domingo, 22 de junho de 2008

Um nome por euros?

Antes da inauguração do estádio do Dragão sempre tive a convicção que não conseguiria designá-lo como tal: Estádio do Dragão. Sempre pensei que se iria eternizar o ‘Vou às Antas’, ‘Hoje nas Antas demos 5 secos’ e coisas que tais. Mas foi sol de pouca dura, na primeira vez que entrei no Dragão, ou seja na inauguração, vi logo que não iria ser assim.

Aquele era o Dragão, as Antas ficavam guardadas para outras memórias, aquelas que metem sardinhas em lata e serenatas à chuva.

Aquele é o Dragão, para o bem e para o mal tem uma identidade própria, é a casa onde se reune a família, é a nossa casa. É a casa onde queremos ver vitórias, onde queremos glórias, e queremos ver quem sue aquela camisola azul e branca.

Bonito, bonito era que os jogadores ainda jogassem por amor à camisola e ficassem contentes com uma bela bifana no final do jogo. Mas hoje em dia para suarem a camisola e suarem com arte são precisos muitos euros (e mesmo assim há alguns que deixam muito a desejar no cheiro de sovaco no final dos jogos), e para lhe pagar há que arranjar carcanhol.

Estando no mercado Português já sabemos que temos várias limitações para conseguirmos competir com os nosso verdadeiros adversários - aqueles que competem na LC, principalmente e nomeadamente no mercado televisivo, por isso pensar que essas receitas vão aumentar exponencialmente é uma utopia, assim resta-nos ir arranjando novas fontes de receitas - ou vamos ficar sempre dependentes das vendas de jogadores?

Como nestas coisas pouco se inventa, se calhar o melhor é ir seguindo os bons exemplos. E das forma de obter receitas que vão sendo usadas por essa europa fora (e antes nos EUA), temos ainda uma a que podemos deitar a mão: o ‘naming’ do estádio.

Na realidade já o fomos fazendo aos bocadinhos, já temos a Bancada TMN, Bancada EDP, Bancada Sapo, Bancada Super Bock, ... e até já o fizemos integralmente com outros espaços: o Pavilhão Dragão Caixa e o Vitalis Park, estamos preparados para o Estádio de quem der mais? Devemos dizer liminarmente não, resistir até à última, ou devemos avançar convictos?

Eu desde que vi ‘SIC’ nas camisolas de andebol, e desde que vi trocarem a honra do clube por 6 pontos, estou por tudo*. Já cheguei à conclusão que tudo se vende e tudo se compra e o que interessa são as vitórias. E como tal, se a diferença entre mantermos um "Luxo" ou não, é resolvida por irmos vê-lo jogar no Estádio Cofina*, pois que seja!

* Por tudo, é como quem diz!

8 comentários:

José Correia disse...

Da mesma maneira que fui a favor da publicidade nas camisolas, e que sou a favor do naming do futuro pavilhão e do futuro campo da Constituição, também sou a favor do naming do estádio.

Aliás, o naming das bancadas é um primeiro passo para que os sócios e adeptos se vão habituando à ideia.

Mais ano, menos ano, o naming do estádio será uma inevitabilidade. A única dúvida é quanto valerá este naming por ano.
5 milhões de euros?
8 milhões de euros?
Mais?

Nelson Carvalho disse...

Tambem não me causa grande confusão se vier a ser adoptado um naming do estádio, mas tendo em conta de que se trata do maior e mais representativo patrimonio do Clube, acho que tal só deverá acontecer mediante uma compensação financeira muito vantajosa.

José Rodrigues disse...

Para vender o nome do estádio, penso q só mediante muito dinheiro.

Além disso sou um bocado "esquisito" na medida em q a minha opinião sobre isto depende do patrocinador.

"Estádio Barclays" vá q não vá.
"Estádio Salsichas Nobre" ou "Estádio TAP", só em sonhos...

Mefistófeles disse...

Não sou a favor do naming do estádio. Entendo que os nomes encerram em si algo de mítico. Gostava e gosto de ouvir os lagartos e lampiões, quando fazem contas à vida, dizerem: " e ainda temos que ir às Antas ( agora Dragão )". Existe um certo reverencialismo e que vão passar por uma penitência, vão jogar a terreno sagrado. O naming destruirá isso e, como diz o josé Rodrigues, até nos poderá trazer alguma chacota: " ainda temos que ir jogar ao Licor Beirão ?"

Mário Faria disse...

Em princípio sou contra.
Mas as propostas falarão mais alto.
E o valor das propostas, ainda mais.
Entre isso e alienar o Dragão nem que seja a favor da SAD, prefiro "vender" o naming e de preferência para uma entidade de prestígio, e por um período alargado de tempo.

Mefistófeles disse...

O economicismo e a sua racionalidade, embora respeitáveis, encerram alguns perigos. O nome é algo inalienável, na minha perspectiva, por muitos e bons argumentos financeiros que se possam apresentar. A seguir ao estádio, o que se segue ? FC Porto-Cerelac ? Salve-se no futebol o que não se salvou nas amadoras.
Pela mesma lógica, vendíamos o naming Portugal aos espanhóis, metíamos alguns milhões ao bolso e resolvíamos os nossos problemas.
Nota: até o Olegário Benquerença não mudou de nome e tinha mais do que motivos para isso.

José Correia disse...

«À semelhança do que aconteceu, em Portugal, com o Estádio Cidade de Coimbra (a empresa gestora do recinto cedeu os "naming rights" e agora chama-se Estádio Finibanco), também o Sporting poderá vender os
direitos sobre o Estádio José Alvalade, de forma a gerar uma receita suplementar para sustentar o projecto financeiro do clube.

"Trata-se de uma perspectiva futura, que acredito que nos próximos dois anos possa ser uma realidade. É uma situação que está sempre em cima da mesa e que estamos a analisar", explicou a O JOGO o director-geral, Pedro Afra.

Dado que o Sporting já negociou o "naming" das quatro portas do estádio, o valor geral da operação não deve ultrapassar os "4/5milhões de euros por ano"... "apesar de individualmente poder valer mais do que isso". No entanto, os leões consideram que "compensa" a conjugação dos dois, pelo que pretendem renovar os direitos das quatro portas do estádio. Saliente-se que qualquer negócio terá de passar pela aprovação dos sócios.

O JOGO
http://www.ojogo.pt/24-119/
artigo727404.asp

Mefistófeles disse...

Continuo na minha: se a nossa sustentabilidade financeira passa por alienar o naming do Estádio, muito mal vai o FCP. O nome é inalienável. Nada há que justifique esta discussão. 8 ou 10 milhões são bons ou maus ? O nome não tem preço. Já repararam que uma sociedade pode pagar o preço e ser detida por accionistas lampiões ou lagartos ? A nossa casa não é o "cabaret da coxa".