quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Uma máquina de faturar dinheiro e títulos?

Com a devida vénia, reproduzo a seguir um artigo de opinião do jornalista João Tiago Figueiredo, publicado do site Maisfutebol, o qual, para além da pertinência (incide no modelo de gestão adoptado pela FC Porto SAD no pós-Gelsenkirchen versus a expectativa dos adeptos), me parece poder suscitar uma boa discussão e reflexão portista.

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Em 2004, numa das mais deselegantes declarações da carreira, José Mourinho anuncia a saída do FC Porto no flash-interview da conquista da Liga dos Campeões. A forma surpreendeu, mas a mensagem já era esperada.

Tanto que, pouco depois, o Dragão novinho em folha despede-se de Deco, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira. Novamente sem grande surpresa e alarido. Encaixa sensivelmente 70 milhões. Feitas as contas, perdeu treinador, viu sair referências mas encaixou dinheiro. Muito dinheiro.

Sobreviveu a um trágico ano de rescaldo e voltou a ganhar, internamente e na Europa, sempre com base no modelo nascido naquele verão: comprar, afinar, vender.

Tornou-se uma máquina de faturar. Dinheiro, mas também títulos. Desde aquela noite em Gelsenkirchen venceu sete campeonatos em nove. Uns mais facilmente, outros menos. Uns a jogar melhor, outros com menor fulgor.

zerozero, 21-05-2013
Fruto de uma forma peculiar de ver futebol e de uma exigência, muitas vezes, exacerbada, o domínio portista nem sempre trouxe a paz que seria expectável. Basta, para isso, lembrar que, desde José Mourinho, não houve um único treinador consensual a liderar a nau portista.

É certo que Villas-Boas o foi, mas apenas enquanto estava na sua cadeira de sonho. A forma inesperada como deixou o clube foi traumática. E o estado de graça esvaiu-se.

Antes e depois, nunca houve consenso.

Co Adriaanse venceu campeonato e Taça de Portugal no mesmo ano. Criou Pepe, fez explodir Quaresma, lançou Helton, inventou Paulo Assunção. Saiu por ser aquilo que o FC Porto lhe pediu: exigente e rígido.

Jesualdo Ferreira venceu três campeonatos em quatro e passou sempre a fase de grupos da Champions. Afinou Bosingwa, descobriu Fernando, transfigurou Bruno Alves, potenciou o melhor Lisandro de sempre e deu escola a Hulk e Falcao. Não chegou.

Vítor Pereira perdeu um jogo em dois campeonatos, jogando praticamente todo o primeiro sem ponta-de-lança. Pelo meio mostrou Mangala, poliu James e ajudou Alex Sandro a fazer com que hoje ninguém se lembre de Álvaro Pereira. Também foi de menos.

Veio Paulo Fonseca e, meio ano depois, a sentença está dada: mesmo que ganhe, não agrada. Percebeu-se quando, após a primeira derrota na Liga, (quase) os mesmos jogadores que estiveram na festa de maio foram recebidos com tochas, insultos e petardos no Dragão. Uma pressão sem sentido e sem efeito. Alguém viu uma melhoria depois daquela noite de Coimbra?

Se a solução fosse trocar (outra vez) de treinador, a mesma estaria, acredito, tomada há muito. Se o FC Porto não o fez é porque sabe que o problema é outro. Há desejos distintos e só os adeptos querem títulos e ponto. Jogadores querem ganhar mais. Treinador quer manter o emprego. Direção quer lucro para que toda a pirâmide seja sustentável.

E se a estrutura ceder (é preciso lembrar que o FC Porto está em quatro frentes com hipóteses de vencer todas) a interrogação mais forte não estará sobre o treinador, o duplo-pivot ou na aposta neste ou naquele central. Estará num onze claramente abaixo dos últimos anos e no modelo criado a partir de 2004.

Record, 10-04-2012
É, naturalmente, descabido anunciar a sua falência quando, ainda no último verão, 75 milhões entraram nos cofres portistas. Mas exigirá reflexão. O emblema é igual mas tem o mesmo significado quando os craques, que eram de uma vida, são só para uma ou duas épocas? Por muita paixão que haja, que sentido faz celebrar uma venda milionária com a consciência que a equipa ficará enfraquecida?

As estadias são cada vez mais curtas e já é impossível esconder que os jogadores chegam com a ideia que entraram numa ponte que há de desaguar em algum lado. Alguém se lembra, por exemplo, do período em que Jackson não falava em sair? Está em Portugal há ano e meio…

O FC Porto precisa, por isso, saber o que quer. E explicar. Porque com títulos sonham todos, mas só consolam os adeptos. Dez anos depois da saída de Mourinho, o FC Porto vive um novo desafio: pedir para suar a camisola já é de mais. É preciso primeiro convencer a vesti-la de corpo e alma.

Nota: Os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

32 comentários:

Joao Goncalves disse...

Este artigo poderia ser aplicado a um outro clube que luta connosco pelo titulo... não é ser isto ou aquilo, é o futebol actual que é mesmo assim.

Nós somos um Pais pequeno, vendedor, sem capacidade económica para reter os atletas...

Fala-se muito que o Porto vende passado dois ou três anos, mas esquece-se que o Porto vende aqueles que o Mercado que comprar e que a isso o pressiona... não estou com isto a dizer que a estratégia não é mesmo a da venda, estou a dizer que é a lei do mercado, pois se assim não fosse nunca teríamos situações como Mariano Gonzalez, Fucile, Sapunaru, Varela, Maicon, etc... Que por cá andam/andaram e ninguém lhes pegou.

Portanto o Porto não tem qualquer hipótese de ser diferente a não ser que os grandes clubes sejam restritos de muitíssimas formas de fazerem estes "Hostile Takeouvers".

Fala-se muito do modelo de negócio Porto Pós-Gelsenkirchen, mas eu pergunto uma coisa simples... se depois de Viena o mercado fosse liberalizado como é jogo, existisse a livre circulação de pessoas e bens na Europa, se a Lei Bosman estivesse em vigor e se um Tuga contasse como jogador nacional em qualquer um dos grandes clubes europeus, acham que a equipa de 86 não era de imediato desmembrada por os donos do capital, fosse ele Espanhol, Inglês, Italiano ou actualmente Francês ou Alemão?

Daniel disse...

As questões no artigo são pertinentes e merecem sem dúvida reflexão. Os sócios têm diversas oportunidades de mostrar à SAD que caminho preferem seguir, para isso servem as Assembleias Gerais.
Agora não posso é concordar quando diz que "[a interrogação] Estará num onze claramente abaixo dos últimos anos e no modelo criado a partir de 2004." Este plantel de 2013/2014 é dos mais caros de sempre com jogadores como Jackson (9M), Herrera (8M), Reyes (7M), Mangala (7M), Defour (6M), Danilo (13M), Alex Sandro (10M), Otamendi (8M) e por aí fora...

O Anti Lampião disse...

Mais uma golpada do 5lb

Que time é esse ?
http://oantilampiao.blogspot.pt/2014/02/que-time-e-esse.html

Miguel Lourenço Pereira disse...

Daniel,

Seria bom que caro fosse igual a bom. Mas não é. Se um clube, seja ele qual for, paga preços inflacionados por jogadores que ainda não demonstraram valer isso na sua carreira, isso não transforma um bom plantel num grande plantel.

Herrera e Reyes juntos custaram 15 milhões de euros sem terem um minuto na Europa. Danilo e Alex Sandro custaram aproximadamente 25 milhões na mesma situação. São jogadores de outros mundos, de outros ritmos e modelos de jogo. Os quatro custaram 40 milhões de euros mas o seu impacto não foi nem podia ser imediato.

O FC Porto tem cometido um erro na sua gestão, que é o de ir abandonando cada vez mais o paradigma do comprar barato antes que todos os outros e vender caro para ganhar mais do que os outros. Agora compramos caro e reduzimos, em muito, a margem de lucro. E compramos a um circuito fechado de mercados, agentes e fundos. Foi aí que o paradigma mudou. A ideia original tem sentido, a forma como tem sido aplicada, não. E por gastar milhões em jogadores que ainda não os valem não significa que eles sejam melhores que os Costinhas, Decos, Maniches ou Derlei, que todos juntos não custaram nem 5 milhões de euros!

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

Há uma resposta para a tua dúvida. Chama-se Ajax.
Em 1995 a equipa venceu a Champions League. No ano a seguir foi à final e perdeu. Em três anos mais de metade da equipa foi vendida (alguns a custo zero, como Davids) porque coincidiu o seu pico desportivo com a aplicação da Lei Bosman. Até hoje.

O mercado é o que é e os clubes têm é de encontrar fórmulas de criar um equilibrio. E isso implica saber que há jogadores que vão durar muito pouco tempo e que por isso tem de haver outros jogadores que durem mais. Equilibrio. O problema é que neste modelo isso é inconcebivel porque um jogador que esteja mais de 3 ou 4 anos está a tapar um futuro negócio. Para quê pensar em ter um núcleo duro de jogadores mais bem pagos, com laços emocionais mais fortes, se depois se compram jovens inexperientes a peso de ouro e é preciso rentabiliza-los ao máximo e, por conseguinte, vagar um espaço nos onze para os expor ao mercado?

Ninguém, muito menos o FCP, vai ter forças para mudar o mercado. O que pode é procurar encontrar uma fórmula de criar, de recuperar, uma identidade única e singular que lhe permita ter sucesso desportivo e uma longevidade emocional dentro do balneário sem abdicar de x vendas ao ano para manter as contas saneadas!

Nelson disse...

Um artigo truísta e a atirar para o fracote. É uma evidência que o pós-Mourinho deixou marcas, desde logo porque definiu um patamar de exigência (qualidade, carisma, empenho, supremacia) dificilmente igualável nos anos seguintes e do qual apenas se aproximou o período de Villas-Boas. Os restantes treinadores não foram, diria que compreensivelmente, consensuais. Não vem daí nenhum mal ao mundo.
No que o texto me parece equívoco é, primeiro, na questão do “onze claramente abaixo” (uma mentira dita muitas vezes não passa a ser verdade e é escusado insistir no desmentido) e, mais importante, no rol de generalizações que produz. O tempo dos “craques de uma vida” é uma realidade que já não se usa no futebol desde há, pelo menos, 20 anos e, apesar de tudo, nem todos os jogadores “transacionáveis” que passam pelo FC Porto jogam com pressa de sair. Há inúmeros exemplos disso, como há de jogadores que saíram para regressar épocas mais tarde e com manifestações públicas de carinho pelo clube.
Por outro lado, o que é “vestir de corpo e alma” se não dar o melhor de si em campo, com impecável profissionalismo e respeito pela instituição? Isso é coisa que se conquista através da liderança e empatia, mais do que por qualquer outro estímulo. Um jogador (como qualquer outro profissional) entrega-se quando se sente acarinhado, respeitado e bem conduzido, independentemente de ser o seu clube de formação/coração (veja-se o caso de Moutinho). E um destas variáveis, pelo menos, não anda a funcionar muito bem desde o início da época. Essa é que é a questão essencial.
Outra falácia é a ideia de que a direcção do clube quer “lucro”! Não há nenhum clube português que o queira objectivamente , muito menos o FC Porto que vive de e para vencer. Nessa matéria não me parece que haja instituição nacional que tenha melhor definido o seu modelo de negócio. Ou, por outras palavras, que saiba o que quer.

José Correia disse...

O que pode é procurar encontrar uma fórmula de criar, de recuperar, uma identidade única e singular que lhe permita ter sucesso desportivo e uma longevidade emocional dentro do balneário sem abdicar de x vendas ao ano para manter as contas saneadas!

Miguel, penso que ninguém te irá contrariar nesta ideia. O problema é conseguir pô-la em prática, no contexto atual do futebol europeu e mundial.

Tu conheces algum clube europeu, (re)vendedor de talentos, da dimensão do FC Porto, que tenha conseguido pôr em prática aquilo que defendes, mantendo o sucesso desportivo de que não queres (não queremos) abdicar?

Unknown disse...

Artigo muito interessante. Ideias simples mas certeiras. Senti-me um pouco "injustiçado" apenas na questão dos treinadores. Eu considero-me uma pessoa com bom senso e mesmo apesar de concordar que com quase todos os treinadores houve contestação em demasia, eu não fui desses, não fui nessa onda. Então a contestação ao Vítor Pereira atingiu níveis ridículos. Isto para me dizer que o me preocupa é que no caso Paulo Fonseca eu já sou um "desses" que o contesta e acha que qualquer dia que passe com PF aos comandos é um dia em que mais o Porto se afunda futebolisticamente falando . Ora, achando eu que ainda não perdi o meu bom senso e me tornei como outros portistas mais impacientes das épocas passadas, é caso para dizer que é mesmo razão para estar preocupado.

Luís Vieira disse...

O artigo em causa também me chamou a atenção; ia sugeri-lo para debate, mas o José Correia jogou na antecipação. Acho que muitas das preocupações dos adeptos estão ali discriminadas, por isso é natural haver identificação com as opiniões expressas. O modelo de negócio não é errado, porque para obtermos bons jogadores internacionais temos de procurá-los em mercados que permitam a sua compra (todos aqueles que não se localizem no top-5 de campeonatos europeus). A estratégia de comprar barato, rentabilizar com sucesso desportivo e vender caro é boa e não me parece que deva ser diabolizada. Os problemas, a meu ver, residem nos seguintes aspectos: já não conseguimos comprar barato (isto deve-se ao aumento do poder económico dos países de origem, com o Brasil à cabeça, e ao aumento de despesas com intermediários) e, muitas vezes, compramos por atacado jogadores que em vez de constituírem mais-valias, resultam em menos-valias (desportivas e financeiras). Por outro lado, descurámos a formação e não conseguimos potenciar jogadores provenientes da cantera (o Barcelona é rico, pode comprar onde quiser, e consegue/prefere fazê-lo, porque motivo nós não conseguimos?); a formação deixa de fazer sentido, torna-se absolutamente despicienda, porque estamos a formar para outros clubes e não aproveitamos um único jogador, nem para colmatar lacunas momentâneas (o Rafa, por exemplo, não podia servir de alternativa ao Alex Sandro nesta época?). Já nem se assiste ao empréstimo consecutivo dos jogadores para rodarem, ganharem estofo e regressarem para singrar no clube: os empréstimos acabam invariavelmente em rescisões. O mercado nacional ainda vai sendo explorado, principalmente nesta época, por força das circunstâncias, mas creio que falta alguma astúcia na escolha dos reforços made in Portugal, por termos os esforços desviados para outros mercados/agentes. Em suma, está a faltar moderação no modelo de negócio: as compras no estrangeiro devem ser reduzidas e cingidas ao estritamente necessário, sem entrar em megalomanias e gastos desmedidos, e há que melhorar na prospecção a nível nacional, bem como na relação entre a formação e a equipa principal (neste aspecto, os nossos principais rivais estão à frente, semeando agora, para colherem frutos mais adiante; não podemos deixar-nos ficar para trás, sob pena de quando fechar a torneira das transferências a esmo estarmos irremediavelmente atrasados).

Pedro ramos disse...

1- O modelo de negócio merece reflexao nao por causa dos adeptos, nao por causa da falta de titulos nem pela pouca permanencia dos jogadores. Ele está em causa porque há sinais de nao ser possível, financeiramente, de continuar o mesmo caminho. Temos como exemplo as vendas de percentagens de passes a fundos seja no momento da compra dum jogador seja alguns meses mais tarde e também por um certo abandono da politica original de comprar barato e vender caro, sendo que aqui podemos ser
"vitimas" do sucesso e os clubes já nao aceitam vender ao desbarato sabendo que o Porto depois provavelmente venderá por muitos milhoes.
A realidade a que temos assitido, é que, apesar dos milhoes de vendas o equilibrio das contas continua a ser uma batalha anual frequentemente perdida.

2- A questao do treinador consensual tem várias razoes: desde o perfil que normalmente a SAD procura (nao é um treinador de topo europeu já com provas dadas e é muito mais susceptivel à contestaçao) ao futebol apresentado, nao basta ganhar 3-0 como no ultimo jogo também é necessária a exibiçao (aos adeptos nao chega ganhar, sobretudo sabendo que o clube tem um orçamento praticamente na ordem dos 3 digitos, exigem que o clube esmague praticamente tudo a nivel interno e ainda faça uma boa carreira a nivel internacional sendo que a champions tem cada vez mais importancia para os adeptos e uma fraca prestaçao tem cada vez mais influencia nas suas opinioes sobre os técnicos).

3- A mudança também nao se afigura fácil, nao sei se os adeptos terao paciencia para por exemplo voltarmos a apostar na formaçao com os custos que isso implica, se estao preparados para mais épocas como esta sem muitas possiblidades de ganhar porque é necessário que os jogadores possam evoluir. É que ao contrário do que parece o Porto é o actual tri-campeao e dá a sensaçao que muitos adeptos estao dispostos a pedir a cabeça de todos apenas porque poderemos nao ser campeoes uma época.

Penso que é necessário parar para refletir, talvez existir um maior equilibrio entre comprar e formaçao, mas também nao tenho uma resposta fácil. Sei que nao gosto das constantes negociaçoes que o clube tem com fundos, que certas compras e vendas me fazem questionar a sua utilidade e a sua transparencia e gostava que o clube nao ficasse tao refém da necessidade financiamento externo que pode comprometer o seu futuro.

Joao Goncalves disse...

Antes de mais Miguel, nenhum adepto pode discordar de ti quando não queremos ver os craques partir agora dizer que não temos longevidade na equipa é errado em várias vertentes.

O problema, como disse acima, não é não termos longevidade, mas sim a qualidade que os atletas demonstram em campo tracam-lhes logo o destino.

Longevidade temos... só no plantel actual, estão por lá Helton, Maicon, Varela, Fucile(que está por ali) e Fernando.

Ou seja 5 jogadores que já cá andam à muito e porquê? Ou porque não demonstram consistência/qualidade para outros voos, ou no caso do Fernando, porque ninguém quer dar 30M por um médio defensivo.

Estes não estão a tapar negócio nenhum, simplesmente a SAD compra qualidade e já todos sabemos que a qualidade não consegue cá ficar muito tempo, pois não é à toa que temos o Jackson e o Mangala, assediados a toda a hora, mas vê lá se alguém pega no Licá ou mesmo no Josué?

José Rodrigues disse...

Como já aqui assinalei anteriormente, o FCP está no top 15 das equipas europeias que mais gastam em passes. Por isso nao me venham dizer que compramos "barato"...

Pedro Albuquerque disse...

Não porque se gaste muito (tirando recentemente), mas porque se compra muito.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé,

Essa pergunta, pertinente, tem truque. Nenhum clube dedicado ao negócio do import/export de jogadores se encontra numa liga tão bipolar e, portanto, onde a percentagem de sucesso é maior. Aliás, se formos a contabilizar quem são os clubes "rivais" do FCP neste modelo de negócio encontramos clubes de segunda linha de Itália, França ou Espanha. Esses clubes não ambicionam títulos porque não podem. Têm sempre gigantes à frente. Em Portugal nós somos o gigante. O único clube numa situação similar, o SL Benfica, começou tarde a imitar o modelo mas nos últimos 4 anos - quando começou a sério a investir no mesmo modelo de negócio, a copiar digamos melhor, trabalhando com Fundos, agentes e mercados que antes eram quase nossos - perdeu dois campeonatos na "queima", venceu outro, foi a uma final e uma meia-final europeia e a dois quartos de Champions League. E ao mesmo tempo colocava o mesmo negócio em prática. Porquê? Porque só tem um rival a sério.

Portanto, neste momento, o FCP e o SLB são casos únicos em todo o futebol europeu. Vão continuar a estar no negócio e vão continuar a ganhar porque não há alternativas sólidas. E ao estarem num mercado periférico, onde não há restrições de jogadores (3 não-comunitários em Espanha e Itália, jogadores que pertencem a Fundos excluidos em Inglaterra, o modelo de negócio 51% na Alemanha) e onde podem agir livremente, não se espera que vão mudar. Mesmo que o façam, continuarão a partilhar o protagonismo!

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

O FC Porto nem sempre compra qualidade. Compra sim, muitas vezes, uma boa perspectiva futura de qualidade. O que é diferente.

Quanto ao plantel, casos como o Helton, como o Maicon, como o Fernando são exemplo do que defendo. Não se podem ter 25 grandes jogadores numa equipa. Nem 25 promessas. Nem 25 jogadores que pensam em sair no Verão seguinte. Nem 25 veteranos. Nem 25 miudos. Tem de existir um equilibrio, um espirito de união do diferente que é ter uma equipa. O FC Porto, se quer manter este modelo de negócio, deve ter sempre espaço no plantel para 5 ou 6 jogadores que são contratados já com a ideia de serem vendidos. Deve também procurar ter outros tantos que sejam futebolistas de top, independentemente da sua origem, e que, portanto, possam sair mais tarde ou mais cedo. Mas tem de encontrar espaço, na restante metade, para ter mais jogadores da formação, que façam a ponte emocional do clube, e jogadores da casa, mais veteranos, que mesmo que joguem menos, cumpram esse papel. Quando temos bancos com jogadores que querem exibir-se para serem vendidos, ir a Mundiais, etc, temos problemas. Mas se no banco, salvo 3 ou 4 jogadores, tivermos miudos à procura de uma oportunidade e homens da casa, com muitos anos de Porto, que sabem que dificilmente vão sair de ali, a saúde do balneário será muito melhor.

Por isso é importante ter jogadores desse perfil, do perfil dos Helton ou dos Lucho. E a esses, cuida-los de uma maneira diferente, mesmo sabendo que não vamos sacar rentabilidade no futuro com um negócio de 30 milhões. O FC Porto tem uma massa salarial X mas também sabemos que se forem gastos menos 15 milhões ao ano num negócio Y, esse dinheiro pode ser redistribuido para melhorar alguns contratos com o intuito de fortalecer o núcleo duro da equipa. São decisões que os gestores podem tomar, sendo consequentes com elas.

Vamos ter sempre jogadores a querer sair, sejam estrangeiros ou portugueses. Vamos ter sempre jogadores que são comprados já a pensar na venda futura. Mas temos de nos preocupar em ter sempre também exemplares do outro tipo. Serão cada vez menos, pelo preço da globalização, mas não podem ser esquecidos.

José Lopes disse...

Concordo com algumas coisas do texto, mas discordo do final. Achar que ha um problema por os jogadores nao vestirem a camisola "de corpo e alma" e' entrar na esfera Jaime Pacheco. Ha, isso sim, um problema de competencia na equipa tecnica, coisa que nao havia com Adriaanse, Jesualdo, Villas-Boas e Vitor Pereira (pese gostar-se mais ou menos de cada um e respectivos estilos). Alguem sensato poe em duvida a entrega do Jackson, do Fernando ou do Mangala? Todos sabemos que eles querem sair em breve, mas isso nao tem de impedir que haja profissionalismo e vontade de ganhar, ate porque eles proprios saem beneficiados com isso. O futebol mudou com a Lei Bosman e a politica da Direccao do Porto mudou consequentemente nos ultimos 20 anos. Claro que ha um risco no modelo de negocio actual, seja o risco financeiro de aumentar-se a bolha a tal ponto (investir cada vez mais em jogadores nada baratos e com margem de lucro duvidosa e limitada) que ficamos em grandes dificuldades, seja o risco desportivo de nao haver estabilidade no plantel, levar-se a valorizacao dos jogadores a um ponto tal que so interessa te-los por um par de anos para depois vender e assim ir buscar outros.

Acho que o grande problema da falta de estabilidade no plantel nao e' na parte da atitude dos jogadores. Se for um bom profissional, ficaremos mais perto de ganhar com um grande jogador que com um jogador que sinta a camisola mas nao seja muito bom. Claro que nao se pode fazer isto para as 24 ou 25 vagas do plantel, primeiro porque os que nao sao convocados estarao a perder valor, segundo porque nao ha dinheiro. Precisamos de jogadores da formacao sobretudo por uma questao economica. O Fernando deixa a pele em campo e nao nasceu na Se...

Para mim, a maior questao da falta de estabilidade ou referencias da casa no plantel nao e' tanto a nivel desportivo, mas sim a nivel afectivo na relacao adepto-clube. Todos os adeptos precisam de ter os seus herois. Jogadores como o Joao Pinto, o Jorge Costa, Baia, etc., fazem mais falta hoje em dia pela identificacao dos adeptos do que pelo grande valor desportivo que tinham. Podemos ganhar na mesma, mas sem referencias tornamo-nos apenas uma empresa de import-export, vencedora no campo ou nao.

José Correia disse...

Miguel, ligas como a holandesa (Ajax, PSV, Feyenoord), belga (Anderlecht, Standard Liège, Brugge), grega (Olympiacos, Panathinaikos, AEK) ou escocesa (Celtic, Rangers) são de países da dimensão geográfica/populacional semelhante a Portugal e os campeonatos são tão bi/tripolares como o campeonato português.

Luís Vieira disse...

Agora não compramos barato, mas já comprámos em tempos. E tendo em conta os valores das vendas, os milhões despendidos acabam por ser mitigados (nos casos em que há sucesso, naturalmente), barateando as compras.

José Correia disse...

«Nem 25 veteranos. Nem 25 miudos. Tem de existir um equilibrio, um espirito de união do diferente que é ter uma equipa. (...) tem de encontrar espaço, na restante metade, para ter mais jogadores da formação, que façam a ponte emocional do clube, e jogadores da casa, mais veteranos, que mesmo que joguem menos, cumpram esse papel.»

Miguel, mais uma vez, subscrevo esta ideia. O problema, como disse noutro comentário, é conseguir pô-la em prática, no contexto atual do futebol europeu e mundial.

Deste como exemplo o slb, mas o slb não se limitou a copiar o modelo de gestão do FC Porto. O slb levou-o ao limite e, nas últimas duas épocas, foi frequente entrar em campo sem um único jogador português no onze inicial.

Amphy disse...

Também me parece que é preciso ver outro aspecto, que é o facto dos jogadores que vão ficando para supostamente passarem a mística, não serem jogadores propriamente carismáticos. Assim, perde-se o efeito.

Dos que foram indicados anteriormente (Helton, Maicon, Varela, Fucile e Fernando) parece-me que apenas o Helton terá esse carisma. O Lucho também o teria, mas já não conta. O Fucile e o Fernando querem sair há 3 anos, logo não são os melhores exemplos de dedicação. O Maicon não terá muito peso, dada a sua fraca relação com a titularidade.

Claro que se deveriam estimar os João's Pinto e os Jorge's Costas ou os Pedro's Emanueis (não formado mas conhecedor), e por isso mesmo a presença do Josué me parece importante.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé,

Todas as ligas que citas são bi ou tripolares. Mas em nenhuma delas os clubes que lutam pelo título têm um modelo de negócio remotamente parecido ao nosso e ao que aplica, por inércia, o Benfica. Em nenhum. São tudo planteis quase exclusivamente compostos por jogadores nacionais, formados em casa ou comprados a clubes de classe média da mesma liga. O Ajax tem uma escola de formação onde aparecem estrangeiros e, ocasionalmente, encontra um Ibrahimovic e um Suarez, muito antes dos olheiros dos restantes clubes. O PSV consegue o mesmo. No caso belga, grego e escocês nem isso sucede. Portanto, dentro desse modelo de liga/país, Portugal é um caso único e portanto incomparável.

Quanto ao segundo ponto, naturalmente que é complexo atingir esse equilibrio. Se fosse fácil imagino que com tanta gente competente na SAD, já se teria dado com a tecla. Eu continuo a achar que um plantel de 23 tem de haver espaço para tudo. Acho que o nosso modelo de negócio (e o do Benfica também) virou tanto para o lucro que se esquecem disso e têm no plantel a 20 tipos que querem sair o mais depressa possível, fazer o contrato das suas vidas fora de aqui. Mas só jogam 11. E esse cenário de "descontentamento" de jogadores tem-se agravado também por isso. Como se resolve? Em primeiro lugar mudando o alvo de compras, reduzindo as importações dentro desse modelo de negócio e procurando equilibrar com mais jogadores nacionais e prata da casa. Não impede isso que passados 4 ou 5 anos saiam mas sempre são ciclos maiores do qual se podem ir salvando 2 ou 3 jogadores.

Não é por caso que os Maicons, Fernandos, Heltons são os que têm durado mais tempo no plantel. Não chegaram para serem estrelas do mercado e ganharam a pulso o seu estatuto dentro da equipa e o seu valor no mercado. Futebolistas como o Mangala, o Jackson, o Danilo ou o Defour chegam a contar os dias para sairem. E não é um desrespeito para o clube, é também a forma que o clube tem de os atrair, com essas promessas. Mas seguramente que não é o mesmo que disseram ao Maicon, ao Fernando, ao Helton ou ao Varela, por exemplo!

Joao Goncalves disse...

Exactamente! Sem tirar nem por!

José Correia disse...

Miguel, o modelo que tu propões (e com o qual eu estou de acordo) é, basicamente, uma afinação/evolução do modelo que a FC Porto SAD adoptou (e que o slb está a tentar copiar).

A questão é: se o modelo que propões é o mais adequado para "clubes grandes" de países europeus médios/pequenos, por que razão outros clubes que obedecem a este padrão não o conseguem pôr em prática com sucesso desportivo e financeiro?

Daí os exemplos que eu dei de clubes das ligas holandesa, belga, grega ou escocesa.

DC disse...

Já para não falar nos efeitos que isso tem no merchandising.
Comprar hoje uma camisola do Jackson para quê se em 4 meses ele está em Inglaterra?

José Rodrigues disse...

Miguel disse: "Acho que o nosso modelo de negócio (e o do Benfica também) virou tanto para o lucro"

Por amor de Deus, Miguel, nao repitas mitos sem fundamento.

O nosso modelo de negocio nao e' nem nunca foi tentar fazer lucro. Tanto nao e', q os resultados acumulados da ultima decada (ou desde que ha' SAD, se preferires um prazo ainda maior) foram NEGATIVOS, i.e. prejuizo. Mais: o passivo aumentou imenso na ultima decada, ou seja, temo-nos endividado cada vez mais.

Nao sei ate' q ponto temos um "modelo" de gestao estrategico, muito sinceramente, mas a haver uma palavra para descreve-lo, e' a seguinte: "especulativo".

E cada vez e' mais altamente especulativo.

E especulativo na medida em que:

1) se compram imensos jogadores
2) se compram jogadores muito jovens
3) se gasta muito dinheiro em certos jogadores antes que sejam realmente precisos

Como estou farto de dizer nao tenho problema com o conceito geral de enveredar pela "especulacao", mas sim com alguns detalhes e com o GRAU de especulacao (q me parece exagerado).

De resto outras duas caracteristicas do "modelo" de gestao (mas com muitas nuances!) sao que:

1) a decisao nas contratacoes cai de forma muito forte na direccao por contraponto ao treinador (ainda q este nao seja necessariamente totalmente passivo neste aspecto)

2) como disseste, em certa medida os negocios sao feitos na maioria com um circulo restrito de empresarios e intermediarios, que me parecem ter um peso exagerado nas decisoes e na forma como as contratacoes sao feitas

Deco disse...

Flops que passaram pelo FC Porto nos últimos 10 anos

Kléber, Sereno, Addy, Micael, Janko, Stepanov, Mariano, Tomás Costa, Nelson Benitez, Valeri, Prediger, Orlando Sá, Lino, Bolatti, Andrés Madrid, Rabiola, Luis Aguiar, Leandrinho, Kazmierczak, Jorginho, Renteria, Edgar, Bruno Moraes, Lucas Mareque, Sokota, Areias, Leandro (defesa esquerdo), Sonkaya, Sandro (V. Setúbal), Ibarra, Seitaridis, Hugo Leal, Rossato, Claúdio Pitbull, Leandro Bonfim, Maciel, Evaldo.

Acho que nos últimos tempos o FC Porto tem contratado muito menos flops, abrindo os cordões à bolsa e apostando em jogadores de grande potencial. O último grande 'erro de casting' foi Kléber em 2011.
Jogadores portugueses contratados internamente são poucos os flops porque já temos uma ideia do que cada um vale e por norma são baratos. Por exemplo, não considero Licá um flop porque já sabiamos do seu valor e não foi contratado para ser titular, antes um suplente, português, que tem as suas valências e é um jogador útil. O plantel não pode ser composto só por titulares, como tal acho bem se aposte nos jogadores portugueses. Por outro lado considerei Rúben Micael que parecia ter mais potencial pelas excelentes exibições no Nacional quer internamente quer na liga europa. Também era um jogador que se pensava vir resolver um problema no meio-campo do FC Porto mas depois percebeu-se não ter capacidade para tal.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé Correia,

Uma afinação em muitos aspectos (mais cuidado na formação, gestão de expectativas, plantel mais equilibrado, treinadores estáveis) mas que não abdique do core do negócio, apenas o regule. Acho que é perfeitamente possível tendo em conta que não acredito que invalide a consecução do objectivo principal (vencer o campeonato e garantir a fase de grupos da champions league). Outra coisa é se estamos a desenhar um projecto de futuro europeu, que não me parece ser o caso e que envolveria outra postura.

Nesses países há uma relação diferente com o futebol. Na Holanda, o unico país fora dos Big Four com mais titulos europeus que Portugal, isso sempre foi feito com base numa politica de formação. É uma mentalidade que não vai mudar. O mesmo é válido para os paises escandinavos ou a Bélgica. Vivem o futebol de outra maneira e são conscientes das suas limitações. No caso grego, acredito que seja mais o desnorte dos dirigentes do que outra coisa qualquer. A fraca tradição de sucesso internacional, a ausência de uma ponte linguistica-social com o mercado americano também não ajuda!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé Rodrigues,

" modelo de negocio nao e' nem nunca foi tentar fazer lucro. Tanto nao e', q os resultados acumulados da ultima decada (ou desde que ha' SAD, se preferires um prazo ainda maior) foram NEGATIVOS, i.e. prejuizo. Mais: o passivo aumentou imenso na ultima decada, ou seja, temo-nos endividado cada vez mais."

Se um clube de futebol de dedica ao import/export de jogadores é porque, seguramente, imagina que estes lhes possam gerar lucros. Outra coisa é depois como gerem as mais-valias. O Passivo tem aumentado porque o clube gasta o que receba em negócios sem fim (cada vez mais caros), em serviços e nas massas salariais sem encontrar um equilibrio. Podem estar à procura de lucrar sem o conseguir, que são coisas distintas. Especulando estão com certeza, um jogo cada vez mais perigoso!

José Rodrigues disse...

"Podem estar à procura de lucrar sem o conseguir, que são coisas distintas."

Nao, claramente nao estao 'a procura de lucro, porque se quisessem conseguiam-no: bastava reinvestir um bocado menos (em compras de passes) do que encaixam nas vendas.

De resto quando se falou aqui em lucro eu entendi, no contexto em questao, que se estava a falar das contas da SAD na sua globalidade, e nao de lucro na venda de jogadores individualmente.

Obviamente que quando compram um jogador jovem (ou ate' mesmo quando aproveitam um jovem da formacao) e' sempre na esperanca de que este possa eventualmente gerir mais-valias, ora essa. E' assim em todo o lado (com excepcao dos tubaroes europeus).

Isso nao e' um "modelo" de gestao, e' uma premissa basica, praticamente universal e muito natural (mau era se se contratava um gajo de 20 anos a pensar logo 'a partida q dai' para a frente seria para desvalorizar, ou alternativamente para acabar a carreira no FCP).

Agora, se ha' a esperanca de que todo e qualquer jogador jovem tenha esse potencial, isso nao quer dizer necessariamente q haja a intencao de os vender A TODOS, e muito menos a curto prazo. Isso ja' e' outra conversa.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé,

Mas isso é, precisamente, o erro da gestão do FCP SAD. Não peço que o clube procure um superavit. Não somos uma empresa nesse sentido ainda que o clube seja controlado pela SAD. Mas uma racionalização de custos e uma diminuição considerável do passivo, sim.

Se compramos alguns jogadores e esperamos valoriza-los e lucrar com eles, é uma coisa. Mas nos últimos anos o FCP vai ao mercado apenas e só com essa ideia na cabeça. Negócios de presente que se transformem em negócios de futuro com mais valias. Ora, se a decisão é essa, a constante de busca em mais-valias a todos os jogadores (ou a imensa maioria) dos que entram e quando isso condiciona até a política desportiva (aproveitar uma oportunidade de negócio numa posição coberta e descurar outra que necessita um reforço porque não há negócio futuro à primeira vista) então eu só posso chegar à conclusão que essa é uma política orientada para lucrar constantemente com o plantel. Depois o que acontece a esse dinheiro, se é mal gerido, se desaparece, se ajuda a perpetuar o ciclo, isso é outra coisa.

Politica diferente? A que propus. Contratat alguns jovens com potencial de venda lucrativa futura a baixo custo? Sim. Mas não exclusivamente, que é o que tem sido feito!

Franco Baresi disse...

E ninguém menciona um aspecto?
CO-MIS-SÕES !

Miguel Lourenço Pereira disse...

Deco,

"Jogadores portugueses contratados internamente são poucos os flops porque já temos uma ideia do que cada um vale e por norma são baratos."

Praticamente metade dos nomes que cita vieram de um clube da Liga Portuguesa. Em alguns casos eram jogadores que tinham tido referências positivas no clube anterior. Claramente, só isso não chega.

O preocupante é o contentor de futebolistas sul-americanos que não eram ninguém nos seus campeonatos de origem e continuaram a não sê-lo nos clubes para onde foram depois, com a excepção de Ibarra (estamos a falar de um jogador de outra era que não tem nada a ver com estes nomes e sim com os Pavlin, Quintanas e afins) e Bolatti, que funcionaram bem no mercado sul-americano e mal na Europa!