quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

EPUL compra ao SLB terreno doado pela CM Lisboa

«Segundo o documento, a que o DN teve acesso, "conclui-se que a participação da EPUL se traduziu num grave prejuízo" para a empresa, "que ainda hoje se reflecte na negativa situação patrimonial". (...)

A EPUL comprou ainda ao SLB uns terrenos à volta do Estádio por 32 milhões de euros. Ora, como referiu no processo Pedro Castel Branco, gestor do projecto Benfica Stadium de 2001 a 2004, a empresa pública adquiriu um terreno que "havia sido cedido em tempos, pela Câmara de Lisboa ao SLB para a construção de equipamentos desportivos".

Por fim, há ainda uma transferência de cerca de 10 milhões de euros da EPUL para o Benfica "a título de participação em lucros na venda de 200 fogos do Vale de Santo António". Como é que foi calculado este valor? Luís Cantante de Matos, gestor do projecto do Vale de Santo António de Novembro de 2002 a Janeiro de 2009, disse à PJ que quer o prazo quer o montante previsto como mais-valia lhe "foram impostos como objectivos a atingir". "Desconhece como terá sido calculado o valor de 9,975 milhões de euros", lê-se no relatório da Judiciária.»

A notícia completa pode ser lida no Diário de Notícias de hoje, aqui.


As notícias de hoje do JN e do DN são semelhantes, mas vale a pena ler as duas porque têm alguma complementaridade e dá para perceber melhor o esquema que foi montado.

E também vale a pena recordar que os apoios da CM Lisboa ao clube do regime não terminaram em 2002. No dia 31 de Julho de 2009, na última sessão antes de férias, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou o projecto do Benfica para a Urbanização Sul, na zona do Estádio da Luz, que tinha estado na origem de um dos diferendos do clube com a Euroárea.

11 comentários:

tabranco disse...

...bom! as ilações que se podem tirar são a meu ver muito simples.
tudo foi feito para o DRAGÃO ficar a "meio"ou seja,uma especie de estaleiro.
o poder queria o estadio das antas demolido e novo por concluir!!
no sul...no sul vale tudo.

Pedro disse...

Muita gente enriqueceu, um clube foi benefeciado, mas sanções para aqueles lados...

Não acredito que a justiça Portuguesa se meta com o SLB. Nem acredito na imparcialidade de certos actores como MJM.

André Pinto disse...

E esta hei?:

http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2005/audit-dgtc-rel037-2005-2s-v1.pdf

"Segundo o Tribunal de Contas, o Estádio do Dragão recebeu 137,6 Milhões de euros de apoios directos e 88,4 Milhões de euros de apoios indirectos, o que prefaz um total de 226 Milhões de euros!!"

Mais isto:

"Inspecção-Geral de Finanças

Finanças dizem que Câmara favoreceu FCP em 55 milhões (JN 2004-10-09)

“A execução do Plano de Pormenor das Antas terá causado um "rombo" equivalente a cerca de 87 milhões de euros no património da Câmara Municipal do Porto. É uma das conclusões que se pode retirar da leitura do relatório final da Inspecção-Geral de Finanças (IGF), em que se destacam os 55 milhões de euros atribuídos pela autarquia, de forma "ilegal", ao Futebol Clube do Porto (FCP). O inspector-geral remeteu o relatório para o Ministério Público, justificando a decisão com os "indícios de favorecimento" ao clube. Segundo o actual presidente, Rui Rio, o processo já originou uma investigação. (…)

Como se pode ler nas páginas do relatório, a que o JN teve acesso, a cedência de parcelas e da respectiva capacidade de construção ao clube foi avaliada, na altura, pela Câmara liderada por Nuno Cardoso, em 27 milhões de euros (tendo em conta um valor de venda de 300 euros por m2). Os auditores acrescentam, no entanto, que os lotes em questão estavam destinados à construção de um centro comercial e um hotel, o que significa que teriam de ser avaliados em 750 euros por m2. Contas feitas, aos 27 milhões que a autarquia admitia estar a dar ao FCP haverá que somar 28,5 milhões de euros. Ou seja, a "prenda" da Câmara vale 55,5 milhões.” In Jornal de Notícias".

André Pinto disse...

O custo inicial do Estádio do Dragão apontava para valores a rondar os 123,3 Milhões de euros, mas no final a obra acabou por custar 98 Milhões de euros ao Futebol Clube do Porto. Para esta diferença entre o valor orçamentado e o valor concluído (descida única no mundo das obras de construção portuguesas) existe quem assegure que tal se deveu ao facto de a Metro do Porto (Empresa de capitais públicos) ter assumido o pagamento das fundações do Estádio do Dragão pelo facto de ter construído nessa altura o Terminal do Dragão, ou seja, neste caso estamos a falar em cerca de 25 Milhões de euros de apoios indirectos, já que a Metro do Porto podia ter feito uma Estação normal na Zona, e além disso trata-se de investimento em Acessibilidades ao Estádio do Dragão.


Somando todos os valores chegamos a um custo astronómico, que os bolsos dos contribuintes tiveram de assumir por causa do Estádio do Dragão:

Apoios Directos por parte do Estado: 137,6 Milhões de euros
Apoios Indirectos por parte da C. M. Porto: 88,4 Milhões de euros
Apoios Ocultados por parte da C. M. Porto: 28,5 Milhões de euros
Apoios por parte da Metro do Porto: 25 Milhões de euros

Total (a preços de 2004): 279,5 Milhões de euros
Total (a preços correntes): 310 Milhões de euros!!!!


Acreditamos que nem vale a pena falar no Centro de Estágio “oferecido” pela Câmara Municipal de Gaia ao Futebol Clube do Porto, já que se tratam de “peanuts” em relação aos valores envolvidos no Estádio do Dragão.

Mas importa deixar a seguinte pergunta: Será que em 2018 os Portugueses terão de pagar mais 310 Milhões de euros para que o Futebol Clube do Porto consiga ser competitivo face aos outros clubes nacionais?

André Pinto disse...

Do um relatório do tribunal de contas:

Indirectamente as respectivas Câmaras Municipais participaram na construção dos estádios dos clubes com os seguintes valores (seja em verbas ou em espécies), até Julho de 2005:

SLB - 49.503.359,70 €
SCP - 10.061.900,00 €
FCP - 152.228.966,00 €
BFC - 1.009.750 €

http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2005/audit-dgtc-rel037-2005-2s-v1.pdf

TRIBUNAL DE CONTAS.

Não é o JN ou o DN.

José Correia disse...

Mesmo aos mais distraídos, basta dar uma rápida vista de olhos aos números apresentados pelo “Andre”, para se perceber que vários são contraditórios entre si. É caso para dizer, ó meus amigos entendam-se e combinem as coisas bem antes de quererem convencer-nos...

Entre os números apresentados gosto, particularmente, dos 279,5 milhões de euros de apoios para a construção de um estádio que é dito que custou... 98 Milhões de euros!
Fantástico! Quem foi a mente brilhante que chegou a esta conclusão?
O auditor do Tribunal de Contas?
Um inspector da Inspecção-Geral de Finanças?
O “Andre”?

Os números apresentados pelo “Andre” são absolutamente ridículos e se são sustentados em algum documento oficial, dizem bem da honestidade ou competência de quem o fez.
Não é possível, em caixas de comentário, demonstrar a falsidade de todos estes números, mas o “Andre” e as restantes pessoas que nos visitam podem ficar descansados, porque brevemente irei publicar vários artigos sobre o que foi o PPA (Plano de Pormenor das Antas), em que estas e outras questões irão ficar bastante claras.

P.S. Repararam que o "Andre" (ou A BOLA, o Correio da Manhã, a Benfica TV, etc.) não nega nenhum dos factos que foram denunciados nas noticias de ontem do JN e do DN.

Carrela disse...

José Correia, bem respondido!!

Quanto aos valores referentes ao FCP cá estaremos para os analisar e tirar conclusões.

André disse...

"O custo inicial do Estádio do Dragão apontava para valores a rondar os 123,3 Milhões de euros, mas no final a obra acabou por custar 98 Milhões de euro,escida única no mundo das obras de construção portuguesas) existe quem assegure que tal se deveu ao facto de a Metro do Porto (Empresa de capitais públicos) ter assumido o pagamento das fundações do Estádio do Dragão pelo facto de ter construído nessa altura o Terminal do Dragão..
Caro andre (sem acento), o custo é o mesmo independentemente de quem o paga, se porventura o metro pagou as fundações do Dragão esse custo manter-se-ia.
As contas da Metro do Porto são públicas desafio-o a demonstrar o que insinuou...o argumento do "há quem diga" é um pouco patéta.
Devia, agora como português, tecer ossanas à excelente organização que permitiu reduzir os gastos na construção do Dragão, ao contrário do que é useiro e vezeiro por esse país fora.

Continuamos à espera que refute todas as acusações que pendem sobre o seu clube.

Cumprimentos portistas

André disse...

"Ou então dos terrenos avaliados a 300€ / metro2 e vendidos a 400 e 550"

És mesmo tótó! os terrenos foram requalificados, todo o projecto desenvolvido promoveu um upgrade da área.
Gostava de saber quanto é que valia o m2 da zona da expo antes de 98? será que o m2 vale mais agora?

Quanto ao Olival, qual é o problema? O teu vice presidente Cervan é presidente da assembleia municipal (à data pelo menos era), conhece o projecto por dentro e até vêr nunca apontou uma irregularidade que fosse.

Seixal diz-te alguma coisa?, euroárea? tráfico de influências para alterar pdm´s(em contratos)?

Andre (sem acento), não sejas tótó..assume: o teu clube espoliou o contribuinte.

Cumprimentos portistas

Filipe Sousa disse...

Note-se ainda, que o Centro de Estágio Porto-Gaia, é um equipamento da CMGaia, alugado ao FC Porto. No final do contrato, o presidente da CMG, se for honesto - um benfiquista, portanto - não renova o contrato, e pode assim alugar o centro por um preço justo a esse "clube que é Portugal", e que "tem muitos adeptos no Norte".

Filipe Sousa disse...

Convém não esquecer também, que depois das escutas, das ligações perigosas à claque de assassinos/traficantes, esta é a 3ª vez que o Impoluto-Mor LFV, sai incólume - porque foram detectadas irregularidades nas contas do Clube do Regime neste caso EPUL, mas decidiu-se "não responsabilizar ninguém criminalmente". Não sei se é por ser dos 100 + ricos de Portugal, ou pelo cargo que ocupa, mas está claro que este indivíduo pode fazer o que quiser porque está acima da Lei.