segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

As estatísticas dos últimos 3 jogos





É óbvio que as estatísticas não dizem tudo, mas ajudam a perceber como foi um jogo.

Ora, olhando para as estatísticas dos últimos três jogos do FC Porto, pode concluir-se alguma coisa?

O jogo em que o FC Porto fez mais remates (29) foi contra o Olhanense.
O jogo em que houve uma maior diferença entre os remates efectuados e os remates consentidos (26 = 29 - 3) foi contra o Olhanense.
O jogo em que o FC Porto fez mais remates enquadrados com a baliza (13) foi contra o Olhanense.
O jogo em que o guarda-redes da equipa adversária fez mais defesas (12) foi contra o Olhanense.
Os jogos em que o FC Porto teve mais cantos a seu favor (12) foi contra o Vitória Guimarães e Olhanense.
O jogo em que o FC Porto teve maior percentagem de posse de bola (78%!) foi contra o Olhanense.

Não é possível chegar-se a estes números fazendo um "mau jogo".
Pois é mas, apesar destes números avassaladores, contra o Olhanense o FC Porto marcou apenas um golo, enquanto que nos dois jogos anteriores tinha marcado nove (uma média de 4,5 golos por jogo).

De facto, por mais que uma equipa jogue e domine o adversário, se não houver eficácia...
E, na minha leitura do jogo de ontem, foi essencialmente isso que faltou - EFICÁCIA - porque oportunidades de golo o FC Porto criou as suficientes para golear (só o Jackson falhou um penalty e dois golos feitos, um em cada parte).

14 comentários:

Miguel Lourenço Pereira disse...

O José Correia tem toda a razão,

Os adeptos que agora levantam as mãos à cabeça desesperados são os mesmos que nos dois jogos anteriores, com os mesmos números na mão, falavam de equipa superlativa, etc... Nem fomos tão bons, nem somos tão maus!

O que faltou foi esse killer-instinct de que falava o grande Robson.
E faltou, essencialmente, porque no plantel actual do FC Porto só há um jogador que sabe marcar golos com regularidade (não conto com Liedson), e é Jackson, que fez o seu papel.
Quando se joga com Izmailov, Varela, Seba, Tozé e Moutinho (que era o que havia), a equipa beneficia de várias coisas, mas não de eficácia goleadora. São jogadores que oferecem espaços, passes, velocidade mas não tiros certeiros. E foi isso que vimos durante 80 minutos. Movimentação de bola, um campo aberto, jogadores que procuraram resolver o jogo sozinhos, quando não o sabem fazer, e um Jackson bem marcado que mal podia respirar.

Empates como este são a consequência de planteis mal preparados para este tipo de ocasiões, para este tipo de jogos onde faz falta um Janko, um Hugo Almeida, um Mielcarski, um tipo alto que ganhe a bola e prenda os centrais e permita ao outro avançado mais mobilidade e mais espaços. Como essa opção não existe, VP procurou num Liedson debaixo de forma e em dois miudos com vontade de comer o Mundo, com os erros que daí advêm, a solução. Não a encontrou.

O que não se viu foi um FCP pior que nos outros jogos, apenas mais pressionado por conseguir um resultado positivo depois de um lance fortuito de sorte - e trabalhado - do Olhanense. Nada mais. Sem eficácia defensiva e goleadora não se fazem campeões, e seguramente que no meio de tantas goleadas alguns golos faziam falta hoje. Mas o importante é que a equipa não se venha abaixo mentalmente e tenha consciência de que fez o que podia!

José Correia disse...

no plantel actual do FC Porto só há um jogador que sabe marcar golos com regularidade (não conto com Liedson), e é Jackson, que fez o seu papel

O James também estava a marcar (e a fazer assistências) com alguma regularidade (penso que tem 7 golos no campeonato) mas, devido à lesão, já falhou 6 dos 18 jogos disputados pelo FC Porto neste campeonato.

José Correia disse...

para este tipo de jogos onde faz falta um Janko, um Hugo Almeida, um Mielcarski, um tipo alto que ganhe a bola e prenda os centrais

Não digo que não desse jeito, mas ontem notei mais:

1) A falta de um extremo puro, rápido, tipo Atsu, que obrigasse a defesa do Olhanense a abrir (estender-se) mais;

2) A falta de um Jackson Martinez que não tivesse feito duas viagens transatlânticas em poucos dias e, portanto, que estivesse mais fresco física e mentalmente.

ℕℯℓsση ℳαcℎα∂σ disse...

sim sim, foi esse o problema do jogo de ontem
e o facto de o guarda-redes adversário ter feito uma exibição maravilhástica, ou ter tido um paio do tamanho de um comboio, e de ser mais uma vez (e depois de já ter escrito e lido muito sobre isto) um jogador emprestado pelo FCP a nos "tramar", isso não interessa nada não é?

ter uma folha de pagamentos de salários que mais parece a lista de credores do vale e azevedo dá nisto. emprestam-se os jogadores para depois jogarem contra quem lhes paga o ordenado e lhes f***r as contas... de várias maneiras.

José Correia disse...

Houve uma outra estatística do FC Porto x Olhanense que me esqueci de referir.
- Ataques efectuados: 67-8!

Também estes números dizem alguma coisa da forma como o jogo decorreu.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Zé,

Sem dúvida, não falei do James por estar indisponível e, apesar de ter marcado alguns golos, também não é propriamente um killer nem um jogador muito goleador. O Atsu fez falta, sem dúvida, mas vi muitas vezes os laterais a ocupar esses espaços, depois o centro nunca saía precisamente porque tinhamos o Jackson só, rodeado de cinco ou seis jogadores do Olhanenses, e ninguém capaz de o acompanhar nesse movimento.

Quanto à viagem, a FIFA continua a desenhar um calendário sem sentido, aliás só a viagem em si já é um problema. O Falcao nem jogou e ontem fez o pior jogo ao serviço do Atlético de Madrid que me lembro!

Anónimo disse...

Rui Alves, presidente do Nacional, deixa duras críticas à atitude do Benfica, que pediu um sumaríssimo para Candeias, na sequência do lance que originou a expulsão de Matic. "Procura-se, num lance ocorrido no último minuto de jogo, a justificação para o injustificável. O Nacional já teve oportunidade de publicar no seu site uma fotografia onde é evidente a cotovelada do atleta do Benfica ao jogador Candeias. Mas os clubes estão no seu direito de requerer sumaríssimos", declarou, à Rádio Renascença.

Na opinião de Rui Alves, o Vitória de Setúbal, que tinha defrontado os encarnados na ronda anterior, também tinha motivos para pedir um processo para André Gomes e Maxi Pereira. "O Vitória de Setúbal devia ter requerido um sumaríssimo no jogo que o opôs ao Benfica, quanto às duas entradas do André Gomes e aquele golpe de karaté do Maxi Pereira", acusou. "Não sei por que é que o V. Setúbal não o fez, mas se pega moda as instâncias disciplinares não terão tempo de analisar outras situações para além de todos os sumaríssimos que têm de analisar semanalmente", acrescentou, deixando uma espécie de recomendação aos jornalistas.

"Se a Comunicação Social se desse ao trabalho de criticar os mergulhos permanentes que se verificam no Estádio da Luz, e as simulações permanentes de jogadores do Benfica nas áreas adversárias, tinha trabalho semanal", atirou.

in O Jogo

.:GM:. disse...

"(só o Jackson falhou um penalty e dois golos feitos, um em cada parte)"

Errado, o Jackson falhou efectivamente um penalty mas foi ele que transformou as outras duas jogadas em oportunidades de golo. Ao receber de forma excelente a bola no peito na primeira parte, e ao inventar espaço para o remate de pé esquerdo na segunda - a recarga vale o que vale.

Gostaria de saber quantos pontas-de-lança seriam capazes de transformar aquele passe do Moutinho na primeira parte numa clara oportunidade de golo. Portanto, parece-me uma injustiça tremenda dizer que o Jackson falhou "dois golos feitos".

littbarski disse...

As estatísticas, de facto, não dizem tudo. Não dizem, por exemplo, que o futebol do Porto foi bem mais atabalhoado do que nos dois jogos anteriores (basta conferir como surgiram a maior parte das oportunidades e o golo do Jackson). E também não dizem que o Olhanense foi bem mais perigoso do que o V. Guimarães e o Marítimo. Aliás, o Helton salvou duas vezes o Porto da derrota, algo que nunca esteve perto de acontecer nos outros dois jogos.

Eu sei que um golo sofrido a frio, logo aos 6 minutos, complicou as coisas e retirou alguma tranquilidade à equipa. Mas isso foi também consequência da forma como o Porto defendeu (o golo surgiu de uma perda de bola de Alex Sandro e de uma deficiente compensação de Mangala que permitiu que Targino tivesse via aberta para a baliza portista).

Isto não quer dizer que o Porto não tenha feito o suficiente para justificar a vitória (já vi o Porto fazer bem pior, inclusivamente esta época, e ganhar). Serve apenas para separar este jogo dos anteriores, que foram, na minha opinião, muito mais conseguidos, em todos os aspectos, do que o jogo com o Olhanense, apesar dos números sugerirem o contrário.

Joao Goncalves disse...

Ainda nos comentários de ontem aqui no blog, que me escusei de comentar pois estava chateado com o resultado, vi algo que só posso classificar de idiota e mau perder.

Vir dizer que jogamos mal, que o VP teve culpa que isto e que aquilo é simplesmente ridiculo e de quem vê futebol com os olhos unicamente no placar para chegar à conclusão que jogamos bem ou mal.

Existiu apenas e só uma equipa em campo... Alex Sandro cometeu um erro infantil que permitiu ao Olhanense marcar um golo por um jogador super rápido e fresquinnho (10 minutos depois já não consegui fazer aquele sprint aquela velocidade como se viu).

Depois e já antes disso só deu Porto e um massacre à antiga... agora a baliza estava demasiado pequena e a azelhice na finalização demasiado grande, mas que a nossa equipa tudo fez e tudo tentou para inverter isso fez com 29 remates, 78% posse e 12 defesas de Bracalli, muitas delas de grande grau de dificuldade.

O Porto atropelou o Olhanense, como fez ao Gil e ao Guimarães, a diferença foi que o golo que o Olhanense marcou deu-lhes uma almofada de 2 golos, para conseguir pontos e a táctica de 11 jogadores nos últimos 30 metros, pode ser usada continuamente e não apenas até ao 1º golo nosso.

Tenham vergonha portistas e deixem-se de comentários idiotas... a nossa equipa jogou bem, está bem e recomenda-se.

littbarski disse...

Só uma correcção: apesar das semelhanças (no resultado e na exibição portista), não é Marítimo, é Gil Vicente.

José Correia disse...

Gostaria de saber quantos pontas-de-lança seriam capazes de transformar aquele passe do Moutinho na primeira parte numa clara oportunidade de golo

De acordo. Não tenho qualquer dúvida em que a qualidade do Jackson foi (é) fundamental para a criação de muitas das oportunidades de golo.

Mas, precisamente por ser um ponta-de-lança muito bom, bastante acima da média, é que, depois das situações de golo terem sido criadas (evidentemente com o seu contributo), não é muito habitual que o Jackson as falhe de uma forma tão desastrada.

Quer no lance do penalty, quer numa recarga perante a baliza escancarada, o Jackson nem sequer acertou na baliza!

Ou seja, neste jogo contra o Olhanense, nem era preciso um Jackson numa forma extraordinária. Bastaria o Jackson normal para o FC Porto ter ganho tranquilamente por 3-1 ou 4-1.

José Correia disse...

Serve apenas para separar este jogo dos anteriores, que foram, na minha opinião, muito mais conseguidos, em todos os aspectos, do que o jogo com o Olhanense

Claro que houve diferenças deste jogo em relação aos dois anteriores, quanto mais não seja devido à evolução do marcador. Ou seja, neste jogo, o Olhanense esteve sempre confortável, a defender o empate ou a vantagem no marcador. E isso, obviamente, influencia a forma como o jogo se desenrola.

Mas quanto à forma como o FC Porto jogou, não vi diferenças substanciais, como aliás os números que apresentei o comprovam.

Onde as diferenças foram significativas foi no desempenho dos dois elementos mais adiantados no terreno: Varela e Jackson.

Varela, que tinha estado a um bom nível contra o Gil Vicente e contra o Guimarães, contra o Olhanense fez um jogo fraquíssimo. A 1ª parte então foi inenarrável.

Quanto ao Jackson, terá feito um dos seus piores jogos com a camisola do FC Porto e, seguramente, o pior do ano 2013.

.:GM:. disse...

José, não considero a primeira oportunidade como uma "falha desastrada". Acima de tudo foi um excelente reflexo do Braccali que ainda hoje deve estar a pensar como defendeu aquela bola ;-)

O penalty concordei que foi um falhanço clamoroso, a recarga, foi como disse, vale o que vale apesar de ser óbvio que poderia e deveria ter feito bem melhor.

Mas é como dizes, o Jackson é um ponta-de-lança excelente, que nos tem habituado a grandes coisas, e quando fica aquém das mesmas já estranhamos. Ainda assim, picou o ponto e fez mais um golito.