terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Livre conduto para denegrir o FC Porto

«Os Donos da Bola reflectem muito aquela curiosidade pacóvia que temos quando paramos a ouvir uma conversa de peixeiras ou quando se organiza uma enorme fila de carros que pára na estrada só para ver os mínimos estragos de um simples toque de dois veículos. (...)
Misturam-se também, neste programa semanal, outras coisas bem menos felizes: relembro a entrevista da semana passada, de José Manuel Mestre ao secretário-geral da UEFA, Gerhard Aigner, em que se tentava conduzir a entrevista conduzindo o entrevistado com perguntas canhestras como "Sabe que o Sr. Pinto da Costa insultou dois árbitros no ano passado?". Aigner é raposa velha e, com um indisfarçável ar de enfado, foi-lhe respondendo educadamente. Fazia lembrar François Mitterrand, que no primeiro septanato na Presidência da França, chamou um dia a Giscard d'Estaing "le petit telegraphiste", porque este andava pela Europa a fazer queixinhas do Presidente do seu país.»
Manuel Queiroz, PÚBLICO de 01/12/1996


Alguém na RTP lembrou-se de enviar um jornalista a Madrid para fazer uma entrevista ao ex-jogador do FC Porto Paulo Assunção a qual, pela forma insidiosa como foi conduzida e pelas perguntas canhestras que foram feitas, me fez recordar a entrevista de há 12 anos atrás de José Manuel Mestre (jornalista da SIC) a Gerhard Aigner.

Estranhamente (ou não) a entrevista, conduzida (e de que maneira!) pelo jornalista Hélder Conduto, não teve qualquer pergunta sobre o actual clube de Paulo Assunção, sobre a adaptação do jogador a uma nova realidade (cidade, país, clube ou campeonato), ou sequer sobre o desempenho do Atlético de Madrid e as perspectivas dos colchoneros para esta época.
Não, o interesse do jornalista da RTP era outro. Queria que o jogador dissesse porque razão não tinha renovado pelo FC Porto.

Ora, conforme é público, o processo da renovação do médio-defensivo brasileiro arrastou-se durante toda a época 2007/08, com o jogador a recusar as sucessivas propostas que a FCP SAD lhe fez. De forma resumida, relembremos o que aconteceu nos últimos meses da época passada.

Em 2 de Fevereiro de 2008, após a vitória (4-0) sobre o U. Leiria, Paulo Assunção foi confrontado com os rumores que havia na comunicação social, sobre a possibilidade de abandonar o FC Porto mediante o pagamento de uma indemnização equivalente ao valor dos seus salários até ao final do contrato. O jogador afastou liminarmente esse cenário afirmando:
Também vi isso nos jornais, que posso sair pagando os salários, mas o meu empresário está a falar com a direcção do FC Porto.
A minha vontade é ficar aqui, mas ainda não há acordo. Eles [FC Porto] estão a apresentar uma situação boa para eles, eu estou a apresentar uma situação que seria boa para mim.
Interesse de outros clubes? Só sei pelos jornais, tenho contrato até 2009 e quero ficar aqui.”

Em 23 de Fevereiro de 2008, após a vitória (3-0) sobre o Paços de Ferreira, Paulo Assunção voltou a negar a existência de contactos com outros clubes e afirmou:
Como está a minha renovação? Confirmo que o meu empresário está a falar com o FC Porto e que o processo está em marcha. Estamos na fase das negociações”.

Perante as sucessivas recusas do jogador às propostas de renovação que a SAD portista lhe ia apresentando e aos rumores, cada vez mais fortes, de que o jogador ia rescindir o contrato recorrendo à lei Webster, em 13/03/2008 o seu empresário – Ilson Visconti – veio a público reconhecer que o médio brasileiro estava a ser aliciado para rescindir contrato com o FC Porto no final da época.
É verdade que têm surgido muitos empresários a propor essa saída ao Paulo. Ele foi aliciado para rescindir com o clube no final da época, pedem-lhe para fazer isso, mas o jogador quer ficar”.

No dia 22 de Abril de 2008, O JOGO publicou uma notícia onde refere:
«Paulo Assunção tem contrato com o FC Porto até 2009 e os portistas pretendem prolongá-lo até 2012, intenção que tem encravado nas exigências do jogador, consideradas pouco razoáveis pela administração da SAD. Paulo Assunção é um dos elementos nucleares da equipa de Jesualdo Ferreira, mas não é internacional e já tem 28 anos de idade.»

Finalmente, e culminando aquilo que toda a gente já tinha percebido (o jogador não ia renovar porque tinha propostas de clubes estrangeiros que a FCP SAD não poderia cobrir), a 30/04/2008 a agência Lusa divulgou a seguinte notícia:
«Continuam as especulações da imprensa sobre o alegado assédio do Atlético de Madrid a jogadores portistas. Depois de Raúl Meireles e Lucho González, a imprensa desportiva fala em Paulo Assunção, atestando que os responsáveis do emblema madrileno perguntaram à SAD portista o preço do passe do jogador.
O processo de renovação de Assunção com o Porto prossegue sem acordo e diz-se que o brasileiro solicita um aumento desmesurado no salário para prolongar o actual vínculo que se prolonga até ao fim da próxima época.»

Há muito que se falava no Atlético de Madrid como estando por trás das sucessivas recusas do Paulo Assunção em renovar o contrato, mas esta noticia da Lusa, de finais de Abril, veio clarificar a situação.


Eu percebo muito bem que em vésperas de vir ao Estádio do Dragão, dê jeito ao jogador dizer que não renovou por causa do episodio das ameaças que lhe foram feitas à saída de um treino. Contudo, há um pequeno “pormenor” que desmente esta versão. Este incidente ocorreu em 15/05/2008, numa altura em que já era público que o jogador ia rescindir o contrato porque tinha quem lhe pagasse mais (até os nomes dos clubes interessados eram do domínio público).

Sendo isto mais que óbvio (há enumeras noticias da altura que o confirmam), porque razão a RTP enviou um jornalista a Madrid cujo único propósito pareceu ser reescrever a história, ignorando deliberadamente factos que tinha obrigação de conhecer?

Mais. No final da entrevista, o pivot do ‘Domingo Desportivo’, o mais famoso adepto do União Sport Clube Paredes - Carlos Daniel -, virando-se para António Tadeia comentou que as declarações de Paulo Assunção iam dar umas manchetes de jornais (sim, de manchetes anti-Porto percebem eles...).

Mas o que é que as declarações do médio brasileiro têm de novo para justificar manchetes?

Nada. A única coisa de novo é a contradição entre o que Paulo Assunção afirmou à RTP (“disseram-me que, se não renovasse até quarta-feira, levaria um tiro num joelho”) e o que tinha dito há um mês atrás, em entrevista a O JOGO (edição de 26/12/2008), em que disse que um grupo de adeptos que tinha assistido ao treino ameaçara partir-lhe uma perna.

De resto é uma notícia requentada, porque no próprio dia em que o incidente se verificou (há mais de oito meses!), a comunicação social deu conta do mesmo, tendo sido amplamente noticiado por televisões, rádios e jornais.

«Paulo Assunção, jogador do Futebol Clube do Porto, apresentou queixa na PSP, contra desconhecidos. O jogador contou à polícia que tinha sido ameaçado à saída do treino de terça-feira, por quatro indivíduos.
Os indivíduos aconselharam-no a assinar a renovação de contrato com o FC Porto nos próximos dois dias ou poderia sofrer consequências físicas.»
in SIC online, 15/05/2008 10:49

Por tudo isto volto a perguntar: o que pretende a RTP com este tipo de campanhas anti-FC Porto?
Competir neste "campeonato" com a TVI, 'Correio da Manhã', Record e 'A Bola', para ver quem conquista a maior fatia de simpatia entre os milhões de frustrados que odeiam os actuais Tri-campeões nacionais?

Relativamente ao jornalista Hélder Conduto, após ter trocado (em Maio de 2006) a TSF e a SIC pelo grupo RTP, tendo assumido a função de coordenador de desporto da estação pública, este benfiquista natural de Aljustrel mostra que tem ambição e que sabe qual é o caminho mais curto para chegar ao topo.

Parabéns Hélder, mais uma ou duas entrevistas destas e és promovido. Aliás, até já tenho uma sugestão para os anúncios da tua próxima entrevista:
«Exclusivo RTP. Saiba o verdadeiro motivo de Adriaanse se ter pirado do Porto».
Já imaginaram as manchetes bombásticas que uma entrevista com o holandês podia dar?
Até já estou com água na boca... É desta que vamos entalar o Pinto da Costa!


P.S. Algumas das perguntas que o jornalista da RTP se “esqueceu” de fazer ao Paulo Assunção:
- Em Junho de 2004 tinha um compromisso verbal com o Sporting mas acabou por assinar pelo FC Porto. Quanto é que o FC Porto lhe ofereceu a mais do que o Sporting?
- Quando assinou contrato com o FC Porto fê-lo até Junho de 2009. Assinou o contrato com o FC Porto coagido ou ameaçado por alguém?
- Alguma vez o FC Porto desrespeitou compromissos que tinha consigo, nomeadamente ao nível de salários ou prémios?
- Apesar de não ter chegado a um entendimento para a renovação do contrato com o FC Porto, alguma vez foi colocado de parte ou deixou de ser convocado por causa dessa situação?
- Acha bem que recorrendo à lei Webster os jogadores possam desrespeitar contratos que assinaram livremente, enquanto que os clubes são obrigados a cumprir os contratos até ao último dia?
- Foi apenas em 2007 que soube do interesse do Atlético de Madrid na sua contratação, ou antes disso já tinha havido contactos com o seu empresário?
- É coincidência que o Paulo Assunção tenha sido contratado pelo clube de que mais se falou durante os longos meses em que andou a negociar a renovação com o FC Porto?
- O Atlético de Madrid pagou ao Paulo Assunção, ou o seu empresário, algum prémio por assinatura do contrato?
- A proposta do Atlético de Madrid era superior à do FC Porto? Qual era a diferença anual (em centenas de milhares de euros)?

25 comentários:

Mário Faria disse...

Esse é provavelmente um dos homens que vence o salário pela RTP, mas de facto está ao serviço do SLB.
Esse é um "polvo" de enormes tentáculos que alia o fervor e o ódio clubista, ao famigerado e propagado interesse das audiências, nem que seja para as embrutecer.
Demais, ao contrário de outros países o poder regional é muito frágil e não há contraditório, pelo menos no desporto em geral e no futebol em particular.
Os jornalistas falam muito dos dirigentes desportivos, sempre sob uma perspectiva de superioridade moral e intelectual, mas era bom que olhassem para dentro da classe de forma aberta para poderem constatar que são tão maus como estes, bem piores, nalguns casos, porque influenciam muito mais gente.

miguel87 disse...

E que dizer dos comentário ultra fanáticos na transmissão do jogo Braga-Porto?? Serviu para passar uma escova no que se passou nos últimos 4 ou 5 jogos de Benfica e Sporting e pôr os holofotes todos em cima do Porto... Melhor para essa corja, nem por encomenda.

carlos disse...

Parabéns ao autor deste artigo. É uma satisfação usufruir da profundidade de análises e pesquisas como as que aqui estão patentes !
Ainda bem que há algumas pessoas que vão ao fundo das questões, contra a corrente descaradamente tendenciosa que menoriza quase toda a comunicação social desportiva nas últimas décadas.

Se me é permitido gostaria de sugerir dois temas para a análise futura: A história de uma filial do FC Porto da capital angolana, o saudoso FC Luanda e outor tema ainda: A análise do que é, nos dias que correm a comunicação social desportiva em portugal. Grupos económicos, figuras e suas conotações, história e origens.

Ou seja : Falar-se de assuntos fundamentais que, dentro do que posso saber, nunca foram aprofundados por ninguém.

Já que mais ninguém julga alguns senhores, que os julgue a Historia!
E para que a história se faça, são necessários registos e evidências.

Obrigado e continuem o excelente projecto trabalho que aqui vêm desenvolvendo.

E por favor NÃO ESQUEÇAM que ser do F.C.Porto é uma paixão e UMA ATITUDE MUITO ESPECIAL, presente NÃO SÓ, no Grande Porto e no Norte de Portugal, mas também a nível nacional, na diáspora portuguesa e globalmente em todo o planeta.

Fico leitor fiel deste blogue.

Ricardo Campos disse...

Meus caros:

sempre tive a ideia que o carlos daniel era do FC PORTO e doente... será q ele se passou? ou enganou-me este tempo todo!

Zé Luís disse...

EU até posso admitir, Zé Correia, que as perguntas sobe o Atl. Madrid foram feitas. Servem para descontrair o entrevistado, criar ambiente propício a desenvolver outros temas.

Mas a tua conclusão é inatacável e as deixas do Mário Faria também.

O mais lamentável, para mim, não foi a entrevista, cujo objectivo é ser esclarecedora com o próprio protagonista a falar. O entrevitado assume o que diz.

Sabemos que não é assim com os comprometidos e os pobres de espírito. Veja-se as contradições do tio, o primo, do vizinho, do promotor, do intermediário tudo para safar o Sócrates. Já houve não sei quantas versões da reunião, dos participantes, dos conhecimentos, etc.

Portanto, é bom que se ouça falar na PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR: eu fiz, eu soube, eu sofri, eu assinei, eu recusei.

Que, depois, ao montar a peça, o jornalista deixe de fora a "palha", o Atl. Madrid, a cidade, o salero, o colchonero, não me importa.

O GRAVE é saber-se que o jogador sempre se confessou bem tratado por clube e adeptos, que no caso de um episódio infeliz de alguns energúmenos ele apresentou queixana Polícia e nesse campo não há nada de novo e PA confessa que clube não teve nadaa ver com isso e tentou convencê-lo a ficar, isso sim é má-fé.

E é bem recuperado o tema dos Donos da Bola de que me lembro bem e essa entrevista exemplificativa do trabalho jornalístico para denegrir o FC POrto.

Eu até acho que não vale a pena cartearmo-nos com isto, o PA cumpriu muito bem, quanto a mim, a sua obrigação enquanto profissional do FC Porto, deve estar agradecido ao clube pela projecção que teve, não lhe levo sequer a mal que tenha preferido outro campeonato e a troco de muito mais dinheiro, é humano tudo isso - mas o jogador dá razão a qem o achou um Judas, um falso (e trilhado pela recusa do Sporting) e que não merece respeito.

Sinceramente, o palavreado dele tão enrolado a boca pareceu-me quase inaudível, mas o significado de tudo isto, para o PA, deixa-me indiferente, atendendo às declarações anteriores aqui historiadas.

Quem fica mal na fotografia são os artistas do costume.

Mas, sobre isso, pergunto sempre: o FC Porto não contribuiu para denegrir muitos jornalistas assumidamente portistas?
o FC Porto não teve um tempo em que podia ter facilitado o trabalho a muitos jornalistas assumidamente portistas?
o FC Porto chegou a empenhar-se para ter vozes portistas e alguém com preocupações azuis e brancas colocadas em lugares hoje em discussão?

carlos disse...

Ora aí estão três perguntas pertinentes, essas que o leitor Zé Luis colocou:
Como se chegou a este domínio absoluto e asfixiante anti-fcporto na comunicação social?

As situações são sempre resultado de UM PROCESSO não surgem instantâneamente e por geração expontânea...

Como se chegou até ao actual estado de coisas?

No último estudo que li, já lá vão 2 ou 3 anitos os portistas eram contabilizados como constituindo 22% , os SCP 21 e os slb 39%. Ora considerando estas estatísticas e o facto do FCP ser o clube de maior projecção e mais vencedor a nível nacional e internacional a comunicação social presta um mau serviço público, ao ignorar e / ou atacar sistematicamente o dragão e ao fazer-se porta-voz oficiosa dos dois de Lisboa.

Como se explica que haja tão poucas opiniões isentas e tão poucas vozes portistas na comunicação social ??

José Correia disse...

Aurélio Estorninho disse...
«sempre tive a ideia que o carlos daniel era do FC PORTO e doente... será q ele se passou?»

O Carlos Daniel é benfiquista. Disso não tenho qualquer dúvida.

José Correia disse...

carlos disse...
«Se me é permitido gostaria de sugerir dois temas para a análise futura: A história de uma filial do FC Porto da capital angolana, o saudoso FC Luanda»

Caro Carlos, lendo o seu comentário depreendo que tem um conhecimento aprofundado sobre FC Luanda.

Não quer fazer-nos chegar informação e fotos sobre esta filial do FC Porto?
Poderá fazê-lo através do e-mail do blogue.

Teremos todo o gosto em fazer um artigo sobre o FC Luanda e, eventualmente, outras filiais do FC Porto em Angola.

Um abraço

José Correia disse...

Zé Luis disse:
«Mas, sobre isso, pergunto sempre: o FC Porto não contribuiu para denegrir muitos jornalistas assumidamente portistas?
o FC Porto não teve um tempo em que podia ter facilitado o trabalho a muitos jornalistas assumidamente portistas?»


Pois é, caro Zé Luis, tem toda a razão.

O Pinto da Costa chegou a estar de relações cortadas com o António Tavares Teles e com o Júlio Magalhães, por causa de assuntos pessoais (notícias no Independente assinadas pela filha do ATT e entrevista de Filomena Pinto da Costa na TVI, após a separação há uns anos atrás).

E ainda hoje o Pinto da Costa está de relações cortadas com o Manuel Queiroz a quem, inclusivamente, já dedicou a sua página na revista Dragões com um texto muito duro.

Manuel Guedes disse...

JC excelente artigo, como é habitual.

http://odragao.blogspot.com/2009/01/el-cerdo.html

http://www.ojogo.pt//Imagens/5567.gif

http://www.youtube.com/watch?v=OBvTXU8H0tk - a parte relevante começa aos 4:20

Jorge Aragão disse...

Mais um bom post...
Quanto a não termos vozes na comunicação social, apesar de algumas culpas próprias em dadas alturas, acredito na teoria da conspiração, há que silenciar e prejudicar o FCP e concertadamente contratam-se profissionais que por gosto ou por imposição fazem o seu papel denegrindo o Clube.Tudo está definido nas linhas editoriais e assim quem lá está cumpre um desígnio ... dar cabo do nosso poderio, aquilo que eles não suportam.A entrevista do Assunção é um exemplo...
As capas dos jornais davam uma tese de doutoramento...
Além disso, com o centralismo cada vez mais exacerbado, com tudo na capital do império, não temos um jornal ou TV que nos defenda realmente. Veja-se o que está a acontecer ao JN, as rábulas das televisões do Norte, etc... Ao menos fossem neutros...
Se não fossem algumas vozes incómodas em certos programas como PÔNCIO MONTEIRO - que saudades do arquivo - , Manel Serrão, Rui Moreira - mais soft - , nem se falava de nós...
Não sei se isto é uma análise algo primária mas creio bem ter razão...
Por isso cada vitoria do FCP vale por 3 ou mais...
A luta continua.

José Correia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Correia disse...

Aristodemos disse...
http://www.ojogo.pt//Imagens/5567.gif

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Espectacular a ironia do cartoon de O JOGO sobre este caso.

Jorge Aragão disse...

Nem de propósito, acabei de ler.. leiam também o que está escrito no blog "Renovar o Porto" sobre o JN e o post Alto e pára o Baile.
Está na linha do que escrevi acima...
http://renovaroporto.blogspot.com/

Manuel Guedes disse...

http://portogal.blogspot.com/2009/01/pergunta-do-dia-em-que-que-paulo-assuno.html

Zé Luís disse...

Zé Correia, esses citados e alguns mais. Infelizmente, é verdade.

Mas, estranhamente, às vezes dá-se cobertura/acolhimento a que fez por merecer menos a atenção do clube.

Por amizades? Não sei.

Por exemplos práticos, não foi de certeza.

E aqui volto à "one million dolar question" que lancei há uns dias sobe os comentários feitos na tv em jogos do FC Porto...

HULK ONZE MILHAS disse...

Parabéns José Correia pelo excelente artigo! (Continuo a recusar chamar-lhe "post")
José Luís disse: "o FC Porto chegou a empenhar-se para ter vozes portistas e alguém com preocupações azuis e brancas colocadas em lugares hoje em discussão?"
Prezado José Luís: não conheço o ambiente jornalístico mas convivi durante muitos anos com o ambiente da arbitragem no futebol devido a diversas funções que ocupei. E posso garantir-lhe que os "árbitros azuis" foram sempre ignorados por PdC, ao contrário do que acontecia com os árbitros de outras cores que conseguiam fazer com ele grandes amizades. Porque seguia ele esta política, não sei!
Mas, pelos vistos, no jornalismo o resultado está à vista!
Já agora aqui vai mais um "jornalista-portista-maldito": Miguel Sousa Tavares

PMF disse...

A discussão, nos comentários, seguiu um caminho mais amplo do que o excelente post. Caminho mais amplo e muito importante: o FCPORTO deveria ter uma estratégia de comunicação.

A imprensa, de há muitos anos a esta parte (talvez sempre) está dominada por interesses que, se não são (pontualmente) benfiquista, são anti-porto! Ás vezes, até por razões extra-futebol: a estranheza e o incómodo de se ter que lidar com "fontes", hábitos, sensibilidades diferentes, nomeadamente, diferentes do pequeno meio em que se circula (em que circulam os jornalistas) em Lisboa.

Aquilo que é uma aberração (a parcialidade anti-porto) em termos de comunicação social, tornou-se, infelizmente, um estado natural. Por isso, o FCPORTO deveria cuidar inteligentemente de desenvolver uma estratégia de comunicação, apoiando (dentro das poucas possibilidades existentes) "opinion-makers" que, pelo menos, contrabalançassem a corrrente.

Até agora, de forma mais ou menos pública e notória, só vamos tendo o M Sousa Tavares e o Rui Moreira...curiosamente, ambos mal vistos e, no caso do último, mal tratado, pela ortodoxia dirigente do clube!...

Além do mais (que torna mais urgente essa estratégia que falta), não há sequer uma imprensa regional neste pobre pais e, se virmos bem, deixou de haver imprensa com dimensão nacional no Porto!

carlos disse...

Uma coisa que já reparei é que, ao contrário da dos jornalistas, há vários cartoonistas isentos / não alinhados que distribuem a crítica e a ironia de forma equitativa, sendo até os da 2ª circular os mais zurzidos, porque se prestam mais a situações ridículas...! O Luis Afonso de "A Bola" e o que faz os cartoons d'O Jogo, parecem-me bastante independentes ...
( diz-se que o sentido de humor é um sinal de inteligencia...!)

carlos disse...

Concordo e subscrevo o comentário do PMF.

Há dragões em todo o país que carecem de informação sobre o clube: informação de qualidade e em maior quantidade. Muitos simpatizantes, moradores em vários pontos do país, não têm acesso a tertúlias de adeptos como se encontram na invicta, por exemplo.
Nesses casos, saber do clube através da imprensa e das tv s
é uma frustração. Para se ler uma notícia tem que se engolir não sei quantas provocações e distorções acerca da realidade.

Os serviços do clube, dada a parcialidade dos jornalistas, tem mantido ao longo dos anos uma relação difícil com vários jornalistas e alguns orgãos de comunicação. Acontece que o ónus desses conflitos acaba por recair sobre o Zé Adepto, que tem que levar com a escassez de informação e os maus tratos dados ao clube pelos referidos escribas.

José Correia disse...

PMF
«o FCPORTO deveria cuidar inteligentemente de desenvolver uma estratégia de comunicação, apoiando (dentro das poucas possibilidades existentes) "opinion-makers" que, pelo menos, contrabalançassem a corrrente.»

Quando a SAD contratou o Rui Cerqueira, pensei que a sua principal missão era precisamente o que o PMF refere.

Miguel disse...

Grande artigo. Excelente trabalho.
Já agora, em relação ao tema que se levantou nos diversos comentários, gostaria de saber se me podem elucidar de uma coisa.
Não foi contrata pelo FCPorto uma empresa própria para trabalhar a imagem do clube na imprensa creio que aqui à uma época atrás?! E não rescindiu essa empresa o contrato com o FCP poucos meses depois precisamente por causa das dificuldades que encontrou junto da comunicação social para fazer o trabalho para que tinha sido contratada?!
Eu creio ter visto este assunto tratado em alguns blogs mas não vi nada em termos de comunicação social. Alguém me consegue confirmar este assunto?!
Um grande abraço a todos.

Unknown disse...

Mais uma vez, excelente!

Quanto ao conteúdo, costumo dizer:

"A culpa não é deles. É nossa!"

Zé Luís disse...

carlos, mas se fosse o site do clube a dar informações mais relevantes, alargadas e profundas, vá lá...

Na semana passada, para saber no link dos "próximos jogos", o de Braga apontava transmissão na SportTV e quanto ao Leixões nem se sabia...

Creio que li algo sobre uma barbaridade no basquetebol, mas fiquei sem saber no site o resultado o Benfica-Porto...

Como diz o Zé Correia, a gente pensava que com um profissional da CS iria ser melhor, mas do iria ao ser...

Miguel, a agência contratada, e reputada, era (é) a de Luís Paixão Martins. Foi publica a carta sua renúncia pouco depois de ter assinado contrato. O Expresso deu o lamiré e o conteúdo da carta foi logo conhecido.

Mas...

... nunca ninguém perguntou a PdC a razão e o que achava dela, nem o FC Porto aproveitou a ocasião para denunciar qualquer situação anómala.

Sendo assim...

PMF disse...

Miguel disse (supra):

"E não rescindiu essa empresa o contrato com o FCP poucos meses depois precisamente por causa das dificuldades que encontrou junto da comunicação social para fazer o trabalho para que tinha sido contratada"?!

Foi pior, caro Miguel. A empresa em cauysa, que se movimentava (e ainda movimenta) sobretudo na comunicação política e empresarial, acabou por denunciar a sua impossibilidade de levar a cabo o trabalho com o FCPorto porque sofreu pressões inadmissíveis. Inclusivamente, sugeriu da parte do poder político e judicial! Foi mais um escândalo que a imprensa nacional (também já só existe, praticamente, essa!) e do status quo acabou por não dar muito relevo!