domingo, 9 de fevereiro de 2014

Algumas coisas boas

A exibição dos azuis-e-brancos foi fraquinha, na linha do que se tem visto esta época e com os defeitos conhecidos. Contudo, em vez de repetir aquilo que todos os adeptos portistas já estão fartos de saber e discutir (lentidão, desorganização coletiva, fragilidades defensivas, falta de acutilância ofensiva, etc.), vou falar de algumas das coisas boas deste FC Porto x Paços Ferreira.

Comecemos pelo mais importante: o resultado do jogo.
Ganhar e somar três pontos é sempre bom e, para aquilo que o FC Porto jogou, eu diria que ganhar este jogo por 3-0 foi um excelente resultado.

Outra coisa boa foi que, ao contrário do que aconteceu no último slb x FC Porto, desta vez, dos dois lances para penalty a favor do FC Porto, o árbitro (Cosme Machado) decidiu assinalar um. Menos mal, estamos a progredir...

Jackson Martinez marcou mais um golo (o 14º no campeonato) e, pelo menos até terça-feira, isolou-se na liderança da lista dos melhores marcadores do campeonato. E não é ele que marca os penalties que são assinalados a favor do FC Porto...

Fernando, o jogador que, segundo "fontes bem informadas", ia ser ostracizado pelos "malvados" dirigentes do FC Porto e não voltaria a vestir a camisola do FC Porto, regressou após paragem por lesão, jogou 90 minutos e foi um dos melhores em campo.

Quem também jogou 90 minutos, tendo sido o jogador das duas equipas que percorreu a maior distância (mais de 11500 metros), foi Herrera. Aos poucos, o médio mexicano vai ganhando o seu espaço na equipa e eu continuo a pensar que a sua intensidade de jogo, o seu futebol vertical e os passes de ruptura que faz só precisam de um coletivo mais forte e organizado à sua volta para convencer a generalidade dos adeptos portistas.

Perante a intempérie que, nos últimos dias, se abateu sobre o país, o Estádio do Dragão voltou a demonstrar que é, de longe, o melhor estádio português. Já se sabia que era o mais bonito, o que tem os acessos mais eficazes, as melhores condições de segurança (sem precisar de jaulas) e o relvado que resiste melhor a fortes chuvadas. Hoje ficou também demonstrada a enorme diferença de qualidade entre a cobertura do Estádio do Dragão e a do estádio lisboeta onde se vai disputar a próxima final da Liga dos Campeões...

22 comentários:

Luís Vieira disse...

O Fernando voltou a fazer um grande jogo, constituindo-se, muito provavelmente, como o melhor jogador do Porto da actualidade. O Herrera voltou a mostrar bons pormenores (estará ultrapassada a barreira psicológica que o impedia de render nos primeiros tempos?), denotando maior capacidade de desequilíbrio do que o Defour, por exemplo. No entanto, a saga das alterações no meio-campo prossegue, o que impede qualquer tipo de estabilização no sector mais importante da equipa. O Abdoulaye veio do Vitória directamente para a titularidade (o Maicon foi relegado para o banco por lesão?). Por último, as alterações surtiram efeito: o Licá fez duas assistências e o Ricardo marcou. Já o Quintero esteve um bocado desastrado (a rever nos próximos jogos). 3ª feira, no galinheiro em decomposição, o empate assentaria que nem uma luva. Pelo menos dependeríamos apenas de nós, novamente.

Pedro ramos disse...

Só duas notas soltas:

1- Abdoulaye que no inicio da época foi emprestado, porque nao era suficientemente bom para ficar no plantel, presumo eu, chega do V. Guimaraes e ultrapassa Maicon e Reyes e é logo titular.

2- Josué era o habitual marcador de penaltys e penso que nao temos muitas razoes de queixa. Hoje marcou o Quaresma vá saber-se porquê.

Ps. O penalty marcado para mim nao existe. Felizmente no final conseguimos marcar mais 2 para nao ser necessário ganhar com um penalty inexistente. (O que nao invalida que tenha existido um penalty por marcar anteriormente).

DC disse...

Esse pormenor dos 11,5Km que o José destaca como algo positivo deixa-me um pouco preocupado.
É que se ele correu tanto, e se tiver que correr tanto em todos os jogos, é sinal que o nosso meio-campo depende excessivamente da condição física dos jogadores. E como todos temos visto com o 5LB de JJ, isso normalmente no final do campeonato paga juros.

Nos anos anteriores, o Porto tinha uma média de cerca de 10Km corridos por jogador.

Nuno Correia disse...

Excelente crónica
Parabéns
Nuno Correia

Filipe Sousa disse...

Dependeríamos apenas de nós, para quê? Ser campeões e renovar com o Paulo Fonseca? Não, obrigado...!

Vincent Vega disse...

Filipe Sousa, não me diga que é daqueles "portista" que quer que o Porto não seja campeão só para o Paulo Fonseca sair. Não consigo entender esses pensamento.

HULK ONZE MILHAS disse...

"...Josué era o habitual marcador de penaltys..."
Na baliza estava um guarda redes que o conhece bem...
Talvez tenha sido esse o motivo.

Hugo disse...

O Degra nao jogava la o ano passado por isso nao e por ai

Unknown disse...

essa do penalty também me irritou bastante. O quaresma é o menino bonito. os últimos dois jogos foram horríveis, no entanto é sempre aplaudido. enquanto que o herrera que até esteve bem é assobiado por tudo e por nada. mas o que irrita mais é que o quaresma mesmo sem provar que é melhor tem sempre de marcar os livres todos, quando temos josué ou quintero a jogar.
ontem saiu quaresma e entrou licá. monumental assobiadela! licá não teve toques de classe, mas jogou simples e deu "duas" assistências. resultado:2 golos. ás vezes o jogo pede pra jogar simples e há jogadores que não o sabem fazer.

DC disse...

O próximo passo vai ser a braçadeira para o Quaresma...

José Lopes disse...

Tambem nao consigo entender quem prefere uma derrota a ver o Porto campeao. E' o tipo de adepto que gosta mais de bater em todos e ter razao do que de ver o clube ganhar.

José Lopes disse...

O Quaresma e' o dono da bola, ja o era antes de sair em 2008. E os adeptos que o aplaudem faca ele o que fizer so contribuem para isso. Foi ridiculo ser ele a marcar o penalty, tal como foi ridiculo nao ser o Quintero a bater o livre, ele que ja esta epoca marcou um.

Quanto ao Abdoulaye, e' mais um sintoma de desnorte que por ali vai. Em tres semanas, ja jogaram Otamendi, Maicon, Reyes e Abdoulaye ao lado do Mangala. Do mal o menos, acho que o Abdoulaye e' neste momento melhor opcao que qualquer um dos outros dois.

Abel Pereira disse...

Fico surpreendido por haver adeptos, pelo menos aparentemente, para quem ganhar é assim uma coisa de somenos importância. Se me disserem que não adianta o Porto depender só de si para renovar a conquista do título porque não tem mostrado capacidade para o conseguir ainda vá, mas pôr reticências a que o FCP seja campeão para que o treinador não continue no clube, francamente! Há um ponto que gostaria de esclarecer: Paulo Fonseca é um treinador que a quase totalidade dos adeptos do FCP deve crer ver pelas costas, mas isso só é aceitável pelo facto de não mostrar capacidade de pôr o a equipa a jogar de modo a vencer com naturalidade, a dar garantias de poder ter sucesso nos jogos que se seguem etc.

HULK 11M disse...

Obrigado Hugo pelo esclarecimento.
Sendo assim, realmente, é mais uma nódoa negra nas decisões do treinador e mais um contributo para desmoralizar um jogador que tem cumprido na missão de marcar GP´s.

meirelesportuense disse...

O penaltie foi muito bem executado, imaginem que o Quaresma falhava, o que não correria por aqui!...Abdoulaye mostrou ter segurança suficiente para jogar nesta defesa e ao contrário do Danilo, que continua a ser um buraco do tamanho do túnel do Marão, também demonstrou muita frieza...O Porto faz tudo mal e os outros é que estão muito bem...Não entendo também porque a inscrição dos jogadores inscritos pelo Sporting, por exemplo, não foi posta em causa, ao contrário das inscrições feitas por vários outros Clubes...É no mínimo suspeitosa esta divergência no tratamento dado pela Liga e/ou pela FPF...

Luís Vieira disse...

Dependeríamos apenas de nós para sermos campeões, como eu quero e gosto que aconteça todos os anos, independentemente do treinador que orienta a equipa. Se preferir ver o Benfica aumentar o pecúlio de campeonatos ou o Sporting aproximar-se do número de títulos do Porto, esteja à vontade, mas é uma concepção de "portismo" (?) da qual não perfilho e lamento que exista.

Filipe Sousa disse...

O Porto, pela forma como tem sido gerido de há uns anos para cá, está destinado a perder o campeonato, mais tarde ou mais cedo. A forma como as épocas são preparadas, as contratações, os treinadores, são quase um insulto ao passado. O Porto tem feito resultados fracos na Liga dos Campeões - os deste ano são até patéticos - e isso demonstra um declínio. Podemos ser campeões este ano, será óptimo se formos, mas isso só servirá para mascarar - e permitir que continue - tudo o que está mal. Eu quero que o Porto vença, por ser melhor que os outros, e não por ser o menos mau. Respeito quem fique satisfeito só por ser campeão, mas isso para mim não chega.

Filipe Sousa disse...

Acrescentaria que apesar dos orçamentos milionários, o futebol praticado é cada vez pior. Cada vez se gasta mais dinheiro - não tenho nada contra o Herrera, mas é foi um jogador demasiado caro para aquilo que apresentou até agora; o Moutinho só custou mais 3 milhões, e foi titular desde que chegou - e os resultados são cada vez mais fracos. Repito: as pessoas que gerem o Porto, precisam de parar para pensar; está visto que as prestações patéticas na LC, com todo o prejuízo que daí advém, não lhes tira o sono. Pois então, parece que só perdendo o campeonato, é que soará o alarme - se é assim que tem de ser, assim seja.

Luís Vieira disse...

Nada contra o argumentário apresentado, até subscrevo algumas das opiniões, mas não concebo que um portista prefira que outra equipa seja campeã, para além do Porto, apenas para "fazer soar o alarme". É evidente que é importante juntar qualidade de jogo aos títulos, mas, na falta daquela, ao menos que se preservem os últimos. Significam entrada directa na Liga dos Campeões, prestígio, valorização dos jogadores e progresso na ascensão a clube com mais títulos nacionais (convém não esquecer que o Benfica é líder neste aspecto). O jogo inestético e a gestão deficiente incomodam, mas a falta de títulos incomoda muito mais, garanto-lhe. Antes uma dinâmica de vitórias, ainda que pouco brilhante, do que uma espiral de derrotas, beneficiando os mais directos rivais.

Filipe Sousa disse...

Luís, eu não quero, de modo nenhum, que outra equipa seja campeã; o que eu quero é uma estratégia (e neste momento, não há nenhuma) que permita ao clube crescer, e não apenas acumular títulos. É verdade que entramos muitas vezes na LC, mas para fazer figurinhas tristes, talvez seja melhor não ir - não só se desbarata o prestígio granjeado em tempo de vacas magras, como os proveitos financeiros são negligenciáveis. O que é preciso considerar, é que da maneira que as coisas são feitas neste momento, talvez sejamos campeões este ano e no próximo, mas e daqui a 10 anos? E daqui a 20? Vamos agarrar-nos aos títulos que conquistamos agora, porque não temos mais nada, ou vamos ter vitórias nessa altura?

Luís Vieira disse...

Estratégia há. Concorde-se ou não com ela, existe e tem tido resultados. Este ano, até prova em contrário, as apostas não foram as mais acertadas (treinador e plantel), mas não se pode pôr tudo em causa apenas porque há incompetência ou infelicidade num determinado momento. O maior objectivo do clube é conquistar títulos, por isso, se o tem conseguido, não há necessidade de entrar em rupturas desnecessárias. Num ano joga-se melhor, no outro pior, mas desde que o desiderato fundamental seja alcançado não vejo porque partir para revoluções peregrinas. No dia em que isso não acontecer, então sim, mude-se de atitude e de comportamentos porque a velha receita estará gasta. A Liga dos Campeões é uma história diferente: de facto, as últimas participações têm ficado aquém das expectativas. Tal não se deve apenas a incompetência própria, mas também ao aumento do poderio financeiro de diversas equipas (PSG e City à cabeça), que tornam a competição cada vez mais um privilégio de ricos (com as devidas consequências externas, nomeadamente proteccionismo pelas arbitragens/UEFA), afastando os outsiders como o Porto. Estes, ou têm um ano extraordinário e conseguem intrometer-se na luta, ou são votados à condição de participantes meritórios, ultrapassando a fase de grupos e quedando-se nos oitavos. É uma tendência que tem vindo a acentuar-se e, salvo circunstâncias excepcionais (fair-play finaceiro?), não mudará tão cedo. Quanto às questões que elenca, não vejo sinais do apocalipse tão evidentes que pintem um cenário tão negro nos próximos 10 ou 20 anos.

Filipe Sousa disse...

Só o futuro responderá às questões, mas a tal revolução pode estar para mais breve do que se possa pensar: o Porto vai disputar 5 jogos com o slb, esta época; um já perdeu, e tenho sérias dúvidas de que vença qualquer um dos outros. Se assim for, tudo, mas mesmo tudo, será posto em causa (especialmente se perder a maioria dos jogos em casa).