domingo, 24 de fevereiro de 2008

Tango no Dragão

"It takes two to Tango", como se costuma dizer e hoje, no Dragão, tivemos 3 vezes Tango. Como? Os 3 golos argentinos tiveram 3 assistências... argentinas!

Se Lucho e Lisandro já estavam entre os principais protagonistas das boas exibições do FC Porto, hoje a eles se juntaram mais dois argentinos, Farías e Mariano, com uma assistência e um golo, respectivamente.

Mesmo assim não estivemos nada bem no início deste jogo. Conforme acabou por admitir o próprio mestre (leia-se Jesualdo, mas com minúscula porque Mestre com maiúscula só há um, José Maria Pedroto) na conferência de imprensa, a equipa ressentiu-se psicologicamente da derrota na Alemanha. O Paços quis, de certa forma, imitar a forma de jogar do Schalke, entrando com um pressing alto e intenso e o meio campo bem povoado. Essa estrutura solidária, bem montada, conseguiu travar o nosso jogo durante pelo menos a primeira meia hora (salvo erro o nosso primeiro remate à baliza "on target" aconteceu aos 18 minutos). Depois começámos a jogar com maior objectividade e sem surpresa conseguimos o golo em cima do intervalo, depois de algumas jogadas de perigo para a baliza pacense (já tínhamos atirado uma bola ao poste).

Pelo meio da primeira parte vimos ainda um Paços igual a si próprio no Dragão, a usar e abusar de perdas de tempo com lesões simuladas e demoras na reposição da bola em jogo, com o objectivo de prolongar o empate e enervar o FC Porto. O golo veio dar justiça ao resultado e obrigou os pacenses a correrem atrás do prejuízo.

Na 2ª parte mudou tudo, com ênfase na atitude e objectividade dos nossos jogadores. E aí começou o espectáculo dos golos falhados, com Tarik e depois Farías a falharem isolados cara a cara com o guarda-redes. O lado direito do ataque do FC Porto esteve em destaque com os centros para a área de Tarik, Bosingwa, Farías(!) e Lucho.

Lisandro é o nosso grande ponta de lança e, apesar de deslocado dessa posição devido à presença de Farías, continua a facturar em todos os jogos. Farías, lento até dizer basta, recebe a bola, ajeita-a, dá-lhe mais um adorno e quando chega a hora de rematar já está com 1 ou 2 adversários em cima. Tem de ser bastante mais rápido a executar e deve convencer-se de que já não está na Argentina. Ainda bem que o Mariano finalmente marcou um golo. Pode ser que agora não se sinta tão desmotivado e comece a mostrar o que vale, porque até aqui mostrou ainda muito pouco.

A entrada do Helder Barbosa foi importante para a sua afirmação no seio da equipa. Se há jogos bons para se fazerem "testes" este era um deles. Tenho a ideia que não é contra um grande na Liga dos Campeões ou para "surpreender" os de Lisboa que devemos fazer experiências na equipa titular. As inovações devem ser feitas com equipas fracas e em casa preferentemente.

O árbitro, para não variar, foi habilidoso contra o FC Porto. E os seus fiscais de linha coitadinhos, tal a sua prestação medíocre: desde os inúmeros erros na decisão dos lançamentos laterais até ao fora de jogo mal tirado a Lisandro. Um jogo fácil e uma arbitragem tão fraca.

1 comentário:

José Correia disse...

Para além das já habituais boas exibições de Lisandro (o melhor avançado e marcador do futebol português) e de Lucho (o melhor médio e jogador com mais assistências), neste jogo, os outros dois argentinos - Farias e Mariano - também estiveram bem.
Depois do mercado brasileiro, o FC Porto parece ter encontrado um bom filão na Argentina.