terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Pequenas afinações


«Será uma afirmação discutível, mas há momentos dos jogos do FC Porto que não estão ao alcance nem do Sporting, nem do Benfica. Ajuda muito, claro, ter em simultâneo bordadores como Óliver, Brahimi, Quaresma e Jackson, mais Danilo e Alex Sandro para o ponto de cruz. Durante uns bons vinte ou trinta minutos da desforra de ontem, com o Vitória de Guimarães, a bola pintou quadros renascentistas no relvado do Dragão (…) o mais impressionante não seja o que o FC Porto vai conseguindo fazer, por maiores ou menores períodos de tempo: é o que, vendo jogos como o de ontem, se imagina perfeitamente possível apenas com pequenas afinações.»
José Manuel Ribeiro, O JOGO, 14-02-2015


Apesar da mudança radical operada da época passada para esta – novo treinador, 17 jogadores novos no plantel, novo modelo de jogo; apesar da inexperiência de alguns jogadores; apesar da natural irregularidade de uma equipa ainda em fase de assimilar ideias e consolidar rotinas; não há dúvidas: o melhor futebol que se vê em Portugal é o praticado por este FC Porto “em construção”.

Ter a melhor equipa de Portugal vai chegar para vencer o campeonato 2014/2015?

Penso que não e a razão principal (que não a única) é conhecida de todos os adeptos que, semana sim, semana sim, assistem ao escandaloso andor encarnado, a impor a sua lei no campeonato português.

Mas, independentemente de ganhar, ou não, este campeonato, estou de acordo com o director de O JOGO: esta equipa tem “períodos renascentistas” e, com pequenas afinações, iria longe.

O problema são as eventuais (pré-anunciadas) saídas de Jackson, Óliver e talvez Brahimi no final desta época, as quais, a confirmarem-se, irão obrigar Lopetegui a reconstruir o meio-campo e toda a dinâmica ofensiva da equipa.

6 comentários:

José Correia disse...

'O jornalismo indecente do Record'
escrito por João Ferreira
http://misticadodragao.blogspot.pt/2015/02/exmos.html

miguel.ca disse...

Não me cheira que o Porto deixe saír já o Brahimi.

André Pinto disse...

Veja lá se não está aqui uma contradição:

«(...)o melhor futebol que se vê em Portugal é o praticado por este FC Porto “em construção”. »

acabando com...

«O problema são as eventuais (pré-anunciadas) saídas de Jackson, Óliver e talvez Brahimi no final desta época, as quais, a confirmarem-se, irão obrigar Lopetegui a reconstruir o meio-campo e toda a dinâmica ofensiva da equipa»

É neste engano que a direcção tem os portistas: o de que esta é uma equipa em construção. Na realidade, esta equipa não está em construção coisa nenhuma, foi montada para ganhar JÁ, e será desmantelada no final da temporada. Mas dada a aposta arriscada em Lopetegui, era necessária uma estratégia de comunicação que lhe garantisse crédito entre os adeptos e associados. Oliver, Casemiro e Tello são emprestados, Jackson sairá, Danilo também. Ficamos sem o actual meio campo, o melhor jogador da equipa e o lateral direito. Meia equipa titular. Se isto é "construção", vou ali e já volto...

Se é verdade que o Benfica tem sido vergonhosa e claramente beneficiado, também o é que as opções de Lopetegui para o nosso modelo de jogo deixam muito a desejar, não mostram sinais de evolução positiva e mantém atado o potencial da equipa.

José Correia disse...

Uma equipa de futebol que sofre tantas alterações - treinador, jogadores, modelo de jogo - não se constrói de um dia para o outro. Demora a construir (muitos meses).

Por exemplo, a actual dupla de centrais - Maicon e Marcano - quantos jogos seguidos leva a jogar junta?

Outro exemplo. Devido à CAN, a ala esquerda do FC Porto - Alex Sandro e Brahimi - esteve quase dois meses sem jogar junta.

José Correia disse...

André Pinto disse:
"Oliver, Casemiro e Tello são emprestados, Jackson sairá, Danilo também. Ficamos sem o actual meio campo, o melhor jogador da equipa e o lateral direito"

Vamos ver.
Se "só" saírem Jackson e Danilo e se os seus substitutos forem jogadores (Aboubakar e Ricardo) já perfeitamente identificados com o clube e a filosofia de Lopetegui, a próxima época será de ajustes e não de reconstrução.

André Pinto disse...

Certo. Demora, mas não se vê evolução num modelo de jogo que só usa os corredores laterais, que bascula lentamente e, volto a dizer, está fundamentado em muitos jogadores que estão na porta de saída. E como só sai Jacskon e/ou Danilo? Oliver a jogar assim, estando emprestado, fica por cá? Tello não fica, segundo fontes do clube, nem há interesse nisso por parte do FCP. O Real dá sinais de querer o Casemiro de volta e, na minha opinião, que lhes faça bom proveito. São demasiados "ses" e continuo a dizer que para se fazer evoluir um modelo são precisas duas coisas: estabilidade e adequação dos preceitos do modelo. Ora o modelo de Lopetegui abdica de uma zona enorme e fundamental do terreno, além de se alicerçar num lote de jogadores onde demasiados emprestados/na calha para venda têm papéis preponderantes. Ou seja, não é estável, nem adequado.

No momento em que escrevo, perdemos 1-0 com o Basileia e parecemos umas galinhas tontas em campo. Para o adversário tem sido, mais uma vez, simples. Tapar as alas, pressionar a primeira fase de saída do FCP e lançar o contrapé. Mais do que suficiente. Vamos ver se é a tal parte de avanço e na 2ª o "modelo" vai com os porcos....