando com/ouvindo outros portistas.

1 comentário:

José Correia disse...

Cá está um assunto extremamente relevante.
Que papel para os sócios do FC Porto no pós-Pinto da Costa (até lá conto que o clube mantenha os actuais 40%)?
Penso que a resposta a esta pergunta estará indissociavelmente ligada ao estado financeiro da FCP SAD. Se for mau, ouviremos falar em aumentos de capital, operações harmónio, entradas de novos accionistas, etc. e , nesse caso, a força do clube e o papel dos sócios será cada vez menor.