quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Caldeira, o craque do defeso

Na manhã do dia 11 de Junho, após seis dias de trabalho intenso (cerca de 100 horas de trabalho), os advogados do FC Porto entregaram na sede da UEFA, em Nyon, o recurso ao castigo que tinha sido imposto pelo Comité de Controlo e Disciplina. O dossier era composto por centenas de páginas e vários pareceres tendo, para a sua elaboração, o FC Porto contratado os serviços de António Rigozzi (especialista suíço em leis de arbitragem internacional e em questões desportivas) e Gonçalo Almeida (advogado português com experiência junto da FIFA).

Dois dias depois, à saída das instalações da UEFA, e após a decisão do Comité de Apelo da UEFA, que anulou a sentença de primeira instância da Comissão de Controlo e Disciplina, o líder da equipa jurídica do FC Porto – Adelino Caldeira – afirmou:


Foto: Record

«Confirmo que a decisão de 4 de Junho foi anulada. O FC Porto está na Liga dos Campeões. (...) Não considero um sucesso. O processo vai continuar, vai demorar mais tempo, mas para todos os efeitos, o campeão nacional está na Liga dos Campeões, é o normal

Quem é Adelino Sá e Melo Caldeira?

Apesar de ser dirigente do FC Porto há mais de 15 anos, Adelino Caldeira é quase um desconhecido, mesmo para os adeptos portistas. De facto, não é homem de muitas entrevistas (não me lembro de ter dado alguma entrevista desde que é dirigente do FC Porto) mas, recentemente, o jornal ‘O Jogo’ fez um retrato rápido deste administrador da FCP SAD e vice-presidente do FC Porto, responsável pelo sector jurídico do clube e da sociedade desportiva portista.

«Visto à distância, Adelino Caldeira tem o seu quê de bloco de gelo. Inacessível, algo rude até, e ar de antipático. Os amigos assinam a fotografia, mas garantem que é só ar, típico de um menino da Foz, que, entre amigos, se derrete em simpatias.
Aliás, se o quiserem ver de sorriso bem esticado, o melhor mesmo é procurá-lo num campo de golfe, no da Estela ou em Ponte de Lima. (...)
Ganhou a alcunha de Conde Redondo. Foi Joaquim Oliveira, de quem foi advogado na Olivedesportos e de quem é amigo, o primeiro a lembrar-se de o apelidar assim, numa sugestão fácil de entender, à medida de um físico imponente, alimentado, sempre que possível, à base de uma perdição: a comida japonesa.

Dá nas vistas pelo físico, mas é do mais invisível que há nos contactos. Fecha-se no seu ciclo, construído à moda antiga. Traduzindo: não tem paciência para amizades instantâneas. Cultiva-as, mas só depois de bem adubadas. O grupo inclui diversas sensibilidades: Miguel Ribeiro Telles, do Sporting; Luís Seara Cardoso ou Manuel Violas, ambos benfiquistas, Manuel Almeida, do Guimarães, Antero Carvalho, Alberto Novais, Almeida Ribeiro, Miguel Vilaça, o médico José Carlos Esteves ou Pôncio Monteiro, citando só alguns, estão entre os que lhe são mais próximos.

Filho de um jurista, José Saraiva Caldeira, seguiu as pisadas do pai. No Direito e no dirigismo desportivo. Iniciou o curso em Portugal, envolvendo-se em animadas lutas políticas com o MRPP, a quem sabotou uma fotocopiadora, mas concluiu-o no Rio de Janeiro, para onde emigrou em 1975.
Foi no Brasil que piscou o olho ao futebol, solidificando, aí, uma amizade com António Calçada, ligado ao Vasco da Gama.»
in O JOGO, 14/06/2008


A primeira vez que Adelino Caldeira surgiu ligado ao FC Porto foi em 1988, quando fez parte da lista do seu amigo Martins Soares, concorrendo contra Pinto da Costa, mas a derrota foi grande: 10196-535 a favor de Pinto da Costa.
Três anos depois, Martins Soares voltou a disputar a liderança a Pinto da Costa, à frente de uma lista cujo lema era “Pela decência”. Dessa vez, talvez por já ser conhecido e ter contado com a ajuda de uns panfletos lançados de avião sobre o estádio das Antas, a derrota foi mais honrosa – 20,14% dos votos.

Nas eleições de 1991 Adelino Caldeira já se tinha separado de Martins Soares e estava ao lado de Pinto Costa. A partir daí nunca mais saiu dos órgãos dirigentes do FC Porto. Ao contrário, Martins Soares, hoje com 58 anos (sócio 2020), depois da dupla derrota eleitoral, deixou de se envolver na vida do FC Porto e numa entrevista ao Record de 01/05/2007 afirmou:
Enquanto Pinto da Costa for candidato não me candidatarei, no dia em que for uma certeza que não o fará serei novamente candidato a presidente da direcção do FC Porto. Pinto da Costa será presidente enquanto quiser e não será ninguém que o convencerá do contrário, mas quando ele sair, ao contrário do que diz, não será o vazio, disso só se convence quem gravita à sua volta”.

Pouco tempo depois de ter assumido o lugar de dirigente, Adelino Caldeira viu-se envolvido numa polémica pública nada habitual no FC Porto. Foi na última jornada da época 1991/92, no final de um Gil Vicente – FC Porto.
O Gil Vicente era treinado por António Oliveira e precisava de ganhar o jogo para ficar a salvo da descida de divisão. Por sua vez, o treinador do FC Porto era Carlos Alberto Silva, tendo como nº 2 o “super-adjunto” Octávio Machado, que era uma espécie de treinador-adjunto da casa (já tinha sido adjunto de Artur Jorge, por duas vezes, e de Tomislav Ivic).
O FC Porto já era campeão e acabou por perder o jogo. No final, Octávio bateu com a porta, tendo proferido uma célebre frase: “Estou farto de caldeiradas e de azeitonas podres”.

A frase tinha destinatários óbvios: os irmãos Oliveira – Joaquim e António – e Adelino Caldeira, mas para o adepto comum não ficou claro o porquê e o sentido da mesma.
É verdade que Adelino Caldeira era amigo de Joaquim Oliveira e que este vinha assumindo um protagonismo cada vez maior nos meandros do futebol português, fruto dos contratos televisivos e de publicidade estática nos estádios que estabeleceu com a generalidade dos clubes. Contudo, o alcance da frase e as razões que levaram o seu autor (um símbolo do portismo à época) a proferi-la nunca ficaram claras.


O que é certo é que Octávio Machado saiu do FC Porto em Maio de 1992, enquanto que Adelino Caldeira ganhou influência junto de Pinto da Costa, mas mantendo uma grande proximidade a Joaquim Oliveira, de quem era advogado na Olivedesportos tendo, também, sido nomeado administrador da agência de viagens Cosmos numa altura em que Joaquim Oliveira possuía apenas 50 por cento das acções (em 1998, na sequência do “caso Calheiros”, haveria de comprar os restantes 50% ao fundador da agência, António Laranjeira).

Adelino Caldeira haveria de voltar a cruzar-se com Octávio Machado em 2001/02, quando Pinto da Costa convidou o “palmelão” para treinador principal. O objectivo era pôr ordem no balneário e repor a célebre disciplina portista num plantel “mal habituado”, após três anos do “demasiado educado” Fernando Santos.

É preciso ver o condicionalismo em que Octávio veio: toda a gente dizia que havia uma certa indisciplina, em que havia um departamento, até a nível técnico, onde tudo estava um bocado não direi à balda, mas relaxado, e entendi que o Octávio, na circunstância, podia ser uma boa solução.”
Pinto da Costa, O JOGO, 23/04/2002

Record, 1ª página, 17/01/2002

Contudo, as coisas correram mal e, segundo O JOGO, Adelino Caldeira “esteve para sair, em ruptura, nos tempos de Octávio Machado. A carta de demissão estava pronta.”

Mas não foi só com Octávio que Adelino Caldeira se viu envolvido em polémicas.

O facto do seu irmão José Caldeira ser um Agente FIFA e de ter intermediado várias contratações / transferências de jogadores do FC Porto é algo que, no mínimo, causou e causa sempre algum desconforto.
Aliás, para evitar problemas semelhantes e moralizar o negócio do agenciamento de jogadores, a Federação Inglesa de Futebol aprovou um novo regulamento, que entrou em vigor em 01/09/2007, o qual passou a proibir expressamente a participação dos agentes em transferências que envolvam clubes onde trabalham seus familiares próximos.
Se esta norma/regulamento fosse transporta para Portugal, a UNIFOOT – Gestão e Eventos de Carreiras de Profissionais Desportivos, SA, liderada por José Caldeira, não poderia gerir a carreira de vários jogadores e ex-jogadores portistas (Raul Meireles, Rui Pedro, Castro, Ricardo Costa, Marek Cech, etc.).

Um outro aspecto que tem suscitado, não diria polémica, mas alguns comentários é o facto de Adelino Caldeira ser sócio da sociedade de advogados ‘Gil Moreira dos Santos, Caldeira, Cernadas & Associados’, a qual foi contratada pela FCP SAD para defender os interesses da sociedade portista e do seu presidente em todos os processos que decorrem do 'Apito Dourado'.

Conflito de interesses? Talvez, mas a vitória obtida na dura batalha judicial pelo direito em participar na Liga dos Campeões 2008/09 fez, obviamente, passar tudo isto para segundo plano e transformou Adelino Caldeira num dos grandes vencedores deste defeso, com direito a uma primeira página de O JOGO e vários artigos altamente elogiosos no jornal que há mais tempo é detido por Joaquim Oliveira.


«Encontrou um buraco na lei à medida do despedimento de Del Neri; contribuiu para um desfalque chorudo na conta bancária de Adriaanse, que foi obrigado a pagar uma indemnização quando o FC Porto já estava com ele pelos cabelos e, agora, junta ao currículo uma decisão favorável no Júri de Apelo. Além de favorável, convém acrescentar que, não sendo ainda um capítulo encerrado, é uma decisão histórica. As duas primeiras, também.»
in O JOGO, ‘Adelino e o sucesso nas tacadas decisivas’, 14/06/2008


«As vitórias jurídicas da equipa de advogados do FC Porto, liderada por Adelino Caldeira, têm-se sucedido nas várias instâncias. O caso da presença na Liga dos Campeões é, claramente, o mais importante e mais mediático, mas há outros que constam do currículo dos causídicos portistas.
A decisão do Juiz Único do Comité do Estatuto do Jogador da FIFA de condenar Co Adriaanse a uma choruda indemnização é histórica, e a justa causa evocada para despedir Del Neri, usando como trunfo a existência de um período experimental em todos os contratos, foi considerada revolucionária no meio futebolístico. Outra vitória foi conseguida com Leandro do Bonfim, quando a FIFA acabou por permitir que o médio fosse utilizado, apesar de ter saído em litígio com o PSV. Em breve, o mesmo organismo vai decidir o valor a pagar por Paulo Assunção pela rescisão de contrato. Nas instâncias locais, os advogados portistas ganharam recentemente a batalha à família Ramalho pelos terrenos da Quinta de Salgueiral.»
in O JOGO, ‘Departamento jurídico goleia nos tribunais’, 23/07/2008


É caso para dizer: ainda bem que O JOGO publicou estes artigos. É bem melhor ler estas coisas, do que ver primeiras páginas da BOLA, com Luís Filipe Vieira ou Rui Costa a sorrirem no sorteio da Liga dos Campeões 2008/09...

P.S. Procurei recorrer a fontes fidedignas para escrever este artigo. Contudo, no caso de existir alguma incorrecção ou imprecisão agradeço que me reportem.

9 comentários:

José Rodrigues disse...

É difícil ter uma opinião fundamentada e sólida sobre o trabalho dos administradores da SAD, já que o regime é presidencialista (para além de PdC, praticamente ninguém dá entrevistas), opaco (o q até é uma boa coisa; a blindagem da direcção sempre foi uma vantagem em relação aos rivais) e confuso (através de exemplos avulsos sabe-se que os administradores fazem uma "perninha" em assuntos q não dizem directamente respeito ao seu pelouro).

Sendo assim não tenho grande opinião formada de A Caldeira e do seu trabalho. Confesso apenas que não me agrada que contrate serviços a uma empresa sua, e ainda menos que o FCP contrate jogadores representados pelo seu irmão.

No q diz respeito a aspectos puramente jurídicos, a impressão é mista, por ex: razoável no assunto "LC", positiva no caso Co Adriaanse (q ainda decorre em recursos) e negativa no caso Del Neri (ao contrário do q um dos textos anónimos elogiosos d'O Jogo dizia, não se «Encontrou um buraco na lei à medida do despedimento de Del Neri>> nenhum já que acabámos por lhe pagar (e aos adjuntos) pelo menos um bom par de milhões de Euros de indemnização, como mencionado no relatório e contas da SAD de 04/05).

No q diz respeito a Relações Públicas e ao Marketing (pelouros pelos quais A Caldeira é alegadamente responsável), a minha impressão do trabalho feito não é das melhores, sem ser contudo notoriamente má.

Concluindo, quem está de fora pode apenas ter impressões algo superficiais sobre o trabalho de um R Teles, de um F Gomes, de um A Caldeira (os administradores executivos da SAD, para além de PdC).

Por um lado isso é bom, já que é positivo q para fora passe a imagem de q a SAD funciona como um bloco; por outro nem por isso, já que no dia em q PdC sair não fazemos (adeptos comuns) a mínima ideia do q podemos contar da parte da restante equipa de administradores (caso se candidatem).

Anónimo disse...

Acho que muito pouca gente elogiará dessa forma o Adelino Caldeira.

Muita gente vê nele o símbolo de muitos males que vão sendo ofuscados pelas constantes vitórias desportivas.

Há demasiadas estórias envolvendo tal personagem.

MAntenho-me muito reservado a falar sobre ele.


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legionofdragons.blogspot.com

José Rodrigues disse...

Para os q seguem a política internacional e usando uma metáfora, eu diria q o A Caldeira tem a imagem perante os adeptos - bem ou mal - de ser uma espécie de Dick Cheney.

Com a diferença de q o PdC de G. Bush não tem nada... :-)

Portanto, por muitos elogios anónimos (e não só) q o jornal do amigalhaço Joaquim Oliveira lhe faça, dificilmente o A Caldeira passará a ser alguém querido pela maioria dos adeptos.

Não me acredito pois que possa vir a ser o próximo presidente do FCP (e da SAD...) depois de PdC, sendo muito mais provável que seja candidatado a administrador numa candidatura de continuidade, mas nunca se sabe (até pq PdC poderá muito possivelmente continuar ainda por vários anos).

Nuno de Campos disse...

Seria interessante fazer um estudo acerca dos jogadores que vieram e sairam do Clube tendo como intermediários os irmãos Caldeira, assim como das quantias envolvidas. Não foram todos grandes negócios (para o FC Porto), longe disso. Alguém se lembra por exemplo do Kaviedes?

Nos dois momentos em que houve grande vulnerabilidade no comando da equipa sénior (duas últimas épocas de Fernando Santos, época pós Mourinho) comprou-se mal e demais. Para resolver ambas as situações PdC foi busca treinadores fortes, que asseguravam disciplina no balneário e controle da influência de empresários - Octávio, depois Morinho e Adriaanse - treinadores que sabiam os jogadores que queriam e que não cediam a pressões para compra.

Nestas épocas, lançaram-se jogadores oriundos do clube ou comprados em Portugal a preço módico como Ricardo Carvalho, Hélder Postiga, Paulo Ferreira, Nuno Valente, Derlei, Helton, Maniche e Pepe. Em papeis secundários tinhamos jogadores portugueses, talvez pouco brilhantes mas que lutavam pela camisola e melhor ou pior cumpriam. Estes treinadores confrontaram também os poderes instituidos no balneário para melhor mandar ( Jorge Costa, Victor Baía). Tal atitude forte gera o descontentamento de alguns, e é natural que com mais ou menos pedrada em pára-brisas, mais ou menos empate em casa em quadra natalícia, acabe por ser o treinador o sacrificado.

Nas duas últimas épocas nota-se um novo crescendo nas compras de jogadores e uma diminuição do número de jogadores portugueses para níveis jamais vistos. A presente administração terá que pelo menos admitir um total falhanço na estratégia de formação do clube, com óbvio benefício de terceiros, ou talvez de alguns interesses próximos da SAD.

Será Jesualdo o treinador certo para fechar o plantel, dizer que não quer mais jogadores sul americanos e trabalhar com jovens?

José Rodrigues disse...

Isto já é offtopic, mas nada indica q Jesualdo tenha uma propensão a querer trabalhar com a prata da casa. Caso contrário provavelmente não teríamos dispensado um P Machado, um H Barbosa ou um B Gama.

De qq forma em geral a minha expectativa é q seja sempre a SAD a colocar um travão em instintos aquisitórios do treinador (seja ele quem for), e não ao contrário.

É q a grande vantagem da prata da casa é o custo (passe e salário), algo que não é uma preocupação do treinador (principalmente qdo nunca nenhum treinador nos últimos 30 anos ficou mais de 3 anos no FCP).

Jorge Aragão disse...

Não me posso pronunciar com dados seguros em relação a Caldeira.
Agora é certo que a política de aquisições´está errada, gasta-se imenso dinheiro em jogadortes duvidosos com contratos caros e longos alé de que temos uma catrefada de jogadores emprestados onerando e de que maneira a folha salarial. Há aquisiões incompreensíveis e passiveis de alguma suspeição, até o recente Hulk hipervalorizado que faz pensar.Com esse dinheiro não se contratava um jogador europeu de bons créditos, isto independente do valor que o Hulk possa ter... Leandro renovou mais um ano, não vai jogar mais aqui e foi emprestado de novo!!!
Temos de acabar com isto, emegrecer os emprestados e apostar mais nos nossos jovens dando condições para jogarem, alguns iguais ou bem melhores que os flops contratados.

sergiosilva disse...

Já que falamos das vitórias jurídicas do FCPorto, gostaria de chamar a vossa atenção (se me permitem) para o facto de ainda não conhecermos os fundamentos da decisão do Tribunal Arbitral do Desporto relativamente à participação na Liga dos Campeões 08/09. Estou certo que o TAS considerará que estamos perante uma sanção e não uma questão meramente administrativa e, nessa medida, consagrará o princípio da não retroactividade da norma disciplinar. Mas o que é certo, é que teoricamente, temos ainda uma participação futura em risco se, por exemplo, a decisão se tiver baseado no facto de a pena aplicada a Pinto da Costa não ter transitado em julgado. Eu pelo menos, só "descansarei" quando conhecer o acórdão e os seus fundamentos.
-http://www.tas-cas.org/recent-decision -

Mefistófeles disse...

Concordo com o José Rodrigues quando diz que é difícil ter uma opinião fundamentada e sólida sobre os administradores da SAD.

E depois, há ligações que me deixam estupefacto: Paulo Gonçalves, advogado do sport lisboa e protagonista da recente palhaçada jurídica Uefeira, foi estagiário de Caldeira ( consta até que é portista ? Ou era ? ) e terá sido condenado ao "inferno" por ter apostado no cavalo errado. Ou seja, Veiga e Alexandre Pinto da Costa.

Detesto este tipo de "paellas".

Creio que só o tempo poderá absolver ou condenar Caldeira: não lhe reconheço vitórias mas também não lhe reconheço derrotas.

Personagem de inteligência superior, sem dúvida, mas profundamente enigmático.

José Correia disse...

Caro Nuno, o lançamento na equipa principal de Ricardo Carvalho e Hélder Postiga (feita por Octávio Machado em 2001/02) e a aposta em Paulo Ferreira, Nuno Valente, Derlei e Maniche (feita por Mourinho em 2002/03) teve, na minha opinião, essencialmente a ver com o facto de a SAD estar na altura a atravessar um período de "vacas magras".

Desde que a FCP SAD foi criada, sempre que houve dinheiro com fartura (de aumentos de capital ou de mais-valias significativas resultantes de vendas de jogadores), isso teve como consequência muitas aquisições, independentemente do treinador.

Mas isto é uma questão que tem a ver com a política/estratégia desportiva da SAD e não, directamente, com o papel de Adelino Caldeira.